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1 MORFOLOGIA DAS VÍSCERAS TORÁCICAS SEÇÃO 1: EMBRIOLOGIA I. DESENVOLVIMENTO DA CAVIDADE TORÁCICA E TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR: 1. Formação da Cavidade Torácica: A Cavidade Torácica é formada a partir do celoma intra-embrionário. É separada da cavidade peritoneal pela formação do diafragma. À medida que as paredes torácicas, no embrião, se aproximam uma da outra ventralmente, elas incluem: Parte do Intestino Anterior Forma o Esôfago, e o Divertículo Respiratório, que dá origem aos órgãos respiratórios inferiores. Tubo Cardíaco Primitivo Forma o Coração. Localizado ventralmente ao intestino anterior. Com o crescimento dos pulmões, estes se projetam dorsolateralmente ao coração em desenvolvimento. A cavidade pericárdica acaba separada das cavidades pleurais por septos bilaterais derivados do mesoderma interno da parede torácica, a membrana pleuropericárdica, que dará origem ao pericárdio fibroso. 2. Formação do Trato Respiratório Inferior: Os órgãos respiratórios inferiores (laringe, traquéia, brônquios e pulmões) começam a se formar durante a quarta semana do desenvolvimento. O primórdio respiratório é indicado, aproximadamente no 28º dia, por um sulco mediano na extremidade caudal da parede ventral da faringe primitiva, o Sulco Laringotraqueal, que se desenvolve caudal ao 4º Par de Bolsas Faríngeas. O endoderma do Sulco Laringotraqueal origina o epitélio e as glândulas dos órgãos respiratórios inferiores. O tecido conjuntivo, cartilagens e musculatura lisa dessas estruturas se desenvolvem do mesoderma esplâncnico que envolve o intestino anterior. No final da 4ª semana, o sulco já se evaginou para a formação de um divertículo respiratório, localizado ventralmente à faringe primitiva. Pregas traqueoesofágicas longitudinais se desenvolvem no Divertículo Laringotraqueal, e, ao se aproximarem, fusionam-se formando o Septo Traqueoesofágico. Este septo divide a porção cranial do intestino anterior em uma parte ventral, Tubo Laringotraqueal, e uma parte dorsal, Faringe Primitiva. O Canal Laríngeo primitivo é a abertura do tubo laringotraqueal. O Tubo Laringotraqueal cresce inferiormente para a formação da laringe e traquéia, e divide-se nos brotos brônquicos. 2 Laringe: o As cartilagens laríngeas desenvolvem-se das cartilagens dos 4º e 6º Pares de Arcos Faríngeos. o A Epiglote se desenvolve da porção caudal da Eminência Hipofaríngea. o Os músculos laríngeos se desenvolvem também a partir dos 4º e 6º Pares de Arcos Faríngeos, e, por isso, são inervados por ramos do Nervo Vago (NC X). Traquéia: o O epitélio traqueal e suas glândulas são derivados do endoderma do tubo laringotraqueal. o As cartilagens, tecido conjuntivo e musculatura lisa da parede posterior são formados pelo mesênquima esplâncnico que circunda o tubo laringotraqueal. Brônquios e Pulmões: o O Broto traqueal divide-se em duas tumefações, os brotos brônquicos primitivos, que se diferenciam nos brônquios e suas ramificações. o O mesênquima esplâncnico circundante dos brotos brônquicos, mais uma vez, origina a musculatura lisa, cartilagem, tecido conjuntivo e os capilares pulmonares. o Os pulmões, em desenvolvimento, são cobertos por uma camada de mesotélio (pleura visceral), que, pelo seu crescimento, entra em contato com a pleura parietal, que reveste internamente a parede torácica. Pelo crescimento dos pulmões, a cavidade pleural reduz-se a mera fenda entre as membranas pleurais, contendo fina camada de líquido seroso. Desenvolvimento dos Brônquios e Pulmões Etapas do Desenvolvimento Pulmonar: Período Embrionário (4ª-6ª Semana) Período de formação dos brotos brônquicos e seu crescimento e divisão em várias gerações de brônquios menores. Período Pseudoglandular (6ª-16ª Semana) Os brônquios se ramificam mais e formam os bronquíolos terminais. Recebe esse nome pelo aspecto acinoso do tecido pulmonar. Período Canalicular (16ª-26ª Semana) Os brônquios e bronquíolos terminais se expandem e se desenvolvem os ductos alveolares, e os pulmões tornam-se altamente vascularizados. Período do Saco Terminal (26ª-36ª Semana) Os ductos alveolares originam os sacos terminais (alvéolos primitivos). OS pulmões, neste estágio, já estão suficientemente bem desenvolvidos para permitir a sobrevida do feto, em caso de nascimento prematuro. Período Alveolar (até os 8 anos de idade) Estágio final do amadurecimento pulmonar, caracterizado pelo aumento do número de bronquíolos respiratórios e alvéolos. 3 3. Formação do Diafragma: O diafragma é uma estrutura composta que se forma a partir de quatro componentes embrionários: Septo Transverso Cresce dorsalmente a partir da parede ventrolateral do corpo. Não separa completamente as cavidades torácica e abdominal. Encontra- se uma grande abertura, o canal pericardioperitoneal, a cada lado do esôfago. Dá origem ao Tendão Central do Diafragma. Membranas Pleuroperitoneais Crescem ventralmente e se fundem com o mesentério dorsal do esôfago e com o Septo Transverso, fechando os Canais Pericardioperitoneais. Mesentério Dorsal do Esôfago Forma os pilares diafragmáticos. Miótomos de Somitos Cervicais (C3-C4) Migração de células mioblásticas a partir de somitos cervicais para a formação do músculo diafragmático, acompanhados por sua inervação a partir de C3-C4 (Nervos Frênicos). Como a parede periférica do diafragma se origina das paredes laterais do corpo, é inervada pelos Nervos Intercostais, e não pelos Nervos Frênicos (C3-C4). Desenvolvimento do Diafragma II. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR: o O desenvolvimento do sistema cardiovascular começa no início da terceira semana do desenvolvimento embrionário, a partir da vasculogênese e da angiogênese, que ocorrem no mesoderma extra-embrionário do saco vitelino, pedículo do embrião e córion. Dois dias mais tarde, esse desenvolvimento passa a ocorrer no embrião. o A ausência de quantidade suficiente de vitelo, no ovo e no saco vitelino, “exige” o desenvolvimento de uma circulação uteroplacentária. Vasculogênese e Angiogênese: o As células mesenquimais aglomeram-se em ilhotas sangüíneas e diferenciam-se, através de sinais genéticos, em células precursoras de células endoteliais (angioblastos). o Os angioblastos se achatam e diferenciam-se em células endoteliais, formando cavidades. o As cavidades se fundem para formarem vasos (vasculogênese). E esses vasos crescem por brotamento e fundem-se com outros vasos (angiogênese). o Células sangüíneas primitivas desenvolvem-se a partir de células endoteliais dos vasos (hemangioblastos). 4 o As células mesenquimais adjacentes à parede do vaso diferenciam-se nos elementos musculares e conjuntivos do vaso. Desenvolvimento do Coração: o A formação do coração ocorre na área cardiogênica, localizada anterior à membrana bucofaríngea, antes do dobramento do embrião, e posterior a ela, após o dobramento. o Células mesenquimais esplâncnicas formam pequenos vasos (os cordões angioblásticos), que se fundem, formando os tubos endocárdicos. O dobramento lateral do embrião provoca a fusão dos tubos endocárdicos em uma linha média, formando um tubo cardíaco único. Com a fusão, as células localizadas na região de encontro dos tubos endocárdicos sofrem apoptose. o A partir da fusão dos tubos endocárdicos, começa a diferenciação das células da parede do tubo cardíaco: Tubo Endotelial – Diferencia-se no Endocárdio. Geléia Cardíaca – Tecido conjuntivo gelatinoso que se encontra entre o tubo endotelial e o Fusão dos Tubos Endocárdicos facilitada pela Geléia Cardíaca 5 miocárdio primitivo Miocárdio primitivo – É formado do mesoderma esplâncnico que circunda o celoma pericárdico.Pericárdio visceral (Epicárdio) – É derivado de células mesoteliais que se originam da superfície externa do Seio Venoso e se espalham sobre o miocárdio. (COMPARE A ESTRUTURA EMBRIONÁRIA DA PAREDE DO TUBO CARDÍACO COM A ESTRUTURA ADULTA) o Segmentos do Coração (em sentido crânio-caudal): Tronco Arterial – contínuo, cranialmente, com o Saco Aórtico (do qual se originam os Arcos Aórticos) Bulbo Cardíaco Ventrículo Átrio Seio Venoso – Recebe as veias umbilicais (do córion), vitelínicas (do saco vitelino) e do embrião o O Coração se dobra devido a um crescimento mais