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COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL AULA 5 Prof. Adriane Werner e Achiles Jr. CONVERSA INICIAL Olá, caro aluno! Preparado para nossa quinta aula? Você já deve saber que planejar é uma das tarefas mais importantes para o administrador moderno. Então, nesta aula abordaremos a importância de um bom planejamento também das ações de comunicação organizacional. Planejar a comunicação é ter em mente o que se pretende com as ações comunicacionais. Para isso, é importante conhecer a fundo o público-alvo a ser impactado pelas ações, bem como os meios disponíveis para a difusão das mensagens, a linguagem adequada para se aproximar desse público e a melhor forma de se construir o conteúdo a ser transmitido. Vamos tratar aqui de como fazer um bom plano de comunicação, que aborde itens como a compreensão da estratégia do negócio, o comportamento do público e da concorrência, o diagnóstico dos canais de comunicação e marketing possíveis para a divulgação, a definição de objetivos e estratégias com a campanha de comunicação, a montagem do plano de ação propriamente dito, a definição dos indicadores de resultados, a elaboração do orçamento e a criação do cronograma de execução das tarefas previstas. O planejamento é importante por implantar uma metodologia que torne mais fácil alcançar os objetivos. Seguir esse passo-a-passo é fundamental para que a organização cumpra uma a uma as metas a que se propõe. É o planejamento que demonstra como está o cenário em que a organização está inserida, bem como o traçado do comportamento do seu público- alvo, as metas a serem alcançadas e os maiores objetivos da instituição. O planejamento deve ser estratégico, no sentido em que deve traçar as ações de acordo com a realidade percebida. É por isso que se fala tano sobre a importância da flexibilidade em um planejamento: ele é um norte, mas não um caminho inflexível. Para se alcançar esse norte, é importante reavaliar constantemente as eventuais mudanças no cenário, especialmente porque o mundo atual é muito dinâmico e as coisas mudam a todo momento. Trataremos, ainda, sobre o perfil ideal do profissional de gestão e comunicação, que deve sempre ter em mente seus objetivos principais e a consciência de que muitas vezes poderá ser obrigado a corrigir os rumos do plano, sem perder de vista onde se quer chegar. O planejador é o profissional flexível o suficiente para fazer as adaptações necessárias, mas rígido o suficiente para que a equipe não se perca na execução das tarefas. Abordaremos, também, pontos fundamentais para a comunicação escrita nas organizações, posto que a documentação de protocolos, ações, normas e determinações é importante para a comunicação formal e para se documentar os procedimentos da organização. De um modo geral, trataremos, entre outros tópicos, de dicas práticas para a redação técnica, sem perder de vista que as mudanças do mundo contemporâneo já chegaram também à chamada “redação comercial”. Hoje em dia aquelas tradicionais correspondências que começavam com expressões vazias como “venho por meio desta”, e que eram concluídas com expressões do mesmo estilo, estão em desuso, mas, na intenção de promover aproximação entre os interlocutores, é importante manter-se um padrão formal, que siga o mínimo de estilo para que não se torne solta a ponto de não se ter um referencial. A chamada “carta comercial” deve seguir a uma estrutura que contenha local e data, destinatário, vocativo, assunto, despedida e assinatura. Na linguagem, deve se buscar a correção, a clareza e a coesão. Por fim, abordaremos mais especificamente a chamada Estilística da Correspondência Administrativa, em que, além de coesão e clareza, falaremos da importância da atenção às normas cultas da Língua Portuguesa, bem como da impessoalidade, da busca pela objetividade e de como se evitar duplas interpretações, além de salientarmos a necessidade de se evitar regionalismos. Tais observações são importantes para que as correspondências administrativas, tanto de cunho interno quanto as que se destinam ao público externo da organização, sejam interpretadas da maneira correta, sem confusões, contradições ou dubiedades na interação entre os interlocutores. Uma comunicação clara, concisa, coesa e objetiva certamente promove os melhores resultados. Confira uma explicação geral sobre os conteúdos desta aula acessando o material on-line! CONTEXTUALIZANDO Considere a seguinte situação: um homem é demitido de seu emprego e, com o dinheiro da rescisão, decide abrir um negócio. Há tempos, ele ouviu dizer que uma das áreas mais promissoras é a de alimentação. Decide, então, montar um restaurante. Perto de sua casa há um imóvel vazio que está para alugar e ele considera que aquele pode ser um bom ponto para o empreendimento. Então, ele monta uma cozinha industrial, com a ajuda de uma vizinha que cozinhava para fora, compra um freezer e uma grande geladeira para as bebidas, mede o espaço e compra mesas e cadeiras, manda fazer um letreiro para colocar na fachada com o nome do restaurante. Contrata uma cozinheira e combina com ela um cardápio para os primeiros dias. Pede que a cozinheira faça uma lista de compras e vai ao supermercado comprar os insumos. Faz o preço da comida por quilo de acordo com o que viu em restaurantes que já havia frequentado. Avisa os vizinhos mais próximos, pede que eles avisem os conhecidos e abre o restaurante. No primeiro dia, recebe quatro vizinhos que foram para conhecer. No segundo dia, dois vizinhos e duas pessoas desconhecidas. E assim foi durante as primeiras semanas, recebendo em média quatro, cinco pessoas. Passadas três semanas, o empreendedor decide fechar as portas, pois conclui que seu negócio não deu certo. Qual (ou quais) foram os erros do empreendedor? Vamos refletir. Antes de abrir o negócio, ele deveria ter avaliado pelo menos alguns pontos importantes: Área de atuação: ele “ouviu dizer” que a área de alimentação era promissora. Mas será que ele tinha alguma afinidade com a área? Ele conhecia a área? Que tipo de restaurante pretendia abrir? Que comidas serviria? Público-alvo: quem seriam seus clientes? Que segmentação de mercado pretendia atingir? Que faixa etária, que classe social, de que estilo e gostos? Ponto comercial: o empreendedor viu um imóvel para alugar e, num ímpeto, decidiu montar ali seu restaurante. Mas não chegou a analisar se o ponto era próprio para o seu negócio. Quantos restaurantes havia no bairro? Qual era a