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Sistema Global e Regional de Proteção aos Direitos Humanos 
Prof. Ms. Carlos Aguiar, Maio de 2017 
 
Sistema global de proteção dos Direitos Humanos 
 Atualmente, temos um sistema global ou também denominado sistema onusiano 
(das nações unidas) de direitos humanos. O sistema global foi construído após a 2ª guerra 
mundial, mas antes dela havia proteção internacional de direitos humanos. Destaca a 
doutrina três precedentes para a formação do sistema global dos DH: 
 
➢ Direito humanitário ou Direito dos conflitos armados - é o conjunto de normas 
que regula a atuação dos combatentes nos conflitos armados e a assistência às 
vítimas destes conflitos. A sua formação remonta ao final do século XIX com as 
convenções de paz de HAIA e depois com as convenções de Genebra. O direito 
humanitário limita a soberania dos Estados/Agrupamentos não estatais com o fim 
de proteger os direitos humanos. 
➢ Liga das nações – criada para evitar uma 2ª guerra mundial. 
➢ Organização internacional do trabalho- OIT – Fundada em 1919, com o objetivo 
de criar padrões mínimos para uma relação de trabalho. Cria obrigações para os 
Estados respeitarem internamente os direitos sociais. 
 
 O sistema global começou a se formar com a Carta das nações unidas de 1945. A 
carta de São Francisco, tratado constitutivo da ONU foi o início do sistema global, pois 
que trata do princípio do respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais. 
Fazendo referência aos DH em diversos dispositivos, mas não tratando do conceito de 
direitos humanos. 
 Assim, a carta significou um passo rumo à Declaração Universal de direitos 
humanos e a construção do sistema global. A declaração é o primeiro instrumento do 
sistema global de direitos humanos. 
 
Estrutura atual do Sistema global: 
 
➢ Sistema geral ou Carta internacional dos direitos humanos ou International Bill 
of human rights: Composto pela Declaração universal dos direitos humanos + 
Pacto internacional dos direitos civis e políticos + Pacto internacional dos direitos 
econômicos, sociais e culturais; 
➢ Sistema especial de proteção (tratados que tutelam os DH conforme a 
peculiaridade das pessoas). Exemplos: Tratado de direitos das crianças, 
imigrantes, pessoas com deficiência. 
 
 O primeiro instrumento do sistema global geral é a declaração universal dos 
direitos humanos-DUDH. Aprovada em 1948, possuindo duas características muito 
importantes: A universalidade e a amplitude, qual seja, com a intenção universalista. 
Quanto aos sujeitos, a declaração visa alcançar todos os seres humanos e do ponto de 
vista objetivo, a declaração é ampla, pois tenta alcançar todas as categorias de direitos. 
Por isto, a DUDH adota a concepção contemporânea dos direitos, a qual sustenta a 
indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos. 
 Pontos negativos da Declaração apontados pela doutrina: 
a) Não consagra a autodeterminação dos povos; 
b) Não trata do direito ao meio ambiente; 
c) Não contém mecanismos de monitoramento – apenas declara os direitos não abordando 
o que fazer quando os direitos forem violados; 
d) Tem forma jurídica de resolução da Assembleia Geral da ONU- não é um tratado 
internacional, sendo não vinculante do ponto de vista jurídico. 
 
 Várias correntes surgiram discutindo a natureza da declaração para se discutir 
sua força vinculante: 
➢ A primeira corrente entende que a DUDH é uma interpretação autêntica da carta 
de são Francisco, sendo vinculante, pois interpreta a carta que é um tratado 
internacional; 
➢ Para a segunda corrente, a DUDH é vinculante, pois suas normas constituem 
costume internacional; Flavia Piovesan e André de Carvalho Ramos possuem o 
entendimento da primeira e segunda corrente (interpretação autêntica e costume 
internacional). 
➢ Para a terceira corrente, constitui o jus cogens (conjunto de normas internacionais, 
dotadas de superioridade hierárquica e que somente podem ser modificadas por 
normas de mesma natureza). E a DUDH se situa neste jus cogens, sendo 
vinculante. O autor Valério Mazzuoli entende por esta terceira corrente. 
➢ E, a última corrente entende que a DUDH contém normas de soft law (conjunto 
de normas internacionais caracterizadas por menor grau de imperatividade). 
 
Questão de Prova 
(2012) De acordo com a Corte Internacional de Justiça, as disposições da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos, de caráter costumeiro, estabelecem obrigações erga 
omnes. 
Resposta: Errada. 
Comentário: Para a Corte Internacional de Justiça, a vedação à tortura, por exemplo, é 
vinculante, mas nem todas são vinculantes. 
 
 Logo depois da Declaração Universal, foram discutidas duas questões: A 
necessidade de codificação, criando um tratado para conter as disposições da DUDH e a 
necessidade de criar um sistema de monitoramento, contendo meios de fiscalizar, 
responsabilizar os violadores dos direitos humanos. Ocorre que dificuldades foram 
encontradas na codificação, tais como questões políticas (início da guerra fria e o bloco 
capitalista desejava que o tratado somente contivesse direitos civis e políticos e o bloco 
socialista os direitos sociais, econômicos e culturais) e questões técnico-jurídicas 
(diferença na forma de implementação dos direitos civis e políticos, bastando a 
declaração, mas para os direitos sociais, econômicos e culturais é preciso empreender 
meios à efetividade dos direitos). 
 Havia uma resistência do bloco socialista para a criação de um tribunal 
internacional de direitos humanos, pois entendiam que era uma forma de hegemonia do 
bloco capitalista. 
 Assim, chegou-se à conclusão de se criar dois documentos: um tratado para os 
direitos civis e políticos e outro tratado para os direitos sociais, econômicos e culturais e 
não criar uma corte, mas sim, comitês técnicos para fiscalizar estes tratados. 
 Em 1966, foram aprovados na mesma ocasião os dois tratados, denominados os 
Pactos de Nova York: 
 
a) Pacto internacional dos direitos civis e políticos - Conferiu dimensão técnico-
jurídica da DUDH. Possui rol mais amplo que a declaração, como o direito ao 
nome, prisão civil. Tem previsão de um comitê de direitos humanos composto de 
18 membros, eleitos para um mandato de 4 anos. Este pacto prevê dois 
mecanismos de monitoramento: relatórios periódicos dos Estados-parte, 
reportando sobre as medidas adotadas para a proteção dos direitos humanos e 
petições estatais, as quais os Estados informam o descumprimento dos tratados 
por outros Estados-parte. Trata-se de cláusula facultativa, o que significa que a 
simples adesão do Estado ao tratado não significa a competência do comitê para 
julgamento das petições estatais, sendo necessária uma declaração expressa 
reconhecendo a competência do comitê para tal fim. Deve-se ressaltar, ainda, a 
existência do Protocolo facultativo ao pacto internacional dos direitos civis e 
políticos - Protocolo é um tratado complementar, é a possibilidade de os 
indivíduos apresentarem petições ao comitê de direitos humanos. 
 
b) Pacto internacional dos direitos econômicos, sociais e culturais - Dimensão 
técnico jurídica da DUDH; Rol mais amplo, contendo, por exemplo, o direito ao 
trabalho e à justa remuneração; Normas de caráter programático: sendo a proteção 
progressiva. Somente previu como mecanismo de monitoramento o relatório. Não 
prevê petições particulares ou estatais. O Protocolo facultativo ao pacto 
internacional dos direitos econômicos, sociais e culturais - Somente em 2008 
foram previstos os demais mecanismos. Petições particulares; Petições estatais e; 
Investigações. 
 
