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Aula 03 
Direito Tributário para o 155/GYN - Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluísio Neto - Aula 03 
AULA 03 
SUMÁRIO PÁGINA 
Aoresentacão Inicial 01 
Limitacões Constitucionais ao Poder de Tributar 03 
Imunidades Tributárias 04 
Definição 05 
Classificação das imunidades tributárias 18 
Espécies de Imunidades 25 
Imunidade Recíproca 28 
Extensão da Imunidade Recíproca 39 
Imunidade Reliqiosa ou dos Templos reliqiosos 53 
Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais de 
trabalhadores, instituições de educação e de assistência 58 
social 
Imunidade cultural 76 
Imunidades Esoecíficas 82 
Imunidade Musical 86 
Questões Propostas 89 
Gabaritos 181 
Olá, caro amigo e futuro servidor! 
Chegamos à terceira aula do nosso curso de direito tributário para o 
concurso de Auditor de Tributos Municipal (ATM) da Prefeitura de 
Goiânia. Nessa aula iremos tratar do seguinte tema: 
• Imunidades Tributárias. 
As imunidades tributárias são um dos temas preferidos pelas bancas 
organizadoras de concursos, que costumam sempre abordar o tema em 
suas provas de direito tributário. 
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Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 181 
Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao 
nosso fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em 
seus estudos. Seguem os meus contatos: 
aluisioalneto@gmail.com 
www.facebook.com/prosatributaria 
www.facebook.com/aluisioalneto 
Boa sorte! E bons estudos! 
 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 
 
 
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Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 
 
Na aula de hoje iremos estudar uma das duas espécies de limitação ao 
poder de tributar dos entes políticos: as imunidades tributárias, presentes, 
junto com os princípios tributários, principalmente, na seção II do Capítulo I 
GR� 7tWXOR� ,9� GD� &)����� ³Das limitações do poder de tributar´��
compreendendo os artigos 150 a 152. 
Entretanto, assim como acontece para os princípios constitucionais 
tributários, o corpo da CF/88 traz outras hipóteses de imunidades tributárias 
além daquelas previstas na seção da Carta destinada ao Sistema Tributário 
Nacional. Uma delas, por exemplo, é a relativa ao direito de petição e à 
obtenção de certidões em repartições públicas, em que é vedada a cobrança 
de taxas pela prestação desse tipo de serviço público, conforme prescreve o 
artigo 5º, XXXIV, da CF/88, que assim dispõe em seu texto: 
³$UW���º (...) 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de 
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para 
defesa de direitos e esclarecimento de situações de 
LQWHUHVVH�SHVVRDO�´ 
Outro tipo de imunidade presente fora da secção da CF/88 destinada ao 
Sistema Tributário Nacional é a prevista no artigo 195, relativa às 
contribuições para a seguridade social. Veremos essas e outras ao longo da 
nossa aula. Bons estudos! 
 
Direito Tributário para o ISS/GYN ʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 03 
 
 
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Imunidades Tributárias 
 
Nessa aula, como falei, iremos tratar de uma das duas espécie de limitação 
constitucional ao poder de tributar, as chamadas imunidades tributárias. 
Veremos os seguintes temas: 
x Definição; 
x Classificação das imunidades tributárias; 
x Espécies de Imunidades; 
x Imunidade Recíproca e sua extensão; 
x Imunidade Religiosa ou dos Templos religiosos; 
x Imunidade dos Partidos políticos, Entidades sindicais de trabalhadores, 
Instituições de educação e de Assistência social; 
x Imunidade Cultural; 
x Imunidades Específicas; 
x Imunidade Musical. 
Espero que, ao final da nossa aula, você esteja preparado para enfrentar 
qualquer questão que verse sobre o tema imunidades tributárias. Assim, nada 
melhor do que começar a aula pelo básico: a definição do que vem a ser uma 
imunidade. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluísio Neto - Aula 03 
Definição 
A imunidade tributária pode ser definida como uma hipótese de não incidência 
constitucionalmente prevista no texto da Carta de 1988, configurando-se 
como uma proibição à incidência tributária conferida expressamente 
pelo legislador constitucional, seja originário ou derivado. Guarde bem 
isso! 
O instituto da imunidade pode ser definido ainda como uma delimitação 
negativa da competência tributária, sendo uma forma qualificada 
constitucionalmente de não incidência de tributos em razão de uma vedação 
constitucional ao poder de tributar. Enquanto esta ( competência tributária) é 
o elemento que define em quais situações poderá haver a incidência de 
tributos a serem criados pelos entes políticos por meio de lei, aquela 
(imunidade) define as situações em que será impossível a tributação pelos 
entes federados. Ou seja, o que a competência tributária permite, a 
imunidade tributária proíbe. Uma deixa, outra não. A CF/88 dá aqui, mas t i ra 
al i, fa lando no popu lar. © Imunidade e competência tributária estão 
intimamente relacionadas, embora diametralmente opostas. 
A CF/88 define de modo preciso (ao menos na teoria) a delimitação do campo 
de incidência de cada tributo previsto em seu texto, definindo, por exemplo, 
que os Estados poderão tributar a propriedade de veículos automotores (por 
meio do IPVA) e os municípios, a propriedade sobre um imóvel urbano (por 
meio do IPTU). Mas essa possibilidade de tributação é ampla e irrestrita, 
desde que observada apenas a competência tributária? Certamente não. Além 
dos princípios, aquela encontra limites no texto constitucional também nas 
chamadas imunidades tributárias, outro importante instrumento a favor do 
contribuinte, protegendo ainda mais as garantias tributárias presentes no 
corpo da CF/88 . 
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Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluísio Neto - Aula 03 
Logo, podemos também, resumidamente, definir a imunidade como uma 
incompetência tributária, uma vez que "mata na raiz" qualquer tentativa 
de incidência tributária . Podemos dizer também que a imunidade é uma 
hipótese de não-incidência constitucionalmente qualificada. A 
imunidade, assim, é uma situação anterior ao nascimento do tributo em si, 
uma vez que proíbe a incidência desse sobre as situações protegidas no corpo 
da CF/88. 
IMUNIDADES 
TRIBUTÁRIAS 
DEFIN IDAS COMO UMA 
IN COMPETÊNCIA T RIB UTÁRIA 
DELIM ITAÇÃO NEGAT IVA DA 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
Se a hipótese de incidência fosse uma árvore, a imunidade já impediria o 
próprio ato de lançar a se mente ao chão. 
Atente ao Virgulino: TODA E QUALQUER 
IMUNIDADE É SEMPRE CONFERIDA PELA CF/88. 
É SEMPRE DECORRENTE DESTA, JAMAIS POR 
OUTRO TIPO DE NORMA. NEM MESMO POR LEI 
COMPLEMENTAR, TRATADO INTERNACIONAL, 
OU LEI ORDINÁRIA. NADA NEM NINGUÉM 
CONFERE IMUNIDADE, EXCETO A CF/88. 
Nem mesmo uma lei complementar poderá definir imunidades, já que essas, 
repito, estão todas consagradas no corpo da CF/88, sem exceção. Nada 
impede, contudo, que a lei complementarvenha a regular alguma imunidade, 
ou até mesmo uma lei ordinária. Mas essa lei, porém, não estará criando 
nova imunidade ou mesmo um princípio, apenas regulando o que já existe na 
CF/88 . Somente essa, repito, poderá conter imunidades em seu texto . É o 
que acontece, por exemplo, quanto à previsão do artigo 146, II, da CF/88, 
que assim dispõe em seu texto : 
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"Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria 
tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios; 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de 
tributar; (. .. )" 
Qualquer outra proibição à incidência tributária que não esteja presente no 
corpo da CF/88 poderá ser classificada como uma isenção, uma não 
incidência, uma alíquota zero ou qualquer outro instituto. Menos como 
imunidade. Ok? Estou parecendo insistente, mas isso costuma pegar muito 
candidato, e muitas questões de prova já versaram sobre esse tema. 
Agora outro ponto importantíssimo sobre as imunidades: SE ESTÁ NO 
CORPO DA CF/88 COMO UMA PROIBIÇÃO À INCIDÊNCIA 
TRIBUTÁRIA, UMA HIPÓTESE DE VEDAÇÃO DA TRIBUTAÇÃO, SEMPRE 
SERÁ UMA IMUNIDADE, AINDA QUE EXPRESSAMENTE EXISTA OUTRA 
NOMENCLATURA NO TEXTO DA NORMA CONSTITUCIONAL. OU NÃO 
CONTENHA NADA EXPRESSAMENTE. 
Por que estou dizendo isso? Por que é importante para a sua prova. O 
elaborador das questões costuma fisgar candidatos menos preparados apenas 
com essa mudança de nomenclatura. Mesmo que o constituinte util ize outro 
termo no texto da CF/88 para proibir a incidência tributária sobre 
determinada prestação, operação, bem ou mercadoria, ainda assim teremos 
uma imunidade, já que prevista expressamente no corpo da Carta de 1988. 
Veja o que diz, por exemplo, o texto do artigo 195, §7º, da CF/88, que 
estudaremos mais adiante em nossa aula de hoje e que trata da IMUNIDADE 
conferida às entidades beneficentes de assistência social que atendam aos 
requisitos estabelecidos em lei quanto ao pagamento de contribuições sociais 
para a seguridade social : 
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³$UW������������ 
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social 
as entidades beneficentes de assistência social que atendam 
jV�H[LJrQFLDV�HVWDEHOHFLGDV�HP�OHL�´ (Grifos nosso) 
Embora o texto expressamente possua o termo isenção (veremos logo a 
frente o que significa isso), estamos na verdade diante de uma imunidade, já 
que essas entidades foram dispensadas da incidência tributária por expressa 
disposição constitucional. Viu como as coisas funcionam? Vamos ver agora, 
na prática, com uma questão de prova. 
 
