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Aula 04 
Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluísio Neto - Aula 04 
AULA 04 
SUMARIO PAGINA 
Apresentação Inicial 01 
Leqislação Tributária 03 
Constituição Federal de 1988 13 
Emendas Constitucionais 14 
Lei Complementar 17 
Lei Ordinária 29 
Tratados. acordos e Convencões Internacionais 32 
Lei Deleaada 43 
Medida Provisória 46 
Decreto Legislativo 50 
Decretos do Poder Executivo 52 
Resolução do Senado Federal 55 
Convênios 59 
Normas Complementares 72 
Questões Propostas 79 
Gabaritos 138 
Olá, amigo concurseiro e futuro servidor! 
Chegamos à quarta aula do nosso curso de direito tributário para o concurso 
de Auditor de Tributos Municipal (ATM} da Prefeitura de Goiânia. Na 
aula de hoje iremos tratar do seguinte tema: 
• Legislação Tributária. 
A legislação tributária é mais um entre os temas preferidos pelas bancas 
organizadoras de concursos, que geralmente costumam abordar o tema em 
suas provas de direito tributário. Nessa aula iremos conhecer as espécies 
normativas que regulam o direito tributário, sua competência, campo de 
aplicação, entre outros. 
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Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 04 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 138 
Nossa aula será composta por uma série de questões comentadas de provas 
passadas, para aprofundar ainda mais o conhecimento proposto na aula. 
Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso 
fórum de dúvidas, para que não ocorram atrasos nos seus estudos. Seguem 
ainda os meus dois e-mails: 
aluisioalneto@gmail.com 
www.facebook.com/aluisioalneto 
www.facebook.com/prosatributaria 
Boa sorte! E bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluísio Neto - Aula 04 
Legislação Tributária 
Nessa aula iremos estudar as fontes formais do direito tributário no 
ordenamento jurídico naciona l, que englobam todas as normas jurídicas 
relativas a esse ramo do direito. O conceito de legislação tributária abarca 
desde a própria CF/88, a lei das leis, até os atos administrativos expedidos 
pelas autoridades competentes do Poder Executivo. 
O conceito "legislação tributária" tem abrangência bem ampla, como 
comentei anteriormente. Sua abrangência formal é delineada principalmente 
no artigo 96 do CTN, que assim nos diz: 
"Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as 
leis, os tratados e as convenções internacionais, os 
decretos e as normas complementares que versem, no 
todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles 
pertinentes." (Grifos nosso) 
Junto a essas espécies normativas previstas no CTN, as chamadas normas 
infraconstitucionais e infralegais, temos ainda as normas constitucionais, 
elaboradas tanto pelo legislador originário quanto pelo derivado. A CF/88, 
juntamente com as normas infraconstitucionais e infralegais, constituem-se 
no que chamamos de FONTES FORMAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO. 
LEGISLAçÃO 
TRIBUTÁRIA 
Prof. Aluísio Neto 
DA CONSTITUlçÃO 
TUDO 
ATOS INFRALEGAIS 
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Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Aluísio Neto - Aula 04 
Observe o que nos diz o artigo 2º do CTN, que faz referência ao sistema 
tributário naciona l à época da sua promulgação, contudo, perfeitamente 
vá lido ao atual ordenamento tributário instituído pela CF/88, com as devidas 
adaptações, claro: 
"Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo 
disposto na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro 
de 1965, em leis complementares, em resoluções do 
Senado Federal e, nos limites das respectivas 
competências, em leis federais, nas Constituições e em 
leis estaduais, e em leis municipais. H (Grifos nosso) 
Assim, o conceito de legislação tributária abrange tanto as espécies 
contidas no artigo 96 quanto no artigo 2º, ambos do CTN. 
A abrangência prevista no artigo 96 do CTN, contudo, não é exaustiva, 
contemplando todas as espécies normativas capazes de introduzir normas 
jurídicas relativas ao direito tributá rio, versando sobre tributos e relações 
jurídicas a eles concernentes, ainda gue total ou parcialmente. Logo, o 
conteúdo do artigo 96 é apenas EXEMPLIFICATIVO, podendo ser 
alargado pelo legislador. Guarde bem isso, caro aluno. Vez ou outra surge 
uma questão sobre isso que acabamos de comentar. 
Entretanto, é importante termos em mente que os conceitos de legislação 
tributária e de lei tributária são diferentes, sendo assim tratados no corpo do 
próprio CTN. Embora essa definição, a de lei em sentido estrito, esteja 
contida no conceito daquela. 
A expressão legislação tributária, como falamos, é bem ampla, 
incluindo, além da própria lei tributária em sentido estrito, diversas espécies 
normativas de caráter constitucional, infraconstitucional (leis ordinárias, 
complementares, medidas provisórias, resoluções do Senado Federa l, entre 
outras) e até mesmo infra lega l ( decretos, resoluções, instruções normativas, 
entre outros). A legislação tributária, assim, compreende o conceito lato de 
lei . Esse conceito está presente no artigo 96 do CTN, visto anteriormente. 
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Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
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Por sua vez, a expressão lei tributária é bem mais restrita , englobando, 
regra geral, apenas os atos expedidos pelo poder legislativo. Podem 
ainda ser expedidas pelo Poder Executivo, mas apenas nos casos 
expressamente previstos na CF/88, como as medidas provisórias e as leis 
delegadas, as quais veremos mais adiante. Assim, em regra, a lei tributária é 
derivada da ação do poder legislativo, exceto nos dois casos que comentei. 
Legislação Tributária (leis em sentido 
estrito, tratados internacionais, 
decretos, normas complementares, 
entre outras) 
A lei tributária visa regular situações e atos em que a proteção do 
contribuinte deve ser bem delineada. Em razão disso, a instituição de 
tributos, por exemplo, deverá ser sempre precedida de lei em sentido estrito 
(lei ordinária, lei complementar, lei delegada ou medida provisória ) . 
Outros temas relevantes quanto ao direito tributário também estão 
acobertados pelo manto da reserva legal quanto à sua regulação, previstos 
no artigo 97 do CTN. São temas em que a atividade do poder legislativo, 
regra geral, deve sempre ser observada. Seu texto é o seguinte: 
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Teoria e exercícios comentados 
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"Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I - a tichHfflf.!f•i•t#iffl®l•fi ou a sua fiihl@ffl; 
II - a fllb11it$f•i•&lffi®f•fi, ou sua ffJ,,,&f:i ressalvado 
o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
III - a definição do fato gerado da obrigação tributária 
rõrincipa~. ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 
52, e do seu sujeito passivo;(a instituição e a regulação do 
fato gerador da obrigação tributária acessória não 
necessitam de lei em sentido estrito, podendo ser regulado 
por ato infralegal) 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de 
t'tff.ú)ffl. ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 
65· f 
V - a cominação de penalidades para as ações ou 
omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras 
infrações nela definidas; 
VI - as hi óteses de exclusão, sus ensão e extin ão 
