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didatica e a formacao do profe(10)

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UNIDADE 2
CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO 
PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
	reconhecer a formação inicial como essencial para sua vida 
profissional;
	 identificar	os	diferentes	tipos	de	saberes	docente;
	perceber	a	necessidade	do	formar-se	continuamente;
	reconhecer	o	Planejamento	como	base	de	seu	trabalho	pedagógico;
	 conhecer	os	diversos	tipos	de	Planejamento	e	sua	funcionalidade;
	 identificar	os	conteúdos	de	ensino	e	sua	função.
TÓPICO 1 – FORMAÇÃO DA PRÁTICA 
PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
TÓPICO 2 – TRABALHANDO OS PLANOS DE 
ENSINO
TÓPICO 3 – SELEÇÃO E CONTEÚDO DE ENSINO
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada 
um, você encontrará atividades que o(a) ajudarão a refletir sobre os 
conteúdos abordados e fixá-los.
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FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO 
PROFESSOR
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
Caro(a) acadêmico(a)! Estamos dando continuidade aos nossos estudos em nossa 
linha	do	tempo.	Até	o	momento	vimos	que	o	papel	do	professor	dentro	do	contexto	ensino-
aprendizagem	é	de	grande	importância,	dando	assim,	a	cada	um	de	nós,	o	entendimento	de	
que	“Ser	Professor”	não	é	tão	simples,	mas	também	não	tão	difícil.
Percebemos	que	a	avaliação	é	uma	peça	também	de	extrema	importância	no	processo	
de	ensino	e	aprendizagem.
Descobrimos	que	a	identidade	do	professor	é	construída	a	todo	instante,	e	muitas	vezes	
descontruída,	pois	para	sermos	vistos	como	professores	temos	que	buscar,	a	todo	instante,	
novos	conhecimentos	que	venham	abarcar	nosso	trabalho	pedagógico.	Este	é	um	dos	pontos	
a	ser	analisado	e	refletido	agora:	a	formação	do	professor(a).	Como	ela	ocorre?	Que	caminhos	
são	necessários	para	uma	formação	eficaz?	Que	instrumentos	são	necessários	para	um	ensino	
de	qualidade	e	reflexivo?	Quem	são	os	sujeitos	deste	processo?
Além	 disto,	 estaremos	 conversando	 sobre	 o	 processo	 ensino	 e	 aprendizagem,	 o	
que	precisamos	saber	para	realizar	nosso	trabalho	em	sala	de	aula?	Será	que	nossa	vida	
profissional	termina	a	cada	batida	de	sinal?	Deixamos	tudo	na	escola	e	retornamos	à	nossa	
casa	despreocupados(as)?	
Outro	ponto	a	ser	salientado	são	os	programas,	os	planos,	que	alicerçam	nosso	trabalho	
pedagógico.	São	muitas	as	ações,	os	planos,	as	técnicas	que	serão	apresentadas	a	partir	deste	
momento.	Então,	vamos	seguir	nossa	formação	docente!
UNIDADE 2
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2 A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR
Quando	falamos	em	formação	do	professor,	nos	remetemos	ao	que	você,	acadêmico(a),	
está	realizando,	buscando	sua	formação	para	num	futuro	próximo	ser	professor,	ou	já	sendo	
professor,	buscando	maiores	conhecimentos	que	possam	abarcar	seu	trabalho	pedagógico.	
Você	encontra-se	em	um	momento	de	formação,	de	busca	de	novos	conhecimentos,	para	a	
partir	destes,	construir	seus	conceitos,	reconhecer	as	tendências,	os	processos	de	ensino-
aprendizagem	que	irão	auxiliá-lo	no	trabalho	pedagógico.
Esta	é	uma	caminhada	inicial,	 também	conhecida	como	formação	inicial.	Formação	
inicial	(acadêmica),	em	muitos	momentos,	nos	pode	parecer	como	a	salvação	de	todos	os	
problemas	existentes	em	sala	de	aula,	mas	infelizmente	não	é.	
Na	 formação	 inicial,	 o(a)	 acadêmico(a)	 recebe	 conhecimentos	 relacionados	 aos	
fundamentos	pedagógicos,	históricos,	técnicas	de	trabalho	escolar,	formação	teórico-prática,	
métodos,	 idealizados	por	vários	educadores,	pensadores,	entre	outros.	 Isso	 já	 foi	visto	na	
Unidade	1.	
Os	 conhecimentos	 adquiridos	 nestes	 anos	 de	 vida	 acadêmica	 são	 de	 extrema	
importância,	pois	o(a)	auxiliarão	de	alguma	maneira	a	se	perceber	como	sujeito	deste	processo	
e	identificar-se	com	o	espaço	escolar	em	que	atua.	Se	ainda	não	atua,	pode	realizar	este	mesmo	
movimento,	mas	observando	que	tudo	o	que	está	sendo	visto	deverá	ser	analisado,	refletido	
e	modificado,	a	partir	das	futuras	atividades	educacionais	que	você	irá	viver,	principalmente,	
relacionando-as	aos	estágios	que	serão	realizados	no	decorrer	de	sua	vida	acadêmica.
FIGURA	18	-		FORMAÇÃO	INICIAL
FONTE:	Disponível	em:	<http://gre-garanhuns.blogspot.com.
br/2015/11/inscricoes-abertas-para-curso-de.html>.	Acesso	
em:	28	jan.	2016.
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Podemos	buscar	em	Silva	(2012,	p.	1)	o	papel	que	o	professor	deve	ter	no	momento	de	
sua	formação	inicial	e	em	todo	seu	caminho	profissional,	que	é	de	“repensar,	refletir,	indagar	
e	inferir	sobre	a	sua	postura	quanto	à	prática	de	ensino”.
A	universidade	lhe	dá	meios,	condições	de	busca	de	uma	formação	que	seja	adequada	
e	que	abarque	todas	as	possibilidades	de	fortalecimento	de	sua	formação	e	de	interação	com	
o	meio	em	que	você	está	enquanto	professor,	ou	acadêmico.	O	objetivo	da	universidade	é	de	
fazer	com	que	a	teoria	seja	integrada	com	a	prática	diária.	
Em	muitos	momentos,	você	terá	alguma	dificuldade.	Isso	é	normal	para	quem	inicia	o	
processo	de	ensino-aprendizagem.	Mesmo	quem	está	há	mais	tempo,	acaba	encontrando-se	
em	constante	questionamento.	Para	ser	professor(a)	precisamos	mesmo	é	de	calma,	ética,	
consciência	pedagógica	e	competência,	conforme	nos	apresentou	Candau	(2012)	quando	falou	
de	uma	didática	fundamental,	preocupada	não	só	com	o	instrumental	(técnicas),	mas	no	ser	
humano	como	um	todo	(técnico,	humano	e	político).
Silva	 (2012,	 p.	 1)	 apresenta	 ideias	 desenvolvidas	 por	 Pimenta	 que	 retratam	 a	
preocupação	com	a	formação	inicial	do	professor	e	sua	vida	profissional,	assim	comentado:
[...]	a	autora	ressalta	uma	discussão	interessante	que	é	sobre	a	disparidade	
existente	entre	formação	inicial	do	educador	e	realidade	em	prática	do	educa-
dor.	Sabemos	que	é	mais	do	que	veracidade	o	fato	dos	professores	vivenciarem	
e	executarem	tarefas	ou	atividades	totalmente	diferentes	das	aprendidas	na	
formação	inicial.	Tal	motivo	pode	ser	acarretado	pela	falta	de	associação	entre	
o	ensino	superior	e	a	realidade	existente	no	campo	da	prática	escolar,	onde	é	
muito	mais	conveniente	estudar	teóricos	na	casta	universitária	alegando	ser	
tudo	aquilo	um	modelo	ideal,	do	que	conhecer	de	perto	a	realidade	escolar	
nacional	e	tentar	construir	uma	teoria	prática	para	mudar	tal	realidade,	ou	pelo	
menos	habituar	e	preparar	o	"noviço	professor"	a	tal	realidade.	Dessa	forma	
haveria uma considerável suavização do impacto vivenciado pelos professo-
res	ao	adentrar	as	portas	da	educação	pública	atual,	campo	de	magistério	da	
maioria	dos	professores	que	terminam	sua	formação	inicial.	
IMPO
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TE! �
Se observarmos, esta é uma realidade que precisa ser modificada, 
mas neste caderno como nos demais que estará recebendo, 
estaremos auxiliando você neste processo, dando a possibilidade 
de realizar este movimento de troca de experiências e de busca 
de possibilidades.
Percebe-se	que	a	formação	do(a)	professor(a)	deve	ultrapassar	o	espaço	acadêmico,	
saindo	 das	 paredes	 da	 universidade,	 e	 levando	 em	 conta	 o	meio	 social	 em	 que	 você,	
acadêmico(a),	se	encontra,	observando	que	você	e	a	escola	não	são	uma	ilha,	que	em	seu	
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entorno	há	vida,	a	qual	é	rica	e	precisa	ser	observada,	analisada,	e	levada	à	sala	de	aula.	E	
que	na	formação	acadêmica	que	construímos	possamos	encontrar	meios	para	uma	relaçãoteoria	e	prática	mais	atual	e	fortificada.
Conforme	Freire	(2002,	p.	25):		“É	preciso	que,	[...]	desde	o	começo	do	processo,	vá	
ficando	cada	vez	mais	claro	que,	embora	diferentes	entre	si,	quem	forma	se	forma	e	(re)forma	
ao	formar	e	quem	é	formado	forma-se	e	forma	ao	ser	formado”.
Explicando	um	pouco	mais,	pode-se	dizer	que	o	ensinar	não	é	uma	transferência	de	
conhecimentos	ou	conteúdos,	“nem	formar	é	ação	pela	qual	um	sujeito	criador	dá	forma,	estilo	
ou	alma	a	um	corpo	indeciso	e	acomodado”.	(FREIRE,	2002,	p.	25).	É	compreender	que	ao	
aprender	ocorre	uma	troca.	Essa	troca	torna	os	sujeitos	construtores	de	novas	ideias.	Todos	
aprendem	e	ensinam.	Ninguém	perde	conhecimentos,	todos	constroem	e	reconstroem	suas	
ideias.	E	isso	precisa	ocorrer	em	todos	os	momentos	de	nossa	vida	profissional.	Você	que	
está	construindo	seu	conhecimento,	ao	participar	dos	encontros	com	seus	colegas	e	tutor(a),	
ao	ler	seu	Caderno	de	Estudos,	ao	refletir,	realiza	este	movimento	de	construção	pedagógica.
É	 importante	elucidar,	 que	 formar traz	em	seu	núcleo	o	sentido	de	que	buscamos	
produzir	algo,	somos	geradores	de	novos	conhecimentos,	nos	inteiramos	com	o	meio	social	em	
que	está	inserida	a	escola,	realizamos	o	que	Paulo	Freire	(2002,	p.	25)	apregoa:		“Quem	ensina	
aprende	ao	ensinar,	e	quem	aprende	ensina	ao	aprender.	Quem	ensina,	ensina	alguma	coisa	
a	alguém”.	Isso	Paulo	Freire	(1996,	p.	15)	nos	coloca	muito	claro	quando	diz	que	“[...]	formar	
é	muito	mais	que	treinar”.	Para	isso,	é	necessário	que	se	ultrapasse	o	ensino	fragmentado,	
e	se	busque	sempre	no	diálogo,	na	troca	de	informações	uma	formação	profissional	sólida.
3 O FORMAR-SE NO COTIDIANO PROFISSIONAL
Caro(a)	acadêmico(a)!	Quando	finalizar	seu	curso	de	Pedagogia,	você	estará	recebendo	
uma	titulação	que	fará	de	você	um	professor	ou	um	professauro.	Lembra-se	disso?	Vimos	na	
Unidade	1.	
Receber	 seu	 diploma	 não	 significa	 que	 tenha	 adquirido	 todos	 os	 conhecimentos	
necessários	para	sua	caminhada	profissional.	É	preciso	perceber-se	como	alguém	em	constante	
transformação.	 	Esta	 transformação	 vem	carregada	de	 buscas	 e	 reflexões	 que	podemos	
denominar	como	formar-se.
