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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Licenciatura em História Licenciatura em Ciências Biológicas, Física, Matemática e Química Tecnologia de Segurança Pública e Social AP – 2017-2 DISCIPLINA: Português Instrumental Coordenação: Prof.ª Lucia Moutinho, Prof.ª Evelyn Orrico, Prof.ª Diana Pinto, Prof.ª Patrícia Vargas Nome: Matrícula: Email: Polo: Curso: Cidade em que reside: Prezado(a) aluno(a), Esta é a sua AP1. Leia os enunciados com atenção. Procure ser claro e objetivo na elaboração de suas respostas. Escreva com letra legível nas linhas pontilhadas. As respostas devem ser manuscritas em caneta azul ou preta. Redija as respostas das questões discursivas neste caderno e não ultrapasse as linhas pontilhadas. As respostas escritas nas folhas de rascunho não serão consideradas. Inutilize eventuais rascunhos. 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH Licenciatura em Pedagogia- EAD UNIRIO/CEDERJ vladimir safatle É professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP (Universidade de São Paulo). Leia o texto a seguir. Fim da obrigatoriedade de filosofia e sociologia gera ensino mutilado 28/10/2016 02h03 Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/vladimirsafatle/2016/10/1826919-fim-da- obrigatoriedade-de-filosofia-e-sociologia-gera-ensino-mutilado.shtml Na semana passada, o relator da medida provisória sobre as modificações do ensino médio, editada por aquilo que alguns chamam de "governo", fez algumas considerações a respeito de suas preferências. Entre elas, ele sugere que as disciplinas de Filosofia e Sociologia deixem de ser disciplinas de fato e se transformem em "conteúdos transversais" lecionados em aulas de História. Ou seja, mesmo que seus filhos escolham seguir uma concentração em ciências humanas, tais conteúdos não seriam mais oferecidos como disciplinas autônomas, o que vai contra todo o discurso a respeito de oferecer mais condições para os alunos aprofundarem seus interesses efetivos. Essa consideração do senhor relator nos leva, no entanto, a colocar questões a respeito da importância do ensino de filosofia e sociologia para adolescentes. Afinal, devem nossos adolescentes aprender filosofia e sociologia? Pois é claro que a proposta de reduzi-las a "conteúdos transversais" é apenas uma maneira um pouco mais cínica de retirá-las. Um professor de História, embora possa e deva conhecer questões de filosofia e sociologia que são pertinentes a seu objeto de estudo, não teria condições de tratar de tais conteúdos com a profundidade devida à docência. Na verdade, o que procura se mostrar é que Filosofia e Sociologia não são tão relevantes assim e poderiam muito bem ser eliminadas como disciplinas. Seus filhos poderiam muito bem viver sem elas. Mas coloquemos a questão implícita neste debate na sua forma correta, a saber: por que há setores da sociedade brasileira que se incomodam tanto com seus filhos aprendendo filosofia e sociologia? Poderíamos contra-argumentar dizendo não se tratar de incômodo, mas de uma simples análise de prioridades. A prioridade na formação seria a de garantir a empregabilidade e a qualificação técnica. Nesse sentido, há de se cortar o que é supérfluo. Por outro lado, os estudantes brasileiros são sempre mal avaliados em disciplinas básicas, como línguas e matemática. Melhor então focar o essencial. No entanto, tais argumentos não se sustentam. Limitar nossos alunos ao básico não é o melhor caminho para levá-los a lidar com realidades complexas e em mutação, como são nossas sociedades contemporâneas. Eles não conseguirão tomar melhores decisões com uma formação mais limitada. Por outro lado, se seus conhecimentos de línguas e matemática são deficitários, não é por alguma forma de "excesso" de 2 disciplinas, mas pela péssima qualidade de nossas escolas, pela precarização de nossos professores (só o Estado de São Paulo perdeu 44.500 professores apenas nos últimos dois anos) e pela ausência de cultura literária de muitas famílias. Nesse sentido, há de se lembrar o que significa aprender filosofia e sociologia. O ensino da filosofia, por exemplo, pressupõe o desenvolvimento de algumas habilidades fundamentais. Lembremos de ao menos três: a capacidade de constituir problemas a partir da crítica a pressupostos aparentemente naturalizados, a capacidade de articular problemas em campos aparentemente dispersos, desenvolvendo assim um forte pensamento de relações e quebrando a tendência atual em isolar o pensamento em especialidades incomunicáveis. Isto significa ser capaz, por exemplo, de compreender como questões éticas têm relações com questões de teoria do conhecimento, de estética, de política e de lógica, entre outras. Por fim, e esta é sua característica mais impressionante, o aprendizado da filosofia pressupõe a capacidade de pensar como um outro. Lembro-me de um professor que, ao ver muita pressa em "refutar" Descartes, olhou para mim com sua sabedoria costumeira e disse: –"Veja, não é possível ler um filósofo com luvas de boxe". Ou seja, é necessário saber, por um momento, pensar como um outro, até para poder se contrapor com mais propriedade. Bem, é isto que alguns querem que seus filhos não aprendam. Eles sabem muito bem por que querem isso. Temo que o verdadeiro objetivo não tenha relação alguma com o futuro profissional de seus filhos. Temo que, no fundo, queira-se calar, de uma vez por todas, o projeto de alguns de nossos maiores filósofos, como Condorcet, que dizia: – "A função da educação pública é a de tornar o povo indócil e difícil de governar". 