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Técnicas de Proteção Pulpar para 
Resinas Compostas 
 
63 
 
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
 4.1 – Considerações Gerais 
 
 O uso ou não de uma base protetora depende dos seguintes fatores: 
 - tipo da lesão cariosa (agudizada ou crônica) 
 - diagnóstico das condições pulpodentinárias (tipo de substrato dentinário) 
 - idade do paciente e/ou do dente 
 - extensão, profundidade (espessura da dentina remanescente) e localização do 
preparo no dente (consideradas a presença ou ausência e a espessura do esmalte nas faces 
proximais, oclusal, vestibular, lingual e áreas de colo) 
 - capacidade vedadora do sistema restaurador adesivo a ser empregado 
 - concentração, ph e capacidade de dissociação iônica do ácido que será empregado 
tanto em esmalte quanto em dentina. 
 
 A maioria dos sistemas restauradores adesivos que utilizam produtos de última 
geração não requer para as lesões assintomáticas cavidades superficiais, rasas ou de média 
profundidade a aplicação de forradores ou bases protetoras do tipo clássico, a não ser nas 
cavidades profundas ou muito profundas sem esclerosamento dentinário. Se uma proteção 
for necessária, como, por exemplo, numa cavidade profunda, cujo assoalho ficou 
estabelecido em dentina com áreas de esclerose sobre a polpa, a preferência recai para os 
cimentos ionoméricos, pela sua biocompatibilidade e potencial de adesão às estruturas 
dentárias e as resinas compostas restauradoras (o que não deixa de ser uma proteção 
adesiva). Por outro lado, se o assoalho cavitário ficar estabelecido apenas em dentina 
primária, a opção recairá para uma proteção dupla, ou seja: primeiramente uma fina película 
forradora de cimento de hidróxido de cálcio é aplicada de modo tal a circunscrever a porção 
mais profunda ou próxima à polpa e, sobre esta e demais áreas dentinárias do assoalho 
cavitário e parede gengival, uma fina camada de cimento ionomérico para formar uma 
sobrebase ou base intermediária. 
 Em cavidades bastante profundas, com diagnóstico dentinopulpar favorável (teste de 
sensibilidade normal e/ou com exposição pulpar acidental, são necessários também, 
respectivamente, prévio forramento ou capeamento com hidróxido de cálcio sob o cimento 
ionomérico, funcionando este como sobrebase ou base intermediária. 
 A associação de cimento de ionômero de vidro com as resinas compostas favorece a 
qualidade de selamento da interface ao mesmo tempo que esse cimento protege a dentina 
contra a ação da resina e o dente, de modo geral, contra a ocorrência de cárie secundária. 
 
 
 
 
 
 
64 
 
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
OPÇÕES PARA PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR EM FUNÇÃO DA PROFUNDIDADE 
DAS CAVIDADES E DO MATERIAL RESTAURADOR RESINAS COMPOSTAS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
 4.2 – Técnicas 
 
 4.2.1 - Cavidades superficiais, rasas ou de média profundidade 
 
 1ª Alternativa: Remoção total da “smear layer” e formação da camada híbrida 
 
 A – Limpeza cavitária 
 
 Para estas cavidades a limpeza é obtida pela aplicação do condicionamento ácido 
total. 
 
 B – Ataque ácido do esmalte e dentina (técnica do condicionamento total) 
 
 Empregar sistemas condicionador/adesivo que executem o tratamento simultâneo 
do esmalte e dentina. Esses sistemas têm inúmeras características comuns: especificamente, 
todos possuem um ácido (fosfórico, nítrico, cítrico ou maléico) numa concentração 
adequada para condicionar também a dentina, com a finalidade maior de remover a 
hidroxiapatita seletivamente, criando uma condição propícia à formação da camada híbrida, 
que possibilita o vedamento dos túbulos e uma união micromecânica entre a resina 
composta e a dentina. 
 As mais recentes soluções condicionadoras foram desenvolvidas em sua maioria 
para pré-tratamento de ambas superfícies, dentina e esmalte simultaneamente, 
simplificando assim o procedimento clínico e reduzindo a sensibilidade técnico-operatória. 
Suas concentrações e tempo de aplicação são especificamente determinadas para atacar 
suficientemente o esmalte sem desmineralizar extensivamente à dentina. Para tanto, deve-
se empregar o condicionador de cada produto, executando a técnica do condicionamento 
total e seguindo à risca as instruções do fabricante, para obter melhor desempenho. 
 