população do bairro? As pessoas da região costumam comer fora de casa? Há empreendimentos comerciais com bom fluxo de pessoas, que possa promover movimento no restaurante? Escolha de fornecedores: houve alguma pesquisa de preço e qualidade antes de comprar a cozinha industrial, a geladeira, o freezer, o letreiro e, principalmente, dos insumos para a produção dos alimentos? Estoque: quantas refeições serviria por dia? Quanto precisaria ter em estoque de cada produto? Como se estocavam os produtos perecíveis? Normas e legislação: o empreendedor montou o negócio antes mesmo de saber a que regras deveria se submeter, como Vigilância Sanitária, leis que regem o empreendimento, etc. Viabilidade comercial: não houve estudo de viabilidade comercial, que serviria para analisar, previamente, se o negócio era viável financeiramente, além de ajudar na precificação de seus produtos. Comunicação: fazer um letreiro e avisar os vizinhos foi suficiente?Pelo visto, não. O empreendedor não pensou previamente em como divulgar o seu negócio. Missão, visão, valores: afinal, para que estava criando a empresa? Metas e objetivos: o que pretendia com o negócio? Quanto precisaria vender por dia, por semana, por mês? Em quanto tempo o investimento inicial retornaria? Aliás, de quanto foi o investimento inicial? Aparentemente, nem o empreendedor sabe quanto gastou... enquanto tinha dinheiro, foi gastando. Perseverança: será que o empreendedor não desistiu muito cedo? Mesmo que esta seja uma situação caricatural e fictícia, sabemos que muitas empresas (talvez a maioria delas) são criadas assim. Esse exemplo é um típico caso de falta de planejamento estratégico. Se ele tivesse planejado melhor suas ações, considerando a realidade do momento e do local, certamente teria sucesso com a empresa – ou teria percebido que este não era um bom negócio antes mesmo de abrir o restaurante. É por esses e outros motivos que o planejamento é tão importante, fundamental, e não deve ser tratado como mero detalhe na gestão de uma empresa. Infelizmente, muitas empresas são abertas sem o menor planejamento e muitas outras, que reúnem seus gestores de tempos em tempos para fazer o “planejamento estratégico”, acabam deixando o programa abandonado, sem aplicação. Planejamento não é algo para ser esquecido em uma gaveta ou arquivo de computador. Pelo contrário, ele deve ser conhecido por todos da organização e implantado, com as eventuais revisões necessárias, por toda a equipe. OS PLANOS DE COMUNICAÇÃO Plano e Planejamento “Planos são nada; planejamento é tudo.” (Dwigth D. Eisenhower, in Kotler, 2008). Antes de detalharmos o passo-a- passo para um bom plano de comunicação, é importante distinguir plano de planejamento. Pode-se dizer, preliminarmente, que planejamento é a base para um plano de execução. O planejamento vê o todo antes das partes. Em uma organização, o planejamento Estratégico analisa o contexto em que a instituição está inserida, a situação econômica, política e social do ambiente, o público-alvo e os objetivos da organização, de acordo com a missão e os valores declarados pela empresa. O planejamento deve ser o ponto de partida para a execução das ações de comunicação em uma organização. Agir sem planejar é um risco que pode prejudicar de forma incalculável uma organização, tanto financeiramente quanto na imagem da organização perante a Opinião Pública. Já o plano é o conjunto de ações a serem implementadas. Enquanto o planejamento é a metodologia, o plano é a aplicação dela. Enquanto o planejamento é estratégico, o plano é tático. Enquanto o planejamento é a análise do todo, diversos planos são adotados para a execução do que se pretende. Planos de comunicação Planejar a comunicação para uma organização depende da adoção de passos importantes, como a definição de um objetivo a ser alcançado. Para que ele seja cumprido, a organização deve saber que estratégias adotar, e ainda que ferramentas devem ser utilizadas para que as ações previstas sejam implementadas. Para que os resultados desejados sejam alcançados, também é necessário definir o posicionamento da empresa. A organização precisa compreender o quê, quando, como e com quem falar. O plano de comunicação é um guia das ações a serem adotadas no processo de divulgação de informações ou campanhas de uma organização. É um documento produzido pelos responsáveis pela comunicação, que documenta os esforços que serão empreendidos para a divulgação. Esse documento deve explicar os caminhos a serem percorridos para que se possa divulgar a mensagem da maneira correta, na linguagem ideal, para o público exato, pelo canal correto e no tempo certo. O plano deve incluir as questões-chave que determinam as ações a serem tomadas: Quem? Qual é o público-alvo que a organização quer atingir? O quê? Qual é a mensagem que se pretende divulgar? (Na linguagem ideal para o público) Como? De que forma a mensagem será elaborada? Quando? Passo que define o tempo adequado para a entrega da mensagem. Em uma campanha publicitária, por exemplo, é importante estabelecer os horários em que o público pode ser impactado e também por quanto tempo a campanha será veiculada. Onde? Quais serão os canais/meios escolhidos para a divulgação? É necessário, para esta escolha, saber os hábitos do público-alvo – por exemplo, se são usuários das novas tecnologias ou das mídias tradicionais, ou mesmo de ambas. Por quê? Quais são os resultados esperados? O site da RMA Comunicação® elaborou uma lista com sete passos importantes para se elaborar um plano de comunicação Corporativa. Segundo as orientações do site, é pelo plano que se estabelece uma proposta que tenha valor para o público-alvo. Partindo-se da estratégia e do posicionamento do negócio, estabelece-se como a proposta da organização será comunicada nos mais diversos canais de comunicação. Os sete passos indicados pelo site são os seguintes: Entender a estratégia do negócio: o plano de comunicação deve estar totalmente alinhado à estratégia da organização, para que sirva, de fato, para o cumprimento dos objetivos estabelecidos para o negócio. É preciso compreender o contexto em que a organização está inserida, como a concorrência está estabelecida, quais são as perspectivas e quem é o público-alvo. É preciso saber os objetivos da organização a curto, médio e longo prazos. Analisar o comportamento do público e da concorrência: de acordo com as orientações do site, não basta conhecer a concorrência e o público-alvo: é preciso saber como é seu comportamento. Pesquisar