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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL CURSO DE QUÍMICA INDUSTRIAL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE DOURADOS RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO ISABELA DA ROCHA SILVA ANÁLISE QUÍMICA DE SOLO: MACRONUTRIENTES PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS, MATÉRIA ORGÂNICA E GRANULOMETRIA DOURADOS 2017 ISABELA DA ROCHA SILVA ANÁLISE QUÍMICA DE SOLO: MACRONUTRIENTES PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS, MATÉRIA ORGÂNICA E GRANULOMETRIA Relatório Técnico Científico de Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório II apresentado ao Curso de Química Industrial da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul sob Supervisão Técnica do Engenheiro Agrônomo Vanderley Wesley Santos Cristo e orientação da Professora Drª Jandira Aparecida Simoneti. DOURADOS 2017 BANCA EXAMINADORA _____________________________ Cristiane Marques dos Reis Professora da disciplina de ECSO II _____________________________ Jandira Aparecida Simoneti Professora da disciplina de ECSO II Orientadora _____________________________ Leila Cristina Konradt Moraes Professora da disciplina de ECSO II _____________________________ Geraldo Domingues Matos Professor da disciplina de ECSO II Dourados, _____ de ____________________ de 2017. AGRADECIMENTO Agradeço a Agrotecsolo pela oportunidade de realizar esse estágio e ao meu supervisor, o Engenheiro Agrônomo Vanderley Wesley Santos Cristo, pela orientação e transferência de conhecimentos sobre as atividades realizadas. Agradeço também a equipe do laboratório, Lidiani Terenciani Nazaro e Juliana da Cruz, e aos demais estagiários, pelo auxílio constante na execução dos trabalhos. Por fim, agradeço à minha orientadora de estágio, a Professora Dra. Jandira Aparecida Simoneti, por estar sempre à disposição para responder minhas dúvidas, pela paciência e pela atenção. RESUMO Devido ao grande avanço no setor agropecuário, as análises de solo e tecido vegetal tem-se tornado cada vez mais frequente e necessária, levando em consideração à precisão dos resultados sobre os nutrientes presentes e a saúde da planta, a fim de proporcionar uma melhoria nas técnicas de manejo do solo e aumento na produtividade. Dentre as análises de solo pode-se destacar aquelas que dependem de conhecimento na área de química para se fazer determinação, dos macros e micronutrientes. O Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório II foi realizado no Laboratório de Análises Agronômicas - Agrotecsolo, no período de 03 de abril a 08 de junho de 2017, e teve como objetivo o acompanhamento e execução de algumas técnicas de análises laboratoriais tais como, fotometria de chama, espectrofotometria UV, titulometria ácido-base, gravimetria e granulometria para a realização de análise de solos. O presente estágio possibilitou à acadêmica estagiária desenvolver habilidades nas rotinas laboratoriais de análises de potássio (K), fósforo (P), enxofre (S), alumínio (Al), matéria orgânica e análise granulométrica. O desenvolvimento do estágio propiciou complementar a formação acadêmica e permitiu fazer conexões entre conteúdos teóricos com a prática, gerando competências que refletirão na vida profissional da aluna estagiária. Palavras-chaves: Solos, análises químicas, Agrotecsolo SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 6 2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 8 2.1 Objetivos Gerais ............................................................................................................... 8 2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................................... 8 3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................... 9 4 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO ...................... 10 4.1 PRÉ-PARARO DAS AMOSTRAS DE SOLO .............................................................. 