A	palavra	 formar-se	 indica	que	estamos,	enquanto	profissionais	da	educação	ou	a	
nível	pessoal,	envolvidos	com	a	busca	incessante	de	conhecimentos,	a	troca	de	informações	
e	a	procura	integral	do	ser	humano.	Investigações	essas	que	nos	auxiliam	na	manutenção	
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de	uma	estrutura	 pedagógica	 e	 de	 vida	de	qualidade.	Ao	 formar-nos	encontramos	muitas	
ideologias,	as	quais	são	determinadas	pelo	momento	histórico	e/ou	por	tendências,	as	quais	
devem	ser	analisadas	pelo	professor	para	que	se	perceba	se	esta	ideologia	(sistema	de	ideias)	
ou	tendência	auxilia	ou	não	em	seu	processo	de	ensino	e	aprendizagem.
Quando	nos	encontramos	inseridos	no	sistema	educacional,	nos	deparamos	com	muitas	
formas	novas	de	construções	do	conhecimento,	técnicas	e	teorias.	Elas	aparecem	em	livros,	
congressos,	seminários	e	na	formação	continuada.	Somente	a	leitura	de	livros	não	é	suficiente	
para	que	tenhamos	qualidade	de	ensino.	Conforme	Nóvoa	(2001,	p.	1)	em	entrevista	para	a	
Revista	Nova	Escola:
[...]	há	dois	polos	essenciais:	o	professor	como	agente	e	a	escola	como	or-
ganização.	A	preocupação	com	a	pessoa	do	professor	é	central	na	reflexão	
educacional	e	pedagógica.	Sabemos	que	a	 formação	depende	do	 trabalho	
de	cada	um.	Sabemos	também	que	mais	importante	do	que	formar	é	formar-
-se;	que	 todo	o	conhecimento	é	autoconhecimento	e	que	 toda	a	 formação	
é	autoformação.	Por	isso,	a	prática	pedagógica	inclui	o	indivíduo,	com	suas	
singularidades	e	afetos.	
Com	estas	palavras	do	Professor	Antônio	Nóvoa	podemos	perceber	que	o	formar-se	é	algo	
essencial,	que	deve	ocorrer	ininterruptamente	em	nosso	desenvolvimento	profissional	e	pessoal.	
Não	podemos	permanecer	estagnados,	engessados.	Lembra-se	da	metáfora	do	Professor	Celso	
Antunes	sobre	Professor	e	Professauro?	Afinal,	queremos	ser	qual	tipo	de	profissional?	
Formar-se	implica	responsabilidade	de	todo	o	corpo	escolar.	A	escola	precisa	buscar	
mudanças	institucionais.	Observar	em	sua	estrutura	se	a	filosofia	que	possui	é	coerente	com	a	
realidade	do	entorno	escolar.	Com	relação	à	participação	da	escola	neste	processo	de	formação	
continuada,	professor	Nóvoa	(2001,	p.	1)	nos	diz	que:
O	desenvolvimento	pessoal	e	profissional	depende	muito	do	contexto	em	que	
exercemos	nossa	atividade.	Todo	professor	deve	ver	a	escola	não	somente	
como	o	lugar	onde	ele	ensina,	mas	onde	aprende.	A	atualização	e	a	produção	
de	novas	práticas	de	ensino	só	surgem	de	uma	reflexão	partilhada	entre	os	
colegas.	Essa	reflexão	tem	lugar	na	escola	e	nasce	do	esforço	de	encontrar	
respostas	para	problemas	educativos.	Tudo	isso	sem	cair	em	meras	afirma-
ções	retóricas.	Nada	vai	acontecer	se	as	condições	materiais,	salariais	e	de	
infraestrutura	 não	estiverem	devidamente	 asseguradas.	O	debate	 sobre	 a	
formação	é	indissociável	das	políticas	de	melhoria	das	escolas	e	de	definição	
de	uma	carreira	docente	digna	e	prestigiada.
A	partir	desta	fala,	observa-se	que	o	formar-se	de	cada	professor	depende	inicialmente	
de	sua	vontade,	deve	emergir	de	seu	interior.		Lembra-se	dos	conceitos	de	motivar	e	incentivar?	
Cabe	aqui	esta	aplicação.
A	escola	é	um	espaço	que	precisa	incentivar	seus	profissionais	através	de	mudanças	
institucionais	já	mencionada	anteriormente.	
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Sabemos	que	tanto	governos	como	escola	precisam	estar	em	sintonia	e	dando	condições	
também	físicas	(infraestrutura)	e	 incentivo	à	carreira.	Mas	novamente,	somente	 isso	não	é	
suficiente,	é	preciso	que	o	professor	também	busque	suas	mudanças,	dê	novo	significado	ao	
processo	de	ensino-aprendizagem	e	se	 identifique	como	professor.	Junto	a	este	processo,	
encontramos	no	Ministério	da	Educação,	diversas	ações	desenvolvidas	no	campo	da	formação	
dos	professores	como	nos	afirma	Libâneo	 (2012,	p.	284-285),	 dando	a	nós	professores	a	
possibilidade	de	formação	através	da	“Plataforma	Freire,	o	Portal	do	Professor,	o	Plano	Nacional	
de	Formação	de	Professores	da	Educação	Básica	(Parfor),	a	Lei	do	Piso	Salarial	da	Carreira	
Docentes	e	as	Diretrizes	da	Carreira	Docente	e	a	Formação	de	Professores	a	Distância”.		
DICA
S!
Estas ações são encontradas nos seguintes endereços eletrônicos:
<http://portal.mec.gov.br/portal-do-professor>. 
< h t t p : / / p o r t a l . m e c . g o v. b r / c o m p o n e n t / c o n t e n t /
article?id=13829:veja-passo-a-passo-como-usar-a-plataforma-
freire>.
Com	estas	informações	você	poderá	inteirar-se	melhor	dos	programas	desenvolvidos	
pelo	Governo	Federal	e	oferecidos	a	nós,	professores.	Sempre	lembrando,	que	nós	professores	
precisamos	buscar	as	informações,	sermos	curiosos.	Inteirar-se	do	processo	é	mais	um	passo	
para	uma	formação	eficaz.
É	preciso	que	cada	professor	realize	uma	autorreflexão	sobre	como	sua	formação	está	
sendo	ativa	para	seu	trabalho	em	sala	de	aula.	Isso	tem	influência?	Tem.	E	como	afirma	Nóvoa	
(2001,	p.	1)	em	entrevista	a	Paola	Gentile	
Historicamente,	os	docentes	desenvolveram	identidades	isoladas.	Falta	uma	
dimensão	de	grupo,	que	rejeite	o	corporativismo	e	afirme	a	existência	de	um	
coletivo	profissional.	Refiro-me	à	participação	nos	planos	de	 regulação	do	
trabalho	escolar,	de	pesquisa,	de	avaliação	conjunta	e	de	formação	continu-
ada,	para	permitir	a	partilha	de	tarefas	e	de	responsabilidades.	As	equipes	
de	trabalho	são	fundamentais	para	estimular	o	debate	e	a	reflexão.	É	preciso	
ainda	participar	 de	movimentos	pedagógicos	 que	 reúnam	profissionais	 de	
origens	diversas	em	tornode	um	mesmo	programa	de	renovação	do	ensino.	
A	busca	do	diálogo	como	meio	de	mudanças	dentro	da	equipe	escolar	e	da	formação	
do	professor	é	essencial.	
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FIGURA	19	-	DIÁLOGO	COMO	PROCESSO	DE	MUDANÇA
FONTE:	Disponível	em:	<http://escolas.madeira-edu.pt/ebspdffbranco/
Forma%C3%A7%C3%A3o/tabid/12533/Default.aspx>.	Acesso	em:	
28	jan.	2016.
Nesta	perspectiva	de	formar-se,	podemos	compreender	que	cabe	ao	professor	buscar	
em	seu	interior	a	necessidade	da	mudança,	construir	seu	conhecimento	de	maneira	que	auxilie	
em	sua	vida	pessoal	e	profissional.	O	formar-se	é	uma	atividade	individualizada	que	emerge	na	
busca	de	outros	que	também	querem	sentir-se	e	ver-se	como	professores.	Um	professor	que	
busca	formar-se	implica	perceber-se	como	um	ser	em	transformação.	E	para	que	seus	alunos	
e	seu	trabalho	em	sala	estejam	coerentes	com	as	necessidades	do	coletivo	é	preciso,	como	
afirma	Paulo	Freire	(2002,	p.	29):	“[...]	a	presença	de	educadores	e	de	educandos	criadores,	
instigadores,	inquietos,	rigorosamente	curiosos,	humildes	e	persistentes”.	Para	conseguir	uma	
transformação	em	seu	processo	ensino	e	aprendizagem,	o	professor	necessita	estar	aberto	
a	novos	conhecimentos,	sabendo	realizar	uma	discussão	baseada	no	seu	entendimento	e	na	
curiosidade	pedagógica.		
Caro(a)	acadêmico(a),	junto	ao	que	se	viu	até	o	momento,	podemos	entender	que	a	
formação	ocorre	individual	e	coletivamente	e	pode	ser	ofertada	pelos	sistemas	governamentais	
(MEC,	Secretarias	de	Educação	–	estaduais	ou	municipais,	gestores),	e	são	denominadas	como	
formação	continuada	ou	permanente.	Esta	formação	é	realizada	em	nível	nacional	que	possui	
o	objetivo,	conforme	apresentado	no	Portal	do	Ministério	da	Educação,	Portal	do	Brasil	(2015,	
p.	1):	“[...]	de	contribuir	para	a	melhoria	da	formação	dos	professores	e	alunos.	O	público-alvo	
prioritário	da	rede	são	professores	de	educação	básica	dos	sistemas	públicos	de	educação”.	
Estas	formações	são	realizadas	em	conjunto	com:
As	instituições	de	ensino	superior	públicas,	federais	e	estaduais	que	integram	
a	Rede	Nacional	de	Formação	de	professores,	produzem	materiais	de	orien-
tação	para	cursos	a	distância	e	semipresenciais,	com	carga	horária	de	120	
horas.	Assim,	elas	atuam	em	rede	para	atender	às	necessidades	e	demandas	
do	Plano	de	Ações	Articuladas	(PAR)	dos	sistemas	de	ensino.
As	áreas	de	formação	são:	alfabetização	e	linguagem,	educação	matemática	
e	científica,	ensino	de	ciências	humanas	e	sociais,	artes	e	educação	física.	
(PORTAL	DO	BRASIL,	2015,	p.	1).
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Formações	 como	essas	 são	 importantes	 e	 encontramos	afirmações	a	 respeito	 no	
documento	do	4º	CONFEP	(Congresso	Norte	Paranaense	de	Educação	Física	Escolar)	no	
qual,	Chimentão	(2009,	p.	3):
A	formação	continuada	de	professores	tem	sido	entendida	como	um	processo	
permanente	de	aperfeiçoamento	dos	saberes	necessários	à	atividade	pro-
fissional,	realizado	após	a	formação	inicial,	com	o	objetivo	de	assegurar	um	
ensino	de	melhor	qualidade	aos	educandos.	Ressaltamos	que	a	 formação	
continuada	não	descarta	a	necessidade	de	uma	boa	 formação	 inicial,	mas	
para	aqueles	profissionais	que	já	estão	atuando,	há	pouco	ou	muito	tempo,	
ela	se	faz	relevante,	uma	vez	que	o	avanço	dos	conhecimentos,	tecnologias	
e	as	novas	exigências	do	meio	social	 e	político	 impõem	ao	profissional,	 à	
escola	e	às	 instituições	 formadoras,	a	continuidade,	o	aperfeiçoamento	da	
formação	profissional.	Mas,	para	que	realmente	a	formação	continuada	atinja	
seu	objetivo,	precisa	ser	significativa	para	o	professor.
Quando	falamos	em	uma	formação	significativa	estamos	nos	remetendo	ao	processo	de	
autoavaliação	do	professor	e	da	busca	de	uma	didática	fundamental,	onde	o	teórico,	humano	
e	político	se	unem	para	a	transformação	da	sociedade.