as estratégias de marketing e vendas da concorrência, além de listar suas melhores práticas, é importante para definir suas próprias ações. Conhecer o posicionamento da concorrência no mercado é fundamental para estabelecer o seu próprio posicionamento desejado. Em relação ao público, é fundamental conhecer seus hábitos de compra e de consumo, suas preferências, estilo, gosto e contrariedades, como forma de se desenvolver mensagens personalizadas em busca dos melhores resultados. Fazer um diagnóstico dos canais de marketing e comunicação: com os avanços tecnológicos, os canais de comunicação estão cada vez mais segmentados e em maior número. Na hora de se planejar a comunicação de uma organização, é necessário saber onde está o público e quais os canais mais próprios para atingi-lo. É importante comparar potenciais resultados das mídias tradicionais e das eletrônicas. Qual é o comportamento do público nas redes sociais, por exemplo. A organização deve selecionar as mídias que potencialmente trarão melhor resultado. Também é importante monitorar os resultados constantemente, para realizar eventuais ajustes ou mudanças de tática. Definir objetivos e estratégias: sem saber onde se quer chegar, é inócuo estabelecer ações. Portanto, a organização deve definir quais são seus objetivos com a comunicação para, então, traçar as estratégias adequadas para a ação. Montar o plano de ação e definir indicadores de resultados: conforme já destacamos anteriormente, o plano de ação é a parte tática do planejamento. É a definição das ações a serem adotadas. Nessa etapa, é importante definir os recursos destinados à comunicação, bem como os profissionais responsáveis por cada ação, as formas de execução de todos os passos e como os resultados serão mensurados. Elaborar o orçamento: a elaboração do orçamento é ponto fundamentalpara que se saiba exatamente o que fazer. Quanto mais detalhados estiverem os custos de cada ação, mais minucioso e preciso será o plano. Criar um cronograma de execução: o cronograma é fundamental para a visualização das ações no decorrer do tempo. Se as ações forem organizadas em cascata, a visualização fica facilitada e as eventuais correções podem ser feitas durante a própria execução do plano, evitando ações desnecessárias, prejudiciais e preservando o investimento realizado. Com o plano realizado, a organização está com todo o passo a passo em mãos para colocá-lo em prática, fazendo os ajustes necessários no decorrer da adoção das ações, ou seguindo rigorosamente o que foi planejado. O plano para a comunicação interna Da mesma forma que uma organização deve ser rigorosa no planejamento de suas ações de comunicação junto ao público externo, também deve haver a preocupação de se planejar bem a comunicação interna. Assim como a comunicação externa deve estar alinhada às estratégias gerais da organização, a comunicação interna também deve estar harmonizada com as diretrizes da empresa. Ela deve auxiliar a empresa a alcançar seus objetivos, a partir do público interno. De acordo com Assad (2013), é importante que a comunicação interna seja estratégica. Mas a autora aponta que muitas empresas não possuem estratégia definida, outras têm estratégias vagas ou que não são condizentes à realidade da empresa. A autora aponta que a comunicação pode, inclusive nesses casos, auxiliar a organização a organizar a própria estratégia. O objetivo geral é que cada área utilize a estratégia organizacional como ponto de partida para criar suas próprias táticas e objetivos. Assad (2013) alerta ainda sobre o risco de as empresas desenvolverem suas estratégias de forma reativa ao aparecimento de problemas, e não proativa, como deveria ser, antecipando-se aos problemas. Segundo a autora, isso pode fazer com que a comunicação interna não desperte as equipes à participação e os trabalhadores se tornem, portanto, pouco participativos. O alinhamento da comunicação com a estratégia geral da empresa deve se dar em todas as instâncias, especialmente em quatro vertentes: missão, objetivos, estratégia e táticas. Assad (2013) aponta que a comunicação irá agregar valor a cada um desses elementos, tornando os conceitos estratégicos e objetivos da organização comunicáveis e compreensíveis aos seus stakeholders, criando mecanismos de obter feedback dos colaboradores e fazer com que esses inputs cheguem à diretoria e implementando planos de comunicação que efetivamente reflitam as estratégias organizacionais” (ASSAD, 2013). Outro ponto importante é que a comunicação deve estar harmonizada com a cultura organizacional, de forma que todas as pessoas da instituição a conheçam e adotem. Assim, as estratégias de comunicação darão suporte à tomada de decisão da diretoria e das lideranças da organização. Com um plano de comunicação interna, a organização passa a ter claros os seus processos, os profissionais passam a compreender exatamente seus papeis, os orçamentos e cronogramas tornam-se visíveis e compreendidos por todos e os resultados são mais facilmente mensurados. Leitura obrigatória Para compreender melhor os conceitos que discutimos até agora sobre a elaboração dos planos de comunicação em uma organização, sugerimos a leitura do artigo “Como elaborar um plano de comunicação de marketing”, de Rosival Fagundes. Vamos à leitura! http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/como- elaborar-um-plano-de-comunicacao-de-marketing/70971/ Para saber mais sobre o assunto, também será interessante que você assista ao vídeo “Passo a passo como montar um plano de comunicação para a empresa”, de Marçal Siqueira. https://www.youtube.com/watch?v=Y4_J1E1YZK4 Agora, acesse o material on-line para saber o que mais o professor Achiles tem a acrescentar no estudo dos planos de comunicação! A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO Planejar as ações de comunicação é uma forma de os gestores poderem antever e antecipar-se a eventuais problemas. O planejamento permite uma visualização geral de todas as ações de comunicação que se pretendem implantar. Isso é de suma importância para o sucesso da gestão. Há inúmeros motivos pelos quais o planejamento é importante. Pode-se enumerar alguns deles apontando para a necessidade de se conhecer a fundo a realidade em que a organização está inserida, o público que ela pretende impactar e as melhores formas de se comunicar com esse público. Para Kotler (2008), Planejamento Estratégico orientado para o mercado é o processo gerencial de desenvolver e manter um ajuste viável entre