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A criança terminal e a morte

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ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM 
A FAMÍLIA E A CRIANÇA 
COM DOENÇA TERMINAL 
ATÉ TRÊS ANOS
Neste período a criança não tem desenvolvida a definição de
tempo e outros conceitos. Por isso não compreende a relação vida
e morte.
A morte para ela é um fato reversível e com significado nulo ou
escasso.
A morte não é conceituada nessa etapa, já que a criança se
interessa fundamentalmente pelo seu simbolismo verbal e não
sobre as razões, causas, motivos, conexões.
Nas brincadeiras as crianças representam morte como 
um sono, a imobilidade.
Se doente, a criança de menos de três anos pode perceber a
morte como separação iminente. Seu medo é gerado pelo temor
de ser separada dos adultos que a protegem e a confortam.
INTERPRETAÇÃO DA MORTE SEGUNDO AS FASES EVOLUTIVAS DA CRIANÇA 
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DE TRÊS A SEIS ANOS
Nesta idade a criança possui uma compreensão limitada do 
significado de morte, pela escassez de conceitos.
Pode encará-la como um estágio em que se está menos vivo, ou 
que é algo que acontece com os outros; pode ser temporária, 
reversível e o morto pode ter sentimentos e funcionamento 
biológico similares aos vivos. 
Há tendência de personalizar a morte, de que ela vem buscar 
alguém.
Também pode estar ligada a velhice e ser resultado 
de agressão, assassinato e doença.
Interpreta sua doença como um tipo de punição 
por erros reais ou imaginários; os procedimentos 
dolorosos reforçam essa idéia. 
Compreende a permanência da morte como um
adulto, embora possa não compreende-la como um
fato que ocorre com pessoas que lhe são queridas.
Ela quer viver, encara a morte como sendo um
obstáculo para realização de seus objetivos,
independência, sucesso, aprimoramento físico e auto-
imagem.
Ela teme morrer antes da realização.
Porém, a morte é tida como distante, 
além do que o adolescente pode estar 
cético quanto a questões como céu, 
Deus, imortalidade etc. 
DE SETE A 12 ANOS
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Expressões de medo e ansiedade:
- irritação, hostilidade, apatia, depressão,
afastamento de seus companheiros e dos adultos.
A solidão pode provir do sentimento de não ser
compreendido, da rejeição ou fuga percebidos nos
circundantes.
A ansiedade geral da criança não é observada muitas
vezes pelos circundantes, quando os mesmos estão
imersos em seu pesar, receios e conflitos.
OS PAIS E A CRIANÇA TERMINAL 
A perda de um filhos pode ser uma das mais trágicas e 
aniquiladoras experiências do ser humano.
A maneira pela qual o diagnóstico é comunicado aos pais tem 
importância vital na determinação de suas atitudes posteriores.
Se informados de forma abrupta ou de modo a eliminar 
qualquer esperança, poderão reagir a várias situações com 
extrema hostilidade.
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� Porém, a irritação deve ser sempre esperada, como 
resultado das defesas paternas. 
� Os sentimentos de culpa reais ou imaginários quase 
sempre estão presentes nos pais.
� Censuram-se por desleixo, omissão ou impotência.
� A morte da criança pode ser também encarada, pelos 
pais, como forma de castigo por erros cometidos. 
� Na esfera comportamental os sentimentos de culpa 
podem ser deslocados para a equipe assistencial, sendo 
expressos pela irritação, rancor, revolta, etc. 
� A ansiedade e os sentimentos conflituosos dos pais 
seguramente têm repercussões negativas sobre a 
criança. No momento em que as relações necessitam 
ser saneadas os pais podem estar dominados por 
sentimentos de impotência, frustração, raiva e mágoa.17
Na esfera comportamental os sentimentos de culpa
podem ser deslocados para a equipe assistencial, sendo
expressos pela irritação, rancor, revolta, etc.
A ansiedade e os sentimentos conflituosos dos pais
seguramente têm repercussões negativas sobre a criança.
No momento em que as relações necessitam ser
saneadas os pais podem estar dominados por
sentimentos de impotência, frustração, raiva e mágoa.
Daí seu afastamento, frieza para com a criança,
incapacidade de se comunicar ou hipersolicitude.
Esta conduz à permissividade, gerando condutas
inaceitáveis da criança e transmitindo-lhe sentimentos de
desesperança.
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ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PEDIÁTRICO TERMINAL
�Prestar atenção a linguagem verbal e não verbal do paciente.
�Aceitar a negação; atuar dentro de uma esfera realista; não
destruir as defesas da criança(nem da família);
�Aceitar a raiva e ajudar a criança a exprimi-la através de canais
positivos.
�Encorajar a família a completar todos os assuntos inacabados com
a criança.
�Ajudar a família a criar um contato humano, amoroso e
significativo com a criança.
�Ajudar a família a aceitar a criança que não quer falar e que rejeita
ajuda, enquanto estiver vivenciando a desilusão, a raiva.
�Tranqüilizar a criança; demonstrar que suas sensações são
compreendidas.
�Aliviar a pressão imbuída nas observações você é corajoso, um
homem não chora, etc. Isto impede que a criança tenha
oportunidade de queixar-se, demonstrar o seu medo e desespero
e receber a ajuda adequada.
�Permitir e orientar que os familiares se revezem e descansem pois
a morte não tem hora definida para ocorrer.
�Impedir o excesso de visitas quando a criança demonstrar sinais
de necessidade de isolamento.
�As necessidades biológicas devem ser amplamente satisfeitas. É
necessário evitar o sofrimento físico ( sede, frio, fome, etc.)
�Deve-se permitir que os irmãos da criança terminal o visitem.

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