 
(Questão 01) As imunidades devem estar expressas: 
a) em Convênios Interestaduais. 
b) em Lei Complementar Federal. 
c) em Lei Complementar Estadual. 
d) na Constituição Federal. 
e) em Resoluções do Senado Federal. 
Depois de ler e reler o que Virgulino falou exaustivamente, não tem como 
errar questão desse tipo, não é? Como acabamos de afirmar, as imunidades 
sempre estarão previstas na CF/88, ainda que a nomenclatura utilizada no 
WH[WR� GD� &DUWD� )HGHUDO� VHMD�� SRU� H[HPSOR�� ³isenção´� RX� ³dispensa do 
pagamento´��(VWi�QR�FRUSR�GD�&)�����p�XPD�LPXQLGDGH��VHP�H[FHomR��6H�QmR�
estiver, é qualquer outra coisa, menos imunidade. 
Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYN - Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
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A imunidade fulmina qualquer elemento da relação jurídico-tributária: 
hipóteses de incidência, fato gerador, obrigação tributária, lançamento e 
crédito tributário . Lembre-se que a árvore nem chega a ser plantada . 
Nenhum desses institutos chega a ser observado caso exista uma norma 
constituciona l prevendo uma imunidade. 
Como já comentei, as imunidades tributárias, juntamente com os princípios 
constitucionais tributários, fazem parte das chamadas limitações 
constitucionais ao poder de tributar, previstas nos artigos 150 a 152 da 
CF/88, sendo clausulas pétreas desta. Assim como os princípios e garantias 
previstas no texto da CF/88, as imunidades são garantias constitucionais 
asseguradas ao contribuinte e que impedem o Estado de fazer incidir tributos 
sobre determinadas operações, prestações, bens, mercadorias ou pessoas, 
conforme o caso. 
A imunidade pode ser estudada ainda por meio dos seus dois aspectos 
básicos: 
• Aspecto Formal, relacionado à característica da imunidade de 
inviabil izar a tributação, pelos entes políticos, sobre determinadas 
situações presentes no mundo dos fatos, tendo em vista a falta de 
competência t r ibutária, resultando na impossibilidade jurídica de ocorrer 
a tributação. Se não há previsão nem autorização constitucional para a 
tributação, não há como esta ocorrer, uma vez que nossa ordem jurídica 
se funda no Estado de direito; 
• Aspecto Material, relacionada ao direito atribuído, expressa ou 
implicitamente, pela CF/88, às pessoas e aos bens de não sofrerem a 
incidência tributária, relacionando-se ao direito dos sujeitos passivos de 
ficarem imunes à subtração de parcela do seu patrimônio pelo Estado 
tributante. 
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IMUNIDADES 
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SEMPRE 
CONFERIDAS PELA 
CF/ 88 
INDEPENDE DA 
DENOMINAÇÂO 
UTILIZADA NA 
CF/ 88 
(Questão 02) Diversos fatos podem resultar na desoneração tributária. 
Assinale, entre as que se seguem, a forma de desoneração tributária pela 
qual não nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo crédito por 
força do não exercício da competência a que tem direito o poder tributante. 
a) Imunidade. 
b) Não-incidência. 
c) Isenção. 
d) Alíquota zero. 
e) Remissão. 
Essa questão foi colocada aqui de propósito para você errar, caro aluno . © 
Você, no emba lo do tema da aula, provavelmente não hesitou em marcar a 
alternativa "a" como resposta . E isso foi também a intenção do elaborador. 
Veja o porquê . 
A imunidade é conceituada como o instituto tributário que "corta pela raiz" 
qualquer forma de tributação possível sobre determinado sujeito passivo, 
bem, mercadoria, operação ou prestação . Nesses casos, o ente tributante 
" deseja" tributar, mas é impedido em razão da imunidade. Nessa, o ente 
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político quer tributar, mas não pode em razão de uma proibição constitucional 
expressa! 
Entretanto, existem os casos em que não há a incidência tributária em razão 
do não exercício da competência tributária simplesmente por que não há 
previsão legal (não incidência propriamente dita) ou quando o ente político, 
mesmo havendo previsão legal, simplesmente decidiu por não fazer incidir 
determinado tributo sob uma situação específica (com a concessão de uma 
isenção, por exemplo). 
Diante disso, a não incidência impede que qualquer incidência tributária 
venha a ocorrer. Uma vez que nem a hipótese de incidência existe, não 
chegam a ser observados o fato gerador, a obrigação tributária,o lançamento 
e nem o crédito tributário. 
Na não incidência em sentido estrito, o ente político pode, mas não tributa 
determinado fato ou situação por não haver previsão em sua norma legal, 
embora, repito, seja permitida a tributação. Nessa situação, de não 
incidência, não nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo crédito 
por força do não exercício da competência tributária a que tem direito o 
ente político tributante. 
Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão. 
 
 
³8P�PLQXWR��9LUJXOLQR��Mas o que é não-incidência, isenção... assim eu vou 
me perder nos conceitos e misturar tudo! Explique cada coisa dessa ai, por 
favor.´ 
Calma. Foi proposital. Vamos ver agora o que vem a ser a não incidência, a 
isenção e a alíquota zero. Guarde bem esses temas. Eles costumar ser 
cobrados em prova. Faça bem a distinção entre eles de maneira correta. 
³(VSHUWLQKR��(�D�UHPLVVmR��QmR�YDL�GL]HU�QDGD"´ 
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A remissão é uma hipótese de extinção do crédito tributário. Esse tema é 
visto quanto estudamos as modalidades de extinção do crédito tributário, 
presentes no artigo 156 do CTN, ok? 
³8P�PLQXWR��9LUJXOLQR��3RGHPRV�GL]HU�HQWmR�TXH�DV�LPXQLGDGHV�GLVSHQVDP�DV�
pessoas beneficiadas da obrigação de pagar tributo. Posso então dizer que, a 
grosso modo, a imunidade é um salvo conduto tributário, liberando a pessoa 
de obrigações junto à Fazenda Pública�´ 
Nem tanto. As obrigações acessórias continuam a ser devidas. Tanto é assim 
que, se não forem cumpridas, isso implicará na suspensão, por parte da 
autoridade administrativa, da imunidade constitucional. Isso é visto quando 
estudamos, entre outros temas, as obrigações tributárias, divididas em 
principais e acessórias (artigo 113 do CTN). Veja uma decisão do STF sobre o 
tema: 
³,081,'$'(�± LIVROS FISCAIS. O fato de a pessoa jurídica 
gozar da imunidade tributária não afasta a exigibilidade de 
PDQXWHQomR� GRV� OLYURV� ILVFDLV�´� �5(� �������63�� GH�
29/05/2012) 
Vamos em frente! 
 
