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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS ENGENHARIA CIVIL ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO Aula 9 RENATO CABRAL GUIMARÃES MECÂNICA DOS SOLOS II 2 1. Introdução • Os parâmetros de resistência ao cisalhamento de solos, coesão e ângulo de atrito, são determinados na maioria dos casos em laboratório. • No entanto em alguns casos não é possível retirar amostras indeformadas e consequentemente realizar ensaios em laboratório, neste caso são realizados ensaio no campo (ensaios in situ). • No Brasil o ensaio in situ mais empregados para determinar a resistência dos solos é o Standard Penetration Test (SPT), utilizado na elaboração de projetos de fundações. • Além do SPT são utilizadas com uma frequência bem menor as provas de carga. 3 1. Introdução • Em alguns projetos, dependendo das características, podem ser utilizados outros ensaios de campo, podendo-se destacar: a) Ensaio de Palheta ou "Vane Test"; b) Ensaio de Penetração Estática do Cone (CPT); c) Ensaio Pressiométrico; d) Ensaio Dilatométrico (DMT). • No laboratório, a resistência ao cisalhamento de um solo é usualmente determinada por um dos seguintes métodos: • a) ensaio de cisalhamento direto; • b) ensaio de compressão triaxial; • c) ensaio de compressão não-cofinada. 4 2. Histórico • A primeira tentativa de determinar a resistência ao cisalhamento de um solo foi feita na França, pelo engenheiro Alexandre Collin em 1846. • Na Inglaterra as primeiras medições foram feitas por Bell em 1915. Em 1934 um modelo de equipamento foi desenvolvido no Building Research Station e apresentado por Cooling and Smith em 1935 (equipamento de carregamento controlado). 5 3. Ensaio de Cisalhamento Direto • O ensaio de cisalhamento direto é o mais antigo procedimento para a determinação da resistência ao cisalhamento; • Baseia-se no critério de Coulomb para determinar a resistência ao cisalhamento de um solo. • De forma resumida, uma tensão normal é aplicada num plano, em seguida é verificada a tensão cisalhante que provoca a ruptura. • Duas caixas, sejam elas circulares ou quadradas, deslocam-se, uma em relação a outra, em um plano horizontal, onde, dentro do espaço formado pelas duas caixas existe uma amostra para a qual deseja-se conhecer suas características de resistência. 6 3. Ensaio de Cisalhamento Direto • O deslocamento das caixas pode ser realizado de duas formas, com a tensão ou com a deformação controlada: a) Tensão controlada: a força de cisalhamento é aplicada em incrementos iguais até que o corpo-de-prova sofra ruptura, que ocorre ao longo do plano de divisão da caixa de cisalhamento. Após a aplicação de cada incremento de carga, o deslocamento de cisalhamento da metade superior da caixa é medido por um extensômetro horizontal. A variação na altura do corpo-de-prova durante o ensaio pode ser obtida das leituras do extensômetro que mede o movimento vertical da placa de carregamento superior; b) Deformação controlada: uma taxa constante de deslocamento cisalhante é aplicada a uma metade da caixa por um motor que atua por meio de engrenagens. A taxa constante de deslocamento cisalhante é medida por um extensômetro horizontal. A força resistente de cisalhamento do solo pode ser medida correspondente a qualquer deslocamento cisalhante por um anel dinamométrico horizontal ou célula de carga. A variação do volume do corpo-de-prova durante o ensaio é obtida de maneira similar àquela dos ensaios de tensão controlada. O ensaio é finalizado quando ocorre a ruptura do solo, ou até um determinado nível de deslocamento horizontal entre as partes da amostra. 7 3. Ensaio de Cisalhamento Direto • Com a leitura do extensômetro horizontal (deformação horizontal ou cisalhante) e do anel dinamométrico ou célula de carga horizontal constrói se a curva tensão x deformação. • Com os dados obtidos a partir das curvas tensão x deformação, correspondentes às tensões no plano de ruptura, que somados a várias outras amostras da mesma estrutura, normalmente varia de 3 a 4 amostras (corpo-de-prova), é possível o traçado da envoltória de resistência do solo e a obtenção dos parâmetros de resistência (c’ e f’). • É possível obter também a curva deformação horizontal x deformação vertical . 8 3. Ensaio de Cisalhamento Direto Vantagens Desvantagens Ensaio rápido e simples de executar. Amostra é forçada a romper ao longo de um determinado plano de cisalhamento. Princípio básico é fácil de entender. Distribuição de tensões na superfície não é uniforme. Facilidade na utilização de amostras compactadas em laboratório. Princípio pode ser estendido a solos pedregulhosos e outros materiais contendo partículas grandes, que seriam mais caros de ensaiar por outros meios. Não permite o controle da drenagem, exceto variando a taxa de deslocamento no cisalhamento. Permite determinar os parâmetros de resistência entre rochas e em outras interfaces ou planos definidos. Não permite a determinação da poro pressão. Permite a determinação da tensão residual por meio de processos de reversão. Deformação que pode ser aplicada ao solo é limitada pelo máximo movimento do equipamento. 9 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Os resultados do ensaio de cisalhamento direto se aplicam a condições de campo em que já ocorreu completa consolidação do maciço e a ruptura é atingida lenta o suficiente para dissipação da pressão neutra. • O ensaio é aplicado também na determinação da resistência ao cisalhamento ao longo de reconhecidos planos de fraqueza no interior do maciço. • A amostra utilizada para este ensaio pode ser indeformada ou deformada (compactada). • O diâmetro da maior partícula deverá ser no máximo 1/5 da altura do corpo-de-prova. 10 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Equipamentos: 11 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Equipamentos: 12 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Equipamentos: 13 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Moldagem: 14 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Moldagem: 15 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Moldagem: 16 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Moldagem: 17 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Montagem: 18 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Montagem: 19 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Montagem: 20 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Montagem: 21 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Montagem: 22 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Montagem: 23 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Adensamento: 24 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Adensamento: 25 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Adensamento: CONSOLIDAÇÃO -3,50 -3,00 -2,50 -2,00 -1,50 -1,00 -0,50 0,00 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Tempo1/2 (min) R e c a lq u e (m m ) 26 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Ruptura: 27 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Ruptura: 28 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Ruptura: 0 50 100 150 200 250 300 350 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Deformação horizontal (mm) Te ns ão d o Ci salh am en to (k Pa ) 600 kPa 29 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Ruptura: 0 50 100 150 200 250 300 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Deformação horizontal (mm) Te ns ão d o Ci sa lh am en to (k Pa ) 600 kPa 30 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Ruptura: 0 50 100 150 200 250 300 350 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Deformação horizontal (mm) Te ns ão d o Ci sa lh am en to (k Pa ) 50 kPa 100 kPa 300 kPa 600 kPa 31 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Ruptura: y = 0,532x + 6,5016 R2 = 0,9999 0 50 100 150 200 250 300 350 0 100 200 300 400 500 600 700 Tensão Normal (kPa) Re sis tên cia ao C isa lha me nto (k Pa ) 32 3. Ensaio de Cisalhamento Direto - Procedimento • Cálculos:
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