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Aula 04 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 AULA 04 SUMARIO PAGINA Apresentação Inicial 01 Leqislação Tributária 03 Constituição Federal de 1988 13 Emendas Constitucionais 14 Lei Complementar 17 Lei Ordinária 29 Tratados. acordos e Convencões Internacionais 32 Lei Deleaada 43 Medida Provisória 46 Decreto Legislativo 50 Decretos do Poder Executivo 52 Resolução do Senado Federal 55 Convênios 59 Normas Complementares 72 Questões Propostas 79 Gabaritos 138 Olá, amigo concurseiro e futuro servidor! Chegamos à quarta aula do nosso curso de direito tributário para o concurso de Auditor de Tributos Municipal (ATM} da Prefeitura de Goiânia. Na aula de hoje iremos tratar do seguinte tema: • Legislação Tributária. A legislação tributária é mais um entre os temas preferidos pelas bancas organizadoras de concursos, que geralmente costumam abordar o tema em suas provas de direito tributário. Nessa aula iremos conhecer as espécies normativas que regulam o direito tributário, sua competência, campo de aplicação, entre outros. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 1 de 138 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 138 Nossa aula será composta por uma série de questões comentadas de provas passadas, para aprofundar ainda mais o conhecimento proposto na aula. Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso fórum de dúvidas, para que não ocorram atrasos nos seus estudos. Seguem ainda os meus dois e-mails: aluisioalneto@gmail.com www.facebook.com/aluisioalneto www.facebook.com/prosatributaria Boa sorte! E bons estudos! Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Legislação Tributária Nessa aula iremos estudar as fontes formais do direito tributário no ordenamento jurídico naciona l, que englobam todas as normas jurídicas relativas a esse ramo do direito. O conceito de legislação tributária abarca desde a própria CF/88, a lei das leis, até os atos administrativos expedidos pelas autoridades competentes do Poder Executivo. O conceito "legislação tributária" tem abrangência bem ampla, como comentei anteriormente. Sua abrangência formal é delineada principalmente no artigo 96 do CTN, que assim nos diz: "Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes." (Grifos nosso) Junto a essas espécies normativas previstas no CTN, as chamadas normas infraconstitucionais e infralegais, temos ainda as normas constitucionais, elaboradas tanto pelo legislador originário quanto pelo derivado. A CF/88, juntamente com as normas infraconstitucionais e infralegais, constituem-se no que chamamos de FONTES FORMAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO. LEGISLAçÃO TRIBUTÁRIA Prof. Aluísio Neto DA CONSTITUlçÃO TUDO ATOS INFRALEGAIS www .estrategiaconcursos.com.br 3 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Observe o que nos diz o artigo 2º do CTN, que faz referência ao sistema tributário naciona l à época da sua promulgação, contudo, perfeitamente vá lido ao atual ordenamento tributário instituído pela CF/88, com as devidas adaptações, claro: "Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965, em leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais. H (Grifos nosso) Assim, o conceito de legislação tributária abrange tanto as espécies contidas no artigo 96 quanto no artigo 2º, ambos do CTN. A abrangência prevista no artigo 96 do CTN, contudo, não é exaustiva, contemplando todas as espécies normativas capazes de introduzir normas jurídicas relativas ao direito tributá rio, versando sobre tributos e relações jurídicas a eles concernentes, ainda gue total ou parcialmente. Logo, o conteúdo do artigo 96 é apenas EXEMPLIFICATIVO, podendo ser alargado pelo legislador. Guarde bem isso, caro aluno. Vez ou outra surge uma questão sobre isso que acabamos de comentar. Entretanto, é importante termos em mente que os conceitos de legislação tributária e de lei tributária são diferentes, sendo assim tratados no corpo do próprio CTN. Embora essa definição, a de lei em sentido estrito, esteja contida no conceito daquela. A expressão legislação tributária, como falamos, é bem ampla, incluindo, além da própria lei tributária em sentido estrito, diversas espécies normativas de caráter constitucional, infraconstitucional (leis ordinárias, complementares, medidas provisórias, resoluções do Senado Federa l, entre outras) e até mesmo infra lega l ( decretos, resoluções, instruções normativas, entre outros). A legislação tributária, assim, compreende o conceito lato de lei . Esse conceito está presente no artigo 96 do CTN, visto anteriormente. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 4 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Por sua vez, a expressão lei tributária é bem mais restrita , englobando, regra geral, apenas os atos expedidos pelo poder legislativo. Podem ainda ser expedidas pelo Poder Executivo, mas apenas nos casos expressamente previstos na CF/88, como as medidas provisórias e as leis delegadas, as quais veremos mais adiante. Assim, em regra, a lei tributária é derivada da ação do poder legislativo, exceto nos dois casos que comentei. Legislação Tributária (leis em sentido estrito, tratados internacionais, decretos, normas complementares, entre outras) A lei tributária visa regular situações e atos em que a proteção do contribuinte deve ser bem delineada. Em razão disso, a instituição de tributos, por exemplo, deverá ser sempre precedida de lei em sentido estrito (lei ordinária, lei complementar, lei delegada ou medida provisória ) . Outros temas relevantes quanto ao direito tributário também estão acobertados pelo manto da reserva legal quanto à sua regulação, previstos no artigo 97 do CTN. São temas em que a atividade do poder legislativo, regra geral, deve sempre ser observada. Seu texto é o seguinte: Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 5 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 "Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a tichHfflf.!f•i•t#iffl®l•fi ou a sua fiihl@ffl; II - a fllb11it$f•i•&lffi®f•fi, ou sua ffJ,,,&f:i ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definição do fato gerado da obrigação tributária rõrincipa~. ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;(a instituição e a regulação do fato gerador da obrigação tributária acessória não necessitam de lei em sentido estrito, podendo ser regulado por ato infralegal) IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de t'tff.ú)ffl. ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65· f V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hi óteses de exclusão, sus ensão e extin ão créditos tributários, ou de /.§J@fdtttt&l" (Grifos nosso) dispensa ou redução de de É fundamental que você memorize todas as situações em vermelho! Muita questão de prova de concurso vai pedir o que contém apenas nesses seis incisos que coloquei em vermelho. Decorou? Vamos em frente! As fontes formais do direito tributário podem ser divididas em duas espécies: fontes formais primárias e fontes formais secundárias. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 6 de 138 FONTES FORMAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 PRIMÁRIAS SECUNDÁRIAS As fontes primárias (ou atos normativos primários} têm seu fundamento de val idade retirado direta e imediatamente do texto da CF/88, possuindo o poder de inovar (inaugurar) no mundo jurídico tributário, compreendendo as seguintes espécies normativas : • As próprias normas constitucionais, bem como as emendas ao texto da Carta Magna (Emendas Constitucionais); • Leis Complementares; • Leis Ordinárias; • Leis Delegadas; • Medidas Provisórias; • Decretos Legislativos; • Resoluções do Senado Federal; • Convênios do ICMS; • Tratado e Convenções Internacionais ratificados por meio de Decretos Legislativos expedidos pelo Congresso Nacional. A enumeração acima, contudo, não é necessariamente hierarquizada, sendo apenas de ordem enumerativa ! Cada uma delas possui características e normatização próprias, regulando muitas vezes temas específicos, como as leis complementares e as resoluções do Senado, por exemplo . Logo adiante estudaremos cada uma delas. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 7 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Já as fontes secundárias {ou atos normativos secundários} do direito tributário retiram seu fundamento de validade das fontes primárias, sendo subordinadas a estes. Assim, estão indireta e mediatamente autorizados pela CF/ 88, uma vez que não podem inovar no mundo jurídico, regulando apenas o conteúdo presente nas leis e nos demais atos primários que fundamentam a sua edição. Desse modo, são fontes secundárias do direito tributário nacional : • Decretos; • Normas complementares previstas no artigo 100 do CTN. Por sua vez, o artigo 100 do CTN possui a seguinte redação, cujo conteúdo dos seus incisos iremos estudar mais adiante: "Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios." LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA . FONTES PRIMARIAS FONTES SECUNDÁRIAS Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 8 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 As fontes formais podem ainda ser divididas em duas classificações: fontes formais principais e fontes formais acessórias <subsidiárias ou complementares}. A primeira classificação abrange as leis tributárias, os tratados e convenções internacionais e os decretos. Por sua vez, as fontes formais secundárias abrangem apenas as espécies previstas no artigo 100 do CTN, enumeradas acima. FONTES FORMAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO PRINCIPAIS PRIMÁRIAS ACESSÓRIAS SECUNDÁRIAS As fontes formais podem ser subdivididas ainda em fontes principais e fontes acessórias. As fontes acessórias compreendem os atos normativos presentes no artigo 100 do CTN, enquanto as fontes principais os demais normativos (normas constitucionais, leis ordinárias, leis complementares, decretos, convênios do CONFAZ, resoluções do Senado Federal, decretos legislativos, tratados internacionais, medidas provisórias e leis delegadas). Além das chamadas fontes formais, temos ainda as fontes reais e as fontes não-formais, comumente adotados pela doutrina brasileira. As fontes reais (ou materiais) são os acontecimentos observados no mundo dos fatos, capazes de dar origem a relações tributárias. Por exemplo, o ato de fazer circu lar mercadorias, hipótese de incidência do I CMS estadual. São os chamados fatos geradores in concreto, ou fato imponível. Por fim, as chamadas fontes não formais se referem à doutrina e à jurisprudência. Aquela, oriunda dos estudiosos do direito tributário. Esta, emanada do poder judiciário ao proferir suas decisões. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 9 de 138 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 138 Vamos agora ao estudo de cada uma das espécies normativas capazes de regular o direito tributário nacional, começando pela fonte primária inicial e fundamento de validade todo o ordenamento jurídico nacional: a Constituição Federal de 1988. Em seguida estudaremos as demais espécies, as quais são as seguintes:  Emendas constitucionais;  Leis Complementares;  Leis Ordinárias;  Leis Delegadas;  Medidas Provisórias;  Tratados Internacionais;  Decretos Legislativos;  Resoluções;  Convênios;  Decretos;  Normas Complementares. ³$QWHV� GH� VHJXLU� HP� IUHQWH�� XPD� REVHUYDomR� TXH� IL]� PH� GHL[RX� HQFXFDGR�� professor: os convênios previstos no artigo 100, IV, do CTN e os convênios ICMS têm a mesma natureza. Mas por que o primeiro é considerado ato QRUPDWLYR�VHFXQGiULR�H�R�VHJXQGR�XP�DWR�QRUPDWLYR�SULPiULR"´ Eles não possuem a mesma natureza. Como veremos mais à frente, os convênios do ICMS têm a mesma força hierárquica que uma lei editada pelo poder legislativo, somente podendo ser alterado com a edição de outro convênio de mesma natureza, diferentemente dos convênios previstos no CTN, que possuem natureza infralegal, ou seja, estão abaixo das leis que os dão validade. Veremos eles com detalhes mais à frente. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 138 (Questão 01) São matérias submetidas à reserva legal, exceto: a) a instituição de tributos ou a sua extinção. E��D�¿[DomR�GD�EDVH�GH�FiOFXOR�H�GD�DOtTXRWD�GR�WULEXWR�� F��D�GH¿QLomR�GD�KLSyWHVH�GH�LQFLGrQFLD�GD�REULJDomR�WULEXWiULD�SULQFLSDO��EHP� como de seu sujeito passivo. d) a cominação de penalidades ou a sua dispensa ou redução. e) as hipóteses de exclusão e suspensão de créditos tributários, bem como a GH¿QLomR�GH�REULJDo}HV�DFHVVyULDV� As matérias submetidas a reserva legal, ou seja, que somente podem ser disciplinadas por meio de lei em sentido estrito, estão contidas no artigo 97 do CTN, que assim nos diz em seu texto: ³$UW������6RPHQWH�D�OHL�SRGH�HVWDEHOHFHU� I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo AulasTeoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 138 V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos WULEXWiULRV��RX�GH�GLVSHQVD�RX�UHGXomR�GH�SHQDOLGDGHV�´ Assim, a definição de obrigações acessórias não está submetida à reserva legal, podendo ser disciplinada por meio de atos infralegais, como, por exemplo, decretos e instruções normativas. Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão. Vamos em frente! Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 138 Constituição Federal de 1988 A CF/88 é o topo da pirâmide hierárquica normativa nacional, da qual as demais normas retiram seu fundamento de validade, inclusive as próprias emendas ao seu texto. Somente por meio de emendas constitucionais as normas contidas na CF/88 podem ser alteradas, e ainda assim observando o rito estabelecido em seu texto. A Carta Federal é também conhecida como a lei das leis, estando acima de qualquer outra emanada pelos órgãos competentes para a edição de normas jurídicas. Toda e qualquer lei deve estar em consonância com o que dispõe a CF/88, diferente do qual deverá aquela ser declarada inconstitucional (para as normas a ela contemporâneas) ou não recepcionada (quanto às normas a ela anteriores). Quanto ao direito tributário, o legislador constituinte originário dedicou, principalmente, o Capitulo I (Do Sistema Tributário Nacional) do Título VI (Da Tributação e do Orçamento) à normatização dos preceitos constitucionais tributários, previstos nos artigos 145 a 162 do texto da CF/88. Entre os principais comandos, temos as chamadas limitações constitucionais ao poder de tributar, previstas nos artigo 150 a 152, e a repartição das competências tributárias atribuídas a cada um dos Entes Políticos. Os princípios gerais do sistema tributário nacional estão tratados nos artigos 145 a 149-A, enquanto os tributos presentes na competência tributária de cada ente político estão delineados nos artigos 153 a 156 da CF/88. Por outro lado, temos os artigos 157 a 162, que tratam da repartição das receitas tributárias, tema diretamente relacionado ao direito financeiro, e não ao tributário, muito embora constante nas disposições da CF/88 relativas ao sistema tributário nacional. Assim, esses artigos não tratam especificamente de normas tributárias, mas são cobrados nessa disciplina em razão de sua localização no texto constitucional (inserido entre as disposições constantes QR�LWHP�³'R�6LVWHPD�7ULEXWiULR�1DFLRQDO´�� Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Em tema de direito tributário, a CF/88 não possui muito o que falar dela especificamente, cabendo a um curso de direito constitucional o estudo