 
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Não incidência 
 
Podemos definir a não incidência tributária como a situação observada no 
mundo dos fatos que não está prevista na norma de incidência dos tributos, 
não estando capitulada como uma ocorrência capaz de fazer surgir a 
obrigação tributária e a consequente relação jurídico tributária entre o Estado 
e o sujeito passivo. Assim, não haverá lançamento nem crédito tributário. 
Dizemos que, na não incidência, não há a subsunção do fato à norma, uma 
vez que aquela não está prevista nesta. 
Por exemplo, temos a ato de dirigir caminhões que transportam mercadorias. 
Essa situação não está prevista como uma hipótese de incidência de nenhuma 
norma jurídica tributária, uma vez que dirigir caminhões com mercadorias 
não está previsto na norma de incidência de nenhum imposto. Transportar 
mercadorias, por sua vez, é uma hipótese de incidência do ICMS, imposto de 
competência estadual que incide, entre outras situações, sobre a circulação 
de mercadorias. 
Por fim, a não-incidência pode se dar tanto por falta de competência 
tributária (tendo em vista a presença de uma imunidade tributária, por 
exemplo) quanto pelo não exercício da competência existente e atribuída 
pela CF/88, em razão da facultatividade atribuída ao Ente Federativo quanto 
ao exercício ou não desta. Esse último caso é da não-incidência propriamente 
dita, ou a não incidência stricto sensu. 
A falta de competência seria o caso do exemplo dado anteriormente. Por sua 
vez, o não exercício seria a não criação, por exemplo, pelo Município de 
Macaparana/PE, da lei municipal que preveja a incidência do ISS (imposto 
sobre serviços de qualquer natureza) sobre os serviços prestados no seu 
território. O Município pode instituir e cobrar, mas não o fez por meio de lei, 
portanto, não exercendo a sua competência tributária. 
NÃO- INCIDÊNCIA 
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FALTA DE COMPETÊNCIA 
TRIBUTÁRIA 
NÃO EXERCÍCIO DA 
COM PETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
Incidência 
Se pudéssemos utilizar um operador lógico chamado "não", poderíamos dizer 
que a incidência é exatamente o contrário da não-incidência. Uau ! © 
Brincadeira à parte, a incidência pode ser definida como a situação ocorrida 
no mundo dos fatos que corresponde a uma hipótese prevista na lei 
tributária, fazendo nascer a obrigação tributária e a consequente relação 
jurídico-tributária. 
Assim, por exemplo, se alei tributária prescreve que auferir renda é uma 
hipótese de incidência do imposto sobre a renda, de competência federal, 
toda vez que auferirmos renda estaremos dando origem à incidência do 
tributo federal. 
Não confunda a incidência com as hipóteses de incidência. Esta está presente 
na lei, capitu lando as situações que dão origem ao fato gerador do tributo e a 
consequente tributação. Aquela, a própria situação descrita na norma e 
observada no mundo rea l. 
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Isenção 
A isenção pode ser definida classicamente como a dispensa legal de 
pagamento de tributo devido. Veja bem : LEGAL! Assim, a isenção é sempre 
prevista em lei em sentido estrito do ente competente para instituir e 
cobrar o tributo. 
Mais uma vez, "crianças", repitam: A ISENÇÃO É A 
DISPENSA 
DEVENDO 
SENTIDO 
LEGAL 
SEMPRE 
ESTRITO 
DO PAGAMENTO DE TRIBUTO, 
ESTAR PREVISTA EM LEI EM 
DO ENTE COMPETENTE PARA 
INSTITUIR O TRIBUTO. 
A isenção pressupõe o exercício da competência tributária, uma vez que se 
configura como uma dispensa de pagamento prevista em lei . Nesses casos, 
há a incidência tributária e a consequente ocorrência do fato gerador da 
obrigação tributária, mas não pode ser cobrado tributo algum pela Autoridade 
Administrativa. 
Por exemplo, temos o IPVA, que incide sobre a propriedade de veículos 
automotores. Assim, qualquer veículo automotor, em tese, estaria sujeito ao 
IPVA. Acontece que, por exemplo, o benevolente legislador pernambucano 
isentou do pagamento do IPVA os veículos com mais de 30 anos de uso, 
abrindo mão do tributo que seria devido. 
Observe que na isenção ocorre o exercício da competência tributária, há a 
ocorrência do fato gerador, surge a obrigação tributária, mas não há valor 
algum a pagar, simplesmente, em razão da isenção conferida. Logo, não há 
lançamento e o consequente crédito tributário. 
Aqui, a árvore é plantada pelo agricultor competente, chega a nascer, mas 
não se desenvolve por completo, ma l nascendo meio palmo de tronco . © 
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ISENçÃO 
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SEMPRE PREVISTA 
EM LEI 
DISPENSA DE 
PAGAMENTO DE 
TRIBUTO 
IMPEDE O 
LANÇAMENTO DO 
CT 
Por fim, quanto aos institutos da isenção e da imunidade, temos que 
enquanto essa atua no plano da definição da competência tributaria, 
aquela atua no campo do exercício da competência. Guarde muito bem 
isso! 
AI íq uota Zero 
Por fim, temos a alíquota zero, instituto tecnicamente diferente da isenção, 
mas com os mesmosefeitos práticos: o sujeito passivo não irá pagar valor 
algum de tributo. 
Há o exercício da competência tributária, a hipótese de incidência t ipificada 
na lei, o fato gerador, a obrigação tributária, a base de cálculo e a alíquota 
(alíquota zero também é alíquota ©), mas não há o crédito tributário a ser 
pago, uma vez que a multiplicação de qualquer valor por zero, dá zero. 
O crédito pode até existir, mas será em valor nulo, zero. Poderá se dar o 
lançamento apenas por uma simples formalidade ou por exigência prevista 
em lei. 
Aqui, a árvore é plantada, nasce, crescem as folhas, mas não temos frutos 
algum a colher e comer ( ou tributar, fisca lmente falando). 
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Por exemplo, é comum o legislador federal estipular, para determinados 
produtos, alíquotas de 0% para o imposto de importação. Uma vez que a 
alteração das alíquotas desse imposto não necessita de lei em sentido estrito, 
apenas de ato do poder executivo, a alíquota poderá ser facilmente 
aumentada conforme a necessidade da administração pública. 
Vamos agora à classificação das imunidades. Em seguida veremos as espécies 
de imunidades, de onde vem o grosso das questões de prova sobre o tema da 
aula de hoje. Vamos em frente! 
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Classificação das Imunidades tributárias 
As imunidades tributárias podem ser classificadas de várias maneiras, 
conforme se apresentem no texto constitucional e em re lação aos tributos 
que especificam . 
A classificação das imunidades tributárias pode se dar da seguinte maneira: 
./ Objetivas ( reais), subjetivas (pessoais) e mistas (pessoais e reais); 
./ Gerais (genéricas) e especiais (tópicas); 
./ Ontológicas e políticas; 
./ Explícitas e implícitas; 
./ Condicionadas e Incondicionadas; 
./ Excludentes e Incisivas. 
As imunidades objetivas, subjetivas e mistas tomam por base o critério 
estabelecido para a concessão, que levará em consideração os objetos, as 
pessoas ou ambos os fatores no momento de ser conceder o benefício. 
A imunidade objet iva é aquela direcionada às coisas, aos bens e às 
mercadorias, tendo como exemplo as mercadorias destinadas ao exterior, que 
são imunes à tributação com o ICMS. É irrelevante a qualidade da pessoa que 
promove a exportação de mercadorias, podendo ser tanto uma multinacional 
aqui instalada como uma empresa de fundo de quintal. 
Por sua vez, as imunidades subjetivas são aquelas que levam em 
consideração as pessoas a serem imunizadas, independentemente da 
natureza do objeto . Como exemplo, temos a imunidade sobre o patrimônio, 
as rendas e os serviços das entidades políticas, sendo imune qualquer bem 
abrangido pelo trinômio, desde que pertencente ao ente político . Em outro 
exemplo, temos um imóvel pertencente à União que é imune ao I PTU, sendo 
devido esse imposto caso o bem seja alienado a pessoa não imune, como um 
particular, por exemplo. 
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Por fim, temos as imunidades mistas, que, para serem usufruídas pelos 
seus beneficiários, tanto qualidades relativas às pessoas quanto aos bens 
devem estar presentes. É o caso, por exemplo, da imunidade quanto ao ITR 
sobre as pequenas glebas rurais definidas em lei, e desde que explorada pelo 
proprietário que não possua outro imóvel. Observe que a imunidade somente 
será usufruída se atendidas às três condições: pequena gleba rural definida 
em lei (relativa ao objeto) e explorada pelo proprietário (relativa à pessoa) 
que não possua outro imóvel (relativa à pessoa). 
As imunidades gerais ou especificas são aquelas que são definidas em 
função da abrangência da imunidade a ser concedida, podendo ser em 
relação a diversos tributos de diversos entes tributantes (imunidades gerais 
ou genéricas), ou em relação à apenas um determinado tributo de um ente 
estatal específico. 
Para as imunidades genéricas ou gerais, temos como exemplo a 
imunidade quanto à institu ição de impostos sobre o patrimônio, as rendas e 
os serviços dos entes políticos, vedando qualquer tributação com impostos 
sobre esses bens e serviços. Essa imunidade está prevista no artigo 150, VI, 
"a" a "c"da CF/88. Outro exemplo seria a instituição de impostos sobre livros, 
jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão, a chamada 
imunidade cultura l, constante no artigo 150, Vi, "d". Assim, a tributação com 
impostos de qualquer ente político está impedida por meio da imunidade. 
Já as imunidades específicas ou tópicas têm como exemplo a relativa ao 
ICMS nas operações de exportação de mercadoria para o exterior, na qual há 
apenas um objeto e um tributo presente nos elementos definidores da 
imunidade. 
As imunidades ontológicas e políticas estão relacionadas aos 
princípios contidos na CF /88 e à existência ou não de capacidade 
contributiva das pessoas a que se destinam. 
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As imunidades ontológicas são aquelas que existiriam ainda que a CF/88 
expressamente não as previsse em seu texto, uma vez que são fundamentais 
para a observância dos princípios contidos na nossa Carta Magna de 1988, 
quais sejam, da isonomia e do pacto federativo . Estão, sobremaneira, 
re lacionadas às clausu las pétreas da nossa CF/88, afirmando-as ainda mais. 
Como exemplo de imunidade ontológica, temos a imunidade recíproca, que 
veda a instituição, pelos entes políticos, de impostos sobre o patrimônio, os 
serviços e as rendas de uns sobre os outros, reafirmando o pacto federativo e 
protegendo-o contra possíveis arranhões em decorrência da tributação. 
Outra imunidade ontológica seria a concedida às instituições de educação e 
assistência social, tendo em vista as suas missões sociais e a falta de 
capacidade contributiva desses entes diante dos recursos diminutos que 
dispõe para o alcance de seus objetivos primários (pelo menos em teoria ©). 
Por sua vez, as imunidades políticas são aquelas que se destinam a 
proteger princípios presentes expressamente na CF/88, mas são decorrentes 
da vontade política do legislador constitucional, e não em virtude da falta de 
capacidade contributiva dos beneficiários. Como exemplo, temos a imunidade 
conferida aos templos de qualquer culto (imunidade relig iosa), conferida em 
razão de uma vontade política do legislador frente aos interesses religiosos 
que vigoram no nosso país e na nossa sociedade, expressamente cristã. 
As imunidades explícitas e implícitas estão relacionadas ao fato das 
mesmas estarem ou não descritas expressamente no texto da Carta 
Magna federal. Como regra, temos as imunidades explícitas, não sendo 
encontrada no nosso ordenamento constitucional atual nenhuma imunidade 
implícita. Logo, todas as imunidades hoje existentes são explícitas. 
As imunidades condicionadas ou incondicionadas estão relacionadas à 
necessidade de cumprimento ou não de certos requisitos a serem 
estabelecidos em legislação infraconstitucional, por expressa disposição 
constituciona l. 
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As imunidades incondicionadas são aquelas que não dependem de 
nenhuma regulamentação,produzindo efeitos imediatos para os seus 
beneficiários, podendo ser usufruídas a qua lquer momento. Como exemplo de 
imunidade incondicionada, temos novamente a imunidade recíproca prevista 
para os entes políticos. Para exercê-la, basta ser um ente pol ít ico, não 
dependendo de nenhuma norma infraconstituciona l para ser usufruída . 
Por sua vez, as imunidades condicionadas são aquelas que dependem de 
regulamentação infraconstitucional para poderem ser usufruídas pelos seus 
beneficiários, tendo, assim, eficácia limitada. Como exemplo, temos a 
imunidade relativa ao ITR quanto às pequenas glebas rura is, que necessitam 
da regulamentação em lei quanto ao que vem a ser uma gleba rural e as 
características desta. 
Por fim, temos as imunidades excludentes e incisivas, que estão 
relacionadas ao fato de determinados tributos estarem ou não expressamente 
previstos como incluídos nas exceções à possibi lidade de tributação, enquanto 
outros estão expressamente proibidos. 
As imunidades excludentes são as que determinam que nenhum imposto 
poderá incidir sobre determinado bem, pessoa ou situação, a exceção de um 
tributo, expressamente previsto. É o caso, por exemplo, do IOF nas 
operações com o ouro quando definido como ativo financeiro ou instrumento 
cambial, sendo vedada a incidência de qualquer outro tributo. 
Por sua vez, as imunidades incisivas são aquelas que excluem a incidência 
de determinados tributos sobre um bem, pessoa ou operação, permitindo a 
tributação por alguns tributos. Como exemplo, temos a tributação sobre 
operações relativas a energia elétrica, derivados de petróleo, minerais, 
combustíveis e serviços de telecomunicações do país, sobre as quais somente 
pode incidir o I mposto de Importação (II), de Exportação (IE) e o ICMS. 
Por sua vez, são autoaplicáveis as imunidades que não dependem de 
regu lamentação infraconstitucional para já surtirem os efeitos previstos pelo 
constituinte, como, por exemplo, a imunidade recíproca . 
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Por fim, são não auto-aplicáveis as imunidades que dependem de regulação 
infraconstitucional para poderem ser usufruídas por seus beneficiários, tendo 
como exemplo a imunidade conferida aos partidos políticos, entidades 
sindicais de trabalhadores, instituições de educação e de assistência social. 
 