10 4.2 DETERMINAÇÃO DE POTÁSSIO E FÓSFORO ........................................................ 10 4.2.1 PREPARO DAS AMOSTRAS ................................................................................ 10 4.2.2 DETERMINAÇAO FOTOMÉTRICA DE POTÁSSIO .......................................... 11 4.2.3 DETERMINAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA DO FÓSFORO ....................... 12 4.3 DETERMINAÇÃO TITULOMÉTRICA DE ALUMÍNIO ........................................... 13 4.4 DETERMINAÇÃO DE ENXOFRE ............................................................................... 14 4.5 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ................................................................................. 15 4.6 DETERMINAÇÃO DA MÁTERIA ORGÂNICA ........................................................ 16 5 CONTRIBUIÇÕES DO ESTÁGIO PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL ........... 18 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 19 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 20 8 ANEXOS .............................................................................................................................. 22 6 1 INTRODUÇÃO O solo é considerado um recurso natural importante, pois é fundamental para a conservação da vida de ecossistemas naturais e do sucesso dos negócios agropecuários e florestais. Para que um solo seja considerado fértil, ele deve possuir uma significativa variedade de nutrientes naturais, permitindo o desenvolvimento de uma plantação (NOGUEIRA e SOUZA, 2005). É de extrema importância conhecer as características do solo e as suas propriedades químicas e físicas para se ter alta produtividade na agricultura. A análise química do solo é o instrumento básico para a transferência de informações sobre calagem e adubação, da pesquisa para o agricultor (NOGUEIRA e SOUZA, 2005; DA SILVA, 2009). Segundo Cantarutti et al. (1999), quando se tem uma amostragem de solo correta, são realizadas análises químicas, a fim de avaliar a fertilidade do solo. A partir dessa amostragem procura-se avaliar a deficiência e suficiência de nutrientes, além de verificar limitações que possam prejudicar o desenvolvimento da planta. Uma das ferramentas utilizadas para a avaliação do estado nutricional do solo, e para a verificação de adubação do mesmo, é a análise química das plantas. Essa consiste na determinação de teores dos micros e macro nutrientes, principalmente nas folhas, que irá permitir, por sua vez, avaliação complementar das condições da fertilidade do solo (NOGUEIRA e SOUZA, 2005). As plantas absorvem do solo, indiscriminadamente, os elementos que são essenciais para seu crescimento, sendo denominados de benéficos, assim como absorvem os tóxicos, podendo estes últimos, serem responsáveis pela morte da planta (MALAVOLTA et al., 1992). Os elementos essenciais para a planta são os macronutrientes que são absorvidos em grandes quantidades, e são divididos em macronutrientes primários: Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K); e macronutrientessecundários: Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S). Já os elementos micronutrientes são absorvidos em uma pequena quantidade, sendo estes: Boro (B), Zinco (Zn), Manganês (Mn), Ferro (Fe), Molibdênio (Mo), Cloro (Cl) e Cobre (Cu). Quando absorvidos em dosagens maiores do que o necessário, esses elementos se tornam tóxicos à planta (LOPES, 1998). 