créditos tributários, ou de 
/.§J@fdtttt&l" (Grifos nosso) 
dispensa ou redução 
de 
de 
É fundamental que você memorize todas as situações em vermelho! Muita 
questão de prova de concurso vai pedir o que contém apenas nesses seis 
incisos que coloquei em vermelho. Decorou? Vamos em frente! 
As fontes formais do direito tributário podem ser divididas em duas espécies: 
fontes formais primárias e fontes formais secundárias. 
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FONTES FORMAIS 
DO DIREITO 
TRIBUTÁRIO 
Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
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PRIMÁRIAS 
SECUNDÁRIAS 
As fontes primárias (ou atos normativos primários} têm seu 
fundamento de val idade retirado direta e imediatamente do texto da 
CF/88, possuindo o poder de inovar (inaugurar) no mundo jurídico tributário, 
compreendendo as seguintes espécies normativas : 
• As próprias normas constitucionais, bem como as emendas ao texto da 
Carta Magna (Emendas Constitucionais); 
• Leis Complementares; 
• Leis Ordinárias; 
• Leis Delegadas; 
• Medidas Provisórias; 
• Decretos Legislativos; 
• Resoluções do Senado Federal; 
• Convênios do ICMS; 
• Tratado e Convenções Internacionais ratificados por meio de Decretos 
Legislativos expedidos pelo Congresso Nacional. 
A enumeração acima, contudo, não é necessariamente hierarquizada, 
sendo apenas de ordem enumerativa ! Cada uma delas possui características 
e normatização próprias, regulando muitas vezes temas específicos, como as 
leis complementares e as resoluções do Senado, por exemplo . Logo adiante 
estudaremos cada uma delas. 
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Teoria e exercícios comentados 
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Já as fontes secundárias {ou atos normativos secundários} do direito 
tributário retiram seu fundamento de validade das fontes primárias, sendo 
subordinadas a estes. Assim, estão indireta e mediatamente autorizados 
pela CF/ 88, uma vez que não podem inovar no mundo jurídico, regulando 
apenas o conteúdo presente nas leis e nos demais atos primários que 
fundamentam a sua edição. Desse modo, são fontes secundárias do direito 
tributário nacional : 
• Decretos; 
• Normas complementares previstas no artigo 100 do CTN. 
Por sua vez, o artigo 100 do CTN possui a seguinte redação, cujo conteúdo 
dos seus incisos iremos estudar mais adiante: 
"Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados 
e das convenções internacionais e dos decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades 
administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de 
jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia 
normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas 
autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios." 
LEGISLAÇÃO 
TRIBUTÁRIA 
. 
FONTES PRIMARIAS 
FONTES 
SECUNDÁRIAS 
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As fontes formais podem ainda ser divididas em duas classificações: fontes 
formais principais e fontes formais acessórias <subsidiárias ou 
complementares}. A primeira classificação abrange as leis tributárias, os 
tratados e convenções internacionais e os decretos. Por sua vez, as fontes 
formais secundárias abrangem apenas as espécies previstas no artigo 100 do 
CTN, enumeradas acima. 
FONTES FORMAIS 
DO DIREITO 
TRIBUTÁRIO 
PRINCIPAIS 
PRIMÁRIAS 
ACESSÓRIAS 
SECUNDÁRIAS 
As fontes formais podem ser subdivididas ainda em fontes principais e 
fontes acessórias. As fontes acessórias compreendem os atos normativos 
presentes no artigo 100 do CTN, enquanto as fontes principais os demais 
normativos (normas constitucionais, leis ordinárias, leis complementares, 
decretos, convênios do CONFAZ, resoluções do Senado Federal, decretos 
legislativos, tratados internacionais, medidas provisórias e leis delegadas). 
Além das chamadas fontes formais, temos ainda as fontes reais e as fontes 
não-formais, comumente adotados pela doutrina brasileira. 
As fontes reais (ou materiais) são os acontecimentos observados no 
mundo dos fatos, capazes de dar origem a relações tributárias. Por 
exemplo, o ato de fazer circu lar mercadorias, hipótese de incidência do I CMS 
estadual. São os chamados fatos geradores in concreto, ou fato imponível. 
Por fim, as chamadas fontes não formais se referem à doutrina e à 
jurisprudência. Aquela, oriunda dos estudiosos do direito tributário. Esta, 
emanada do poder judiciário ao proferir suas decisões. 
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Vamos agora ao estudo de cada uma das espécies normativas capazes de 
regular o direito tributário nacional, começando pela fonte primária inicial e 
fundamento de validade todo o ordenamento jurídico nacional: a 
Constituição Federal de 1988. Em seguida estudaremos as demais 
espécies, as quais são as seguintes: 
 Emendas constitucionais; 
 Leis Complementares; 
 Leis Ordinárias; 
 Leis Delegadas; 
 Medidas Provisórias; 
 Tratados Internacionais; 
 Decretos Legislativos; 
 Resoluções; 
 Convênios; 
 Decretos; 
 Normas Complementares. 
³$QWHV� GH� VHJXLU� HP� IUHQWH�� XPD� REVHUYDomR� TXH� IL]� PH� GHL[RX� HQFXFDGR��
professor: os convênios previstos no artigo 100, IV, do CTN e os convênios 
ICMS têm a mesma natureza. Mas por que o primeiro é considerado ato 
QRUPDWLYR�VHFXQGiULR�H�R�VHJXQGR�XP�DWR�QRUPDWLYR�SULPiULR"´ 
Eles não possuem a mesma natureza. Como veremos mais à frente, os 
convênios do ICMS têm a mesma força hierárquica que uma lei editada pelo 
poder legislativo, somente podendo ser alterado com a edição de outro 
convênio de mesma natureza, diferentemente dos convênios previstos no 
CTN, que possuem natureza infralegal, ou seja, estão abaixo das leis 
que os dão validade. Veremos eles com detalhes mais à frente. 
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Teoria e exercícios comentados 
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(Questão 01) São matérias submetidas à reserva legal, exceto: 
a) a instituição de tributos ou a sua extinção. 
E��D�¿[DomR�GD�EDVH�GH�FiOFXOR�H�GD�DOtTXRWD�GR�WULEXWR�� 
F��D�GH¿QLomR�GD�KLSyWHVH�GH�LQFLGrQFLD�GD�REULJDomR�WULEXWiULD�SULQFLSDO��EHP�
como de seu sujeito passivo. 
d) a cominação de penalidades ou a sua dispensa ou redução. 
e) as hipóteses de exclusão e suspensão de créditos tributários, bem como a 
GH¿QLomR�GH�REULJDo}HV�DFHVVyULDV� 
As matérias submetidas a reserva legal, ou seja, que somente podem ser 
disciplinadas por meio de lei em sentido estrito, estão contidas no artigo 97 
do CTN, que assim nos diz em seu texto: 
³$UW������6RPHQWH�D�OHL�SRGH�HVWDEHOHFHU� 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o 
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, 
ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu 
sujeito passivo; 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, 
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
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V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões 
contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela 
definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos 
WULEXWiULRV��RX�GH�GLVSHQVD�RX�UHGXomR�GH�SHQDOLGDGHV�´ 
Assim, a definição de obrigações acessórias não está submetida à reserva 
legal, podendo ser disciplinada por meio de atos infralegais, como, por 
exemplo, decretos e instruções normativas. 
Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão. 
 