 C – Proteção pulpar e selamento da cavidade 
 
 Subseqüentemente ao condicionamento ácido e sobre uma superfície que deve ser 
mantida úmida após a remoção do ácido com jatos de água, aplica-se um sistema 
“primer”/adesivo hidrófilo de quarta ou quinta geração. Existem várias marcas comerciais 
com as condições mencionadas e que visam o mesmo resultado final (formação da área 
adesiva e protetora, denominada camada híbrida ou impregnada) como: SCOTCHBOND 
 
 
 
 
 
66 
 
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
MULTIPURPOSE PLUS, SINGLE BOND, OPTIBOND SOLO, ALL BOND II, ONE-STEP E PRIMER 
BOND 2.0 e 2.1. 
 Por último, restaurar o dente, utilizando também, de preferência, resina composta da 
mesma marca, seguindo aplicação e polimerização incrementais. 
 2ª Alternativa: Modificação e/ou Preservação Parcial da “Smear Layer” com 
manutenção dos tampões dentinários “Smear Plugs”. 
 
 A – Limpeza cavitária 
 
 Considerando que a “smear layer” – camada agregada dentinária – é um substrato 
que pode conter significativas quantidades de bactérias, dependendo das condições em que 
se encontrava a cavidade (cárie agudizada, ampla) e da assepsia mantida durante o preparo, 
é recomendável que se faça uma limpeza com soluções anti-sépticas, que preservam 
parcialmente a “smear layer” e que sabidamente não irão interferir com a formação da 
adesão ao substrato dentário. Algumas soluções disponíveis no mercado servem para esse 
propósito, como CAV-CLEAN (solução de digluconato de clorexidina a 2%), CAVITY CLEANSER 
TM (solução de digluconato de clorexidina a 2%, pH 6,0) e CONSEPSIS (solução de 
digluconato de clorexidina a 2%). 
 Cabe aqui ressaltar que a limpeza cavitária com água oxigenada é contra-indicada 
para qualquer situação onde um sistema adesivo resinoso será empregado. A oxigenação 
dos tecidos dentários previamente à aplicação dos monômeros resinosos irá interferir com 
sua polimerização. 
 
 B – Tratamento ácido do esmalte e dentina 
 
 Aplicar o sistema condicionador específico de cada produto, seguindo 
sistematicamente as instruções do fabricante, quanto ao tempo de ação, modo de aplicação 
e períodos de lavagem com jato de água/ar. 
 O ácido deve ser aplicado de preferência com seringa ou pincel e o condicionamento 
ser estabelecido 1 a 2 mm além do término do preparo. Se o fabricante indicar, deve-se lavar 
cuidadosamente pelo mesmo período de condicionamento, para remover o ácido e os 
produtos de reação. A função dos condicionadores com baixa concentração ou associados ao 
“primer” é tratar, modificar ou dissolver parcialmente a “smear layer” e a superfície 
dentinária subjacente, permitindo ao “primer” ligar-se ao adesivo e promover um processo 
 
 
 
 
 
 
67 
 
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
de união micromecânica ao penetrar e combinar-se com a “smear layer”, dentina 
peritubular e resina composta. 
 Segundo WATANABE & NAKABAYASHI 25, a vantagem deste sistema é reduzir o risco 
de a área desmineralizada não ser infiltrada, o que acontececom os sistemas de quarta 
geração, como demonstrado por SANO et al. 15, uma vez que o condicionador e o “primer” 
estão na mesma solução e, portanto, desmineralização e infiltração ocorrem 
simultaneamente. 
 
