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Gerenciamento de Obras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material teórico 
 
Responsável pelo Conteúdo: 
Prof. Ms. José Benedito Gianelli Filho 
 
Gerenciamento de Obras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gerenciamento de Obras 
Portanto, nesta Unidade da Disciplina, tentaremos 
compreender a questão da problemática envolvida nos tratos 
dos assuntos atinentes a questão do gerenciamento de obras, 
como esses serviços são abordados no mercado de trabalho, 
como devem ser conduzidos trabalhos técnicos desse porte 
através de tipos de equipes dimensionadas para esse fim. 
 
Atenção 
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar 
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. 
 
 
 
 
 
 
As atividades na engenharia civil e na arquitetura são caracterizadas pelo exercício de 
atividades de projeto e de execução de construções. 
 Por melhor que sejam as atividades acadêmicas no intuito de habilitar estes 
profissionais de engenharia e de arquitetura quanto ao exercício das atividades de projeto 
instruindo-os, enquanto estudantes, com disciplinas teóricas e de prática quanto a tarefas de 
escritórios de projeto teríamos uma lacuna e uma ausência de prática quanto a questões que 
ocorrem no canteiro de obras. 
 Uma boa prática, portanto, é reservarmos uma parte do tempo de formação para 
estudarmos os problemas que ocorrem no canteiro de obras quando se tem a incumbência 
de executarmos uma edificação e como são organizados estes trabalhos de modo a garantir o 
cumprimento de todas as tarefas necessárias dentro dos prazos e dentro dos custos previstos. 
 Encontramos nessas tarefas todo um campo de atividades distintas e complementares 
ao trabalho dos escritórios de execução de projetos, a tal ponto que podemos afirmar que 
praticamente existe todo um campo de atividades profissionais possíveis como ocupação em 
tempo integral de serviço. 
 O desempenho dessas atividades acaba por constituir vários tipos de equipes de traba-
lho que se formam para atuar durante o andamento da obra e até o final desta. 
 A rigor e de maneira mais detalhada estas equipes atuam nas atividades de 
planejamento, nos estudos de viabilidade dos empreendimentos, no gerenciamento da obra, 
no controle geral das atividades e dos custos da construção civil, portanto atividades bem 
distintas da elaboração de projetos. 
 A formação técnica dos profissionais que atuam nessas equipes, porém, não é diferente 
das formações técnicas das equipes que trabalham na elaboração de projetos e nem poderia 
ser pois a execução da obra é tarefa que implica num profundo conhecimento para a leitura e 
compreensão dos documentos de projeto. 
 Podemos afirmar, portanto, que executar obras em atividades de gerenciamento destas 
é mais uma alternativa de se exercer as atividades de arquiteto, engenheiro, técnico em 
edificações e outras. 
 
 
 
 
 
 
Contextualização 
 
 
 
 
 
1 Apresentação da problemática 
Denominamos Gerenciamento de Obras o conjunto de atividades destinadas a 
conduzir desde o início e até o final o complexo processo de execução de uma obra na 
construção civil. 
Cabe lembrar que, por menor e mais simples que seja uma determinada construção 
civil, o produto resultante é sempre um objeto (um imóvel) classificado como de alta 
complexidade em função de seus pré-requisitos para desempenho: capacidade de suporte 
estrutural, resistência quanto ao uso, desempenhos técnicos quanto a estanqueidade 
(capacidade de proporcionar ambientes secos e saudáveis), isolamentos térmico, acústico e a 
humidades, controles de insolação e de luminosidade natural, conforto físico, segurança de 
uso, etc. 
Dessa maneira e por esses motivos a execução de uma determinada construção civil 
nunca é, portanto, uma atividade simples que possa ser elaborada por pessoal leigo no 
assunto. 
Resulta daí, então, um campo de trabalho especializado constituído por toda uma 
gama de profissionais de diferentes graus de formação que trabalham de forma integrada para 
proporcionar as soluções necessárias ao atendimento de uma determinada elaboração de 
construção civil. 
Um primeiro grupo destes profissionais é o constituído pelo pessoal que cuidará da 
elaboração dos projetos, pessoal este com várias especializações técnicas na elaboração de 
projetos, constituídos por engenheiros civis, arquitetos, engenheiros eletricistas, engenheiros 
hidráulicos e de instalações, técnicos das mais variadas especializações que se encarregarão de 
elaborar os projetos da construção civil. 
Um segundo grupo de profissionais são os que vão se encarregar da questão de 
execução de uma determinada construção civil. Este grupo parte de um projeto já elaborado 
para esta e tratam de por em prática a tarefa de executar esta construção no local a ela 
destinado. Possuem as mesmas formações técnicas que os profissionais de projetos porém se 
especializam mais nas tarefas de execução de obras do que na de execução de projetos. 
Podemos ainda identificar um terceiro grupo de profissionais atuando na área da 
construção civil porém numa posição intermediária entre estes dois grupos anteriormente 
Material Teórico 
 
 
descritos: eles atuam no Planejamento e Controle de Obras: o Gerenciamento de Obras. Sem 
ter a tarefa de projetar e sem ter a tarefa de construir atuam exatamente sobre as providências 
que são necessárias para que uma determinada construção possa ser efetivada dentro de 
determinados prazos e dentro de determinados custos. 
Coordenam as tarefas desde o início quando se discute a idéia para o 
empreendimento, as alternativas para a sua viabilidade (possibilidade de construção em 
função dos custos e dos riscos envolvidos), as questões de destinação aos públicos alvo 
envolvidos, as questões de restrições legais e ambientais quanto aos impactos de vizinhança e 
inserção, a prospecção de parceiros e parcerias que poderão ser envolvidos e todos os 
aspectos que constituem as premissas do empreendimento. 
Após essa fase passam a detalhar as condicionantes do projeto que irão nortear os 
próprios projetos e a contratação das equipes para projeto e para execução da obra. Durante 
todo o tempo de desenvolvimento dos serviços para a execução do empreendimento este 
grupo atua de forma gerencial providenciando informações, orientações, controles e decisões 
que permitem a verificação do correto desenvolvimento dos serviços quanto ao andamento 
físico dos trabalhos e quanto aos comprometimentos financeiros envolvidos, com o objetivo 
de garantir o fiel cumprimento das etapas de avanço global da obra. 
 