dos seus detalhes, v istos de maneira geral. O estudo pormenorizado dos artigos e temas presentes nos artigos da CF/88 é estudado separadamente em outros temas, como os impostos federais, os princípios constitucionais e as imunidades, por exemplo. Já tem um bom livro de constitucional, não é? Vamos em frente! Emendas Constitucionais As emendas constitucionais são os normativos aptos a alterar o texto original elaborado pelo legislador constituinte originário, bem como os dispositivos já alterados anteriormente pelo legislador constitucional derivado. Esses são os normativos que alteram a CF/88 para que seja possível sua adaptação aos acontecimentos sociais, acompanhando a evolução da sociedade à qual pertence o Texto Magno. O texto das emendas constitucionais, ao serem aprovados e incorporados ao texto da Carta Magna, passa a ter a mesma força normativa e hierarquia do texto constitucional pré-existente, sem qualquer subordinação, estando todos os normativos no mesmo pé de igualdade. A aprovação de uma emenda ao texto constitucional deve seguir o que determina o artigo 60 da CF/88, sendo real izada pelo poder constituinte derivado (ou reformador). Por sua vez, esse poder estará limitado pelas chamadas limitações constitucionais ao poder de tributar, podendo estas ser implícitas ou expressas. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 14 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Os detalhes re lativos às limitações constitucionais ao poder reformador, bem como as regras para a edição de uma emenda constituciona l, são exaustivamente vistos num curso de direito constitucional, diante do que entraremos em detalhes apenas quanto aos temas tributários. Antes de prosseguir, quanto à CF/88 e às emendas constitucionais, esta possui as seguintes características básicas: i É rígida, somente podendo ser alterada caso atendidos os requisitos formais e materiais presentes em seu texto e fixados pelo legislador constitucional originário, em especial o quorum qualificado de aprovação de emendas ao seu texto, não podendo esses requisitos ser abolidos ou suprimidos pelo legislador constituinte derivado. a. Possuem limitações circunstanciais, materiais e formais para que seu texto venha a ser alterado. i Tanto os princípios como as imunidades se constituem em cláusulas pétreas. ~ O STF não aceita a tese da constitucional idade superveniente de norma tributária inconstitucional, ou seja, em razão de uma emenda constitucional perfeitamente vál ida e em vigência, determinada norma legal, considera inconstitucional antes da publicação da referida emenda, tornar-se perfeitamente constitucional com esta publicação. No direito tributário, bem como nos demais ramos do direito, temos na CF/88 as chamadas cláusulas pétreas, as quais não poderão ser suprimidas ou reduzidas por ação do poder reformador (por meio da edição de uma emenda constitucional), especialmente no que se refere ao direito tributário, tendo em vista as várias garantias conferidas aos sujeitos passivos ao longo do texto constituciona l. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 15 de 138 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 138 Dentre as várias clausulas pétreas previstas no texto constitucional, temos o princípio da anterioridade, proclamado como uma garantia individual dos contribuintes, insuscetível de abolição ou redução por emenda constitucional, conforme entendimento do STF. Nessa mesma linha, mas dessa vez voltado às pessoas jurídicas de direito público, temos a denominada imunidade recíproca, mais um clausula pétrea de natureza tributária. De outro modo, a supressão de um tributo pode ser perfeitamente válida por meio de emenda constitucional, desde que não haja violação ao que determina o artigo 60, §4º, I, da CF/88 e à autonomia financeira dos entes políticos. Esse normativo constitucional determina que nenhuma emenda constitucional será objeto de deliberação caso seja tendente, entre outros casos, a abolir a forma federativa do Estado (Estado Federativo). Assim, determinado tributo poder ser perfeitamente extinto, desde que isso não venha a interferir na autonomia do ente político de modo a arranhar e violar o regime federativo do Estado brasileiro.Como exemplo, temos a extinção, pela emenda constitucional nº 03/93, de dois tributos previstos, respectivamente na competência dos Estados e do Distrito Federal (Adicional ao Imposto sobre a Renda - AIR) e dos Municípios (Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos ± IVVC). Tal supressão foi perfeitamente válida, uma vez que não prejudicou as finanças dos entes políticos citados, preservando a autonomia financeira destes. Vamos em frente, com um dos temas mais importantes da aula de hoje: as leis complementares! Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Lei complementar A Lei complementar é o instrumento legislativo apto a disciplinar matérias constitucionais às quais o legislador constitucional atribuiu importância maior do que aos demais temas tratados normalmente nas duas Casas Legislativas Federais e no Congresso Nacional, sendo uma das espécies normativas presentes entre os atos capazes de disciplinar a legislação tributária. As leis complementares possuem um rito de aprovação bem mais ríg ido e dificultoso do que o previsto para a aprovação das leis ordinárias, as quais tratam das demais matérias não submetidas a lei complementar ou a atos privativos do Senado Federal, da Câmara do Deputados e do Congresso Nacional. Sendo mais difícil sua aprovação, é mais difícil também a sua alteração, uma vez que somente poderá ser alterada por outra lei complementar expedida sobre o mesmo rito da anterior. A lei complementar está regulada especificamente no artigo 69 da Carta Federal, que possui o seguinte texto: "Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta." Assim, somente pela maioria absoluta dos parlamentares pertencentes à casa Legislativa é que poderá ser aprovada uma lei complementar. "Certo, professor. Mas explique o que é maioria absoluta, por favor." Boa pergunta. Essa maioria absoluta a que se refere a CF/88 é relativa aos total dos integrantes da Casa onde esteja sendo votada, diferentemente das leis ordinárias, que requer apenas a maioria dos presentes à seção, a chamada maioria simples, e desde que presentes a maioria dos seus membros para que se tenha o quorum mínimo. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 17 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Assim, se determinada casa legislativa possui 150 membros, será necessário o voto da metade deles mais um, ou seja, 76 membros (150/2 + 1) . Para a maioria simples, caso estejam presentes apenas 80 membros na Casa Legislativa, será necessário o voto a favor de apenas 41 deles. O número de parlamentares é o único requisito FORMAL que marca a diferença entre a lei ordinária e a lei complementar. Por sua vez, sob o aspecto material, as leis complementares, como comentei, regulam matérias determinadas, especificas, complementando o que determina o texto da CF/88. Em geral, são temas que requerem um maior debate e consenso antes de serem publicadas e surtirem efeitos junto aos cidadãos e, em matéria de direito tributário, aos sujeitos passivos. A CF/88 expressamente determina quais temas serão regulados por meio de lei complementar, não podendo ser feito por nenhum outro instrumento normativo. ~ lei comP-lementar somente será utilizada uando a CF /.88, expressamente, dis orem seu texto. Assim, um tema que esteja previsto na CF/88 como sujeito à regulação por lei complementar somente por esta poderá ser regulado, sendo inválida qualquer lei ordinária que disponha sobre esses temas. Logo, a diferença MATERIAL entre esta e a lei complementar está na especificidade dos temas a serem t ratado por lei complementar. Caso se utilize lei complementar para regular uma tema não presente na CF/88 como a ela destinado, formalmente a lei será complementar, sendo, entretanto, materialmente ordinária, podendo ser alterada ou revogada por outra espécie normativa de mesma natureza ( lei ordinária ou medida provisória). Um bom exemplo é a lei complementar nº 70, de 1990, que regula a contribuição para o financiamento da segu ridade social (COFINS), de competência da União. Uma vez que a CF/88 não determinou em seu texto a necessidade de util ização de lei complementar para criar e regu lar esse tributo, a lei, embora formalmente complementar, é materialmente ordinária , podendo ser alterada por outra lei ordinária . Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 18 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 As leis complementares são destinadas a disciplinar temas de âmbito naciona l, a serem observados uniformemente por todos os Entes federativos, como é o caso da Lei complementar federal nº 116/2003, que regula as normas gerais relativas ao ISS, imposto de competência dos municípios e do Distrito Federal, e da lei complementar federal nº 123/2006, que regula o SIMPLES nacional, estabelecendo regras nacionais quanto ao tratamento favorecido e diferenciado a ser dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte, pelas quatro esferas da Federação. FORMAIS ) QUORUM DE APROVAçÃO DIFERENÇAS: LEI COMPLEMENTAR X LEI ORDINÁRIA ) MATÉRIA A SER MATERIAIS REGULADA A CF/88 veicula várias matérias para as quais a sua regulação exige a edição de lei complementar. Entretanto, veremos apenas aquelas diretamente relacionadas ao direito tributário. Começaremos pela mais famosa delas, contida nos artigos 146 e 146-A da CF/ 88 (SE VOCÊ SOUBESSE O QUANTO DE QUESTÕES QUE EXISTEM NO MUNDO FEITAS SOMENTE COM ESSE ARTIGO, ... O que acha de memorizar isso ai do mesmo jeito que fez com o seu nome?): Prof. Aluísio Neto "Art. 146. Cabe à lei complementa I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; www .estrategiaconcursos.com.br 19 de 138 Prof. Aluísio Neto Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (SIMPLES Nacional), observado que: I - será opcional para o contribuinte; II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distr ibuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;" www .estrategiaconcursos.com.br 20 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadaspelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo" (Grifos nosso) Atualmente a lei que regula o previsto no inciso III do artigo 146 é o Código Tributário Nacional, a lei de normas gerais tributárias, recepcionado com status de lei complementar pelo ordenamento jurídico que se instaurou em 1988, uma vez que foi editada sob a égide de constituição pretérita (de 1946) com status formal de lei ordinária. O CTN regulou especialmente o que determinam as alíneas "a" e "b", enquanto que o previsto na alínea "d" foi disciplinado pela lei complementar nº 123/2006, com o surgimento do atual SIMPLES NACIONAL. Diante do seu novo status, somente uma lei complementar (ou outra norma de hierarquia superior) poderá alterar (incluir ou revogar artigos) ou regular o que consta no texto do CTN. Diante disso, e tendo em vista o que dispõe o artigo 146, III, "b", da CF/88, que confere à lei complementar o poder de estabelecer normas gerais relativas à prescrição e à decadência tributárias, o STF editou a seguinte Súmula Vinculante: "São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 50 do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário." Essas leis ordinárias, ao versarem sobre prescnçao e decadência, feriram o disposit ivo constituciona l de atribuição de competência legislativa à lei complementar federa l, uma vez que esses temas somente podem ser regu lados por lei complementar editada pela União . Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 21 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Outros temas importantes a serem discipl inados em lei complementar, além dos previstos nos artigo 146 e 146-A, são os relativos aos tributos que somente podem ser instituídos por meio de lei complementar (GUARDE BEM ESSA ÓTIMA MATÉRIA-PRIMA PARA QUESTÃO DE PROVA!) : :> Imposto sobre grandes fortunas (artigo 153, VII) "Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (. . .) VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar." :> Impostos residuais, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cá lculo já previstos na CF/88 (artigo 154, I ); "Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; (. . .)" :> Empréstimos Compulsórios, em suas duas acepções previstas no texto da CF/88 (Artigo 148, I e II); Prof. Aluísio Neto "Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b 11• Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. " www .estrategiaconcursos.com.br 22 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 :> Contribuições Sociais residuais, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cá lcu lo já previstos na CF/88 (artigo 195, §4º) . "Art. 195. (. . .) § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I." Por sua vez, diversas disposições relativas aos tributos previstos na CF/88 devem ser reguladas por meio de leis complementares federais, quais sejam: :> Quanto ao 155, será a lei complementar de normais gerais sobre o imposto que definirá os serviços a serem tributados pelo imposto municipal, bem como a fixação de suas alíquotas mínimas e máximas, as isenções heterônimas quanto à exportação de serviços para o exterior e as condições para concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais relativos ao imposto (artigo 156, III e §3º, Ia III); Prof. Aluísio Neto "Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: ( .. .) III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. ( .. .) ( .. .) § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados." www .estrategiaconcursos.com.br 23 de 138 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 138  Quanto ao ITCMD, fixar os critérios de competência dos Estados ou do Distrito Federal quanto à cobrança do imposto nos casos de doadores ou de De Cujus residentes ou domiciliados no exterior, definindo o ente estadual competente para cobrar o imposto (artigo 155, §1º, III); ´ Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (...) § 1.º O imposto previsto no inciso I: (...) III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado RX�WHYH�R�VHX�LQYHQWiULR�SURFHVVDGR�QR�H[WHULRU�������´  Quanto ao ICMS, definir a lei de normas gerais (atualmente a famosa Lei Kandir ± LC nº 87/1996), à qual caberá dispor, entre outros temas, quanto aos contribuintes, à substituição tributária, à exclusão da incidência do imposto na exportação de serviços para o exterior e à regulação da forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados (artigo 155, §2º, XII); ´ Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (...) § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 138 XII - cabe à lei complementar: a) definir seus contribuintes; b) dispor sobre substituição tributária; c) disciplinar o regime de compensação do imposto; d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a"; f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; g) regular a forma como, mediantedeliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.´ Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 138  Quanto às contribuições sociais, fixar limites de valor para a concessão de remissões ou anistias relativas às esses tributos (artigo 195, §11º). ³$UW������������ § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei FRPSOHPHQWDU�´ Outro tema muito importante deverá ser regulado por meio de lei complementar, estando presente no artigo 146-A da CF/88, acrescentado pela emenda constitucional nº 42, de 2003: ³$UW�����-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual REMHWLYR�´ (Grifos nosso) Observe que a previsão descreve uma possibilidade, e não uma obrigação, tendo como objetivo prevenir desequilíbrios de concorrência surgidos ou observados. Quanto às leis complementares, temos ainda a Súmula vinculante nº 08, de 2008, que trata de prescrição e da decadência tributárias, matérias submetidas ao rito exclusiva de lei complementar, conforme vimos no artigo �����,,,��³E¶��GD�&)���� ³6mR� LQFRQVWLWXFLRQDLV� R� SDUiJUDIR� ~QLFR� GR� DUWLJR� �� GR� Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de FUpGLWR�WULEXWiULR�´ Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 138 (Questão 02) Considere as seguintes matérias tributárias: I. Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. II. Estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. III. Estabelecer critérios diferenciados de tributação com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência. IV. Instituir empréstimos compulsórios. Nos termos da Constituição Federal, cabe à lei complementar dispor sobre o que consta em: (A) III e IV, apenas. (B) I e III, apenas. (C) I, apenas. (D) I e II, apenas. (E) I, II, III e IV. De acordo com o artigo 146 da CF/88, cabe à lei complementar: x dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; x regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; x estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 138 d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. Por sua vez, de acordo com o artigo 146-A, cabe à complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. Por fim, o artigo 148 da CF/88 atribuiu à União a faculdade de, por lei complementar, instituir empréstimos compulsórios: x para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; x no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". $VVLP��UHVWD�FRPR�FRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³H´��JDEDULWR�GD�TXHVWmR�� Vamos agora ao estudo das leis ordinárias, outro tema importantíssimo na nossa aula de hoje, caro aluno! Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Leis Ordinárias A lei ordinária é espécie normativa de caráter residual em re lação à lei complementar, regulando temas que não foram expressamente conferidos pelo texto constitucional a essa espécie normativa. Assim, caso um tema não tenha sido expressamente conferido ao regramento por meio de lei complementar, poderá ser livremente utilizada a lei ordinária para regular a matéria em questão. LEI COMPLEMENTAR REGULA TEMAS EXPRESSAMENTE PREVISTOS NO TEXTO DA CF/8-8- : > REGULA OS DEMAIS TEMAS, LEI ORDINÁRIA .. 1 -- .__ _________ __, . _ TENDO CARÁTER RESIDUAL Como característica básica, a lei ordinária necessita de quórum de aprovação por maioria simples ou relativa , que determina apenas que seja aprovada pela maioria dos parlamentares presentes à sessão legislativa, rito bem menos elaborado do que o previsto para as leis complementares. Essa é a espécie normativa a ser utilizada pelo legislador quando a CF/88 faz referencia apenas à lei, sem qualquer adjetivo, uma vez que, quando quis ser específico, o legislador constitucional expressamente fez referência à lei complementar para regular determinada matéria. As leis ordinárias são instrumentos válidos de imposição tributária, podendo criar tributos e dispor sobre os mesmos, sendo veículo suficiente para a correta verificação do princípio da lega lidade tributária, quando presente. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 29 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Quanto ao direito tributário, compete sempre à lei estabelecer claramente todos os atributos do determinado tributo por ela criado, quais sejam : fato gerador, base de cá lcu lo, contribuintes, alíquotas e multas. É vedada a indicação genérica de normativos no texto da lei quanto a esses atributos. Eles devem ser expressos no texto da lei de criação e/ou regulação do tributo. Diante disso, são restritos ao regramento dado por meio de lei os seguintes temas previstos no artigo 97 do CTN: )- a instituição de tributos, ou a sua extinção; )- a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; )- a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; )- a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; )- a cominaçãode penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; )- as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. Assim, por exemplo, somente por meio de lei em sentido estrito poderá ser criado ou majorado determinado tributo previsto na competência tributária de um Ente Político. O mesmo acontece em relação à fixação de infrações à legislação tributária e consequente imposição de mu ltas e demais pena lidades. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 30 de 138 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 138 Quanto à instituição de tributos, deve ser observado ainda que alguns deles necessitam da edição de lei complementar para tanto, enquanto outros, a maioria deles, necessitam apenas de lei ordinária do ente competente. Por sua vez, as alterações de alíquotas de alguns tributos podem ser feitas por normas infralegais, como decretos do poder executivo, sendo assim exceções ao princípio da legalidade (II, IE, IPI, IOF, por exemplo). Nessa linha, as leis ordinárias podem instituir, em regra, quaisquer benefícios e incentivos fiscais relativos aos tributos, especialmente quanto aos impostos, exceto no caso do ICMS, os quais são conferidos por meio dos Convênios ICMS, e no de tributos sujeitos à regulação por meio de lei complementar. Em relação às leis ordinárias, temos apenas isso que foi apresentado. Vamos agora ao estudo dos tratados internacionais. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 138 Tratados Internacionais Os tratados, os acordos e as convenções internacionais são todos os pactos formais firmados entre dois ou mais países, pessoas jurídicas de direito público internacional, visando regular determinado tema de interesse comum, tendo caráter formal, assim como as leis ordinárias internas. Um tratado, acordo ou convenção internacional pode ser conceituado como um acordo resultante da vontade de dois ou mais sujeitos de direito público internacional, por meio de num texto formal escrito, tendo como objetivo produzir efeitos jurídicos no plano internacional. Assim, o tratado é o meio pelo qual sujeitos de direito internacional estipulam direitos e obrigações entre si, visando regular situações a eles comuns. Como exemplo de tratado internacional firmado pelo nosso país, e de grande importância para o Brasil e para o MERCOSUL, é o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), tendo entrado em vigor na sua última versão em 1995. Esse acordo dispõe sobre várias medidas relativas às imposições tributárias quanto aos impostos de importação e exportação, bem como medidas de regulação do comércio internacional em âmbito mundial. No campo tributário, os tratados, acordos e convenções internacionais têm por função, em especial, evitar a bitributação internacional e a evasão de divisas por partes dos membros presentes no acordo. Os principais tributos aos quais se destinam os tratados, acordos e convenções internacionais firmados pelos países são os impostos de importação e de exportação e o imposto sobre a renda, evitando, quanto a esse último, que os sujeitos passivos sejam onerados nos dois países, ou que haja evasão de divisas em razão da complexidade das operações realizadas em dois ou mais países. Do direito constitucional, temos que cabe privativamente ao Presidente da República celebrar tratados internacionais, estando sujeitos a posterior referendo do Congresso Nacional, conforme preceituam os artigos 49, I, e 84, VIII, da CF/88, uma vez que é competência exclusiva do Congresso Nacional Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. Para tanto, é necessária a expedição de Decreto Legislativo pela Casa Legislativa federa l para que venha a adquirir status de lei em nosso ordenamento jurídico. Sem essa aprovação, o tratado firmado não terá qua lquer aplicação no âmbito interno. "Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; (. . .)" "Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (. .. ) VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; (. . .)" Após o referendo do Congresso Nacional, o Presidente da Repúbl ica deve ainda expedir decreto publ icando o tratado internacional, sem o qual este não produzirá efeitos na ordem interna. Com a publicação do decreto pelo poder executivo federal, o tratado passa a ter vigência em território nacional. CELEBRAÇÃO DO TRATADO ..