 Complementando esse conjunto de textos normativos, conhecido como Sistema 
Geral,constituiu-se o Sistema global especial. Surge em um contexto de multiplicação 
dos direitos; Especialização dos direitos, direitos para certas categorias. 
 Busca concretizar o princípio da isonomia. Três vertentes da igualdade: a) 
igualdade formal, sendo todos iguais perante a lei; b) igualdade material para a justiça 
social, considerando tratar desigualmente os desiguais na medida de sua igualdade para 
que sejam igualados e distributiva e c) igualdade material para reconhecimento de 
identidade. 
 No sistema geral, busca-se a igualdade formal e na justiça social. Já o sistema 
global especial está mais adequado à terceira vertente, a igualdade material para 
reconhecimento de identidade. As pessoas possuem o direito de ser diferentes e essas 
diferenças também devem ser tuteladas. 
Dimensões da igualdade: a) veda a discriminação negativa, qual seja, a que retira 
direitos das pessoas; b) mas impõe a discriminação positiva, que compensa 
desigualdades. Muitas convenções preveem ações afirmativas para as minorias. 
Exemplos: mulheres, negros. 
 
Exemplos de convenções no sistema global especial: 
 
 Convenção internacional para prevenção e repressão ao genocídio (1948) - o 
Primeiro tratado de DH no âmbito da ONU. O Genocídio como crime internacional. Não 
prevê mecanismo de monitoramento 
 
Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação 
racial (1965) - Relatórios; Petições estatais; Petições particulares (cláusula facultativa) 
 
Convenção internacional para eliminação de todas as formas de discriminação 
contra a mulher (1979) - OTratado de DH que mais recebeu reservas. Relatórios estatais; 
Petições particulares (protocolo facultativo de 1999); Investigações (protocolo facultativo 
de 1999) 
 
Convenção internacional contra a tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos e 
degradantes (1985) - Relatórios; Petições particulares (clausula facultativa); Petições 
estatais (clausula facultativa); Investigações; Sistema de visitas regulares a centros de 
dentenção (protocolo facultativo de 2002) 
 
Convenção internacional sobre os direitos da criança (1989) - Tratado de DH com 
maior número de ratificações. Relatórios; Petições particulares (protocolo facultativo de 
2011); Petições estatais (protocolo facultativo de 2011); Investigações (protocolo 
facultativo de 2011) 
 
Convenção internacional sobre a proteção dos direitos de todos os trabalhadores 
migrantes e dos membros de suas famílias (1990) - Relatórios estatais; Petições 
particulares (clausula facultativa); Petições estatais (clausula facultativa); 
 
Convenção internacional sobre os direitos da pessoa com deficiência (2006) - 
Definição inovadora de pessoa com deficiência. Relatórios estatais; Petições particulares 
(protocolo facultativo); Investigações (protocolo facultativo) 
 
 
Mecanismos de monitoramento do sistema global 
 
O sistema global é constituído por um sistema geral e um sistema especial. Há 
diversos mecanismos de monitoramento dos direitos humanos previstos nos instrumentos 
do sistema global. 
Logo depois da Declaração, houve um debate sobre a necessidade de mecanismos 
de monitoramento, porque se não houvesse estes mecanismos, os direitos humanos não 
passariam de meras declarações. 
A doutrina classifica os mecanismos do sistema global em: 
a) Mecanismos convencionais e; 
b) Mecanismos extraconvencionais. 
Os mecanismos convencionais são os previstos em tratados internacionais e os 
extraconvencionais são os extraídos indiretamente da carta da Organização das Nações 
Unidas-ONU e que são implementados por órgãos das Nações Unidas. 
Os Mecanismos convencionais podem ser de três tipos (Doutrina de André de 
Carvalho Ramos): 
 
➢ Não contenciosos- baseados na cooperação espontânea dos Estados. Exemplos: 
Dois tipos: Relatórios Estatais (Meios pelos quais os Estados informam a adoção 
de medidas administrativas, judiciais e legislativas para cumprimento das 
obrigações previstas em tratados internacionais) e as Investigações (As comissões 
apuram in loco as eventuais ocorrências de violações sistemáticas dos direitos 
humanos). 
➢ Quase contenciosos/judiciais- São aqueles baseados em exames realizados por 
Comitês de direitos humanos. Estes Comitês examinam petições estatais e 
petições particulares. 
➢ Judiciais ou contenciosos - Consistem na apuração da responsabilidade 
internacional por violações aos direitos humanos pela Corte Internacional de 
Justiça (Corte de Haia). 
 
Os mecanismos globais extraconvencionais são realizados por diversos órgãos das 
Nações Unidas: 
➢ Assembleia geral; 
➢ Conselho de segurança; 
➢ Conselho econômico e social; 
➢ Secretaria-geral; 
➢ Alto-comissariado para direitos humanos; 
➢ Conselho de direitos humanos. 
 
O mais importante dos órgãos é o Conselho de direitos humanos, que foi fundado 
em 2006, possui 47 membros com mandato de 3 anos, sendo recrutados de vários lugares 
do globo e os membros dos países são submetidos a revisão periódica, ou seja, os países 
que querem ser membros do Conselho devem passar por uma fiscalização periódica no 
cumprimento de tratados de direitos humanos. Isto é para evitar que um Estado violador 
dos direitos humanos faça parte do Conselho. Os membros do Conselho podem ser 
suspensos. 
O Conselho de direitos humanos, sendo principal órgão na fiscalização de DH, 
sucedeu a antiga Comissão de direitos humanos, que existiu entre os anos de 1946 a 2006. 
Esta Comissão tinha 53 membros com mandato de 3 anos, possuindo competência 
genérica para cuidar de questões relacionadas aos direitos humanos, tendo 2 
procedimentos que eram adotados: 
➢ Procedimento 1235 (baseado na resolução 1235 do Conselho econômico e social) 
– era um procedimento especial público (processo público de apuração de 
violação dos direitos humanos) e; 
➢ Procedimento 15031 (baseado na resolução 1503) - era um procedimento 
confidencial. 
 