 2 Utilização destes serviços no mercado de trabalho 
Podemos então compreender que nas grandes cidades, onde ocorrem acelerados 
processos de construção e reconstrução dos ambientes urbanos, identificamos um mercado de 
trabalho já devidamente estruturado que absorve profissionais qualificados nesta área que 
denominamos Gerencia-mento de Obras. 
Nas grandes firmas construtoras e nos grandes escritórios técnicos estes profissionais 
fazem parte constante do elenco de profissionais que são ofertados aos clientes de grandes 
empreendimentos. 
Deixando um pouco de lado as questões para os grandes empreendimentos e focando 
na questão de edificações de médio porte (como, por exemplo, uma edificação para moradia 
multifamiliar, como os prédios de apartamentos residenciais ou as edificações de médio porte 
para comércio e serviços) encontramos também a necessidade de execução de edificações 
com um certo rigorno planejamento e controle. Aqui estas tarefas são feitas dentro das 
 
 
próprias construtoras com a utilização de uma equipe reduzida de profissionais de 
gerenciamento de obra. 
 
 3 Formas de condução dos trabalhos técnicos 
Os trabalhos técnicos são conduzidos sempre de uma forma mais abrangente possível. 
Isto faz com que tenhamos que tratar todo este assunto apresentando inicialmente um painel 
geral de enfoque e só a partir daí detalharmos os aspectos envolvidos. 
Painel Geral: 
3.1 Projetos: 
3.1.1 Definição do sistema construtivo; 
3.1.2 Definição das formas dos subsistemas da edificação; 
3.1.3 Definição dos dimensionamentos das partes; 
3.1.4 Definição dos materiais e acabamentos a serem empregados; 
3.1.5 Quantificação dos materiais. 
3.2 Planejamento para execução da obra: 
3.2.1 Definição dos serviços profissionais necessários; 
3.2.2 Definição dos equipamentos, suportes e ferramentas necessárias; 
3.2.3 Quantificação dos serviços necessários (homens/hora); 
3.2.4 Cronograma físico da obra; 
3.2.5 Orçamento da obra. 
3.3 Aquisições (compras e contratações): 
3.3.1 Compras e destinações dos materiais; 
3.3.2 Contratações da mão de obra; 
3.3.3 Cronograma físico/financeiro; 
3.3.4 Quadro de avanço global da obra. 
3.4 Documentação: 
3.4.1 Dos materiais adquiridos; 
3.4.2 Dos serviços prestados; 
3.4.3 Registros fotográficos da obra; 
3.4.4 Relatórios mensais. 
3.5 Análise da documentação: 
3.5.1 Auditorias do contratante; 
 
 
3.5.2 Fiscalizações públicas. 
3.6 Pós-obra: 
3.6.1 Projeto as built; 
3.6.2 Projetos legais; 
3.6.3 Conjunto dos relatórios mensais. 
Neste nosso painel geral destacamos seis atividades distintas para o conjunto das 
atividades de Gerenciamento de Obras: 
 
3.1 Projetos: 
São tratadas todas as definições necessárias para tornar uma obra realizável em seus 
aspectos físicos apresentando-se as definições de materiais e serviços necessários com os seus 
respectivos dimensionamentos e as suas quantificações. 
 
3.1.1 Definição do Sistema Construtivo: 
São tratadas as definições pelas quais será adotado um Sistema Construtivo para a 
obra. Esta definição é muito importante pois todo o processo de organização das tarefas e o 
quadro de avanço global da obra tem suas especificidades atreladas inicialmente a esta 
questão do processo construtivo a ser adotado para cada obra específica. 
Resumidamente apresentamos a seguir as definições das alternativas de tipos de 
sistemas construtivos que são comumente adotados para construções civis: 
Sistemas construtivos: 
a) Convencional: 
 É o mais primitivo e comum dos sistemas. A edificação é realizada de forma artesanal. Se 
decompõe em subsistemas: fundações, estrutura, etc. 
 
b) Racionalizado: 
 Difere do convencional por apresentar uma técnica diversificada que altera a forma 
convencional de se construir. 
 Exemplo: alvenaria armada que altera a forma convencional de se construir a estrutura 
e a alvenaria. 
c) Pré-fabricado: 
 Sistema em que a edificação é produzida inicialmente fora do canteiro de obra e 
transportada em partes para o local onde será montada e finalizada. 
 
 
d) Sistemas construtivos mistos: 
 Sistemas onde parte da edificação é executada adotando um tipo de sistema 
construtivo e parte da edificação é executada através do emprego de outro sistema 
construtivo. 
Cada uma dessas alternativas implica numa correspondente forma de se organizar todo 
o processo de andamento da obra e o seu planejamento integrado. 
 
3.1.2 definição das formas dos subsistemas da edificação: 
São aplicadas as metodologias de subdivisão de um sistema em partes (os subsistemas) 
de forma a agrupar as tarefas em função das partes a serem executadas, partes estas 
decorrentes das análises dos estudos elaborados pelas alternativas apresentadas no 
morfograma das edificações projetadas. Nestes estudos, que se originam quando da 
concepção do projeto e que tem sua continuidade no planejamento da obra, tratamos de 
detalhar em complementação ao que já ficou definido nos projetos as tarefas de execução de 
serviços: tanto os relativos a aquisição de materiais especificados dentro dos planos de 
cronologia da obra como também das aquisições de serviços de execução de obras (o 
conhecido binômio MAT/MO = materiais / mão de obra). O enfoque dado aqui é na definição 
dos tipos de materiais e dos tipos de serviços de mão de obra que serão necessários durante a 
execução da obra. 
 