os objetivos, experiências e recursos da organização e suas oportunidades de mercado mutantes. O propósito do planejamento estratégico é moldar e remoldar os negócios e produtos da empresa com objetivo de crescimento e lucro. Comumente, falhas na comunicação são apontadas como um dos maiores problemas do dia-a-dia das organizações. Estudo apresentado no “Fórum Nacional de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos 2007”, realizado pelo PMI-RIO, aponta que a comunicação é a primeira deficiência dos gestores de projeto. O mesmo estudo mostrou que a comunicação é o quarto fator considerado mais importante no planejamento das empresas na fase de planejamento dos projetos: foi considerado por 67% dos gestores entrevistados. Segundo 64% das empresas pesquisadas, o fator “comunicação” foi apontado como o primeiro maior fator de problemas em projetos. Por isso, o planejamento das ações de comunicação se torna cada vez mais fundamental nas organizações que buscam transparência e modernidade em sua gestão. Segundo Moreira (s/d), o planejamento de comunicação é a única forma de se certificar que a informação certa chegue ao público correto, no momento exato. Para o autor, é importante haver um planejamento de comunicação independente do porte da organização ou do tamanho do projeto que esteja sendo desenvolvido. O planejamento de comunicação deve levar em consideração as melhores formas de impactar cada um dos stakeholders – clientes, parceiros, empregados, acionistas, concorrentes, comunidade de entorno e sociedade em geral. “Tem que se levar em consideração os interesses e poderes dos stakeholders, pois o desprezo a esses itens fará com que o risco de insucesso, resistência e atritos durante o projeto aumente consideravelmente” (MOREIRA, s/d). O autor salienta, ainda, que a comunicação bem estruturada é um instrumento importante para facilitar a transparência das ações, bem como dar agilidade e segurança às ações. “A comunicação apoia a tomada de decisões e conquista aliados” (MOREIRA, s/d). Ao mesmo tempo, segundo Moreira, quando mal elaborada ou mal compreendida, prejudica os processos na organização. Moreira (s/d) afirma que a comunicação é um processo que promove a troca de informações por meio de um código comum (sistema de símbolos, sinais e comportamentos). Ele enumera que, nesse processo, é necessário identificar “expectativas, poder e interesse dos stakeholders, tipo e quantidade de informação, tecnologia da Informação e mídias disponíveis, formato e mídia e periodicidade.” (MOREIRA, s/d) De acordo com o site da Agência Trato®, a divulgação de um projeto, de um novo serviço ou de uma inovação é tão importante quanto a própria criação. Essa divulgação depende de um amplo trabalho de planejamentoque ajuda a organização a cumprir os objetivos da organização. Somente com um projeto minucioso e o cumprimento desse projeto é que se vai conseguir que a mensagem correta chegue ao consumidor que representa o público-alvo da organização. Concretizar a propagação de ideias, segundo o site, requer estudo e planejamento. Desse planejamento depende, inclusive, a percepção da maneira mais adequada para se adequar a mensagem a uma estrutura de comunicação. De acordo com o site, diversos aspectos devem ser levados em consideração na hora de se pensar o planejamento da comunicação: “a economia, demografia, questões sócio- políticas, tecnologia, cultura local… pode até não parecer, mas tudo isso é de fundamental observação na hora de comunicar algo ao consumidor”. O planejamento de comunicação também deve lidar, segundo as orientações do site, com a necessidade de se fornecer informações a todos os envolvidos no projeto, para que se possa evitar ruídos ou mesmo dificuldades na execução do projeto. Quanto mais rigoroso for o planejamento, maiores serão as chances de sucesso para o projeto ou a organização. Para Kunsch (2003), não basta a organização se pautar por táticas isoladas de comunicação. Para se resolver questões críticas, gerenciar crises e gerir a comunicação como um todo, é fundamental que as organizações desenvolvam uma visão global e contextualizada, que seja estrategicamente pensada. Isso só é possível com um planejamento estratégico minucioso. A autora propõe que o planejamento siga quatro princípios para ser completo: O planejamento estratégico deve ser feito a partir de uma metodologia gerencial ou técnica administrativa que seja capaz de direcionar as atividades para que se obtenham os melhores resultados, correspondendo às demandas e necessidades do ambiente. 1. A área de comunicação deve ocupar um espaço estratégico na estrutura organizacional. 2. O executivo principal da organização deve ser preparado para ser responsável pela comunicação. Da mesma forma, a equipe toda deve receber capacitação. 3. A cultura organizacional corporativa deve ser valorizada e também deve incentivar a participação das pessoas. Elas devem ser envolvidas na formulação do planejamento estratégico. As equipes devem ser incentivadas a pensar estrategicamente, criar e analisar pontos fortes e fracos do ambiente interno da comunicação. A comunicação eficaz será aquela capaz de direcionar a emissão das mensagens adequadas e oportunas, que sejam assimiladas sem ruídos pelos públicos de interesse da comunicação. Para isso, o discurso deve ser ajustado de acordo com a cultura organizacional. O planejamento de comunicação tem mais chances de ser eficaz quando consegue comunicar a missão, a visão, os valores e os princípios da organização. Mais do que nunca, a missão de uma organização deve ser verdadeiramente conhecida por seus públicos de interesse, e não apenas estamparem um bonito cartaz na recepção da empresa. Quando todos os públicos de interesse (empregados, clientes, stakeholders em geral) sabem e vivenciam a missão, ela passa a representar o que é, de fato, a organização. Na hora de se elaborar o planejamento de comunicação, é importante registrar o valor que a empresa pretende oferecer a seus públicos, por meio de seus produtos e serviços. As pessoas, cada vez mais, buscam satisfação, prazer, benefícios... e não exatamente “produtos”. Embora cada organização tenha sua dinâmica e seus próprios processos, de maneira geral, pode-se dizer que um planejamento anual, com flexibilidade para adotar mudanças e passar por revisões constantes, pode ser suficiente para que uma organização mantenha seus processos sob controle, mensurando resultados e se projetando para o sucesso. Leitura Obrigatória Para maior