		Candau	(2003,	p.	150)	afirma	que	a	formação	continuada	deve	ser	vista:	“como	um	
trabalho	de	 reflexividade	crítica	sobre	as	práticas	e	de	 (re)construção	permanente	de	uma	
identidade	pessoal	e	profissional,	em	interação	mútua”.
A	partir	 destas	definições	de	 formar	e	 formar-se	e	de	 formação	continuada,	pode-se	
entender	que	o	processo	ensino-aprendizagem	terá	sucesso	se	cada	professor	possuir	o	desejo	de	
buscar	informações	e	transformá-los	em	conhecimentos	em	relação	à	estrutura	pedagógica,	para	
seus	trabalhos	em	sala	de	aula	tornarem-se	de	qualidade.	Para	que	isto	ocorra,	são	observados	
também	os	saberes	docentes.	Mas,	o	que	são	saberes	docente?	Vamos	compreender!
4 SABERES DOCENTE
Sabemos	que	as	informações	nos	chegam	ininterruptamente	e,	enquanto	professores,	
precisamos	buscar	informações	para,	posteriormente,	transformá-las	em	conhecimentos,	os	
quais	com	o	passar	do	tempo	transformam-se	em	saberes	acumulados.		
Com	 isso,	 os	 saberes	 docentes,	 são	 compreendidos	 como	 o	 resultado	 do	 saber	
acadêmico	que	perpassa	pelo	científico	e	o	social.	Cabe	salientar	que	o	professor	“é	constituído	
de	diferentes	saberes”.	(LIMA,	2008,	p.	1).	E	estes	saberes	foram	apresentados	no	Seminário	de	
Pesquisa	sobre	o	Saber	Docente	(1996,	p.11)	por	Tardif	e	Gauthier	como:	“um	saber	composto	
de	vários	saberes	oriundos	de	fontes	diferentes	e	produzidos	em	contextos	 institucionais	e	
profissionais	variados”.
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Cada profissional da educação precisa estar a todo o momento construindo e 
reconstruindo	seus	saberes.	Sabemos	que	possuímos	os	saberes	acumulados,	mas	esses	
não	podem	ser	 entendidos	 como	algo	 individualizado,	 fechado.	Precisam	ser	 vivenciados,	
modificados	e	ressignificados.
Para	(PIMENTA	1999	apud	CUNHA,	2007	p.	7-8):
A	mobilização	dos	‘saberes	dos	professores’,	referidos	por	ela	como	‘saberes	
da	docência’,	é	um	passo	importante	para	mediar	o	processo	de	construção	
da	identidade	profissional	dos	professores.	Sob	este	aspecto,	indica	que	esses	
saberes	são	constituídos	por	três	categorias:	os	saberes	da	experiência,	os	
saberes	do	conhecimento	–	referidos	os	da	formação	específica	(matemática,	
história,	artes,	etc.)	e,	os	saberes	pedagógicos,	aqui	entendidos	como	os	que	
viabilizam	a	ação	do	‘ensinar’.		Neste	sentido,	para	a	autora,	as	três	categorias	
identificam	o	que	é	necessário	saber	para	ensinar.
Pimenta	(1997)	nos	apresenta	três	categorias.	Utilizaremos,	a	partir	deste	momento,	os	
saberes	pedagógicos,	entendidos	como	necessários	para	a	“ação	de	ensinar”.	Esta	ação	de	
ensinar	não	pode	ficar	restrita	às	técnicas	de	ensino,	mas	que	sejam	conforme	Pimenta	(1997,	
p.	10)	uma	ligação	entre	a	teoria	e	a	prática,	envolvendo	todos	os	saberes,	pois	“a	prática	dos	
professores	é	rica	em	possibilidades	para	a	constituição	da	teoria”.	Dessa	maneira,	a	autora	nos	
remete	a	necessidade	de	reinventarmos	nossos	saberes	pedagógicos	a	partir	da	realidade	social.
Nóvoa	(1999,	p.	9)	também	nos	apresenta	o	triângulo	do	conhecimento,	onde	estão	
presentes	os	três	grandes	tipos	de	saberes:	“o	saber	da	experiência	(professores);	o	saber	da	
pedagogia	(especialistas	em	ciências	da	educação);	e	os	saber	das	disciplinas	(especialistas	
dos	diferentes	domínios	do	conhecimento)”.
FIGURA	20	-	TRIÂNGULO	DO	CONHECIMENTO
Saber da pedagogia Saber das disciplinas
Saber da experiência
FONTE:	Nóvoa	(1999)
Frente	ao	triângulo	do	conhecimento,	Nóvoa	(1999)	nos	apresenta	a	necessidade	de	uma	
visão	mais	consciente	em	relação	aos	saberes	e	suas	ligações.	É	preciso	perceber	que	todos	os	
saberes	não	podem	ser	fragmentados,	existe	a	necessidade	de	buscarmos	uma	religação,	uma	
releitura	dos	saberes	e	assim	deixarmos	de	lado	as	depreciaçõesque	ocorrem	tanto	na	relação	do	
saber	da	experiência	que	já	vem	com	o	profissional	(a	figura	do	professor);	do	saber	da	pedagogia	
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(que	retrata	somente	o	saber	científico	como	importante)	além	das	disciplinas	(que	visualizam	seu	
saber	engessado	como	apropriado	no	processo	ensino-aprendizagem).	Precisamos	visualizar	
a	tríade	que	se	forma,	não	desmerecendo	nenhuma	delas,	pois	cada	uma	dá	um	aporte	para	a	
construção	de	saberes	que	constroem	nosso	processo	ensino	e	aprendizagem.
Freire	(2002),	no	livro	Pedagogia	da	Autonomia,	nos	apresenta	subsídios	para	refletirmos	
sobre	esta	temática	que	pode	ser	compreendida	como	a	necessidade	da	relação	entre	teoria	
e	prática.	O	professor	 sendo	crítico	e	 reflexivo	 junto	aos	 saberes	acumulados	e	os	novos	
saberes.	O	que	se	observa	nesta	perspectiva	dos	saberes	docentes,	recai	sobre	a	formação	
inicial,	formação	continuada	que	precisa	ser	compreendida	que	não	é	fragmentada,	que	todos	
os	 tipos	de	saberes	são	necessários	e	acabam	se	pertencendo,	criando	saberes	docentes	
novos.		Cabe	reiterar	que	as	formações,	independentemente	de	sua	denominação,	precisam	
objetivar	a	criticidade,	a	reflexão,	a	curiosidade	pedagógica	na	formação	do	ser	humano	em	
sua	totalidade,	conforme	Freire	(2002).
DICA
S!
Deixamos para você, alguns sites que oferecem o pensamento 
de educadores que retratam a questão dos saberes docentes. 
São muito ricos os textos e levam à reflexão. São eles:
<https://blogdonikel.wordpress.com/2015/10/29/saberes-
docentes-e-formacao-profissional-segundo-maurice-tardif/>. 
Intitulado: Saberes docentes e formação profissional, 
segundo Maurice Tardif.
<http://paraosprofessores.blogspot.com.br/2013/09/resumo-
do-livro-paulo-freire-pedagogia.html>. Intitulado: Resumo do 
livro de Paulo Freire: Pedagogia da autonomia.
Vamos	agora	buscar	dentro	dos	saberes	docentes,	os	saberes	que	nos	remetem	à	
obtenção	de	condições	para	realizar	um	trabalho	pedagógico	em	sala	de	aula	com	qualidade.	
Para	tanto	vamos	nos	utilizar	inicialmente	de	um	mecanismo	denominado	Planejamento.
5 PLANEJAMENTO: ELEMENTO NECESSÁRIO DA AÇÃO DIDÁTICA
Até	o	momento	nos	imbuímos	de	informações	que	se	transformaram	em	conhecimento,	
pois	refletimos,	analisamos,	reformulamos	e	conhecemos	muitos	conceitos	que	até	o	momento	
não	nos	eram	muito	familiares.	Pois	bem,	vimos	a	importância	da	formação	inicial	(acadêmica),	
a	formação	continuada	e	os	saberes	docentes	em	seus	vários	aspectos.	Juntamente	com	estes	
conhecimentos	já	adquiridos,	vem	a	nosso	encontro,	enquanto	profissionais	da	educação,	elementos	
que	são	essenciais	para	nossa	vida	diária	em	sala	de	aula.	Estes	elementos	envolvem	o	planejar.
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O	planejamento	é	algo	que	realizamos	a	todo	o	momento	em	nossas	vidas,	seja	ele	
em	nível	pessoal	ou	profissional.	Para	entrarmos	em	sala	é	preciso	que	tenhamos	planejado	
muito	bem	nossas	aulas.	Este	planejamento	nos	auxilia	a	ter	de	maneira	organizada	tudo	o	
que	pretendemos	desenvolver	durante	determinado	tempo,	seja	ele	a	curto	ou	a	longo	prazo.	
Para	tratar	desse	assunto,	vamos	nos	utilizar	de	vários	autores	como	Haydt	(2006),	Libâneo	
(2011),	Candau	(2012),	Freire	(2002),	entre	outros.
Imagine-se	recebendo	em	sua	sala	de	aula	um	número	de	crianças,	as	quais	vem	com	
o	objetivo	de	aprender	dentro	da	educação	formal.	Isso	ocorrerá	com	você	quando	iniciar	seus	
estágios	obrigatórios.	Então	fique	bem	atento	a	tudo	o	que	será	repassado	aqui.
É	necessário	que	antes	de	iniciar	as	aulas,	nos	primeiros	dias	de	organização,	junto	
com	os	demais	colegas,	você	realize	o	seu	planejamento.	Essa	organização	pode-se	dar	
também	no	momento	em	que	iniciar	a	preparação	de	seus	planos	para	realizar	seu	estágio.
Mas	o	que	é	Planejamento?	
Segundo	Haydt	(2006,	p.	94),	é	“um	processo	mental	que	envolve	análise,	reflexão	e	
previsão”.		Assim	sendo,	nos	encontramos	cotidianamente	nos	planejando.	Este	planejamento	
é	necessário	para	que	tenhamos	êxito	em	nosso	trabalho	pedagógico	em	sala	de	aula	junto	
as	nossas	crianças.
Para	que	se	possa	planejar	adequadamente	determinada	ação,	precisamos	 ter	em	
mente	algumas	perguntas	que	nortearão	este	planejamento.	São	elas:
•	 O	que	pretendo	obter?
•	 Em	quanto	tempo	pretendo	obter?
•	 Como	posso	obter	isso?
•	 Que	fazer	e	como	fazer?
•	 Quais	são	os	recursos	indispensáveis?
•	 O	que	e	como	analisar	a	situação	a	fim	de	averiguar	se	os	objetivos	foram	alcançados?
 
Essas	perguntas	são	essenciais	para	que	se	possa	planejar	de	maneira	adequada	o	
que	se	pretende	alcançar.	Tendo	esta	forma	de	organização,	podemos	dizer	que	o	planejar	é	
um	momento	de	estudo,	onde	se	buscam	meios	para	chegar	a	determinado	objetivo.
De	acordo	com	Piletti	(1998,	p.	60),	“O	planejar	é	assumir	uma	atitude	séria	e	curiosa	
diante	de	um	problema.	Assim,	posso	refletir	para	decidir	quais	são	melhores	alternativas	de	
ação	possíveis	para	alcançar	determinados	objetivos	a	partir	de	certa	realidade”.
Para	Libâneo	(2012,	p.	222)	o	planejamento	“é	uma	atividade	de	reflexão	acerca	das	
nossas	opções	e	ações”.	Ainda	afirma	o	autor	que:
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A	ação	de	planejar,	[...]	é	antes,	a	atividade	consciente	de	previsão	das	ações	
docentes,	fundamentadas	em	opções	político-pedagógicas,	e	tendo	como	re-
ferência	permanente	as	situações	didáticas	concretas	(isto	é,	a	problemática	
social,	econômica,	política	e	cultural	que	envolve	a	escola,	os	professores,	
os	alunos,	os	pais,	a	comunidade,	que	 interagem	no	processo	de	ensino).	
