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Aula 03 Direito Tributário para o 155/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 AULA 03 SUMÁRIO PÁGINA Aoresentacão Inicial 01 Limitacões Constitucionais ao Poder de Tributar 03 Imunidades Tributárias 04 Definição 05 Classificação das imunidades tributárias 18 Espécies de Imunidades 25 Imunidade Recíproca 28 Extensão da Imunidade Recíproca 39 Imunidade Reliqiosa ou dos Templos reliqiosos 53 Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e de assistência 58 social Imunidade cultural 76 Imunidades Esoecíficas 82 Imunidade Musical 86 Questões Propostas 89 Gabaritos 181 Olá, caro amigo e futuro servidor! Chegamos à terceira aula do nosso curso de direito tributário para o concurso de Auditor de Tributos Municipal (ATM) da Prefeitura de Goiânia. Nessa aula iremos tratar do seguinte tema: • Imunidades Tributárias. As imunidades tributárias são um dos temas preferidos pelas bancas organizadoras de concursos, que costumam sempre abordar o tema em suas provas de direito tributário. Prof. Aluísio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 181 Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus estudos. Seguem os meus contatos: aluisioalneto@gmail.com www.facebook.com/prosatributaria www.facebook.com/aluisioalneto Boa sorte! E bons estudos! Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 181 Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar Na aula de hoje iremos estudar uma das duas espécies de limitação ao poder de tributar dos entes políticos: as imunidades tributárias, presentes, junto com os princípios tributários, principalmente, na seção II do Capítulo I GR� 7tWXOR� ,9� GD� &)����� ³Das limitações do poder de tributar´�� compreendendo os artigos 150 a 152. Entretanto, assim como acontece para os princípios constitucionais tributários, o corpo da CF/88 traz outras hipóteses de imunidades tributárias além daquelas previstas na seção da Carta destinada ao Sistema Tributário Nacional. Uma delas, por exemplo, é a relativa ao direito de petição e à obtenção de certidões em repartições públicas, em que é vedada a cobrança de taxas pela prestação desse tipo de serviço público, conforme prescreve o artigo 5º, XXXIV, da CF/88, que assim dispõe em seu texto: ³$UW���º (...) XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de LQWHUHVVH�SHVVRDO�´ Outro tipo de imunidade presente fora da secção da CF/88 destinada ao Sistema Tributário Nacional é a prevista no artigo 195, relativa às contribuições para a seguridade social. Veremos essas e outras ao longo da nossa aula. Bons estudos! Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 181 Imunidades Tributárias Nessa aula, como falei, iremos tratar de uma das duas espécie de limitação constitucional ao poder de tributar, as chamadas imunidades tributárias. Veremos os seguintes temas: x Definição; x Classificação das imunidades tributárias; x Espécies de Imunidades; x Imunidade Recíproca e sua extensão; x Imunidade Religiosa ou dos Templos religiosos; x Imunidade dos Partidos políticos, Entidades sindicais de trabalhadores, Instituições de educação e de Assistência social; x Imunidade Cultural; x Imunidades Específicas; x Imunidade Musical. Espero que, ao final da nossa aula, você esteja preparado para enfrentar qualquer questão que verse sobre o tema imunidades tributárias. Assim, nada melhor do que começar a aula pelo básico: a definição do que vem a ser uma imunidade. Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 Definição A imunidade tributária pode ser definida como uma hipótese de não incidência constitucionalmente prevista no texto da Carta de 1988, configurando-se como uma proibição à incidência tributária conferida expressamente pelo legislador constitucional, seja originário ou derivado. Guarde bem isso! O instituto da imunidade pode ser definido ainda como uma delimitação negativa da competência tributária, sendo uma forma qualificada constitucionalmente de não incidência de tributos em razão de uma vedação constitucional ao poder de tributar. Enquanto esta ( competência tributária) é o elemento que define em quais situações poderá haver a incidência de tributos a serem criados pelos entes políticos por meio de lei, aquela (imunidade) define as situações em que será impossível a tributação pelos entes federados. Ou seja, o que a competência tributária permite, a imunidade tributária proíbe. Uma deixa, outra não. A CF/88 dá aqui, mas t i ra al i, fa lando no popu lar. © Imunidade e competência tributária estão intimamente relacionadas, embora diametralmente opostas. A CF/88 define de modo preciso (ao menos na teoria) a delimitação do campo de incidência de cada tributo previsto em seu texto, definindo, por exemplo, que os Estados poderão tributar a propriedade de veículos automotores (por meio do IPVA) e os municípios, a propriedade sobre um imóvel urbano (por meio do IPTU). Mas essa possibilidade de tributação é ampla e irrestrita, desde que observada apenas a competência tributária? Certamente não. Além dos princípios, aquela encontra limites no texto constitucional também nas chamadas imunidades tributárias, outro importante instrumento a favor do contribuinte, protegendo ainda mais as garantias tributárias presentes no corpo da CF/88 . Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 5 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 Logo, podemos também, resumidamente, definir a imunidade como uma incompetência tributária, uma vez que "mata na raiz" qualquer tentativa de incidência tributária . Podemos dizer também que a imunidade é uma hipótese de não-incidência constitucionalmente qualificada. A imunidade, assim, é uma situação anterior ao nascimento do tributo em si, uma vez que proíbe a incidência desse sobre as situações protegidas no corpo da CF/88. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS DEFIN IDAS COMO UMA IN COMPETÊNCIA T RIB UTÁRIA DELIM ITAÇÃO NEGAT IVA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Se a hipótese de incidência fosse uma árvore, a imunidade já impediria o próprio ato de lançar a se mente ao chão. Atente ao Virgulino: TODA E QUALQUER IMUNIDADE É SEMPRE CONFERIDA PELA CF/88. É SEMPRE DECORRENTE DESTA, JAMAIS POR OUTRO TIPO DE NORMA. NEM MESMO POR LEI COMPLEMENTAR, TRATADO INTERNACIONAL, OU LEI ORDINÁRIA. NADA NEM NINGUÉM CONFERE IMUNIDADE, EXCETO A CF/88. Nem mesmo uma lei complementar poderá definir imunidades, já que essas, repito, estão todas consagradas no corpo da CF/88, sem exceção. Nada impede, contudo, que a lei complementarvenha a regular alguma imunidade, ou até mesmo uma lei ordinária. Mas essa lei, porém, não estará criando nova imunidade ou mesmo um princípio, apenas regulando o que já existe na CF/88 . Somente essa, repito, poderá conter imunidades em seu texto . É o que acontece, por exemplo, quanto à previsão do artigo 146, II, da CF/88, que assim dispõe em seu texto : Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 6 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 "Art. 146. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; (. .. )" Qualquer outra proibição à incidência tributária que não esteja presente no corpo da CF/88 poderá ser classificada como uma isenção, uma não incidência, uma alíquota zero ou qualquer outro instituto. Menos como imunidade. Ok? Estou parecendo insistente, mas isso costuma pegar muito candidato, e muitas questões de prova já versaram sobre esse tema. Agora outro ponto importantíssimo sobre as imunidades: SE ESTÁ NO CORPO DA CF/88 COMO UMA PROIBIÇÃO À INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA, UMA HIPÓTESE DE VEDAÇÃO DA TRIBUTAÇÃO, SEMPRE SERÁ UMA IMUNIDADE, AINDA QUE EXPRESSAMENTE EXISTA OUTRA NOMENCLATURA NO TEXTO DA NORMA CONSTITUCIONAL. OU NÃO CONTENHA NADA EXPRESSAMENTE. Por que estou dizendo isso? Por que é importante para a sua prova. O elaborador das questões costuma fisgar candidatos menos preparados apenas com essa mudança de nomenclatura. Mesmo que o constituinte util ize outro termo no texto da CF/88 para proibir a incidência tributária sobre determinada prestação, operação, bem ou mercadoria, ainda assim teremos uma imunidade, já que prevista expressamente no corpo da Carta de 1988. Veja o que diz, por exemplo, o texto do artigo 195, §7º, da CF/88, que estudaremos mais adiante em nossa aula de hoje e que trata da IMUNIDADE conferida às entidades beneficentes de assistência social que atendam aos requisitos estabelecidos em lei quanto ao pagamento de contribuições sociais para a seguridade social : Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 7 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 181 ³$UW������������ § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam jV�H[LJrQFLDV�HVWDEHOHFLGDV�HP�OHL�´ (Grifos nosso) Embora o texto expressamente possua o termo isenção (veremos logo a frente o que significa isso), estamos na verdade diante de uma imunidade, já que essas entidades foram dispensadas da incidência tributária por expressa disposição constitucional. Viu como as coisas funcionam? Vamos ver agora, na prática, com uma questão de prova. (Questão 01) As imunidades devem estar expressas: a) em Convênios Interestaduais. b) em Lei Complementar Federal. c) em Lei Complementar Estadual. d) na Constituição Federal. e) em Resoluções do Senado Federal. Depois de ler e reler o que Virgulino falou exaustivamente, não tem como errar questão desse tipo, não é? Como acabamos de afirmar, as imunidades sempre estarão previstas na CF/88, ainda que a nomenclatura utilizada no WH[WR� GD� &DUWD� )HGHUDO� VHMD�� SRU� H[HPSOR�� ³isenção´� RX� ³dispensa do pagamento´��(VWi�QR�FRUSR�GD�&)�����p�XPD�LPXQLGDGH��VHP�H[FHomR��6H�QmR� estiver, é qualquer outra coisa, menos imunidade. Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 A imunidade fulmina qualquer elemento da relação jurídico-tributária: hipóteses de incidência, fato gerador, obrigação tributária, lançamento e crédito tributário . Lembre-se que a árvore nem chega a ser plantada . Nenhum desses institutos chega a ser observado caso exista uma norma constituciona l prevendo uma imunidade. Como já comentei, as imunidades tributárias, juntamente com os princípios constitucionais tributários, fazem parte das chamadas limitações constitucionais ao poder de tributar, previstas nos artigos 150 a 152 da CF/88, sendo clausulas pétreas desta. Assim como os princípios e garantias previstas no texto da CF/88, as imunidades são garantias constitucionais asseguradas ao contribuinte e que impedem o Estado de fazer incidir tributos sobre determinadas operações, prestações, bens, mercadorias ou pessoas, conforme o caso. A imunidade pode ser estudada ainda por meio dos seus dois aspectos básicos: • Aspecto Formal, relacionado à característica da imunidade de inviabil izar a tributação, pelos entes políticos, sobre determinadas situações presentes no mundo dos fatos, tendo em vista a falta de competência t r ibutária, resultando na impossibilidade jurídica de ocorrer a tributação. Se não há previsão nem autorização constitucional para a tributação, não há como esta ocorrer, uma vez que nossa ordem jurídica se funda no Estado de direito; • Aspecto Material, relacionada ao direito atribuído, expressa ou implicitamente, pela CF/88, às pessoas e aos bens de não sofrerem a incidência tributária, relacionando-se ao direito dos sujeitos passivos de ficarem imunes à subtração de parcela do seu patrimônio pelo Estado tributante. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 9 de 181 IMUNIDADES Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 SEMPRE CONFERIDAS PELA CF/ 88 INDEPENDE DA DENOMINAÇÂO UTILIZADA NA CF/ 88 (Questão 02) Diversos fatos podem resultar na desoneração tributária. Assinale, entre as que se seguem, a forma de desoneração tributária pela qual não nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo crédito por força do não exercício da competência a que tem direito o poder tributante. a) Imunidade. b) Não-incidência. c) Isenção. d) Alíquota zero. e) Remissão. Essa questão foi colocada aqui de propósito para você errar, caro aluno . © Você, no emba lo do tema da aula, provavelmente não hesitou em marcar a alternativa "a" como resposta . E isso foi também a intenção do elaborador. Veja o porquê . A imunidade é conceituada como o instituto tributário que "corta pela raiz" qualquer forma de tributação possível sobre determinado sujeito passivo, bem, mercadoria, operação ou prestação . Nesses casos, o ente tributante " deseja" tributar, mas é impedido em razão da imunidade. Nessa, o ente Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 10 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 181 político quer tributar, mas não pode em razão de uma proibição constitucional expressa! Entretanto, existem os casos em que não há a incidência tributária em razão do não exercício da competência tributária simplesmente por que não há previsão legal (não incidência propriamente dita) ou quando o ente político, mesmo havendo previsão legal, simplesmente decidiu por não fazer incidir determinado tributo sob uma situação específica (com a concessão de uma isenção, por exemplo). Diante disso, a não incidência impede que qualquer incidência tributária venha a ocorrer. Uma vez que nem a hipótese de incidência existe, não chegam a ser observados o fato gerador, a obrigação tributária,o lançamento e nem o crédito tributário. Na não incidência em sentido estrito, o ente político pode, mas não tributa determinado fato ou situação por não haver previsão em sua norma legal, embora, repito, seja permitida a tributação. Nessa situação, de não incidência, não nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo crédito por força do não exercício da competência tributária a que tem direito o ente político tributante. Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão. ³8P�PLQXWR��9LUJXOLQR��Mas o que é não-incidência, isenção... assim eu vou me perder nos conceitos e misturar tudo! Explique cada coisa dessa ai, por favor.´ Calma. Foi proposital. Vamos ver agora o que vem a ser a não incidência, a isenção e a alíquota zero. Guarde bem esses temas. Eles costumar ser cobrados em prova. Faça bem a distinção entre eles de maneira correta. ³(VSHUWLQKR��(�D�UHPLVVmR��QmR�YDL�GL]HU�QDGD"´ Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 181 A remissão é uma hipótese de extinção do crédito tributário. Esse tema é visto quanto estudamos as modalidades de extinção do crédito tributário, presentes no artigo 156 do CTN, ok? ³8P�PLQXWR��9LUJXOLQR��3RGHPRV�GL]HU�HQWmR�TXH�DV�LPXQLGDGHV�GLVSHQVDP�DV� pessoas beneficiadas da obrigação de pagar tributo. Posso então dizer que, a grosso modo, a imunidade é um salvo conduto tributário, liberando a pessoa de obrigações junto à Fazenda Pública�´ Nem tanto. As obrigações acessórias continuam a ser devidas. Tanto é assim que, se não forem cumpridas, isso implicará na suspensão, por parte da autoridade administrativa, da imunidade constitucional. Isso é visto quando estudamos, entre outros temas, as obrigações tributárias, divididas em principais e acessórias (artigo 113 do CTN). Veja uma decisão do STF sobre o tema: ³,081,'$'(�± LIVROS FISCAIS. O fato de a pessoa jurídica gozar da imunidade tributária não afasta a exigibilidade de PDQXWHQomR� GRV� OLYURV� ILVFDLV�´� �5(� �������63�� GH� 29/05/2012) Vamos em frente! Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 181 Não incidência Podemos definir a não incidência tributária como a situação observada no mundo dos fatos que não está prevista na norma de incidência dos tributos, não estando capitulada como uma ocorrência capaz de fazer surgir a obrigação tributária e a consequente relação jurídico tributária entre o Estado e o sujeito passivo. Assim, não haverá lançamento nem crédito tributário. Dizemos que, na não incidência, não há a subsunção do fato à norma, uma vez que aquela não está prevista nesta. Por exemplo, temos a ato de dirigir caminhões que transportam mercadorias. Essa situação não está prevista como uma hipótese de incidência de nenhuma norma jurídica tributária, uma vez que dirigir caminhões com mercadorias não está previsto na norma de incidência de nenhum imposto. Transportar mercadorias, por sua vez, é uma hipótese de incidência do ICMS, imposto de competência estadual que incide, entre outras situações, sobre a circulação de mercadorias. Por fim, a não-incidência pode se dar tanto por falta de competência tributária (tendo em vista a presença de uma imunidade tributária, por exemplo) quanto pelo não exercício da competência existente e atribuída pela CF/88, em razão da facultatividade atribuída ao Ente Federativo quanto ao exercício ou não desta. Esse último caso é da não-incidência propriamente dita, ou a não incidência stricto sensu. A falta de competência seria o caso do exemplo dado anteriormente. Por sua vez, o não exercício seria a não criação, por exemplo, pelo Município de Macaparana/PE, da lei municipal que preveja a incidência do ISS (imposto sobre serviços de qualquer natureza) sobre os serviços prestados no seu território. O Município pode instituir e cobrar, mas não o fez por meio de lei, portanto, não exercendo a sua competência tributária. NÃO- INCIDÊNCIA Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 FALTA DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA NÃO EXERCÍCIO DA COM PETÊNCIA TRIBUTÁRIA Incidência Se pudéssemos utilizar um operador lógico chamado "não", poderíamos dizer que a incidência é exatamente o contrário da não-incidência. Uau ! © Brincadeira à parte, a incidência pode ser definida como a situação ocorrida no mundo dos fatos que corresponde a uma hipótese prevista na lei tributária, fazendo nascer a obrigação tributária e a consequente relação jurídico-tributária. Assim, por exemplo, se alei tributária prescreve que auferir renda é uma hipótese de incidência do imposto sobre a renda, de competência federal, toda vez que auferirmos renda estaremos dando origem à incidência do tributo federal. Não confunda a incidência com as hipóteses de incidência. Esta está presente na lei, capitu lando as situações que dão origem ao fato gerador do tributo e a consequente tributação. Aquela, a própria situação descrita na norma e observada no mundo rea l. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 14 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 Isenção A isenção pode ser definida classicamente como a dispensa legal de pagamento de tributo devido. Veja bem : LEGAL! Assim, a isenção é sempre prevista em lei em sentido estrito do ente competente para instituir e cobrar o tributo. Mais uma vez, "crianças", repitam: A ISENÇÃO É A DISPENSA DEVENDO SENTIDO LEGAL SEMPRE ESTRITO DO PAGAMENTO DE TRIBUTO, ESTAR PREVISTA EM LEI EM DO ENTE COMPETENTE PARA INSTITUIR O TRIBUTO. A isenção pressupõe o exercício da competência tributária, uma vez que se configura como uma dispensa de pagamento prevista em lei . Nesses casos, há a incidência tributária e a consequente ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, mas não pode ser cobrado tributo algum pela Autoridade Administrativa. Por exemplo, temos o IPVA, que incide sobre a propriedade de veículos automotores. Assim, qualquer veículo automotor, em tese, estaria sujeito ao IPVA. Acontece que, por exemplo, o benevolente legislador pernambucano isentou do pagamento do IPVA os veículos com mais de 30 anos de uso, abrindo mão do tributo que seria devido. Observe que na isenção ocorre o exercício da competência tributária, há a ocorrência do fato gerador, surge a obrigação tributária, mas não há valor algum a pagar, simplesmente, em razão da isenção conferida. Logo, não há lançamento e o consequente crédito tributário. Aqui, a árvore é plantada pelo agricultor competente, chega a nascer, mas não se desenvolve por completo, ma l nascendo meio palmo de tronco . © Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 15 de 181 ISENçÃO Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 SEMPRE PREVISTA EM LEI DISPENSA DE PAGAMENTO DE TRIBUTO IMPEDE O LANÇAMENTO DO CT Por fim, quanto aos institutos da isenção e da imunidade, temos que enquanto essa atua no plano da definição da competência tributaria, aquela atua no campo do exercício da competência. Guarde muito bem isso! AI íq uota Zero Por fim, temos a alíquota zero, instituto tecnicamente diferente da isenção, mas com os mesmosefeitos práticos: o sujeito passivo não irá pagar valor algum de tributo. Há o exercício da competência tributária, a hipótese de incidência t ipificada na lei, o fato gerador, a obrigação tributária, a base de cálculo e a alíquota (alíquota zero também é alíquota ©), mas não há o crédito tributário a ser pago, uma vez que a multiplicação de qualquer valor por zero, dá zero. O crédito pode até existir, mas será em valor nulo, zero. Poderá se dar o lançamento apenas por uma simples formalidade ou por exigência prevista em lei. Aqui, a árvore é plantada, nasce, crescem as folhas, mas não temos frutos algum a colher e comer ( ou tributar, fisca lmente falando). Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 16 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 181 Por exemplo, é comum o legislador federal estipular, para determinados produtos, alíquotas de 0% para o imposto de importação. Uma vez que a alteração das alíquotas desse imposto não necessita de lei em sentido estrito, apenas de ato do poder executivo, a alíquota poderá ser facilmente aumentada conforme a necessidade da administração pública. Vamos agora à classificação das imunidades. Em seguida veremos as espécies de imunidades, de onde vem o grosso das questões de prova sobre o tema da aula de hoje. Vamos em frente! Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Pro . Aluísio Neto - Aula 03 Classificação das Imunidades tributárias As imunidades tributárias podem ser classificadas de várias maneiras, conforme se apresentem no texto constitucional e em re lação aos tributos que especificam . A classificação das imunidades tributárias pode se dar da seguinte maneira: ./ Objetivas ( reais), subjetivas (pessoais) e mistas (pessoais e reais); ./ Gerais (genéricas) e especiais (tópicas); ./ Ontológicas e políticas; ./ Explícitas e implícitas; ./ Condicionadas e Incondicionadas; ./ Excludentes e Incisivas. As imunidades objetivas, subjetivas e mistas tomam por base o critério estabelecido para a concessão, que levará em consideração os objetos, as pessoas ou ambos os fatores no momento de ser conceder o benefício. A imunidade objet iva é aquela direcionada às coisas, aos bens e às mercadorias, tendo como exemplo as mercadorias destinadas ao exterior, que são imunes à tributação com o ICMS. É irrelevante a qualidade da pessoa que promove a exportação de mercadorias, podendo ser tanto uma multinacional aqui instalada como uma empresa de fundo de quintal. Por sua vez, as imunidades subjetivas são aquelas que levam em consideração as pessoas a serem imunizadas, independentemente da natureza do objeto . Como exemplo, temos a imunidade sobre o patrimônio, as rendas e os serviços das entidades políticas, sendo imune qualquer bem abrangido pelo trinômio, desde que pertencente ao ente político . Em outro exemplo, temos um imóvel pertencente à União que é imune ao I PTU, sendo devido esse imposto caso o bem seja alienado a pessoa não imune, como um particular, por exemplo. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 18 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 Por fim, temos as imunidades mistas, que, para serem usufruídas pelos seus beneficiários, tanto qualidades relativas às pessoas quanto aos bens devem estar presentes. É o caso, por exemplo, da imunidade quanto ao ITR sobre as pequenas glebas rurais definidas em lei, e desde que explorada pelo proprietário que não possua outro imóvel. Observe que a imunidade somente será usufruída se atendidas às três condições: pequena gleba rural definida em lei (relativa ao objeto) e explorada pelo proprietário (relativa à pessoa) que não possua outro imóvel (relativa à pessoa). As imunidades gerais ou especificas são aquelas que são definidas em função da abrangência da imunidade a ser concedida, podendo ser em relação a diversos tributos de diversos entes tributantes (imunidades gerais ou genéricas), ou em relação à apenas um determinado tributo de um ente estatal específico. Para as imunidades genéricas ou gerais, temos como exemplo a imunidade quanto à institu ição de impostos sobre o patrimônio, as rendas e os serviços dos entes políticos, vedando qualquer tributação com impostos sobre esses bens e serviços. Essa imunidade está prevista no artigo 150, VI, "a" a "c"da CF/88. Outro exemplo seria a instituição de impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão, a chamada imunidade cultura l, constante no artigo 150, Vi, "d". Assim, a tributação com impostos de qualquer ente político está impedida por meio da imunidade. Já as imunidades específicas ou tópicas têm como exemplo a relativa ao ICMS nas operações de exportação de mercadoria para o exterior, na qual há apenas um objeto e um tributo presente nos elementos definidores da imunidade. As imunidades ontológicas e políticas estão relacionadas aos princípios contidos na CF /88 e à existência ou não de capacidade contributiva das pessoas a que se destinam. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 19 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 As imunidades ontológicas são aquelas que existiriam ainda que a CF/88 expressamente não as previsse em seu texto, uma vez que são fundamentais para a observância dos princípios contidos na nossa Carta Magna de 1988, quais sejam, da isonomia e do pacto federativo . Estão, sobremaneira, re lacionadas às clausu las pétreas da nossa CF/88, afirmando-as ainda mais. Como exemplo de imunidade ontológica, temos a imunidade recíproca, que veda a instituição, pelos entes políticos, de impostos sobre o patrimônio, os serviços e as rendas de uns sobre os outros, reafirmando o pacto federativo e protegendo-o contra possíveis arranhões em decorrência da tributação. Outra imunidade ontológica seria a concedida às instituições de educação e assistência social, tendo em vista as suas missões sociais e a falta de capacidade contributiva desses entes diante dos recursos diminutos que dispõe para o alcance de seus objetivos primários (pelo menos em teoria ©). Por sua vez, as imunidades políticas são aquelas que se destinam a proteger princípios presentes expressamente na CF/88, mas são decorrentes da vontade política do legislador constitucional, e não em virtude da falta de capacidade contributiva dos beneficiários. Como exemplo, temos a imunidade conferida aos templos de qualquer culto (imunidade relig iosa), conferida em razão de uma vontade política do legislador frente aos interesses religiosos que vigoram no nosso país e na nossa sociedade, expressamente cristã. As imunidades explícitas e implícitas estão relacionadas ao fato das mesmas estarem ou não descritas expressamente no texto da Carta Magna federal. Como regra, temos as imunidades explícitas, não sendo encontrada no nosso ordenamento constitucional atual nenhuma imunidade implícita. Logo, todas as imunidades hoje existentes são explícitas. As imunidades condicionadas ou incondicionadas estão relacionadas à necessidade de cumprimento ou não de certos requisitos a serem estabelecidos em legislação infraconstitucional, por expressa disposição constituciona l. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 20 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 As imunidades incondicionadas são aquelas que não dependem de nenhuma regulamentação,produzindo efeitos imediatos para os seus beneficiários, podendo ser usufruídas a qua lquer momento. Como exemplo de imunidade incondicionada, temos novamente a imunidade recíproca prevista para os entes políticos. Para exercê-la, basta ser um ente pol ít ico, não dependendo de nenhuma norma infraconstituciona l para ser usufruída . Por sua vez, as imunidades condicionadas são aquelas que dependem de regulamentação infraconstitucional para poderem ser usufruídas pelos seus beneficiários, tendo, assim, eficácia limitada. Como exemplo, temos a imunidade relativa ao ITR quanto às pequenas glebas rura is, que necessitam da regulamentação em lei quanto ao que vem a ser uma gleba rural e as características desta. Por fim, temos as imunidades excludentes e incisivas, que estão relacionadas ao fato de determinados tributos estarem ou não expressamente previstos como incluídos nas exceções à possibi lidade de tributação, enquanto outros estão expressamente proibidos. As imunidades excludentes são as que determinam que nenhum imposto poderá incidir sobre determinado bem, pessoa ou situação, a exceção de um tributo, expressamente previsto. É o caso, por exemplo, do IOF nas operações com o ouro quando definido como ativo financeiro ou instrumento cambial, sendo vedada a incidência de qualquer outro tributo. Por sua vez, as imunidades incisivas são aquelas que excluem a incidência de determinados tributos sobre um bem, pessoa ou operação, permitindo a tributação por alguns tributos. Como exemplo, temos a tributação sobre operações relativas a energia elétrica, derivados de petróleo, minerais, combustíveis e serviços de telecomunicações do país, sobre as quais somente pode incidir o I mposto de Importação (II), de Exportação (IE) e o ICMS. Por sua vez, são autoaplicáveis as imunidades que não dependem de regu lamentação infraconstitucional para já surtirem os efeitos previstos pelo constituinte, como, por exemplo, a imunidade recíproca . Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 21 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 181 Por fim, são não auto-aplicáveis as imunidades que dependem de regulação infraconstitucional para poderem ser usufruídas por seus beneficiários, tendo como exemplo a imunidade conferida aos partidos políticos, entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e de assistência social. (Questão 03) Quanto às imunidades: �$��VmR�VHPSUH�UHIHULGDV�QR�WH[WR�FRQVWLWXFLRQDO�SHOD�H[SUHVVmR�³LPXQLGDGH´� �%��VmR�VHPSUH�UHIHULGDV�QR�WH[WR�FRQVWLWXFLRQDO�SHOD�H[SUHVVmR�³LVHQomR´� (C) são referidas no texto constitucional através de várias expressões, ora como isenção, ora como não incidência, ora como gratuidade, dentre outras. (D) são normas que podem ser afastadas pelo legislador ordinário, desde que de modo expresso e inequívoco, pois os entes políticos não são obrigados a exercer seu direito de não tributar. (E) são todas auto-aplicáveis. Alternativas a e b) Incorretas. Seja qual for a denominação dada pelo texto constitucional, toda e qualquer proteção à incidência de tributos prevista no texto da Carta Magna Federal será uma imunidade, ainda que o legislador constituinte utilize, por exemplo, a expressão isenção ou desoneração, ou não use nenhum, apenas determinando que sobre uma situação específica não incidirá tributo algum. Estando no corpo da CF/88, será uma imunidade. Alternativa c) Correta. Como comentei, é irrelevante a denominação dada no texto. Desonerando a tributação, e presentes no texto constitucional, será uma imunidade. Alternativa d) Incorreta. As imunidades são garantias constitucionais dos contribuintes, não podendo ser suprimidas ou reduzidas sobre pena de afronta ao texto da CF/88. Desse modo, nenhuma espécie de lei poderá estabelecer a sua redução, nem mesmo uma emenda constitucional. Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 181 Alternativa e) Incorreta. As imunidades podem ser autoaplicáveis quando não dependem de regulamentação infraconstitucional para já surtirem os efeitos previstos pelo constituinte, ou não autoaplicáveis, quando dependem de regulação infraconstitucional para poderem ser usufruídas por seus beneficiários. (Questão 04) As imunidades tributárias são classificadas em: a) ontológicas e políticas. b) proporcionais e progressivas. c) diretas e indiretas. d) cumulativas e não cumulativas. e) vinculadas e não vinculadas. A classificação das imunidades tributárias pode se dar da seguinte maneira: x Objetivas (reais), subjetivas (pessoais) e mistas (pessoais e reais); x Gerais (genéricas) e especiais (tópicas); x Ontológicas e políticas; x Explícitas e implícitas; x Condicionadas e Incondicionadas; x Excludentes e Incisivas. Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. As imunidades ontológicas são aquelas que existiriam ainda que a CF/88 expressamente não as previsse em seu texto, uma vez que são fundamentais para a observância dos princípios contidos na nossa Carta Magna de 1988, quais sejam, da isonomia e do pacto federativo. Estão, sobremaneira, relacionadas às clausulas pétreas da nossa CF/88, afirmando-as ainda mais. Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 181 Por sua vez, as imunidades políticas são aquelas que se destinam a proteger princípios presentes expressamente na CF/88, mas são decorrentes da vontade política do legislador constitucional, e não em virtude da falta de capacidade contributiva dos beneficiários. Como exemplo, temos a imunidade conferida aos templos de qualquer culto (imunidade religiosa), conferida em razão de uma vontade política do legislador frente aos interesses religiosos que vigoram no nosso país e na nossa sociedade, expressamente cristã. $V� GHPDLV� FDUDFWHUtVWLFDV� SUHVHQWHV� QDV� DOWHUQDWLYDV� ³E´� D� ³H´� VH� UHIHUHP�� todas, aos tributos. Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 181 Espécies de Imunidades Nossa Constituição Federal de 1988 contém em seu texto diversas imunidades direcionadas aos mais diversos bens, pessoas ou operações, estando espalhadas ao longo do corpo constitucional. Entretanto, algumas são de maior relevância em concursos, sendo cobradas com frequência pelas bancas organizadoras do Brasil afora. Veremos todas elas nessa parte da nossa aula. As imunidades presentes na CF/88 podem ser divididas da seguinte maneira: Imunidade Recíproca �$UWLJR������9,��³D´, da CF/88) Imunidade Religiosa ou dos Templos religiosos ou dos Templos de qualquer culto �$UWLJR������9,��³E´, da CF/88) Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e de assistência social �$UWLJR������9,��³F´, da CF/88) Imunidade cultural �$UWLJR������9,��³G´, da CF/88) Imunidades Específicas (diversos artigos presentes no texto constitucional) ,PXQLGDGH�0XVLFDO��DUWLJR������9,��³H´��GD�&)���� Antes de começar a estudar cada uma das imunidadestributárias, deve ser atentado, e conforme você verá mais à frente, que as imunidades tributárias podem abranger qualquer espécie de tributo, sejam impostos, taxas ou contribuições. Veja como isso é cobrado em prova: Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 181 (Questão 05) Sobre as imunidades tributárias, podemos afirmar que: a) não se aplicam às taxas e aos impostos sobre o comércio exterior. b) podem ser instituídas por intermédio de lei complementar. c) são extensivas às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados ou não a suas finalidades essenciais. d) impossibilitam sejam previstos fatos geradores da obrigação tributária para os casos por ela abrangidos. e) são hipóteses de não-incidência legalmente qualificada. Alternativa a) Incorreta. As imunidades se aplicam tanto às taxas quanto aos impostos sobre o comércio exterior. Em relação às taxas, temos a imunidade relativa à obtenção de certidões em repartições públicas e quanto à celebração do casamento civil (artigo 5º, XXXIV, e 226, §1º, da CF/88, respectivamente). Quanto ao comércio exterior, temos a imunidade quanto ao imposto de importação sobre bens adquiridos por ente políticos, tendo em vista a imunidade conferida no texto constitucional. Caso não fiquemos limitados à divisão constante no CTN, podemos dizer que, nos impostos sobre o comércio exterior, também não incidem o ICMS e o ISS nas operações e prestações que destinam bens e serviços ao exterior. Este último (ISS), contudo, depende de regulamentação por meio de lei complementar federal. Alternativa b) Incorreta. Nem complementar, nem ordinária, nem por nenhum normativo infraconstitucional. As imunidades sempre devem estar previstas no corpo da CF/88 para serem consideradas como tais. Alternativa c) Incorreta. Para que possam vir a usufruir da imunidade quanto ao seu patrimônio, rendas ou serviços, essas entidades devem vincular esses três elementos às suas atividades essenciais. A desobrigação dessa vinculação se observa apenas em relação aos Entes Políticos, exclusivamente. Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 181 Alternativa d) Correta. Caso a proibição de cobrança de tributos esteja prevista no texto constitucional, estaremos diante de uma imunidade tributária. Nessa, não teremos fato gerador, hipótese de incidência, obrigação tributária, lançamento nem crédito tributário, uma vez que a norma FRQVWLWXFLRQDO� LPSHGH� WXGR� LVWR�� $� LPXQLGDGH� ³FRUWD� R� PDO� SHOD� UDL] �´� 1D� isenção, ainda chegam a existir o fato gerador e a obrigação tributária, sendo fulminados o lançamento e o crédito tributário, bem como qualquer pagamento que pudesse haver. Alternativa e) Incorreta. O texto estaria perfeito se não houvesse o termo OHJDOPHQWH�� 2� FRUUHWR� VHULD� DSHQDV� D� WURFD� GHOH� SRU� ³FRQVWLWXFLRQDOPHQWH �´� &RPR� FRPHQWHL� QD� DOWHUQDWLYD� ³E �´� VRPHQWH� D� FRQVWLWXLomR� WUD]� QRUPDV� imunizantes, nenhum outro normativo mais. Pode até ter os mesmos efeitos práticos, como é a isenção, mas não será uma imunidade. Vamos a cada uma das espécies de imunidades! Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 181 Imunidade Recíproca A primeira imunidade a ser estudada será a recíproca, também chamada de imunidade governamental, intergovernamental ou mútua. Essa imunidade proíbe a instituição de IMPOSTOS sobre o patrimônio, a rendas e os serviços de uma pessoa política sobre os de outra, estando prevista no DUWLJR������9,��³D´��GD�&)���� ³$UW�������6HP�SUHMXt]R�GH�RXWUDV�JDUDQWLDV�DVVHJXUDGDV�DR� contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros�´� (Grifos nosso) (Questão 06) Prédio de propriedade da União não pode ser submetido à incidência do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, por força da: a) imunidade tributária objetiva. b) isenção tributária. c) imunidade tributária recíproca. d) isonomia tributária. 'H� DFRUGR� FRP�R� TXH� SUHVFUHYH� D� DOtQHD� ³D´� GR� LQFLVR� 9,� GR�DUWLJR� ���� GD� CF/88, é vedada a instituição de impostos sobre o patrimônio da União e dos demais entes políticos. O IPTU é um imposto sobre o patrimônio, de competência dos municípios e do Distrito Federal, logo, não poderá incidir sobre os imóveis da União. Essa proibição, como podemos ver acima, refere- VH�j�LPXQLGDGH�UHFtSURFD��R�TXH�WRUQD�FRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³F´� Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 A imunidade recíproca pode ser classificada como sendo: •!• Subjetiva, uma vez que é direcionada às pessoas políticas ( entes federativos das três esferas); •!• Incondicionada, já que não é necessário nenhum normativo infraconstituciona l para que seja gozada pelo seu beneficiário; •!• Ontológicas (ou implícitas), uma vez que configuram afirmações de princípios constantes no texto constitucional, sendo consequência direta dos princípios constitucionais da capacidade contributiva ( os entes políticos não possuem capacidade contributiva, já que seus recursos são destinados à realização das atividades do Estado), do princípio federativo do Estado ( clausula pétrea da CF/88), da autonomia dos Municípios e da supremacia do interesse público sobre o privado. Atente bem para o primeiro ponto importante sobre a imunidade recíproca: ela alcança apenas os IMPOSTOS, e nenhuma outra espécie tributária, de acordo com o que prescreve a CF/88. Muita atenção aos textos das questões, uma vez que é comum o elaborador trocar " impostos" por "tributos" e pegar o candidato menos atento. Ou tentar confundir estendendo a imunidade às taxas, contribuições e outras espécies tributárias. Atenção ! Diante disso, é perfeitamente viável a instituição e cobrança, por um município brasileiro, de uma taxa de fiscal ização de imóveis cobrada junto aos imóveis pertencentes à União e situados no território do respectivo município, por exemplo. O mesmo ocorre para uma contribuição de melhoria. Prof. Aluísio Neto IMUNIDADE RECÍPROCA SOMENTE IMPOSTOS www .estrategiaconcursos.com.br 29 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 181 Uma vez que o texto constitucional expressamente se refere aos impostos, a imunidade recíproca, como falamos, não pode ser estendida às taxas, às contribuições de melhoria e às contribuições previdenciárias, por exemplo, conforme entendimento adotado no STF: ³��� A imunidade tributária recíproca não engloba o conceito de taxa, porquanto o preceito constitucional �DUWLJR� ����� LQFLVR� 9,�� DOtQHD� ³D´�� GD� &RQVWLWXLomR� Federal) só faz alusão expressa a imposto. (...). 2. As taxas cobradas em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamentoou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, desde que dissociadas da cobrança de outros serviços públicos de limpeza são constitucionais (...). 