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Língua Portuguesa / Aula 2 – Verbo
Gramáticas: 
- Internalizada: São regras que a criança internaliza durante o processo de conhecimento de palavras. 
Ex.: Eu já comi. Eu já bebi. Eu já fazi. 
- Normativa: Na verdade, essa gramática indica a formalidade de uso da língua. Essa prescrição é baseada no fato de que, de acordo com a norma-padrão, a regência do verbo GOSTAR exige a preposição “de”.
Exemplo: Eu gosto disso.
O estudo da gramática de uma língua se divide em 4 partes: 
Sintaxe: É o que segue a ordem 
Dando coerência a frase. 
Nosso discurso deve ser organizado com base em uma estrutura sintática que nos permite formar frases claras e objetivas. 
Vamos entender melhor o conceito de frase e verbo:
Tipos de frase: É um enunciado que possui sentido completo. Há dois tipos de frases: 
Frase nominal (aquela que não apresenta verbo).
Ex.: Socorro! Uma barata. 
Frase verbal (também chamada de oração. Quando possui verbo). 
EX.: Vou socorrer você. 
Entendendo mais sobre verbos...
Modos e tempos verbais
Como vimos, o VERBO é a unidade que significa ação ou processo organizado para expressar o modo, o tempo, a pessoa e o número. Mas o que isso significa? Vamos descobrir a partir da análise do diálogo a seguir.
O diálogo que acabamos de ver apresenta os tópicos mencionados que envolvem o verbo. São eles: Modo, Tempo, Número e Pessoas do discurso.
Modo
 Certo Duvidoso Ordem/Conselho (Afirmativo e negativo)
Tempo
 
Número
As formas verbais podem se apresentar no singular ou no plural. No caso do diálogo, elas aparecem somente no singular. Vejamos: “Acertei”, “estudei”, “soubesse”, “tinha estudado”, “podia”, “está”, “melhorará”, “aprovará”.
Pessoas do discurso
Os pronomes de tratamento “você (s) ”, “senhor (a) ” e “senhores (as) ”, que fazem referência à 2ª pessoa, mas que se manifestam, formalmente, na 3ª, conjugam-se nesta última. A tabela a seguir apresenta essa conjugação:
Transitividade verbal
Indica se o verbo precisa ou não de complemento. O significado do verbo pode precisar ser completado por uma estrutura, ou seja, transitar até seu complemento. 
Exemplo:
Você pode não conhecer o nome técnico do fenômeno linguístico que envolve o caso apresentado, mas, provavelmente, você sabe que “quem precisa” precisa DE ALGO. Essa noção já faz parte de nosso conhecimento enciclopédico sobre a Língua Portuguesa. Por isso, se tal verbo não for acrescido de uma sequência de ideias que torne seu significado completo, não o entenderemos por si só.
Você observou que, na história, Paulo disse a João que comprou “um carro”?
Assim como PRECISAR, o verbo COMPRAR também exige complemento. A diferença entre eles baseia-se no fato de que COMPRAR não exige complemento preposicionado, mas PRECISAR requer o uso da preposição. Por isso, esse verbo é transitivo indireto – classificação sobre a qual discutiremos adiante.
Na verdade, usamos as preposições o tempo todo – como você pode observar nos diálogos abaixo –, mas não nos damos conta disso. A preposição é a palavra que tem a função de relacionar termos ou orações.
Etimologia e o valor semântico das preposições
O diálogo que lemos anteriormente nos mostra que alguns verbos precisam de complemento – os chamados transitivos – e outros não – os chamados intransitivos. Quanto à transitividade, os verbos podem ser:
Regência verbal
Em uma visão bem tradicional, a regência verbal é o estudo da relação de dependência entre os verbos e seus complementos. Lidamos o tempo todo com verbos que precisam ou não de complemento: é tão normal que não nos damos conta disso.  Agora, parando para refletir, você já pensou que usar ou não uma preposição pode alterar o significado de um verbo?  Por exemplo, considere que um juiz diga as frases a seguir:
Eu assisto o jogo Nesta frase, temos o sentido de “prestar assistência, ajudar, socorrer”: usa-se sem preposição.