(LIBÂNEO,	1994,	p.	222).
De	 acordo	 com	Candau	 (2012),	 o	 professor	 necessita	 buscar	 um	 planejamento	
que	envolva	aspectos	 técnicos,	 humanos	e	políticos.	Onde	se	possa,	 enquanto	professor,	
desenvolver	ações	que	estejam	adequadas	à	 realidade	do	aluno.	Conforme	Freire	 (2002),	
ações	que	levem	aluno	e	professor	a	realizarem	uma	construção	de	conhecimentos	pautados	
na	ética,	na	reflexão	e	na	prática	cotidiana.
O	planejamento	é	uma	ação	coletiva,	não	individualizada,	pois	a	escola	necessita	de	
planejamento	para	que	possa	funcionar.	Deixar	tudo	na	base	do	“vamos	ver”	nos	leva	a	grandes	
desastres	educacionais.	Ao	planejar,	chegamos	a	um	plano,	este	plano	nos	leva	a	delimitar	os	
passos	e	ações	a	serem	desenvolvidos.
Segundo	Haydt	 (2006,	p.	95),	 “O	plano	é	o	 resultado,	é	a	culminância	do	processo	
mental	de	planejamento.	O	plano,	sendo	um	esboço	das	conclusões	resultantes	do	processo	
mental	de	planejar,	pode	ou	não	assumir	uma	forma	escrita”.
No	caso	da	educação,	o	planejamento	é	algo	essencial	no	processo	pedagógico	e	possui	
níveis,	que	variam	“em	abrangência	e	complexidade”.	(HAYDT,	2008,	p.	95).
Os	tipos	de	planejamento	são:
•	 Planejamento	de	um	sistema	educacional.
•	 Planejamento	escolar.
•	 Planejamento	curricular.
•	 Planejamento	didático	ou	de	ensino	que	se	subdivide	em:
a)	Planejamento	de	curso.
b)	Planejamento	de	unidade	didática	ou	de	ensino.
c)	Planejamento	de	aula.
 
Iremos	delimitar	cada	um	deles,	para	sua	melhor	compreensão.	Observe,	acadêmico(a)	
que	 todas	 essas	 formas	 de	 planejamento	 são	 essenciais	 para	 a	 estrutura	 educacional.	
Precisamos	ter	conhecimento	de	cada	um	deles	e	não	podemos	esquecer	que	necessitamos	
estar	 “antenados”	em	 relação	a	 tudo	o	que	ocorre	na	ação	pedagógica.	 Isso	 relaciona	os	
planejamentos	ao	que	falamos	várias	vezes;	para	que	se	tenha	um	ensino	de	qualidade,	é	
preciso	saber	planejar	 todos	os	passos	a	serem	dados	no	processo	ensino-aprendizagem.	
Desta	forma,	vamos	compreenderdo	que	trata	o	planejamento	de	um	sistema	educacional.	
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5.1	PLANEJAMENTO	DE	UM	SISTEMA	EDUCACIONAL
O Planejamento de um sistema educacional é	um	Planejamento	 realizado	nos	 três	
níveis:	(nacional,	estadual	e	municipal).	Conforme	Haydt	(2008,	p.	95):	“Consiste	no	processo	
de	 análise	 e	 reflexão	das	 várias	 facetas	 de	 um	sistema	educacional,	 para	 delimitar	 suas	
dificuldades	e	prever	alternativas	de	solução”.
Libâneo	(2012,	p.	313-314),	aponta	que	o	Planejamento	nos	remete	a	uma	reflexão	
relacionada	ao	significado	da	palavra	sistema.		Quando	buscou	no	dicionário	o	significado	dessa	
palavra,	várias	foram	as	definições	encontradas	e	todas	possuem	em	comum	as	seguintes	
afinidades:	
a)	Conjunto	de	elementos	de	um	todo.
b)	Elementos	coordenados	entre	si,	relacionados.
c)	Elementos	materiais	e	ideias.
d)	Instituições	e	métodos	adotados.
Libâneo	(212,	p.313),		ainda	afirma	em	relação	às	afinidades	apresentadas	a	palavra	
sistema:	 “Um	sistema	supõe,	então,	um	conjunto	de	elementos	ou	partes	 relacionadas	ou	
coordenadas	entre	si,	constituindo	um	todo”.
Se	buscarmos	um	pouco	da	Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	Nacional	(2001,	
p.	30)	encontraremos	no	artigo	8º,	no	que	diz	respeito	a	organização	da	educação	nacional	a	
seguinte	ordem:
Art.	8º	A	União,	os	estados,	o	Distrito	federal	e	os	municípios	organizarão,	em	
regime	de	colaboração,	os	respectivos	sistemas	de	ensino.	
1º	Caberá	à	União	a	coordenação	da	política	nacional	de	educação,	articulando	
os	diferentes	níveis	e	sistemas	e	exercendo	função	normativa,	redistributiva	e	
supletiva	em	relação	às	demais	instâncias	educacionais.
No	artigo	oitavo	da	LDB	encontramos	desenhado	como	o	sistema	educacional	brasileiro	
se	articula.	Assim,	é	preciso	que	as	“engrenagens”	desse	sistema	estejam	sincronizadas,	para	
que	não	ocorra	a	sua	travagem.	Sabemos	que	os	entraves	dentro	do	sistema	educacional	
existem	e	precisam	ser	revistos	para	que	as	“engrenagens”	venham	a	auxiliar	professores	e	
alunos	na	escola.	O	planejamento	de	um	sistema	educacional	não	se	faz	sozinho,	mas	com	
diversos	personagens,	e	nós,	professores,	fazemos	parte	desta	engrenagem.
Para	Haydt	(2008,	p.	95):	
A	partir	dessas	constatações	é	possível	então	definir	prioridades	e	metas	para	
o	aperfeiçoamento	do	sistema	educacional,	estabelecer	formas	de	atuação	
e	calcular	os	custos	necessários	à	realização	das	metas.	O	Planejamento	de	
um	sistema	educacional	reflete	a	política	de	educação	adotada.
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Observa-se	que	o	planejamento	é	apresentado	de	maneira	sistêmica,	onde	caberá	
a	cada	nível,	seja	federal,	estadual	ou	municipal,	munir-se	de	informações	que	auxiliem	na	
construção de um sistema nacional de educação voltado aos interesses da população e 
não	somente	a	um	grupo	político,	pois	o	planejamento	de	um	sistema	educacional	requer	“a	
proposição	de	objetivos	a	longo	prazo	que	definam	uma	política	de	educação”.	(PILETTI,	1998,	
p.	62).	O	planejamento	de	um	sistema	educacional	reflete	“a	política	educacional	de	um	povo,	
num	determinado	momento	da	história	do	país.	É	o	de	maior	abrangência	porque	interfere	
nos	planejamentos	feitos	no	nível	nacional,	estadual	e	municipal”.	(BARRETO,	2006,	p.	31).
Seguindo	a	organização	do	planejamento,	encontramos	o	planejamento	escolar.	Esse	
tipo de planejamento trataremos com mais atenção!
5.2	PLANEJAMENTO	ESCOLAR
O planejamento escolar é	um	processo	que	busca	organizar	e	planejar	todas	as	atividades	
propostas	pela	equipe	gestora	envolvendo	tanto	aspectos	pedagógicos	como	administrativos.	
Essas	ações	necessitam	ser	planejadas	de	maneira	que	possam	“ser	executadas	por	toda	a	
equipe	escolar,	para	o	bom	funcionamento	da	escola”.	(HAYDT,	2008,	p.	95).
O	 planejamento	 escolar	 é	 um	 documento	 que	 pergunta:	 onde	 estamos?	E	 onde	
queremos	chegar?	Nesse	entremeio	existem	as	estratégias,	as	quais	estarão	permeando	todas	
as	ações	a	serem	desenvolvidas.	Após	a	obtenção	de	respostas	junto	ao	que	foi	trabalhado,	
faz-se	um	feedback	para	observar	os	pontos	positivos	e	negativos	(alcançados	ou	não)	dentro	
deste	plano	estratégico.
Observe	a	figura	abaixo:
FIGURA	21	-	COMO	INICIAR	UM	PLANEJAMENTO	ESCOLAR
FONTE:	As	autoras
A	 partir	 desse	 quadro	 podemos	perceber	 que	 a	 organização	 de	 um	planejamento	
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escolar	necessita	 inicialmente	de	pessoas,	as	quase	estão	envolvidas	com	o	projeto.	Esse	
planejamento	abarca	todos	os	membros	formadores	da	instituição	escolar	como:	professores,	
gestores,	alunos,	pais	e	funcionários	da	escola.	Todos	possuem	papel	importante	no	processo	
de	tomada	de	decisões.
Nem	todas	as	escolas	possuem	planejamento,	pois	ainda	se	ouve	por	alguns	corredores	
escolares,	frases,	como	nos	coloca	Lück	(2000,	p.	9):
Podemos	observar,	não	tão	raramente,	gestores	e	profissionais	em	geral	que	
se	lamentam	de	estarem	trabalhando	como	quem	está	"apagando	incêndios",	
isto	 é,	 "está	 sempre	 correndo	atrás	do	prejuízo"	 e	 sendo	 conduzido	pelas	
situações	 variadas	do	 cotidiano,	 pelas	 demandas	 inesperadas,	 tendo	que	
responder	rapidamente	a	elas	e	de	tal	 forma	"não	têm	tempo	para	pensar,	
quanto	menos	para	planejar".
Com	esta	fala	podemos	compreender	que	o	planejamento	escolar	é	de	suma	validade,	
sendo	que	precisa	ser	bem	elaborado,	buscando	compreender	qual	é	a	realidade	da	escola,	
quais	são	suas	necessidades,	o	que	se	busca	para	melhoria,	desde	a	estrutura	 física,	até	
a	 pedagógica.	Buscamos	ainda	em	Lück	 (2000),	 palavras	 que	 relatam	a	 necessidade	de	
compreendermos	como	um	planejamento	pode	ser	dinâmico	ou	transformar-se	em	apenas	
mais	um	documento,	não	surtindo	efeitos	desejáveis.
Tentar	“apagar	o	fogo”	não	é	a	melhor	forma	de	gerenciar	uma	escola.	Cabe	aos	gestores	
e	sua	equipe	compreender	que	não	podemos	pensar	de	maneira	fragmentada,	pois	estaríamos	
aí	construindo	um	planejamento	meramente	funcional,	que	é:
[...]	praticado	a	partir	de	uma	visão	fracionada	da	realidade,	uma	vez	que,	ao	
focalizá-la	 para	 conhecê-la,	 o	 faz	 enfocando	 categorias	 limitadas,	 tópicas,	
considerando-as	isoladamente,	de	modo	fragmentado	e	não	levando	em	conta	
a	dinâmica	social,	isto	é,	desconsiderando	os	atores	sociais,	direta	ou	indire-
tamente	ligados	à	organização	escolar.	Portanto,	esse	modo	de	planejar	tão	
praticado,	embora	ofereça	uma	lógica	e	uma	organização	útil	para	se	superar	
a	prática	do	senso	comum,	espontaneísta,	ainda	é	um	modo	limitado	de	se	
compreender	a	realidade	e	organizar	a	ação	para	agir	sobre	ela.	
Cabe	ressaltar	que	esse	Planejamento	tem	caráter	normativo,	resultando	num	
plano	muitas	vezes	considerado	como	uma	peça	burocrática,	utilizada	para	
formalizar	e	legitimar	ações	ou	como	peça	de	caráter	mágico	que	apresenta	
uma	proposta	tão	bem	organizada,	tão	logicamente	concatenada,	que	deveria	
realizar-se	por	si	própria.
Um	bom	plano	funcional	pode,	no	entanto,	quando	levado	a	sério	e	realizado	
plenamente,	promover	a	realização	dos	objetivos	que	propõe.	Porém,	uma	vez	
terminadas	as	ações	e	passado	o	tempo	de	regozijo	pelo	seu	término	e	pela	
realização	satisfatória	dos	resultados,	a	realidade	volta	a	ser	o	que	era	antes.	A	
escola	se	mantém	no	mesmo	patamar	da	realidade,	nada	é	diferente	do	que	era	
antes.	Portanto	consiste	no	reforço	à	prática	conservadora.	(LÜCK,	2000,	p.	9).