7 É possível avaliar o grau de deficiência dos nutrientes e determinar as quantidades de corretivos a serem aplicadas na adubação e calagem, por meio de análises feitas com amostras de solos (DA SILVA, 2009). A análise de solo provavelmente começou quando o homem demonstrou interesse em saber como as plantas crescem. Acredita-se que foi Justus von Liebig, fundador da química agrícola, o precursor a realizar análise de solos e fazer a recomendação da utilização de fertilizantes artificiais (FURTADO, 2002). Para a análise de solo, primeiramente tem que se fazer a amostragem, coleta e envio do solo para laboratório especializados. Na recepção das amostras para análise, essas deverão ser devidamente identificadas e encaminhadas para o laboratório. Na ficha de identificação deverá constar um número de identificação, nome da cultura, local e data da coleta, nome do coletor, os elementos a serem quantificados e endereço para envio dos resultados (NOGUEIRA et al., 1998). 8 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivos Gerais Auxiliar e acompanhar as atividades de rotina de análises de solos do laboratório Agrotecsolo, em Dourados – MS. 2.2 Objetivos Específicos Familiarizar-se com as diversas atividades no setor de análise de solos como a recepção e identificação das amostras de solos; encaminhamento das amostras para laboratório; segregação, peneiramento e secagem das amostras; determinação granulométrica e de matéria orgânica e análises dos macronutrientes K, P, Al e S. 9 3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA O Laboratório de Análises Agronômicas – Agrotecsolo - surgiu com o objetivo de fornecer dados confiáveis de análises de solos e tecido vegetal, com agilidade e rapidez para que os produtores rurais possam tomar decisões seguras, racionalizar custos e, consequentemente, obter maior lucratividade (AGROTECSOLO). Em 2002, a Empresa deu início em suas atividades na cidade de Guarapuava - PR, sendo esta a sede da Empresa, atendendo mais de 40 municípios. Em 2010, uma filial foi inaugurada na cidade de Campo Largo – PR a qual atende mais de 20 municípios. No ano de 2016, nova filial entrou em funcionamento na cidade de Dourados – MS na Rua Monte Alegre, número 707, a qual atende mais de 10 municípios, e possui 6 funcionários, sendo 2 administrativos e 4 laboratoristas. Em 2004 o Agrotecsolo iniciou sua participação no programa de controle de qualidade do CELA, Comissão Estadual de Laboratórios de Análises Agronômicas, do estado do Paraná, obtendo o “Selo de Controle de Qualidade” que o mantém desde então. O Agrotecsolo atende produtores e empresários rurais e tem parceria com instituições de pesquisas e universidades para melhor desenvolver suas atividades. 10 4 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO Acompanhou-se a rotina do laboratório Agrotecsolo desde a recepção e identificação das amostras de solos; encaminhamento das amostras para laboratório, peneiramento e secagem; determinação granulométrica e de matéria orgânica e determinação dos macronutrientes K, P, Al e S. 4.1 PRÉ-PARARO DAS AMOSTRAS DE SOLO Na recepção do laboratório, as amostras de solo são devidamente identificadas e encaminhadas para a sala de pré-preparo. Nessa sala, as amostras são retiradas de suas embalagens plásticas e recebem dois tipos de tratamentos. Se estiverem visivelmente úmidas, são acomodadas sobre folhas de jornal identificadas e secas à temperatura ambiente por aproximadamente dois dias e posteriormente peneiradas, se secas, faz-se o inverso, peneiramento depois secagem. Em seguida, estocam-se as amostras pré-tratadas em copos plásticos de 180 mL para análises posteriores. 4.2 DETERMINAÇÃO DE POTÁSSIO E FÓSFORO Para se determinar os teores de K e P em amostras de solo, inicialmente preparou-se as amostras usando solução de Mehlich 1, (HCl 0,05 M + H2SO4 0,0125 M), para extração do potássio trocável e fósforo disponível através da troca iônica. Após extração, a determinação do potássio é realizada em um Fotômetro de Chama da marca Micronal, e o fósforo é determinado em um Espectrofotômetro da marca Analyser. A seguir, são descritos os procedimentos de preparo das amostras, determinação fotométrica de K e determinação espectrofotométrica de fósforo disponível. 