 
Vamos em frente! 
 
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Constituição Federal de 1988 
 
A CF/88 é o topo da pirâmide hierárquica normativa nacional, da qual as 
demais normas retiram seu fundamento de validade, inclusive as próprias 
emendas ao seu texto. Somente por meio de emendas constitucionais as 
normas contidas na CF/88 podem ser alteradas, e ainda assim observando o 
rito estabelecido em seu texto. 
A Carta Federal é também conhecida como a lei das leis, estando acima de 
qualquer outra emanada pelos órgãos competentes para a edição de normas 
jurídicas. Toda e qualquer lei deve estar em consonância com o que dispõe a 
CF/88, diferente do qual deverá aquela ser declarada inconstitucional (para 
as normas a ela contemporâneas) ou não recepcionada (quanto às normas 
a ela anteriores). 
Quanto ao direito tributário, o legislador constituinte originário dedicou, 
principalmente, o Capitulo I (Do Sistema Tributário Nacional) do Título VI (Da 
Tributação e do Orçamento) à normatização dos preceitos constitucionais 
tributários, previstos nos artigos 145 a 162 do texto da CF/88. Entre os 
principais comandos, temos as chamadas limitações constitucionais ao poder 
de tributar, previstas nos artigo 150 a 152, e a repartição das competências 
tributárias atribuídas a cada um dos Entes Políticos. Os princípios gerais do 
sistema tributário nacional estão tratados nos artigos 145 a 149-A, enquanto 
os tributos presentes na competência tributária de cada ente político estão 
delineados nos artigos 153 a 156 da CF/88. 
Por outro lado, temos os artigos 157 a 162, que tratam da repartição das 
receitas tributárias, tema diretamente relacionado ao direito financeiro, e não 
ao tributário, muito embora constante nas disposições da CF/88 relativas ao 
sistema tributário nacional. Assim, esses artigos não tratam especificamente 
de normas tributárias, mas são cobrados nessa disciplina em razão de sua 
localização no texto constitucional (inserido entre as disposições constantes 
QR�LWHP�³'R�6LVWHPD�7ULEXWiULR�1DFLRQDO´�� 
Direito Tributário para o 155/GYN- Com vídeo Aulas 
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Em tema de direito tributário, a CF/88 não possui muito o que falar dela 
especificamente, cabendo a um curso de direito constitucional o estudo dos 
seus detalhes, v istos de maneira geral. O estudo pormenorizado dos artigos e 
temas presentes nos artigos da CF/88 é estudado separadamente em outros 
temas, como os impostos federais, os princípios constitucionais e as 
imunidades, por exemplo. Já tem um bom livro de constitucional, não é? 
Vamos em frente! 
Emendas Constitucionais 
As emendas constitucionais são os normativos aptos a alterar o texto 
original elaborado pelo legislador constituinte originário, bem como 
os dispositivos já alterados anteriormente pelo legislador 
constitucional derivado. Esses são os normativos que alteram a CF/88 
para que seja possível sua adaptação aos acontecimentos sociais, 
acompanhando a evolução da sociedade à qual pertence o Texto Magno. 
O texto das emendas constitucionais, ao serem aprovados e incorporados ao 
texto da Carta Magna, passa a ter a mesma força normativa e hierarquia do 
texto constitucional pré-existente, sem qualquer subordinação, estando todos 
os normativos no mesmo pé de igualdade. 
A aprovação de uma emenda ao texto constitucional deve seguir o que 
determina o artigo 60 da CF/88, sendo real izada pelo poder constituinte 
derivado (ou reformador). Por sua vez, esse poder estará limitado pelas 
chamadas limitações constitucionais ao poder de tributar, podendo 
estas ser implícitas ou expressas. 
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Os detalhes re lativos às limitações constitucionais ao poder reformador, bem 
como as regras para a edição de uma emenda constituciona l, são 
exaustivamente vistos num curso de direito constitucional, diante do que 
entraremos em detalhes apenas quanto aos temas tributários. Antes de 
prosseguir, quanto à CF/88 e às emendas constitucionais, esta possui as 
seguintes características básicas: 
i É rígida, somente podendo ser alterada caso atendidos os requisitos 
formais e materiais presentes em seu texto e fixados pelo legislador 
constitucional originário, em especial o quorum qualificado de 
aprovação de emendas ao seu texto, não podendo esses requisitos ser 
abolidos ou suprimidos pelo legislador constituinte derivado. 
a. Possuem limitações circunstanciais, materiais e formais para que seu 
texto venha a ser alterado. 
i Tanto os princípios como as imunidades se constituem em cláusulas 
pétreas. 
~ O STF não aceita a tese da constitucional idade superveniente de norma 
tributária inconstitucional, ou seja, em razão de uma emenda 
constitucional perfeitamente vál ida e em vigência, determinada norma 
legal, considera inconstitucional antes da publicação da referida 
emenda, tornar-se perfeitamente constitucional com esta publicação. 
No direito tributário, bem como nos demais ramos do direito, temos na CF/88 
as chamadas cláusulas pétreas, as quais não poderão ser suprimidas ou 
reduzidas por ação do poder reformador (por meio da edição de uma emenda 
constitucional), especialmente no que se refere ao direito tributário, tendo 
em vista as várias garantias conferidas aos sujeitos passivos ao longo do 
texto constituciona l. 
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Dentre as várias clausulas pétreas previstas no texto constitucional, temos o 
princípio da anterioridade, proclamado como uma garantia individual dos 
contribuintes, insuscetível de abolição ou redução por emenda constitucional, 
conforme entendimento do STF. 
Nessa mesma linha, mas dessa vez voltado às pessoas jurídicas de direito 
público, temos a denominada imunidade recíproca, mais um clausula pétrea 
de natureza tributária. 
De outro modo, a supressão de um tributo pode ser perfeitamente válida por 
meio de emenda constitucional, desde que não haja violação ao que 
determina o artigo 60, §4º, I, da CF/88 e à autonomia financeira dos entes 
políticos. 
Esse normativo constitucional determina que nenhuma emenda constitucional 
será objeto de deliberação caso seja tendente, entre outros casos, a abolir a 
forma federativa do Estado (Estado Federativo). Assim, determinado tributo 
poder ser perfeitamente extinto, desde que isso não venha a interferir na 
autonomia do ente político de modo a arranhar e violar o regime federativo 
do Estado brasileiro.Como exemplo, temos a extinção, pela emenda constitucional nº 03/93, de 
dois tributos previstos, respectivamente na competência dos Estados e do 
Distrito Federal (Adicional ao Imposto sobre a Renda - AIR) e dos Municípios 
(Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos ± 
IVVC). Tal supressão foi perfeitamente válida, uma vez que não prejudicou as 
finanças dos entes políticos citados, preservando a autonomia financeira 
destes. 
Vamos em frente, com um dos temas mais importantes da aula de hoje: as 
leis complementares! 
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Lei complementar 
A Lei complementar é o instrumento legislativo apto a disciplinar matérias 
constitucionais às quais o legislador constitucional atribuiu importância maior 
do que aos demais temas tratados normalmente nas duas Casas Legislativas 
Federais e no Congresso Nacional, sendo uma das espécies normativas 
presentes entre os atos capazes de disciplinar a legislação tributária. 
As leis complementares possuem um rito de aprovação bem mais ríg ido e 
dificultoso do que o previsto para a aprovação das leis ordinárias, as quais 
tratam das demais matérias não submetidas a lei complementar ou a atos 
privativos do Senado Federal, da Câmara do Deputados e do Congresso 
Nacional. Sendo mais difícil sua aprovação, é mais difícil também a sua 
alteração, uma vez que somente poderá ser alterada por outra lei 
complementar expedida sobre o mesmo rito da anterior. 
A lei complementar está regulada especificamente no artigo 69 da Carta 
Federal, que possui o seguinte texto: 
"Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por 
maioria absoluta." 
Assim, somente pela maioria absoluta dos parlamentares pertencentes à 
casa Legislativa é que poderá ser aprovada uma lei complementar. 
"Certo, professor. Mas explique o que é maioria absoluta, por favor." 
Boa pergunta. Essa maioria absoluta a que se refere a CF/88 é relativa aos 
total dos integrantes da Casa onde esteja sendo votada, diferentemente das 
leis ordinárias, que requer apenas a maioria dos presentes à seção, a 
chamada maioria simples, e desde que presentes a maioria dos seus 
membros para que se tenha o quorum mínimo. 
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Assim, se determinada casa legislativa possui 150 membros, será necessário 
o voto da metade deles mais um, ou seja, 76 membros (150/2 + 1) . Para a 
maioria simples, caso estejam presentes apenas 80 membros na Casa 
Legislativa, será necessário o voto a favor de apenas 41 deles. 
O número de parlamentares é o único requisito FORMAL que marca a 
diferença entre a lei ordinária e a lei complementar. Por sua vez, sob o 
aspecto material, as leis complementares, como comentei, regulam 
matérias determinadas, especificas, complementando o que determina o 
texto da CF/88. Em geral, são temas que requerem um maior debate e 
consenso antes de serem publicadas e surtirem efeitos junto aos cidadãos e, 
em matéria de direito tributário, aos sujeitos passivos. A CF/88 
expressamente determina quais temas serão regulados por meio de lei 
complementar, não podendo ser feito por nenhum outro instrumento 
normativo. ~ lei comP-lementar somente será utilizada uando a 
CF /.88, expressamente, dis orem seu texto. 
Assim, um tema que esteja previsto na CF/88 como sujeito à regulação por 
lei complementar somente por esta poderá ser regulado, sendo inválida 
qualquer lei ordinária que disponha sobre esses temas. Logo, a diferença 
MATERIAL entre esta e a lei complementar está na especificidade dos temas 
a serem t ratado por lei complementar. Caso se utilize lei complementar para 
regular uma tema não presente na CF/88 como a ela destinado, formalmente 
a lei será complementar, sendo, entretanto, materialmente ordinária, 
podendo ser alterada ou revogada por outra espécie normativa de mesma 
natureza ( lei ordinária ou medida provisória). 
Um bom exemplo é a lei complementar nº 70, de 1990, que regula a 