1 Resolução 1503 do Conselho Econômico e Social 1970 
Procedimento para o tratamento das comunicações relativas a violações dos direitos humanos e liberdades 
fundamentais. 
O conselho Econômico e Social, 
Levando em conta as resoluções 7 (XXVI) e 17 (XXV) da Comissão de Direitos Humanos e a Resolução 2 
(XXI) da Subcomissão para Prevenção da Discriminação e Proteção às minorias, 
1. Autoriza a Subcomissão para Prevenção da Discriminação e Proteção as minorias a nomear um grupo 
de trabalho composto de não mais que cinco de seus membros, com a devida consideração geográfica`, 
para reunir-se uma vez ao ano em reuniões privadas por um período não excedendo dez dias, 
imediatamente antes das sessões da Subcomissão, para considerar todas as comunicações, inclusive 
respostas de governos a este respeito, recebidas pelo Secretário-Geral sob a Resolução 728 F (XXVIII) do 
conselho, de 30 de julho de 1959, com vistas a trazer atenção da Subcomissão aquelas comunicações, 
 
juntamente com as respostas dos governos, se existentes, que pareçam revelar um padrão consistente de 
violações flagrantes e seguramente comprovadas de direitos humanos e liberdades fundamentais nos 
termos de referência da Subcomissão. 
2. Decide que a Subcomissão-Para-Prevenção da Discriminação e Proteção às Minorias deve, como 
primeira etapa na implementação da presente resolução, preparar me sua 23a sessão procedimentos 
adequados para tratar da questão de admissibilidade de comunicações recebidas pelo Secretário-Geral 
sob a Resolução 728 F (XXVIII) do Conselho e de acordo com a resolução 1235 (XLII) do conselhode 6 
de junho de 1967; 
3. Solicita ao Secretário-Geral preparar um documento sobre a questão da admissibilidade de 
comunicações para a consideração da Subcomissão em sua 23a sessão; 
4. Solicita ademais ao Secretário-Geral: 
a) fornecer mensalemnte aos membros da subcomissão uma lista de comunicações por ele preparada de 
acordo com a Resolução 728 F (XXVIII) do conselho e uma breve descrição das mesmas, juntamente com 
o texto de qualquer resposta recebida dos governos; 
b) colocar à disposição dos membros do grupo de trabalho em suas reuniões os originais de comunicações 
registradas que desejarem, levando devidamente em conta as disposições do parágrafo 2o b da resolução 
728 F(XXVIII) do Conselho no que diz respeito à divulgação da identidade dos autores das comunicações; 
c) circular aos membros de Subcomissão, nas línguas de trabalho, os originais das comunicações que 
forem encaminhadas à Subcomissão pelo grupo de trabalho; 
5. Solicita à Subcomissão Para Prevenção da Discriminação e Proteção às Minorias que considerem em 
reuniões privadas, de acordo com o parágrafo 1o anterior, as comunicações recebidas de acordo com a 
decisão da maioria dos membros do grupo de trabalho e quaisquer respostas de governo a este respeito, 
bem como qualquer outra informação relevante, com vistas a determinar se encaminhará à Comissão dos 
Direitos Humanos situações específicas que pareçam revelar um padrão consistente de violações 
flagrantes e seguramente comprovadas de direitos humanos que requeiram a consideração da Comissão; 
6. Solicita à Comissão dos Direitos Humanos, após o exame de qualquer situação a ela encaminhada pela 
Subcomissão que determine: 
a) se a situação requer um estudo completo da Comissão e um relatório com recomendações a respeito ao 
conselho, de acordo com o parágrafo 3o da resolução 1235 (XLII) do conselho; 
b) se a situação é passível de investigação por um comitê ad hoc, a ser nomeado pela Comissão, que só se 
efetuará com o consentimento expresso do Estado em questão e que será conduzida em cooperação 
constante com este Estado e sob condições determinadas por acordo com ele. Em qualquer caso, a 
investigação só poderá ser empreendida se: 
i) se todos os meios disponíveis em nível nacional tiverem sidos utilizados e esgotados; 
ii) a situação não se relacionar com a matéria que esteja sendo tratada sob outros procedimentos previstos 
nos instrumentos constitutivos das Nações Unidas e agências especializadas, ou nas convenções por elas 
adotadas, ou em convenções regionais, ou que o Estado em questão deseje submeter a outros 
procedimentos em conformidade com acordos internacionais gerais ou especiais de que seja parte; 
7) Decide que, se a comissão dos Direitos Humanos nomear um comitê ad hoc para efetuar uma 
investigação com o consentimento do Estado em questão; 
b)O comitê estabelecerá seu próprio regulamento, estará sujeito à regra do quorum; terá autoridade para 
receber comunicações e para ouvir testemunhas, quando necessário. A investigação será conduzida em 
cooperação com o governo em questão; 
c) o processo do Comitê deverá ser confidencial, seus procedimentos deverão ser conduzidos em reuniões 
privadas e suas comunicações não deverão ser publicadas de forma alguma; 
d) o Comitê se empenhará para encontrar soluções amistosas antes, durante e depois da investigação; 
e) o Comitê encaminhará relatório à Comissão de Direitos Humanos com as observações e as sugestões 
que julgar apropriadas; 
8. Decide que todas as providências previstas na implementação da presente Resolução pela subcomissão 
Para prevenção da Discriminação e Proteção às Minorias ou pela 
Comissão dos Direitos Humanos deverão permanecer confidenciais até o momento em que a Comissão 
decida fazer recomendações ao Conselho Econômico e Social; 
9. Decide autorizar o Secretário-Geral a fornecer todas as facilidades que possam ser necessárias à 
implementação da presente Resolução, utilizando o pessoal existente da Divisão de Direitos Humanos do 
Secretariado das Nações Unidas; 
10. Decide que o procedimento previsto na presente Resolução para o tratamento das comunicações 
relativas a violações de direitos humanos e liberdades fundamentais deverá ser revisto se qualquer novo 
órgão habilitado e tratar de tais comunicações vier a ser estabelecido nas Nações Unidas ou por acordo 
internacional. 
 
Porém, esta Comissão restou desacreditada por politização e contradições. As 
negociações aconteciam “ás escuras”, não se conheciam os critérios utilizados para a 
escolha dos membros da Comissão. Estados que violavam direitos humanos eram parte 
da Comissão. Exemplo: Líbia fazia parte da Comissão, mas era um Estado ditatorial, 
onde não se respeitava as liberdades. 
Estados que faziam parte da Comissão, às vezes, aproveitavam para perseguir 
Estados adversários. 
 
Observação: Diferenças entre Comitê X Comissão X Conselho. 
Comitê dos direitos humanos- refere-se ao Comitê previsto no Pacto internacional dos 
direitos civis e políticos de 1966 e cada Convenção do sistema especial prevê comitês 
específicos para fiscalizar os direitos nela previstos. Exemplo: Na convenção dos direitos 
da criança há o comitê dos direitos da criança. 
Comissão de direitos humanos- é a Comissão que perdurou de 1946 a 2006, foi extinta 
por seu descrédito. 
Conselho de direitos humanos- é o órgão da ONU hoje que tem a principal incumbência 
de fiscalizar os direitos humanos e sucedeu a Comissão de direitos humanos. 
 
Como atua, hoje, o Conselho de direitos humanos? 
Exerce três procedimentos de apuração de responsabilidade por violação de direitos 
humanos. 
➢ Procedimento 1235- É o procedimento público que já existia na Comissão. A 
resolução 1235/67 continua vigente. Exerce investigação por países e por temas. 
➢ Procedimento de queixas- É o antigo procedimento 1503 da resolução 1503/70 a 
qual foi alterada por outra resolução e o procedimento de queixas faz uma divisão 
entre grupos de trabalho sobre comunicações e grupo de trabalho sobre situações; 
➢ Revisão periódica universal- é um procedimento novo, não existia na Comissão 
de direitos humanos e busca uma cobertura universal e tratamento igualitário dos 
Estados (todos devem se submeter a revisão periódica e universal). É a 
fiscalização periódica para a verificação dos direitos humanos em cada País. 
 