Eu assisto ao jogo Já nesta, temos o sentido de “ver, presenciar” e, nesse caso, a preposição é obrigatória.''
Observe o significado do verbo assistir em relação a sua regência
Aqui, há o uso de:
NA = preposição EM + artigo A
Embora vejamos a preposição “em” regendo o verbo “pisar”, sob o olhar normativo, existe um problema na sentença. A prescrição indica que o adequado seria:
Não pise a grama.
Vamos pensar, agora, em uma música?
Tim Maia canta:
[...] pensei até em me mudar, lugar qualquer que não exista o pensamento em você [...]
Mas a norma prescreve “lugar qualquer em que não exista”.
O verbo “lembrar” possui duas regências. Sendo assim, ele pode ser:
• Transitivo direto – lembrar algo;
• Transitivo indireto – lembrar-se de algo.
Nesta tirinha, há um problema quanto à colocação pronominal. Vejamos:
• “Se lembra de” → linguagem coloquial;
• “Lembra-se de” → norma-padrão prescrita pela gramática.
Embora isso aconteça, a regência do verbo está correta, pois, em sua fala, a esposa usa a preposição “de” associada à partícula “se”.
Assim como o verbo “lembrar”, o verbo “esquecer” possui duas regências. Sendo assim, ele pode ser:
• Transitivo direto – esquecer algo;
• Transitivo indireto – esquecer-se de algo.
Nesta tirinha, a regência do verbo está incorreta, pois a menina usa a preposição “de” SEM a partícula “se”. A prescrição indica que o correto é:
Minha mãe se esqueceu de comprar seu presente...
Objeto direto, sem preposição – aquilo que escolhemos;
Objeto indireto, com preposição “a” – aquilo que deixamos em segundo plano.
Nesta tirinha, então, a sentença deveria ter sido redigida da seguinte forma:
Eu prefiro pizza a cachorro quente.
Regência nominal
Assim como acontece com os verbos, os nomes também podem ser transitivos, ou seja, podem necessitar de complementos para que apresentem significação completa.
Observe a transitividade dos nomes a seguir:
Uso das preposições: casos especiais
Em SILVA (2003), há diversos casos interessantes acerca do uso das preposições. Escolhemos apenas alguns para discutir nesta aula.
Conheça alguns desses casos especiais do uso das preposições.
1 – A expressão correta é em nível
 (Exemplo: Essa questão será resolvida em nível federal.
Lembramos que a expressão “a nível de” é um modismo a ser evitado).
2 – Dele ou de ele? 
O segredo é o verbo no INFINITIVO. Só podemos usar DE ELE quando houver esse verbo.
Exemplo: Fizemos a surpresa antes de ele chegar ao curso.
Essa regra também se aplica em outros casos, tais como:
PREPOSIÇÃO + ARTIGO:
Exemplo: As contratações cessaram depois de a polícia ter descoberto todo o golpe.
PREPOSIÇÃO + PRONOME DEMONSTRATIVO:
Exemplo: O médico comprou o equipamento, apesar de essa empresa não garantir a troca.
3 – A Forma prescrita é “tem de”: 
(Embora o uso da forma “tem que” esteja consagrado e muitos autores considerem as duas formas aceitáveis, devemos utilizar, preferencialmente, a forma “tem de”).
Exemplo: A família tem de pagar todas as dívidas.
4 – Para mim ou para eu?
Devemos observar que:
a) “Eu” é um pronome pessoal do caso reto e exerce a função de sujeito;
b) “Mim” é um pronome pessoal oblíquo tônico, NUNCA exerce a função de sujeito e, obrigatoriamente, deve ser usado com preposição: “a mim”, “de mim”, “entre mim”, “para mim”, “por mim” etc.
Exemplos
Ana trouxe o livro PARA EU ler. (= sujeito)
Ana trouxe o livro para MIM. (= não é sujeito)
No primeiro caso, há duas orações:
“Ana trouxe o livro” = oração principal
“para EU ler” = oração reduzida de infinitivo (= para que eu lesse)
Nesse caso, devemos usar o pronome pessoal do caso reto (EU), porque este exerce a função de sujeito do verbo infinitivo (LER).