contribuição para o financiamento da segu ridade social (COFINS), de 
competência da União. Uma vez que a CF/88 não determinou em seu texto a 
necessidade de util ização de lei complementar para criar e regu lar esse 
tributo, a lei, embora formalmente complementar, é materialmente ordinária , 
podendo ser alterada por outra lei ordinária . 
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As leis complementares são destinadas a disciplinar temas de âmbito 
naciona l, a serem observados uniformemente por todos os Entes federativos, 
como é o caso da Lei complementar federal nº 116/2003, que regula as 
normas gerais relativas ao ISS, imposto de competência dos municípios e do 
Distrito Federal, e da lei complementar federal nº 123/2006, que regula o 
SIMPLES nacional, estabelecendo regras nacionais quanto ao tratamento 
favorecido e diferenciado a ser dispensado às microempresas e às empresas 
de pequeno porte, pelas quatro esferas da Federação. 
FORMAIS ) QUORUM DE 
APROVAçÃO 
DIFERENÇAS: LEI 
COMPLEMENTAR X LEI 
ORDINÁRIA 
) MATÉRIA A SER MATERIAIS 
REGULADA 
A CF/88 veicula várias matérias para as quais a sua regulação exige a edição 
de lei complementar. Entretanto, veremos apenas aquelas diretamente 
relacionadas ao direito tributário. Começaremos pela mais famosa delas, 
contida nos artigos 146 e 146-A da CF/ 88 (SE VOCÊ SOUBESSE O QUANTO 
DE QUESTÕES QUE EXISTEM NO MUNDO FEITAS SOMENTE COM ESSE 
ARTIGO, ... O que acha de memorizar isso ai do mesmo jeito que fez 
com o seu nome?): 
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"Art. 146. Cabe à lei complementa 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria 
tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios; 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de 
tributar; 
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III - estabelecer normas gerais em matéria de 
legislação tributária, especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em 
relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a 
dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e 
contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e 
decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo 
praticado pelas sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido 
para as microempresas e para as empresas de 
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou 
simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, 
das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239. 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o 
inciso III, d, também poderá instituir um regime único 
de arrecadação dos impostos e contribuições da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (SIMPLES 
Nacional), observado que: 
I - será opcional para o contribuinte; 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento 
diferenciadas por Estado; 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a 
distr ibuição da parcela de recursos pertencentes aos 
respectivos entes federados será imediata, vedada 
qualquer retenção ou condicionamento;" 
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IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser 
compartilhadaspelos entes federados, adotado cadastro 
nacional único de contribuintes. 
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios 
especiais de tributação, com o objetivo de prevenir 
desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da 
competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual 
objetivo" (Grifos nosso) 
Atualmente a lei que regula o previsto no inciso III do artigo 146 é o Código 
Tributário Nacional, a lei de normas gerais tributárias, recepcionado com 
status de lei complementar pelo ordenamento jurídico que se instaurou em 
1988, uma vez que foi editada sob a égide de constituição pretérita (de 
1946) com status formal de lei ordinária. O CTN regulou especialmente o que 
determinam as alíneas "a" e "b", enquanto que o previsto na alínea "d" foi 
disciplinado pela lei complementar nº 123/2006, com o surgimento do atual 
SIMPLES NACIONAL. 
Diante do seu novo status, somente uma lei complementar (ou outra norma 
de hierarquia superior) poderá alterar (incluir ou revogar artigos) ou regular 
o que consta no texto do CTN. Diante disso, e tendo em vista o que dispõe o 
artigo 146, III, "b", da CF/88, que confere à lei complementar o poder de 
estabelecer normas gerais relativas à prescrição e à decadência tributárias, o 
STF editou a seguinte Súmula Vinculante: 
"São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 50 do 
Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 
8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de 
crédito tributário." 
Essas leis ordinárias, ao versarem sobre prescnçao e decadência, feriram o 
disposit ivo constituciona l de atribuição de competência legislativa à lei 
complementar federa l, uma vez que esses temas somente podem ser 
regu lados por lei complementar editada pela União . 
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Outros temas importantes a serem discipl inados em lei complementar, além 
dos previstos nos artigo 146 e 146-A, são os relativos aos tributos que 
somente podem ser instituídos por meio de lei complementar (GUARDE BEM 
ESSA ÓTIMA MATÉRIA-PRIMA PARA QUESTÃO DE PROVA!) : 
:> Imposto sobre grandes fortunas (artigo 153, VII) 
"Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (. . .) 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar." 
:> Impostos residuais, desde que sejam não-cumulativos e não tenham 
fato gerador ou base de cá lculo já previstos na CF/88 (artigo 154, I ); 
"Art. 154. A União poderá instituir: 
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no 
artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não 
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos 
discriminados nesta Constituição; (. . .)" 
:> Empréstimos Compulsórios, em suas duas acepções previstas no 
texto da CF/88 (Artigo 148, I e II); 
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"Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá 
instituir empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 
150, III, "b 11• 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de 
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que 
fundamentou sua instituição. " 
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:> Contribuições Sociais residuais, desde que sejam não-cumulativos e 
não tenham fato gerador ou base de cá lcu lo já previstos na CF/88 
(artigo 195, §4º) . 
"Art. 195. (. . .) 
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a 
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, 
obedecido o disposto no art. 154, I." 
Por sua vez, diversas disposições relativas aos tributos previstos na CF/88 
devem ser reguladas por meio de leis complementares federais, quais 
sejam: 
:> Quanto ao 155, será a lei complementar de normais gerais sobre o 
imposto que definirá os serviços a serem tributados pelo imposto 
municipal, bem como a fixação de suas alíquotas mínimas e máximas, 
as isenções heterônimas quanto à exportação de serviços para o 
exterior e as condições para concessão de isenções, incentivos e 
benefícios fiscais relativos ao imposto (artigo 156, III e §3º, Ia III); 
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"Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
( .. .) 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no 
art. 155, II, definidos em lei complementar. ( .. .) 
( .. .) 
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput 
deste artigo, cabe à lei complementar: 
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; 
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o 
exterior. III - regular a forma e as condições como isenções, 
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados." 
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 Quanto ao ITCMD, fixar os critérios de competência dos Estados ou do 
Distrito Federal quanto à cobrança do imposto nos casos de doadores 
ou de De Cujus residentes ou domiciliados no exterior, definindo o ente 
estadual competente para cobrar o imposto (artigo 155, §1º, III); 
´ Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir 
impostos sobre: 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou 
direitos; (...) 
§ 1.º O imposto previsto no inciso I: (...) 
III - terá competência para sua instituição regulada por lei 
complementar: 
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; 
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado 
RX�WHYH�R�VHX�LQYHQWiULR�SURFHVVDGR�QR�H[WHULRU�������´ 
 Quanto ao ICMS, definir a lei de normas gerais (atualmente a famosa 
Lei Kandir ± LC nº 87/1996), à qual caberá dispor, entre outros temas, 
quanto aos contribuintes, à substituição tributária, à exclusão da 
incidência do imposto na exportação de serviços para o exterior e à 
regulação da forma como, mediante deliberação dos Estados e do 
Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão 
concedidos e revogados (artigo 155, §2º, XII); 
´ Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir 
impostos sobre: (...) 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e 
as prestações se iniciem no exterior; (...) 
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: 
(...) 
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XII - cabe à lei complementar: 
a) definir seus contribuintes; 
b) dispor sobre substituição tributária; 
c) disciplinar o regime de compensação do imposto; 
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do 
estabelecimento responsável, o local das operações relativas 
à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; 
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o 
exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados 
no inciso X, "a"; 
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à 
remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de 
serviços e de mercadorias; 
g) regular a forma como, mediantedeliberação dos Estados e 
do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais 
serão concedidos e revogados. 
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o 
imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua 
finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no 
inciso X, b; 
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do 
imposto a integre, também na importação do exterior de 
bem, mercadoria ou serviço.´ 
 