rápido do Bulbo Cardíaco e do Ventrículo, formando uma alça bulboventricular. O Seio Venoso e o Átrio passam a localizar-se dorsalmente. o O Mesocárdio dorsal, que prende o coração à parede posterior da cavidade pericárdica, degenera-se em sua parte central, formando uma comunicação, o Seio Tranverso do Pericárdio. Septação do Canal Atrioventricular: o Canal Atrioventricular – Comunica o átrio primitivo com o ventrículo primitivo. o O crescimento dos “coxins endocárdicos” ocorre a partir da proliferação das paredes dorsal e ventral do canal atrioventricular em sua parte mediana, criando um septo que divide o canal atrioventricular, em canal atrioventricular direito e canal atrioventricular esquerdo. Esse desenvolvimento ocorre a partir da “geléia cardíaca”. Septação do Átrio Primitivo: o O átrio primitivo divide-se pela formação, subseqüente modificação e fusão de dois septos, o Septum Primum e o Septum Secundum. o Septum Primum – Possui uma forma de meia-lua. Cresce a partir do teto do átrio primitivo, em direção aos coxins endocárdicos em fusão, dividindo parcialmente o átrio comum. Conforme o Septum Primum cresce, ele causa a oclusão do Foramen Primum, culminando com sua fusão com o coxim endocárdico, formando o Septo Interatrial Primitivo. 6 Foramen Primum – Atua como um desvio, possibilitando o sangue oxigenado passar do Átrio Direito diretamente ao Átrio Esquerdo, sem passar pela circulação pulmonar. Foramen Secundum – Paralelamente à oclusão do Foramen Primum, surgem perfurações (produzidas por apoptoses) na região central do Septum Primum. As perfurações coalescem para formar outra comunicação, o Foramen Secundum, que substitui o primum na função de comunicar os átrios individualizados. o Septum Secundum – Septo muscular espesso em forma de crescente que surge da parede ventrocranial do átrio, imediatamente à direita do Septum Primum. Gradualmente se sobrepõe ao Foramen Secundum. Forma uma divisão incompleta entre os átrios, aparecendo o Forame Oval. A parte cranial do Septum Primum desaparece gradualmente, e sua parte caudal forma a válvula do Forame Oval. Forame Oval – Permite a passagem de sangue oxigenado do Átrio Direito para o Átrio Esquerdo, e impede o refluxo de sangue. Fecha-se ao nascer pelo aumento da pressão no coração esquerdo. No adulto, apresenta-se como a Fossa Oval. 7 O forame oval abre pela maior pressão sangüínea do lado direito pela chegada de sangue no Seio Venoso. 8 Formação do Átrio Direito: o Inicialmente, o Seio Venoso se abre no centro da parede do átrio primitivo e os seus cornos direito e esquerdo são aproximadamente do mesmo tamanho. o Mudanças vasculares, discutidas posteriormente neste resumo, provocam o desenvolvimento do corno direito, que passa a receber todo o sangue da cabeça e do pescoço pela Veia Cava Superior, e da Placenta e região caudal pela Veia Cava Inferior. Paralelo a isso, ocorre a involução do corno esquerdo, que se tornará o Seio Coronário. o O corno direito do Seio Venoso se incorpora ao Átrio Direito, formando sua parede posterior lisa. O remanescente da superfície interna da parede do Átrio Direito é a Aurícula Direita no adulto, possuindo uma aparência rugosa e trabeculada. o Crista Terminal – Demarcação interna ao Átrio Direito, remanescente da fusão do corno direito do Seio Venoso com o Átrio Direito Primitivo. o Sulco Terminal – Demarcação externa da Crista Terminal. Formação do Átrio Esquerdo: o O Átrio Esquerdo é formado pela incorporação da Veia Pulmonar Primitiva em sua parede posterior. Resultante da incorporação, surgem quatro veias pulmonares, que antes drenavam para a Veia Pulmonar Primitiva e agora drenam diretamente para o Átrio Esquerdo. Assim como o Átrio Direito, o Átrio Esquerdo possui uma parede anterior rugosa e trabeculada (Aurícula), e uma parede posterior lisa, de origem vascular. 9 Septação do Ventrículo Primitivo: o Septo Interventricular Primário (Muscular) – Surge pela dobra do tubo cardíaco, resultante da dilatação dos ventrículos. O septo aumenta de tamanho pela proliferação de mioblastos, crescendo cranialmente em direção ao coxim endocárdico fusionado, no entanto não o fecha. Forame Interventricular – Localiza-se entre o Septo Interventricular muscular e o coxim endocárdico. o Septo Interventricular Secundário (Membranáceo) – É formado pela fusão das cristas bulbares direita e esquerda com o coxim endocárdico, fechando o forame interventricular. o As cristas bulbares são formadas por células da crista neural que migram para o bulbo cardíaco. Septo Interventricular Muscular em crescimento 10 O crescimento do Septo Interventricular Membranáceo está ligado a Septação do Bulbo Cardíaco e do Tronco Arterial, explicada a seguir. Septação do Bulbo Cardíaco e do Tronco Arterial: o Cristas Bulbares – Formadas pela proliferação de células mesenquimais que migram da crista neural para o Bulbo Cardíaco. São contínuas com as cristas do tronco superiormente. o Cristas do Tronco – Formadas pela proliferação de células mesenquimais que migram da crista neural para o Tronco Arterial. São contínuas com as cristas bulbares inferiormente. o O crescimento das cristas provoca a septação do Bulbo Cardíaco e do Tronco Arterial. À medida que isso acontece, as cristas bulbares e do tronco sofrem uma espiralização de 180º. A orientação em espiral das cristas é causada pela pressão sangüínea proveniente do ventrículo, resultando na formação de um “Septo aorticopulmonar” espiral quando as cristas se fundem. o O septo divide o Bulbo Cardíaco e o Tronco Arterial em dois vasos, a Aorta e o Tronco Pulmonar. Devido à espiralização do Septo Aorticopulmonar, o Tronco Pulmonar se torce ao redor da Aorta Ascendente, de uma posição mais anterior e direita para uma posição mais posterior e esquerda. o O Bulbo Cardíaco é incorporado às paredes dos ventrículos, dando origem ao “Cone Arterial” (Infundíbulo), entrada para o Tronco Pulmonar, e ao “Vestíbulo Aórtico”, entrada para a Aorta. Desenvolvimento das Valvas Cardíacas: o Valvas Semilunares – Desenvolvem-se de três tumefações de tecido subendocárdico ao redor dos orifícios da Aorta e do Tronco Pulmonar. Cada tumefação é remodelada para a formação de uma válvula. o Valvas Atrioventriculares – Desenvolvem-se de proliferações tissulares ao redor dos canais atrioventriculares. 11 Desenvolvimento das Valvas Semilunares a partir de tumefações subendocárdicas. Desenvolvimento do Sistema de Condução: O átrio primitivo atua como um marca-passo provisório do coração, até o desenvolvimento do Nó Sinoatrial durante a 5ª semana. Células do Nó SA e da região atrioventricular formam o Nó e Feixe Atrioventriculares. Desenvolvimento das Veias associadas ao Coração: Todo o sangue proveniente do corpo e da placenta é drenado para o Seio Venoso. São 3 os pares de veias que drenam para o “Seio Venoso”: Veias Vitelínicas – Levam sangue pouco oxigenado a partir do Saco Vitelino. Formam a Veia Porta. Veias Umbilicais – Levam sangue oxigenado a partir da placenta. Com o desenvolvimento do fígado,as veias umbilicais perdem as suas conexões com o coração e deságuam no fígado. Veia Umbilical Direita – Desaparece durante a 7ª semana. Veia Umbilical Esquerda – Perde sua conexão direta com o coração. Desenvolve-se um grande desvio de sangue entre a Veia Umbilical (Esquerda) e a Veia Cava Inferior, permitindo que a maior parte do sangue proveniente da placenta vá até o coração sem passar pela rede de capilares hepáticos, desvio esse chamado de “Ducto Venoso”. O resquício da Veia Umbilical (Esquerda) no adulto é o Ligamento Redondo do Fígado. - Ducto Venoso – Comunica a Veia Umbilical com a Veia Cava Inferior. Seu resquício embriológico no adulto é o Ligamento Venoso. Veias Cardinais Comuns – Formadas pela junção das Veias Cardinais Anteriores, que drenam a região cefálica, com as Veias Cardinais Posteriores, que drenam a região caudal, ipsilaterais. o Durante a 8ª semana, desenvolve-se uma anastomose entre as Veias Cardinais Anteriores. Como a pressão é maior do lado direito, o sangue é desviado da Veia Cardinal Anterior Direita para a Veia Cardinal Anterior Esquerda. A Porção Caudal da Veia CAE degenera-se, devido ao desvio de sangue para a direita. Assim, a Veia CAE dará origem à Veia Braquiocefálica