Em síntese, a diferença entre PARA MIM e PARA EU está na presença ou não de um verbo (sempre no infinitivo) após o pronome.
Portanto, sempre que houver um verbo no infinitivo, devemos usar os pronomes pessoais retos. Issoocorrerá com qualquer preposição.
Exemplos
Minha irmã saiu da festa antes DE MIM.
Ela voltou para o escritório antes DE EU chegar.
Nossos professores fizeram isso POR MIM.
Mariana fez isso POR EU estar cansada.
Observe, no entanto, a mudança no significado trazida pelo uso da vírgula:
PARA EU sair de casa, foi preciso organizar minhas finanças.
PARA MIM, vender meu primeiro imóvel foi uma grande conquista.
Na primeira frase, o pronome pessoal reto (EU) é o sujeito do infinitivo (SAIR).
Já na segunda frase, a vírgula indica que PARA MIM está deslocado. Nesse caso, devemos usar o pronome oblíquo (MIM), pois este não é o sujeito do verbo VENDER.
5 – Não há nada entre mim e você ou entre eu e você?
Como explicamos anteriormente, “Eu” é pronome pessoal do caso reto e só pode ser usado na função de sujeito:
Com verbo no infinitivo – Não há nada ENTRE EU sair e você ficar em casa;
Sem verbo no infinitivo – Não há nada ENTRE MIM E VOCÊ.
6 – A Quem: 
Quando o substantivo que antecede o pronome relativo é pessoa, podemos usar o pronome “quem”.
Exemplo: Aquele é o professor A QUEM enviei o trabalho.
7 – De que, de quem ou de qual? 
Estes são os processos DE QUE (ou DOS QUAIS) o escritório dispõe. (= o escritório dispõe DOS PROCESSOS)
Estes são os advogados DE QUEM ou DOS QUAIS o escritório dispõe. (= a empresa dispõe DOS ADVOGADOS)
ATENÇÃO!
O pronome relativo QUAL deve ser usado sempre que vier antecedido de preposição que não seja monossílaba (“após”, “contra”, “desde”, “entre”, “para”, “perante”, “sobre” etc.).
Exemplos
Este é o livro SOBRE O QUAL falei ontem.
Esta é a ocasião PARA A QUAL eles se prepararam tanto.
8 – Cujo
O pronome relativo “cujo” deve ser usado sempre que houver ideia de posse.
Exemplos:
Ali está o cozinheiro DE CUJO bolo ninguém gostou.
A preposição “de” é exigência do verbo “gostar”.
veste é o autor A CUJA obra eu me referi.
A preposição “a” é regida pelo verbo “referir”.
Aquele é o filósofo COM CUJAS ideias eu não concordo.
A preposição “com” é regida pelo verbo “concordar”.
Veja a revista EM CUJAS páginas li sobre aquela nova dieta.
( = eu li sobre aquela nova dieta NAS PÁGINAS)
Encontrei na livraria o romancista CUJA obra foi premiada.
(= A OBRA foi premiada -> sem preposição)
ATENÇÃO!
Não usamos artigo definido entre o pronome “cujo” e o substantivo.
Exemplo: Na próxima rua, temos a universidade CUJO aluno inventou o novo chip.
9 – Pronomes relativos
Os pronomes relativos aparecem precedidos de preposição quando os verbos que acompanham são regidos por preposições.
Exemplos
Compro sempre naquela loja os doces DE QUE eu gosto tanto.
O mecânico A QUEM eu chamei mais cedo já chegou.
Dr. Jorge é o médico EM QUEM meus avós tanto confiam.
10 – Pronome Que
O pronome “que” pode aparecer:
Com ou sem preposição – quando substituir coisa;
Sem preposição – quando substituir pessoa (equivale a QUEM);
Exemplos
Os refrigerantes QUE compramos acabaram rápido.
Os refrigerantes DE QUE precisávamos para a festa não chegaram.
As senhoras QUE cumprimentamos eram muito simpáticas.
As senhoras A QUEM convidamos para a festa não vieram.

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