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* * Vivemos a “civilização do desejo”, do hiperconsumo, da mercantilização dos modos de vida. Estamos no melhor dos mundos? O contemporâneo passa a ser mercado, o fim da estabilidade, da segurança e das certezas. Surge o tempo da indefinição e do medo. Consumir mercadorias pesadas e duráveis como imóveis e jóias, remetia ao status de posse, poder, conforto e respeito pessoal. Um comportamento de produtores. Mas a transição da concepção da “sociedade dos produtores” para a nova configuração da sociedade exige uma mudança: o desejo do indivíduo. Somos hoje a “sociedade de consumidores”... “Compro, logo existo” Os indivíduos dessa nova sociedade pedem a emancipação, o fim da escolha limitada, para finalmente construir uma sociedade livre de responsabilidades, uma liberdade de escolher e decidir como atender as necessidades pessoais naquele momento, um indivíduo “la a carte”. * * Os bens duráveis perdem o brilho e a atração nessa sociedade é a rapidez. Uma sucessão de presentes, de coleções instantâneas experimentados com intensidade. Inicia-se a vida um contexto pós-moderno, onde predomina o desapego e a busca constante pela felicidade. Sem lealdade pelo objeto que obtém com a intenção de consumir. Somos bombardeados de todos os lados por sugestões de quem precisa alcançar e manter um status, uma forma de proteger a auto-estima. O consumo é dividido e, duas partes: de um lado o mercado desenvolvendo mercadorias muitas vezes sem finalidade, do outro o consumidor que deve permanecer em constante insatisfação. Criar o excesso de mercadorias projeta o aumento das incertezas das escolhas. Insatisfação que toda hora é renovada e reforçada. Configura-se a economia do engano, que aposta na irracionalidade dos consumidores. Diante do consumo excessivo, a necessidade de mobilidade e visibilidade é cada vez maior, deflagrando uma constante reformulação das identidades como forma de assegurar a “centralidade”... o efeito “Diva”. * * Busca-se a expansão direta das emoções, as “experiências psicodélicas”, as “formas diferentes da vida comum”, e o viver a vida no presente cria gerações que celebra o espírito de festa. O objetivo é alargar e romper os limites do eu, explodir, vibrar e sentir o espírito do tempo, dos prazeres sem restrição, em nome de uma vida intensa e espontânea. O que domina é a disseminação e a pluralização dos prazeres, na ansiedade pelos fins de semana prolongados e férias, A sociedade vive fascinada pela paixão da competição, do bem-estar com o corpo. É preciso expor da felicidade, afastar a inveja, testemunhar a felicidade sem medo, partilhando as “férias fantásticas”, os locais “maravilhosos”, as “experiências magníficas”. Desaparecendo o medo da inveja dos outros, aumentam exponencialmente as declarações de felicidade pessoal.
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