 C – Proteção pulpar e selamento da cavidade 
 
Após o tratamento da superfície dentária, aplicar o sistema adesivo específico de cada 
fabricante, monocomponente ou não. Normalmente deve-se seguir a risca as instruções 
sobre o produto, no entanto “primer” deve ser sempre aplicado por pelo menos vinte 
segundos, para haver o tempo suficiente para penetrar na dentina condicionada e úmida, 
ocorrendo o tempo de descolamento da umidade que envolve os componentes da dentina 
desmineralizada. 
 Praticamente todos os adesivos atuais possuem “primers” que contêm um 
grupamento funcional hidrófilo, que os torna compatíveis com as características da dentina, 
e um grupamento hidrofóbico, compatível com o agente adesivo. Este mecanismo de ação 
supre a falta de interação dos adesivos hidrófobos com a estrutura de dentina superficial 
úmida, porque o substrato dentinário após receber tratamento com agentes 
condicionadores torna-se mais permeável e a umidade tende a aflorar. Além disso, os 
condicionadores em forma de gel são hipertônicos com relação ao fluido dentinário, o que 
força esta superficialização da umidade. Este sistema é mais complexo na utilização e exige 
tempo de trabalho mais prolongado. 
 Após a polimerização do adesivo, seguindo à risca a orientação do fabricante, 
executa-se a inserção da resina composta, sempre que possível da mesma procedência e 
seguindo a técnica incremental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
 
Proteção pulpar para cavidade rasa de classe III e remoção da “smear layer”. 
Adaptado José Mondelli – Proteção do Complexo Dentino Pulpar, 1998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
 
 
Proteção pulpar para cavidade de classe II de média profundidade, e remoção total da 
“smear layer”. 
Adaptado José Mondelli – Proteção do Complexo Dentino Pulpar, 1998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
 
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
 4.2.2 – Cavidades Profundas (até aproximadamente 0,5 mm de dentina 
remanescente) 
 
 A – Limpeza cavitária 
 
 Para esta profundidade, na presença ou não de esclerosamento dentinário, pode-se 
realizar a limpeza com soluções que sejam comprovadamente bactericidas e não interfiram 
no mecanismo de adesão, como soluções à base de hidróxido de cálcio ou clorexidina, 
sempre lembrando que limpeza e desinfecção devem ser realizadas antes da proteção 
pulpar e do condicionamento da cavidade recomendado pelo fabricante para receber o 
sistema adesivo. 
 
 B – Proteção do Complexo Dentinopulpar 
 
 1ª condição: cavidades profundas sem esclerosamento dentinário: cimento de 
hidróxido de cálcio + cimento ionomérico. 
 Para estas cavidades, a proteção pulpar de anteceder ao ataque ácido (a fim de 
proteger da agressividade do ácido o remanescente dentinário e a polpa), ao acabamento da 
cavidade e à execução dos biseis, para evitar a possível contaminação do ângulo 
cavosuperficial. Não se devem empregar bases protetoras com eugenol ou resina copal na 
composição, pois estes produtos interferem na polimerização das resinas compostas. 
Cimento de Hidróxido de Cálcio – uma fina camada (0,2 a 0,5 mm) de um agente protetor à 
base de hidróxido de cálcio deve ser aplicada como forrador cavitário nas paredes de fundo, 
isto é, diretamente em dentina primária recém-cortada (onde não existe esclerosamento), 
para funcionar como isolante térmico e estimulá-lo. 
 Cimento de Ionômero de Vidro – quando a parede de fundo axial ou pulpar, após a 
remoção da dentina cariada, apresentar uma concavidade, deverá depois de forrada com 
hidróxido de cálcio ser reconstruída ou aplanada com cimentos de ionômero de vidro 
específicos para proteção. Para isto basta acrescentar uma camada intermediária de 
cimento ionomérico auto ou fotoativado, que formará uma sobrebase de sustentação para a 
restauração adesiva. Se for um cimento fotoativado, reconstruir em incrementos sucessivos 
(a primeira camada deve ter sempre 0,5 mm ou menos) fotopolimerizados até atingir a 
espessura necessária para aplanar a parede pulpar ou axial. Nas lesões profundas e extensas 
em superfície após remoção da dentina cariada e estabelecimento dos contornos externo e 
interno da cavidade pode haver necessidade de reconstruir também as paredes laterais que 
ficaram socavadas com perda dentinária, à semelhança das de fundo (lesões com geometria 
 
 
 