4.2.1 PREPARO DAS AMOSTRAS Para a extração do cátion K+ e P disponível, transferiu-se com o auxílio de um cachimbo, 5cm3 de amostra de solo pré-tratada para copos plásticos de 180 mL e adicionou 50 mL da solução extratora de Mehlich 1. Posteriormente, agitou-se por 5 minutos na mesa agitadora, e deixou o sistema em repouso por aproximadamente 16 horas a fim de extrair os analitos e sedimentar os sólidos suspensos. No sobrenadante, fez-se a determinação 11 espectrofotométrica P e fotométrica de K. As etapas do procedimento de preparo das amostras podem ser visualizadas através do Fluxograma 1. A extração do K ocorre em função do número total de cátions trocáveis retidos à superfície do solo, que é chamada de Capacidade de Troca de Cátion (CTC). Quanto maior o valor de CTC, maior o número de cátions que o solo pode reter. O teor de P está relacionado aos grupos aniônicos ligados à matéria orgânica, os quais estão adsorvidos nas poucas cargas positivas dos coloides do solo. Fluxograma 1 - Procedimento do preparo das amostras para determinação de K e P. 4.2.2 DETERMINAÇAO FOTOMÉTRICA DE POTÁSSIO No laboratório da Agrotecsolo utilizou o procedimento baseado na EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 1997). Primeiramente pipetou-se 5 mL das soluções sobrenadantes contendo íons K+ e as transferiu para copos plásticos de 50 mL. Fez-se a calibração do equipamento, Fotômetro de Chama da marca Micronal, com os padrões de potássio de 10 ppm, 30ppm e 60 ppm, iniciando-se Fonte: O autor, 2017 5 cm3 de solo pré- tratado Adicionar 50 mL de Mehlich 1 Agitar por 5 minutos Repousar por 16 horas Determinação P Determinação K 12 Na determinação de íons K+ por fotometria de chama, a solução contendo o analito é succionada e aspergida na chama de um fotômetro de chama. Ocorre evaporação da solução extratora, ficando apenas íons K+ no estado sólido-gasoso. Sob aquecimento, há geração de átomos de potássio, os quais sofrem excitação eletrônica, onde elétrons são promovidos de níveis de energia inferiores para níveis de maior energia. No retorno destes para níveis menos energéticos ocorre emissão de radiação característica do elemento. Essa radiação emitida passa através de um monocromador, que seleciona o comprimento de onda específico, antes de atingir o fotodetector. O sinal recebido é amplificado e transmitido para o galvanômetro que é calibrado para uma escala de percentagem de emissão (ÁVILA, 2010) da menor concentração para a maior, seguidamente fez-se a leitura das soluções. 4.2.3 DETERMINAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA DO FÓSFORO Na determinação de P por espectrofotometria UV-Vis, pipetou-se 5 mL da solução sobrenadante contendo fósforo disponível, e transferiu-a para recipientes plásticos de 50 mL. Tomou-se 5 mL dos padrões de fósforo de concentrações de 10 ppm, 20 ppm e 40 ppm.Realizou-se o preparo das amostras adicionando-se 10 mL de molibdato de amônio e 1mL de ácido ascórbico 3M. Esperou-se 20 minutos para formação do complexo azul fosfo- molibdico, antes de fazer a leitura das amostras no Espectrofotômetro UV-VIS com comprimento de onda em 660 nm. Seguiu-se os mesmos procedimentos para o branco. Fez-se a leitura da transmitância do branco, em seguida dos padrões, da menor concentração para a maior anotando-se os valores, e por fim as das amostras (EMBRAPA, 1997). A obtenção do P pela solução extratora de Mehlich é dosado colorimetricamente, ou seja, por espectrofotometria. Essa dosagem é realizada pelo método do complexo fosfo- molibdico empregando-se ácido ascórbico como redutor, de acordo com Braga e Defelipo (1974). A adição do molibdato de amônio diluído, em meio ácido, a uma solução que contém fósforo condiciona a formação de um complexo incolor, e após a sua redução apresenta a coloração azul. A intensidade da cor azul é devido à concentração de P presente na solução. Segue equações da reação de formação do complexo (ÁVILA, 2010; FONTANA, 2008): PO4 -3 (aq) + 12 MoO4 -2 (aq) + 27 H + (aq) → H3PO4(MoO3)12(aq) + 12 H2O Equação 1 H3PO4(MoO3)12(aq) + agente