Esquerda, e a Veia CAD dará origem à Veia Braquiocefálica Direita, superiormente, e à Veia Cava Superior, inferiormente, com contribuição da Veia Cardinal Comum Direita. o A degeneração da porção caudal da Veia Cardinal Anterior Esquerda e a degeneração das Veias Vitelínica e Umbilical Esquerda, em sua porção cefálica, causam a involução do Corno Esquerdo do Seio Venoso, discutida anteriormente na formação do Átrio Esquerdo. O corno esquerdo do Seio Venoso forma o Seio Coronário, e Veia Cardinal Comum Esquerda (Veia Cava Superior Esquerda) involui formando a Veia Oblíqua do Átrio Esquerdo. o As Veias Cardinais Posteriores anastomosam-se no Mesonefro e se conectam às Veias Subcardinais. Com o desaparecimento do Mesonefro, as Veias Cardinais Posteriores são substituídas pelas Veias Subcardinais e Supracardinais. As Veias Cardinais Posteriores desaparecem quase que totalmente. Seu únicos derivados adultos são a raiz da Veia Ázigos e as Veias Ilíacas Comuns. o A formação do Sistema Ázigo é a partir de anastomoses entre as Veias Supracardinais, e contribuições das Veias Cardinais Posteriores. o A Veia Cava Inferior é formada através de uma série de alterações resultantes do desvio de sangue do lado direito para o lado esquerdo. É formada por 4 segmentos de origens vitelínica, subcardinal e supracardinal (+ informações – MOORE/PERSAUD – 7ª edição - p.367). Desenvolvimento das Artérias associadas ao Coração: Arcos Aórticos (6) Originam-se do Saco Aórtico, suprem os arcos faríngeos correspondentes e terminam na Aorta Dorsal 1º Par de Arcos Aórticos Dão origem às Aa. Maxilares, e podem contribuir para a formação das Aa. Carótidas Externas 2º Par de Arcos Aórticos As porções dorsais persistem como Aa. Estapédicas (Ouvido Médio) 12 3º Par de Arcos Aórticos Porção Proximal Aa. Carótidas Comuns Porção Distal Juntam-se com a Aorta Dorsal para formar as Aa. Carótidas Internas 4º Par de Arcos Aórticos Esquerdo Forma parte do Arco da Aorta Direito Forma a A. Subclávia Esquerda 5º Par de Arcos Aórticos Degeneram-se sem deixar derivados vasculares 6º Par de Arcos Aórticos Esquerdo Porção Proximal Forma a parte proximal da A. Pulmonar Esquerda Porção Distal Comunica a A. Pulmonar Esquerda com a Aorta Dorsal, como “Ducto Arterial” Direito Porção Proximal Forma a parte proximal da A. Pulmonar Direita Porção Distal Degenera-se Obs.: O resquício do Ducto Arterial no adulto é o Ligamento Arterial. o As transformações dos 4º, 5º e 6º Pares de Arcos Aórticos explicam a diferença nos trajetos dos Nn. Laríngeos Recorrentes. Nervo Laríngeo Recorrente Direito – Curva-se ao redor da A. Subclávia direita, formada pelo 4º Arco Aórtico Direito, porque os 5º e 6º Arcos Aórticos direitos degeneram-se. Nervo Laríngeo Recorrente Esquerdo – Curva-se ao redor do Ducto Arterial. Com a involução do Ducto Arterial, curva-se ao redor do Ligamento Arterial (remanescente) e do Arco da Aorta. 13 Aorta Dorsal Inicialmente, apresenta-se como um par de Aortas dorsais, que logo se fundem para formar uma única Aorta Dorsal, imediatamente dorsal aos Arcos Faríngeos. Aa. Intersegmentares Cerca de 30 ramos da Aorta Dorsal. No Pescoço, unem-se para a formação das Artérias Vertebrais. No tórax, persistem como Aa. Intercostais. No abdome, a maioria torna-se artérias lombares, e o 5º par torna-se Aa. Ilíacas Comuns. No Sacro, formam as Aa. Sacrais Laterais. Aa. Vitelínicas Levam o sangue ao Saco Vitelino. Dão origem a: Tronco Celíaco (Intestino Anterior); Artéria Mesentérica Superior (Intestino Médio); Artéria Mesentérica Inferior (Intestino Posterior). Aa. Umbilicais Transportam sangue pouco oxigenado para a placenta. As partes proximais dão origem às Aa. Ilíacas Internas e Aa. Vesicais Superiores, enquanto a parte distal se fecha ao nascimento, formando os Ligamentos Umbilicais Mediais. III. ANOMALIAS NO DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR: Dextrocardia A dextrocardia ocorre quando o tubo cardíaco se dobra para a esquerda ao invés de se dobrar para a direita. O resultado disso é um deslocamento do coração para a direita e a transposição de seus grandes vasos, como em uma imagem especular. Dextrocardia com Situs Inversus Nesse tipo de dextrocardia, as vísceras, como o fígado, acompanham a transposição dos grandes vasos. Assim, na ausência de outras anomalias associadas, o coração funciona normalmente. Dextrocardia Isolada A posição anormal do coração não é acompanhada pelo deslocamento de outras vísceras. Está, normalmente, associada a outras anomalias cardíacas graves. Defeitos do Septo Interatrial (DSA) O tipo mais comum de DAS é o forame oval patente, o que permite mistura de sangue nos átrios. Como a pressão atrial é pequena, esse tipo de defeito não é muito grave. Defeitos do Septo Interventricular (DSV) As comunicações interventriculares podem desenvolver-se em qualquer parte do septo interventricular, mas o mais comum dos DSV ocorre na parte membranácea do septo. A causa desse defeito é a não-fusão do septo espiral com o septo IV muscular e os coxins endocárdicos. A conseqüência disso é o aumento do fluxo pulmonar, por desvio de sangue do VE para o VI, o que pode sobrecarregar os pulmões e causar edema. Defeitos do Septo Aorticopulmonar Tronco Arterial Persistente Causado pela não formação do Septo Aorticopulmonar (Espiral). Transposição das Grandes Artérias O Septo Aorticopulmonar desenvolve-se, mas não assume um curso em espiral. Estenoses Arteriais e Valvares Divisão desigual do Tronco Arterial, formando artérias e/ou valvas de menor calibre. Tetralogia de Fallot Divisão desigual do Tronco Arterial, formando um Tronco Pulmonar estenosado, associada ao não fechamento do Septo Interventricular. Caracterizada por quatro defeitos: Estenose Pulmonar, Defeito do Septo Interventricular, Dextroposição da Aorta (Aorta Cavalada) e Hipertrofia do Ventrículo Direito. 14 Ducto Arterial Patente O não fechamento do Ducto Arterial resulta numa sobrecarga pulmonar, devido ao desvio de sangue da esquerda para a direita, ou seja, da aorta para o tronco pulmonar. Defeito do Septo Interventricular Divisão Desigual do Tronco Arterial 15 Tetralogia de Fallot 16 SEÇÃO 2: ANATOMIA MACROSCÓPICA E MICROSCÓPICA IV. ANATOMIA GERAL DA CAVIDADE TORÁCICA: A Cavidade Torácicaé dividida em dois sacos pleurais laterais, que contém os pulmões, e o mediastino, região mediana da cavidade torácica localizada entre os sacos pleurais. Mediastino: Compartimento central da cavidade torácica Limite Superior Abertura Superior do Tórax Limite Inferior Diafragma Limite Anterior Esterno e Cartilagens Costais Limite Posterior Corpos das Vértebras Torácicas Limites Laterais Pleura Mediastinal Conteúdo Estruturas viscerais ocas unidas apenas por tecido conjuntivo frouxo e gordura; Vasos sangüíneos e linfáticos; Linfonodos; Nervos A frouxidão do tecido conjuntivo e a elasticidade dos pulmões e da pleura parietal permitem a acomodação de movimentos viscerais na cavidade torácica. Divisão do Mediastino: Mediastino Superior Da abertura superior do tórax até o Plano Transverso do Tórax - Plano Transverso do Tórax Do disco intervertebral T4-T5 ao Ângulo Esternal Mediastino Inferior Situado entre o plano transverso do tórax e o diafragma - Mediastino Anterior Anterior ao Pericárdio - Mediastino Médio Pericárdio, coração e as raízes de seus grandes vasos - Mediastino Posterior Posterior ao Pericárdio Mediastino Superior: Limite Superior Abertura Superior do Tórax Limite Inferior Contínuo com o Mediastino Inferior abaixo do Plano Transverso do Tórax Limite Anterior Manúbrio do Esterno Limite Posterior Corpos das Quatro Primeiras Vértebras Torácicas Limites Laterais Pleura Mediastinal e Cúpula da Pleura Conteúdo Traquéia, Esôfago, Arco da Aorta (e seus 3 ramos), Veias Braquiocefálicas (D e E) e Veia Cava Superior, Nervos Frênicos, Nervos Vagos (NC X) e Plexos Cardíacos, Timo, Ducto Torácico, Linfáticos e Linfonodos. o Assimetria do Mediastino Superior: À DIREITA: VEIAS POSIÇÃO CENTRAL: ESÔFAGO E TRAQUÉIA À ESQUERDA: ARTÉRIAS EMBRIOLOGIA: Esta assimetria resulta de dois principais reajustes do padrão primitivo e simétrico da vasculatura embrionária. À direita, o segmento do 4º Arco Aórtico se incorpora à artéria subclávia direita e se afasta do mediastino, enquanto à esquerda o 4º Arco Aórtico permanece no mediastino formando parte do arco da Aorta. À esquerda, a veia cardinal comum se atrofia formando a Veia Oblíqua do Átrio Esquerdo, ao contrário da veia cardinal comum direita, que se desenvolve e forma a veia cava superior. Assim, as estruturas arteriais tendem a localizar-se à esquerda, e as estruturas venosas à direita. Mediastino Inferior: Mediastino Anterior Conteúdo: Tecido Conjuntivo Frouxo, gordura, vasos linfáticos, alguns linfonodos e ramos dos vasos torácicos internos. Mediastino Médio Conteúdo: Saco Pericárdico Mediastino Posterior Conteúdo: Traquéia, Esôfago, Aorta Torácica (e seus ramos), Nervos Vagos (NC X) e Plexo Esofágico, Tronco Simpático e seus ramos, Veias do Sistema Ázigo, Ducto Torácico e Linfonodos. 