 
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Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
infundibiliforme). Desse modo, o agente protetor intermediário (ionômero de vidro), além 
de embasar (s) parede (s) de fundo, deverá também reconstruir as paredes laterais e 
restabelecer a geometria interna da cavidade. 
 Recomenda-se a utilização de uma base intermediária ou sobrebase de cimento 
ionomérico sobre a camada de hidróxido de cálcio, para depois aplicar o sistema adesivo em 
todas as paredes cavitárias, porque este cimento bloqueia melhor a microinfiltração do que 
o sistema adesivo em áreas onde não existe esmalte cervical. Além de ser menos solúvel em 
água e ácidos e mecanicamente mais resistente do que os cimentos de hidróxido de cálcio, 
possui as características adesivas e libera flúor, daí sua recomendação como base 
intermediária nas cavidades profundas e bastante profundas forradas com fina película de 
hidróxido de cálcio auto-ativado e que serão restauradas com o sistema adesivo. 
 2ª condição: cavidade profunda com esclerosamento dentinário: cimentos de 
ionômero de vidro convencionais e modificados. A preferência pelos cimentos ionoméricos 
como forradores ou bases únicas, é devido sua biocompatibilidade, pelo potencial de adesão 
à dentina e à resina composta e pela impermeabilidade aos ácidos condicionadores. 
 
 Quando o cimento ionomérico funcionar como forrador dentinário, os resino-
modificados fotoativados, como o VITREBOND, G.C. LINING CEMENT E VIVAGLASS, 
dispensam o condicionamento ácido de sua superfície para aderir-se à resina composta ou, 
da dentina com ácido poliacrílico, para aderir-se a ela. Todavia, se ocorrer o 
condicionamento de sua superfície, adesão à resina restauradora não será prejudicada, 
desde que se aplique também sobre o ionômero p “primer” e o respectivo adesivo. Por sua 
vez, os ionômeros ativados quimicamente devem ser condicionados com ácido fosfórico ou 
maléico por dez a quinze segundos, a fim de melhorar a união resina/ionômero. 
 Quando a base de cimento ionomérico for aplicada apenas na área mais profunda do 
assoalho cavitário (paredes pulpar e/ou axial), cobrindo uma área mínima de dentina, 
deixará uma superfície maior e mais espessa para promover a adesão através da formação 
da camada híbrida com o sistema “primer”/adesivo dentinário somado à ligação 
micromecânica ao esmalte. 
 Além dos cimentos ionoméricos resinosos, existe uma outra categoria de materiais 
fotopolimerizáveis disponíveis há algum tempo, denominados compósitos modificados 
(TIMELINE) e compósitos ionoméricos (CAVALITE), empregados também como forradores ou 
bases protetoras. Todavia, a performance clínica impediu que seu uso se tornasse popular, 
principalmente porque os pacientes acusavam sensibilidade pós-operatória, talvez devido 
ao componente resinoso. As principais características destes compósitos modificados 
 
 
 
 
 
72 
 
Técnicas de Proteção Pulpar paraResinas Compostas 
e ionômeros resino-modificados são: alta resistência mecânica, liberação de flúor, baixa 
solubilidade, não necessitam de espatulação e apresentam cor semelhante à dentina, sendo 
útil, portanto, para restaurações estéticas. 
 Um outro compósito modificado com as mesmas características, porém 
apresentando em sua composição o hidróxido de cálcio, é o ULTRA-BLEND, também indicado 
para proteções indiretas (forrador e base protetora), inclusive para cavidades bastante 
profundas. 
 
 C – Selamento da cavidade 
 
 Após o condicionamento total da cavidade protegida, o sistema adesivo é aplicado 
seguindo as recomendações do fabricante e, em seguida, a resina composta é inserida de 
maneira incremental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
 
 Proteção pulpar cavidade de classe II profunda, com esclerose dentinária, realizada 
com cimento de ionômero de vidro. 
 Adaptado José Mondelli – Proteção do Complexo Dentino Pulpar, 1998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
 4.2.3 – Cavidades bastante profundas (com 0,5 mm ou menos de dentina 
remanescente) 
 
