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Introdução à Astronomia Aula 23 OVL 111 Paulo Lopes I.I. Grupos e Aglomerados de GaláxiasGrupos e Aglomerados de Galáxias II.II. Estrutura em Grande Escala do Estrutura em Grande Escala do UniversoUniverso III.III. Matéria EscuraMatéria Escura IV.IV. Lentes GravitacionaisLentes Gravitacionais V.V. CosmologiaCosmologia RESUMO:RESUMO: 4 Grupos e Aglomerados de Galáxias ● Galáxias são também encontradas em grupos e aglomerados de galáxias. ● Estes sistemas representam conjuntos de galáxias mantidas próximas umas das outras por sua atração gravitacional. ● Grupos tem poucas galáxias, enquanto aglomerados podem ter várias dezenas, centenas e até milhares de galáxias. ● O tamanho típico de aglomerados é de vários milhões de anos-luz. 5 Grupos e Aglomerados de Galáxias ● Aglomerados de Galáxias representam regiões de alta densidade de matéria no Universo. ● Galáxias mais isoladas (que não pertencem a grupos ou aglomerados) estão em regiões de baixa densidade, também conhecidas por “campo”. ● A população típica de galáxias de grupos e aglomerados é de elípticas e S0; enquanto que no campo encontramos mais galáxias espirais e irregulares. ● Ou seja, o ambiente onde as galáxias residem influencia o tipo das galáxias. ● Galáxias com uma população estelar mais velha, menos gás e pouca formação estelar são vistas em regiões densas; ao passo que galáxias mais azuis, com mais gás e formação estelar ativa são mais facilmente encontradas no campo. 6 Grupo Local ● A nossa própria Via Láctea pertence a uma aglomeração chamada de Grupo Local. ● Este contém cerca de 30 membros, sendo os 3 maiores a Via Láctea, M31 e M33. ● Os menores objetos são galáxias satélites orbitando M31 e a Via Láctea. Os mais famosos são as chamadas Nuvens de Magalhães (grande e pequena). ● Elas tem cerca de 1/10 do tamanho da Via Láctea, sendo atraídas por esta. 7 Universo num raio de 500000 anos-luz 8 Universo num raio de 5.000.000 anos-luz (Grupo Local) 3 galáxias brilhantes e ~40 satélites 9 Ampliando o raio do Universo para 100.000.000 Anos Luz encontram-se, 160 grupos de galáxias, 2500 grandes galáxias e 25000 galáxias anãs 10 Super aglomerados de galáxias: Os aglomerados de galáxias agrupam-se formando gigantescas estruturas em forma de celas, no centro das celas o numero de galáxias cai drasticamente. A figura mostra a estrutura do Universo em grande escala para (raio > 200 milhões de Anos Luz). 11 12 Distribuição da estrutura em grande escala (SDSS) 13 Distribuição da estrutura em grande escala (simulação do Millenium e diversos surveys) 14 Universo distante 15 Matéria Escura ● Nosso estudo do Universo em geral é baseado na radiação eletromagnética emita por objetos celestes. Mas e se houver matéria no Universo que não “brilhe” de forma que possamos observar? ● Em 1933 o astrônomo Fritz Zwicky percebeu que a quantidade de matéria necessária para explicar a velocidade das galáxias no aglomerado de Coma era maior do que o visível. Muitas observações subsequentes confirmaram este efeito. À época, Zwicky criou a expressão “matéria faltante”. Hoje chamamos esta de “matéria escura”. ● Outras evidências para existência de matéria escura vem, por exemplo, de curvas de rotação de galáxias espirais e efeito de lentes gravitacionais. ● O estudo de curvas de rotação de espirais teve grande avanço com a Dra. Vera Rubin. Aglomerado de Coma Fritz Zwicky Vera Rubin 16 Matéria Escura ● Podemos dizer que a matéria escura é o material que astrônomos acreditam ser responsável pela discrepância entre a massa de uma galáxia obtida a partir da terceira lei de Kepler modificada e a massa observada na forma de gás e estrelas. ● A quantidade de matéria escura necessária para resolver esta discrepância é muito grande, chegando a 10 vezes a massa visível de algumas galáxias. ● Ou seja, quando olhamos uma galáxia podemos observar somente 10% de sua matéria. ● Uma das evidências mais fortes da existência de matéria escura vem da observação da curva de rotação de galáxias espirais. ● O disco galáctico gira com velocidade de rotação dependente da distância R ao centro. ●A massa da galáxia pode ser estimada da distribuição de luz estelar e a razão massa-luminosidade média da população estelar. ● Desta estimativa de massa pode-se prever a velocidade de rotação em função do raio (usando mecânica Newtoniana). ● Entretanto, a velocidade rotacional é muito maior do que esperado da distribuição. de massa observada. 