17 V. ESÔFAGO: 1. Anatomia Macroscópica do Esôfago: Relações: Estende-se a partir da margem inferior da cartilagem cricóidea (C6) até T12. Comunicando-se, superiormente, com a faringe, e, inferiormente, com o estômago. Desce anteriormente à coluna vertebral e posteriormente à traquéia e saco pericárdico, localizando-se À direita da Aorta Torácica. Para passar pelo Hiato Esofágico, no diafragma, cruza a Aorta Torácica da direita para a esquerda, tornando-se anterior a ela. Esfíncteres Esofágicos: Esfíncter Esofágico Superior Parte do M. Constritor Inferior da Faringe. Consistindo de uma camada muscular única e de alta tensão. Esfíncter Esofágico Inferior Não pode ser demonstrado de maneira anatômica ou histológica. Mas, funcionalmente, a região que passa pelo hiato esofágico, atua como um esfíncter. A pressão intra-abdominal e estruturas estão associadas a este mecanismo esfincteriano. Músculo Esofágico Circular Músculo Diafragmático Ligamento Frenoesofágico Extensão da fáscia endotorácica que se prende circunferencialmente ao esôfago, fixando-o ao diafragma. 2. Anatomia Microscópica do Esôfago: Mucosa: Epitélio Estratificado Pavimentoso Não-queratinizado Lâmina Própria Tecido Conjuntivo Frouxo muito vascularizado Muscular da Mucosa Músculo Liso Submucosa: Tecido Conjuntivo Denso Não-modelado Vascularizado Glândulas Esofágicas Glândulas mucosas com ducto excretor com dupla camada de células cúbicas Plexo Nervoso Submucoso (Plexo de Meissner) Túnica Muscular: Circular Interna Longitudinal Externa Plexo Nervoso Mioentérico (Plexo de Auerbach) Revestimento Externo: Adventícia ou Serosa Adventícia Tecido conjuntivo frouxo que liga órgãos adjacentes. Presente na porção torácica do esôfago. Serosa Tecido conjuntivo frouxo com tecido adiposo, revestido externamente por um mesotélio (epitélio simples pavimentoso). Presente na porção abdominal do esôfago. Linha Z Demarcação provocada pela mudança abrupta do padrão epitelial do esôfago (epitélio estratificado pavimentoso) para o padrão típico do estômago (epitélio cilíndrico simples). Padrão Muscular do Esôfago: Terço Superior do Esôfago M. Estriado Esquelético Terço Médio do Esôfago M. Estriado Esquelético e M. Liso Terço Inferior do Esôfago M. Liso 18 3. Vascularização do Esôfago: Irrigação Arterial: Artéria Tireóidea Inferior Região Cervical do Esôfago Artérias Esofágicas e Ramos das Artérias Brônquicas (Ramos da Aorta) Região Torácica do Esôfago Ramos Esofágicos da Artéria Gástrica Esquerda Região Abdominal do Esôfago Drenagem Venosa: Veias acompanhantes das artérias Drenam para a Veia Tireóidea Inferior, Veia Ázigo, Veia Hemiázigo, e Veia Gástrica Esquerda (Sistema Porta). 4. Inervação do Esôfago: Nervo Vago (NC X) Fibras Parassimpáticas Troncos Vagais Anterior e Posterior Nervo Acessório (NC XI) Fibras aferentes para os músculos estriados esqueléticos esofágicos, distribuídas pelo Nervo Vago (NC X). Tronco Simpático Fibras Simpáticas EMBRIOLOGIA: Acompanhando a rotação embrionária do estômago, o Nervo Vago esquerdo torna-se anterior, recebe fibras do Nervo Vago direito e forma o Tronco Vagal Anterior. Do mesmo modo, o Nervo Vago direito torna- se posterior, recebe fibras do Nervo Vago esquerdo e forma o Tronco Vagal Posterior. VI. TRAQUÉIA E BRÔNQUIOS: 1. Anatomia Macroscópica da Traquéia e Brônquios: Relações: A traquéia estende-se da margem inferior da cartilagem cricóidea, ao nível de C6, até o ângulo esternal (T4-T5), onde se divide nos brônquios principais. Estruturas Anatômicas Traqueais: Parede Anterior: Fibrocartilagínea - Anéis Traqueais Anéis Cartilaginosos incompletos. São deficientes posteriormente, onde a traquéia é adjacente ao esôfago. - Ligamento Cricotraqueal Liga a cartilagem cricóidea ao 1º anel traqueal. - Ligamentos Anulares da Traquéia Parede Posterior Plana e muscular - Músculo Liso Traqueal - Glândulas Traqueais Apresenta os três tipos de ácinos, com predominância dos mistos. Cartilagem Carina Cartilagem localizada na bifurcação da traquéia nos brônquios principais. No cadáver, localizada ao nível de T4, mas, no vivo, ao nível de T7. Padrão de Divisão dos Brônquios: Brônquio Principal (Primário) Para os pulmões direito e esquerdo. - Brônquio Lobar (Secundário) Para os lobos pulmonares. - Brônquio Segmentar (Terciário) Para os segmentos pulmonares. 2. Anatomia Microscópica da Traquéia e Brônquios: Traquéia: Mucosa: Epitélio Respiratório Epitélio Simples Pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes 19 Lâmina PrópriaTecido Conjuntivo Frouxo muito vascularizado Submucosa: Tecido Conjuntivo Denso Não-modelado Vascularizado Glândulas Traqueais Apresenta os três tipos de ácinos, com predominância dos mistos. Cartilagens Traqueais Cartilagens do tipo hialina, envolvidas por pericôndrio. Músculo Liso Localizado na parede posterior, prende-se ao pericôndrio e une as porções abertas das peças cartilaginosas. Adventícia: Tecido Conjuntivo Frouxo Liga a traquéia aos órgãos adjacentes. Brônquio Extrapulmonar: Mucosa: Epitélio Respiratório Epitélio Simples Pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes Lâmina Própria Tecido Conjuntivo Frouxo muito vascularizado Submucosa: Tecido Conjuntivo Denso Não-modelado Rico em fibras elásticas Músculo Liso Arranjo helicoidal de dois feixes musculares lisos Glândulas Brônquicas Glândulas serosas, mucosas e mistas Cartilagem Hialina Tecido Linfóide Adventícia: Tecido Conjuntivo Frouxo VII. PULMÕES E PLEURA: 1. Pleura: Pleura Serosa que reveste a cavidade torácica e os pulmões. Pleura Visceral Reveste toda a superfície externa dos pulmões e a superfície interna das fissuras, e reflete-se no Hilo Pulmonar para formar a Pleura Parietal. Pleura Parietal Reveste internamente a cavidade pulmonar. É mais espessa que a visceral, e pode ser dividida em 4 partes. - Pleura Costal Cobre as superfícies internas da parede torácica. É contínua superiormente com a Cúpula da Pleura, e, inferiormente, reflete-se como Pleura Diafragmática. - Pleura Mediastinal Cobre as faces laterais do Mediastino. Continua-se anterior e posteriormente com a Pleura Costal. - Pleura Diafragmática Cobre a superfície superior ou torácica do diafragma. Em contato com a fáscia frenicopleural. - Cúpula da Pleura Estende-se através da abertura superior do Tórax, e entra na raiz do pescoço. Cavidade Pleural Espaço virtual entre as camadas da pleura. Contém um líquido pleural seroso, que lubrifica as superfícies pleurais, permitindo o deslizamento dos pulmões durante os movimentos respiratórios. Bainha Pleural Área de continuidade das lâminas parietal e visceral da pleura. Envolve a raiz do pulmão e suas estruturas. Ligamento Pulmonar Dupla camada pleural localizada inferiormente ao hilo pulmonar e imediatamente anterior ao esôfago. Linhas de Reflexão Pleural: As linhas de reflexão pleural são particularmente importantes porque delimitam as cavidades pleurais, e 20 determinam recessos pleurais. A partir da Cúpula da Pleura, onde os Sacos Pleurais estão mais afastados, as pleuras (D e E) descem e se aproximam ao nível do ângulo esternal. Continuam para baixo e passam a acompanhar a 7ª cartilagem costal, cruzam as 8ª, 9ª e 10ª costelas, e atingem seu ponto mais baixo na parte média da 11ª costela, seguindo para posterior quase que horizontalmente. Devido à presença da Incisura Cardíaca, a Pleura Esquerda afasta-se do Esterno precocemente, ao nível da 4ª Cartilagem Costal. Recessos Pleurais: Recessos Costodiafragmáticos Onde a pleura costal torna-se pleura diafragmática, estabelece-se um recesso pela reflexão pleural. É o maior dos recessos. Recessos Esternocostais Localizado posterior ao esterno, formado pela reflexão da pleura costal para tornar-se pleura mediastinal. Recessos Retroesofágicos Localizado posterior ao esôfago, formado pela reflexão da pleura costal para tornar-se pleura mediastinal. É o menor dos recessos. 