--"' PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA REFERENDO DO CONGRESSO (EXPEDE DECRETO LEGISLATIVO) PRESIDENTE PUBLICA DECRETO INÍCIO DA VIGÊNCIA DO TRATADO NA ORDEM INTERNA Os tratados e as convenções internacionais retiram seu fundamento de va lidade do artigo 98 do CTN, que assim dispõe: Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 33 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 "Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha." Desse modo, após plenamente em vigor determinado tratado ou convenção internacional, estes devem ser "respeitados" pelas disposições contidas na legislação tributária interna, sendo estas revogadas ou modificadas em razão da entrada em vigor dos atos internacionais. Caso estejamos diante de legislação tributária superveniente, está deverá observar o que dispõe os tratados e convenções internacionais já existentes. Estes, por sua vez, devem sempre obediência ao que prescreve a CF/88, não podendo jamais ir de encontro ao que prescreve a norma das normas. Contudo, essa previsão deve ser interpretada com certa prudência, uma vez que existe corrente doutrinária que entende que os tratados e convenções internacionais não revogam, mas sim suspendem ou modificam a legislação interna, exceto, claro, em relação às normas constitucionais, a que os tratados sempre devem estrita obediência em razão da supremacia da nossa CF/88. Guarde bem: EM NENHUMA HIPÓTESE UM TRATADO INTERNACIONAL PODERÁ IR DE ENCONTRO AO QUE PREVÊ A NOSSA CF/88. Para o que defendem a tese, os normativos internacionais seriam apenas LEI ESPECIAIS, convivendo em harmonia com as leis internas, aptas a, claro, regular apenas situações ocorridas dentro do território nacional. Nesse rumo, o tratado ou a convenção internacional seria aplicado em detrimento da legislação interna apenas nos casos por aquele regulado, tendo em vistas as disposições de natureza específica nele contidas. Nesse caso, temos a aplicação do chamado principio da especial idade. Veja o que nos diz o STF em seu ADI nº 1480, de 04 de setembro de 1997, que assim nos diz : Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 34 de 138 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Netowww.estrategiaconcursos.com.br 35 de 138 ³������ 1R� VLVWHPD� MXUtGLFR� EUDVLOHLUR�� RV� WUDWDGRV� RX� convenções internacionais estão hierarquicamente subordinados à autoridade normativa da Constituição da República. Em consequência, nenhum valor jurídico terão os tratados internacionais, que, incorporados ao sistema de direito positivo interno, transgredirem, formal ou materialmente, o texto da Carta Política. O exercício do treaty-making power, pelo Estado brasileiro - não obstante o polêmico art. 46 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (ainda em curso de tramitação perante o Congresso Nacional) -, está sujeito à necessária observância das limitações jurídicas impostas pelo texto constitucional (...) Os tratados ou convenções internacionais, uma vez regularmente incorporados ao direito interno, situam- se, no sistema jurídico brasileiro, nos mesmos planos de validade, de eficácia e de autoridade em que se posicionam as leis ordinárias, havendo, em conseqüência, entre estas e os atos de direito internacional público, mera relação de paridade normativa. Precedentes. No sistema jurídico brasileiro, os atos internacionais não dispõem de primazia hierárquica sobre as normas de direito interno. A eventual precedência dos tratados ou convenções internacionais sobre as regras infraconstitucionais de direito interno somente se justificará quando a situação de antinomia com o ordenamento doméstico impuser, para a solução do conflito, a aplicação alternativa do critério cronológico ("lex posterior derogat SULRUL���RX��TXDQGR�FDEtYHO��GR�FULWpULR�GD�HVSHFLDOLGDGH´ Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Desse modo, temos simplesmente uma relação de especialidade da norma internaciona l frente à lei interna, e não propriamente uma re lação de superioridade hierárquica. Por sua vez, não podem os tratados versar sobre matéria reservada constituciona lmente à lei complementar, tendo em vista a CF/88 expressamente designar as matérias que competem a essa espécie normativa. A mesma decisão do STF dispõe sobre o tema da seguinte maneira: "(. . .) Os tratados internacionais celebrados pelo Brasil - ou aos quais o Brasil venha a aderir - não podem, em consequência, versar matéria posta sob reserva constitucional de lei complementar. É que, em tal situação, a própria Carta Política subordina o tratamento legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio normativo da lei complementar, que não pode ser substituída por qualquer outra espécie normativa infraconstitucional, inclusive pelos atos internacionais já incorporados ao direito positivo interno. H Em relação ao STJ, temos que esse tribunal entende ser importante a distinção entre os chamados tratados-leis e os tratados-acordos. Os primei ros, também chamados de tratados normativos, são aqueles em que se observa a aplicação integral do que dispõe o artigo 98 do CTN, uma vez que os mesmos estipulam em seus textos normativos com caráter de generalidade, dispondo sobre a vontade mútua das partes em seguir as regras neles estipuladas, não podendo ser revogados ou modificados pela legislação interna. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 36 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Por sua vez, os tratados-contratos não dispõem das características presentes nos tratados- leis, podendo assim ser livremente revogados ou modificados pela legislação interna, não sendo apl icado o artigo 98 do CTN . Nesse tipo de tratado, há o caráter contraprestacional entre as partes contratantes, CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL DOS TRATADOS- CONTRATOS, o que não existe no tratado-lei. Veja o que nos diz o STJ em seu REsp 426.945/PR, de 22/06/2004: "(. .. ) O art. 98 do CTN permite a distinção entre os chamados tratados-contratos e os tratados-leis. Toda a construção a respeito da prevalência da norma interna com o poder de revogar os tratados, equiparando-os à legislação ordinária, foi feita tendo em vista os designados tratados, contratos, e não os tratados-leis. - Sendo o princípio da não-discriminação tributária adotado na ordem interna, deve ser adotado também na ordem internacional, sob pena de desvalorizarmos as relações internacionais e a melhor convivência entre os países. " {P- A_ R_ T_ 1_G_o _ 9_s_ o_ o_ CT_ N __ 5u TRA T AD OS-LEI SE A P LICA I N T EGRA LMEN T E TRATAOOS- '-----"C -"-0 ..;....N T RA_ T-'O;;.....