 
(Questão 03) Quanto às imunidades: 
�$��VmR�VHPSUH�UHIHULGDV�QR�WH[WR�FRQVWLWXFLRQDO�SHOD�H[SUHVVmR�³LPXQLGDGH´� 
�%��VmR�VHPSUH�UHIHULGDV�QR�WH[WR�FRQVWLWXFLRQDO�SHOD�H[SUHVVmR�³LVHQomR´� 
(C) são referidas no texto constitucional através de várias expressões, ora 
como isenção, ora como não incidência, ora como gratuidade, dentre outras. 
(D) são normas que podem ser afastadas pelo legislador ordinário, desde que 
de modo expresso e inequívoco, pois os entes políticos não são obrigados a 
exercer seu direito de não tributar. 
(E) são todas auto-aplicáveis. 
Alternativas a e b) Incorretas. Seja qual for a denominação dada pelo 
texto constitucional, toda e qualquer proteção à incidência de tributos 
prevista no texto da Carta Magna Federal será uma imunidade, ainda que o 
legislador constituinte utilize, por exemplo, a expressão isenção ou 
desoneração, ou não use nenhum, apenas determinando que sobre uma 
situação específica não incidirá tributo algum. Estando no corpo da CF/88, 
será uma imunidade. 
Alternativa c) Correta. Como comentei, é irrelevante a denominação dada 
no texto. Desonerando a tributação, e presentes no texto constitucional, será 
uma imunidade. 
Alternativa d) Incorreta. As imunidades são garantias constitucionais dos 
contribuintes, não podendo ser suprimidas ou reduzidas sobre pena de 
afronta ao texto da CF/88. Desse modo, nenhuma espécie de lei poderá 
estabelecer a sua redução, nem mesmo uma emenda constitucional. 
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Alternativa e) Incorreta. As imunidades podem ser autoaplicáveis quando 
não dependem de regulamentação infraconstitucional para já surtirem os 
efeitos previstos pelo constituinte, ou não autoaplicáveis, quando dependem 
de regulação infraconstitucional para poderem ser usufruídas por seus 
beneficiários. 
 
 
(Questão 04) As imunidades tributárias são classificadas em: 
a) ontológicas e políticas. 
b) proporcionais e progressivas. 
c) diretas e indiretas. 
d) cumulativas e não cumulativas. 
e) vinculadas e não vinculadas. 
A classificação das imunidades tributárias pode se dar da seguinte maneira: 
x Objetivas (reais), subjetivas (pessoais) e mistas (pessoais e reais); 
x Gerais (genéricas) e especiais (tópicas); 
x Ontológicas e políticas; 
x Explícitas e implícitas; 
x Condicionadas e Incondicionadas; 
x Excludentes e Incisivas. 
Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 
As imunidades ontológicas são aquelas que existiriam ainda que a CF/88 
expressamente não as previsse em seu texto, uma vez que são fundamentais 
para a observância dos princípios contidos na nossa Carta Magna de 1988, 
quais sejam, da isonomia e do pacto federativo. Estão, sobremaneira, 
relacionadas às clausulas pétreas da nossa CF/88, afirmando-as ainda mais. 
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Por sua vez, as imunidades políticas são aquelas que se destinam a proteger 
princípios presentes expressamente na CF/88, mas são decorrentes da 
vontade política do legislador constitucional, e não em virtude da falta de 
capacidade contributiva dos beneficiários. Como exemplo, temos a imunidade 
conferida aos templos de qualquer culto (imunidade religiosa), conferida em 
razão de uma vontade política do legislador frente aos interesses religiosos 
que vigoram no nosso país e na nossa sociedade, expressamente cristã. 
$V� GHPDLV� FDUDFWHUtVWLFDV� SUHVHQWHV� QDV� DOWHUQDWLYDV� ³E´� D� ³H´� VH� UHIHUHP��
todas, aos tributos. 
 