Para concluir, vejamos o comparativo entre os Mecanismos Convencionais X 
mecanismos Extraconvencionais: 
 
 
Mecanismos Convencionais Mecanismos Extraconvencionais 
Fundados em convenções Fundados na Carta das nações unidas; 
Limitados às partes de cada Convenção Aplicáveis a todos os membros da ONU; 
Limitam-se aos temas de cada Convenção Temas diversos, sem limitação de tema; 
Esquemas procedimentais são rígidos, 
detalhados 
os procedimentos são abertos e flexíveis; 
Dependem de uma decisão consensual, 
unânime 
A decisão é por maioria. 
 
Sistemas regionais de proteção dos direitos humanos 
 
Ao lado do sistema global foram se formando alguns sistemas regionais. 
A proteção internacional dos direitos humanos é realizada pelo sistema global e 
por sistemas regionais. 
O sistema global, conforme estudado, é formado pelo sistema global geral, 
composto pela declaração universal dos direitos humanos; o pacto internacional dos 
sistemas civis e políticos e pelo pacto internacional dos direitos econômicos, sociais e 
culturais. Ao lado do sistema global geral, temos o sistema global especial que é formado 
pelas Convenções, como a Convenção sobre os diretos das mulheres, direitos das 
crianças, pessoas com deficiência etc. 
Dentre os sistemas regionais temos o Sistema europeu, que é o mais avançado detodos, o Sistema interamericano (é o nosso sistema) e o Sistema africano. Temos um 
insipiente Sistema árabe. 
Características dos sistemas regionais: 
➢ Relação de complementaridade - Os sistemas regionais possuem uma relação 
de complementariedade com o sistema global. Não há hierarquia entre o sistema 
global e os sistemas regionais, apenas se complementam. 
➢ Facilitação do consenso político - Os sistemas regionais facilitam o consenso 
político. É mais fácil que países da mesma região cheguem a um consenso do que 
países do mundo inteiro. Então, é mais fácil elaborar um tratado de direitos 
humanos no sistema regional do que no sistema global. 
➢ Fortalecimento da proteção dos DH - Representam um fortalecimento da 
proteção de direitos humanos, isso porque a vítima terá a proteção dos direitos 
tanto no sistema global quanto no sistema regional. Exemplo: Se a mulher não 
conseguiu ter o seu direito protegido pelo seu Estado (país), ela pode escolher por 
invocar ou o Sistema regional ou o Sistema global. No sistema interamericano 
temos a Convenção de Belém e no sistema global temos a Convenção dos direitos 
da mulher, podendo a mulher, que teve seu direito violado, invocar qualquer um 
dos dois. Por este motivo, fortalece a proteção aos direitos humanos. 
 
 
Sistema interamericano de proteção dos direitos humanos 
 
Estrutura normativa do sistema interamericano: 
➢ Carta da Organização dos Estados Americanos-OEA (1948) 
➢ Declaração Americana dos direitos e deveres do homem (1948) 
➢ Convenção Americana sobre direitos humanos (1969) – é o denominado Pacto de 
São José da Costa Rica 
➢ Convenção Interamericana para prevenir e punir o crime de tortura (1985) 
➢ Protocolo adicional à Convenção Americana de direitos humanos relativo à 
abolição da pena de morte (1990) 
➢ Convenção interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a 
mulher (1994) 
➢ Convenção interamericana sobre desaparecimento forçado de pessoas (1994) 
 
Estes são os principais instrumentos normativos do sistema regional 
interamericano. É importante o conhecimento desses instrumentos, pois costumam cair 
em provas. 
A Carta da OEA (Tratado constitutivo da Organização dos Estados Americanos) 
e Declaração americana foram aprovadas em 1948, três anos depois da Carta das nações 
unidas e no mesmo ano da Declaração universal dos direitos humanos. Nesses 
instrumentos ocorre a proclamação dos direitos humanos, o princípio do respeito aos 
direitos humanos. Na carta, há a previsão da criação da Corte interamericana de direitos 
humanos. 
Até 1969, advento da Convenção, a Declaração foi a base do sistema 
interamericano. A Convenção Americana prevê direitos econômicos, sociais e culturais 
apenas genericamente. 
Observe que a Declaração universal dos direitos humanos do sistema global de 
1948 previu tanto os direitos civis e políticos quanto os direitos econômicos, sociais e 
culturais. A declaração universal consagra a visão contemporânea dos direitos humanos 
que diz respeito a essa indivisibilidade entre direitos civis e políticos de um lado e direito 
econômico, sociais e culturais do outro, sendo, assim, completa. Já a nossa convenção 
americana é basicamente de direitos civis e políticos, prevendo os direitos econômicos, 
sociais e culturais apenas genericamente e por isso foi aprovado posteriormente o 
protocolo de São Salvador sobre os direitos econômicos, sociais e culturais, a fim de 
complementar a convenção americana. 
Os dois principais órgãos de monitoramento dos direitos humanos no sistema 
interamericano são: A Comissão interamericana de direitos humanos e a Corte 
Interamericana de direitos humanos. 
 
QUESTÃO DE PROVA AGU (2004) 
A Obrigação geral de garantia do gozo e exercício livre e pleno dos direitos previstos na 
Convenção Americana de direitos humanos é uma obrigação de natureza erga omnes. 
Assim, no caso da penitenciária de urso branco, objeto do texto considerado, o Estado 
não pode eximir-se de sua responsabilidade internacional pela violação dos direitos à vida 
e à integridade pessoal devido ao fato de que os atos de violência que geraram ditas 
violações foram perpetrados por algumas das pessoas detidas em detrimento de outros 
detentos. 
RESPOSTA: A assertiva tem duas partes, primeira está correta e diz respeito a natureza 
erga omnes das obrigações previstas na convenção americana de direitos humanos. A 
segunda parte tem mais a ver com a parte de destinatário dos direitos humanos, essa parte 
tem a questão do Estado ser responsável por atos de particulares, desde que comprovada 
a sua omissão. O que ocorreu na penitenciária de urso branco foram violações de direitos 
humanos, tendo o Estado responsabilidade objetiva por danos causados a integridade de 
pessoas sob sua custódia por particulares. A natureza erga omnes confirma a eficácia 
horizontal dos direitos humanos, porque não somente os Estados, mas todos têm a 
obrigação de respeitar os direitos humanos. 
 
