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Principio de ouro no atendimento pré hospitalar no trauma

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Pablo Barbosa – FAMP – 2015/2
Principio de ouro no atendimento pré-hospitalar no trauma
Em 1960 o medico Adams Cowley disse que se você estiver gravemente ferido você tem menos que 60 minutos para sobreviver, esse conceito “hora” foi trocado por “período”, pois esse tempo pode variar de paciente para paciente; o paciente que é reanimado e tem controle de hemorragias nesse período suas chances de sobreviver aumentam muito; o ACS enfatiza também o transporte do doente ate o local com atendimento especializado. Então no atendimento pré-hospitalar eu devo ter acesso ao doente, identificar as lesões com risco a vida do doente e tentar repara-las e acondicionar e transportar o doente ate a unidade adequada mais próxima; dentro do período de ouro existe os “10 minutos de Platina” o ideal seria dentro desse tempo eu fazer o máximo para estabilização do paciente e transporte ate a unidade de socorro.
Por que os doentes traumatizados morrem: segundo estudos as causas principais são perda sanguínea aguda (36%), lesão de órgãos vitais (30%) e insuficiência respiratória aguda (25%), estes pacientes morrem praticamente devido a um choque que seria uma falência na produção de energia do corpo onde o O2 não pode ser armazenado; o período de ouro é um intervalo de tempo no qual uma sequencia de eventos do choque está se agravando podendo tornar-se reversível ou irreversível.
Princípios de ouro do atendimento pré-hospitalar no trauma:
1O garantir a segurança dos socorristas e do doente: esta deve ser a prioridade dos socorristas não importa se é um acidente, crime e etc; deve ser feito o reconhecimento da cena, identificar possíveis perigos, prevenção contra estes, usar equipamento de segurança.
2O avaliar a situação para determinar a necessidade de recursos adicionais: pois pode ser necessário outras equipe para fazer a segurança (bombeiros, policia) ou então outras equipes para fazer o atendimento medico de emergência (AME) ou transporte de vitimas.
3O reconhecer a cinemática que produziu as lesões: triagem para centros de trauma: Quedas: adultos cima de 6m e crianças acima de 3m; Colisão automobilística: intrusão (incluindo teto) maior que 30cm do local do ocupante e 50cm em qualquer outro lugar; Ejeção: morte no mesmo compartimento, telemetria, veiculo contra o pedestre ou ciclista acima de 30km/h.
4O usar a avaliação primaria para identificar condições de risco a vida; (ABCDE); crianças, idosos e gestantes são mais graves do que estão aparentando pois as condições levam a um impacto sistêmico mais profundo, alem de ter um grande potencial de levar à rápida descompensarão.
5O cuidar adequadamente da via aérea enquanto a couna vertebral permanece estabilizada conforme indicado. Na maioria dos casos manter a ventilação com bomba-valvula-mascara já pode ser o bastante até a chegada ao hospital, no entanto pode ser utilizada mascara com O2; pode ser feita a intubação endotraqueal mas é recomendada para: escala de Glasgow menor igual a 8, necessidade de grande quantidade de O2 para se manter a saturação, necessidade de ventilação assistida devido a diminuição da frequência ventilatória ou do volume minuto, hematoma expansivo no pescoço, queimaduras nas vias aéreas, alteração do nível de consciência que afeta o posicionamento da língua.
6O providenciar ventilação e oferecer O2 para manter nível de SpO2>95%; a FR normal é entre 12-20 irpm.
7O controlar toda hemorragia externa significativa: tentando fazer elevação de membro ou estancando a hemorragia com compressas estéreis e em ultimo caso realizando torniquete.
8O realizar terapia básica de choque, incluindo a imobilização adequada das lesos musculoesqueléticas e o restabelecimento e manutenção da temperatura corpórea normal; após fazer a exposição do paciente deve-se proteger ele contra a temperatura ambiente para evitar a perda de calor desnecessária e possível tríade da morte (hipotermia, acidose e coagulopatias), estes são sintomas da produção de energia reduzida e de um metabolismo anaeróbico; se um paciente já apresenta tremores, frio ele já iniciou esta tríade.
9O manter a estabilização manual da coluna ate que o doente esteja imobilizado. A imobilização ideal pode envolver tanto colocar o colar cervical ou ate a estabilização da coluna vertebral na prancha; pacientes com trauma contuso ou trauma penetrante também devem ser imobilizados.
10O quando se trata de doentes traumatizados graves deve-se iniciar o transporte a unidade adequada o quanto antes. Esta demora aumenta a taxa de morbi/mortalidade; por mais que os socorristas sejam treinados em cuidado de vias aéreas, suporte ventilatório e administração de fluidos endovenosos existem pacientes que necessitam de sangue (hemácias e plaquetas), controle de hemorragias internas e plasma liofilizado e estes na maioria das vezes não tem como ser administrado no ambiente pré-hospitalar; a solução cristaloide restaura temporariamente o volume intravascular mas não restabelece a capacidade de transportar O2.
11O iniciar a reposição de volume com fluidos intravenosos aquecidos a caminho do local de atendimento. A caminho da unidade dois cateteres IV de grosso calibre podem ser inseridos e iniciada a infusão de solução cristaloide aquecida (39OC) de preferência Ringer Lactato para evitar hipotermia; nos doentes adultos com suspeita de grande hemorragia em tórax, ABS ou retroperitônio a terapia de fluidos IV deve ser feita pra manter a pressão arterial media entre 60 e 65mmHg (pressão arterial sistólica entre 80 e 90 mmHg) a não ser em casos em que há suspeita de lesão do SNC em que a pressão arterial sistólica deve ser de no mínimo 90mmHg.
12O obter histórico clinico do doente e realizar uma avaliação secundaria quando os problemas de risco à vida tiverem sido tratado de forma satisfatória ou tiverem sido descartados. Aqui deve-se fazer o SAMPLE (Sintomas, Alergias, Medicamentos, Passado medico, Líquidos e alimentos, Eventos que precederam o trauma).
13O comunicar de forma minuciosa as informações sobre o doente. A comunicação a respeito do doente com o hospital envolve três componentes: alerta pré-chegada, relato verbal na chegada e documentação escrita da ocorrência no formulário de atendimento do doente (FAP); ao chegar ao hospital o socorrista faz um relato verbal de preferência a quem esta assumindo o caso e nesse relato deve conter: condição atual do paciente, cinemática do trauma, achados da avaliação, intervenções realizadas e a resposta do doente a estas avaliações.

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