 
 
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Espécies de Imunidades 
 
Nossa Constituição Federal de 1988 contém em seu texto diversas 
imunidades direcionadas aos mais diversos bens, pessoas ou operações, 
estando espalhadas ao longo do corpo constitucional. 
Entretanto, algumas são de maior relevância em concursos, sendo cobradas 
com frequência pelas bancas organizadoras do Brasil afora. Veremos todas 
elas nessa parte da nossa aula. 
As imunidades presentes na CF/88 podem ser divididas da seguinte maneira: 
™ Imunidade Recíproca �$UWLJR������9,��³D´, da CF/88) 
™ Imunidade Religiosa ou dos Templos religiosos ou dos Templos 
de qualquer culto �$UWLJR������9,��³E´, da CF/88) 
™ Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais de 
trabalhadores, instituições de educação e de assistência social 
�$UWLJR������9,��³F´, da CF/88) 
™ Imunidade cultural �$UWLJR������9,��³G´, da CF/88) 
™ Imunidades Específicas (diversos artigos presentes no texto 
constitucional) 
™ ,PXQLGDGH�0XVLFDO��DUWLJR������9,��³H´��GD�&)���� 
Antes de começar a estudar cada uma das imunidadestributárias, deve ser 
atentado, e conforme você verá mais à frente, que as imunidades tributárias 
podem abranger qualquer espécie de tributo, sejam impostos, taxas ou 
contribuições. Veja como isso é cobrado em prova: 
 
 
 
 
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(Questão 05) Sobre as imunidades tributárias, podemos afirmar que: 
a) não se aplicam às taxas e aos impostos sobre o comércio exterior. 
b) podem ser instituídas por intermédio de lei complementar. 
c) são extensivas às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
vinculados ou não a suas finalidades essenciais. 
d) impossibilitam sejam previstos fatos geradores da obrigação tributária para 
os casos por ela abrangidos. 
e) são hipóteses de não-incidência legalmente qualificada. 
Alternativa a) Incorreta. As imunidades se aplicam tanto às taxas quanto 
aos impostos sobre o comércio exterior. Em relação às taxas, temos a 
imunidade relativa à obtenção de certidões em repartições públicas e quanto 
à celebração do casamento civil (artigo 5º, XXXIV, e 226, §1º, da CF/88, 
respectivamente). 
Quanto ao comércio exterior, temos a imunidade quanto ao imposto de 
importação sobre bens adquiridos por ente políticos, tendo em vista a 
imunidade conferida no texto constitucional. Caso não fiquemos limitados à 
divisão constante no CTN, podemos dizer que, nos impostos sobre o comércio 
exterior, também não incidem o ICMS e o ISS nas operações e prestações que 
destinam bens e serviços ao exterior. Este último (ISS), contudo, depende de 
regulamentação por meio de lei complementar federal. 
Alternativa b) Incorreta. Nem complementar, nem ordinária, nem por 
nenhum normativo infraconstitucional. As imunidades sempre devem estar 
previstas no corpo da CF/88 para serem consideradas como tais. 
Alternativa c) Incorreta. Para que possam vir a usufruir da imunidade 
quanto ao seu patrimônio, rendas ou serviços, essas entidades devem 
vincular esses três elementos às suas atividades essenciais. A desobrigação 
dessa vinculação se observa apenas em relação aos Entes Políticos, 
exclusivamente. 
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Alternativa d) Correta. Caso a proibição de cobrança de tributos esteja 
prevista no texto constitucional, estaremos diante de uma imunidade 
tributária. Nessa, não teremos fato gerador, hipótese de incidência, obrigação 
tributária, lançamento nem crédito tributário, uma vez que a norma 
FRQVWLWXFLRQDO� LPSHGH� WXGR� LVWR�� $� LPXQLGDGH� ³FRUWD� R� PDO� SHOD� UDL] �´� 1D�
isenção, ainda chegam a existir o fato gerador e a obrigação tributária, sendo 
fulminados o lançamento e o crédito tributário, bem como qualquer 
pagamento que pudesse haver. 
Alternativa e) Incorreta. O texto estaria perfeito se não houvesse o termo 
OHJDOPHQWH�� 2� FRUUHWR� VHULD� DSHQDV� D� WURFD� GHOH� SRU� ³FRQVWLWXFLRQDOPHQWH �´�
&RPR� FRPHQWHL� QD� DOWHUQDWLYD� ³E �´� VRPHQWH� D� FRQVWLWXLomR� WUD]� QRUPDV�
imunizantes, nenhum outro normativo mais. Pode até ter os mesmos efeitos 
práticos, como é a isenção, mas não será uma imunidade. 
 
 
Vamos a cada uma das espécies de imunidades! 
 
 
 
 
 
 
 
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Imunidade Recíproca 
 
A primeira imunidade a ser estudada será a recíproca, também chamada de 
imunidade governamental, intergovernamental ou mútua. Essa 
imunidade proíbe a instituição de IMPOSTOS sobre o patrimônio, a rendas e 
os serviços de uma pessoa política sobre os de outra, estando prevista no 
DUWLJR������9,��³D´��GD�&)���� 
³$UW�������6HP�SUHMXt]R�GH�RXWUDV�JDUDQWLDV�DVVHJXUDGDV�DR�
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: (...) 
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros�´�
(Grifos nosso) 
 