Quantas	vezes	nos	deparamos	com	este	tipo	de	situação	em	nossas	escolas?	Pense	
nisso,	 caro(a)	 acadêmico(a).	Para	 tanto,	 se	 quisemos	 sair	 desta	 roda	 viva,	 é	 preciso	 que	
tenhamos	visão	de	planejamento.	Mas	como?UNIDADE 2TÓPICO 1108
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Para	Lück	(2000,	p.	9-10),	o	planejamento	estratégico	é	um	dos	caminhos	para	obtermos	
êxito	em	nossa	organização	escolar.	Assim	sendo,	para	ela:	
 
[...]	mediante	a	aplicação	do	Planejamento	estratégico,	que	adota	uma	forma	
de	pensar	ampla,	dinâmica,	interativa,	comprometida	socialmente	com	a	re-
alidade,	o	que	corresponde	a	uma	visão	estratégica,	isto	é,	a	uma	forma	de	
apreensão	inteligente	e	sagaz	das	situações	que	permeiam	todos	os	diferentes	
aspectos	e	segmentos	internos	e	externos	de	uma	realidade.
Assim	sendo,	o	planejamento	estratégico	perpassa	pelo	que	vimos	anteriormente	na	
figura	que	determina	duas	perguntas	básicas:	onde	estamos	e	aonde	queremos	chegar?	E	as	
estratégias	são	a	base	para	a	mudança.	Saber	a	clientela	que	será	trabalhada;	visualizar	os	
recursos	que	estão	presentes	em	nossa	escola,	sejam	eles	humanos,	materiais,	entre	outros	
aspectos,	nos	auxiliam	na	organização	de	um	planejamento	escolar	dinâmico	e	participativo.
De	acordo	com	Haydt	(2008,	p.	96-97),	na	composição	deste	planejamento,	cada	escola	
segue	determinado	esquema	de	ações	que	possuem	segundo	ela	as	seguintes	etapas: 
1	Sondagem	e	diagnóstico	da	realidade	da	escola.		
1.1	Características	da	comunidade.
1.2	Características	da	clientela	escolar.
1.3	Levantamento	dos	recursos	humanos	e	materiais	disponíveis.	
1.4	Avaliação	da	escola	como	um	todo	no	ano	anterior	(evasão,	repetência,	percentagem	
de	aprovação,	qualidade	do	ensino	ministrado,	dificuldades	e	problemas	superados	e	
não	superados).	
	Observação:	É	interessante	lembrar	que	a	sondagem	é	o	levantamento	de	dados	
e	fatos	importantes	de	uma	realidade,	enquanto	o	diagnóstico	é	a	análise	e	interpretação	
objetiva	dos	dados	coletados,	permitindo	que	se	chegue	a	uma	conclusão	sobre	as	condições	
da	realidade.
 
2	 Definição	dos	objetivos	e	prioridades	da	escola.		
3	 Proposição	da	organização	geral	da	escola	no	que	se	refere	a(à):
3.1	Quadro	curricular	e	carga	horária	dos	diversos	componentes	do	currículo.
3.2	Calendário	escolar.	
3.3	Critérios	de	agrupamento	dos	alunos.		
3.4	Definição	do	sistema	de	avaliação,	contendo	normas	para	a	adaptação,	recuperação,	
reposição	de	aulas,	compensação	de	ausência	e	promoção	dos	alunos.	
4	 Elaboração	de	Plano	de	Curso	contendo	as	programações	das	atividades	curriculares.								
5	 Elaboração	do	sistema	disciplinar	da	escola,	com	a	participação	de	todos	os	membros	da	
escola,	inclusive	do	corpo	discente.			
6	 Atribuição	de	funções	a	todos	os	participantes	da	equipe	escolar:	direção,	corpo	docente,	
corpo	discente,	equipe	pedagógica,	equipe	administrativa,	equipe	de	limpeza	e	outros.
Fonte:	Haydt	(2008,	p.	96-97)
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Frente	ao	exposto,	podemos	considerar	que	ao	gestor	não	cabe	todo	o	processo	de	
organização	do	planejamento	da	escola,	mas	sim	a	todas	as	células	que	formam	a	estrutura	
pedagógica	e	física	chamada	escola.	
Para	Paulo	Freire	(2002	p.	10):	
Todo	Planejamento	educacional,	para	qualquer	sociedade,	tem	que	responder	
às	marcas	e	aos	valores	dessas	sociedades.	Só	assim	é	que	pode	funcionar	o	
processo	educativo,	ora	como	força	estabilizadora,	ora	como	fator	de	mudan-
ça.	[…]	para	ser	autêntico,	é	necessário	ao	processo	educativo	que	se	ponha	
em	relação	de	organicidade	com	a	contextura	da	sociedade	a	que	se	aplica.
Diante	 do	 apresentado,	 Freire	 nos	 afirma	que	é	 necessária	 uma	 visão	 aberta	 dos	
problemas	sociais	que	estão	no	entorno	da	escola,	pois	a	escola	é	um	espaço	de	onde	emergem	
possibilidades	infinitas	de	soluções,	de	problemas	e	de	resgate	da	dignidade	humana.	Cabendo	
a	nós,	professores,	e	à	equipe	gestora,	desenvolvermos	nossa	visão	de	mundo	e	de	realidade	
local,	dando	possibilidades	de	mudança	e	de	construção	de	conhecimento	através	de	práticas	
pedagógicas	voltadas	para	a	realidade	social.
Assim	sendo,	junto	ao	Planejamento	Escolar,	encontramos	o	Planejamento	Curricular.
5.3	PLANEJAMENTO	CURRICULAR
O Planejamento Curricular é	elaborado	a	partir	das	diretrizes	curriculares	nacionais	
que	estão	apresentadas	no	Caderno	de	Diretrizes	Curriculares	Nacionais	da	Educação	Básica	
(2013,	p.	6)	que	visa:
[...]	estabelecer	bases	comuns	nacionais	para	a	Educação	 Infantil,	o	Ensino	
Fundamental	e	o	Ensino	Médio,	bem	como	para	as	modalidades	com	que	po-
dem	se	apresentar,	a	partir	das	quais	os	sistemas	federal,	estaduais,	distrital	e	
municipais,	por	suas	competências	próprias	e	complementares,	formularão	as	
suas	orientações	assegurando	a	integração	curricular	das	três	etapas	sequentes	
desse	nível	da	escolarização,	essencialmente	para	compor	um	todo	orgânico.
Desta	forma	podemos	perceber	que	cada	nível	de	ensino	possui	de	forma	bem	definida	
seus	objetivos,	os	quais	vão	sendo	inseridos	nas	escolas,	a	partir	da	realidade	de	cada	uma.
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FIGURA		22	-	CADERNO	DE	DIRETRIZES	CURRICULARES	
NACIONAIS	DA	EDUCAÇÃO	BÁSICA
FONTE:	Disponível	em:	<http://pt.slideshare.net/ValriaBarreto/
diretrizes-curiculares-nacionais2013>.	Acesso	em:	7	fev.	
2016.
Observe	 que	 “o	 problema	 central	 do	Planejamento	Curricular	 é	 formular	 objetivos	
educacionais	a	partir	daqueles	expressos	nos	guias	curriculares	oficiais”.	(PILETTI,	1998,	p.	62).
Tendo	nosso	país,	uma	vasta	extensão	territorial,	existe	a	possibilidade	de	cada	estado,	
município,	utilizar-se	como	base	as	diretrizes	 implantadas	pelo	Ministério	da	Educação	e	a	
partir	desses,	programar	juntos	a	realidade	de	cada	região.
Libâneo	(2011,	p.	37)	aponta	que	“O	ensino	básico	é	um	direito	fundamental	de	todos	
os	brasileiros	e	um	dever	do	Estado,	para	com	a	sociedade,	cabendo-lhe	a	responsabilidade	
de	assegurar	a	escolarização	da	população”.	O	autor	ainda	diz	que	a	escola	pública	deve	ser	
“unitária”,	afirmando	que:
É	unitária	por	que	deve	garantir	uma	base	comum	de	conhecimentos	expressos	
num	plano	de	estudos	básicos	de	âmbito	nacional,	garantindo	um	padrão	de	
qualidade	do	ensino	para	toda	a	população.	Com	base	num	plano	nacional	de	
educação	escolar,	cabe	aos	estados	a	coordenação	das	atividades	de	ensino,	
com	a	cooperação	dos	municípios.
As	escolas	precisam	 interpretar	e	utilizar	esses	documentos	de	 forma	a	auxiliar	no	
desenvolvimento	dos	trabalhos	escolares	junto	aos	alunos.	Essa	forma	de	interpretação	não	
acarreta	a	anulação	das	demais	culturas,	preponderando	somente	uma,	pelo	contrário,	pois	
como	afirma	Libâneo	(2011,	p.	37):
A	necessidade	social	e	o	direto	de	todos	os	segmentos	da	população	de	domi-
narem	conhecimentos	básicos	comuns	e	universais	de	forma	alguma	implicam	
a	exclusão	ou	o	desconhecimento	da	cultura	popular	regional.	Ao	contrário,	é	
precisamente	pelo	domínio	do	saber	sistematizado	que	se	pode	assegurar	aos	
alunos	uma	compreensão	mais	ampla,	numa	perspectiva	de	nacionalidade	e	
universalidade,	da	cultura,	saberes	e	problemas	locais,	a	fim	de	elaborá-los	
criticamente	em	função	dos	interesses	da	população	majoritária.	Importante,	
pois,	que	o	processo	de	transmissão	e	assimilação	dos	conhecimentos	sis-
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tematizados	tenha	como	ponto	de	partida	as	realidades	locais,	a	experiência	
de	vida	dos	alunos	e	suas	características	socioculturais.
Assim	sendo,	de	acordo	com	Haydt	(2008,	p.	97):
O	primeiro	passo	para	o	Planejamento	curricular	é	definir,	de	forma	clara	e	
precisa,	a	concepção	filosófica	que	vai	nortear	os	fins	e	objetivos	da	ação	
educativa.	Essa	definição	é	importante	porque	é	a	partir	da	proposiçãodos	
objetivos	que	desejamos	alcançar	que	definiremos	os	critérios	para	seleção	
dos	conteúdos.
Percebe-se	que	tanto	os	professores	em	seu	espaço,	como	os	demais	formadores	do	
processo	pedagógico,	deverão	organizar	seus	objetivos	relacionados	diretamente	ao	que	a	
clientela	está	solicitando,	vendo	a	realidade	em	que	a	escola	está	inserida	e	a	partir	disso	dar	
significado	aos	objetivos	propostos	neste	documento.	Sempre	 lembrando	que	deverão	ser	
observadas	as	diretrizes	básicas	de	cada	sistema	a	que	pertence.
	Nos	remetemos	agora,	ao	Planejamento	Didático	ou	de	Ensino.
5.4	PLANEJAMENTO	DIDÁTICO	OU	DE	ENSINO
O	Planejamento	Didático	ou	de	Ensino	é	um	documento	que	será	elaborado	pelos	
professores	 a	 partir	 do	 Planejamento	Curricular.	O	 professor	 encontrará	 nas	 diretrizes	
curriculares	nacionais	materiais	que	auxiliarão	na	construção	de	seu	Planejamento	de	Ensino.