2. Anatomia Externa dos Pulmões: Estrutura Pulmonar: Ápice Localizado acima da 1ª costela. 3 Faces Faces: Costal, Mediastinal, Diafragmática 3 Margens Margens: Anterior, Posterior, Inferior Pulmão Direito Possui 3 lobos (Superior, Médio e Inferior), individualizados pela presença de fissuras. Fissura Oblíqua Segue ínfero-anteriormente do 3º Espaço Intercostal (C3-C4) até o 6º Espaço Intercostal (C6-C7). Acompanha a 6ª Costela. Fissura Horizontal Começa na fissura oblíqua ao nível da linha axilar média, e cruza anteriormente o pulmão, acompanhando a 4ª Cartilagem Costal. Impressões da Face Mediastinal do PD: Área Esofágica Póstero-superiormente. Área Traqueal Anteriormente à Área Esofágica. Sulco p/ a Veia Braquiocefálica Direita Anteriormente à Área Traqueal, contínuo inferiormente com o Sulco para a Veia Cava Superior. Sulco p/ a Veia Cava Superior Inferiormente ao Sulco p/ a Veia Braquiocefálica Direita. Sulco p/ a 1ª Costela Anteriormente ao Sulco para a Veia Braquiocefálica Direita. Área do Timo e Tecido Adiposo Mediastinal Anteriormente ao Sulco para a Veia Cava Superior. Sulco p/ a Veia Ázigos Inferiormente às Áreas Esofágica e Traqueal. Sulco p/ o Esôfago Posteriormente ao Hilo e Ligamento Pulmonar. Sulco p/ a Veia Cava Inferior Inferiormente ao Hilo Pulmonar e anteriormente ao Ligamento Pulmonar. Impressão Cardíaca Ântero-inferiormente ao Hilo Pulmonar, no Lobo Médio e parte inferior do Lobo Superior. Pulmão Esquerdo Possui 2 lobos (Superior e Médio), individualizados pela presença de uma única fissura. Fissura Oblíqua Segue ínfero-anteriormente do 3º Espaço Intercostal (C3-C4) até o 6º Espaço Intercostal (C6-C7). Acompanha a 6ª Costela. Língula Processo pendente do Lobo Superior, análogo ao Lobo Médio do Pulmão Direito. Incisura Cardíaca Entalhe da margem anterior causado pelo desvio do ápice do coração para o lado esquerdo. Impressões da Face Mediastinal do PE: 21 Área da Traquéia e Esôfago Imediatamente inferior ao Ápice. Sulco p/ a Artéria Subclávia Anteriormente à Área da Traquéia e Esôfago. Sulco p/ a Veia Braquiocefálica Esquerda Anteriormente ao Sulco p/ a Artéria Subclávia. Sulco p/ a 1ª Costela Anteriormente ao Sulco p/ a Veia Braquiocefálica Esquerda. Sulco p/ o Arco da Aorta Inferiormente à Área da Traquéia e Esôfago e ao Sulco p/ a Artéria Subclávia. Contínuo posteriormente com o Sulco p/ a Aorta Descendente. Sulco p/ a Aorta Descendente Posteriormente ao Sulco p/ o Arco da Aorta e Hilo Pulmonar. Sulco p/ o Esôfago Anteriormente ao Sulco p/ a Aorta Descendente e posteriormente ao Ligamento Pulmonar. Área do Timo e Tecido Adiposo Mediastinal Anteriormente ao Sulco p/ o Arco da Aorta e superiormente à Impressão Cardíaca. Impressão Cardíaca Inferiormente à Área do Timo e Tecido Adiposo Mediastinal e anteriormente ao Hilo e Ligamento Pulmonar. Raízes dos Pulmões: Conjunto de estruturas que entram nos pulmões através do Hilo Pulmonar. Brônquios Principais (Primários) Localizam-se mais posteriormente. Sempre acompanhados pelos Vasos Brônquicos. Artérias Pulmonares - Direita Localizada entre a Veia Pulmonar Superior (anteriormente) e o Brônquio Principal (posteriormente). - Esquerda Localizada superiormente à Veia Pulmonar Superior. Veias Pulmonares - Superiores Localizam-se sempre anteriormente. - Inferiores Localizam-se sempre inferiormente, entre os folhetos do Ligamento Pulmonar. Plexos Pulmonares de Nervos Extensões dos Plexos Cardíacos, compostos por fibras aferentes simpáticas, parassimpáticas e viscerais. Vasos Linfáticos e Linfonodos Linfonodos Broncopulmonares (Hilares) Vasos Brônquicos Ramos da Aorta Torácica, e tributárias do Sistema Ázigo. 3. Vascularização dos Brônquios, Pulmões e Pleura: Artérias Brônquicas Irrigam os brônquios, os tecidos de sustentação dos pulmões e a pleura visceral. Direita Origina-se mais comumente da 3ª Artéria Intercostal Posterior, ou diretamenteda Aorta Torácica. Esquerda(s) Originam-se da Aorta, normalmente como um par. Veias Brônquicas Drenam parte do sangue levado aos pulmões pelas Artérias Brônquicas. Direita Drena para a Veia Ázigo. Esquerda Drena para a Veia Hemiázigo Acessória. Artérias Pulmonares Originam-se do Tronco Pulmonar ao nível do ângulo esternal e conduzem sangue pouco oxigenado aos pulmões para oxigenação. Dividem-se em artérias lobares e segmentares, acompanhando o padrão de divisão dos segmentos broncopulmonares. Veias Pulmonares Levam sangue oxigenado dos pulmões para o átrio esquerdo do coração. Dividem-se em veias intra-segmentares, que seguem o padrão de divisão dos Segmentos broncopulmonares, e veias inter- 22 segmentares, que drenam segmentos adjacentes. Plexo Linfático Superficial (Subpleural) Drena a Pleura Visceral e o parênquima pulmonar. Situa-se profundamente à Pleura Visceral. Os vasos linfáticos drenam para os linfonodos broncopulmonares no Hilo do Pulmão. Plexo Linfático Profundo Situa-se na submucosa dos brônquios e no tecido conjuntivo peribrônquico. Drena as estruturas da raiz dos pulmões, para os linfonodos intrapulmonares. Linfonodos Intrapulmonares o Localizados no parênquima pulmonar. Linfonodos Broncopulmonares (Hilares) o Localizados no Hilo Pulmonar. Linfonodos Traqueobrônquicos Superiores o Localizados superiormente à Carina. Linfonodos Traqueobrônquicos Inferiores o Localizados inferiormente à Carina. Linfonodos Paratraqueais o Localizados proximalmente de cada lado da Traquéia. 4. Inervação dos Brônquios, Pulmões e Pleura: Inervação Simpática: Tronco Simpático Gânglios Simpáticos Paravertebrais Gânglios simpáticos do Tronco Simpático que emitem fibras para inervação simpática dos pulmões. Efeitos: Broncodilatação; Vasoconstricção; Inibição das Glândulas Alveolares da Árvore Brônquica Inervação Parassimpática: Nervo Vago (NC X) Efeitos: Broncoconstricção; Vasodilatação; Estimulação das Glândulas Alveolares da Árvore Brônquica Inervação da Pleura Visceral: Nervos Autônomos dos Pulmões. Não possui inervação para a dor. Inervação da Pleura Parietal: Pleura Costal e Parte Periférica da Pleura Diafragmática Nervos Intercostais Pleura Mediastinal e Parte Central da Pleura Diafragmática Nervos Frênicos (C3-C4) 5. Anatomia Interna dos Pulmões: Segmentos Broncopulmonares Segmentos piramidais do pulmão, separados dos segmentos adjacentes por septos de tecido conjuntivo. São supridos independentemente por um brônquio segmentar, um ramo terciário da Artéria Pulmonar, e drenados por uma veia intra- segmentar, tributária de uma Veia Pulmonar. Linfonodos Paratraqueais Linfonodos Traqueobrônquicos (Superiores e Inferiores) Linfonodos Broncopulmonares Plexo Linfático Superficial Linfonodos Intrapulmonares Plexo Linfático Profundo 23 Árvore Brônquica: Acompanha a divisão segmentar dos pulmões. Brônquio Principal Direito É mais calibroso, mais curto e mais vertical que o brônquio principal esquerdo. Brônquio Lobar Superior Brônquio Secundário para o Lobo Superior do Pulmão Direito. - Brônquio Segmentar Apical (1) Brônquio Terciário para o Segmento Apical do Lobo Superior do Pulmão Direito. - Brônquio Segmentar Posterior (2) Brônquio Terciário para o Segmento Posterior do Lobo Superior do Pulmão Direito. - Brônquio Segmentar Anterior (3) Brônquio Terciário para o Segmento Anterior do Lobo Superior do Pulmão Direito. Brônquio Lobar Médio Brônquio Secundário para o Lobo Médio do Pulmão Direito. Geralmente sai de um Brônquio Intermédio. - Brônquio Segmentar Lateral (4) Brônquio Terciário para o Segmento Lateral do Lobo Médio do Pulmão Direito. - Brônquio Segmentar Medial (5) Brônquio Terciário para o Segmento Medial do Lobo Médio do Pulmão Direito. Brônquio Lobar Inferior Brônquio Secundário para o Lobo Inferior do Pulmão Direito. Geralmente sai de um Brônquio Intermédio. - Brônquio Segmentar Superior (6) Brônquio Terciário para o Segmento Superior do Lobo Inferior do Pulmão Direito. - Brônquio