17 Matéria Escura ● Para o raio do Sol (R00) teríamos V00 = (GM/R00)1/21/2. ● Da matéria visível em estrelas teríamos V00 ~ 160 km/s, quando o observado é ~ 220 km/s. ● Este fato e a curva de rotação para valores maiores de R indicam a existência de mais massa que visível em ✭ss; 18 Matéria Escura 19 Matéria Escura ● Acredita-se que a maior parte da matéria no Universo seja escura. ● Nós podemos detectá-la indiretamente, mas não sabemos sua natureza. ● A matéria com a qual lidamos no dia-a-dia é feita de átomos, constituída de prótons, neutrons e elétrons. Chamamos esta de “matéria bariônica”. ● Uma das principais questões da astrofísica é relacionada a matéria escura. É bariônica ou composta de algum material exótico? Ou uma mistura dos dois? ● Se a matéria da Galáxia fosse normal a velocidade de rotação cairia com o raio (esquerda). Mas o que vemos é que a velocidade é quase constante com o raio (animação da direita). Lentes gravitacionais Lentes gravitacionais Lentes gravitacionais Lentes gravitacionais Lentes gravitacionais Lentes gravitacionais 26 Lentes gravitacionais 27 Cosmologia: breve revisão ● 1929: Edwin Hubble publica o artigo: ”A Relation between Distance and Radial Velocity among Extra-Galactic Nebulae”. ● 1946: George Gamov, Robert Dicke e outros prevêem a existência de uma radiação de fundo produzida logo após o início do Universo. ● 1965: Arno Penzias e Robert Wilson descobrem acidentalmente a radiação cósmica de fundo (RCF). Dicke et al. demonstram que a RCF poderia ser uma consequência do BigBang, como previsto por Gamov. ● 1990/92: Primeiros dados do satélite COBE são publicados, mostrando isotropia de uma parte em 10000. A RCF apresenta um espectro perfeito de corpo-negro, correspondendo a uma temperatura de 2.7 K. Prova definitiva da teoria do Big Bang. Anisotropias descobertas. ● 1998: Riess et al. e Perlmutter et al. simultaneamente (e independentemente) publicam dados com supernovas mostrando que a expansão do Universo está acelrada. A energia escura passa a ser levada em conta na composição do Universo. ● 2003: WMAP libera seus primeiros dados, estimando de maneira precisa os parâmetros cosmológicos. 28 Cosmologia: breve revisão The 15 meter Holmdel horn antenna at Bell Telephone Laboratories in Holmdel, New Jersey. 29 Cosmologia: Redshift e Lei de Hubble ● Em 1912 Vesto Melvin Slipher (1875-1969) verificou que as linhas espectrais das estrelas na galáxia M31 mostravam um enorme deslocamento para o azul, indicando que esta galáxia está se aproximando do Sol, a uma velocidade de 300 km/s. ● Slipher estudou mais 41 galáxias: a maioria apresentava deslocamento espectral para o vermelho, indicando que as galáxias estavam se afastando de nós; ● A maioria das galáxias apresenta um deslocamento para o vermelho de linhas espectrais. Este é chamado de redshift. ● Quanto mais distante uma galáxia maior o redshift. Lei de Hubble ou de expansão do Universo. 30 Desvio para o Vermelho 31 Lei de Hubble • Descoberta nos anos 20, a Lei de Hubble implica em que cada galáxia se afasta uma da outra. • Ela levou à constatação da Expansão do Universo. A Lei de Hubble é a exp. matemática do gráfico acima: v = H0 d 32 Lei de Hubble - O fato de todas as galáxias afastarem-se de nós (com uma velocidade que aumenta linearmente com a distância) é interpretado de forma tal que o Universo está expandindo-se; - Esta expansão de Hubble é uma propriedade natural de modelos cosmológicos; - Todas as gals. veêm a mesma expansão; - Uma estimativa conservadora do valor de H0 é 60 km/sMpc < H0 < 80 km/sMpc; 33 Expansão do Universo 34 Modelos de Universo - Assumimos que a força dominante no Universo é a gravidade. A teoria da gravitação aceita é a Relatividade Geral (RG), formulada por Albert Einstein em 1915; - O princípio cosmológico é baseado em dois postulados: (i) O Universo é homogêneo (nossa localização no Universo não é especial); (ii) O Universo é isotrópico (parece igual em todas as direções); - Pelo menos em grandes escalas o princípio cosmológico é válido, e