redutor → azul de molibdênio Equação 2 13 4.3 DETERMINAÇÃO TITULOMÉTRICA DE ALUMÍNIO Para se determinar o alumínio foi realizado o procedimento conforme Fluxograma 2. Com o auxílio de um cachimbo, transferiu-se 10 cm3 de solo para copos plásticos de 300 mL, adicionou-se 100 mL da solução de KCl 1M, agitou-se por 5 minutos na mesa agitadora e deixou-se em repouso por 16 horas (EMBRAPA, 1997). Após o período de repouso, determinou-se o pH das amostras utilizando um eletrodo. Procedeu-se a determinação titulométrica de alumínio apenas para amostras com valores de pH inferior a 4,95. Pipetou-se 20 mL da solução extratora contendo o alumínio, e transferiu-se para copos plásticos de 50 mL. Posteriormente adicionou-se 1 gota do indicador ácido-base, fenolftaleína, e iniciou-se a titulação com a solução de NaOH 0,02M em uma bureta digital, sob agitação magnética até o ponto de viragem do indicador, de incolor para rosa. Na determinação de alumínio presente na solução é realizado a acidez trocável, onde os íons H+ e Al3+ estão retidos por forças eletrostáticas às cargas negativas presente no solo. A quantidade de íons H+ é muito menor que a quantidade de Al3+ trocável, porém, quando em solução se hidrolisa produzindo 3H+, por isso é denominado de acidez trocável, Equação 3 (ÁVILA, 2010). Al3+ + 3 H2O ↔ Al(OH)3 ↓ + 3 H+ Equação 3 O Al3+ é hidrolisado e então o H+ da reação é determinado por titulometria ácido-base, utilizando-se uma solução de NaOH 0,02M, e uma solução indicadora, que foi a fenolftaleína. 14 Fluxograma 2 – Procedimento para determinação de alumínio. 4.4 DETERMINAÇÃO DE ENXOFRE Para a determinação de enxofre, as amostras foram escolhidas de acordo com a sua coloração e talhão (porção de terreno, distinta e separada, com qualquer cultura) e a extração foi realizada conforme ilustrado no Fluxograma 3. Transferiu-se com o auxílio de um cachimbo, 10 cm3 de solo para recipientes plásticos de 180 mL, adicionou-se 25 mL de solução extratora de enxofre (Ca(H2PO4)2 + CH3COOH 2M) e agitou-se por 5 minutos na mesa agitadora, adicionou-se uma ponta de espátula de carvão ativado e agitou-se por mais 5 minutos. Então, a solução foi filtrada através de filtração simples. Antes de realizar a leitura, tomou-se padrões de enxofre nas concentrações de 2,5 ppm, 5,0 ppm e 10,00 ppm. Preparou-se as amostras, pipetando-se 10 mL do filtrado, adicionou-se 1 mL de HCl 6M, adicionou-se uma ponta de espátula de BaCl2 e agitou-se por 5 minutos. O mesmo procedimento foi utilizado para preparar o branco. Por fim realizou-se a leitura através da turbidez, do branco e na sequencia os padrões, da menor concentração para a maior concentração, e finalmente, realizou-se a leitura das amostras no Espectrofotômetro UV-VIS 10 cm3 de solo Adicionar 100 mL de KCl 1M Agitar por 5 minutos Repousar por 16 horas Determinação do Alumínio Fonte: O autor, 2017 15 no comprimento de onda de 420 nm. A determinação do S é realizada medindo a dosagem do SO4 2- presente no extrato e é realizada pelo método da turbidimetria, onde o sulfato se precipita com o BaCl2, formando o BaSO4 mantido em suspensão, cuja sua densidade óptica (turbidez) é medida no espectrofotômetro UV-VIS na forma de transmitância no comprimento de onda de 420 nm (CHESNIN e YEN, 1950). A solução remove SO4 2- que está na solução do solo, e não são adequadas para medir a disponibilidade do S que se fixam no solo (FOX et al., 1964). Fluxograma 3 - Procedimento para determinação de enxofre. 