__, NÃO SE APLI CA Por sua vez, temos a competência atribuída à União para a celebração de tratados e acordos internacionais que versem sobre a concessão de isenção re lativa a tributos estaduais e municipais. Para o STF, nessas situacões, a União atua em nome da Repúbl ica Federativa do Brasi l, exercendo a soberania do Estado brasileiro. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 37 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Nesse sentido, não se aplica o que dispõe o artigo 151, III, da CF/88, que assim nos diz em seu texto: "Art. 151. É vedado à União: (. . .) III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios." A disposição contida no artigo acima se mostra válida apenas na ordem interna, tendo em vista a inexistência de hierarquia entre os entes políticos, todos dotados de plena autonomia quanto à instituição de seus tributos. Assim, temos as seguintes súmulas do STF: "Súmula 575: À mercadoria importada de país signatário do (GATT), ou membro da {ALALC), estende-se a isenção do imposto de circulação de mercadorias concedida a similar nacional." Por fim, uma das principais características dos tratados e das convenções internacionais é a de que estas não podem criar novas hipóteses de incidência não previstas nas leis internas, muito menos criar tributo ou majorá-los, tendo em vista a sua função negativa. Desse modo, nenhuma nova obrigação tributária poderá surgir em decorrência apenas do que prevê um t ratado internacional, necessitando sempre de lei interna para tanto. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 38 de 138 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 138 (Questão 03) Prestam-se a adensar a disciplina constitucional conferida ao sistema tributário e a criar certos tributos: a) normas complementares b) decretos c) tratados internacionais d) leis ordinárias e) leis complementares. Conforme vimos, apenas as leis em sentido estrito possuem competência para instituir ou extinguir tributos, seja por meio de lei ordinária ou complementar. Os atos infralegais, por sua vez, não possuem essa competência, podendo, entre outros temas, regular as obrigações tributárias acessórias, quando autorizados por lei. Assim, restam incorretas as DOWHUQDWLYDV�³D´�H�³E´�� Por fim, como acabamos de ver, uma das principais características dos tratados internacionais é a de que os mesmos não podem criar novas hipóteses de incidência não previstas nas leis internas, muito menos criar tributo ou majorá-los, tendo em vista a sua função negativa. Logo, resta LQFRUUHWD�WDPEpP�D�DOWHUQDWLYD�³F´�� (�DJRUD��³G´�RX�³H´"�4XDQWR�D�FULDU�WULEXWRV��HVVD�FRPSHWrQFLD��FRQIRUme o caso, será tanto conferida à lei ordinária quanto à lei complementar. Observe, entretanto, TXH� R� WH[WR� GR� HQXQFLDGR� IDOD� HP� ³DGHQVDU� D� GLVFLSOLQD� FRQVWLWXFLRQDO�FRQIHULGD�DR� VLVWHPD� WULEXWiULR�QDFLRQDO´��4XHP�QRUPDWL]D�RV� temas presentes no corpo da CF/88, como a regulação das normas gerais em matéria de legislação tributária? A lei complementar. É ela que adensa a disciplina constitucional conferida ao sistema tributário. Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão. Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 138 (Questão 04) Dispõe o art. 98, do Código Tributário Nacional que os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. A partir do dispositivo legal é possível afirmar que os tratados e as convenções internacionais (A) são normas de nível constitucional, vinculando o poder constituinte derivado quando se tratar de matéria tributária, por expressa disposição no Código Tributário Nacional, desde que suas normas não contrariem normas do poder constituinte originário. (B) sobrepõem-se a toda legislação interna, inclusive sobre os dispositivos constitucionais acerca de matéria tributária. (C) não se sobrepõem às normas constitucionais vigentes ao tempo de sua ratificação, mas o poder constituinte derivado que vier a ser exercido após a ratificação do tratado deve obediência aos seus ditames. (D) são normas supralegais, mas encontram limite nas normas constitucionais, não podendo dispor de forma contrária àquilo que está disciplinado na Constituição acerca de matéria tributária. (E) são normas supraconstitucionais e podem, desde que a ratificação pelo Congresso se dê em dois turnos de votação, por maioria qualificada de 2/3, modificar as disposições constitucionais acerca da matéria tributária. O cerne da questão é voltado principalmente ao que dispõe o artigo 98 do CTN, transcrito no enunciado da questão, e o artigo 5º, §3º, da CF/88, que estabelece o seguinte: ³$UW��������� § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas FRQVWLWXFLRQDLV�´ Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 138 Os tratados citados no texto constitucional, como facilmente se observa, dizem respeito apenas os normativos internacionais relativos aos direitos humanos, e não à ordem tributária. Desse modo, os tratados, acordos e convenções internacionais sobre matéria tributária são semelhantes aos demais, excetuados aqueles que versem sobre o tema contido no §3º do artigo 5º da CF/88. Nessa linha, os tratados, acordos e convenções internacionais também não são considerados como leis normais, muito embora possam ser por elas revogados. Esses normativos, conforme a melhor doutrina, são considerados como leis supralegais, uma vez que, ao serem firmados, suspendem a legislação interna com ele incompatível. Em todo o caso, seja ou não uma norma veiculada em tratados, acordos e convenções internacionais de natureza tributária, esses devem sempre obediência aos preceitos e princípios consagrados no texto da CF/88, não podendo ir contra o que essa dispõe em seu texto, nem mesmo aqueles que versam sobre direitos humanos. Alternativa a) Incorreta. Os tratados, acordos e convenções internacionais em matéria tributária não possuem nível constitucional, sendo considerados apenas normas supralegais. Esses normativos não vinculam o poder constituinte derivado nem mesmo quando se tratar de matéria relativa aos direitos humanos, não podendo, em todo caso, suas normas contrariar normas do poder constituinte originário. Alternativa b) Incorreta. Os tratados, acordos e convenções internacionais em matéria tributária podem se sobrepor à legislação interna, exceto, e em todo caso, sobre os dispositivos constitucionais acerca de matéria tributária. Os mandamentos constitucionais, originários ou derivados, devem ser sempre respeitados. Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Alternativa c} Incorreta. Os tratados, acordos e convenções internacionais, como citado na alternativa anterior, devem obediência, sempre, aos mandamentos constitucionais institu ídos pelo poder originário e pelo poder constituinte derivado, indistintamente. Nenhum desses normativos pode ir de encontro ao texto constitucional, em hipótese alguma. Alternativa d} Correta. Perfeitas definição sobre os tratados, acordos e convenções internacionais, uma vez que esses são considerados normas supralegais, embora encontrem limites nas normas constitucionais, não podendo dispor de forma contrária àquilo que está disciplinado na Constituição acerca de matéria tributária, seja pelo legislador constituinte ordinário, sejam pelo derivado. Alternativa e} Incorreta. Os tratados, acordos e convenções internacionais são normas supralegais, e não supranacionais. Seu rito de aprovação, quanto aos que dizem respeito à matéria tributária, segue o mesmo rito devido para os demais atos internacionais, qual seja, o contido na figura abaixo: CELEBRAçÃO DO TRATADO PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Prof. Aluísio Neto ....,.._" REFERENDO DO CONGRESSO (EXPEDE DECRETO LEGISLATIVO) PRESIDENTE PUBLICA DECRETO www .estrategiaconcursos.com.br INÍCIO DA VIGÊNCIA DO TRATADO NA ORDEM INTERNA 42 de 138 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 138 Leis Delegadas A lei delegada