 
 
 
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 Quanto às contribuições sociais, fixar limites de valor para a concessão 
de remissões ou anistias relativas às esses tributos (artigo 195, §11º). 
³$UW������������ 
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das 
contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste 
artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei 
FRPSOHPHQWDU�´ 
Outro tema muito importante deverá ser regulado por meio de lei 
complementar, estando presente no artigo 146-A da CF/88, acrescentado 
pela emenda constitucional nº 42, de 2003: 
³$UW�����-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios 
especiais de tributação, com o objetivo de prevenir 
desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência 
de a União, por lei, estabelecer normas de igual REMHWLYR�´ 
(Grifos nosso) 
Observe que a previsão descreve uma possibilidade, e não uma obrigação, 
tendo como objetivo prevenir desequilíbrios de concorrência surgidos ou 
observados. 
Quanto às leis complementares, temos ainda a Súmula vinculante nº 08, de 
2008, que trata de prescrição e da decadência tributárias, matérias 
submetidas ao rito exclusiva de lei complementar, conforme vimos no artigo 
�����,,,��³E¶��GD�&)���� 
³6mR� LQFRQVWLWXFLRQDLV� R� SDUiJUDIR� ~QLFR� GR� DUWLJR� �ž� GR�
Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 
8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de 
FUpGLWR�WULEXWiULR�´ 
 
 
 
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(Questão 02) Considere as seguintes matérias tributárias: 
I. Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. 
II. Estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre adequado tratamento tributário ao ato cooperativo 
praticado pelas sociedades cooperativas. 
III. Estabelecer critérios diferenciados de tributação com o objetivo de 
prevenir desequilíbrios da concorrência. 
IV. Instituir empréstimos compulsórios. 
Nos termos da Constituição Federal, cabe à lei complementar dispor sobre o 
que consta em: 
(A) III e IV, apenas. 
(B) I e III, apenas. 
(C) I, apenas. 
(D) I e II, apenas. 
(E) I, II, III e IV. 
De acordo com o artigo 146 da CF/88, cabe à lei complementar: 
x dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
x regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
x estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos 
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas 
sociedades cooperativas. 
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d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as 
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive 
regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 
155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239. 
Por sua vez, de acordo com o artigo 146-A, cabe à complementar poderá 
estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir 
desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por 
lei, estabelecer normas de igual objetivo. 
Por fim, o artigo 148 da CF/88 atribuiu à União a faculdade de, por lei 
complementar, instituir empréstimos compulsórios: 
x para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência; 
x no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
$VVLP��UHVWD�FRPR�FRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³H´��JDEDULWR�GD�TXHVWmR�� 
 
 
Vamos agora ao estudo das leis ordinárias, outro tema importantíssimo na 
nossa aula de hoje, caro aluno! 
 
 
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Leis Ordinárias 
A lei ordinária é espécie normativa de caráter residual em re lação à lei 
complementar, regulando temas que não foram expressamente conferidos 
pelo texto constitucional a essa espécie normativa. Assim, caso um tema 
não tenha sido expressamente conferido ao regramento por meio de 
lei complementar, poderá ser livremente utilizada a lei ordinária para 
regular a matéria em questão. 
LEI 
COMPLEMENTAR 
REGULA TEMAS EXPRESSAMENTE 
PREVISTOS NO TEXTO DA CF/8-8-
: > 
REGULA OS DEMAIS TEMAS, 
LEI ORDINÁRIA .. 1 -- .__ _________ __, . _ TENDO CARÁTER RESIDUAL 
Como característica básica, a lei ordinária necessita de quórum de aprovação 
por maioria simples ou relativa , que determina apenas que seja aprovada 
pela maioria dos parlamentares presentes à sessão legislativa, rito bem 
menos elaborado do que o previsto para as leis complementares. 
Essa é a espécie normativa a ser utilizada pelo legislador quando a CF/88 faz 
referencia apenas à lei, sem qualquer adjetivo, uma vez que, quando quis ser 
específico, o legislador constitucional expressamente fez referência à lei 
complementar para regular determinada matéria. 
As leis ordinárias são instrumentos válidos de imposição tributária, podendo 
criar tributos e dispor sobre os mesmos, sendo veículo suficiente para a 
correta verificação do princípio da lega lidade tributária, quando presente. 
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Quanto ao direito tributário, compete sempre à lei estabelecer claramente 
todos os atributos do determinado tributo por ela criado, quais sejam : fato 
gerador, base de cá lcu lo, contribuintes, alíquotas e multas. É vedada a 
indicação genérica de normativos no texto da lei quanto a esses 
atributos. Eles devem ser expressos no texto da lei de criação e/ou 
regulação do tributo. 
Diante disso, são restritos ao regramento dado por meio de lei os seguintes 
temas previstos no artigo 97 do CTN: 
)- a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
)- a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos 
artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
)- a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, 
ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito 
passivo; 
)- a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, 
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
)- a cominaçãode penalidades para as ações ou omissões contrárias a 
seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; 
)- as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos 
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. 
Assim, por exemplo, somente por meio de lei em sentido estrito poderá ser 
criado ou majorado determinado tributo previsto na competência tributária de 
um Ente Político. O mesmo acontece em relação à fixação de infrações à 
legislação tributária e consequente imposição de mu ltas e demais 
pena lidades. 
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Quanto à instituição de tributos, deve ser observado ainda que alguns deles 
necessitam da edição de lei complementar para tanto, enquanto outros, a 
maioria deles, necessitam apenas de lei ordinária do ente competente. Por 
sua vez, as alterações de alíquotas de alguns tributos podem ser feitas por 
normas infralegais, como decretos do poder executivo, sendo assim exceções 
ao princípio da legalidade (II, IE, IPI, IOF, por exemplo). 
Nessa linha, as leis ordinárias podem instituir, em regra, quaisquer benefícios 
e incentivos fiscais relativos aos tributos, especialmente quanto aos impostos, 
exceto no caso do ICMS, os quais são conferidos por meio dos Convênios 
ICMS, e no de tributos sujeitos à regulação por meio de lei complementar. 
Em relação às leis ordinárias, temos apenas isso que foi apresentado. Vamos 
agora ao estudo dos tratados internacionais. 
 