Segmentar Basilar Medial (7) Brônquio Terciário para o Segmento Basilar Medial do Lobo Inferior do Pulmão Direito. - Brônquio Segmentar Basilar Anterior (8) Brônquio Terciário para o Segmento Basilar Anterior do Lobo Inferior do Pulmão Direito. - Brônquio Segmentar Basilar Lateral (9) Brônquio Terciário para o Segmento Basilar Lateral do Lobo Inferior do Pulmão Direito. - Brônquio Segmentar Basilar Posterior (10) Brônquio Terciário para o Segmento Basilar Posterior do Lobo Inferior do Pulmão Direito. Brônquio Principal Esquerdo É menos calibroso, mais longo e mais horizontal que o brônquio principal direito. Brônquio Lobar Superior Brônquio Secundário para o Lobo Superior do Pulmão Esquerdo. - Divisão Superior Divisão Superior do Brônquio Lobar Superior, para o Lobo Superior Propriamente Dito. - Brônquio Segmentar Ápico-Posterior (1-2) Brônquio Terciário para os Segmentos Apical e Posterior do Lobo Superior do Pulmão Esquerdo. - Brônquio Segmentar Anterior (3) Brônquio Terciário para o Segmento Anterior do Lobo Superior do Pulmão Esquerdo. - Divisão Inferior (Brônquio Lingular) Divisão Inferior do Brônquio Lobar Superior, para a Língula do Lobo Superior. - Brônquio Lingular Superior (4) Brônquio Terciário para o Segmento Lingular Superior do Lobo Superior do Pulmão Esquerdo. - Brônquio Lingular Inferior (5) Brônquio Terciário para o Segmento Lingular Inferior do Lobo Superior do Pulmão Esquerdo. Brônquio Lobar Inferior Brônquio Secundário para o Lobo Inferior do Pulmão Esquerdo. - Brônquio Segmentar Superior (6) Brônquio Terciário para o Segmento Superior do Lobo Inferior do Pulmão Esquerdo. - Brônquio Segmentar Basilar Medial (7) Brônquio Terciário para o Segmento Basilar Medial do Lobo Inferior do Pulmão Esquerdo. - Brônquio Segmentar Basilar Anterior (8) Brônquio Terciário para o Segmento Basilar Anterior do Lobo Inferior do Pulmão Esquerdo. 24 - Brônquio Segmentar Basilar Lateral (9) Brônquio Terciário para o Segmento Basilar Lateral do Lobo Inferior do Pulmão Esquerdo. - Brônquio Segmentar Basilar Posterior (10) Brônquio Terciário para o Segmento Basilar Posterior do Lobo Inferior do Pulmão Esquerdo. Obs.: Usualmente os Brônquios Segmentares Basilares Medial e Anterior estão juntos em um único brônquio, chamado Brônquio Segmentar Basilar Ântero-medial (7-8). Hierarquia: Brônquio Principal Brônquio Lobar Brônquio Segmentar Brônquios Menores (+10 gerações) Bronquíolo Bronquíolos Menores (+3 gerações) Bronquíolo Terminal Bronquíolo Respiratório Ductos Alveolares Sacos Alveolares Alvéolos Padrão Segmentar Arterial: Segue a divisão dos brônquios, mas os ramos mais periféricos tendem a invadir segmentos vizinhos. Padrão Segmentar Venoso: A Veia Pulmonar de cada segmento possui duas tributárias. Veia Intra-segmentar Drena um único segmento. Veia Inter-segmentar Drena segmentos adjacentes. Obs.: A Veia Pulmonar Superior drena os Lobos Superior e Médio (Lingular do lado esquerdo), enquanto a Veia Pulmonar Inferior drena o Lobo Inferior. 6. Anatomia Microscópica dos Pulmões e Árvore Brônquica: Brônquio Intrapulmonar: Mucosa: Epitélio Respiratório Epitélio Simples Pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes Lâmina Própria Tecido Conjuntivo Frouxo muito vascularizado Submucosa: Tecido Conjuntivo Denso Não-modelado Ricoem fibras elásticas; Glândulas Brônquicas; Tecido Linfóide Músculo Liso Circunscreve toda a luz Cartilagem Hialina Revestimento Externo: Tecido Pulmonar Circunda externamente os bronquíolos Bronquíolo Propriamente Dito: Apresentam luz estrelada e não apresentam cartilagem Epitélio Simples Cilíndrico ou Cúbico Alto Presença de Células Clara Lâmina Própria Bem fina Músculo Liso Bem desenvolvida, circunscreve toda a luz Tecido Pulmonar Circunda externamente os bronquíolos Bronquíolo Terminal: Porção terminal do tecido de condução. Não apresenta camada contínua de células musculares lisas. Epitélio Simples Cúbico Presença de Células Clara Lâmina Própria Bem fina Músculo Liso Descontínuo Bronquíolo Respiratório: Início da Porção Respiratória. Os alvéolos abrem-se de suas paredes. Abre-se em ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos. Epitélio Simples Cúbico Lâmina Própria Músculo Liso 25 VIII. CORAÇÃO E GRANDES VASOS: 1. Pericárdio: Pericárdio: Membrana fibrosserosa que cobre o coração e o início de seus grandes vasos Pericárdio Fibroso Camada Externa, resistente e inelástica. Composta por tecido conjuntivo denso fibroso. Contínuo superiormente com a camada adventícia dos grandes vasos e com a lâmina pré-traqueal da fáscia cervical. E inferiormente com o Tendão Central do Diafragma - Lig. Pericardicofrênico Local de continuidade entre o Pericárdio Fibroso e o Tendão Central do Diafragma - Ligs. Esternopericárdicos Fixam o Pericárdio ao Esterno Pericárdio Seroso Reveste internamente o Pericárdio Fibroso (lâmina parietal) e externamente o coração (lâmina visceral = epicárdio) - Cavidade Pericárdica Espaço virtual localizado entre as camadas opostas das lâminas parietal e visceral do Pericárdio Seroso Seio Transverso do Pericárdio Situa-se entre dois grupos de vasos. O pericárdio reflete-se ao seu redor. - Anteriormente Aorta e Tronco Pulmonar - Posteriormente Veia Cava Superior - Inferiormente Átrios Cardíacos Seio Oblíquo do Pericárdio Formado pela reflexão pericárdica que circunda as grandes veias. Recesso semelhante a uma bolsa. - Anteriormente Face Posterior do Coração - Posteriormente Pericárdio sobrejacente ao esôfago - Lateralmente Reflexões pericárdicas que circundam as Vv. Pulmonares e a Veia Cava Inferior Vascularização do Pericárdio: Artéria Pericardicofrênica Ramo da A. Torácica Interna que acompanha freqüentemente o Nervo Frênico Artéria Musculofrênica Ramo Terminal da A. Torácica Interna Artéria Brônquica Ramo da Aorta Torácica Artéria Esofágica Ramo da Aorta Torácica Artéria Frênica Superior Ramo da Aorta Torácica Artérias Coronárias Vascularizam a lâmina visceral do Pericárdio Seroso Vv. Pericardicofrênicas Tributárias das Vv. Braquiocefálicas ou Torácicas Internas Tributárias do Sistema Ázigo Inervação do Pericárdio: Nervos Frênicos (C3-C5) Inervam o Pericárdio Fibroso, pois o Seroso não possui inervação sensitiva Nervos Vagos (NC X) Função desconhecida Troncos Simpáticos Vasomotores EMBRIOLOGIA: Os Seios do pericárdio formam-se durante o desenvolvimento do coração em conseqüência do pregueamento do tubo cardíaco primordial. Quando o tubo cardíaco se dobra, sua extremidade venosa move-se póstero- superiormente de forma que a extremidade venosa do tubo situa-se adjacente à extremidade arterial, separada apenas pelo “Seio Transverso do Pericárdio”. À medida que as veias do coração se desenvolvem e se expandem, uma reflexão pericárdica que as circunda forma o “Seio Oblíquo do Pericárdio”. 26 2. Anatomia Estrutural do Coração: HISTOLOGIA: Sua parede é formada por 3 camadas: Endocárdio – Constituído por endotélio, que repousa sobre uma “camada subendotelial” delgada de tecido conjuntivo frouxo que contém fibras elásticas e colágenas, e algumas células musculares lisas. Camada Subendocardial – camada de tecido conjuntivo que conecta o miocárdio à camada subendotelial. Contém veias, nervos e ramos do sistema de condução do impulso do coração (fibras de Purkinje). Miocárdio – Camada intermediária formada por células musculares cardíacas, organizadas em camadas que envolvem as câmaras do coração como uma espiral complexa. Epicárdio – Epitélio pavimentoso simples (mesotélio) que se apóia em uma fina camada de tecido conjuntivo. Camada Subepicardial – Camada de tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo que contém veias, nervos e gânglios nervosos. Esqueleto Fibroso do Coração – Estrutura de tecido conjuntivo denso, que serve de fixação para as fibras musculares cardíacas. Rico em fibras colágenas. o Impede a distensão excessiva das valvas por um aumento do volume sangüíneo bombeado. o Oferece fixação para as válvulas e para o miocárdio. o Forma um “isolante” elétrico, permitindo a contração independente de átrios e ventrículos. Fornecendo passagem para a parte inicial do Feixe atrioventricular (Feixe de His). Anéis Fibrosos (4) Circundam os óstios das valvas. - Tendão do Cone Liga os Anéis Fibrosos Pulmonar e Aórtico Trígonos Fibrosos (2) Conexões entre os anéis fibrosos. Septo Atrioventricular Membranáceo Septo Interatrial Membranáceo Septo Interventricular Membranáceo Posição do Coração – 1/3 à direita e 2/3 à esquerda do Plano Mediano. o Ápice – Ventrículo Esquerdo, ao nível do 5º espaço intercostal, a 9 cm do plano mediano. o Base – Principalmente o Átrio Esquerdo, com uma menor contribuição do Átrio Direito. Faces: Face Esternocostal (Anterior) Ventrículo Direito. Face Diafragmática (Inferior) Ventrículo Esquerdo, estando relacionado com o “Tendão Central do Diafragma”. Face Pulmonar Esquerda Ventrículo Esquerdo. Face Pulmonar Direita Átrio Direito. Seio Transverso do Pericárdio Seio Oblíquo do Pericárdio 27 Margens: Margem Direita Átrio Direito; ligeiramente convexa. Margem Inferior Ventrículo Direito. Margem Esquerda Ventrículo Esquerdo e pequena parte da Aurícula Esquerda. Margem Superior Átrios e Aurículas Direitos e Esquerdos. 