1. Leia o trecho a seguir. “Nesse sentido, há de se lembrar o que significa aprender filosofia e sociologia. O ensino da filosofia, por exemplo, pressupõe o desenvolvimento de algumas habilidades fundamentais. Lembremos de ao menos três: a capacidade de constituir problemas a partir da crítica a pressupostos aparentemente naturalizados, a capacidade de articular problemas em campos aparentemente dispersos, desenvolvendo assim um forte pensamento de relações, e quebrando a tendência atual em isolar o pensamento em especialidades incomunicáveis. Isto significa ser capaz, por exemplo, de compreender como questões éticas têm relações com questões de teoria do conhecimento, de estética, de política e de lógica, entre outras.”(VALOR: 4,0) Elabore um texto, em quinze (15) linhas, no máximo, em que você discuta o valor do aprendizado da disciplina de Filosofia na escola. Construa a frase-núcleo (introdução), desenvolva-a e a conclua. Dê um título ao seu texto. Provável resposta: A argumentação dar-se-á em até 15 linhas contendo, inclusive, um título sobre exclusão do ensino da Filosofia no Ensino Médio. Sobre a utilização das 15 linhas, penso que devemos considerar algo entre 12 à 17. Para discussão no texto, observar os argumentos plausíveis, coesão e coerência inclusive, entre o título e a discussão apresentada. Redação de acordo com a norma culta da língua portuguesa. 3 2. O autor faz referência a um pensamento de Condorcet (1743-1794). Em seu projeto, o Marquês de Condorcet construiu o arcabouço de uma nova educação; entretanto, não obteve aprovação. A partir do que leu, apresente um argumento, desenvolva-o e o conclua, que esteja de acordo com a afirmação de Condorcet, “a função da educação pública é a de tornar o povo indócile difícil de governar”, em oito (8) linhas, no máximo. (Valor: 2,0) Provávelresposta: mesmo critério adotado na correção da questão 1. 3.Quanto à tipologia, em que gênero este texto pode ser classificado? Sua resposta deve ser pautada em pelo menos um dos cinco parâmetros apresentados na aula 12 do seu material didático? (VALOR: 2,0) Provável resposta: Gênero – coluna jornalística. Os cinco parâmetros, sugeridos por TRAVAGLIA (2011) são: 1. conteúdo temático: comentário crítico acerca de acontecimentos recentes; 2. Superfície linguística: texto produzido em língua padrão; 3. Os objetivos e funções sociocomunicativas: dizem respeito ao que fazemos por meio daquele gênero na vida social. 4. a estrutura composicional – tipos de composição textual que figuram em textos daquele gênero, às vezes em uma ordem específica; 5. as condições de produção - dizem respeito às circunstâncias sociais em que o gênero é usado, o que inclui os participantes e o modo de funcionamento do texto na situação. 4. Um texto coeso é aquele em que existe encadeamento de ideias. Tal encadeamento se faz pela presença de algumas palavras ou expressões que funcionam como conectivos na construção do texto. Retire um deles do texto e elabore duas frases que se conectem entre si. (VALOR: 1,0) Resposta: 5a. linha - Ou seja - noção de esclarecimento = isto é, quer dizer. mesmo que - noção de oposição = ainda que. 2o. parágrafo - no entanto = entretano. 4 5. A compreensão de um texto depende da contextualização. Isso significa dizer que é importante saber o período histórico em que ele foi escrito para que o leitor possa compreendê-lo de forma mais abrangente. Assim, explique o uso de aspas na palavra governo, como se vê na 2a linha. (VALOR: 1,0) Provável resposta O aluno deve entender que as aspas têm intenção de ironia (ironizar) Desejamos-lhe sucesso na realização da prova. Abraço fraterno, EQUIPE DE PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 5 vladimir safatle Fim da obrigatoriedade de filosofia e sociologia gera ensino mutilado 5. A compreensão de um texto depende da contextualização. Isso significa dizer que é importante saber o período histórico em que ele foi escrito para que o leitor possa compreendê-lo de forma mais abrangente. Assim, explique o uso de aspas na palavra governo, como se vê na 2a linha. (VALOR: 1,0) Desejamos-lhe sucesso na realização da prova. Abraço fraterno, EQUIPE DE PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
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