 Nas cavidades bastante profundas deve-se considerar sempre a possibilidade de 
microexposições da polpa, não detectáveis clinicamente, o que obriga a redobrar os 
cuidados e atenções operatórias, especialmente o isolamento absoluto do campo operatório 
com dique de borracha, de preferência antes da remoção da dentina cariada remanescente. 
 Clinicamente, uma cavidade bastante profunda é caracterizada por assoalho onde, 
após a remoção de todo o tecido afetado, não existe esclerosamento e a dentina, sob 
inspeção visual, apresenta tonalidade rósea, devido a sua fina camada e transparência, que 
indica proximidade pulpar. 
 A espessura e a qualidade da dentina remanescente devem ser rigorosamente 
levadas em consideração antes e durante qualquer procedimento restaurador adesivo, 
principalmente quando se planeja uma conduta mais agressiva, como o condicionamento 
ácido. 
 
 A – Limpeza Cavitária 
 
 Irrigação com solução de hidróxido de cálcio. 
 
 B – Proteção do Complexo Dentinopulpar 
 
 Também para estas cavidades a proteção pulpar deve anteceder ao 
condicionamento, a fim de proteger da agressividade do ácido, a camada da dentina delgada 
na extensão mais profunda do assoalho pulpar ou axial. Nada mais lógico e nada impede a 
aplicação de uma fina película de um agente protetor biocompatível nas áreas mais 
próximas da polpa, mantendo um cinturão de dentina ao redor do forramento e de esmalte, 
na periferia da cavidade, o qual seria vedado pelo próprio sistema adesivo através da 
interação de seus constituintes com a dentina superficial e esmalte, condicionados 
adequadamente para isso. 
 Emprega-se então tanto para cavidades profundas quanto para as bastantes 
profundas uma sobrebase de cimento ionomérico fotopolimerizável cobrindo a fina camada 
de cimento dehidróxido de cálcio, para satisfazer os propósitos estéticos, biológicos e de 
resistência e retenção adesivas. 
 
 C – Selamento da cavidade 
 
 Nos preparos de todas as classes com presença de esmalte na extensão da área 
marginal não existe necessidade de ataque ácido em dentina porque o vedamento marginal 
 
75 
 
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
e parte da retenção e estabilidade da restauração serão conseguidos através de paredes 
circundantes e pelo embricamento mecânico da resina adesiva com as microporosidades do 
esmalte produzidas pelo ataque ácido. Nos preparos de classe V e II, especialmente nos 
casos onde não existir camada de esmalte gengival, a película protetora de cimento de 
hidróxido de cálcio deve cobrir uma área mínima de dentina, deixando uma área maior de 
superfície livre para união do adesivo ou cimento ionomérico. Nestes casos o cimento 
ionomérico agirá como adesivo dentinário (técnica do sanduíche), devendo o ataque ácido 
englobar esmalte, cimento ionomérico e eventualmente dentina mais espessa não coberta 
pela proteção. 
 Após a polimerização do adesivo, qualquer que seja o sistema adesivo empregado, 
insere-se a resina composta e completa-se o procedimento restaurador. 
 Ocorrência de hipersensibilidade nas restaurações adesivas 
 Quando se depara com problemas de hipersensibilidade na dentina, deve-se 
considerar além do condicionamento dentinário muitos outros fatores que podem ter 
bastante influência nessa sintomatologia: a idade e o sexo do paciente, a idade do dente, a 
quantidade de esclerose presente, a proximidade da polpa, a utilização ou não de base de 
hidróxido de cálcio, a profundidade da lesão cariosa (se bastante para receber uma base) e a 
dentina reparativa formada em relação aos túbulos dentinários envolvidos pela cárie que, se 
cortada, representa um potencial para sensibilidade. 
 Se os sintomas ocorrerem logo após a restauração, pode-se imaginar que não existia 
suficiente esclerose ou dentina reparadora para os túbulos dentinários periféricos 
protegerem a polpa. Também quando as terminações nervosas dos tecidos pulpares 
superficiais, especialmente da camada odontoblástica e pré-dentina, são injuriadas pelos 
procedimentos restauradores, o processo de reparo requer uma grande reação dos 
dendritos, o que pode contribuir temporariamente para aumentar a sensibilidade pós-
operatória. São necessários aproximadamente 21 dias para a completa regeneração das 
terminações nervosas, remoção dos excessos de dendritos degenerados e o retorno a um 
nível de normalidade da sensibilidade dentinária. 
 No caso de sintomas ocorridos muito recentemente para serem causados por um 
colapso da união adesiva e significante microinfiltração é se desaparecerem depois de 7 a 12 
semanas significa que foi formada suficiente dentina reparadora nas áreas críticas (abaixo 
dos túbulos periféricos mais recentemente cortados) para bloquear os túbulos e eliminar a 
sensibilidade. Entretanto, se os sintomas se desenvolverem após um longo período e 
persistirem, então deve-se pensar em fatores como: destruição de união adesiva; contração 
da resina de união entre a resina composta e a dentina durante a polimerização; falha 
 