3. Anatomia das Câmaras Cardíacas: Câmaras Cardíacas: Externamente, os átrios são demarcados dos ventrículos pelo “Sulco Coronário” ou “Atrioventricular”, e os Ventrículos Direito e Esquerdo são separados pelos “Sulcos Interventriculares Anterior e Posterior”. Átrio Direito Recebe Sangue venoso das Vv. Cava Superior e Inferior e do Seio Coronário. Aurícula Direita Bolsa muscular em forma de orelha que se projeta do Átrio Direito como uma câmara adicional. Parede Posterior Lisa; onde se abrem as Vv. Cavas. Parede Anterior Rugosa; formada pelos Mm. Pectíneos. Sulco Terminal Separa externamente as paredes do Átrio Direito. Crista Terminal Separa internamente as paredes do Átrio Direito. Seio das Vv. Cavas Onde desembocam as Vv. Cavas e o Seio Coronário. - Válvula da VCS - Válvula da VCI - Válvula do Seio Coronário - Tubérculo Intervenoso Eminência lisa localizada na parede posterior, entre as duas aberturas cavais. Septo Interatrial Septo que separa os átrios. - Fossa Oval Depressão oval remanescente do fechamento do Forame Oval e sua valva no feto. - Limbo da Fossa Oval Espessamento que circunda a Fossa Oval. EMBRIOLOGIA: O Átrio Direito adulto é o resultado da fusão da Aurícula Direita (átrio primordial) com o Seio Venoso embrionário. O Seio Venoso forma também o Seio Coronário. Sua fusão com a aurícula é indicada internamente pela Crista Terminal e externamente pelo Sulco Terminal. Isso explica adiferença das paredes anterior e posterior do Átrio Direito, sendo a Parede Posterior lisa, de origem no Seio Venoso, e a Parede Anterior rugosa, de origem na Aurícula Direita. EMBRIOLOGIA: Tubérculo Intervenoso Durante o período fetal, ajuda na separação das duas correntes de sangue que entram no átrio direito pelas duas veias cavas. O tubérculo pode dirigir a corrente da veia cava superior principalmente para o ventrículo direito e a corrente da veia cava inferior, principalmente para o átrio esquerdo, através do forame oval. Ventrículo Direito Possui estrutura em “V”. Comunica-se com o Átrio Direito a partir da Valva Tricúspide (Valva Atrioventricular Direita). Afila-se superiormente em um “Cone Arterial” (Infundíbulo), que conduz ao Tronco Pulmonar. Septo Interventricular Septo que separa os ventrículos. É formado por uma parte muscular e uma parte membranácea. Trabéculas Cárneas Elevações musculares irregulares da superfície interna do Ventrículo Direito. Formadas por Mm. Pectíneos. Crista Supraventricular Separa a parte de influxo de sangue (rugosa e muscular) do Cone Arterial (parte de saída). Mm. Papilares (3) Projeções musculares cônicas com bases fixadas à parede ventricular. Cada músculo papilar liga-se a duas válvulas da valva tricúspide. - Anterior 28 - Posterior - Septal Cordas Tendíneas Ligam os Mm. Papilares às válvulas da Valva Tricúspide. Trabécula Septomarginal Trabécula cárnea que se eleva como uma fita, formando uma ponte entre o Septo Interventricular e a parede anterior, permitindo a passagem do Feixe atrioventricular. - Banda Septal - Banda Moderadora Obs.: A contração dos Mm. Papilares tensiona as cordas tendíneas e aproxima as válvulas, impedindo sua separação ou inversão quando a pressão ventricular aumenta durante a sístole, evitando, assim, o fluxo retrógrado de sangue para o Átrio. EMBRIOLOGIA: O Septo Interventricular Membranáceo desenvolve-se independentemente da parte muscular, e, por ter origem embrionária complexa, é o local mais comum de ocorrência de comunicações interventriculares. Átrio Esquerdo Recebe sangue oxigenado a partir de quatro veias pulmonares. Aurícula Esquerda Bolsa muscular em forma de orelha que corresponde ao átrio esquerdo primordial. Projeta-se sobre a raiz do tronco pulmonar. Parede Posterior Lisa; recebe as Vv. Pulmonares. Parede Anterior Rugosa; formada pelos Mm. Pectíneos. Septo Interatrial Septo que separa os átrios. - Válvula do Forame Oval Formada embriologicamente pela parte caudal do Septum Primum EMBRIOLOGIA: No embrião, uma Veia Pulmonar Comum funde-se com a Aurícula Esquerda, formando o Átrio Esquerdo. Sendo a parede posterior formada pela veia, e a parede anterior pela aurícula. A Veia Pulmonar Comum possui quatro tributárias que, no adulto, são as Veias Pulmonares. Ventrículo Esquerdo Recebe o sangue oxigenado vindo a partir do Átrio Esquerdo e passando pela Valva Mitral (Atrioventricular Esquerda ou Bicúspide). Trabéculas Cárneas Mais finas e mais numerosas que as do Ventrículo Direito. Vestíbulo da Aorta Saída do Ventrículo Esquerdo para o óstio da Aorta. Possui uma parede lisa não-muscular. Mm. Papilares (2) Cada músculo papilar liga-se às duas válvulas da valva mitral. - Anterior - Posterior Cordas Tendíneas Ligam os Mm. Papilares às válvulas da Valva Mitral. Obs.: As paredes do Ventrículo Esquerdo são de duas a três vezes mais espessas do que as paredes do Ventrículo Direito. Valvas Semilunares (Aórtica e Pulmonar): o Possuem cada uma três válvulas, todas de mesma origem embrionária. o Não apresentam cordas tendíneas. o As válvulas projetam-se para a artéria, mas são pressionadas em direção (e não contra) às suas paredes, quando o sangue deixa o ventrículo. Após o relaxamento do ventrículo (diástole), a retração elástica da parede do Tronco Pulmonar ou da Aorta força o sangue de volta para o Ventrículo. Entretanto, as válvulas se abrem como bolsas enquanto recebem o fluxo sangüíneo invertido, unindo-se para fechar completamente o óstio. o Atrás das válvulas, encontram-se espaços que se enchem de sangue, principalmente, na diástole ventricular. Estes espaços são chamados seios, Seios de Valsalva. O Seio da Aorta direito é o local de abertura da Artéria Coronária direita, e o Seio da Aorta Esquerdo é o local de abertura da Artéria Coronária Esquerda, e nenhuma artéria origina-se do Seio da Aorta Posterior (Seio Não-coronário). Estrutura das Valvas Semilunares: 29 Lúnula Borda superior da Válvula Nódulo Espessamento Central da Lúnula da Válvula EMBRIOLOGIA: O Canal Arterial (Tronco Arterioso) é um vaso embrionário que vai dar origem à Artéria Aorta e ao Tronco Pulmonar. O Canal Arterial possui quatro válvulas. A partir de sua divisão, forma dois vasos com três válvulas cada um. 4. Condução Elétrica Cardíaca: O Sistema de condução elétrica cardíaco é composto de dois centros: Nó Sinoatrial (Sinusal) – Marcapasso cardíaco. Está localizado logo abaixo do epicárdio, na junção da Veia Cava Superior com o Átrio Direito, perto da extremidade superior do sulco terminal. Produz um impulso de cerca de 70 vezes por minuto na maioria das pessoas. Esse sinal propaga-se miogenicamente para ambos os átrios. Nó Atrioventricular (AV) – Está localizado na região póstero-inferior do Septo Interatrial, perto da abertura do Seio Coronário. Recebe os estímulos provenientes do Nó Sinoatrial propagado pelo músculo cardíaco (condução miogênica), e distribui-os para os ventrículos através do fascículo AV. Fascículo Atrioventricular – Segue pelo Septo Interventricular e ramifica-se na junção das partes membranácea e muscular do septo. - Ramo Direito – Passa por dentro da Trabécula Septomarginal. - Ramo Esquerdo Esses ramos dividem-se, profundamente ao Endocárdio, em ramos subendocárdicos (Fibras de Purkinje), que se estendem até as paredes ventriculares. Todo o sistema de condução possui capacidade de autodespolarização, mas, como o Nó Sinoatrial despolariza-se com maior freqüência, este determina o ritmo cardíaco. Em caso de falência do Nó Sinoatrial, o Nó Atrioventricular passa a determinar a freqüência cardíaca. Como se despolariza em uma freqüência mais baixa, o ritmo torna-se bradicárdico, mas, ainda assim, compatível com a vida. HISTOLOGIA: o As células do sistema gerador e condutor do impulso cardíaco estão funcionalmente conectadas através de junções comunicantes (GAP Junctions). As células dos Nós SA e AV são fusiformes, menores que as células musculares atriais, e possuem menor quantidade de miofibrilas. o Fibras de Purkinje – Possuem um ou dois núcleos centrais e citoplasma rico em mitocôndrias e glicogênio. As miofibrilas são escassas e restritas à periferia das células. 