reflexão sobre a importância do planejamento de comunicação, será interessante que você faça a leitura do artigo “Gestão de marca e a importância de um planejamento de comunicação”. http://trends.rmacomunicacao.com.br/gestao-de-marca-e-a- importancia-de-um-planejamento-de-comunicacao Aproveite o momento para acompanhar a entrevista a Daniel Argolo, que fala sobre a importância do planejamento estratégico de comunicação. https://www.youtube.com/watch?v=Eo13amqtUcw Ficou clara para você a importância do planejamento? Acesse o material on-line para sanar eventuais dúvidas! AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UM PLANEJADOR O planejador é um dos profissionais mais importantes da organização quando ela precisa se organizar e estruturar. Ele é o profissional que precisa ter a visão do todo e muito conhecimento sobre as partes: conhecer e ajudar a determinar os grandes objetivos da organização, saber quais profissionais, de que áreas, serão responsáveis pela execução dos mais diversos planos. Se já frisamos tanto que o planejamento precisa estar fortemente ligado à missão, visão, valores e objetivos, o planejador deve conhecer a fundo esses tópicos, pois será ele o responsável pelo alinhamento dos planos com as estratégias da organização. O perfil desse profissional exige mais observação do que ousadia, mais análise do que ímpeto, mais calma do que ansiedade, embora ele deva desenvolver a rapidez de raciocínio para poder orientar sobre a tomada de decisões e eventuais mudanças de rumos no andamento das execuções. Cavalcanti (2008), executivo do Bradesco, afirma em artigo sobre o tema que o planejamento tem por obrigação gerar ideias para promover o sucesso do negócio. Para isso, o executivo aponta que o profissional da área precisa desenvolver alguma características e habilidades especiais. “É preciso ter espírito de planejador para ser um bom planejador”, afirma. O autor compara metaforicamente a figura do planejador com uma bússola, já que é ele quem orienta, aponta os caminhos, direciona o cliente para que ele consiga chegar onde quer. Cavalcanti (2008) define quatro características fundamentais ao perfil do profissional de planejamento: Alma curiosa – O bom planejador é aquele que busca incessantemente o conhecimento e as informações de que precisa. Pergunta muito, questiona tudo, quer saber o porquê das coisas. Com essa curiosidade aguçada, este profissional tende a ver mais oportunidades onde as pessoas em geral não vêm, assim como detecte problemas onde as pessoas em geral não detectariam. Este profissional tem olhar astuto para enxergar as coisas de um jeito novo e original. Visão de negócios – O bom planejador deve analisar constantemente o andamento das execuções e questionar-se quanto falta para chegar ao “norte” desejado. Capacidade de comunicação – O bom planejador deve vender suas ideias e fazer com que as pessoas sigam os rumos que ele aponta. Este profissional deve ter a habilidade de traduzir informações densas de forma a que todos a compreendam, inspirando a criação. Olhar para o lado – Este profissional deve saber trabalhar em equipe, deve ser um agregador de pessoas e saber unir ideias diferentes, de áreas diversas, que possam somar no projeto. O profissional de planejamento deve saber liderar essas diferenças, conduzindo as ideias para uma mesma direção. Nas agências de publicidade, o profissional de planejamento é conhecido como planner. É ele quem fornece ideias a outras áreas da agência, especialmente com a área de criação, que é a responsável pela execução das ideias para as campanhas. Mas é importante salientar que ele não cria, mas dá subsídiospara o setor de criação. É um profissional que deve estar constantemente informado, pois faz pesquisas o tempo todo, analisa o mercado e o comportamento do consumidor. O site “O Melhor do Marketing” aponta que os planners também são responsáveis por descobrir eventuais problemas nas marcas. Eles pesquisam se os clientes e consumidores em geral estão satisfeitos e o que desejam de determinada marca, além de, especialmente, analisarem se as promessas das marcas são condizentes com os anseios dos consumidores. São estrategistas que têm a função de encontrar soluções para os clientes. Mais do que apenas cumprir metas e objetivos, os planners precisam descobrir maneiras de ir além, para não apenas conseguirem satisfazer os clientes, mas, sim, encantá- los. Boa parte do trabalho dos planners está envolvido com pesquisa – concorrência, noticiário, comunicação, tendências, novas mídias, nova tecnologias. Mas, para que este trabalho seja efetivo, os planners devem ter habilidades de comunicação que lhes permitam transformar os dados pesquisados em informações relevantes. O profissional de planejamento, de maneira geral, é quem estabelece todo o passo-a-passo da execução de um conjunto de planos (que é, afinal, o planejamento). Ele deve prever com antecedência todas as ações, bem como os recursos, as formas de execução e os meios necessários para as tarefas. Da mesma forma, durante a execução, ele deve acompanhar o andamento e monitorar os resultados parciais. Se houver qualquer necessidade de ajuste, é ele quem deve perceber e implantar as eventuais mudanças. O cronograma de ações deve ser previsto pelo profissional de planejamento. É ele quem deve estabelecer o tempo de execução para cada etapa do projeto. Esse profissional acaba tendo responsabilidades, não apenas junto à sua própria equipe, mas também na orientação de equipes de outros departamentos eventualmente envolvidos no planejamento. Além de tudo isso, o planejador deve conhecer a fundo a área em que seu projeto esteja envolvido. Quanto mais conhecer do negócio, mais desenvoltura e segurança terá para orientar a execução do planejamento. Conforme já frisamos aqui, o profissional de planejamento deve ter uma visão detalhada do todo da organização. É a partir dessa visão contextualizada que ele poderá determinar etapas para cada parte da organização. Essa visão do todo é determinada “visão sistêmica”, pois trata a organização, e mesmo o planejamento, como um amplo sistema que se completa com cada parte do processo. É uma função estratégica, mas o profissional precisa estar muito próximo das ações táticas e operacionais desenvolvidas na organização, por meio de seus planos. O profissional de planejamento é o responsável pela criação do plano de comunicação, que deverá refletir suas previsões para a organização. Por isso, esse profissional deve ser muito conhecimento