 
Comissão interamericana de direitos humanos 
 
A Comissão Interamericana foi criada pela Resolução VIII em 1959, possuindo 
uma natureza bifronte, pois é órgão da OEA e da Convenção Americana- CADH. 
É composta a Comissão por 7 membros, eleitos a título pessoal pela AGOEA, com 
mandato de 4 anos, permitida uma reeleição. 
A principal função da Comissão é promover a observância e a defesa dos direitos 
humanos – artigo 41 da CADH. 
Artigo 41 
A Comissão tem a função principal de promover a observância e a defesa 
dos direitos humanos e, no exercício do seu mandato, tem as seguintes 
funções e atribuições: 
a. estimular a consciência dos direitos humanos nos povos da América; 
b. formular recomendações aos governos dos Estados membros, 
quando o considerar conveniente, no sentido de que adotem 
medidas progressivas em prol dos direitos humanos no âmbito de 
suas leis internas e seus preceitos constitucionais, bem como 
disposições apropriadas para promover o devido respeito a esses 
direitos; 
c. preparar os estudos ou relatórios que considerar convenientes para 
o desempenho de suas funções; 
d. solicitar aos governos dos Estados membros que lhe proporcionem 
informações sobre as medidas que adotarem em matéria de 
direitos humanos; 
e. atender às consultas que, por meio da Secretaria-Geral da 
Organização dos Estados Americanos, lhe formularem os 
Estados membros sobre questões relacionadas com os direitos 
humanos e, dentro de suas possibilidades, prestar-lhes o 
assessoramento que eles lhe solicitarem; 
f. atuar com respeito às petições e outras comunicações, no exercício 
de sua autoridade, de conformidade com o disposto nos artigos 
44 a 51 desta Convenção; e 
g. apresentar um relatório anual à Assembléia Geral da Organização 
dos Estados Americanos. 
 
A Comissão interamericana de direitos humanos tem competência para examinar 
as petições particulares (cidadãos) e petições estatais (previstas em cláusula facultativa). 
O simples fato de o Estado ter assinado a Convenção americana, assinado a carta da OEA 
não significa que ele reconhece a competência da Comissão para assinar petições estatais 
contra ele ou assinadas por ele, sendo necessária uma declaração especifica reconhecendo 
esta competência, porque essa competência vem prevista em cláusula facultativa. 
As petições estatais não são muito utilizadas no direito internacional, pois geram 
muito desgaste. 
Dentro da comissão interamericana, quando chega uma petição particular ou 
estatal, o procedimento é da seguinte forma: 
 
➢ Admissibilidade da petição - A comissão examina se a petição pode ser 
admitida.Existem três requisitos para admitir uma petição: Prévio esgotamento 
dos recursos internos pelo Estado ou pelo particular de resolver aquele problema 
(caso existam os recursos e forem efetivos); Prazo de 6 meses da violação e; 
Inexistência de litispendência internacional- é necessário que aquela questão não 
esteja sendo discutida em outro foro internacional); Admitida a petição, vamos a 
fase de informações. 
➢ Informações – A petição é encaminhada ao Estado acusado/requerido que pode 
se defender; 
➢ Exame – A Comissão examina as informações e verifica se é caso de 
arquivamento sumário da petição. 
 
Não sendo o caso de arquivamento sumário, vai para a tentativa de conciliação; 
➢ Tentativa de conciliação – Não sendo possível a solução conciliatória, a 
Comissão edita o primeiro informe; 
➢ Primeiro informe (Chamado de Relatório 50, porque previsto no artigo 50 da 
Convenção Americana) - A Comissão entende se há ou não violação aos direitos 
humanos, sendo o primeiro informe confidencial. 
 
Artigo 50 
1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo que for fixado 
pelo Estatuto da Comissão, esta redigirá um relatório no qual 
exporá os fatos e suas conclusões. Se o relatório não representar, 
no todo ou em parte, o acordo unânime dos membros da Comissão, 
qualquer deles poderá agregar ao referido relatório seu voto em 
separado. Também se agregarão ao relatório as exposições 
verbais ou escritas que houverem sido feitas pelos interessados em 
virtude do inciso 1, e, do artigo 48. 
2. O relatório será encaminhado aos Estados interessados, aos 
quais não será facultado publicá-lo. 
3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formular as 
proposições e recomendações que julgar adequadas. 
 
Após 6 meses do primeiro informe se a questão não tiver sido levada a Corte 
Interamericana pelo Estado ou pela própria Comissão e a questão não tiver ainda sido 
resolvida, então a Comissão publica o segundo informe. 
 
➢ Segundo informe – O relatório é público. 
 
Corte Interamericana de Direitos Humanos 
É o órgão jurisdicional do sistema interamericano (órgão apenas da Convenção 
americana). Enquanto a Comissão é órgão bifronte, a Cote é apenas da Convenção. 
É composta a Corte por 7 juízes, eleitos para 6 anos, admitida uma reeleição. 
Hoje, o presidente da Corte Interamericana é um juiz brasileiro, Roberto Caldas. 
 Esta Corte tem competência consultiva e contenciosa (facultativa). Por meio da 
competência consultiva, a corte confere pareceres sobre os instrumentos internacionais 
de direitos humanos. 
E pela competência contenciosa, a Corte resolve, julga litígios relacionados aos 
direitos humanos. A competência contenciosa é prevista em uma clausula facultativa, 
devendo ter os Estados realizado uma declaração especial prevendo esta competência da 
Corte. 
Possuem legitimidade para recorrer, apresentar processos à Corte, a Comissão 
interamericana ou Estado-parte, ou seja, particulares, indivíduos não têm acesso à Corte 
interamericana. 
Procedimento dentro da Corte: 
➢ Fase postulatória –Corte ouve a Comissão interamericana ou Estado-parte; 
➢ Fase probatória- Admite-se o amicus curiae; 
➢ Fase decisória – A decisão é obrigatória (é obrigatória pela aplicação do 
Princípio da Pacta Sunt Servanda e pelo princípio da boa-fé); A decisão da corte 
é inapelável, admitindo-se apenas uma espécie de embargos de declaração 
(pedido de interpretação) e forma-se um título executivo. A decisão da Corte é 
executória, podendo ser imediatamente executada. Observação: Não há 
necessidade de homologação da sentença da Corte Interamericana pelo Superior 
Tribunal de Justiça-STJ. A homologação não é para sentença de tribunal 
internacional e sim para sentença estrangeira. 
➢ Fase executória- Informa-se a assembleia geral da Organização dos Estados 
Americanos- OEA que adotará as medidas cabíveis para executar a decisão da 
Corte. 
 
QUESTÃO AGU 2012 
Em casos que envolvam a prática de tortura sistemática, a Convenção americana de 
direitos humanos permite o acesso direto do indivíduo à Corte Interamericana de 
direitos humanos. 
RESPOSTA: ERRADA. O indivíduo não tem acesso direto à Corte, mas sim somente à 
Comissão. 
 
QUESTÃO AGU (2015) 
A Comissão interamericana de direitos humanos- órgão autônomo da Organização dos 
Estados Americanos encarregado de promover e proteger os direitos humanos no 
continente americano- detém, juntamente com os Estados- partes do Pacto de San José 
da Costa Rica, competência exclusiva para a propositura de ações perante a Corte 
Interamericana de direitos humanos. 
RESPOSTA: CORRETA. 
 