5. Inervação do Coração: Plexo Cardíaco – Composto por fibras simpáticas (Ramos Cardíacos do Tronco Simpático) e parassimpáticas (Ramos Cardíacos do Nervo Vago). Estimulação Simpática – Aumenta a freqüência e a força dos batimentos. Estimulação Parassimpática – Diminui a freqüência e a força dos batimentos. Plexos Coronários Formados a partir do Plexo Cardíaco. OS nervos são distribuídos juntos Seios de Valsalva 30 com os vasos coronários. EMBRIOLOGIA: A origem alta dos nervos cardíacos mais importantes lembra o local onde o coração se desenvolve (ao nível dos segmentos cervicais) e recebe seu primeiro suprimento nervoso. 6. Vascularização do Coração: Artéria Coronária Direita Origina-se do Seio da Aorta Direito e passa para o lado direito entre o Tronco Pulmonar a Aurícula Direita, seguindo no Sulco Coronário para o dorso do Coração. Ramos Recorrentespara a Aorta Vasa Vasorum Ramo do Nó Sinoatrial Circunda o óstio da Veia Cava Superior e penetra no Nó Sinoatrial Ramo(s) Conal (is) (A. Conal) Para o Cone Arterial (entrada do Tronco Pulmonar). Anastomosa-se com o Ramo Conal da ACE Ramo(s) Ventricular (es) Direito(s) Ramo Marginal Direito Segue pela Margem Direita do Coração Ramo Atrial Direito Ramo do Nó Atrioventricular Ramo Interventricular Posterior (A. Descendente Posterior) Segue pelo Sulco Interventricular Posterior - Ramo Póstero-Lateral Direito - Ramos Interventriculares Septais Ramos perfurantes que suprem o terço posterior do Septo Interventricular Artéria Coronária Esquerda Origina-se do Seio da Aorta esquerdo, segue entre a Aurícula Esquerda e o lado Esquerdo do Tronco Pulmonar, seguindo pelo Sulco Coronário. Ramo Interventricular Anterior (A. Descendente Anterior) Segue pelo Sulco Interventricular Anterior - Ramos Diagonais (Laterais) - A. Diagonallis Quando existe, sai da bifurcação da A. Coronária Esquerda. Tem grande expressão e importância clínica. - Ramos Interventriculares Septais Ramos perfurantes para o Septo Interventricular que suprem os dois terços anteriores do septo. - Ramo Conal Anastomosa-se com A. Conal (ramo da ACD) Ramo Circunflexo Segue pelo Sulco Coronário - Ramo Marginal Esquerdo - Ramo Atrial Esquerdo - Ramo Posterior do Ventrículo Esquerdo (Póstero-lateral Esquerdo) - Ramo Atrioventricular Parte terminal da artéria Variações Anatômicas: Origem do Ramo do Nó Sinoatrial – 60% dos casos da ACD / 40% dos casos da ACE Origem do Ramo Interventricular Posterior – 67% dos casos da ACD / 33% dos casos da ACE Dominância Coronária: O domínio do sistema arterial coronário é definido pela artéria que dá origem ao Ramo Interventricular Posterior (A. Descendente Posterior). A Co-dominância é encontrada quando ambas as artérias coronárias emitem ramos interventriculares posteriores. Anastomoses: Ramo Conal da ACD X Ramo Conal da ACE – Anastomose no Cone Arterial A. Coronária Direita X Ramo Circunflexo da ACE – Anastomose no Seio Coronário (no Cruz Cordis) 31 A. Interventricular Posterior (ACD) X A. Interventricular Anterior (ACE) – Anastomose no Septo Interventricular Correlação da Anatomia com Síndromes Isquêmicas: A. Coronária Esquerda – Supre a maior parte do Ventrículo Esquerdo, Átrio Esquerdo, Septo Interventricular e Feixe Atrioventricular. Choque (disfunção do VE) Arritmias ventriculares Bloqueios AV e de ramo - Ramo Circunflexo e Marginal Esquerdo Disfunção do VE, menor incidência de arritmias - Ramo Interventricular Anterior Alta freqüência de arritmias e bloqueio de ramo A. Coronária Direita – Supre o Ventrículo Direito, parte posterior do Ventrículo Esquerdo e Septo Interventricular, Átrio Direito, Septo Interatrial e os Nós SA e AV. Choque (alterações da pequena circulação disfunção do VD) Arritmias supraventriculares - Ramo Interventricular Posterior Disfunção do VD Seio Coronário Principal veia do coração. Segue pelo Sulco Coronário (Sulco Atrioventricular) da esquerda para a direita, e desemboca no átrio direito. - Tributárias: Veia Oblíqua do Átrio Esquerdo Desce sobre a parede posterior do Átrio Esquerdo e funde-se à Veia Cardíaca Magna Veia Cardíaca Magna Formada pela união da V. Interventricular Anterior, que acompanha a artéria homônima, com a V. Marginal Esquerda, que também acompanha uma artéria homônima, no “Trígono de Mouchet”. Acompanha o Ramo Circunflexo da Artéria Coronária Esquerda Veia Cardíaca Parva Acompanha a Artéria Coronária Direita. Recebe como tributárias algumas veias atriais e ventriculares, e a Veia Marginal Direita. Veia Cardíaca Média (Veia Interventricular Posterior) Acompanha a Artéria Interventricular Posterior Veia(s) Posterior(es) do Ventrículo Esquerdo Trígono de Mouchet: Formado pelas Artérias Circunflexa e Interventricular Anterior e a Veia Cardíaca Magna. Veia Interventricular Anterior Veia Cardíaca Magna Seio Coronário Veia Marginal Esquerda Veia Oblíqua do Átrio Esquerdo Veias Anteriores do Ventrículo Direito Drenam diretamente para o Átrio Direito. Não possuem válvulas. Veias Cardíacas Mínimas Pequenos vasos que começam nos leitos capilares do miocárdio e se abrem diretamente nas câmaras do coração. São comunicações diretas que não necessariamente carreiam sangue venoso. Não possuem válvulas, o que permite o fluxo em ambos os sentidos. EMBRIOLOGIA: Veia Oblíqua do Átrio Esquerdo – É o remanescente embrionário da Veia Cardinal Comum Esquerda (Veia Cava Superior Esquerda embrionária). 32 Drenagem Linfática: Linfáticos Subendocárdicos Linfáticos Intra-miocárdicos Linfáticos Subepicárdicos Conjunto esquerdo - Linfonodos Subcarinais (Traqueobrônquicos Inferiores) Conjunto direito - Linfonodos Mediastinais Anteriores Direitos 7. Grandes Vasos: Veia Braquiocefálica Direita Veia Cava Superior Átrio Direito Veia Braquiocefálica Esquerda Veia Cava Inferior Sistema Venoso Ázigo Drena as paredes do dorso e tóraco-abdominais, bem como as vísceras mediastinais. Apresenta grande variação anatômica. Veia Ázigo Via colateral entre as Vv. Cavas Superior e Inferior. Drena o lado direito, recebendo as Vv. Intercostais Posteriores Direitas, Vv. Mediastinais e Viscerais. Veia Hemiázigo Tributária da Veia Ázigo, que tem metade do comprimento da V. Ázigo, e drena o lado esquerdo. Veia Hemiázigo Acessória Ajuda na drenagem do lado esquerdo, recebendo as Vv. Intercostais Posteriores Direitas (T5-T8). Aorta Origina-se da porção superior do Ventrículo Esquerdo, direita e posterior ao Tronco Pulmonar. Trígono de Mouchet 33 Aorta Ascendente Começa no óstio da Aorta. É intrapericárdica e seus únicos ramos são as Artérias Coronárias. - A. Coronária Direita Nasce no Seio da Válvula Aórtica Direita - A. Coronária Esquerda Nasce no Seio da Válvula Aórtica Esquerda Arco da Aorta Começa posterior à 2ª articulação esternocostal direita, curva-se superior e posteriormente para a esquerda, e depois inferiormente. - Tronco Braquiocefálico - A. Carótida Comum (E) - A. Subclávia (E) Obs.: Nervo Laríngeo Recorrente Esquerdo – Ramo do N. Vago (E) que envolve o Arco da Aorta. Aorta Torácica Começa no lado esquerdo da vértebra T4 e desce no Mediastino Posterior no lado esquerdo das vértebras T5-T12. Situa-se posterior à raiz do pulmão esquerdo, pericárdio e esôfago, terminando no Hiato Aórtico. - Aa. Intercostais Posteriores Ramos Parietais - Aa. Frênicas Superiores - Ramos Traqueobrônquicos Ramos Viscerais - Ramos Esofágicos - Ramos Pericárdicos - Ramos Tímicos Tronco Pulmonar A. Pulmonar Direita A. Pulmonar Esquerda
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