3.1.3 definição dos dimensionamentos das partes: 
São abordadas as questões de tamanho de áreas e de volumes previstos de materiais 
compostos que, em grupo, proporcionam o desenvolvimento de um subsistema da obra (por 
exemplo: paredes de alvenaria revestida, concreto armado estrutural, etc) Estas informações 
permitem o conhecimento da Composição de Serviços. Os serviços neste caso incluem tanto 
as necessidades de materiais como as necessidades de mão de obra para executá-los. 
 
3.1.4 definição dos materiais e acabamentos a serem empregados: 
São especificados, de maneira rigorosa e em detalhes, os materiais previstos para a 
obra e os tipos de serviços previstos na aplicação destes materiais na obra. Nesta definição 
não basta a informação do tipo de material genérico mas sim os detalhes do tipo de material, 
qual fabricante, a linha do produto, os padrões do produto, a cor, o tipo de textura, etc, que 
 
 
permitem a identifica--ção exata de qual material ou serviço que deverá ser comprado que 
atenda, assim, as especificações do projeto. 
 
3.1.5 quantificação dos materiais: 
São abordadas as quantificações necessárias, ou seja, as quantidades de materiais e as 
quantidades de serviços que aquela determinada obra terá. Para tanto se torna necessário o 
projeto executivo da edificação como ponto de partida para estes cálculos e estes planos de 
desenvolvimento. O objetivo é ter sob controle e com exatidão durante a obra o consumo de 
materiais e serviços previstos em cada etapa de obra e em cada subsistema desta obra. 
 
3.2 Planejamento para execução da obra: 
Em 3.2.1 definição dos serviços profissionais necessários: 
São indicados todos os tipos de serviços que serão necessários na obra e esta relação é 
maior do que a relação dos serviços de execução na obra pois são incluídos aqui, também, os 
serviços indiretos ou complementares tais como segurança de trabalho e patrimonial, 
transportes internos e externos à obra, limpeza, sinalizações, alojamentos e canteiro de obras, 
etc. 
 
3.2.2 definição dos equipamentos, suportes e ferramentas necessárias: 
São indicadas as necessidades de equipamentos tais como elevadores de obra, 
guinchos, gruas, guindastes, andaimes e escoramentos, tapumes, betoneiras, compactadores, 
vibradores, máquinas de cortar e de soldar, serras elétricas, lixadeiras, etc. 
 
3.2.3 quantificação dos serviços necessários (homens/hora): 
São analisados os serviços de mão de obra considerando-se por duas formas distintas: 
Uma que permite a identificação de custeio ou seja qual o valor financeiro que deverá 
estar previsto e que custará realmente: esta primeira é apresentada pelo Orçamento da Obra 
(despesa prevista) e a segunda é apresentada no Quadro de Desembolso da Obra (despesa 
realizada). 
Outra que permite o cálculo do tempo necessário para a execução destes serviços: 
tempo de andamento da obra, tempo de desenvolvimento da execução dos serviços. Estes 
tempos são objetos e alimentam a montagem do Cronograma Físico de Obra. 
 
 
 
3.2.4 cronograma físico de obra: 
São reunidas todas as informações referentes aos tempos necessários para a execução 
da obra incluindo os trabalhosdiretos e os indiretos no canteiro de obras. Estes tempos são 
informados de duas formas distintas: 
Uma é o tempo previsto para a execução de cada serviço e este tempo é previamente 
calculado com base em duas informações: a quantificação do serviço (que informa o total de 
serviço necessário) e a composição do serviço (que informa qual o tempo necessário 
(homem/hora) por unidade de serviço. 
Outra é o tempo realizado ou seja o tempo real em que o serviço foi feito que resulta 
na informação do quadro de avanço global da obra que sistematiza a medição dos serviços 
executados durante a obra. 
 
3.2.5 orçamento de obra: 
São reunidas as informações de custeio previsto para a obra. Existem várias formas de 
se orçar uma obra em função do grau de definições possíveis de se obter nas diversas fases de 
andamento do projeto (estudo preliminar, anteprojeto ou projeto executivo). Em todos esses 
casos o orçamento de obra é sempre uma peça de previsão e estimativa de custo. O custo real 
de uma obra só é apresentado no Quadro de Desembolso da Obra e nunca num orçamento 
desta pelo fato que durante o andamento de execução da obra podem ocorrer alterações nos 
custos de aquisição de materiais e serviços e podem ocorrer também imprevistos durante a 
execução que implicam em custos adicionais ou ainda alterações de projeto durante a obra. 
 
3.3 Aquisições (compras e contratações) 
3.3.1 compras e destinações dos materiais 
São organizados os processos de aquisição (compras) dos materiais e dos serviços que 
foram especificados nos projetos executivos elaborados pelas equipes de projeto. Os preços 
unitários e totais coletados durante a elabora-ção do orçamento de obra servem aqui como 
parâmetros de preços de mercado onde os compradores (profissionais encarregados dessa 
tarefa) se baseiam no intuito de não ocorrerem desvios acentuados entre os custos estimados e 
os custos reais praticados no ato da compra. Efetuada a compra através da confirmação do 
pedido de compra o valor desta passa a se constituir num valor empenhado (compromissado) 
na verba geral (budget) reservada para custear a obra e fica este valor imobilizado até que seja 
 