QUESTÃO AGU 2015 
Sem prejuízo do direito de os Estados-partes da Convenção Americana sobre direitos 
humanos submeterem-se voluntariamente à Corte Interamericana de direitos humanos, 
nos termos da cláusula facultativa de jurisdição obrigatória constante do Pacto de San 
José da Costa Rica, o referido tribunal internacional tem a faculdade, inerente às suas 
atribuições, de determinar o alcance de sua própria competência – competence de la 
competence. 
RESPOSTA: CORRETA. Prevê a competência contenciosa da corte em uma clausula 
facultativa, ou seja, é necessária a declaração especifica do Estado reconhecendo esta 
competência. A corte interpreta a sua própria competência (competence de la 
competence). 
 
QUESTÃO AGU 2015 
As sentenças prolatadas pela Corte interamericana de direitos humanos podem, após 
homologação pelo STJ, ser regularmente executadas em território brasileiro. 
RESPOSTA: ERRADA. Não precisam ser homologadas para produzirem efeitos. 
Medidas Provisórias 
 
A Corte tem competência para adotar medidas provisórias, sendo análogas a 
medidas cautelares no direito brasileiro. Para que a Corte adote estas medidas, a 
convenção prevê três requisitos: casos de extrema gravidade, urgência e para evitar 
danos irreparáveis às pessoas. Os principais casos em que a Corte adota medidas 
provisórias são de violência em estabelecimentos prisionais. Exemplo: Caso urso 
branco e caso pedrinhas, no Maranhão. 
A Corte ressalta que mais do que a natureza cautelar da medida provisória, ela 
possui natureza tutelar, porque visam não só garantir a eficácia final do processo, mas 
proteger os direitos naquele momento. 
As medidas podem ser determinadas de ofício ou a requerimento da Comissão e 
podem ser adotadas em qualquer fase, mesmo nos casos que não são de conhecimento 
da corte, mesmo quando não há processo perante a Corte. 
 
QUESTÃO 
A Corte interamericana de direitos humanos não tem, na prática, requerido da Comissão 
interamericana de direitos humanos, quando solicita medidas provisórias, prova 
substancial de que os fatos narrados são verídicos, pois procede antes com base na 
presunção razoável de que os fatos alegados correspondem à verdade e de que tais 
medidas de proteção são necessárias. 
RESPOSTA: CORRETA. A jurisprudência da corte revela que esta não tem sido tão 
exigente quanto aos requisitos para a aplicação da medida provisória. 
 
QUESTÃO AGU (2004) 
As medidas provisórias ordenadas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos têm 
como objeto apenas a proteção do direito à vida e à integridade pessoal- física, mental e 
moral- das supostas vítimas. 
RESPOSTA: ERRADA. Os danos são a quaisquer direitos previstos na Convenção. 
 
QUESTÃO AGU (2004) 
As medidas provisórias revestem-se de caráter verdadeiramente tutelar, mais que 
cautelar, pois que passam a salvaguardar, mais que a eficácia da prestação jurisdicional, 
os próprios direitos fundamentais da pessoa humana. 
RESPOSTA: CORRETA. As medidas provisórias têm naturezatutelar e não apenas 
cautelar. 
 
Casos célebres da Corte Internacional de direitos humanos- IDH 
 
Caso Velásquez Vs. Honduras (1988) 
Velásquez Rodriguez foi preso, torturado e morto pelas forças armadas de 
Honduras. A Corte considerou que Honduras havia violado os artigos 4º (direito à vida), 
5º (direito à integridade pessoal) e 7º (direito à liberdade pessoal) da Convenção 
Americana. Concluiu na sentença que os Estados têm o dever de prevenir, investigar e 
punir violações de direitos humanos enunciados na Convenção Americana de direitos 
humanos. 
Neste caso, a Corte reconheceu a obrigação dos Estados de prevenir, investigar e 
punir violações de direitos humanos enunciados na Convenção Americana de direitos 
humanos. Quando o Estado é omisso nestas obrigações, ele pode ser condenado pela 
Corte Interamericana. 
 
Parecer consultivo 5/1985 
A Costa Rica solicitou parecer sobre a interpretação dos arts. 13 e 29 da CADH 
em relação ao registro profissional obrigatório de jornalistas. A corte afirmou que o 
registro profissional obrigatório de jornalistas, na medida em que impeça o acesso de 
qualquer pessoa ao uso pleno dos meios de comunicação social como veículo para se 
expressar ou para transmitir informação, é incompatível com o artigo 13 da CADH. 
Posteriormente, o Supremo Tribunal Federal- STF também dispensou a 
necessidade de diplomas para jornalista. Observação: Diálogo interjurisdicional. 
Algumas questões são tratadas tanto pelo STF quanto pela Corte Interamericana e 
muitas vezes de forma diferente. A doutrina dispõe que neste caso não se pode 
preponderar uma Corte em detrimento da outra, devendo se buscar o diálogo entre as 
cortes. 
Quando o STF vai julgar determinada matéria na qual a Corte já tenha se 
manifestado, ele deve respeitar o entendimento da Corte naquele determinado sentido. 
O mesmo se dá no caso inverso. 
 
Caso última tentação de Cristo (2001) 
O Poder Judiciário chileno impôs censura à exibição cinematográfica de A 
última tentação de Jesus Cristo. Na sentença que julgou o caso, a Corte condenou o 
Chile pela censura prévia, que violou os direitos de liberdade de pensamento e 
expressão, bem como a liberdade de consciência e religião, assegurados na Convenção. 
A Corte ainda determinou ao Chile que alterasse a sua Constituição, de forma a eliminar 
a censura prévia. 
Foi proibida a exibição no Chile do filme “A última tentação de Cristo” e a 
Corte entendeu que esta censura era incompatível com a Convenção e determinou a 
alteração da Constituição do Chile que assim fez. 
 
Casos Barrios Altos (2001), Almonacid (2006) e La Cantuta (2006) 
Leis do Peru e do Chile anistiaram os agentes do Estado por crimes praticados 
durante os regimes Fujimori e Pinochet. Nesses casos, a Corte afirmou que as auto-
anistias, excludentes de responsabilidade por violações graves dos direitos humanos, 
são inadmissíveis e, ao impedir o acesso das vítimas e seus familiares à verdade e à 
justiça, são violadoras dos artigos 1, 2, 8 e 25 da Convenção. 
A Corte entende que estas leis que anistiam agentes públicos que cometeram 
crimes contra a humanidade são nulas, invalidas, não vigentes e incompatíveis com a 
Convenção. Os crimes contra a humanidade são imprescritíveis, violam obrigações erga 
omnes. Este entendimento é jurisprudência pacifica da Corte. 
Os conservadores políticos sustentam a validade das leis de anistia, pois 
consideram as posturas dos militares foram corretas, que impediram uma ditadura pior, 
que seria a ditadura comunista. Entendem que se a anistia for considerada invalida para 
os agentes do Estado devem ser consideradas também invalidas para os particulares. 
O que a Corte entende é que os crimes contra a humanidade praticados pelo Estado, por 
agentes públicos não são passiveis de que eles mesmos se auto anistiem. 
 