sobre as realidades de mercado, bem como da concorrência e do público de interesse da organização. A pessoa que estrutura o planejamento necessita uma percepção aguçada e uma sensibilidade rigorosa para perceber eventuais necessidades de adaptação no planejamento. Todo o passo-a-passo detalhado nos dois itens anteriores é elaborado sob a coordenação do profissional desse profissional. Leitura Obrigatória Para uma reflexão mais aprofundada acerca dos temas abordados aqui, sugerimos a leitura do artigo “O perfil do profissional de planejamento digital”, da equipe “O Melhor do Marketing”. Vamos à leitura, então! http://www.omelhordomarketing.com.br/o-perfil-do- profissional-de-planejamento-digital/ Agora, vamos acompanhar o vídeo “Funções da Administração – Planejamento”, do professor Humberto Elias Lopes. É uma videoaula sobre a função do planejador. https://www.youtube.com/watch?v=JNKmRZlSNzo Que tal, agora, acessar o material on-line para retomarmos as características essenciais de um bom planejador? PRÁTICA DE REDAÇÃO TÉCNICA Para se compreender as especificidades da redação técnica, é importante analisar, primeiramente, as diferenças entre as características linguísticas da Redação Literária e a Técnica. Enquanto a Redação Literária admite liberdades linguísticas como metáforas, dubiedades, subjetividades, trocadilhos e outras formas mais desenvoltas, a redação técnica, necessariamente, exige clareza e objetividade. Não se pode correr o risco de que o interlocutor interprete a mensagem de maneira diferente das intenções do emissor. Na Redação Literária, o leitor está livre para fazer a interpretação que quiser. O portal “Brasil Escola” apresenta a seguinte comparação entre a redação literária e a técnica: Redação técnica Finalidade discursiva voltada para a informação e o esclarecimento; Uso da linguagem denotativa (palavras expressas tendo em vista seu sentido original); Precisão do vocabulário; Predomínio da função referencial, fundamentando- se em dados concretos; Imparcialidade e exatidão, traduzindo a eficácia na linguagem. Redação literária Finalidade discursiva expressa pelo entretenimento; Predomínio de um vocabulário voltado para a subjetividade, sobretudo demarcado pelo uso das figuras de linguagem; Discurso envolto pela multiplicidade de interpretações; Emprego das funções poética, metalinguística e emotiva, pautadas pelo espírito subjetivo do emissor; Apego a aspectos estéticos da linguagem, sobretudo revelado pela subjetividade presente nesta. Para a redação técnica, como vemos, o maior objetivo é ser informativo, sem deixar margens para duplas interpretações. Não se admite linguagem simbólica ou figurada, as palavras devem estar sempre no seu sentido literal, denotativo. O vocabulário deve ser preciso, ou seja, a escolha das palavras deve ser rigorosa para que não haja qualquer risco de interpretação equivocada. Os textos devem primar pela utilização da função referencial, ou seja, as informações tratadas devem ser calcadas em fundamentos e dados concretos. Por fim, busca-se a imparcialidade (evitando adjetivos e posicionamentos que demonstrem maior peso para uma linha de argumentação do que para outra, especialmente em polêmicas), a exatidão (evitando imprecisões, dados não confirmados ou apenas impressões) e eficácia da linguagem (cuidados para que os objetivos com a mensagem sejam alcançados). Mesmo com a modernização das relações de trabalho, muitas vezes a comunicação em uma organização precisa ser documentada em memorandos, relatórios, cartas comerciais, comunicados e outros formatos, pois eles representam os registros formais das correspondências profissionais. Mas, como estamos inseridos em um mundo conturbado, em que o tempo passa a ser um dos recursos mais preciosos, é preciso buscar a objetividade e a clareza em textos curtos, concisos e que transmitam claramente o que precisam transmitir. Nesse contexto, expressões tradicionais da antiga “redação comercial” estão em desuso, pois tornaram-se clichês, além de serem completamente dispensáveis, na maioria das vezes. Veja alguns exemplos de expressões que, apesar de muito comuns, hoje em dia são desaconselháveis: “Vimos por meio desta” ou outras parecidas (“Servimo-nos da presente para informar...”, “Por intermédio desta solicitamos...”, “Tem esta a finalidade de...”) – além de ser clichê (chavão, expressão desgastada pelo uso), é uma expressão inócua, pois não acrescenta qualquer informação. Se estamos enviando uma carta (um ofício, um e-mail), já estáclaro que vamos “por meio dela” fazer a comunicação! Ou seja, não há a menor necessidade de se utilizar esta expressão no início das mensagens profissionais, para dentro ou para fora da organização. O melhor, nesses casos, é ir direto ao assunto, com a objetividade que o mercado exige. “Estamos inteiramente à disposição” – ninguém salientaria que está “mais ou menos à disposição”. Portanto, esta é mais uma expressão desnecessária. Basta frisar que se está “à disposição”. A redação técnica é utilizada para as correspondências internas de uma organização e também para as que são encaminhadas ao público externo. Os formatos mais usuais, que detalharemos a seguir, são: ata, circular, certificado, contrato, memorando, parecer, procuração, recibo, relatório e declaração. Ata A ata é um instrumento formal de documentação de eventos cotidianos em uma organização, seja uma empresa, uma entidade de classe, uma instituição ou mesmo um condomínio residencial. Tal registro é importante para que não haja dúvidas sobre detalhes importantes do ocorrido. Tome-se o exemplo de uma reunião de condomínio. Todas as polêmicas, discussões e deliberações devem ser registradas na ata, para eventuais consultas futuras. Como é um registro formal, a ata deve cumprir algumas regras básicas de redação técnica, como o título (indicação do que é o evento), data, nome dos presentes, resumo dos assuntos tratados e deliberações e, por fim, a assinatura de todos os presentes. Circular A circular é um comunicado destinado a empregados de um determinado setor de uma organização. Normalmente é emitida pelo próprio chefe deste setor e tem o nome de “circular” porque deve percorrer todas as pessoas do departamento. Ela serve para transmitir notas, procedimentos e determinações. Como também se trata de um documento oficial de uma organização, ela deve seguir algumas orientações e deve conter: Timbre da organização, Título e número (por exemplo: circular nº 5/ 2015), Data (sem a localidade, visto que é