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Tratados Internacionais 
 
Os tratados, os acordos e as convenções internacionais são todos os pactos 
formais firmados entre dois ou mais países, pessoas jurídicas de direito 
público internacional, visando regular determinado tema de interesse comum, 
tendo caráter formal, assim como as leis ordinárias internas. 
Um tratado, acordo ou convenção internacional pode ser conceituado como 
um acordo resultante da vontade de dois ou mais sujeitos de direito público 
internacional, por meio de num texto formal escrito, tendo como objetivo 
produzir efeitos jurídicos no plano internacional. Assim, o tratado é o meio 
pelo qual sujeitos de direito internacional estipulam direitos e obrigações 
entre si, visando regular situações a eles comuns. 
Como exemplo de tratado internacional firmado pelo nosso país, e de grande 
importância para o Brasil e para o MERCOSUL, é o Acordo Geral sobre Tarifas 
e Comércio (GATT), tendo entrado em vigor na sua última versão em 1995. 
Esse acordo dispõe sobre várias medidas relativas às imposições tributárias 
quanto aos impostos de importação e exportação, bem como medidas de 
regulação do comércio internacional em âmbito mundial. 
No campo tributário, os tratados, acordos e convenções internacionais têm 
por função, em especial, evitar a bitributação internacional e a evasão de 
divisas por partes dos membros presentes no acordo. Os principais tributos 
aos quais se destinam os tratados, acordos e convenções internacionais 
firmados pelos países são os impostos de importação e de exportação e o 
imposto sobre a renda, evitando, quanto a esse último, que os sujeitos 
passivos sejam onerados nos dois países, ou que haja evasão de divisas em 
razão da complexidade das operações realizadas em dois ou mais países. 
Do direito constitucional, temos que cabe privativamente ao Presidente da 
República celebrar tratados internacionais, estando sujeitos a posterior 
referendo do Congresso Nacional, conforme preceituam os artigos 49, I, e 84, 
VIII, da CF/88, uma vez que é competência exclusiva do Congresso Nacional 
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resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que 
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. Para 
tanto, é necessária a expedição de Decreto Legislativo pela Casa Legislativa 
federa l para que venha a adquirir status de lei em nosso ordenamento 
jurídico. Sem essa aprovação, o tratado firmado não terá qua lquer aplicação 
no âmbito interno. 
"Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem encargos ou compromissos 
gravosos ao patrimônio nacional; (. . .)" 
"Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da 
República: (. .. ) 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, 
sujeitos a referendo do Congresso Nacional; (. . .)" 
Após o referendo do Congresso Nacional, o Presidente da Repúbl ica deve 
ainda expedir decreto publ icando o tratado internacional, sem o qual este não 
produzirá efeitos na ordem interna. Com a publicação do decreto pelo poder 
executivo federal, o tratado passa a ter vigência em território nacional. 
CELEBRAÇÃO DO TRATADO 
..--"' PELO PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA 
REFERENDO DO CONGRESSO 
(EXPEDE DECRETO 
LEGISLATIVO) 
PRESIDENTE PUBLICA 
DECRETO 
INÍCIO DA VIGÊNCIA DO 
TRATADO NA ORDEM 
INTERNA 
Os tratados e as convenções internacionais retiram seu fundamento de 
va lidade do artigo 98 do CTN, que assim dispõe: 
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"Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais 
revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão 
observados pela que lhes sobrevenha." 
Desse modo, após plenamente em vigor determinado tratado ou convenção 
internacional, estes devem ser "respeitados" pelas disposições contidas na 
legislação tributária interna, sendo estas revogadas ou modificadas em razão 
da entrada em vigor dos atos internacionais. Caso estejamos diante de 
legislação tributária superveniente, está deverá observar o que dispõe os 
tratados e convenções internacionais já existentes. Estes, por sua vez, devem 
sempre obediência ao que prescreve a CF/88, não podendo jamais ir de 
encontro ao que prescreve a norma das normas. 
Contudo, essa previsão deve ser interpretada com certa prudência, uma vez 
que existe corrente doutrinária que entende que os tratados e convenções 
internacionais não revogam, mas sim suspendem ou modificam a 
legislação interna, exceto, claro, em relação às normas constitucionais, a 
que os tratados sempre devem estrita obediência em razão da supremacia da 
nossa CF/88. Guarde bem: EM NENHUMA HIPÓTESE UM TRATADO 
INTERNACIONAL PODERÁ IR DE ENCONTRO AO QUE PREVÊ A NOSSA CF/88. 
Para o que defendem a tese, os normativos internacionais seriam 
apenas LEI ESPECIAIS, convivendo em harmonia com as leis internas, 
aptas a, claro, regular apenas situações ocorridas dentro do território 
nacional. Nesse rumo, o tratado ou a convenção internacional seria aplicado 
em detrimento da legislação interna apenas nos casos por aquele regulado, 
tendo em vistas as disposições de natureza específica nele contidas. Nesse 
caso, temos a aplicação do chamado principio da especial idade. 
Veja o que nos diz o STF em seu ADI nº 1480, de 04 de setembro de 1997, 
que assim nos diz : 
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³������ 1R� VLVWHPD� MXUtGLFR� EUDVLOHLUR�� RV� WUDWDGRV� RX�
convenções internacionais estão hierarquicamente 
subordinados à autoridade normativa da Constituição da 
República. Em consequência, nenhum valor jurídico terão os 
tratados internacionais, que, incorporados ao sistema de 
direito positivo interno, transgredirem, formal ou 
materialmente, o texto da Carta Política. O exercício do 
treaty-making power, pelo Estado brasileiro - não obstante o 
polêmico art. 46 da Convenção de Viena sobre o Direito dos 
Tratados (ainda em curso de tramitação perante o Congresso 
Nacional) -, está sujeito à necessária observância das 
limitações jurídicas impostas pelo texto constitucional (...) 
Os tratados ou convenções internacionais, uma vez 
regularmente incorporados ao direito interno, situam-
se, no sistema jurídico brasileiro, nos mesmos planos 
de validade, de eficácia e de autoridade em que se 
posicionam as leis ordinárias, havendo, em 
conseqüência, entre estas e os atos de direito 
internacional público, mera relação de paridade 
normativa. Precedentes. No sistema jurídico brasileiro, os 
atos internacionais não dispõem de primazia 
hierárquica sobre as normas de direito interno. A 
eventual precedência dos tratados ou convenções 
internacionais sobre as regras infraconstitucionais de 
direito interno somente se justificará quando a 
situação de antinomia com o ordenamento doméstico 
impuser, para a solução do conflito, a aplicação 
alternativa do critério cronológico ("lex posterior derogat 
SULRUL���RX��TXDQGR�FDEtYHO��GR�FULWpULR�GD�HVSHFLDOLGDGH´ 
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Desse modo, temos simplesmente uma relação de especialidade da norma 
internaciona l frente à lei interna, e não propriamente uma re lação de 
superioridade hierárquica. 
Por sua vez, não podem os tratados versar sobre matéria reservada 
constituciona lmente à lei complementar, tendo em vista a CF/88 
expressamente designar as matérias que competem a essa espécie 
normativa. A mesma decisão do STF dispõe sobre o tema da seguinte 
maneira: 
"(. . .) Os tratados internacionais celebrados pelo Brasil - ou 
aos quais o Brasil venha a aderir - não podem, em 
consequência, versar matéria posta sob reserva 
constitucional de lei complementar. É que, em tal situação, a 
própria Carta Política subordina o tratamento legislativo de 
determinado tema ao exclusivo domínio normativo da lei 
complementar, que não pode ser substituída por qualquer 
outra espécie normativa infraconstitucional, inclusive pelos 
atos internacionais já incorporados ao direito positivo 
interno. H 
Em relação ao STJ, temos que esse tribunal entende ser importante a 
distinção entre os chamados tratados-leis e os tratados-acordos. Os 
primei ros, também chamados de tratados normativos, são aqueles em que se 
observa a aplicação integral do que dispõe o artigo 98 do CTN, uma vez 
que os mesmos estipulam em seus textos normativos com caráter de 
generalidade, dispondo sobre a vontade mútua das partes em seguir as 
regras neles estipuladas, não podendo ser revogados ou modificados 
pela legislação interna. 
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Por sua vez, os tratados-contratos não dispõem das características 
presentes nos tratados- leis, podendo assim ser livremente revogados ou 
modificados pela legislação interna, não sendo apl icado o artigo 98 do CTN . 
Nesse tipo de tratado, há o caráter contraprestacional entre as partes 
contratantes, CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL DOS TRATADOS-
CONTRATOS, o que não existe no tratado-lei. 
Veja o que nos diz o STJ em seu REsp 426.945/PR, de 22/06/2004: 
"(. .. ) O art. 98 do CTN permite a distinção entre os 
chamados tratados-contratos e os tratados-leis. Toda a 
construção a respeito da prevalência da norma interna com o 
poder de revogar os tratados, equiparando-os à legislação 
ordinária, foi feita tendo em vista os designados tratados, 
contratos, e não os tratados-leis. 
- Sendo o princípio da não-discriminação tributária adotado 
na ordem interna, deve ser adotado também na ordem 
internacional, sob pena de desvalorizarmos as relações 
internacionais e a melhor convivência entre os países. " 
{P- A_ R_ T_ 1_G_o _ 9_s_ o_ o_ CT_ N __ 5u 
TRA T AD OS-LEI 
SE A P LICA 
I N T EGRA LMEN T E 
TRATAOOS-
'-----"C -"-0 ..;....N T RA_ T-'O;;.....__, 
NÃO SE APLI CA 
Por sua vez, temos a competência atribuída à União para a celebração de 
tratados e acordos internacionais que versem sobre a concessão de isenção 
re lativa a tributos estaduais e municipais. Para o STF, nessas situacões, a 
União atua em nome da Repúbl ica Federativa do Brasi l, exercendo a 
soberania do Estado brasileiro. 
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Nesse sentido, não se aplica o que dispõe o artigo 151, III, da CF/88, que 
assim nos diz em seu texto: 
"Art. 151. É vedado à União: (. . .) 
III - instituir isenções de tributos da competência dos 
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios." 
A disposição contida no artigo acima se mostra válida apenas na ordem 
interna, tendo em vista a inexistência de hierarquia entre os entes 
políticos, todos dotados de plena autonomia quanto à instituição de seus 
tributos. Assim, temos as seguintes súmulas do STF: 
"Súmula 575: À mercadoria importada de país signatário do 
(GATT), ou membro da {ALALC), estende-se a isenção do 
imposto de circulação de mercadorias concedida a similar 
nacional." 
Por fim, uma das principais características dos tratados e das convenções 
internacionais é a de que estas não podem criar novas hipóteses de 
incidência não previstas nas leis internas, muito menos criar tributo 
ou majorá-los, tendo em vista a sua função negativa. Desse modo, 
nenhuma nova obrigação tributária poderá surgir em decorrência apenas do 
que prevê um t ratado internacional, necessitando sempre de lei interna para 
tanto. 
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(Questão 03) Prestam-se a adensar a disciplina constitucional conferida ao 
sistema tributário e a criar certos tributos: 
a) normas complementares 
b) decretos 
c) tratados internacionais 
d) leis ordinárias 
e) leis complementares. 
Conforme vimos, apenas as leis em sentido estrito possuem competência 
para instituir ou extinguir tributos, seja por meio de lei ordinária ou 
complementar. Os atos infralegais, por sua vez, não possuem essa 
competência, podendo, entre outros temas, regular as obrigações tributárias 
acessórias, quando autorizados por lei. Assim, restam incorretas as 
DOWHUQDWLYDV�³D´�H�³E´�� 
Por fim, como acabamos de ver, uma das principais características dos 
tratados internacionais é a de que os mesmos não podem criar novas 
hipóteses de incidência não previstas nas leis internas, muito menos criar 
tributo ou majorá-los, tendo em vista a sua função negativa. Logo, resta 
LQFRUUHWD�WDPEpP�D�DOWHUQDWLYD�³F´�� 
(�DJRUD��³G´�RX�³H´"�4XDQWR�D�FULDU�WULEXWRV��HVVD�FRPSHWrQFLD��FRQIRUme o 
caso, será tanto conferida à lei ordinária quanto à lei complementar. Observe, 
entretanto, TXH� R� WH[WR� GR� HQXQFLDGR� IDOD� HP� ³DGHQVDU� D� GLVFLSOLQD�
FRQVWLWXFLRQDO�FRQIHULGD�DR� VLVWHPD� WULEXWiULR�QDFLRQDO´��4XHP�QRUPDWL]D�RV�
temas presentes no corpo da CF/88, como a regulação das normas gerais em 
matéria de legislação tributária? A lei complementar. É ela que adensa a 
disciplina constitucional conferida ao sistema tributário. 
Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão. 
 