 
(Questão 06) Prédio de propriedade da União não pode ser submetido à 
incidência do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, por 
força da: 
a) imunidade tributária objetiva. 
b) isenção tributária. 
c) imunidade tributária recíproca. 
d) isonomia tributária. 
'H� DFRUGR� FRP�R� TXH� SUHVFUHYH� D� DOtQHD� ³D´� GR� LQFLVR� 9,� GR�DUWLJR� ���� GD�
CF/88, é vedada a instituição de impostos sobre o patrimônio da União e dos 
demais entes políticos. O IPTU é um imposto sobre o patrimônio, de 
competência dos municípios e do Distrito Federal, logo, não poderá incidir 
sobre os imóveis da União. Essa proibição, como podemos ver acima, refere-
VH�j�LPXQLGDGH�UHFtSURFD��R�TXH�WRUQD�FRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³F´� 
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A imunidade recíproca pode ser classificada como sendo: 
•!• Subjetiva, uma vez que é direcionada às pessoas políticas ( entes 
federativos das três esferas); 
•!• Incondicionada, já que não é necessário nenhum normativo 
infraconstituciona l para que seja gozada pelo seu beneficiário; 
•!• Ontológicas (ou implícitas), uma vez que configuram afirmações de 
princípios constantes no texto constitucional, sendo consequência direta 
dos princípios constitucionais da capacidade contributiva ( os entes 
políticos não possuem capacidade contributiva, já que seus recursos são 
destinados à realização das atividades do Estado), do princípio 
federativo do Estado ( clausula pétrea da CF/88), da autonomia dos 
Municípios e da supremacia do interesse público sobre o privado. 
Atente bem para o primeiro ponto importante sobre a imunidade recíproca: 
ela alcança apenas os IMPOSTOS, e nenhuma outra espécie tributária, de 
acordo com o que prescreve a CF/88. Muita atenção aos textos das questões, 
uma vez que é comum o elaborador trocar " impostos" por "tributos" e pegar o 
candidato menos atento. Ou tentar confundir estendendo a imunidade às 
taxas, contribuições e outras espécies tributárias. Atenção ! 
Diante disso, é perfeitamente viável a instituição e cobrança, por um 
município brasileiro, de uma taxa de fiscal ização de imóveis cobrada junto aos 
imóveis pertencentes à União e situados no território do respectivo município, 
por exemplo. O mesmo ocorre para uma contribuição de melhoria. 
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IMUNIDADE 
RECÍPROCA 
SOMENTE 
IMPOSTOS 
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Uma vez que o texto constitucional expressamente se refere aos impostos, a 
imunidade recíproca, como falamos, não pode ser estendida às taxas, às 
contribuições de melhoria e às contribuições previdenciárias, por exemplo, 
conforme entendimento adotado no STF: 
³��� A imunidade tributária recíproca não engloba o 
conceito de taxa, porquanto o preceito constitucional 
�DUWLJR� ����� LQFLVR� 9,�� DOtQHD� ³D´�� GD� &RQVWLWXLomR�
Federal) só faz alusão expressa a imposto. (...). 2. As 
taxas cobradas em razão dos serviços públicos de coleta, 
remoção e tratamentoou destinação de lixo ou resíduos 
provenientes de imóveis, desde que dissociadas da cobrança 
de outros serviços públicos de limpeza são constitucionais 
(...). 3. As taxas que, na apuração do montante devido, 
adotem um ou mais elementos que compõem a base de 
cálculo própria de determinado imposto, desde que não se 
verifique identidade integral entre uma base e outra são 
FRQVWLWXFLRQDLV���5(��������$J5�56��GH������������´ 
³,PSRVVLELOLGDGH� GH� WULEXWDomR� SHOD� 0XQLFLSDOLGDGH��
independentemente de encontrarem-se tais bens ocupados 
pela empresa delegatária dos serviços portuários, em face da 
imunidade prevista no art. 150, VI, a, da Constituição 
Federal. Dispositivo, todavia, restrito aos impostos, não 
se estendendo às taxas. Recurso parcialmente provido. 
�5(��������63��GH�������������´ 
³e�GD�MXULVSUXGrQFLD�GR�6XSUHPR�7ULEXQDO�TXH�R�SULQFtSLR�GD�
imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a) - 
ainda que se discuta a sua aplicabilidade a outros tributos, 
que não os impostos - não pode ser invocado na hipótese 
de contribuições previdenciárias. (ADI 2024/DF, de 
�����������´ 
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"1. PASEP. Exigibilidade da contribuição pelas unidades da 
federação, pois a Constituição de 1988 retirou o caráter 
facultativo, bem assim a necessidade de legislação específica, 
para a adesão dos entes estatais ao Programa de Formação 
do Patrimônio do Servidor Público. Precedente do Plenário. 2. 
Imunidade recíproca. Matéria não discutida nas instâncias 
ordinárias. Inovação da lide. Impossibilidade. Inexigibilidade 
do tributo em decorrência de imunidade conferida aos entes 
da federação. Improcedência da pretensão. A imunidade 
tributária diz respeito aos impostos, não alcançando as 
contribuições. (RE 378144 AgR/PR, de 30/11/2004). 
Entretanto, deve-se atentar bem para quais impostos a CF/88 
LITERALMENTE imuniza. Pela interpretação constante no texto da Carta 
Federal, apenas os impostos que incidem sobre o patrimônio, a renda e os 
serviços dos Entes políticos estariam acobertados pela imunidade, dentre os 
quais se incluem os seguintes: IPTU, ITR, IR, ITBI, ISS, IPVA e ITCMD. Por 
sua vez, impostos que incidem sobre a circulação e a produção (ICMS, IPI e 
IOF) e sobre o comércio exterior (II e IE) poderão ser livremente cobrados 
pelos entes políticos quando verificado os fatos geradores. GUARDE BEM 
ISSO! Caso sej a cobrada a literalidade da CF/88, deve ser seguido o que 
consta nesse parágrafo. Caso não, deve ser seguido o que diz o parágrafo 
seguinte. 
Chamada a decidir sobre a abrangência da imunidade, o STF entendeu que 
a imunidade tributária alcança os impostos de maneira geral, sendo 
que a imunidade não está à divisão apresentada no CTN. Nessa linha, 
temos as seguintes decisões: 
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"IMPOSTO - IMUNIDADE RECIPROCA - Imposto sobre 
Operações Financeiras. A norma da alínea "a" do inciso VI do 
artigo 150 da Constituição Federal obstaculiza a incidência 
recíproca de impostos, considerada a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios. Descabe introduzir no 
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preceito, a mercê de interpretação, exceção não 
contemplada, distinguindo os ganhos resultantes de 
RSHUDo}HV�ILQDQFHLUDV���5(��������$J5�35��GH�������������´ 
³(0(17$�� &2167,78&,21$/�� 75,%87È5,2�� ,39$��
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO SEM 
FINS LUCRATIVOS. CF, art. 150, VI, c. SÚMULA 279-STF. I. - 
O acórdão entendeu que a parte agravada faz jus à 
imunidade prevista no art. 150, VI, c, da Constituição a partir 
do exame do conjunto fático-probatório trazido aos autos. 
Incidência, no caso, da Súmula 279-STF. II. - Não há 
invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da 
imunidade, critérios de classificação dos impostos 
adotados por normas infraconstitucionais, mesmo 
porque não é adequado distinguir entre bens e 
patrimônio, dado que este se constitui do conjunto 
daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem 
adquirido, no mercado interno ou externo, integra o 
patrimônio da entidade abrangida pela imunidade. (AI 
�������$J5�0*��GH�������������´ 
³A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da 
Constituição aplica-se às operações de importação de 
bens realizadas por municípios, quando o ente público 
for o importador do bem (identidade entre o 
"contribuinte de direito" e o "contribuinte de fato"). 
Compete ao ente tributante provar que as operações de 
importação desoneradas estão influindo negativamente no 
mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição. 
Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à 
FRQFRUUrQFLD���$,��������$J5�56��GH�������������´ 
 
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O CTN adota a seguinte divisão quanto aos tributos nele presentes: impostos 
sobre o patrimônio, impostos sobre a renda, impostos sobre a produção e a 
circulação e impostos sobre o comércio exterior. O que determina a 
imunidade é simplesmente o fato dessa proibir a incidência de impostos sobre 
o patrimônio, as rendas e os serviços dos Entes políticos, independentemente 
de ser o imposto sobre a propriedade predial urbana ou o imposto de 
importação. Mesmo sendo um tributo sobre o comércio exterior, caso a 
incidência do imposto de importação venha a influir negativamente no 
patrimônio do ente político (no caso da decisão acima, um Município), é 
devida a imunidade recíproca, vez que a abrangência é mais ampla do que a 
divisão constante no CTN, a qual não vincula o legislador constitucional 
originário, e nem o derivado. 
Ainda quanto ao tema, temos as decisões do STF relativas ao fornecimento de 
iluminação pública e à aplicação da imunidade recíproca quando ao ICMS 
devido na operação, dado o que dispõe a Súmula 591 dessa mesma Corte 
federa l. 
Para o STF, a imunidade tributária, quanto ao ICMS, abrange os entes 
políticos apenas quando estes configurarem como contribuintes de direito 
(aquele que é eleito pela norma tributária como contribuinte e com a 
consequente obrigação de recolhimento do tributo devido), e não como 
contribuinte de fato (aquele que, sem constar na norma tributária, 
realmente suporta o ônus da tributação, o encargo econômico, repassado 
pelo contribuinte de direito). Vejamos: 
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"(. . .).1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, 
que me parece juridicamente correta, entende que o 
Município não é contribuinte de direito do ICMS sobre 
serviços de energia elétrica, por isso não se aplica a 
imunidade tributária recíproca Constante na alínea "a" 
do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. {AI 
844401 AgR/Mg, de 22/11/2011)." 
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³(...). I - A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição 
somente se aplica ao imposto incidente diretamente sobre 
serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, ou 
seja, na qualidade de contribuinte de direito. II - O Município 
é contribuinte de fato do ICMS relativo aos bens e serviços, 
portanto, não faz jus a imunidade em questão. (AI 805295 
$J5�0J��GH�������������´ 
³(...). A imunidade tributária recíproca não se aplica ao ente 
públicoquando este é simples adquirente de produto, serviço 
ou operação onerosa realizada com intuito lucrativo 
("contribuinte de fato"). Pretensão do município de exonerar 
as operações de compra de mercadorias e prestação de 
serviços do pagamento de ICMS realizadas em território 
nacional, por equipará-las à "importação doméstica". Os 
precedentes firmados em relação à Empresa Brasileira de 
Correios e Telégrafos - ECT não se aplicam ao contribuinte de 
IDWR���$,��������$J5�56��GH�������������´ 
³6~PXOD� ����� A imunidade ou a isenção tributária do 
comprador não se estende ao produtor, contribuinte do 
imposto sobre produtos industrializados�´ 
Outra importante decisão do STF diz respeito ao INCRA (Instituto Nacional de 
Colonização e Reforma Agrária) no que se refere ao ICMS incidente sobre a 
exploração de unidade agroindustrial. Na decisão, o Supremo entendeu que, 
para essas operações, a entidade seria a contribuinte de direito do imposto 
estadual de circulação, hipótese em que deveria ser aplicada a imunidade 
recíproca. Lembre-se que a corte suprema entendeu que a imunidade pode 
ser estendida a todos os impostos, sem se restringir ao que determina a 
divisão conceitual do CTN. Veja a decisão: 
³(0(17$�,QFUD��,PXQLGDGH�WULEXWiULD��([SORUDomR�GH�XQLGDGH�
agroindustrial. Ausência de configuração de atividade 
econômica capaz de impor o regime tributário próprio das 
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empresas privadas. 1. A atividade exercida pelo Incra, 
autarquia federal, não se enquadra entre aquelas 
sujeitas ao regime tributário próprio das empresas 
privadas, considerando que a eventual exploração de 
unidade agroindustrial, desapropriada, em área de conflito 
social, está no âmbito de sua destinação social em setor 
relevante para a vida nacional. 2. A imunidade tributária 
só deixa de operar quando a natureza jurídica da 
entidade estatal é de exploração de atividade 
econômica���5(��������$J5�3(��GH�������������´ 
 
