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Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Disciplina: Laboratório de Física Moderna Professor(a): Além Mar Gonçalves Acadêmicos: Henrique do Amaral Cruz Lucio Recalde Soares DETERMINAÇÃO DA CARGA DO ELÉTRON – EXPERIMENTO DE MILIKAN Campo Grande, MS Outubro de 2017 I – Objetivos Determinar a carga do elétron por meio do estudo do movimento de gotas de óleo eletrificadas sob ação de um campo elétrico II – Introdução Teórica O conceito de partícula elétrica, pequena e de grande mobilidade, já era aceito há mais de duzentos anos atrás e podemos citar Benjamin Franklin como um dos estudiosos do assunto. Porém, o valor numérico desta hipotética partícula foi estimada em 1881, por G. Johnstune Stoney de Dublin, e nomeada por ele como "elétron", em 1891. Millikan empregou gotas de óleo ionizadas que podiam ser confinadas num campo elétrico orientado. Medindo-se tempos de subida e descida, Millikan calculou as respectivas velocidades de subida e descida e aplicou esses valores numa fórmula obtida a partir da análise das forças atuantes na gota como a força peso, força elétrica, força viscosa (lei de Stokes) e empuxo. Calculou, assim, o raio das gotas e, conseqüentemente, a sua carga. Como o experimento deve ser feito com cargas pequenas, a força que age no corpo será pequena mesmo que seja utilizado um campo elétrico intenso. Para reduzir as incertezas devidas à evaporação, Millikan utilizou gotas de óleo em seu experimento. Embora essa tentativa não tenha dado resultado da forma que se esperava, conduziu a uma modificação do método de medida (da nuvem) que logo se constatou ser de grande importância. Em primeiro lugar, vamos desenvolver um método para determinar o raio da gota a partir de medidas dos tempos de descida td e de subida ts decorridos para percorrer uma trajetória delimitada por dois traços de referência, previamente escolhidos. Deve-se utilizar um mesmo potencial, tanto para a descida como para a subida da gota, cujo valor seja tal que os tempos medidos durem aproximadamente 10 segundos. Nesse momento, a carga sofre efeitos da força elétrica que o capacitor exerce em sua carga, força gravitacional e empuxo do ar. A partir das equações de movimento e utilizando a correção no coeficiente de viscosidade do ar, mostre que o raio da gota é dado pela relação: (1) Podemos também determinar a carga da gotícula por meio de: (2) Onde: III – Materiais e métodos III.1 – Materiais Utilizados Base tripé, tubo, nível circular, chave comutadora, cabos, fonte radioativa, fonte de alimentação, computador, flexcam básica, micrômetro de estágios, lâminas de vidro, borrifador de óleo, luneta, multímetro. III.2 – Procedimento Experimental Figura 1 – Montagem experimental para a determinação da carga elementar com o aparato de Milikan. Com a montagem experimental mostrada na figura 1, colocamos na luneta a lâmina de vidro com a escala micrométrica e ajustamos o foco da luneta, visualizando a imagem no computador. Colocamos na fonte uma tensão de 300V, para determinar a tensão real no capacitor, utilizamos um multímetro digital. Borrifamos gotículas de óleo entre as placas do capacitor ligado á fonte. Colocamos a fonte radioativa no tubo, para que carreguem eletricamente as gotículas. Usando a chave comutadora, pudemos alternar o sinal do campo elétrico no capacitor, assim controlando o movimento das gotas de óleo. Gravamos vídeos do movimento de subida e descida das gotículas. Posteriormente, analisamos o movimento das gotículas do software tracker para tirarmos conclusões. IV – Resultados e Discussões Com o uso do software tracker calculamos a velocidade média de subida e descida das gotas de óleo, para 10 diferentes gotas. Tabela 1 – velocidades médias de subida e descida das gotas. gota 1 6,2 10,1 2 13,5 20 3 3,9 10,2 4 18,4 35,7 5 10,9 17,4 6 10,9 16,7 7 8,5 15,8 8 7,9 15,5 9 10,6 15,3 10 9,7 15,9 O raio da gota foi calculado a partir das velocidades de subida e descida pela equação 1, e obtendo o valor do raio, pudemos calcular a carga da gota com a equação 2: Tabela 2 – Raios e cargas das gotas (1 a 10) de óleo escolhidas. gota a(10-5 cm) q ( 1 4,9 4,6 2 6,2 12 3 6,1 5,3 4 9,8 34 5 6,2 10 6 5,9 10,2 7 6,6 10,1 8 6,7 10 9 5,4 8,6 10 6,1 9,8 Os cálculos foram feitos com auxílio do Microsoft-Excel. Para estabelecer a carga elementar, escolhemos a gota com a menor carga e dividimos todos outros valores por ela, obtendo assim a tabela abaixo: Tabela 3 –Quantização da carga. gota n q ( 1 1,00 4,6 2 2,60 12 3 1,15 5,3 4 7,39 34 5 2,17 10 6 2,21 10,2 7 2,19 10,1 8 2,17 10 9 1,86 8,6 10 2,13 9,8 Da tabela cima queríamos verificar a existência ou não de uma relação linear entre a carga (q) e uma carga elementar (e): Para tanto montamos o seguinte gráfico: Figura 2 – Gráfico para verificação da existência de uma carga elementar. O software excel nos fornece como melhor equação para o gráfico, e por analogia com a relação podemos escrever: Realizando a conversão para o sistema internacional de unidades, temos que: V - Conclusão Com o experimento relatado pudemos concluir que o valor da carga de uma gotícula de óleo é sempre múltiplo de um valor elementar , que é a carga do elétron. Consideramos satisfatório o resultado, que se diferencia 4,5% da literatura. VI -Referencias Bibliográficas [1] Alonso, M., "FÍSICA: UM CURSO UNIVERSITÁRIO", Edgard Blücher, ltda., São Paulo, 1972; [2] Experiência de Millikan, Laboratório de estrutura da Matéria II [3] Experimento de Millikan - Determinação da Carga do Elétron Roteiro elaborado com base na documentação que acompanha o conjunto por: Maximo F. da Silveira - UFRJ
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