 
 
 
 
76 
 
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
coesiva do agente forrador ou da base e exposição dos túbulos dentinários abertos; 
deformação das cúspides (excessiva carga oclusal em classe II de resina composta, 
especialmente se a margem cervical está em cemento/dentina) e flexão durante o ato da 
mastigação; estímulos térmicos (principalmente frio), devido as fendas causadas pela 
contração da resina e microinfiltração. As circunstâncias em torno do dente e do paciente 
foram tais que a dentina reparativa provavelmente jamais se formaria. 
 Se a sensibilidade do dente se prolonga, a resina deve ser removida e realizado um 
tratamento mais cuidadoso; os sintomas logo desaparecerão, significando que os túbulos 
foram bem selados. 
 A técnica de aplicação dos condicionadores é muito importante: limpeza e 
esfregadura (aplicação ativa) parecem ser contra-indicadas, o adequado é simplesmente 
deixar a solução embeber a superfície dentinária. 
 Quando se utiliza o cimento de ionômero de vidro como agente forrador, 
recomenda-se uma camada de cimento de hidróxido de cálcio nas áreas mais profundas, 
portanto, mais próximas à polpa. 
 Deve ser efetuada uma avaliação pré-operatória da espessura da dentina 
remanescente, esclerótica e reparativa presentesno dente envolvido, para tentar explicar. 
 Segundo STANLEY20, a possibilidade de alcançar total prevenção da microinfiltração 
nunca haverá, por causa da natureza do problema e da estrutura única da dentina, mas 
evidentemente se aceita uma certa quantidade de microinfiltração ( tem-se que conviver 
com ela). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
Proteção pulpar em cavidade bastante profunda. Fina camada de cimento de hidróxido de 
cálcio forrando o assoalho cavitário. Base intermediária de cimento de ionômero de vidro 
sobre o cimento de hidróxido de cálcio aplanando a parede pulpar. 
 
 
 
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Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
 4.2.4 – Cavidades com Exposição Pulpar 
 
 Irrigação da cavidade com soro fisiológico e depois com água de hidróxido de cálcio. 
 Enxuga-se a cavidade com bolinhas de algodão esterilizadas e analisa-se o tamanho 
da perfuração. Se for muito pequena, o operador deverá ampliá-la ligeiramente com uma 
ponta diamantada esférica nº1012 girando em baixa velocidade, a fim de facilitar a aplicação 
e adequação do hidróxido de cálcio na exposição. Irriga-se outra vez e abundantemente a 
cavidade com soro fisiológico e água de hidróxido de cálcio, a fim de eliminar qualquer 
vestígio de impurezas sobre a exposição, tais como fragmentos de dentina, esmalte, 
materiais restauradores, vedadores, saliva ou sangue. 
 O controle do sangramento, que deve ser vermelho-vivo, é realizado não só com 
irrigações sucessivas de solução aquosa de hidróxido de cálcio, mas, se necessário, com 
suave tamponamentofeito com bolinhas de algodão esterilizadas, umedecidas, colocadas e 
pressionadas levemente sobre a exposição por dois a quatro minutos. 
 Um agente capeador não deve ser aplicado sobre uma polpa sangrenta porque 
impedirá seu melhor contato e poderá desalojá-lo se ocorrer um escoamento abaixo dele, 
dificultando o mecanismo de reparo pela formação de coágulo. Quanto melhor o contato do 
agente capeador com o tecido pulpar exposto, melhor o grau de reparo. 
 Além do controle do sangramento, a literatura também sugere a desinfecção da área 
exposta com produtos comerciais à base de clorexidina, fluoretos, cloreto de etil 
benzalcônio, EDTA e outros, antes do capeamento. Considerando as propriedades da 
solução de hidróxido de cálcio (bactericida, bacteriostática e hemostática), seu potencial 
hidrogeniônico, sua ação benéfica e não irritante sobre o tecido pulpar e os resultados 
satisfatórios com mais de trinta anos de uso, tanto para limpeza quanto para controle do 
sangramento de polpas expostas, curetagens e pulpotomias é que também para estes casos 
foi sugerida como primeira escolha, ao invés desses outros medicamentos, os quais não 
foram testados cientificamente sob o ponto de vista biomicroscópico como controladores 
do sangramento pulpar e/ou desinfetantes nessas situações. 
 