 
(Questão 07) A imunidade recíproca impede que: 
a) a União cobre Imposto de Renda sobre os juros das aplicações financeiras 
dos Estados e dos Municípios. 
b) o Município cobre a taxa de licenciamento de obra da União. 
c) o Estado cobre contribuição de melhoria em relação a bem do Município 
valorizado em decorrência de obra pública. 
d) o Estado cobre tarifa de água consumida em imóvel da União. 
Conforme vimos acima, a imunidade recíproca abrange exclusivamente os 
impostos, impedindo que um ente político cobre impostos sobre o patrimônio, 
a renda e os serviços dos demais entes políticos. Somente com esse 
FRQKHFLPHQWR� Mi�HUD�SRVVtYHO�H[FOXLU�DV�DOWHUQDWLYDV� ³E´�� ³F´�H� ³G´��XPD�YH]�
que se referem, respectivamente, a taxas, contribuições de melhoria e tarifas 
de água. Somente a alternatiYD�³D´�QRV�IDOD�VREUH�LPSRVWRV��espécie tributaria 
que não pode incidir sobre a renda obtida pelos Estados e Municípios. 
 
 
 
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(Questão 08) Sobre a imunidade constitucional recíproca, que veda a 
instituição e a cobrança de impostos pelos entes tributantes sobre o 
patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros, é incorreto afirmar que: 
a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais 
da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às 
operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção 
do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de 
finalidade, a autoridade fiscal tem o poder dever de constituir o crédito 
tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. 
b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se 
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes. 
c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas 
prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que exercem 
atividade econômica em sentido estrito. 
d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando 
as contribuições. 
e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de 
bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do 
EHP��LGHQWLGDGH�HQWUH�R�µFRQWULEXLQWH�GH�GLUHLWR¶�H�R�µFRQWULEXLQWH�GH�IDWR¶�� 
Alternativa a) Correto. Essa alternativa poderia ter sido considerada 
incorreta, uma vez que a imunidade recíproca, quanto aos entes políticos, não 
está restrita apenas às finalidades essenciais destes, sendo indevida apenas 
nos casos em que o patrimônio, a renda ou o serviço estejam relacionados 
com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento 
de preços ou tarifas pelo usuário. 
A limitação relativa às finalidades essenciais ou delas decorrentes se observa 
apenas em relação às autarquias e às fundações públicas, bem como às 
empresas públicas e às sociedades de economia mista para as quais a 
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imunidade foi estendida, no caso de executarem serviços de prestação 
exclusiva e obrigatória pelo Estado. 
O restante do texto se mostra correto, uma vez que as entidades, ainda que 
imunes, devem se submeter a quaisquer procedimentos de fiscalização por 
parte da Administração tributária, que adotará as medidas necessárias no 
caso de atos que visem a deturpar a benesse concedida pela CF/88. 
Alternativa b) Correta. Foi o que comentamos anteriormente no início da 
DOWHUQDWLYD� ³D �´� GLVSRQGR� TXH� D� LPXQLGDGH� UHFtSURFD� H� VXD� H[WHQVmR� jV�
autarquias abrange apenas o patrimônio, as rendas e os serviços vinculados 
às finalidades essências ou delas decorrentes. Caso não sejam observadas 
essas características, a imunidade tributária recíproca não será observada. 
Alternativa c) Incorreta. A imunidade tributaria recíproca, em relação às 
empresas públicas, abrange apenas aquelas que prestam serviço exclusivo do 
Estado e de prestação obrigatória por este, sem os quais não será devida a 
imunidade. Como exemplo, temos o caso dos Correios, que executa serviço 
exclusivo do Estado (serviço postal) e de prestação obrigatória pela União. O 
mesmo se observa em relação à INFRAERO. Para essas duas empresas 
públicas é devida a imunidade recíproca em relação ao seu patrimônio, suas 
rendas e os seus serviços. 
O SERPRO, empresa pública federal, por exemplo, executa serviços com 
finalidade econômica, regido por normas aplicáveis a empreendimentos 
privados, não sendo devida a imunidade recíproca. 
Alternativa d) Correta. e�H[DWDPHQWH�LVVR�TXH�QRV�GL]�R�DUWLJR������9,��³D �´�
GD�&)�����GLVSRQGR�TXH�³p�YHGDGR�j�8QLmR��DRV�(VWDGRV��DR�'LVWULWR�)HGHUDO�H�
aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos 
RXWURV �´�(VVD�LPXQLGDGH�QmR�VH�DSOLFD�D�RXWUDV�HVSpFLHV�WULEXWiULDV� 
 
 
 
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Alternativa e) Correta. O STF entende que no caso de importação de bens 
pelos Municípios não incide o imposto de importação, uma vez que esse 
também gravaria o patrimônio dessas entidades, indo de encontro ao que 
determina a imunidade recíproca. Um dos argumentos é o de que a 
imunidade não pode ficar restrita à divisão estabelecida pelo CTN (impostos 
sobre o patrimônio e a renda, produção e circulação, comércio exterior e 
especiais). 
O texto constante na alternativa é réplica do que consta, por exemplo, na 
ementa do AI 518405/RS, de 06/04/2010, que assim nos diz: 
³A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da 
Constituição aplica-se às operações de importação de 
bens realizadas por municípios, quando o ente público 
for o importador do bem (identidade entre o 
"contribuinte de direito" e o "contribuinte de fato"). 
Compete ao ente tributante provar que as operações de 
importação desoneradas estão influindo negativamente no 
mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição. 
Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à 
FRQFRUUrQFLD´ 
Vamos agora ao que nos diz a CF/88 e o STF sobre a extensão da imunidade 
às autarquias, às fundações e às demais entidade da administração indireta. 
 