 
efetuado o pagamento por esta compra, que ocorrerá de acordo com o cronograma de 
desembolso da obra. 
Ocorre, ainda, que todo material que é comprado para uma obra necessita de um 
planejamento quanto a sua destinação pois nem sempre o material adquirido pode ser 
imediatamente consumido na obra e demanda então a previsão de espaços previamente 
definidos onde este material adquirido ficará guardado em condições seguras até poder ser 
utilizado na obra. Existem para isso três formas de se “estocar” esse material: 
Uma primeira é no próprio canteiro de obras onde em alguma parte deste canteiro de 
obras são reservados locais para o depósito destes materiais, porém geralmente a 
disponibilidade de áreas livres é reduzida principalmente quando se tratam de lotes urbanos 
onde a construção em si já ocupa a maior área deste e geralmente só sobram as áreas dos 
recuos obrigatórios da edificação e ainda nestas parte é ocupada pelos andaimes externos à 
edificação. Também é fator negativo o fato deste “estoque” improvisado não dispor de um 
controle melhor quanto a segurança patrimonial podendo ocorrer furtos dos materiais antes 
deles serem empregados na obra, o que acarreta-ria prejuízos a serem computados nos custos 
da obra. 
Uma segunda forma de “estocar” esses materiais e para se evitar os problemas 
anteriormente relatados é que algumas empresas construtoras disponibilizam galpões 
localizados numa área da cidade que são destinados a atuarem como “depósitos” de materiais 
adquiridos para as obras: nestes galpões a segurança é melhor quanto aos riscos de perda ou 
extravio dos materiais e estes galpões auxiliam disponibilizando áreas para guarda de 
materiais que não são as do canteiro de serviços melhorando com isso as circulações e a 
liberdade de execução dos serviços no canteiro de obras. 
Por outro lado esta alternativa depende de uma boa organização logística para que os 
materiais depositados provisoriamente no “galpão” cheguem até o canteiro de obras nos 
momentos oportunos para que sejam empregados, caso contrário a demora entre a solicitação 
do material pela obra e a sua entrega no canteiro poderá provocar atraso nos serviços de 
execução. 
Uma terceira forma de se “estocar” esses materiais é mantê-los, após a compra, com o 
próprio fornecedor que os vendeu e solicitar o envio por partes de acordo com as 
necessidades da obra até que a quantidade enviada esgote o volume comprado. 
 
 
 
 
3.3.2 contratações da mão de obra 
São organizadas as diversas formas de se contratar a prestação dos serviços de mão de 
obra seguindo as determinações da legislação trabalhista que rege sobre a matéria. 
Cabe frisar que não basta só termos contratado os profissionais específicos para a 
realização das tarefas que forem necessárias na obra pois estas tarefas só podem ser 
executadas dentro de uma certa ordem geral de entrada e saída dos profissionais dentro do 
canteiro de serviços que leva em consideração o fluxo possível de realização dos serviços de 
forma integrada uns com os outros, ou seja, para que um determinado serviço possa ser 
iniciado este depende que serviços anteriores de outro tipo já tenham sido realizados e estes se 
tornam suportes físicos para novos e sequenciais serviços. 
Para este controle existe todo um planejamento de etapas que leva em consideração 
esta complexidade e determina entradas e saídas de profissionais executores na obra para 
evitar que em determinado período da obra um determinado profissional não tenha as 
condições de executar a sua tarefa por ainda não estarem finalizados os trabalhos anteriores e 
por não dispor do mínimo de desenvolvimento para que esta nova etapa de obra seja 
realizada. 
 
3.3.3 cronograma físico/financeiro 
São organizadas as informações cronológicas para controle de andamento dos serviços. 
O cronograma físico é desenvolvido antes do início das obras e neste caso, portanto, 
apresenta apenas os dados de previsão dos tempos necessários para a execução dos serviços 
(cronograma físico dos tempos previstos para a execução). A partir do início das obras 
podemos registrar nesse mesmo cronograma os tempos efetivamente realizados para a 
execução dos serviços dando portanto dois tipos de informação do andamento dos serviços 
no que se refere ao andamento físico dos trabalhos: o tempo previsto e o tempo realizado. 
A isto chamamos cronograma físico previsto/realizado. Este tipo de cronograma 
constantemente atualizado com a inclusão dos serviços realizados permite aos controladores 
de projeto nas equipes de gerenciamento de obras perceber se estão ocorrendo desvios entre 
os tempos previstos e os tempos que estão sendo realizados durante a execução da obra 
permitindo identificar adiantamentos ou atrasos em relação a previsão inicial e nestes dois 
casos poderão ocorrer problemas ao bom desempenho dos trabalhos. 
No caso de adiantamentos na execução dos serviços cabe lembrar que nem sempre 
estes tempos menores podem ser suportados pelo desembolso de despesas para as obras pelo 
 
 
fato de que se acelerarmos o andamento da obra automaticamente estamos implicando num 
consumo mais acelerado de materiais e de serviços e isto resulta automaticamente numa 
despesa maior naquele momento. 
No caso de atrasos em relação aos tempos previstos poderão advir prejuízos 
provocados por atrasos na entrada em operação das atividades de uso daquela obra ficando a 
inauguração e funcionamento do imóvel postergada para depois e com isso poderá ocorrer a 
perda de oportunidades de mercado e defaturamento com atividades de uso do imóvel 
pronto. 
Analogamente ao cronograma físico da obra temos o cronograma financeiro que atua 
com as informações das despesas previstas e realizadas o que nada mais é do que os 
montantes de despesas previstas distribuídos em parcelas ao longo dos tempos de andamento 
da obra nos permitindo ter previsões de despesas por intervalos de tempo e no mesmo 
intervalo de tempo ter as informações dos reais desembolsos dessas despesas, o que 
chamamos de cronograma financeiro previsto/realizado. 
Este tipo de cronograma nos informa sobre possíveis desvios que possam estar 
ocorrendo em relação aos compromissos financeiros envolvidos. 
 
3.3.4 quadro de avanço global da obra 
São demonstradas em forma de relatório as etapas de andamento da obra através de 
desenhos esquemáticos de zoneamento planimétrico e altimétrico da edificação projetada 
contendo em legenda e grafadas nos desenhos as etapas que foram executadas e as etapas 
que ainda restam fazer. 
Em obras de maior porte costumam ser apresentados levantamentos fotográficos de 
cada etapa de obra documentando com provas fotográficas a real execução em que se 
encontra a obra. 
 