 A – Capeamento 
 
 1ª opção: Pasta ou Pó de Hidróxido de Cálcio 
 
 Depois de seca a cavidade com bolinhas de algodão hidrófilo esterilizadas, coloca-se 
hidróxido de cálcio P.A. na consistência de pasta ou pó capeando a exposição. O hidróxido 
 
 
 
 
 
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Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
de cálcio, de preferência na forma de pó, é levado sobre a exposição com o auxílio de um 
porta-amálgama. O excesso de pó é removido com suaves jatos de ar indiretamente 
dirigidos na cavidade, enquanto o remanescente umedecido pelo fluido pulpar, que funciona 
como veículo natural, permanece tamponando a exposição pulpar. 
 
 2ª opção: Cimentos de hidróxido de Cálcio Auto ou Fotoativados 
 
 Existe uma dificuldade técnica durante a aplicação direta do cimento auto-ativado no 
tecido exposto porque os fluidos pulpares aceleram o seu endurecimento e impedem uma 
correta aplicação e contato íntimo com a polpa. Recomenda-se, além do completo controle 
do sangramento, enxugar devidamente o local da exposição com bolinhas de algodão 
esterilizadas e aplicá-lo em pequenas camadas, fazendo-o escoar a partir da dentina 
circunjacente até cobrir a exposição. Isto não acontece com o cimento de hidróxido de cálcio 
fotoativado, fornecido em pasta única, com boa consistência, o que permite adequá-lo 
corretamente sobre a exposição sem sofrer a influência do fluido pulpar, possuindo assim 
um tempo bem maior de trabalho, porque só reage, endurece ou polimeriza pelo efeito da 
luz visível, sob o controle do profissional. 
 
 B- Selamento da Cavidade 
 
 1ª alternativa: Restauração ou Vedamento Provisórios da Cavidade 
 
 Na ausência de esmalte cervical, recomenda-se sempre que possível o selamento 
provisório da cavidade com um cimento ionomérico restaurador, o qual é um excelente 
material vedador que poderá impedir a microinfiltração até o momento da restauração 
definitiva. A menos que seja prevista excessiva compressão do tecido pulpar exposto, não há 
nenhuma contra-indicação da aplicação direta desses cimentos sobre o agente capeador 
(hidróxido de cálcio em pó ou pasta), porque se apóiam na parede dentinária que contorna a 
exposição, para funcionarem como sobrebase e agente vedador. 
 A preferência pelos cimentos ionoméricos restauradores, além das características 
biológicas, adesivas e resistência mecânica superiores aos demais agentes vedadores, deve-
se à facilidade e rapidez de inserção e remoção, para constatar clinicamente o resultado ou 
não da proteção direta (formação de ponte dentinária ou barreira calcificada vedando a 
exposição), após período de espera vigilante de 45 a 60 dias. 
 