3. As taxas que, na apuração do montante devido, adotem um ou mais elementos que compõem a base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não se verifique identidade integral entre uma base e outra são FRQVWLWXFLRQDLV���5(��������$J5�56��GH������������´ ³,PSRVVLELOLGDGH� GH� WULEXWDomR� SHOD� 0XQLFLSDOLGDGH�� independentemente de encontrarem-se tais bens ocupados pela empresa delegatária dos serviços portuários, em face da imunidade prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. Dispositivo, todavia, restrito aos impostos, não se estendendo às taxas. Recurso parcialmente provido. �5(��������63��GH�������������´ ³e�GD�MXULVSUXGrQFLD�GR�6XSUHPR�7ULEXQDO�TXH�R�SULQFtSLR�GD� imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a) - ainda que se discuta a sua aplicabilidade a outros tributos, que não os impostos - não pode ser invocado na hipótese de contribuições previdenciárias. (ADI 2024/DF, de �����������´ Direito Tributário para o /SS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 "1. PASEP. Exigibilidade da contribuição pelas unidades da federação, pois a Constituição de 1988 retirou o caráter facultativo, bem assim a necessidade de legislação específica, para a adesão dos entes estatais ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público. Precedente do Plenário. 2. Imunidade recíproca. Matéria não discutida nas instâncias ordinárias. Inovação da lide. Impossibilidade. Inexigibilidade do tributo em decorrência de imunidade conferida aos entes da federação. Improcedência da pretensão. A imunidade tributária diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições. (RE 378144 AgR/PR, de 30/11/2004). Entretanto, deve-se atentar bem para quais impostos a CF/88 LITERALMENTE imuniza. Pela interpretação constante no texto da Carta Federal, apenas os impostos que incidem sobre o patrimônio, a renda e os serviços dos Entes políticos estariam acobertados pela imunidade, dentre os quais se incluem os seguintes: IPTU, ITR, IR, ITBI, ISS, IPVA e ITCMD. Por sua vez, impostos que incidem sobre a circulação e a produção (ICMS, IPI e IOF) e sobre o comércio exterior (II e IE) poderão ser livremente cobrados pelos entes políticos quando verificado os fatos geradores. GUARDE BEM ISSO! Caso sej a cobrada a literalidade da CF/88, deve ser seguido o que consta nesse parágrafo. Caso não, deve ser seguido o que diz o parágrafo seguinte. Chamada a decidir sobre a abrangência da imunidade, o STF entendeu que a imunidade tributária alcança os impostos de maneira geral, sendo que a imunidade não está à divisão apresentada no CTN. Nessa linha, temos as seguintes decisões: Prof. Aluísio Neto "IMPOSTO - IMUNIDADE RECIPROCA - Imposto sobre Operações Financeiras. A norma da alínea "a" do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal obstaculiza a incidência recíproca de impostos, considerada a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Descabe introduzir no www .estrategiaconcursos.com.br 31 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 181 preceito, a mercê de interpretação, exceção não contemplada, distinguindo os ganhos resultantes de RSHUDo}HV�ILQDQFHLUDV���5(��������$J5�35��GH�������������´ ³(0(17$�� &2167,78&,21$/�� 75,%87È5,2�� ,39$�� IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. CF, art. 150, VI, c. SÚMULA 279-STF. I. - O acórdão entendeu que a parte agravada faz jus à imunidade prevista no art. 150, VI, c, da Constituição a partir do exame do conjunto fático-probatório trazido aos autos. Incidência, no caso, da Súmula 279-STF. II. - Não há invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da imunidade, critérios de classificação dos impostos adotados por normas infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado distinguir entre bens e patrimônio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem adquirido, no mercado interno ou externo, integra o patrimônio da entidade abrangida pela imunidade. (AI �������$J5�0*��GH�������������´ ³A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da Constituição aplica-se às operações de importação de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o "contribuinte de direito" e o "contribuinte de fato"). Compete ao ente tributante provar que as operações de importação desoneradas estão influindo negativamente no mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição. Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à FRQFRUUrQFLD���$,��������$J5�56��GH�������������´ Direito Tributário para o /SS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 O CTN adota a seguinte divisão quanto aos tributos nele presentes: impostos sobre o patrimônio, impostos sobre a renda, impostos sobre a produção e a circulação e impostos sobre o comércio exterior. O que determina a imunidade é simplesmente o fato dessa proibir a incidência de impostos sobre o patrimônio, as rendas e os serviços dos Entes políticos, independentemente de ser o imposto sobre a propriedade predial urbana ou o imposto de importação. Mesmo sendo um tributo sobre o comércio exterior, caso a incidência do imposto de importação venha a influir negativamente no patrimônio do ente político (no caso da decisão acima, um Município), é devida a imunidade recíproca, vez que a abrangência é mais ampla do que a divisão constante no CTN, a qual não vincula o legislador constitucional originário, e nem o derivado. Ainda quanto ao tema, temos as decisões do STF relativas ao fornecimento de iluminação pública e à aplicação da imunidade recíproca quando ao ICMS devido na operação, dado o que dispõe a Súmula 591 dessa mesma Corte federa l. Para o STF, a imunidade tributária, quanto ao ICMS, abrange os entes políticos apenas quando estes configurarem como contribuintes de direito (aquele que é eleito pela norma tributária como contribuinte e com a consequente obrigação de recolhimento do tributo devido), e não como contribuinte de fato (aquele que, sem constar na norma tributária, realmente suporta o ônus da tributação, o encargo econômico, repassado pelo contribuinte de direito). Vejamos: Prof. Aluísio Neto "(. . .).1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que me parece juridicamente correta, entende que o Município não é contribuinte de direito do ICMS sobre serviços de energia elétrica, por isso não se aplica a imunidade tributária recíproca Constante na alínea "a" do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. {AI 844401 AgR/Mg, de 22/11/2011)." www .estrategiaconcursos.com.br 33 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 181 ³(...). I - A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao imposto incidente diretamente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, ou seja, na qualidade de contribuinte de direito. II - O Município é contribuinte de fato do ICMS relativo aos bens e serviços, portanto, não faz jus a imunidade em questão. (AI 805295 $J5�0J��GH�������������´ ³(...). A imunidade tributária recíproca não se aplica ao ente públicoquando este é simples adquirente de produto, serviço ou operação onerosa realizada com intuito lucrativo ("contribuinte de fato"). Pretensão do município de exonerar as operações de compra de mercadorias e prestação de serviços do pagamento de ICMS realizadas em território nacional, por equipará-las à "importação doméstica". Os precedentes firmados em relação à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT não se aplicam ao contribuinte de IDWR���$,��������$J5�56��GH�������������´ ³6~PXOD� ����� A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto sobre produtos industrializados�´ Outra importante decisão do STF diz respeito ao INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no que se refere ao ICMS incidente sobre a exploração de unidade agroindustrial. Na decisão, o Supremo entendeu que, para essas operações, a entidade seria a contribuinte de direito do imposto estadual de circulação, hipótese em que deveria ser aplicada a imunidade recíproca. Lembre-se que a corte suprema entendeu que a imunidade pode ser estendida a todos os impostos, sem se restringir ao que determina a divisão conceitual do CTN. Veja a decisão: ³(0(17$�,QFUD��,PXQLGDGH�WULEXWiULD��([SORUDomR�GH�XQLGDGH� agroindustrial. Ausência de configuração de atividade econômica capaz de impor o regime tributário próprio das Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 181 empresas privadas. 