3.4 Documentação: 
3.4.1 Dos materiais adquiridos: 
A aquisição de um material para ser utilizado em uma obra é uma operação 
convencional de compra comercial de um produto e portanto sobre esta operação existem 
incidências de impostos, fiscalizações sobre procedência, transportes e legitimidades destes 
produtos, portanto, neste processo de compra, por imposições legais, devem ser emitidos 
determinados documentos entre as partes. Esta documentação produzida legitima a compra 
 
 
identificando comprador e fornecedor. Nas atividades de gerenciamento de obras estas 
compras se processam por delegação dada pelo cliente à equipe de gerenciamento de obra e 
esta equipe deve sempre prestar contas ao cliente sobre estes atos daí a enorme importância 
que estes documentos acabam tendo tanto como prestação de contas ao cliente como para 
que este possa estar devidamente amparado documentalmente em caso de ser questionado 
pelas diversas formas de fiscalização exercidas pelos órgãos públicos. 
Cabe a equipe de gerenciamento de obra, desde o início da obra até o seu final, 
providenciar estes documentos de aquisição cuidando de sua verificação, tramitação e 
arquivamento de forma correta, colocando-os no grupo de documentos da obra. 
 
3.4.2 Dos serviços prestados: 
Normalmente para serviços prestados procede-se a contratação de serviços através de 
um contrato formal entre as partes onde são descritos os tipos de serviços que estão sendo 
contratados e as condições gerais para medição e pagamento por esses serviços. Assim como 
no caso de aquisição de materiais para a obra deve-se documentar as formas de pagamento 
por serviços de mão de obra pois sobre estes incidem impostos e outras formas de 
recolhimentos legais impostos pelas legislações trabalhistas e previdenciárias. 
 
3.4.3 Registros fotográficos da obra: 
Uma boa prática na construção civil é o procedimento de registrarmos fotograficamente 
cada etapa de desenvolvimento da obra e acrescentar esta documentação fotográfica nos 
relatórios de avanço global da obra. 
Estes registros fotográficos são também importantes pois partes edificadas 
posteriormente com o avanço da obra deixarão de ficar expostas, como por exemplo as 
fundações e nestes casos só restará como forma de visualizá-las os registros fotográficos 
existentes produzidos durante o desenvolvimento da obra. 
 
3.4.4 Relatórios mensais: 
Chamamos de relatórios mensais os relatórios de sistematização da documentação de 
obra compondo um conjunto de relatórios e documentos que demonstram o que chamamos 
de avanço global da obra ou seja o registro de todas as providências, movimentações, 
aquisições, execução de tarefas e comprovações ocorridos num determinado período de 
 
 
tempo (no mes, por exemplo) constituindo-se assim toda a documentação de uma etapa de 
obra. 
 
3.5 Análise da documentação 
3.5.1 Auditorias do contratante: 
As auditorias são uma forma de se verificar ou até mesmo fiscalizar se determinados 
trabalhos estão sendo ou foram conduzidos corretamente. Os auditores são profissionais 
encarregados de verificar a consistência e legitimidade de uma determinada documentação e 
no caso específico da construção civil os auditores verificam toda a documentação gerada pela 
obra. 
 
3.5.2 Fiscalizações públicas: 
Os fiscais são funcionários públicos de diferentes órgãos da administração pública 
encarregados de verificar se determinadas obras que estão sendo ou foram executadas se 
encontram dentro dos limites que lhes foram estabelecidos quando das aprovações legais dos 
projetos e se as obras foram executadas de acordo com estes projetos. Assim sendo durante 
todo o período de execução da obra esta fica sujeita a determinados tipos de fiscalização e é 
sempre necessário que a documentação de autorização e licença para construir seja obtida 
antes de se iniciarem os trabalhos. As irregularidades que porventura forem encontradas por 
estas fiscalizações quase sempre resultam em multas e embargos à construção o que acarreta 
uma série de prejuízos ao empreendimento e riscos de não se poder chegar a obter a 
documentação final de regularidade do imóvel construído. 
 
3.6 Pós-obra 
3.6.1 Projeto as built: 
Chamamos de projeto as built o conjunto de pranchas do projeto executivo que foram 
devidamente revisadas após o término das obras e nesta revisão foram acrescentados os 
detalhes das alterações que foram executadas durante as obras em relação aos projetos 
executivos iniciais. 
As built é uma expressão em inglês que significa “como construído” ou seja aquela 
prancha que anteriormente era apenas um projeto a ser executado com a revisão feita passou 
a ser um documento que informa como a edificação foi construída e passa, por exemplo, a ser 
 
 
um documento que indica que tipos de aço estrutural e em que posições eles se encontram 
dentro das peças de concreto armado ou também, por exemplo, que tipo de tubulações e 
onde estas passam dentro das alvenarias construídas. 
Desta forma e para futuras decisões de manutenção da edificação ou para reformas ou, 
ainda, para a colocação de sobrecargas nas edificações estes documentos deverão ser 
utilizados como ponto de referência e partida. 
O projeto com a revisão as built deve ser arquivado e disponibilizado para consultas, 
sempre que necessário. 
 
3.6.2 Projetos legais: 
Chamamos de projetos legais o conjunto de documentos de projeto que foram 
utilizados para se obter as aprovações legais nos diversos órgãos da administração pública. 
Estes documentos em parte devem ser obtidos antes do início das obras e em parte devem ser 
obtidos após a conclusão das obras. 
No primeiro grupo temos os alvarás que são autorizações (permissões) para se executar 
alguma tarefa, como por exemplo o Alvará de Tapume, o Alvará de Construção, o Alvará de 
Demolição. 
No segundo grupo temos os autos e as licenças que são documentos que comprovam 
que as edificações se encontram em conformidade com os projetos apresentados e aprovados, 
como por exemplo o Auto de Conclusão, o Auto de Regularização, Auto de Verificação de 
Segurança, Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, Licença de Funcionamento, Licença de 
Instalação, etc. 
Estes documentos devem ser arquivados e disponibilizados para consultas ou 
fiscalizações, sempre que necessário. 
 