 
Conforme	Turra	(1982,	p.	26)	no	Planejamento	Didático	ou	de	Ensino	precisa-se	seguir	
algumas	etapas,	as	quais	se	apresentam:
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FIGURA	23	-	DAS	ETAPAS	DE	PLANEJAMENTO	DIDÁTICO	OU	DE	ENSINO
Conhecimento da 
realidade
Determinação dos 
objetivos
Desenvolvimento 
do plano
Estruturação do 
plano de ensino
Seleção	e	
organização	dos	
conteúdos
Seleção	e	
organização	dos	
procedimentos de 
ensino
Seleção	de	
procedimentos de 
avaliação
Seleção	dos	
recursos
Replanejamento
Feedback
Avaliação
Etapa de 
Aperfeiçoamento
Etapa de 
Elaboração
Etapa	de	Execução
FONTE:	Turra	(1982,	p.	26)
A	partir	da	figura	podemos	definir	que	para	o	Planejamento	de	Ensino,	no	momento	
de	sua	composição,	deve	o	professor	ter	conhecimento	da	realidade. Deverá	observar	sua	
clientela,	as	aspirações	dos	alunos,	quem	são	eles.	Realizando	assim,	a	sondagem,	que	é	a	
busca	de	dados	sobre	os	alunos.	Depois	de	realizada	a	sondagem,	realiza-se	um	estudo	sobre	
o	que	foi	alcançado	podendo	chegar	a	uma	conclusão,	conseguindo	assim	um	diagnóstico.
Obtido	o	diagnóstico,	o	professor	determinará	os	objetivos	a	serem	alcançados	junto	
aos	alunos.	Esses	objetivos	necessitam	estar	condizentes	com	o	que	foi	obtido	através	da	
sondagem	e	análise.	Estar	na	frequência	das	necessidades	da	clientela.	Os	objetivos	são	a	
definição	clara	do	que	se	pretende	alcançar	junto	à	atividade	desenvolvida.
Após	os	objetivos	vai-se	na	busca	da	seleção	e	organização	dos	conteúdos	que	nortearão	
todo	o	trabalho	do	professor.	Lembrando	sempre,	que	os	conteúdos	nacionais	estão	expressos	
no	caderno	de	Diretrizes	Curriculares	Nacionais,	que	auxiliarão	na	seleção	e	organização	dos	
conteúdos	que	você,	professor,	estará	elaborando	para	seus	alunos.
Conforme	Piletti	(1998,	p.	66):	“[...]	os	guias	curriculares	oficiais	oferecem	uma	relação	de	
conteúdos	de	várias	áreas	que	podem	ser	desenvolvidos	em	cada	série.	[...]	Não	esquecendo,	
no	entanto,	de	levar	em	conta	a	realidade	da	classe”.
Tendo	finalizado	a	seleção	dos	conteúdos,	a	busca	agora	é	pela	seleção	e	organização	
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dos	procedimentos	de	ensino,	os	quais	são	planejados	pelo	professor,	também	conhecidos	
como	técnicas	de	ensino.	Essas	técnicas	devem	auxiliar	o	professor	no	processo	de	ensino	e	
aprendizagem,	instigando	os	alunos	em	suas	atividades.	Cabe	salientar	que	não	é	somente	
levar	o	aluno	para	um	parque	ou	excursão,	muito	pelo	contrário,	é	um	momento	de	verificar	
se	estes	procedimentos	de	ensino	estão	coerentes	com	os	objetivos	almejados.	Precisamos,	
enquanto	professores,	termos	bem	claro	a	necessidade	da	utilização	desses	procedimentos	
de	ensino	ou	técnicas	de	ensino.
Turra	(1982,	p.	36):	
Procedimentos	de	ensino	são	ações,	processos	ou	comportamentos	plane-
jados	pelo	professor	para	colocar	o	aluno	em	contato	direto	com	as	coisas,	
fatos	ou	fenômenos	que	lhes	possibilitem	modificar	sua	conduta,	em	função	
dos	objetivos	previstos.
Seguindo	a	figura,	chegamos	à	seleção	dos	recursos	de	ensino que é	tudo	o	que	você,	
professor,	estará	utilizando	em	seu	ambiente	de	aprendizagem	e	que	auxiliarão	na	estimulação	
dos	alunos.	Estes	recursos	estão	classificados	em	humanos	e	materiais.	
Nos	humanos	estão	 relacionados	os	professores,	 alunos,	 corpo	docente	da	escola	
(gestores,	outros	profissionais),	a	comunidade.	Em	relação	aos	materiais,	temos	o	ambiente	
que	envolve	o	espaço	escolar	e	a	natureza;	além	da	comunidade,	onde	estão	os	espaços	como	
bibliotecas,	repartições	públicas,	parques,	empresas,	correio	etc.
Na	 sequência	 temos	 a	 seleção	 dos	 procedimentos	 de	 avaliação,	 que	 nos	 dá	 a	
possibilidade	de	avaliar	todo	o	processo	e	verificar,	como	aponta	Piletti	(1998,	p.	69)	“o	grau	e	a	
quantidade	de	resultados	alcançados	aos	objetivos,	considerando	o	contexto	das	condições	em	
que	o	trabalho	foi	desenvolvido”.	Nesse	momento	de	avaliação,	o	professor	necessita	observar	
alguns	pontos	essenciais,	como:	buscar	avaliar	continuamente;	selecionar	avaliações	coerentes	
com	os	objetivos	propostos;	registrar	os	dados	avaliativos;	interpretar	todos	os	resultados	das	
avaliações	realizadas;	realizar	feedback	das	avaliações.
A	estruturação	do	Plano	de	Ensino	é	o	próximo	passo	nesse	sistema,	e	que	possui	
três	níveis	que	serão	estudados	a	seguir.	São	eles:	Planejamento	de	Curso;	Planejamento	de	
Unidade;	Planejamento	de	Aula.	
Até	o	momento,	caro(a)	acadêmico(a),	esperamos	que	você	tenha	percebido	que	o	
planejar	é	algo	essencial	para	todos	nós.	Sabemos	que	muitos	professores	costumam	realizar	
seus	trabalhos	sem	a	utilização	de	seu	planejamento	por	escrito,	deixando	somente	em	sua	
mente	todo	o	processo.	Isso	é	algo	perigoso,	pois	podem	surgir	lapsos	de	memória,	deixando	
o	professor	pelo	meio	do	caminho,	transformando	sua	aula	em	um	momento	desagradável,	
sem	alcançar	seus	objetivos.
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Haydt	(2008,	p.	99):	
Algumas	vezes,	o	professor	não	faz	por	escrito	o	seu	plano,	isto	é,	não	adota	
as	conclusões	a	que	chegou.	No	entanto,	ele	planeja	mentalmente	as	etapas	
de	sua	atuação	na	sala	de	aula,	prevendo	suas	atividades	e	as	de	seus	alunos.	
Quando	ele	não	anota	as	suas	previsões,	pode	correr	o	risco	de	se	perder	ao	
executar	o	que	planejou,	pois	a	memória	pode	falhar,	fazendo-o	esquecer	os	
procedimentos	previstos.	Por	isso,	é	aconselhável	que	se	faça	o	registro	por	
escrito	das	conclusões	do	Planejamento	didático.
Conforme	a	figura	apresentada	acima,	estaremos	dando	sequência	a	ela	na	próxima	
unidade,	que	tratará	da	estruturação	do	plano	de	ensino.
UNI
Finalidade do Planejamento Escolar
Enquanto mediação teórico-metodológica, o Planejamento tem por finalidade “fazer 
algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário ‘amarrar’, 
‘condicionar’, estabelecer as condições objetivas e subjetivas prevendo o 
desenvolvimento da ação no tempo (o que vem primeiro, o que vem em seguida), 
no espaço (onde vai ser feita), as condições materiais (que recursos, materiais, 
equipamentos serão necessários) e políticas (relações de poder, negociações, 
estruturas), bem como a disposição interior (desejo, mobilização), para que aconteça.” 
(VASCONCELLOS, 2000, p. 79). 
Esta perspectiva de análise implica conceber o planejamento enquanto processo de 
reflexão e de tomada de decisão. Assim, quando falamos de planejamento referimo-
nos a um processo, contínuo e dinâmico, portanto, permanente. Por isso é importante 
distinguir os conceitos de planejamento e plano. 
O plano é um produto que se refere a um determinado momento do planejamento. 
Enquanto que o planejamento é o processo contínuo,dinâmico que incita uma 
determinada intervenção na realidade, contudo, para fazermos esta intervenção e/
ou transformação, necessitamos definir objetivos, metas e plano de ação. Podemos 
definir o objetivo como “a expressão de uma necessidade humana que só se satisfaz 
atingindo-se o resultado que aquele prefigura ou antecipa. Por isto, não se trata 
apenas de antecipação ideal do que está por vir, mas sim de algo que, além disso, 
queremos que venha”. (VÁSQUEZ 1977, p. 191).
No intento de realizar o que planejamos, muitas vezes, vivenciamos um processo de 
constantes aproximações. No planejamento fazemos mediações entre o real e o ideal 
(realidade e finalidade); identificamos então uma dada realidade (ou representações 
que fazemos dela) com vistas à sua transformação. Na perspectiva da gestão 
democrática, o planejamento escolar caracteriza-se pelo seu caráter interativo/
dialógico e flexível tendo por finalidades: 
a) orientar o processo de tomada de decisão e da execução dos objetivos e metas 
estabelecidas pela comunidade;
b) fazer a retroalimentação do sistema de informação oferecendo subsídios para o 
redirecionamento/replanejamento das ações; 
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c) otimizar os diferentes usos e realocações de recursos materiais, financeiros, humanos; 
d) viabilizar alternativas/estratégias para o estabelecimento do fazer pedagógico-
organizacional a curto, médio ou longo prazo);
e) visualizar a instituição escolar em sua totalidade considerando o enfoque holístico 
e os fatores interdependentes e suas relações;
f) viabilizar as estratégias de inovação e de mudança cultural nos espaços organizacionais.
FONTE:	Disponível	em:	<http://coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/uft/file.php/1/coord_
ped/sala_3/arquivos/Planejamento_Escolar_na_perspectiva_democratica.pdf>. 
Acesso	em:	7	fev.	2016.
Cabe	 perceber,	 caro(a)	 acadêmico(a),	 que	 o	 planejamento	 não	 está	 direcionado	
somente	a	uma	figura,	o	professor,	mas	a	todos	os	membros	formadores	da	instituição	escola.	
Estar	inserido	nesse	processo	é	estar	se	vendo	como	mediador,	interlocutor,	ser	de	extrema	
importância	no	processo	de	ensino	e	aprendizagem	junto	a	seus	alunos.
Planejar	não	é	algo	simples,	mas	também	não	é	complexo	para	quem	busca	os	meios	
para	construir	seus	planos.	Planejar	é	estar	com	o	outro,	que	busca	crescer	enquanto	profissional	
e	que	busca	dar	a	seus	alunos	meios	de	construir	seus	conhecimentos.	Somos	a	ponte!	Então	
cabe	a	nós	termos	as	bases	firmes	para	que	aquela	não	venha	a	ruir	no	meio	do	processo.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, vimos que:
•	 	Na	formação	inicial,	o(a)	acadêmico(a)	recebe	conhecimentos	relacionados	aos	fundamentos	
pedagógicos,	históricos,	 técnicas	de	trabalho	escolar,	 formação	teórico-prática,	métodos,	
idealizados	por	vários	educadores,	pensadores,	entre	outros.
•	 	O	papel	que	o	professor	deve	ter	no	momento	de	sua	formação	inicial	e	em	todo	seu	caminho	
profissional,	é	o	de	“repensar,	refletir,	indagar	e	inferir-se	sobre	a	sua	postura	quanto	à	prática	
de	ensino”.	(SILVA,	2012,	p.	1).
•	 	Conforme	Freire	(2002,	p.	25):	“É	preciso	que,	[...]	desde	o	começo	do	processo,	vá	ficando	
cada	vez	mais	claro	que,	embora	diferentes	entre	si,	quem	forma	se	forma	e	(re)forma	ao	
formar	e	quem	é	formado	forma-se	e	forma	ao	ser	formado”.
•	 A	palavra	formar-se	indica	que	estamos,	enquanto	profissionais	da	educação	ou	em	nível	
pessoal,	envolvidos	com	a	busca	incessante	de	conhecimentos,	a	troca	de	informações	e	a	
procura	integral	do	ser	humano.	Investigações	essas	que	nos	auxiliam	na	manutenção	de	
uma	estrutura	pedagógica	e	de	vida	de	qualidade.	