a partir dele pode-se construir modelos de universo homogêneos e isotrópicos (chamados modelos de Friedmann-Lemaître), que seguem a RG; 35 Modelos de Universo - Modelos do universo em expansão (segundo a lei de Hubble) são consequências naturais desta teoria; Estes modelos são caracterizados por 3 parâms. principais: (1) A taxa de expansão atual do Universo; a constante de Hubble H0; (2) A densidade de matéria média atual do Universo m m , comumente parametrizada pelo parâmetro de densidade adimensional Ωm = 8Gmm /3H02; (3) A densidade de energia do vácuo, descrita pela constante cosmológica , ou pelo parâmetro de densidade do vácuo Ω = / 3H02; - De acordo com os modelos de Friedmann-Lemaître o universo era menor e mais quente no passado, tendo resfriado continuamente ao longo de sua expansão; - A expansão cósmica pode ser traçada assumindo que as leis físicas conhecidas eram válidas no passado. Daí chegamos no modelo do Big Bang para o universo, segundo o qual o universo evolui de um estado muito denso e quente (o Big Bang); 36 Modelos de Universo - Este modelo de Universo faz várias previsões que tem sido confirmadas de forma convincente: (i) Cerca de 1/4 da matéria bariônica no universo deve ser constituída de hélio, formado ~3 min após o Big Bang, enquanto grande parte do restante é dado por hidrogênio. Isto é confirmado pela fração de hélio de objetos pobres em metais, cerca de 24%; (ii) Da fração exata de hélio pode-se obter o número de famílias de neutrinos (quanto mais espécies de neutrinos, maior a fração de hélio). A partir daí estimou-se em 1981 que há 3 tipos de neutrinos; resultado confirmado posteriormente por experimentos em aceleradores; (iii) A radiação térmica da fase inicial quente do universo ainda deve ser detectável atualmente. Estes fótons propagaram-se livremente depois que o universo resfriou-se à ~3000 K e os constituintes do plasma combinaram-se com átomos neutros (época chamada de recombinação). Devido a expansão cósmica esta radição resfriou-se até T0 ~ 2,73 K. Esta radiação de micro-ondas é quase perfeitamente isotrópica. Medidas do COBE mostraram que a radiação cósmica de funco (RCF) apresenta o espectro de corpo negro mais perfeito já medido; 37 Modelos de Universo (iv) As estruturas atuais do universo evoluiram de flutuações de densidade muito pequenas no universo primordial. Estas sementes para form. de estrutura já deviam estar presentes nas fases iniciais de evolução cósmica, devendo ser visíveis como pequenas flutuações de temperatura na RCF emitida cerca de 380000 anos após o Big Bang (época da recombinação). O COBE foi o primeiro experimento a observar estas anisotropias previstas anteriormente. Experimentos subsequentes observaram a estrutura da RCF com resolução muito melhor, verificando a teoria de formação de estruturas em detalhe; - Atualmente não há outro modelo do Universo que explique estas observações cosmológicas de forma tão natural. Este então é chamado, atualmente, de modelo cosmológico padrão; Espectro que John Mather apresentou no encontro da Sociedade Astronômica Americana em janeiro de 1990. O espectro é baseado nos primeiros 9 minutos de dados do COBE. A curva contínua mostra um corpo negro teórico e os quadrados os dados do COBE. As barras de erro estão dentro dos quadrados. 38 39 Formação de Estruturas ✔ Na década de 1980 havia dois modelos básicos para explicar a formação de estruturas no Universo (chamados Top-Down e Bottom-Up). ✔ Atualmente o segundo é mais aceito, pois dados observacionais estão em melhor acordo com previsões teóricas e resultados de simulações numéricas de matéria escura fria (formação hierárquica). 40 Composição do Universo Medidas das flutuações da Radiação Cósmica de Fundo (RCF) pelo WMAP levam-nos a valores precisos dos parâmetros do modelo cosmológico padrão do Big Bang. Estas mesdidas indicam que o Universo é composto por 4.6 % de matériabariônica, 24% de matéria escura e é dominado (71.4%) por uma componente chamada “energia escura”. A energia escura é responsável pela aceleração da expansão do Universo. Evidências desta vem, por exemplo, de supernovas e da RCF. Janeiro de 2013 41 Observáveis cosmológicos 42 Supernovas como Velas Padrão Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40