3.6.3 Conjunto dos relatórios mensais: 
Na etapa pós-obra estes relatórios, que foram produzidos em cada etapa, devem passar 
a constituir um arquivo geral da documentaçãode obra pois retratam o avanço da obra em 
etapas. 
Neste arquivo são também juntados os documentos das despesas efetuadas pela obra. 
Estes documentos devem ser arquivados e disponibilizados para consultas ou 
auditorias, sempre que necessário. 
 
 
 
 4 Tipologia e dimensionamento para a formação de equipes 
Nesta parte vamos abordar agora a questão da formação de equipes. Como foi dito 
anteriormente a construção civil é sempre uma tarefa complexa devido ao grau de 
complexidade do objeto construído que por seu porte e riscos fazem com que a tarefa de se 
edificar seja feita com todo o rigor necessário de atendimento às boas técnicas de construção e 
obedecendo a todo tipo de normatização técnica. 
Fica portanto fácil de se perceber que esta tarefa transcende a capacidade física ou 
intelectual das pessoas que por mais bem intencionadas que estejam geralmente não 
conseguem dar conta de todos os aspectos envolvidos. 
Por essa razão é que a prática profissional tem partido para a questão da especialização 
de profissionais e a reunião em grupos de profissionais, as equipes, que juntos e em trabalho 
integrado entre si permitem alcançar os objetivos propostos de se edificar com segurança e 
economia. 
Vamos então detalhar as questões envolvidas ao se edificar e identificar os principais 
grupos que são formados em torno desta tarefa de se edificar. 
 
4.1 Tipologia de Equipes Técnicas: 
4.1.1 Para execução de projetos: 
Inicialmente para cada tipo de edificação necessitamos de um projeto executivo e este 
projeto em si já é uma tarefa complexa que demanda um grupo distinto de profissionais 
qualificados e especializados para se poder dar conta desta tarefa. 
Para chegarmos a produção de um Projeto Executivo é necessário passarmos pelas 
fases de projeto que antecedem a este e que de uma forma geral chamamos de Estudos 
Preliminares e Anteprojetos. 
 
Na fase de Estudos Preliminares são definidas as primeiras questões que envolvem o 
projeto a ser executado que definem o porte do empreendimento, seu nível de impacto em 
relação ao local previsto e as viabilidades e restrições legais para a sua aprovação junto aos 
órgãos públicos. 
Também é a partir da definição do porte (tamanho) físico do empreen-dimento que 
podemos obter os primeiros cálculos para estudo da viabilidade financeira produzindo as 
primeiras estimativas de custo para a edificação em estudo. 
 
 
Estes Estudos Preliminares são apresentados e discutidos com o cliente e o resultado 
dessas análises entre os projetistas e seus clientes acaba resultando num quadro de definições 
e recomendações que irão nortear o desenvolvimento dos Anteprojetos. 
Na fase dos Anteprojetos são elaborados um ou mais anteprojetos alternativos que tem 
a função de aprofundar mais o nível de detalhamento e de especificações para a construção 
civil. 
Nesta fase ficam definidos os subsistemas da edificação (fundações, estruturas, 
vedações, pavimentações, coberturas, acabamentos, etc) em forma de pré-dimensionamentos 
e com este nível de detalhamento intermediário é possível avançarmos para um grau mais 
detalhado de orçamento (o orça-mento por subsistemas da edificação) permitindo com isso 
estudos e contatos de prospecção financeira para garantia da viabilidade do custeio da 
edificação (verbas próprias, financiamentos, rateios por cotas de participação, consórcios, etc). 
Esta fase termina com a aprovação do Anteprojeto para a edificação e é este 
Anteprojeto Aprovado que vai nortear o desenvolvimento do Projeto Executivo para a 
edificação. 
Na fase do Projeto Executivo cada subsistema da edificação terá o seu detalhamento 
executivo quer seja pela elaboração de pranchas de desenhos técnicos, pela produção de 
memoriais de especificação de materiais, pelas planilhas de quantificação de materiais e 
serviços, pela produção de cadernos de encargos, pela produção de especificações técnicas e 
demais documentações de projetos em linguagem técnica. 
Por envolverem áreas de conhecimento no campo da arquitetura, das engenharias, da 
mecânica de solos, da topografia e outras essas equipes de projeto são constituídas por 
profissionais destas especializações e portanto o trabalho que daí resulta é um conjunto de 
documentos de projeto produzidos em linguagem técnica normatizada que denominamos 
Projeto Executivo, tarefa esta a cargo dos Escritórios Técnicos de Projeto. 
Entre as tarefas das equipes de projeto e das equipes de execução de obra 
identificamos a necessidade intermediária de mais dois tipos de tarefas: 
 
4.1.2 Para leitura de projeto e consultorias destinadas ao planejamento geral 
para execução de obra: 
Podemos aqui identificar para esta tarefa o início dos trabalhos de Gerencia-mento de 
Obras ao se constituir uma equipe encarregada inicialmente de planejar a execução da obra. 
 
 
Este planejamento é tarefa distinta da execução da obra pois ele atua antecipadamente 
definindo os rumos que deverão ser tomados para os desenvolvimentos dos trabalhos na 
obra. 
Trata-se aqui da elaboração de um autêntico planejamento estratégico para 
enfrentamento das complexas tarefas de execução da obra. 
Neste planejamento são definidas as estratégias para o avanço global da obra 
agrupando-se o elenco de providências que serão necessárias em cada etapa da obra, os 
prazos que demandarão e os custos que serão envolvidos. 
Ficam definidos por onde, como e quando a obra se iniciará e quais serão suas 
sucessivas etapas. Nessa estratégia fica possibilitada a definição de um cronograma 
físico/financeiro que é atrelado a um caminho critico que terá que ser respeitado e monitorado 
durante toda a obra. 
Estas estratégias e este cronograma passam a alimentar as providências iniciais quanto 
a compra e contratação dos serviços de execução de obra e a própria execução física da obra, 
tarefas estas a cargo de mais duas outras equipes: uma para compras e outra para execução. 
 