Caso Escher Vs. Brasil (2009) 
Em maio de 1999, uma juíza autorizou, sem fundamentação e fora de sua 
competência, a realização de grampos em linhas telefônicas de cooperativas de 
trabalhadores ligadas ao MST, cujas gravações foram vazadas para a imprensa. A Corte 
entendeu que o Brasil violou os artigos 11 (proteção da vida privada) e 16 (liberdade de 
associação), pois a interceptação realizada em detrimento das vítimas não observou os 
requisitos do direito interno e com a intenção de criminalizar os trabalhadores rurais 
ligados a movimentos sociais. 
O que ocorreu foi que policiais militares, que não tem competência 
investigatória, solicitaram a juíza a fazer grampos e ela sem justificativa mandou 
realizar o grampo. 
 
Caso Vélez Loor Vs. Panamá (2010) 
O Panamá foi acusado de prender o equatoriano Vélez Loor em condições desumanas, 
processá-lo sem as devidas garantias por delitos relacionados à sua situação migratória e 
de não investigar as denúncias de tortura por ele apresentadas. A Corte entendeu que o 
Panamá violou a CADH e a Convenção Interamericana para prevenir e punir a tortura. 
Afirmou que é arbitraria a detenção obrigatória dos migrantes irregulares, sem que as 
autoridades competentes verifiquem em cada caso a possibilidade de utilizar medidas 
menos restritivas que sejam efetivas. 
Este precedente trata dos direitos humanos dos migrantes, tema do momento, que está 
em evidência. A prisão automática do migrante irregular é arbitraria, devendo ser 
verificado caso a caso, se é possível a adoção de medidas menos gravosas. 
 
Caso Damião Ximenes 
Foi a primeira condenação do Brasil na Corte. O jovem Damião possuía problemas 
mentais e foi internado em um hospital público por sua mãe. No dia seguinte da 
internação, quando a mãe foi visita-lo ele estava machucado e morreu logo em seguida. 
A mãe buscou a responsabilidade criminal dos autores do fato, mas nada conseguiu. 
Sendo assim, a Corte condenou o Brasil, tanto por violação do direito à vida, 
integridade física do Damiao e pela violação do acesso à justiça pela família. 
Este caso ensejou o deslocamento de competência de casos que possam causar grave 
violação de direitos humanos ao Brasil da justiça estadual para a justiça federal. 
 