um documento direcionado internamente), Ementa (resumo do assunto que será abordado no texto), Vocativo (pronomes de tratamento corretos), Texto explicativo, Despedida objetiva, Assinatura (sem linha, sobre o nome por extenso, com o cargo da pessoa). Certificado O certificado é um documento que comprova que determinada pessoa participou de um curso, um congresso ou outro tipo de evento. Normalmente é emitido pelos organizadores do evento. No certificado, a instituição e a pessoa que assinam o documento atestam a “verdade” dele, assumindo responsabilidade sobre o seu conteúdo. Contrato Contrato é um acordo entre duas ou mais partes, que se transferem direitos e se sujeitam a obrigações. Memorando Memorando é um comunicado interno de uma organização. É um documento utilizado quando se quer dar agilidade à comunicação. Assim como outros exemplos que já vimos, este também deve seguir a algumas orientações. O memorando deve conter: Timbre da instituição; Número do memorando; Remetente; Destinatário, (com o cargo que ocupa; Assunto; Local e data; Texto de conteúdo; Despedida; Assinatura e cargo. Parecer Parecer é um documento que contém o pronunciamento formal de uma opinião técnica de alguém, indicando a conclusão de determinado processo. Pode tanto ser jurídico quanto de alguma autoridade técnica sobre algum assunto específico dentro da organização. Procuração A procuração é um documento utilizado para que uma pessoa (outorgante) transfira poderes para outro alguém (outorgado) agir em seu nome. A procuração pública deve ser lavrada em cartório por um tabelião, em livro próprio para arquivamento. Já a procuração particular pode ser lavrada pelo próprio outorgante e pode ser impressa a partir de um documento digitado ou mesmo escrita de próprio punho. Os itens obrigatórios para se caracterizar uma procuração são a identificação e profissão de outorgante e outorgado, quais são os poderes delegados entre eles, a finalidade e o prazo de validade. Após o texto explicativo deve constar local, data e assinatura do outorgante (aquele que está cedendo poderes). Recibo Recibo é um documento que comprova uma transação financeira, uma declaração em que uma pessoa declara ter recebido um montante ou algo que está especificado no documento. O recibo deve sempre ser feito em duas vias, para que o pagador e o recebedor fiquem com cópias. Segundo as orientações do Portal “Brasil Escola”, o recibo deve conter a palavra “RECIBO” escrita no alto do documento. À direita o valor deve ser colocado em algarismos. O texto deve explicar o montante pago e o motivo. Após esse texto, a pessoa que fornece o recibo deve assinar o documento. Veja dois exemplos trazidos pelo Portal “Brasil Escola”: PESSOA FÍSICA PESSOA JURÍDICA Relatório O relatório é uma prestação de contas financeira ou administrativa, em que a pessoa deve detalhar informações sobre a atividade ou sobre o que lhe for demandado. Ele deve ter linguagem concisa, clara, objetiva e exata. Declaração A declaração é um relato feito por alguém em favor de outrem. É uma comunicação formal que deve seguir alguns padrões. Deve-se, por exemplo, grafar a expressão “DECLARAÇÃO” com letras maiúsculas. Ao final, deve-se citar local e data. Por fim, deve constar a assinatura do declarante, com seu cargo, se for o caso. Leitura Obrigatória Chegou a hora de você fazer a leitura do artigo: “O que é uma redação técnica” para fixar melhor todos os modelou que você visualizou até agora! http://comoescreve.com.br/o-que-e-uma-redacao-tecnica/ Para maior reflexão acerca do tema trabalhado, sugerimos que você assista ao vídeo “Diferenças entre redação técnica e redação literária”. https://www.youtube.com/watch?v=WNQTswJo9gg O que será que o professor Achiles tem a dizer para complementar o assunto desta aula? Vamos conferir acessando o material on-line! ESTILÍSTICA DA REDAÇÃO ADMINISTRATIVA Um documento, um memorando, qualquer que seja o objeto de um comunicado empresarial, exige cuidados especiais com o tratamento da linguagem. A redação adequada ao ambiente organizacional utiliza as normas padrão da Língua Portuguesa, sem erros, sem regionalismos, gírias, cacoetes ou vícios de linguagem. Qualquer desvio da norma padrão pode prejudicar a credibilidade da organização e dos profissionais envolvidos. No entanto, não são raros casos de erros de Português em correspondências administrativas. Erros de concordância e ortografia estão entre os mais comuns, mas há casos ainda mais graves, como textos que se tornam incompreensíveis por utilizarem expressões ou construções ambíguas ou sem sentido. A seguir, abordaremos alguns dos erros mais comuns na utilização da Língua Portuguesa: a / há – A palavra “a”, sem “h”, é uma preposição ou um artigo. A palavra “há” é conjugação do verbo “haver”. Veja os exemplos: A casa é amarela. (a = artigo) Fulano deu um presente a você. (a = preposição) Estudo inglês há um ano. (há = verbo haver, no sentido de “faz” um ano) faz /fazem – Quando for em relação a tempo passado, o verbo sempre deve estar no singular: Estudo inglês faz doze meses. a pouco / há pouco – Para se referir ao passado, usa-se o verbo haver. Para se referirao futuro, usa-se a preposição: Há poucos dias, viajei ao exterior. Estou a poucos dias da minha viagem ao exterior. Viajarei na próxima segunda-feira. à partir de / a partir de: como não há contração de artigo mais preposição, não se usa, nesta expressão, o acento grave (conhecido como crase): A partir de hoje não fumarei mais. Verbo adequar: é um verbo defectivo, portanto, não se deve conjugá-lo em todas as pessoas. No presente do indicativo, apenas a primeira e a segunda pessoas do plural admitem conjugação: Nós adequamos o projeto ao orçamento. ERRADO: O projeto não se adequa ao orçamento. aluga-se / alugam-se: O correto é fazer com que o verbo concorde com o verbo. Portanto, quando for no plural, o correto é colocar o verbo no plural também: Alugam-se quartos. onde /aonde: Só se deve utilizar a expressão “aonde” quando houver contração da preposição “a” (no sentido de “para”) com o advérbio onde. Quando pudermos substituir por “para onde”, podemos utilizar a expressão “aonde”: Onde estou? Aonde vou? (Para onde?) através / por: Apesar de a expressão “através” ser cada vez mais aceita, muitos gramáticos afirmam que ela representa “o que atravessa, fisicamente”. Portanto, é sempre melhor evitar esta expressão: Fui informado através de um e-mail. Fui informado por e-mail. descrição / discrição: As duas palavras têm sentido diferente. Confundir