 
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EXTENSÃO DA IMUNIDADE RECÍPROCA 
A imunidade recíproca é extensiva ainda às autarquias e às fundações 
instituídas e mantidas pelos entes políticos no que se refere ao 
patrimônio, rendas e serv iços daquelas. Entretanto, para essas pessoas, 
DIFERENTEMENTE DO QUE CONSTA NA CF/88 PARA AS PESSOAS POLÍTI CAS, 
o patrimônio, a renda e os serviços DEVEM ESTAR VINCULADOS ÀS SUAS 
FINALIDADES ESSENCIAIS OU ÀS DELAS DECORRENTES PARA SEREM 
USUFRUÍDAS. 
A previsão acima consta no § 2º do artigo 150 da CF/88, que assim nos diz : 
"§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às 
autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos 
serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. 
(Questão 09) O princípio constitucional da imunidade recíproca: 
a) não se aplica aos municípios, abrangendo apenas a União, os estados e o 
DF. 
b) aplica-se aos entes políticos que exerçam atividade econômica em 
concorrência com o particular. 
c) não se aplica aos impostos diretos, abrangendo apenas os indiretos. 
d) é extensivo às autarquias e às fundações insti tuídas e mant idas pelo poder 
público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos ser viços, vinculados a 
suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
Questão super literal , que cobrou apenas o conhecimento constante no texto 
do artigo 150, §2º, da CF/ 88, v isto anteriormente. 
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Alternativa a) Falsa. A imunidade se aplica a todos os entes políticos. 
Alternativa b) Falsa. São exatamente as hipóteses em que não é aplicada a 
imunidade. 
Alternativa c) Falsa. A imunidade pode abranger todos os impostos, sejam 
eles diretos ou indiretos. 
Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. 
Esse tema é bastante solicitado em provas de concursos, motivo pelo qual 
deve ser bem assimilado por você. 
IMUNIDADE 
RECÍPROCA 
N 
EXTENSAOA 
AUTARQUIAS E 
N 
FUNDAÇOES 
SOMENTE AO PATRIMÔNIO, 
RENDA OU SERVIÇO 
VINCULADO ÀS FINAUDADES 
ESSENCIAIS OU DELAS 
DECORRENTES. 
Diante do que consta no texto do §2º do artigo 150 da CF/88, temos que a 
imunidade conferida a esses dois entes públicos é CONDICIONADA, uma 
vez que está restrita ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados as suas 
finalidades essenciais ou deles decorrentes. Para os entes políticos, não há 
qualquer restrição quanto a isso, devendo ser observado apenas o 
que consta no §3º do mesmo artigo constitucional. 
Assim, por exemplo, quanto ao patrimônio de autarquias e fundações não 
util izados na execução de suas fina lidades essenciais, serão normalmente 
cobrados impostos sobre o patrimônio, como o IPTU ou o ITR. O mesmo se 
aplica em relação às suas rendas e aos seus serviços . 
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"Terrenos baldios sem vinculação às finalidades essenciais da 
entidade afastam a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da 
Constituição Federal. (RE 375715 ED/DF, de 31/08/2010)." 
Veja ainda o que diz o STF sobre a imunidade recíproca em re lação à OAB 
(Ordem dos Advogados do Brasi l) : 
"1. A imunidade tributária gozada pela Ordem dos 
Advogados do Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI, 
a da Constituição), na medida em que a OAB desempenha 
atividade própria de Estado ( defesa da Constituição, da 
ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos 
humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle 
disciplinar dos advogados). 2. A imunidade tributária 
recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da 
entidade protegida. O reconhecimento da imunidade 
tributária às operações financeiras não impede a autoridade 
fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela 
entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a 
autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito 
tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. 
Natureza plenamente vinculada do lançamento tributário, que 
não admite excesso de carga. Agravo regimental ao qual se 
nega provimento. (RE 259976 AgR/RS, de 23/03/201Y' 
Como já havíamos comentado anteriormente, a extensão da imunidade dos 
entes políticos às autarquias e às fundações por eles mantidas não é 
extensiva ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com 
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis 
a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou 
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente 
comprador da obrigação de pagar imposto re lativamente ao bem imóvel. 
Essa previsão consta no §3º do artigo 150 da CF/88, que assim nos diz: 
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"§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior 
não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
relacionados com exploração de atividades econômicas 
regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos 
privados, ou em que haia contraprestação ou 
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem 
exonera o promitente comprador da obrigação de pagar 
imposto relativamente ao bem imóvel. " (Grifos nosso) 
Essa norma constitucional é de grande importância para concursos, uma vez 
que, a partir dela, a imunidade recíproca foi estendida a algumas 
empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de 
serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
Vejamos ! 
Em regra, todas as empresas públicas e as sociedades de economia mista 
estão excluídas da imunidade recíproca, uma vez que exploram atividade 
econômica no mesmo pé de igualdade com as demais empresas. 
Exonerá-las da tributação quanto aos impostos, assim como acontece para os 
entes políticos, autarquias e fundações, seria estabelecer uma forma de 
concorrência desleal com as demais empresas. Logo, regra geral, todas as 
empresas públicas e sociedades de economia mista estão sujeitas ao 
pagamento de impostos. 
EMPRESAS 
PÚBLICAS E 
SOCIEDADES DE 
ECONOMIA M ISTA 
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REGRAGERAL 
EXCEçÃO 
NÃO SE APLICA A 
IMUNIDADE 
RECÍPROCA 
PRESTA DORAS DE SERVIÇOS 
PÚBLICOS DE PRESTAçÃO 
EXCLUSIVA E OBRIGATÓRIA 
PELO ESTADO 
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Veja o que nos diz o artigo 173 da CF/88 quanto a essas entidades e à sua 
sujeição ao regime jurídico e às obrigações das demais empresas: 
"Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, 
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só 
será permitida quando necessária aos imperativos da 
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, 
conforme definidos em lei. 
§ 1 o A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa 
pública, da sociedade de economia mista e de suas 
subsidiárias que explorem atividade econômica de 
produção ou comercialização de bens ou de prestação de 
serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e 
pela sociedade; 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas 
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações 
civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (. . .) 
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de 
economia mista não poderão gozar de privilégios 
fiscais não extensivos às do setor privado. H (Grifos 
nosso) 
Ainda quanto ao tema, veja a seguinte decisão do STF: 
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"EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EMPRESA BAIANA DE 
DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA. EMPRESA PÚBLICA QUE NÃO 
EXPLORA ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO ESTRITO. O 
Supremo fixou entendimento no sentido de que as 
empresas prestadoras de serviço públicos que não 
exercem atividade econômica em sentido estrito, 
sujeitam-se ao regime jurídico das empresas publicas, 
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inclusive quanto às obrigações trabalhistas e 
tributárias. Precedentes. (RE 433666 AgR/BA, de 
������������´ 
Acontece que algumas empresas públicas e sociedades de economia mista, 
diante de suas peculiaridades, prestam serviços de prestação obrigatória pelo 
Estado, além de fazê-los de forma também exclusiva. 
Exemplo disso é o serviço postal, prestado pela Empresa Brasileira de 
Correios e Telégrafos (ECT), conforme o artigo 21, X, da CF/88. Assim, 
nenhuma outra empresa poderá prestar o mesmo serviço, apenas o Estado. 
Ademais, esse serviço é de prestação obrigatória pela União, não sendo 
facultada a esta a escolha pela prestação ou não do serviço. 
A ECT foi a primeira entidade de direito privado pertencente à administração 
pública indireta a que o STF reconheceu a imunidade recíproca em razão da 
prestação de serviço público obrigatório e exclusivo do Estado. 
Na ocasião, o STF separou as empresas públicas prestadoras de serviços 
públicos das empresas públicas que se configuram como instrumento de 
participação do Estado na economia (não acobertadas pelo manto da 
imunidade). As decisões sobre o tema nos dizem o seguinte: 
³(0(17$�7ULEXWiULR�� ,PXQLGDGH� UHFtSURFD�� $UW�� ����� 9,�� �D���
da Constituição Federal. Extensão. Empresa pública 
prestadora de serviço público. Precedentes da Suprema 
Corte. 1. Já assentou a Suprema Corte que a norma do art. 
150, VI, "a", da Constituição Federal alcança as empresas 
públicas prestadoras de serviço público, como é o caso da 
autora (ECT), que não se confunde com as empresas públicas 
que exercem atividade econômica em sentido estrito. Com 
isso, impõe-se o reconhecimento da imunidade tributária 
prevista no art. 150, VI, a da Constituição Federal. (ACO 959 
51��GH�������������´ 
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³(0(17$�� &2167,78&,21$/�� 75,%87È5,2�� (035(6$�
BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS: IMUNIDADE 
TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA 
PÚBLICA QUE EXERCE ATIVIDADE ECONÔMICA E EMPRESA 
PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO: DISTINÇÃO. I. 
- As empresas públicas prestadoras de serviço público 
distinguem-se das que exercem atividade econômica. A 
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é 
prestadora de serviço público de prestação obrigatória 
e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida 
pela imunidade tributária recíproca: C.F., art. 150, VI, a. 
,,���5(��������$J5�56��GH�������������´ 
Quanto à ECT, temos ainda decisão sobre a extensão da imunidade recíproca 
também em relação aos veículos automotores da entidade, que ficam imunes 
ao IPVA estadual ou distrital: 
³(0(17$�$*5$92�5(*,0(17$/��'(&,6­2�48(�5(&21+(8�$�
INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO DE RECOLHIMENTO DO IPVA. 
IMUNIDADE RECÍPROCA. EMPRESA BRASILEIRA DE 
CORREIOS E TELÉGRAFOS (ECT) (...) 3. A concessão de 
imunidade tributária à Empresa Brasileira de Correios e 
Telégrafos é matéria que resta amplamente difundida nesta 
Corte, entendimento esse que foi reafirmado na ACO nº 
789/PI, ocasião em que restou assentada a presença da 
regra de imunidade recíproca a afastar a incidência do 
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores 
(IPVA) sobre os veículos de propriedade da agravada, 
independentemente da natureza da atividade 
desempenhada, se serviço público ou atividade de 
cunho privado���$&2�����$J5���6(��GH�������������´ 
 
 
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(Questão 10) A chamada "imunidade recíproca" que veda à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre 
patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, também é extensiva às: 
a) autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no 
que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas 
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
b) sociedades de economia mista e às empresas públicas em qualquer 
hipótese de serviço praticado. 
c) fundações mantidas pela iniciativa privada, sem fins lucrativos, abrangendo 
não só o seu patrimônio, renda ou serviços, mas também todos os fatos que 
não estejam vinculados a sua atividade fim. 
d) pessoas que compõem a Administração Pública Indireta no que se refere 
exclusivamente ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com a 
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados. 
e) concessionárias de serviço público no que se refere ao patrimônio, à renda 
e aos serviços relacionados com a exploração de sua atividade econômica. 
A extensão da imunidade recíproca conferida aos Entes Políticos foi concedida 
aos seguintes entes: 
¾ Autarquias e fundações públicas, quanto ao patrimônio, às rendas e aos 
serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes, 
conforme previsão expressa na CF/88 (artigo 150, §2º); 
¾ Partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem 
fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, quanto ao patrimônio, às 
rendas e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas 
GHFRUUHQWHV��DUWLJR������9,��³F �´�H�§4º); 
 
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