4.1.3 Para compras, controle de estoque e destino: 
Tarefa distinta do planejamento geral da obra aqui são reunidos um grupo de 
profissionais que são especializados nas atividades de compra (prospeção de mercado, 
cotação de preços, negociação e efetivação de compras) e de controle de estoque das 
mercadorias que são adquiridas (almoxarifes de obras, encarregados de depósitos, 
transportadores, etc). 
Este grupo, portanto, reúne as atividades de comprar e fornecer para a obra em tempo 
hábil para a correta execução dos serviços o que também envolve os serviços de logística 
aplicada. 
 
4.1.4 Para execução de obra: 
Esta equipe tem a tarefa executiva propriamente dita para a obra. De posse dos 
projetos executivos tem a incumbência de, através de serviços especializados, transformar os 
materiais adquiridos em partes de edificação projetada de acordo com as especificações 
técnicas contidas no projeto executivo. Fazem parte deste grupo os engenheiros de obra, os 
mestres de obra, os ferreiros, os carpinteiros, os pedreiros, os serventes, os encanadores, os 
eletricistas e demais profissionais encarregados de executar a obra. 
 
 
 
4.1.5 Para controle de documentação da obra: 
Esta equipe tem a incumbência de receber, processar e arquivar toda a documentação 
produzida antes e durante a obra. Fazem parte deste grupo os controladores de projeto e de 
arquivo. 
 
4.2 Dimensionamento para a formação de equipes 
4.2.1 Planejamento geral: 
 Planejamento estratégico + controle geral da obra 
A simples existência de um projeto executivo, por melhor que este seja, não é 
suficiente para que se inicie uma obra pelo fato de que a complexidade das sequências em 
etapas da construção têm que ser encarada comoum jogo coordenado de entradas em ação 
de uma série de fatores materiais e humanos que se integram e interagem no processo de 
transformação destes materiais e serviços em partes concretas de construção civil executadas 
rigorosamente de acordo com um projeto específico e decorre como consequência destes 
trabalhos. 
Portanto entre o projeto e a obra surge sempre a necessidade de um planejamento de 
como se vai fazer esta obra, por onde vamos começar e continuar, quais prioridades temos 
desde o início, como a execução de determinados serviços vai interferir na execução dos 
outros serviços, como será a sequência na qual as partes da edificação estarão apoiadas ou 
engastadas nos elementos estruturais que as sustentam e lhes dão estabilidade para 
permanência, que serviços devem ser feitos por último numa obra, etc. 
Este planejamento é sempre estratégico mas não é uma estratégia aleatória pois existe 
uma série de fatores técnicos que determinam as viabilidades para as execuções. 
Assim sendo surgem, na prática, determinadas recomendações de sequência lógica 
para a execução dos serviços. 
Consideramos que cada obra tem suas configurações próprias e portanto fica 
impossível partirmos de orientações rígidas em suas sequências para o planejamento. 
Podemos apenas apontar caminhos fundamentais de análise de cada projeto específico para 
nesta sequência de caminhos ir definindo as especificidades de decisão para a obra em 
questão que temos que resolver. 
 
 
Uma primeira abordagem analisa qual o sistema construtivo que foi especificado no 
projeto. Em função do sistema construtivo adotado no projeto tem-se uma projeção inicial dos 
desdobramentos que serão necessários quanto ao andamento da obra. 
Obras com sistemas construtivos mais artesanais (convencionais) têm todos os 
processos de transformação ocorrendo no próprio canteiro. 
Obras com sistemas construtivos mais industrializados tem os processos de 
transformação ocorrendo mais fora do canteiro e neste ocorrem apenas tarefas de montagem 
e travamento de peças pré-fabricadas, por exemplo. 
Sistemas mais racionalizados ou sistemas mistos tem um processo intermediário de 
execução onde parte é produzida fora e parte é produzida dentro do canteiro de obras. 
Portanto se estamos definindo qual o planejamento sequencial das tarefas no canteiro 
temos que estar atentos a estas questões do sistema construtivo adotado pois toda a sequência 
de serviços é estabelecida em função destes processos de construção e aí o cronograma 
físico/financeiro tem necessariamente que estar atrelado a estas questões pois ocorrem 
diferenças muito grandes com os cálculos dos tempos necessários e dos desembolsos 
financeiros necessários para cada sistema construtivo que é adotado. 
Uma segunda abordagem analisa os locais disponíveis para a execução da obra, ou 
seja, os espaços disponíveis para a obra propriamente dita, para todo o canteiro de obras no 
local da obra e se ainda poderão ser utilizados outros espaços fora do local do canteiro de 
obra mas onde poderão ocorrer determinadas tarefas referentes a esta obra. 
Esta análise dos locais é extremamente importante pois parte do local será ocupado 
pela obra e portanto isto reduz, muitas vezes de forma drástica, o espaço disponível para a 
execução dos serviços complementares, os espaços possíveis para serem estocados os 
materiais que serão utilizados na obra, os espaços possíveis para a instalação de equipamentos 
de grande porte necessários à obra e toda uma série de circulações necessárias ao bom 
andamento dos serviços. 
Uma terceira abordagem analisa a questão do avanço global da obra, ou seja, por 
onde iremos iniciar a construção civil, decisão esta que leva em consideração quais setores da 
edificação começarão a ser edificados em primeira etapa determinando a sequência de 
execução da obra por áreas (setores) de enfrentamento: os setores do projeto. Também cabe 
decidir em função dos subsistemas da edificação optando, por exemplo, em se executar as 
movimentações totais de terra com taludes e muros de arrimo antes de se construir as 
edificações no local, ou também, por exemplo, em se atacar a infra-estrutura das instalações 
 
 
primárias antes de se começar a executar as fundações da edificação, executar as fundações 
por setores e já liberar o local onde estas foram executadas para os próximos passos 
sequenciais da edificação, ao mesmo tempo em que se constrói as fundações dos próximos 
setores que ainda não foram contemplados com este item de obra. 
 