4.5 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA Realizou-se a análise textural escolhendo as amostras de acordo com a textura e o talhão. Após feita a escolha, pesou-se 50 g de cada amostra em um recipiente de vidro, adicionou-se 10 mL de NaOH 1M, 300 mL de água deionizada, e agitou-se na mesa agitadora 10 cm3 de solo 25 mL de extratora de enxofre Agitar por 5 minutos Adicionar carvão ativado Agitar por 5 minutos Filtrar Determinação de Enxofre Fonte: O autor, 2017 16 por no mínimo 2 horas. Transferiu-se as amostras para provetas de 1000 mL, adicionou-se água deionizada até 950 mL e com a inserção do densímetro o volume se completou para 1000 mL. A análise textural é feita através do método do densímetro, conhecido também como método do hidrômetro, foi proposto em 1926 por BOUYOUCOS. Baseia-se no princípio de que a matéria em suspensão (silte e argila) confere determinada densidade ao líquido. Para se iniciar a leitura das amostras, primeiro realizou-se as médias das temperaturas, interna e externa, para posterior correção, e anotou-se a hora que se iniciou a leitura. Então agitou-se 20 vezes a solução com o auxílio de um bastão, e inseriu-se o densímetro dentro da proveta, e cronometrou-se 40 segundos e anotou-se o valor da primeira leitura, que indica a densidade de argila presente na amostra de solo. Para a realização da segunda leitura, que indica a densidade de areia presente na amostra de solo, esperou-se sedimentar a argila por duas horas após a realização da primeira leitura. Nesta etapa não se agitou a solução, apenas inseriu-se o densímetro e cronometrou-se 40 segundos e anotou-se o valor da leitura. O densímetro mede a densidade da suspensão, sendo necessário verificar sua correspondência com o densímetro de Bouyoucos, calibrado em g de solo/L de suspensão. Como o densímetro de Bouyoucos é calibrado para a temperatura de 68°F (20°C), as leituras deverão ser corrigidas conforme a temperatura. Assim, para cada grau acima ou abaixo de 20°C, deve-se acrescentar ou subtrair 0,36 graduações da leitura do densímetro (EMBRAPA). 4.6 DETERMINAÇÃO DA MÁTERIA ORGÂNICA A determinação de matéria orgânica foi realizada nas mesmas amostras submetidas a análise textural. Então pesou-se 0,5 g de amostra de solo em um copo de vidro, em seguida adicionou-se 5 mL de dicromato de potássio, 5 mL de ácido sulfúrico concentrado e deixou-se agir por 30 minutos. Após esse tempo, adicionou-se 50 mL de água deionizada para cessar a reação e para melhor visualização do ponto de viragem, adicionou-se 2 mL de ácido orto- fosfórico e 0,5 mL de indicador difenilamina, passando de violeta para verde. Realizou-se a titulação com o sulfato ferroso, e anotou-se o valor indicado na bureta. Essa análise se dá através da oxidação por via úmida e é a mais utilizada devido o requerimentode poucos equipamentos. Nesta determinação o C do solo é extraído por uma 17 0,5g de solo 5 mL de K2Cr2O7 5 mL de H2SO4 Aguardar 30 minutos Adicionar 50 mL de água 2 mL de H3PO4 Adição da difenilamina Titulação solução oxidante, e o método utilizado é o do Walkley – Black, que utiliza o dicromato (BRUNETTO et al., 2006), como mostrada na Equação 4: 2Cr2O7 2- + 3C + 16H+ ↔ 4Cr3+ + 3CO2 + 8H2O Equação 4 A titulação é realizada com sulfato ferroso em meio ácido, utilizando-se como indicador a difenilamina. Segue abaixo a equação da reação: Cr2O7 2- + 6Fe2+ + 14H+ ↔ 2Cr3+ + 6Fe3+ + 7H2O Equação 5 Fluxograma 4 – Procedimento para determinação de Matéria Orgânica. Fonte: O autor, 2017 18 5 CONTRIBUIÇÕES DO ESTÁGIO PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL As atividades desenvolvidas durante o estágio no laboratório Agrotecsolo, contribuíram para aquisição de experiência em análises químicas realizadas em amostras de solos, sendo que vários tipos de equipamentos e técnicas laboratoriais utilizados estão presentes em diversos laboratórios no mercado de trabalho. Além disso, foi possível vivenciar a responsabilidade em manusear corretamente amostras a fim de evitar contaminação. As técnicas analíticas de espectrofotometria, fotometria de chama e titulação que foram estudadas durante a graduação, foram colocadas em prática durante o estágio, o que possibilitou consolidar ainda mais o aprendizado. Outra experiência bastante importante para a formação profissional foi a utilização inequívoca dos equipamentos de segurança, os quais foram disponibilizados e utilizados rotineiramente, minimizando o risco de acidentes. A prática adquirida durante o período de estágio será de grande importância no exercício da profissão na área de química. 