 
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(Questão 04) Dispõe o art. 98, do Código Tributário Nacional que os 
tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação 
tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. A partir do 
dispositivo legal é possível afirmar que os tratados e as convenções 
internacionais 
(A) são normas de nível constitucional, vinculando o poder constituinte 
derivado quando se tratar de matéria tributária, por expressa disposição no 
Código Tributário Nacional, desde que suas normas não contrariem normas 
do poder constituinte originário. 
(B) sobrepõem-se a toda legislação interna, inclusive sobre os dispositivos 
constitucionais acerca de matéria tributária. 
(C) não se sobrepõem às normas constitucionais vigentes ao tempo de sua 
ratificação, mas o poder constituinte derivado que vier a ser exercido após a 
ratificação do tratado deve obediência aos seus ditames. 
(D) são normas supralegais, mas encontram limite nas normas 
constitucionais, não podendo dispor de forma contrária àquilo que está 
disciplinado na Constituição acerca de matéria tributária. 
(E) são normas supraconstitucionais e podem, desde que a ratificação pelo 
Congresso se dê em dois turnos de votação, por maioria qualificada de 2/3, 
modificar as disposições constitucionais acerca da matéria tributária. 
O cerne da questão é voltado principalmente ao que dispõe o artigo 98 do 
CTN, transcrito no enunciado da questão, e o artigo 5º, §3º, da CF/88, que 
estabelece o seguinte: 
³$UW���ž������ 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
FRQVWLWXFLRQDLV�´ 
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Os tratados citados no texto constitucional, como facilmente se observa, 
dizem respeito apenas os normativos internacionais relativos aos direitos 
humanos, e não à ordem tributária. Desse modo, os tratados, acordos e 
convenções internacionais sobre matéria tributária são semelhantes aos 
demais, excetuados aqueles que versem sobre o tema contido no §3º do 
artigo 5º da CF/88. 
Nessa linha, os tratados, acordos e convenções internacionais também não 
são considerados como leis normais, muito embora possam ser por elas 
revogados. Esses normativos, conforme a melhor doutrina, são considerados 
como leis supralegais, uma vez que, ao serem firmados, suspendem a 
legislação interna com ele incompatível. 
Em todo o caso, seja ou não uma norma veiculada em tratados, acordos e 
convenções internacionais de natureza tributária, esses devem sempre 
obediência aos preceitos e princípios consagrados no texto da CF/88, não 
podendo ir contra o que essa dispõe em seu texto, nem mesmo aqueles que 
versam sobre direitos humanos. 
Alternativa a) Incorreta. Os tratados, acordos e convenções internacionais 
em matéria tributária não possuem nível constitucional, sendo considerados 
apenas normas supralegais. Esses normativos não vinculam o poder 
constituinte derivado nem mesmo quando se tratar de matéria relativa aos 
direitos humanos, não podendo, em todo caso, suas normas contrariar 
normas do poder constituinte originário. 
Alternativa b) Incorreta. Os tratados, acordos e convenções internacionais 
em matéria tributária podem se sobrepor à legislação interna, exceto, e em 
todo caso, sobre os dispositivos constitucionais acerca de matéria tributária. 
Os mandamentos constitucionais, originários ou derivados, devem ser sempre 
respeitados. 
 
 
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Alternativa c} Incorreta. Os tratados, acordos e convenções internacionais, 
como citado na alternativa anterior, devem obediência, sempre, aos 
mandamentos constitucionais institu ídos pelo poder originário e pelo poder 
constituinte derivado, indistintamente. Nenhum desses normativos pode ir de 
encontro ao texto constitucional, em hipótese alguma. 
Alternativa d} Correta. Perfeitas definição sobre os tratados, acordos e 
convenções internacionais, uma vez que esses são considerados normas 
supralegais, embora encontrem limites nas normas constitucionais, não 
podendo dispor de forma contrária àquilo que está disciplinado na 
Constituição acerca de matéria tributária, seja pelo legislador constituinte 
ordinário, sejam pelo derivado. 
Alternativa e} Incorreta. Os tratados, acordos e convenções internacionais 
são normas supralegais, e não supranacionais. Seu rito de aprovação, quanto 
aos que dizem respeito à matéria tributária, segue o mesmo rito devido para 
os demais atos internacionais, qual seja, o contido na figura abaixo: 
CELEBRAçÃO DO TRATADO 
PELO PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA 
Prof. Aluísio Neto 
....,.._" 
REFERENDO DO CONGRESSO 
(EXPEDE DECRETO 
LEGISLATIVO) 
PRESIDENTE PUBLICA 
DECRETO 
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TRATADO NA ORDEM 
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Leis Delegadas 
 