é mais uma das fontes do direito tributário no nosso sistema constitucional tributário, estando prevista no artigo 68 da CF/88, que assim nos diz: ³$UW�� ���� $V� leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. § 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, YHGDGD�TXDOTXHU�HPHQGD�´��*ULIRV�QRVVR�� Diante do artigo acima, já podemos identificar que a lei delegada é ato normativo atribuído ao Presidente da República, que deverá solicitar a DELEGAÇÃO AO CONGRESSO NACIONAL. Essa delegação, que se trata de uma autorização para a edição do normativo, deverá ser concedida por meio Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 de Resolução do Congresso Nacional. Atente bem : CONGRESSO, e nenhuma outra casa legislativa! ! Outro ponto importante : a Resoluçãodo Congresso Nacional autorizando a edição do ato deverá sempre indicar o conteúdo do ato a ser elaborado e os termos do exercício, não podendo ser livremente elaborado pelo Chefe do Poder Executivo. Em termos práticos, a lei delegada se equipara à lei ordinária, uma vez que tratará das mesmas matérias a estas conferidas. A única diferença está no rito de sua autorização e elaboração, aos quais não se submete a lei ordinária. Para fins de direito tributário, os temas mais relevantes são os relativos à possibilidade de instituição de tributos por meio dessa espécie normativa e a sua relação com as leis complementares. Primeiramente, as leis delegadas podem, REGRA GERAL, tratar de todos os temas a serem tratados por meio de lei ordinária, não havendo limitações quanto a isso em razão da utilização deste ou daquele normativo. A única limitação é a IMPOSSBILIDADE de regulação de temas conferidos expressamente às leis complementares. Assim, AS LEIS DELEGADAS PODEM INSTITUIR E REGULAR TRIBUTOS, desde que obedeçam às limitações previstas no texto da CF/88. Assim, É VEDADA A EDIÇÃO DE LEI DELEGADA PARA TRATAR DE TEMAS A SEREM REGULADOS POR MEIO DE LEI COMPLEMENTAR, conforme prevê o § 1 o do artigo 68 da CF/88. Logo, é impossível a criação, por exemplo, de empréstimos compulsórios por meio de lei delegada, tendo em vista que esta espécie normativa deve ser instituída sempre por meio de lei complementar. Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 44 de 138 LEI DELEGADA Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 EQUIPARADA À LEI ORDINÁRIA VEDADA A EDlçÃO PARA TRATAR DE TEMAS SUBORDINADOS À LEI COMPLEMENTAR RESOLUçÃO DO CONGRESSO NACIONAL PODE INSTITUIR E REGULAR TRIBUTOS, REGRA GERAL Por fim, essa espécie normativa ca iu re lat ivamente em desuso, tendo em vista o "nascimento" das medidas provisórias, que não necessitam de autorização de nenhuma casa legislativa para serem editadas pelo Chefe do Poder Executivo, conforme veremos aos estudar essa espécie normativa . Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 45 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Medidas Provisórias Nesse item da aula estudaremos um tema muito importante cobrado em provas de direito tributário : as medidas provisórias. Essa espécie normativa é a "sucessora" do antigo Decreto-Lei, presente no ordenamento jurídico constitucional anterior, tendo sido vários deles, inclusive, recepcionados pela atual Carta Magna. Esses instrumentos normativos têm, dentro de certos limites previstos na CF/88, a mesma força que uma lei editada regularmente pelo Congresso Nacional. Entretanto, são atos de uso exclusivo do Presidente da República, conforme prevê o artigo 62 da CF/88: "Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional." Observe que, além de ser de competência do Poder Executivo, a medida provisória somente poderá ser editada (ao menos em teoria) em caso de relevância e urgência, aspectos que, "cá entre nós", são bastante subjetivos. Quanto a esses requisitos, veja o que nos diz o STF: Prof. Aluísio Neto "Os conceitos de relevância e de urgência a que se refere o artigo 62 da Constituição, como pressupostos para a edição de Medidas Provisórias, decorrem, em princípio, do Juízo discricionário de oportunidade e de valor do Presidente da República, mas admitem o controle ;udiciário quando ao excesso do poder de legislar, (. . .). {ADI 162, de 14/12/1989)." www .estrategiaconcursos.com.br 46 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Relativamente ao direito tributário, essa espec1e normativa poderá ser utilizada em todos aqueles temas que podem ser disciplinados por lei ordinária e desde que não sejam expressamente vedados pela CF /88. "Somente lei ordinária, professor? Pode ser lei complementar também?" Quem responde essa pergunta é o inciso III do §1º do artigo 62 da CF/88. Veja o que ele nos diz: "Art. 62 (. .. ) § 1 o É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (. . .) III - reservada a lei complementar: IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República." (Grifos nosso) Ou seja, na regulação de qualquer tema que em que seja obrigatória a utilização de lei complementar, jamais poderá ser utilizada a medida provisória. Como exemplo, temos a instituição de empréstimos compulsórios, de impostos residuais, definição de normas gerais tributárias, entre outros. Um dos temas mais importantes relativos ao direito tributário quanto à medida provisória se refere ao que determina o §2º do mesmo artigo 62 da CF/88, cuja redação é a seguinte: Prof. Aluísio Neto "Art. 62 (. .. ) § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. " (Grifos nosso) www .estrategiaconcursos.com.br 47 de 138 Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluísio Neto - Aula 04 Antes de tudo : UMA MEDIDA PROVISÓRIA PODERÁ INSTITUIR E MAJORAR TRIBUTOS, SEM QUALQUER RESTRIÇÃO, EXCETO AS PREVISTAS EXPRESSAMENTE NA CF/88. Entretanto, a medida provisória referida no normativo anterior se aplica apenas aos impostos !! Guarde bem isso! Uma vez que podem disciplinar temas previstos na competência de lei ordinária, as medidas provisórias podem também majorar ou instituir tributos, como falamos. Nesses casos, contudo, devem observar o que determina o §2º, sob pena de os temas regulados em seu texto não surtirem efeitos junto aos contribuintes. Para que uma medida provisória que implique instituição ou majoração de IMPOSTOS venha a produzir efeitos no exercício financeiro seguinte ao da sua edição, esta DEVERÁ SER CONVERTIDA EM LEI ATÉ O ÚLTIMO DIA DO EXERCICIO FINANCEIRO EM QUE FOI EDITADA. Se assim não for, somente produzirá efeitos no primeiro dia do ano seguinte, supondo ainda que a medida provisória não tenha perdido seus efeitos com o decurso do tempo. Entretanto, a regra contida no artigo 62, §2º, da CF/88 não será observada em relação aos seguintes impostos ( os chamados impostos extrafiscais, junto com o IEG): • Imposto de Importação (II); • Imposto de Exportação (IE); • Imposto sobre produtos industrializados (IPI); • Imposto sobre operações financeiras (IOF); • Impostos Extraordinários de Guerra (IEG) . Todos os cinco impostos vistos acima poderão ser instituídos ou alterados por medida provisória, ainda que esta não tenha sido convertida em lei até o último dia do exercício financeiro em que foram editadas. Nesses casos, os Prof. Aluísio Neto www .estrategiaconcursos.com.br 48 de 138 Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas Teoria e exercícios comentados Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 138 impostos e suas alterações terão eficácia imediata, uma vez que não precisam obedecer aos princípios tributários da noventena e da anterioridade. Para os demais impostos, há a necessidade de conversão em lei ainda no exercício financeiro em que foram editadas, sob pena de não surtirem efeitos no próximo, uma vez que, conforme o caso, os demais impostos devem
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