19 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Foi possível concluir que os objetivos esperados para o Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório II realizado no laboratório de análises agronômicas Agrotecsolo, foram alcançados visto que se acompanhou e realizou-se análises químicas de solo. Além disso, foi adquirido aprendizado sobre o uso de equipamentos analíticos, que durante a graduação não foram utilizados. Por conseguinte, o estágio contribuiu para o aprendizado e formação profissional da acadêmica. 20 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGROTECSOLO, Análises Agronômicas e Consultoria. Disponível < http://agrotecsolo.com.br/quemsomos.php>. Acesso em: 29 jun. 2017. ÁVILA, V. T. Sol 375 – Fertilidade do solo. Aula prática de análise de solo. Viçosa: UFV – Departamento de solos, 2010. p. 27. BRUNETTO, G.; et al. Avaliação do método de perda de peso por ignição na análise de matéria orgânica em solos da Serra Gaúcha do Rio Grande do Sul. Ciência Rural, v. 36, n. 6, p. 1936-1939, 2006. CANTARUTTI, R. B.; ALVARES VENEGAS, V. H.; RIBEIRO, A. C. Amostragem de solo. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALVARES VENEGAS, V. H. (Ed.). Recomendação para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5ª aproximação. Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. p.13-20. CHESNIN, L.; YEN, C. H. Turbidimetr ic determinat ion of available sulfates. Soil Science society of America Proceedings, Madison, v.15, p.149-151, 1950. DA SILVA, F. C. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. Brasília- DF: Embrapa Informação Tecnológica. 2 ed. 2009. EMBRAPA. Manual de Métodos de Análise de Solo. 2 ed. Rio de Janeiro: Embrapa - CNPS, 1997. 212 p. Disponível em: <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Manual+de+Metodos_000fzvhotqk02w x5ok0q43a0ram31wtr.pdf >. Acesso em: 2 jul. 2017. EMBRAPA. Textura do solo. Disponível em: <http://hotsites.cnps.embrapa.br/blogs/paqlf/wp- content/uploads/2008/08/textura_solo.pdf>. Acesso em: 04 jul 2017. FONTANA, Josilma Fatima. Determinação de fósforo em amostras superficiais de sedimentos das regiões portuárias do Estado de Santa Catarina, Brasil. TCC (Graduação) - Curso de Química Bacharelado, Departamento de Química, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. p. 49 Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/99920/josilma.pdf?sequence=1>. Acesso em: 02 jul. 2017. 21 FOX, R.L.; OLSON, R.A.; RHOADES, H.F. Evaluating the sulfur status of soils by plant and soil tests. Soi1 Science Society of America Proceedings, Madison, v.28, n.2, p.243-246, 1964. FURTADO R. Agrubuniness brasileiro – A história. São Paulo: Ed. Evoluir Cultural/ABAG, 2002. 232p. LOPES, Alfredo Scheid. Manual Internacional de Fertilidade do Solo. 2. ed. Piracicaba: Potafos, 1998. 2 p. Tradução e adaptação do original em inglês: International Soil Fertility Manual. Disponível em: <http://brasil.ipni.net/ipniweb/region/brasil.nsf/0/40A703B979D0330383257FA80066C007/$ FILE/Manual Internacional de Fertilidade do Solo.pdf >. Acesso em: 20 jun. 2017. MALAVOLTA, E. ABC de solos e folhas: amostragem, interpretação e sugestões de adubação. São Paulo: Agronômica Ceres, 1992. 124 p. NOGUEIRA, A. R. A.; et al. Manual de laboratórios: solo, água, nutrição vegetal, nutrição animal e alimentos. São Carlos-SP: Embrapa CPPSE, 1998, p.72. NOGUEIRA, A. R. A., SOUZA, G. B.: Manual de laboratório: solo, água, nutrição vegetal e alimentos. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2005, p.334. 22 8 ANEXOS Em anexos, são apresentados os seguintes documentos de estágio: Termo de Compromisso, Plano de Atividades e Declaração de Conclusão de Estágio.
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