Caso Gomes Lund ou Araguaia (2010) 
O Estado brasileiro foi acusado de execução extrajudicial de uma pessoa e de 
detenção arbitrária, tortura e desaparecimento forçado de 70 pessoas, entre membros do 
Partido Comunista do Brasil e camponeses da região do Araguaia, como resultado de 
operações do exército brasileiro empreendidas entre 1972 e 1975 com o objetivo de 
erradicar a Guerrilha no contexto da ditadura militar. 
A Corte concluiu que o Brasil é responsável pela desaparição forçada de 62 
pessoas. Com base no direito internacional e em sua jurisprudência constante, a Corte 
interamericana concluiu que as disposições da lei brasileira de anistia que impedem a 
investigação e sanção de graves violações de direitos humanos são incompatíveis com a 
Convenção americana e carecem de efeitos jurídicos, razão pela qual não podem 
continuar representando um obstáculo para a investigação dos fatos do caso, nem para a 
identificação e a punição dos responsáveis. 
Este caso resultou na condenação do Brasil pelo desaparecimento forçado de 62 
pessoas e neste mesmo julgado a Corte considerou nula a lei brasileira de anistia, já que 
esta não poderia anistiar agentes públicos que cometeram crimes contra a humanidade. 
O STF julgou a ADPF 153 e entendeu pela constitucionalidade da lei brasileira de 
anistia. 
EMENTA: LEI N. 6.683/79, A CHAMADA "LEI DE ANISTIA". 
ARTIGO 5º, CAPUT, III E XXXIII DA CONSTITUIÇÃO DO 
BRASIL; PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO E PRINCÍPIO 
REPUBLICANO: NÃO VIOLAÇÃO. CIRCUNSTÂNCIAS 
HISTÓRICAS. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E 
TIRANIA DOS VALORES.INTERPRETAÇÃO DO DIREITO E 
DISTINÇÃO ENTRE TEXTO NORMATIVO E NORMA 
JURÍDICA. CRIMES CONEXOS DEFINIDOS PELA LEI N. 
6.683/79. CARÁTER BILATERAL DA ANISTIA, AMPLA E 
GERAL. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL NA SUCESSÃO DAS FREQUENTES ANISTIAS 
CONCEDIDAS, NO BRASIL, DESDE A REPÚBLICA. 
INTERPRETAÇÃO DO DIREITO E LEIS-MEDIDA. 
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS CONTRA A TORTURA E 
OUTROS TRATAMENTOS OU PENAS CRUÉIS, DESUMANOS 
OU DEGRADANTES E LEI N. 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997, 
QUE DEFINE O CRIME DE TORTURA. ARTIGO 5º, XLIII DA 
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. INTERPRETAÇÃO E REVISÃO 
DA LEI DA ANISTIA. EMENDA CONSTITUCIONAL N. 26, DE 
27 DE NOVEMBRO DE 1985, PODER CONSTITUINTE E 
"AUTO-ANISTIA". INTEGRAÇÃO DA ANISTIA DA LEI DE 1979 
NA NOVA ORDEM CONSTITUCIONAL. ACESSO A 
DOCUMENTOS HISTÓRICOS COMO FORMA DE EXERCÍCIO 
DO DIREITO FUNDAMENTAL À VERDADE. 
1. Texto normativo e norma jurídica, dimensão textual e dimensão 
normativa do fenômeno jurídico. O intérprete produz a norma a 
partir dos textos e da realidade. A interpretação do direito tem 
caráter constitutivo e consiste na produção, pelo intérprete, a 
partir de textos normativos e da realidade, de normas jurídicas a 
serem aplicadas à solução de determinado caso, solução operada 
mediante a definição de uma norma de decisão. A 
interpretação/aplicação do direito opera a sua inserção na 
realidade; realiza a mediação entre o caráter geral do texto 
normativo e sua aplicação particular; em outros termos, ainda: 
opera a sua inserção no mundo da vida. 
2. O argumento descolado da dignidade da pessoa humana para 
afirmar a invalidade da conexão criminal que aproveitaria aos 
agentes políticos que praticaram crimes comuns contra opositores 
políticos, presos ou não, durante o regime militar, não prospera. 
3. Conceito e definição de "crime político" pela Lei n. 6.683/79. 
São crimes conexos aos crimes políticos "os crimes de qualquer 
natureza relacionados com os crimes políticos ou praticados por 
motivação política"; podem ser de "qualquer natureza", mas hão 
de terem estado relacionados com os crimes políticos ou hão de 
terem sido praticados por motivação política; são crimes outros 
que não políticos; são crimes comuns, porém relacionados com os 
crimes políticos ou praticados por motivação política. A expressão 
crimes conexos a crimes políticos conota sentido a ser sindicado 
no momento histórico da sanção da lei. A chamada Lei de anistia 
diz com uma conexão sui generis, própria ao momento histórico da 
transição para a democracia. Ignora, no contexto da Lei n. 
6.683/79, o sentido ou os sentidos correntes, na doutrina, da 
chamada conexão criminal; refere o que "se procurou", segundo a 
inicial, vale dizer, estender a anistia criminal de natureza política 
aos agentes do Estado encarregados da repressão. 
4. A lei estendeu a conexão aos crimes praticados pelos agentes do 
Estado contra os que lutavam contra o Estado de exceção; daí o 
caráter bilateral da anistia, ampla e geral, que somente não foi 
irrestrita porque não abrangia os já condenados --- e com sentença 
transitada em julgado, qual o Supremo assentou --- pela prática de 
crimes de terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal. 
5. O significado válido dos textos é variável no tempo e no espaço, 
histórica e culturalmente. A interpretação do direito não é mera 
dedução dele, mas sim processo de contínua adaptação de seus 
textos normativos à realidade e seus conflitos. Mas essa afirmação 
aplica-se exclusivamente à interpretação das leis dotadas de 
generalidade e abstração, leis que constituem preceito primário, 
no sentido de que se impõem por força própria, autônoma. Não 
àquelas, designadas leis-medida (Massnahmegesetze), que 
disciplinam diretamente determinados interesses, mostrando-se 
imediatas e concretas, e consubstanciam, em si mesmas, um ato 
administrativo especial. No caso das leis-medida interpreta-se, em 
conjunto com o seu texto, a realidade no e do momento histórico 
no qual ela foi editada, não a realidade atual. É a realidade 
histórico-social da migração da ditadura para a democracia 
política, da transição conciliada de 1979, que há de ser ponderada 
para que possamos discernir o significado da expressão crimes 
conexos na Lei n. 6.683. É da anistia de então que estamos a 
cogitar, não da anistia tal e qual uns e outros hoje a concebem, 
senão qual foi na época conquistada. Exatamente aquela na qual, 
como afirma inicial, "se procurou" [sic] estender a anistia 
criminal de natureza política aos agentes do Estado encarregados 
da repressão. A chamada Lei da anistia veicula uma decisão 
política assumida naquele momento --- o momento da transição 
conciliada de 1979. A Lei n. 6.683 é uma lei-medida, não uma 
regra para o futuro, dotada de abstração e generalidade. Há de 
ser interpretada a partir da realidade no momento em que foi 
conquistada. 
6. A Lei n. 6.683/79 precede a Convenção das Nações Unidas 
contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes --- adotada pela Assembléia Geral em 
10 de dezembro de 1984, vigorando desde 26 de junho de 1987 --- 
e a Lei n. 9.455, de 7 de abril de 1997, que define o crime de 
tortura; e o preceito veiculado pelo artigo 5º, XLIII da 
Constituição --- que declara insuscetíveis de graça e anistia a 
prática da tortura, entre outros crimes --- não alcança, por 
impossibilidade lógica, anistias anteriormente a sua vigência 
consumadas. A Constituição não afeta leis-medida que a tenham 
precedido. 
7. No Estado democrático de direito o Poder Judiciário não está 
autorizado a alterar, a dar outra redação, diversa da nele 
contemplada, a texto normativo. Pode, a partir dele, produzir 
distintas normas. Mas nem mesmo o Supremo Tribunal Federal 
está autorizado a rescrever leis de anistia. 
8. Revisão de lei de anistia, se mudanças do tempo e da sociedade 
a impuserem, haverá --- ou não --- de ser feita pelo Poder 
Legislativo, não pelo Poder Judiciário. 
9. A anistia da lei de 1979 foi reafirmada, no texto da EC 26/85, 
pelo Poder Constituinte da Constituição de 1988. Daí não ter 
sentido questionar-se se a anistia, tal como definida pela lei, foi ou 
não recebida pela Constituição de 1988; a nova Constituição a 
[re]instaurou em seu ato originário. A Emenda Constitucional n. 
26/85 inaugura uma nova ordem constitucional, consubstanciando 
a ruptura da ordem constitucional que decaiu plenamente no 
advento da Constituição de 5 de outubro de 1988; consubstancia, 
nesse sentido, a revolução branca que a esta confere legitimidade. 
A reafirmação da anistia da lei de 1979 está integrada na nova 
ordem, compõe-se na origem da nova norma fundamental. De todo 
modo, se não tivermos o preceito da lei de 1979 como ab-rogado 
pela nova ordem constitucional, estará a coexistir com o § 1º do 
artigo 4º da EC 26/85, existirá a par dele [dicção do § 2º do artigo 
2º da Lei de Introdução ao Código Civil]. O debate a esse respeito 
seria, todavia, despiciendo. A uma por que foi mera lei-medida, 
dotada de efeitos concretos, já exauridos; é lei apenas em sentido 
formal, não o sendo, contudo, em sentido material. A duas por que 
o texto de hierarquia constitucional prevalece sobre o 
infraconstitucional quando ambos coexistam. Afirmada a 
integração da anistia de 1979 na nova ordem constitucional, sua 
adequação à Constituição de 1988 resulta inquestionável. A nova 
ordem compreende não apenas o texto da Constituição nova, mas 
também a norma-origem. No bojo dessa totalidade --- totalidade 
que o novo sistema normativo é --- tem-se que "[é] concedida, 
igualmente, anistia aos autores de crimes políticos ou conexos"praticados no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 
e 15 de agosto de 1979. Não se pode divisar antinomia de qualquer 
grandeza entre o preceito veiculado pelo § 1º do artigo 4º da EC 
26/85 e a Constituição de 1988. 10. Impõe-se o desembaraço dos 
mecanismos que ainda dificultam o conhecimento do quanto 
ocorreu no Brasil durante as décadas sombrias da ditadura. 
(ADPF 153, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, 
julgado em 29/04/2010, DJe-145 DIVULG 05-08-2010 PUBLIC 
06-08-2010 EMENT VOL-02409-01 PP-00001 RTJ VOL-00216-
01 PP-00011) 
 
Qual o entendimento que deve ser aplicado? A Corte entendeu que o STF não 
realizou o controle de convencionalidade da lei de anistia, mas sim somente a 
constitucionalidade. Todo juiz deve analisar a lei não somente sobre o ponto de vista da 
Constituição de seu Estado, mas também conforme a Corte Interamericana de direitos 
humanos. 
Deve ser aplicado o Duplo controle da lei – A lei deve ser submetida tanto ao 
controle de constitucionalidade quanto o de convencionalidade. A lei de anistia 
brasileira, portanto, é invalida no Brasil, pois que inconvencional, como a maioria da 
doutrina assim entende. 
Resumindo: Para o STF, a lei de anistia é válida, pois constitucional. Já para a 
Corte Interamericana é a lei de anistia invalida, pois que inconvencional. 
 
QUESTÃO AGU (2012) 
Na sentença do caso Gomes Lund Vs. Brasil, a Corte Interamericana de direitos 
humanos estabeleceu que o dever de investigar e punir os responsáveis pela prática de 
desaparecimentos forçados possui caráter de jus cogens. 
RESPOSTA: CORRETA. Ou seja, imprescritíveis, insuscetíveis de anistia.

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