as duas pode causar desconfortos e constrangimentos. Descrição é referente ao ato de descrever (explanar sobre, explicar). Discrição remete ao ato de ser discreto, não querer ser notado. Precisamos de uma descrição detalhada do projeto. Haja sempre com discrição. descriminar / discriminar: Mais uma vez, trata-se de duas palavra diferentes. “Descriminar” significa absolver, inocentar. Já “discriminar” significa distinguir, diferenciar. Discrimine todos os produtos usados na fórmula. Sou a favor de que se descrimine o uso de drogas leves. eminente / iminente: Novamente, as duas expressões tratam de significados diferentes. “Eminente” é referente a algo ou alguém em posição de destaque. Já “iminente” é algo que está prestes a acontecer. Fulano é uma figura eminente na sociedade. A falência da organização está iminente. mas / mais: Esse é um dos erros mais comuns, não apenas em correspondências administrativas, mas em geral. “Mas” é uma conjunção adversativa (sinônimo de “contudo”, “porém”), enquanto “mais” é um advérbio de intensidade (oposto de menos). Eu iria à festa, mas não tenho roupa adequada. Eu iria à festa se tivesse mais joias. houveram / houve: No sentido de “existir”, o verbo haver sempre deverá estar no singular. Houve muitos problemas no ano passado. Além desses erros tradicionais, há outros igualmente ou ainda mais prejudiciais à imagem de uma organização, como imprecisões, redundâncias, prolixidade, falta de informações, frases sem sentido, entre outros. Um bom texto, na área organizacional, deve ter características como coesão, coerência, impessoalidade, clareza e concisão. A seguir, abordaremos de forma mais detalhada cada uma dessas características. Coesão – Um texto com coesão é aquele em que as ideias fluem de maneira harmônica. Os argumentos são entrelaçados de forma a que uma ideia leve à outra, sem choques ou interrupções. Os parágrafos se seguem, um dando continuidade ao outro, em transição natural. Coerência – A característica “coerência” está muito ligada à “coesão”. Um texto coerente é aquele em que as ideias não são conflitantes ou contraditórias entre si. Deve haver ligação lógica entre as ideias. Impessoalidade – Um texto administrativo deve, preferencialmente, primar pela impessoalidade. O texto deve ser redigido em terceira pessoa, especialmente para evitar a possibilidade de perder a imparcialidade. Em vez de “meu estudo apontou que”, é melhor utilizar a forma “o estudo realizado apontou que”. Clareza – A mensagem deve se clara o suficiente para não dar margens a interpretações equivocadas. Concisão – O texto no ambiente corporativo deve primar pela objetividade, evitando repetições de ideias ou mesmo o uso meramente retórico de expressões que nada acrescentam de conteúdo à ideia a ser expressa. Leitura Obrigatória Propomos a leitura do artigo “A redação técnica”, da equipe de colunistas do Portal Educação. Vamos à leitura? http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/3107 1/a-redacao-tecnica Vamos, agora, acompanhar o vídeo do professor Antônio Carlos Alves sobre Coesão e Coerência! https://www.youtube.com/watch?v=kAiMGfcH1do Vamos recapitular os assuntos deste tema? Acesse o material on-line! NA PRÁTICA O site “Pragmatismo Político” traz uma reportagem de janeiro de 2015 que registra o caso de um erro de Português que provocou tamanha confusão em uma empresa que o caso foi parar na delegacia, no interior da Paraíba. Acompanhe a reportagem: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/01/o-erro-de- portugues-que-virou-caso-de-policia.html Agora, confira o que o professor Achiles tem a dizer sobre o fato ocorrido acessando o material on-line. SÍNTESE Podemos dividir esta aula em dois grandes temas: a importância do planejamento e as características da redação administrativa. Nos primeiros capítulos abordamos a importância do planejamento, frisando que ele é o ponto de partida para a boa execução das ações de comunicação em uma organização. Sem um bom planejamento, as ações são tomadas de forma desordenada e sem previsão de resultados. O planejamento demonstra onde se quer chegar com cada ação de comunicação. É bem verdade que, cada vez mais, as organizações estão inseridas em ambientes de alta mudança e, por isso, o planejamento deve ser flexível, prevendo constantes revisões e eventuais correções de rumo, mas sempre direcionando para o objetivo maior da organização. Abordamos, ainda, as características desejáveis ao bom planejador, o profissional responsável por fazer as previsões de cronogramas e ações a serem adotadas para o cumprimento das metas e objetivos da organização, no tocante à comunicação. Esse profissional deve ter habilidades como capacidade de organização, visão do todo e conhecimento do negócio. Na segunda parte, o foco foi nas características da redação técnica administrativa. O alerta de que a correspondência organizacional deve seguir a linguagem padrão, cumprindo as regras gramaticais, foi o tema central. O texto para os relacionamentos profissionais deve ter características como coesão, coerência, objetividade, clareza e impessoalidade. Vamos recapitular os conteúdos que estudamos nesta aula? Acesse o material on-line! REFERÊNCIAS ASSAD, N. Como Funciona um bom Plano de Comunicação (2013). Disponível em http://blog.fipecafi.org/entenda-como- funciona-um-bom-plano-de-comunicacao/. Acesso em 10/11/2015. CAVACANTI, L. O Profissional de Planejamento (2008). Citado por CARUSI, R. Disponível em http://promoplanners.blogspot.com.br/2008/03/o-profissional-de- planejamento.html. Acesso em 10/11/2015. KUNSCH, M. M. K. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. 3ª ed. São Paulo: Summus, 2003. Acesso em 10/11/2015. MOREIRA, M. V. R. Importância do Planejamento de Comunicação no Gerenciamento de Projetos (s/d). Disponível em http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/7 47. Acesso em 10/11/2015. ROCHA, C. E.H. Importância da implantação do plano de comunicações em projetos. disponível em http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/4 04. Acesso em 10/11/2015. Outros sites: http://trends.rmacomunicacao.com.br/7-passos-para-elaborar- um-plano-de-comunicacao-corporativa. Acesso em 10/11/2015. http://trends.rmacomunicacao.com.br/gestao-de-marca-e-a- importancia-de-um-planejamento-de-comunicacao. Acesso em 10/11/2015. https://www.youtube.com/watch?v=Eo13amqtUcw. Acesso em 10/11/2015. http://www.brasilescola.com/. Acesso em 10/11/2015.
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