•	 A	busca	do	diálogo	como	meio	de	mudanças	dentro	da	equipe	escolar	e	da	formação	do	
professor	é	essencial.
•	 No	 formar-se	 podemos	 compreender	 que	 cabe	 ao	 professor	 buscar	 em	 seu	 interior	 a	
necessidade	da	mudança,	construir	seu	conhecimento	de	maneira	que	auxilie	em	sua	vida	
pessoal	e	profissional.	O	formar-se	é	uma	atividade	individualizada	que	emerge	na	busca	
de	outros	que	também	querem	sentir-se	e	ver-se	como	professores.
•	 Candau	(2003,	p.	150)	afirma	que	a	formação	continuada	deve	ser	vista:	“como	um	trabalho	
de	reflexividade	crítica	sobre	as	práticas	e	de	(re)construção	permanente	de	uma	identidade	
pessoal	e	profissional,	em	interação	mútua”.
•	 Com	isso,	os	saberes	docentes,	são	compreendidos	como	o	resultado	do	saber	acadêmico	
que	perpassa	pelo	científico	e	o	social.	Cabe	salientar	que	o	professor	“é	constituído	de	
diferentes	saberes”.	(LIMA,	2008,	p.	1).	Esses	saberes	são	considerados	por	Tardif	e	Gauthier	
no	Seminário	de	Pesquisa	sobre	o	Saber	Docente	(1996,	p.	11)	como:	“um	saber	composto	
de	vários	saberes	oriundos	de	fontes	diferentes	e	produzidos	em	contextos	institucionais	e	
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profissionais	variados”.
•	 Nóvoa	(1999,	p.	9)	nos	apresenta	o	triângulo	do	conhecimento,	onde	estão	presentes	os	
três	grandes	tipos	de	saberes:	“o	saber	da	experiência	(professores);	o	saber	da	pedagogia	
(especialistas	 em	ciências	 da	 educação);	 e	 os	 saber	 das	 disciplinas	 (especialistas	 dos	
diferentes	domínios	do	conhecimento).	”
•	 O	Planejamento	é	algo	que	realizamos	a	todo	o	momento	em	nossas	vidas,	seja	ela	a	nível	
pessoal	ou	profissional.	E	para	entrarmos	em	sala	de	aula	é	preciso	que	tenhamos	muito	
bem	planejado	nossas	aulas.	Esse	Planejamento	nos	auxilia	a	ter	de	maneira	organizada	
tudo	o	que	pretendemos	desenvolver	durante	determinado	tempo,	seja	ele	a	curto	ou	em	
longo	prazo.
•	 De	acordo	com	Candau	(2012),	o	professor	necessita	buscar	um	planejamento	que	envolva	
aspectos	técnicos,	humanos	e	políticos.		Onde	se	possa,	enquanto	professor,	desenvolver	
ações	que	estejam	adequadas	a	realidade	do	aluno.
•	 Os	tipos	de	planejamento	são:	Planejamento	de	um	sistema	educacional;	Planejamento	escolar;	
Planejamento	curricular;	Planejamento	didático	ou	de	ensino	que	se	subdivide	em:	Planejamento	
de	curso;	Planejamento	de	unidade	didática	ou	de	ensino;	Planejamento	de	aula.
•	 Planejamento	de	um	sistema	educacional	 é	um	planejamento	 realizado	nos	 três	níveis:	
(nacional,	 estadual	 e	municipal).	Conforme	Haydt	 (2008,	 p.	 95):	 “Consiste	 no	processo	
de	análise	e	reflexão	das	várias	facetas	de	um	sistema	educacional,	para	delimitar	suas	
dificuldades	e	prever	alternativas	de	solução”.
•	 Planejamento	escolar	é	um	processo	que	busca	organizar,	 planejar	 todas	as	atividades	
propostas	pela	equipe	gestora	envolvendo	os	aspectos	pedagógicos	como	administrativos.	
Estas	ações	necessitam	ser	planejadas	de	maneira	que	possam	“ser	executadas	por	toda	
a	equipe	escolar,	para	o	bom	funcionamento	da	escola”.	(HAYDT,	2008,	p.	95).
•	 Planejamento	curricular	é	elaborado	a	partir	das	diretrizes	curriculares	nacionais	que	estão	
apresentadas	no	Caderno	de	Diretrizes	Curriculares	Nacionais	da	Educação	Básica.
•	 Planejamento	didático	ou	de	ensino	é	um	documento	que	será	elaborado	pelos	professores	a	
partir	do	Planejamento	Curricular.	O	professor	encontrará	nas	diretrizes	curriculares	nacionais	
materiais	que	auxiliarão	na	construção	de	seu	Planejamento	de	Ensino.
•	 As	etapas	do	Planejamento	didático	ou	de	ensino	são:	conhecimento	da	realidade,	onde	o	
deverá	se	observar	a	clientela,	as	aspirações	dos	alunos,	quem	são	eles,	realizando	assim	
a	sondagem,	que	é	a	busca	de	dados	sobre	a	clientela	(alunos).
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•	 Os	 objetivosa	 serem	alcançados	 junto	 aos	 alunos.	 Estes	 objetivos	 necessitam	 estar	
condizentes	com	o	que	foi	obtido	através	da	sondagem	e	análise.	Estar	na	frequência	das	
necessidades	da	clientela.
•	 A	 seleção	 e	 organização	 dos	 conteúdos	 que	 nortearão	 todo	 o	 trabalho	 do	 professor.	
Lembrando	sempre,	que	os	conteúdos	nacionais	estão	expressos	no	caderno	de	Diretrizes	
Curriculares	Nacionais,	que	auxiliarão	na	seleção	e	organização	dos	conteúdos	que	você,	
professor	estará	elaborando	para	seus	alunos.
•	 Seleção	e	organização	dos	procedimentos	de	ensino,	estes	são	planejados	pelo	professor,	
também	conhecidos	como	técnicas	de	ensino.	Essas	técnicas	devem	auxiliar	o	professor	
no	processo	de	ensino-aprendizagem,	instigando	os	alunos	em	suas	atividades.
•	 A	seleção	dos	recursos	de	ensino	é	tudo	o	que	você,	professor,	estará	utilizando	em	seu	
ambiente	de	aprendizagem	que	auxiliará	na	estimulação	dos	alunos.	Estes	recursos	estão	
classificados	em	humanos	e	materiais.
•	 A	 seleção	 dos	 procedimentos	 de	 avaliação,	 o	 qual	 nos	 dá,	 enquanto	 professores,	 a	
possibilidade	de	avaliar	todo	o	processo	e	verificar,	de	acordo	com	Piletti	(1998,	p.	69)	“	o	
grau	e	a	quantidade	de	resultados	alcançados	aos	objetivos,	considerando	o	contexto	das	
condições	em	que	o	trabalho	foi	desenvolvido”.
•	 A	estruturação	do	plano	de	ensino,	o	qual	possui	três	níveis.	São	eles:	Planejamento	de	
Curso;	Planejamento	de	Unidade;	Planejamento	de	Aula.
•	 Planejar	não	é	algo	simples,	mas	também	não	é	complexo	para	quem	busca	os	meios	para	
construir	seus	planos.	Planejar	é	estar	com	o	outro,	que	busca	crescer	enquanto	profissional	
e	que	busca	dar	a	seus	alunos	meios	do	mesmo	construir	seus	conhecimentos.
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AUTO
ATIVI
DADE �
Caro(a)	 acadêmico(a)!	O	 planejamento	 possui	 um	 caráter	 significativo	 no	
processo	ensino-aprendizagem?	Por	quê?
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TRABALHANDO OS PLANOS DE ENSINO
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
Até	o	momento	nos	deparamos	com	diversos	mecanismos	que	compõem	o	Planejamento	
Didático	ou	de	Ensino,	dando	a	cada	um	de	nós,	a	possibilidade	de	perceber	que	planejar	é	
algo	essencial	para	nosso	trabalho	fora	e	dentro	da	sala	de	aula.	Não	planejamos	nossas	aulas	
somente	na	escola,	mas	em	vários	espaços,	mesmo	após	a	saída	das	crianças.	Ser	professor	
é	planejar-se	cotidianamente,	buscando	em	bibliografias,	no	dia	a	dia,	respostas	e	estratégias	
para	melhorar	nossa	prática	pedagógica.
Os	Planos	de	Ensino	têm	este	intuito,	de	auxiliar	na	organização	de	nosso	trabalho,	
enriquecendo-o,	 dando	 a	 possibilidade	 do	 professor	 e	 aluno	manterem	 viva	 a	 chama	da	
curiosidade,	da	descoberta	de	novos	conhecimentos.
Neste	 tópico	 estaremos	 tratando	 de	 cada	 um	 destes	 tipos	 de	 plano	 de	 ensino:	
Planejamento	de	Curso,	Planejamento	de	Unidade	ou	de	Ensino	e	o	Planejamento	ou	Plano	
de	Aula	e	a	necessidade	dos	objetivos,	sejam	eles	gerais	e	específicos.
Observe	que	estes	planos	de	ensino	serão	essenciais	para	o	momento	de	realização	
de	seu	estágio	obrigatório.	São	peças	essenciais	para	o	nosso	trabalho.
UNIDADE 2
2 A NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO
Até	o	momento	já	visualizamos	que	a	ação	do	professor,	mesmo	antes	de	chegar	à	sala	
de	aula	passa	por	diversos	pontos,	os	quais	demandam	consciência	e	de	forma	sistemática	
buscam	o	sucesso	em	relação	à	aprendizagem	dos	alunos.
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Para	ser	professor	é	necessária	dinamicidade,	busca,	reflexão,	ações	didáticas	que	
nos	auxiliem	para	a	construção	de	uma	escola	e	de	alunos	críticos,	curiosos	e	questionadores.
Libâneo	(2011,	p.	222)	enfatiza:
O	Planejamento	é	um	processo	de	racionalização,	organização	e	coordenação	da	
ação	docente,	articulando	a	atividade	escolar	e	a	problemática	ou	contexto	social.	
A	escola,	os	professores	e	os	alunos	são	integrantes	da	dinâmica	das	relações	
sociais;	tudo	o	que	acontece	no	meio	escolar	está	atravessado	por	influências	
econômicas,	políticas	e	culturais	que	caracterizam	a	sociedade	de	classes.
Cada	professor	 precisa	perceber-se	 como	 integrante	 da	 sociedade	e	 do	momento	
histórico	em	que	está	vivenciando.	Para	tanto,	o	planejamento	é	a	chave	para	o	professor	
construir	através	de	atividades	de	reflexão,	ações	que	auxiliarão	no	caminho	que	pretendemos	
construir	junto	com	nossos	alunos,	para	uma	sociedade	democrática	ou	alienada.
Para	isso,	Carvalho	(1973,	p.	87):
Os	planos	devem	ser	pessoais.	Precisam	retratar	a	personalidade	do	professor,	
suas	concepções	individuais,	sua	capacidade	profissional.	Planos	elaborados	
por	outros,	ou	mesmo	por	equipes	de	educadores,	poderão	ser	consultados	
como	fontes	de	ideias,	mas	nunca	deveremos	copiá-los.	Todo	trabalho	didático	
tem	de	ser	criativo,	jamais	repetitivo.
O	plano	passa	a	ter	a	marca	registrada	do	professor,	através	de	suas	concepções	e	
da	sua	vivência	pedagógica.		
FIGURA	24	-		BUSCAR	PLANEJAR	RETRATANDO	SUA	PERSONALIDADE
FONTE:	Sala	dos	Professores.	Disponível	em:	<http://htpcantonioferraz.blogspot.com.
br/>.	Acesso	em:	8	fev.	2016.
Em	detrimento	disso,	em	palavras	de	Gomes	(2011,	p.	4):
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O	docente	que,	em	linhas	gerais,	deseja	realizar	uma	boa	atuação	no	ambiente	
escolar	sabe	que	deve	participar	elaborar	e	organizar	os	planos	para	atender	o	
nível	de	seus	alunos	bem	como	o	objetivo	almejado.	Ninguém	planeja	sem	sa-
ber	onde	deseja	chegar,	o	que	se	que	ensinar	e	o	que	o	aluno	deverá	aprender.