1. A atividade exercida pelo Incra, autarquia federal, não se enquadra entre aquelas sujeitas ao regime tributário próprio das empresas privadas, considerando que a eventual exploração de unidade agroindustrial, desapropriada, em área de conflito social, está no âmbito de sua destinação social em setor relevante para a vida nacional. 2. A imunidade tributária só deixa de operar quando a natureza jurídica da entidade estatal é de exploração de atividade econômica���5(��������$J5�3(��GH�������������´ (Questão 07) A imunidade recíproca impede que: a) a União cobre Imposto de Renda sobre os juros das aplicações financeiras dos Estados e dos Municípios. b) o Município cobre a taxa de licenciamento de obra da União. c) o Estado cobre contribuição de melhoria em relação a bem do Município valorizado em decorrência de obra pública. d) o Estado cobre tarifa de água consumida em imóvel da União. Conforme vimos acima, a imunidade recíproca abrange exclusivamente os impostos, impedindo que um ente político cobre impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços dos demais entes políticos. Somente com esse FRQKHFLPHQWR� Mi�HUD�SRVVtYHO�H[FOXLU�DV�DOWHUQDWLYDV� ³E´�� ³F´�H� ³G´��XPD�YH]� que se referem, respectivamente, a taxas, contribuições de melhoria e tarifas de água. Somente a alternatiYD�³D´�QRV�IDOD�VREUH�LPSRVWRV��espécie tributaria que não pode incidir sobre a renda obtida pelos Estados e Municípios. Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 181 (Questão 08) Sobre a imunidade constitucional recíproca, que veda a instituição e a cobrança de impostos pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros, é incorreto afirmar que: a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito. d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições. e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do EHP��LGHQWLGDGH�HQWUH�R�µFRQWULEXLQWH�GH�GLUHLWR¶�H�R�µFRQWULEXLQWH�GH�IDWR¶�� Alternativa a) Correto. Essa alternativa poderia ter sido considerada incorreta, uma vez que a imunidade recíproca, quanto aos entes políticos, não está restrita apenas às finalidades essenciais destes, sendo indevida apenas nos casos em que o patrimônio, a renda ou o serviço estejam relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário. A limitação relativa às finalidades essenciais ou delas decorrentes se observa apenas em relação às autarquias e às fundações públicas, bem como às empresas públicas e às sociedades de economia mista para as quais a Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 181 imunidade foi estendida, no caso de executarem serviços de prestação exclusiva e obrigatória pelo Estado. O restante do texto se mostra correto, uma vez que as entidades, ainda que imunes, devem se submeter a quaisquer procedimentos de fiscalização por parte da Administração tributária, que adotará as medidas necessárias no caso de atos que visem a deturpar a benesse concedida pela CF/88. Alternativa b) Correta. Foi o que comentamos anteriormente no início da DOWHUQDWLYD� ³D �´� GLVSRQGR� TXH� D� LPXQLGDGH� UHFtSURFD� H� VXD� H[WHQVmR� jV� autarquias abrange apenas o patrimônio, as rendas e os serviços vinculados às finalidades essências ou delas decorrentes. Caso não sejam observadas essas características, a imunidade tributária recíproca não será observada. Alternativa c) Incorreta. A imunidade tributaria recíproca, em relação às empresas públicas, abrange apenas aquelas que prestam serviço exclusivo do Estado e de prestação obrigatória por este, sem os quais não será devida a imunidade. Como exemplo, temos o caso dos Correios, que executa serviço exclusivo do Estado (serviço postal) e de prestação obrigatória pela União. O mesmo se observa em relação à INFRAERO. Para essas duas empresas públicas é devida a imunidade recíproca em relação ao seu patrimônio, suas rendas e os seus serviços. O SERPRO, empresa pública federal, por exemplo, executa serviços com finalidade econômica, regido por normas aplicáveis a empreendimentos privados, não sendo devida a imunidade recíproca. Alternativa d) Correta. e�H[DWDPHQWH�LVVR�TXH�QRV�GL]�R�DUWLJR������9,��³D �´� GD�&)�����GLVSRQGR�TXH�³p�YHGDGR�j�8QLmR��DRV�(VWDGRV��DR�'LVWULWR�)HGHUDO�H� aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos RXWURV �´�(VVD�LPXQLGDGH�QmR�VH�DSOLFD�D�RXWUDV�HVSpFLHV�WULEXWiULDV� Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br38 de 181 Alternativa e) Correta. O STF entende que no caso de importação de bens pelos Municípios não incide o imposto de importação, uma vez que esse também gravaria o patrimônio dessas entidades, indo de encontro ao que determina a imunidade recíproca. Um dos argumentos é o de que a imunidade não pode ficar restrita à divisão estabelecida pelo CTN (impostos sobre o patrimônio e a renda, produção e circulação, comércio exterior e especiais). O texto constante na alternativa é réplica do que consta, por exemplo, na ementa do AI 518405/RS, de 06/04/2010, que assim nos diz: ³A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da Constituição aplica-se às operações de importação de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o "contribuinte de direito" e o "contribuinte de fato"). Compete ao ente tributante provar que as operações de importação desoneradas estão influindo negativamente no mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição. Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à FRQFRUUrQFLD´ Vamos agora ao que nos diz a CF/88 e o STF sobre a extensão da imunidade às autarquias, às fundações e às demais entidade da administração indireta. Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Pro . Aluísio Neto - Aula 03 EXTENSÃO DA IMUNIDADE RECÍPROCA A imunidade recíproca é extensiva ainda às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelos entes políticos no que se refere ao patrimônio, rendas e serv iços daquelas. Entretanto, para essas pessoas, DIFERENTEMENTE DO QUE CONSTA NA CF/88 PARA AS PESSOAS POLÍTI CAS, o patrimônio, a renda e os serviços DEVEM ESTAR VINCULADOS ÀS SUAS FINALIDADES ESSENCIAIS OU ÀS DELAS DECORRENTES PARA SEREM USUFRUÍDAS. A previsão acima consta no § 2º do artigo 150 da CF/88, que assim nos diz : "§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. (Questão 09) O princípio constitucional da imunidade recíproca: a) não se aplica aos municípios, abrangendo apenas a União, os estados e o DF. b) aplica-se aos entes políticos que exerçam atividade econômica em concorrência com o particular. c) não se aplica aos impostos diretos, abrangendo apenas os indiretos. d) é extensivo às autarquias e às fundações insti tuídas e mant idas pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos ser viços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Questão super literal , que cobrou apenas o conhecimento constante no texto do artigo 150, §2º, da CF/ 88, v isto anteriormente. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 39 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 Alternativa a) Falsa. A imunidade se aplica a todos os entes políticos. Alternativa b) Falsa. São exatamente as hipóteses em que não é aplicada a imunidade. Alternativa c) Falsa. A imunidade pode abranger todos os impostos, sejam eles diretos ou indiretos. Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. Esse tema é bastante solicitado em provas de concursos, motivo pelo qual deve ser bem assimilado por você. IMUNIDADE RECÍPROCA N EXTENSAOA AUTARQUIAS E N FUNDAÇOES SOMENTE AO PATRIMÔNIO, RENDA OU SERVIÇO VINCULADO ÀS FINAUDADES ESSENCIAIS OU DELAS DECORRENTES. Diante do que consta no texto do §2º do artigo 150 da CF/88, temos que a imunidade conferida a esses dois entes públicos é CONDICIONADA, uma vez que está restrita ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados as suas finalidades essenciais ou deles decorrentes. Para os entes políticos, não há qualquer restrição quanto a isso, devendo ser observado apenas o que consta no §3º do mesmo artigo constitucional. Assim, por exemplo, quanto ao patrimônio de autarquias e fundações não util izados na execução de suas fina lidades essenciais, serão normalmente cobrados impostos sobre o patrimônio, como o IPTU ou o ITR. O mesmo se aplica em relação às suas rendas e aos seus serviços . Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 40 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 "Terrenos baldios sem vinculação às finalidades essenciais da entidade afastam a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da Constituição Federal. (RE 375715 ED/DF, de 31/08/2010)." Veja ainda o que diz o STF sobre a imunidade recíproca em re lação à OAB (Ordem dos Advogados do Brasi l) : "1. A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI, a da Constituição), na medida em que a OAB desempenha atividade própria de Estado ( defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle disciplinar dos advogados). 2. A imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza plenamente vinculada do lançamento tributário, que não admite excesso de carga. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (RE 259976 AgR/RS, de 23/03/201Y' Como já havíamos comentado anteriormente, a extensão da imunidade dos entes políticos às autarquias e às fundações por eles mantidas não é extensiva ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto re lativamente ao bem imóvel. Essa previsão consta no §3º do artigo 150 da CF/88, que assim nos diz: Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 41 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 "§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haia contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. " (Grifos nosso) Essa norma constitucional é de grande importância para concursos, uma vez que, a partir dela, a imunidade recíproca foi estendida a algumas empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. Vejamos ! Em regra, todas as empresas públicas e as sociedades de economia mista estão excluídas da imunidade recíproca, uma vez que exploram atividade econômica no mesmo pé de igualdade com as demais empresas. Exonerá-las da tributação quanto aos impostos, assim como acontece para os entes políticos, autarquias e fundações, seria estabelecer uma forma de concorrência desleal com as demais empresas. Logo, regra geral, todas as empresas públicas e sociedades de economia mista estão sujeitas ao pagamento de impostos. EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA M ISTA Prof. Aluísio Neto REGRAGERAL EXCEçÃO NÃO SE APLICA A IMUNIDADE RECÍPROCA PRESTA DORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE PRESTAçÃO EXCLUSIVA E OBRIGATÓRIA PELO ESTADO www .estrategiaconcursos.com.br 42 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 03 Veja o que nos diz o artigo 173 da CF/88 quanto a essas entidades e à sua sujeição ao regime jurídico e às obrigações das demais empresas: "Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1 o A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (. . .) § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. H (Grifos nosso) Ainda quanto ao tema, veja a seguinte decisão do STF: Prof. Aluísio Neto "EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EMPRESA BAIANA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA. EMPRESA PÚBLICA QUE NÃO EXPLORA ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO ESTRITO. O Supremo fixou entendimento no sentido de que as empresas prestadoras de serviço públicos que não exercem atividade econômica em sentido estrito, sujeitam-se ao regime jurídico das empresas publicas, www .estrategiaconcursos.com.br 43 de 181 Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 181 inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias. Precedentes. (RE 433666 AgR/BA, de ������������´ Acontece que algumas empresas públicas e sociedades de economia mista, diante de suas peculiaridades, prestam serviços de prestação obrigatória pelo Estado, além de fazê-los de forma também exclusiva. Exemplo disso é o serviço postal, prestado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), conforme o artigo 21, X, da CF/88. Assim, nenhuma outra empresa poderá prestar o mesmo serviço, apenas o Estado. Ademais, esse serviço é de prestação obrigatória pela União, não sendo facultada a esta a escolha pela prestação ou não do serviço. A ECT foi a primeira entidade de direito privado pertencente à administração pública indireta a que o STF reconheceu a imunidade recíproca em razão da prestação de serviço público obrigatório e exclusivo do Estado. Na ocasião, o STF separou as empresas públicas prestadoras de serviços públicos das empresas públicas que se configuram como instrumento de participação do Estado na economia (não acobertadas pelo manto da imunidade). As decisões sobre o tema nos dizem o seguinte: ³(0(17$�7ULEXWiULR�� ,PXQLGDGH� UHFtSURFD�� $UW�� ����� 9,�� �D��� da Constituição Federal. Extensão. Empresa pública prestadora de serviço público. Precedentes da Suprema Corte. 1. Já assentou a Suprema Corte que a norma do art. 150, VI, "a", da Constituição Federal alcança as empresas públicas prestadoras de serviço público, como é o caso da autora (ECT), que não se confunde com as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito. Com isso, impõe-se o reconhecimento da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da Constituição Federal. (ACO 959 51��GH�������������´ Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 181 ³(0(17$�� &2167,78&,21$/�� 75,%87È5,2�� (035(6$� BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA PÚBLICA QUE EXERCE ATIVIDADE ECONÔMICA E EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO: DISTINÇÃO. I. - As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das que exercem atividade econômica. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca: C.F., art. 150, VI, a. ,,���5(��������$J5�56��GH�������������´ Quanto à ECT, temos ainda decisão sobre a extensão da imunidade recíproca também em relação aos veículos automotores da entidade, que ficam imunes ao IPVA estadual ou distrital: ³(0(17$�$*5$92�5(*,0(17$/��'(&,62�48(�5(&21+(8�$� INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO DE RECOLHIMENTO DO IPVA. IMUNIDADE RECÍPROCA. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS (ECT) (...) 3. A concessão de imunidade tributária à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é matéria que resta amplamente difundida nesta Corte, entendimento esse que foi reafirmado na ACO nº 789/PI, ocasião em que restou assentada a presença da regra de imunidade recíproca a afastar a incidência do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) sobre os veículos de propriedade da agravada, independentemente da natureza da atividade desempenhada, se serviço público ou atividade de cunho privado���$&2�����$J5���6(��GH�������������´ Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 181 (Questão 10) A chamada "imunidade recíproca" que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, também é extensiva às: a) autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. b) sociedades de economia mista e às empresas públicas em qualquer hipótese de serviço praticado. c) fundações mantidas pela iniciativa privada, sem fins lucrativos, abrangendo não só o seu patrimônio, renda ou serviços, mas também todos os fatos que não estejam vinculados a sua atividade fim. d) pessoas que compõem a Administração Pública Indireta no que se refere exclusivamente ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados. e) concessionárias de serviço público no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com a exploração de sua atividade econômica. A extensão da imunidade recíproca conferida aos Entes Políticos foi concedida aos seguintes entes: ¾ Autarquias e fundações públicas, quanto ao patrimônio, às rendas e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes, conforme previsão expressa na CF/88 (artigo 150, §2º); ¾ Partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, quanto ao patrimônio, às rendas e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas GHFRUUHQWHV��DUWLJR������9,��³F �´�H�§4º); Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo
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