A lei delegada é mais uma das fontes do direito tributário no nosso sistema 
constitucional tributário, estando prevista no artigo 68 da CF/88, que assim 
nos diz: 
³$UW�� ���� $V� leis delegadas serão elaboradas pelo 
Presidente da República, que deverá solicitar a 
delegação ao Congresso Nacional. 
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de 
competência exclusiva do Congresso Nacional, os de 
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal, a matéria reservada à lei 
complementar, nem a legislação sobre: 
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a 
carreira e a garantia de seus membros; 
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e 
eleitorais; 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e 
orçamentos. 
§ 2º - A delegação ao Presidente da República terá a 
forma de resolução do Congresso Nacional, que 
especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. 
§ 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto 
pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, 
YHGDGD�TXDOTXHU�HPHQGD�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Diante do artigo acima, já podemos identificar que a lei delegada é ato 
normativo atribuído ao Presidente da República, que deverá solicitar a 
DELEGAÇÃO AO CONGRESSO NACIONAL. Essa delegação, que se trata de 
uma autorização para a edição do normativo, deverá ser concedida por meio 
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de Resolução do Congresso Nacional. Atente bem : CONGRESSO, e 
nenhuma outra casa legislativa! ! 
Outro ponto importante : a Resoluçãodo Congresso Nacional autorizando 
a edição do ato deverá sempre indicar o conteúdo do ato a ser elaborado e 
os termos do exercício, não podendo ser livremente elaborado pelo Chefe do 
Poder Executivo. 
Em termos práticos, a lei delegada se equipara à lei ordinária, uma vez que 
tratará das mesmas matérias a estas conferidas. A única diferença está no 
rito de sua autorização e elaboração, aos quais não se submete a lei 
ordinária. 
Para fins de direito tributário, os temas mais relevantes são os relativos à 
possibilidade de instituição de tributos por meio dessa espécie normativa e a 
sua relação com as leis complementares. 
Primeiramente, as leis delegadas podem, REGRA GERAL, tratar de todos os 
temas a serem tratados por meio de lei ordinária, não havendo limitações 
quanto a isso em razão da utilização deste ou daquele normativo. A única 
limitação é a IMPOSSBILIDADE de regulação de temas conferidos 
expressamente às leis complementares. Assim, AS LEIS DELEGADAS 
PODEM INSTITUIR E REGULAR TRIBUTOS, desde que obedeçam às 
limitações previstas no texto da CF/88. 
Assim, É VEDADA A EDIÇÃO DE LEI DELEGADA PARA TRATAR DE 
TEMAS A SEREM REGULADOS POR MEIO DE LEI COMPLEMENTAR, 
conforme prevê o § 1 o do artigo 68 da CF/88. Logo, é impossível a criação, 
por exemplo, de empréstimos compulsórios por meio de lei delegada, tendo 
em vista que esta espécie normativa deve ser instituída sempre por meio de 
lei complementar. 
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LEI DELEGADA 
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EQUIPARADA À LEI 
ORDINÁRIA 
VEDADA A EDlçÃO PARA TRATAR DE 
TEMAS SUBORDINADOS À LEI 
COMPLEMENTAR 
RESOLUçÃO DO 
CONGRESSO 
NACIONAL 
PODE INSTITUIR E REGULAR 
TRIBUTOS, REGRA GERAL 
Por fim, essa espécie normativa ca iu re lat ivamente em desuso, tendo em 
vista o "nascimento" das medidas provisórias, que não necessitam de 
autorização de nenhuma casa legislativa para serem editadas pelo Chefe do 
Poder Executivo, conforme veremos aos estudar essa espécie normativa . 
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Medidas Provisórias 
Nesse item da aula estudaremos um tema muito importante cobrado em 
provas de direito tributário : as medidas provisórias. Essa espécie 
normativa é a "sucessora" do antigo Decreto-Lei, presente no ordenamento 
jurídico constitucional anterior, tendo sido vários deles, inclusive, 
recepcionados pela atual Carta Magna. 
Esses instrumentos normativos têm, dentro de certos limites previstos na 
CF/88, a mesma força que uma lei editada regularmente pelo Congresso 
Nacional. Entretanto, são atos de uso exclusivo do Presidente da 
República, conforme prevê o artigo 62 da CF/88: 
"Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente 
da República poderá adotar medidas provisórias, com força 
de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso 
Nacional." 
Observe que, além de ser de competência do Poder Executivo, a medida 
provisória somente poderá ser editada (ao menos em teoria) em caso de 
relevância e urgência, aspectos que, "cá entre nós", são bastante subjetivos. 
Quanto a esses requisitos, veja o que nos diz o STF: 
Prof. Aluísio Neto 
"Os conceitos de relevância e de urgência a que se refere o 
artigo 62 da Constituição, como pressupostos para a edição 
de Medidas Provisórias, decorrem, em princípio, do Juízo 
discricionário de oportunidade e de valor do Presidente da 
República, mas admitem o controle ;udiciário quando ao 
excesso do poder de legislar, (. . .). {ADI 162, de 
14/12/1989)." 
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Relativamente ao direito tributário, essa espec1e normativa poderá ser 
utilizada em todos aqueles temas que podem ser disciplinados por lei 
ordinária e desde que não sejam expressamente vedados pela CF /88. 
"Somente lei ordinária, professor? Pode ser lei complementar também?" 
Quem responde essa pergunta é o inciso III do §1º do artigo 62 da CF/88. 
Veja o que ele nos diz: 
"Art. 62 (. .. ) 
§ 1 o É vedada a edição de medidas provisórias sobre 
matéria: 
(. . .) 
III - reservada a lei complementar: 
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo 
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do 
Presidente da República." (Grifos nosso) 
Ou seja, na regulação de qualquer tema que em que seja obrigatória a 
utilização de lei complementar, jamais poderá ser utilizada a medida 
provisória. Como exemplo, temos a instituição de empréstimos 
compulsórios, de impostos residuais, definição de normas gerais tributárias, 
entre outros. 
Um dos temas mais importantes relativos ao direito tributário quanto à 
medida provisória se refere ao que determina o §2º do mesmo artigo 62 da 
CF/88, cuja redação é a seguinte: 
Prof. Aluísio Neto 
"Art. 62 (. .. ) 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração 
de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 
154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro 
seguinte se houver sido convertida em lei até o último 
dia daquele em que foi editada. " (Grifos nosso) 
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Antes de tudo : UMA MEDIDA PROVISÓRIA PODERÁ INSTITUIR E 
MAJORAR TRIBUTOS, SEM QUALQUER RESTRIÇÃO, EXCETO AS 
PREVISTAS EXPRESSAMENTE NA CF/88. Entretanto, a medida provisória 
referida no normativo anterior se aplica apenas aos impostos !! Guarde bem 
isso! 
Uma vez que podem disciplinar temas previstos na competência de lei 
ordinária, as medidas provisórias podem também majorar ou instituir 
tributos, como falamos. Nesses casos, contudo, devem observar o que 
determina o §2º, sob pena de os temas regulados em seu texto não surtirem 
efeitos junto aos contribuintes. 
Para que uma medida provisória que implique instituição ou majoração de 
IMPOSTOS venha a produzir efeitos no exercício financeiro seguinte ao da sua 
edição, esta DEVERÁ SER CONVERTIDA EM LEI ATÉ O ÚLTIMO DIA DO 
EXERCICIO FINANCEIRO EM QUE FOI EDITADA. Se assim não for, 
somente produzirá efeitos no primeiro dia do ano seguinte, supondo ainda 
que a medida provisória não tenha perdido seus efeitos com o decurso do 
tempo. 
Entretanto, a regra contida no artigo 62, §2º, da CF/88 não será observada 
em relação aos seguintes impostos ( os chamados impostos extrafiscais, junto 
com o IEG): 
• Imposto de Importação (II); 
• Imposto de Exportação (IE); 
• Imposto sobre produtos industrializados (IPI); 
• Imposto sobre operações financeiras (IOF); 
• Impostos Extraordinários de Guerra (IEG) . 
Todos os cinco impostos vistos acima poderão ser instituídos ou alterados por 
medida provisória, ainda que esta não tenha sido convertida em lei até o 
último dia do exercício financeiro em que foram editadas. Nesses casos, os 
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impostos e suas alterações terão eficácia imediata, uma vez que não 
precisam obedecer aos princípios tributários da noventena e da anterioridade. 
Para os demais impostos, há a necessidade de conversão em lei ainda no 
exercício financeiro em que foram editadas, sob pena de não surtirem efeitos 
no próximo, uma vez que, conforme o caso, os demais impostos devem

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