Com	isso,	vamos	à	busca	desses	subsídios	que	chamamos	de	planejamento	ou	planos.
3 PLANEJAMENTO DE CURSO OU PLANO DE CURSO
ATEN
ÇÃO!
Acadêmico(a), podemos utilizar tanto a nomenclatura planejamento, 
como plano de curso para referir-se ao mesmo processo.
Em	todas	as	instituições	escolares,	sejam	estaduais,	municipais	ou	particulares,	existe	o	
Plano	de	Curso.	Esse	plano	é,	de	acordo	com	Haydt	(2008,	p.	100),	“a	previsão	dos	conhecimentos	
a	 serem	desenvolvidos	e	das	atividades	a	 serem	 realizadas	em	uma	determinada	classe,	
durante	um	certo	período	de	tempo,	geralmente	durante	um	ano	ou	semestre	letivo”.	Podemos	
compreender	que	o	Plano	de	Curso	é	um	segmento	do	Planejamento	ou	Plano	Curricular.
Cabe	ressaltar	que	o	Plano	de	Curso	faz	parte	do	Plano	Político	Pedagógico	(PPP)	
da	escola,	dando	assim	a	oportunidade	do	professor	de	ajustar	o	plano	à	realidade	de	sua	
turma;	orientar	a	aprendizagem;	auxiliar	no	desenvolvimento	do	trabalho	a	ser	realizado	e	dar	
subsídios	para	perceber	se	o	método	utilizado	foi	eficiente	ou	não.	
De	acordo	com	Haydt	(2008,	p.	101),	o	Plano	de	Curso	possui	a	seguinte	sistematização:
1.	Levantar	dados	sobre	as	condições	dos	alunos,	fazendo	uma	sondagem	
inicial.
2.	Propor	objetivos	gerais	e	definir	os	objetivos	específicos	a	serem	atingidos	
durante	o	período	letivo	estipulado.
3.	Indicar	os	conteúdos	a	serem	desenvolvidos	durante	o	período.
4.	Estabelecer	 as	 atividades	 e	 procedimentos	 de	 ensino	 e	 aprendizagem	
adequados	aos	objetivos	e	conteúdos	propostos.
5.	Selecionar	e	indicar	os	recursos	a	serem	utilizados.
6.	Escolher	e	determinar	as	formas	de	avaliação	mais	coerentes	com	os	ob-
jetivos	definidos	e	os	conteúdos	a	serem	desenvolvidos.
Não	lhe	parecem	familiares	estas	pontuações	feitas	por	Haydt?	Vimos	anteriormente	
no	esquema	que	Turra	(1992)	nos	deixou	em	forma	de	figura.	Na	figura	está	bem	delimitadocada	passo,	os	quais	nos	ativemos	até	o	momento	e	que	seguimos	no	que	diz	 respeito	à	
estruturação	e	desenvolvimento	do	plano.
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Tendo	 esses	 planos	 bem	estruturados,	 conseguiremos	alcançar	 nossos	 objetivos,	
mas	se	não	realizarmos	este	movimento	de	planejamento,	estaremos	fadados	a	um	trabalho	
improvisado	e	realizado	de	forma	mecânica,	observando	somente	a	cópia	de	planos	anteriores	
sem	refletir	a	realidade	ou	momento	histórico.	Assim	sendo,	a	estruturação	e	desenvolvimento	
dos	planos	devem	servir	para	a	organização	e	obtenção	de	objetivos	claros	e	que	denotem	
uma	visão	democrática	e	participativa	na	escola	e	junto	à	sociedade.
Os	Planos	de	Curso	possuem	diversas	formas,	sendo	que	cada	instituição	educacional	se	
organiza	de	maneira	a	serem	apresentadas	sua	filosofia,	objetivos	e	suas	necessidades	pontuais.
Observe	acadêmico(a),	que	toda	escola	já	possui	seu	Plano	de	Curso	de	anos	passados,	
eles	podem	servir	de	orientação,	mas	não	de	mera	cópia.	Os	planos	anteriores,	que	já	existiam	
na	escola,	podem	servir	como	orientação	para	perceber	em	que	momento	se	encontrava	a	
escola	e	também	como	auxílio	na	mudança	desse	plano.	As	mudanças	são	essenciais,	pois	
vivemos	momentos	históricos	diferentes	do	ano	que	passou,	e	nossos	alunos	não	são	os	
mesmos	do	ano	passado.	Existe	evolução,	amadurecimento,	e	os	planos	também	perpassam	
por	estes	movimentos.
O	 esquema	que	 será	 apresentado	 abaixo	 retrata	 como	um	Plano	 de	Curso	 pode	
ser	apresentado.	Buscamos	informações	relacionadas	ao	Plano	de	Curso	apresentado	aos	
profissionais	da	educação	da	Secretaria	de	Estado	de	Educação	de	Santa	Catarina	(2015,	p.	
1-2)	35ª	Gerência	Regional	de	Educação,	e	implementado	pela	autora.
ESQUEMA DE UM PLANO DE CURSO
Nome	da	Escola:	
Endereço:	
Disciplina:	
Professor(a):
Série	ou	Ano:	4º	ano
Objetivos gerais:	(Apresentam-se	aqui	todos	os	objetivos	que	buscaremos	alcançar	durante	
o	ano	vigente.	O	número	de	objetivos	fica	a	critério	do	professor	com	relação	a	sua	turma	
dentro	das	disciplinas).
Neste	espaço	serão	elencadas	as	competências/habilidades	que	o	aluno	deverá	obter	
ao	final	do	trabalho	realizado.	Estas	competências/habilidades	podem	ser	apresentadas	de	
uma	forma	geral.
Competência: OBSERVAR
Habilidades	relacionadas:	observar,	identificar,	reconhecer,	indicar,	apontar,	localizar,	
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descrever,	discriminar,	contatar,	representar	gráfica	e	quantitativamente.
Possibilitam	verificar	quanto	e	como	o	aluno	pode	considerar,	antes	de	decidir	por	
uma	melhor	resposta,	as	informações	propostas	na	pergunta.
Competência: REALIZAR
Habilidades	 relacionadas:	Classificar,	 seriar,	 ordenar,	 compor	 e	 decompor,	 fazer	
antecipações,	calcular	por	estimativas,	medir,	interpretar.
Implicam	em	 traduzir	 estas	ações	em	procedimentos	 relativos	ao	 conteúdo	e	ao	
contexto	de	cada	questão	em	sua	singularidade.
Competência: COMPREENDER
Habilidades	relacionadas:	analisar,	aplicar	relações	ou	conhecimentos,	fatos	e	princípios;	
avaliar,	criticar,	analisar	e	julgar,	explicar	causas	e	efeitos,	apresentar	conclusões,	levantar	
suposições,	fazer	prognósticos,	fazer	generalizações	indutivas	e	construtivas,	justificar.
Conteúdo:	(São	apresentados	os	conteúdos	a	serem	abordados	no	decorrer	do	ano	
com	relação	a	disciplina,	por	bimestres).
Procedimentos de ensino:	(são	as	ações,	técnicas	de	ensino	utilizadas	para	melhorar	
o	aprendizado	dos	alunos).	
Aqui	apresentamos	as	metodologias	de	trabalho	que	são	de	descrever	a	forma	de	
organização	das	aulas	ou	como	será	desenvolvido	o	trabalho	com	os	alunos.	Em	outras	
palavras,	apresentar	as	técnicas	de	ensino	que	serão	utilizadas	(seminários,	debates,	painéis,	
estudos	dirigidos,	aulas	expositivas,	exposições	dialogadas,	desenvolvimento	de	pesquisas,	
demonstrações,	oficinas,	realização	de	experimentos,	dinâmicas	de	grupo,	exercícios	etc.).
Recursos didáticos:	(são	os	elementos	utilizados	para	que	a	aprendizagem	ocorra	
de	maneira	eficaz,	como	a	utilização	de	cartazes,	figuras,	vídeos,	lápis,	borracha,	régua,	giz,	
aparelho	de	som,	computadores,	livros,	TV,	gravador	e	outras	tecnologias	digitais.).
Tempo provável:	(diz	respeito	ao	número	de	aulas	que	serão	necessários	para	a	
efetivação	do	trabalho,	podendo	ser	a	duração	de	duas	aulas;	uma	quinzena;	um	semestre	
ou	um	ano).
Forma de avaliação e recuperação:	(são	os	mecanismos	que	serão	utilizados	para	
avaliar	o	trabalho	realizado	junto	a	seu	aluno).
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Descrever	o	tipo/modalidade	de	avaliação	a	ser	desenvolvida	para	o	acompanhamento	
e	 a	 verificação	 da	 aprendizagem	 do	 aluno.	 É	 importante	 que	 estejam	 explicitadas	 a	
periodicidade	 do	 processo	 avaliativo;	 os	 instrumentos/formas avaliação,	 a	 serem	
empregados:	provas	(dissertativas,	objetivas,	práticas,	individuais,	grupais,	com	consulta,	
sem	consulta,	escritas,	orais),	relatórios	(de	pesquisa,	de	experimentos,	de	visitas	técnicas),	
elaboração	de	textos	(individuais	ou	em	grupo),	fichamentos,	sínteses,	apresentações	orais,	
seminários(individuais,	em	grupos,	o	número	de	participantes	dos	grupos),	resenhas	etc;	
a	distribuição	de	pontuação	para	cada	instrumento	ou	forma	de	avaliação,	e	finalmente	os 
critérios	a	serem	considerados.
Definir,	de	forma	clara,	como	será	realizada	a	recuperação	paralela,	em	que	momentos	
e	quais	os	critérios	a	serem	considerados.
FONTE:	Santa	Catarina	(2015,	p.	1-2)
Com	isso	podemos	perceber	que	o	Plano	de	Curso	nos	remete	a	um	documento,	que	
norteará	todo	o	processo	do	ano	vigente,	adequando	os	objetivos,	conteúdos,	estratégias	e	
avaliações	a	realidade	de	sua	turma	ou	classe.	Esse	documento	também	aparece	no	Projeto	
Político	Pedagógico	da	escola.
Falamos	de	Projeto	Político	Pedagógico,	mas	afinal,	e	o	que	ele	significa	dentro	deste	
processo?
UNI
Considera-se o Projeto Político Pedagógico o eixo norteador de todo trabalho escolar, 
e sua existência emana uma prática bem mais abrangente dentro da escola, pois 
permite um diagnóstico dos problemas, apontando referências para comunidade refletir 
o tipo de educação que se necessita desenvolver com o propósito de contribuir para a 
reflexão da prática e para a efetivação de uma escola reflexiva que transforma a partir 
dos erros, implementando ações que venham de encontro com suas necessidades, 
visando à melhoria. 
A sociedade atual diante de todas as transformações exige da escola uma nova postura, 
a fim de que as instituições escolares sejam capazes de formar cidadãos competentes 
para enfrentar o mundo globalizado.
Acadêmico(a)! Em determinado momento na realização de seu estágio de 
observação, você precisará buscar junto ao gestor da escola este documento 
o PPP. Fique atento!
FONTE:	FERREIRA,	NOLETO	R.	M.;	ALMEIDA	T.	J.	Projeto Político Pedagógico: diagnóstico	
e	analise	dos	fatores	de	eficácia.	Disponível	em:	Projeto	Político	Pedagógico	
Ministério	da	Educação	<moodle3.mec.gov.br/uft/file.php/1/moddata/data/850/.../
Artigo_1_.doc>.	Acesso	em:	8	fev.	2016.
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Após	 esta	 breve	 apresentação	 do	 que	 é	 o	Projeto	Político	Pedagógico	 podemos	
compreender	que	a	escola	é	um	espaço	que	necessita	de	documentos,	os	quais	não	estão	
meramente	apresentados	de	 forma	 teorizada,	mas	sim,	que	 levam	uma	prática	de	equipe	
buscando	 desenvolver	 a	 escola	 como	 um	 espaço	 democrático	 e	 de	 construção.	 Você,	
acadêmico(a),	ao

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