Uma quarta abordagem analisa o pessoal humano que será disponibilizado na obra 
para a execução de todo tipo de serviço levando em consideração suas formações técnicas 
profissionais e a quantidade de pessoal necessária para dar conta do andamento da obra em 
função dos prazos contidos no cronograma de obra previsto. 
Assim sucessivamente vão sendo discutidas e decididas todas as providências que 
deverão ser tomadas criando um autêntico plano para a execução da obra que é estabelecido 
pela equipe de Gerenciamento de Obra. 
 
4.2.2 Atribuição dos trabalhos às equipes: 
Tendo-se chegado a um plano de gerenciamento para a obra este, para ser 
implementado, deverá ser transformado em uma série de “ordens de serviço” tanto referentes 
a questão dos suprimentos para a obra (compra de materiais, contratação de serviços), como 
também para as tarefas de execução dos serviços. 
Para estas tarefas temos, portanto, no Gerenciamento de Obra que dimensionar as 
equipes. 
Chamamos de dimensionamento de equipes a tarefa de montagem de equipes 
especializadas para executar tarefas específicas. 
Uma equipe para atuar de forma organizada deve ter uma clara estrutura hierárquica e 
uma clara definição das atribuições pelas quais deverão responder cada um dos integrantes 
dessa equipe. Se isto não for estabelecido de maneira clara e antecipadamente ao se 
desenrolarem os serviços surgirão conflitos de toda espécie quer por ausência de decisões 
hierárquicas quer por omissões ou sobreposições no desempenho das tarefas necessárias. 
 
 5 Responsabilidades pelos serviços prestados: 
Cabe agora abordar a questão das responsabilidades técnicas que são assumidas por 
essas várias equipes nos trabalhos referentes a produção da construção civil. 
 
 
Como vimos anteriormente uma determinada edificação resulta do trabalho executado 
em diferentes épocas e por diferentes grupos de profissionais que atuando de forma setorial e 
parcial contribuem e participam, portanto, da geração de um produto maior, complexo e 
único que denominamos obra. 
As responsabilidades técnicas assumidas se devem ao fato de que a produção de um 
produto desse porte pode, durante o processo de construção ou após este processo, gerar 
riscos em relação a acidentes ou prejuízos das mais diversas formas e portanto cada etapa 
deve ser claramente definida em relação a responsabilidades pela condução de trabalhos 
técnicos por profissionais claramente qualificados e identificados. 
Estas responsabilidades ao longo de todo o processo de construção não são atribuídas 
a um único grupo mas sim em função de cada participação no processo todo. 
Identificamos quatro áreas na construção civil que fazem esta compartimentação para 
esta diferenciação em relação ao tipo de responsabilidade que é assumida por seus 
profissionais: 
 
5.1 Projetos: 
A responsabilidade técnica que é assumida pelas equipes de projeto se refere aos 
documentos de projeto produzidos, sua exatidão em relação as normas técnicas e em relação 
ao conhecimento técnico disponível na época em que o projeto foi concebido. Trata-se, 
portanto, de uma responsabilidade em relação aos documentos do projeto queforam 
produzidos para a obra e não uma responsabilidade sobre a obra em si. 
 
5.2 Gerenciamento de obra: 
A responsabilidade da equipe encarregada do gerenciamento da obra é pela garantia 
de que a obra se transcorrerá com fluxos de andamento corretos, que sejam evitadas as 
paralisações ou os atrasos que podem decorrer pela ausência de materiais quer por falta de 
compra ou por falta de transporte até a obra, bem como por falta de profissionais 
devidamente contratados para a execução dos serviços nos tempos previstos no cronograma 
para a execução destes. 
 
 
 
 
 
5.3 Execução de obra: 
A responsabilidade técnica da equipe encarregada da execução de obra é sobre os 
serviços de execução que são prestados, sobre o correto atendimento ao que é especificado 
nos projetos técnicos e sobre o correto emprego dos materiais e equipamentos na obra. 
 
5.4 Materiais empregados: 
A responsabilidade é dos fabricantes destes pelo correto atendimento dos produtos às 
especificações técnicas (normas para a fabricação de produtos). 
 
 
 
 
 
Bibliografia: 
 
 MATTOS, A. 
 Planejamento e Controle de Obras 
 São Paulo, Editora Pini, 2010. 
 
 SILVA, M. B. 
 Manual de Bdi 
 São Paulo, Blucher, 2006. 
 
 COSTA NETTO, P. L. O. 
 Administração Com Qualidade 
 São Paulo, Blucher, 2010. 
 
 BROTHERTON, S. A.; FRIED, R.; NORMANN, E. S. 
 Estruturas Analíticas de Projeto 
 São Paulo, Blucher, 2009. 
 
 ORGANIZADORES PINI. 
 TCPO 
 13. ed. São Paulo, Pini, 2010. 
 
 Sites 
 www.abnt.org.br 
 www.sindusconsp.com.br 
 
 
 
Material Complementar 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mattos, A. Planejamento e Controle de Obras. São Paulo, Editora Pini, 2010 
 
Sites 
www.pedreiradefreitas.com.br 
 
 
 
Referências 
 
 
 
 
 
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Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	Podemos então compreender que nas grandes cidades, onde ocorrem acelerados processos de construção e reconstrução dos ambientes urbanos, identificamos um mercado de trabalho já devidamente estruturado que absorve profissionais qualificados nesta área ...
	3.3.1 Compras e destinações dos materiais;
	3.4.1 Dos materiais adquiridos:
	3.5 Análise da documentação
	4.1.1 Para execução de projetos:
	4.1.3 Para compras, controle de estoque e destino:
	4.1.4 Para execução de obra:
	4.1.5 Para controle de documentação da obra:
	4.2 Dimensionamento para a formação de equipes

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