 
 
 
 
 
80 
 
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
 2ª alternativa: Restauração definitiva com sistema adesivo 
 
 Quando o capeamento é feito com pó ou pasta de hidróxido de cálcio, existindo 
esmalte cervical, o clínico poderá optar pela restauração definitiva da cavidade. A área 
capeada deverá ser adequadamente protegida com uma base intermediária ou sobrebase, 
para evitar que os esforços mastigatórios sejam transmitidos através da restauração de 
resina composta e exerçam pressão sobre a polpa, como também para aperfeiçoar o 
vedamento cavitário. 
 Atualmente os materiais mais adequados para esse procedimento são os cimentos de 
hidróxido de cálcio auto ou fotoativados (PRISMA VLC, DYCAL E RENEW LIGHT), os de 
ionômero de vidro tipo IV (VITREBOND e VIVAGLASS), os compósitos ionoméricos 
(CAVALITE) e os compósitos modificados com hidroxiapatita (TIMELINE e COPALITE BRAND) 
ou com hidróxido de cálcio (ULTRA-BLEND). São, portanto, os agentes intermediários de 
preferência para agirem como sobrebase ou base intermediária nas restaurações adesivas 
onde o capeamento pulpar foi feito com pasta ou pó de hidróxido de cálcio. 
 A preferência por cimentos de hidróxido de cálcio auto-ativados sobre a pasta 
capeadora é pela compatibilidade com a polpa e o agente capeador, seu rápido 
endurecimento e maior acessibilidade ao profissional do que os fotoativados. 
 Se o agente capeador empregado for o cimento de hidróxido de cálcio convencional 
ou auto-ativado, aplica-se uma sobrebase de cimento ionomérico tipo IV (técnica do 
sanduíche) para protegê-lo do ataque ácido, aplanar o assoalho cavitário (axial e/ou pulpar) 
e aperfeiçoar o vedamento marginal. 
 Quando o capeamento pulpar é feito com os cimentos fotoativados é obtida uma 
camada protetora mais simples, evitando as bases intermediárias ou sobrebase de outros 
materiaiscomumente empregados para revestir a pasta ou pó de hidróxido de cálcio. Após 
aplicação de uma camada capeadora (0,5 a 1 mm)de cimento de hidróxido de cálcio 
fotoativado, revestindo ou tamponando a exposição, deve-se colocar uma outra camada (1 a 
2 mm) para proteger e reconstruir o assoalho cavitário, regularizando ou aplanando a(s) 
parede(s) de fundo da cavidade. 
 Por último, aplica-se o sistema adesivo (ataque ácido + “primer” + adesivo) e 
restaura-se com resina composta. Mesmo restaurando de forma definitiva com resina, o 
dente deve ser controlado clínica e radiograficamente por período de 45 a 60 dias, para 
verificação do resultado do tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
81 
 
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas 
 
 
 Proteção pulpar direta com pó de hidróxido de cálcio. Aspecto da cavidade após 
remoção de restauração insatisfatória. Exposição pulpar acidental durante o preparo 
cavitário. Capeamento pulpar com pó de hidróxido de cálcio. Cimento de hidróxido de cálcio 
acomodado sobre o assoalho cavitário. Vedamento temporário com sistema adesivo 
resinoso. 
 Adaptado José Mondelli – Proteção do Complexo Dentino Pulpar, 1998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Técnicas de Pulpotomia e 
Curetagem Pulpar 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
 5.1 – Definição 
 
 Além das proteções indiretas e diretas para o complexo dentinopulpar, podem-se 
ainda considerar como tratamentos conservadores a pulpotomia e a curetagem pulpar. 
 Enquanto a curetagem pulpar significa apenas a excisão superficial de uma porção 
exposta da polpa ( corno pulpar, por exemplo), a pulpotomia consiste no corte e remoção de 
toda a polpa coronária, mantendo a radicular histofisiologicamente normal. Ambos os 
tratamentos visam à formação ulterior de uma camada de dentina reparadora protegendo a 
polpa remanescente, para que ela possa se manter com vitalidade e desempenhar 
adequadamente sua função. 
 
 5.2 – Indicações dos tratamentos conservadores em função de tempo, tamanho e 
tipo da exposição 
 
 Quando a exposição é acidental (durante a instrumentação ou por trauma), é 
possível precisar de tempo, mas quando a exposição ocorre por lesão de cárie primária ou 
secundária essa constatação fica prejudicada. 
 A pulpotomia pode e deve ser indicada também nas exposições provocadas por 
lesões de cárie. 
 Nas exposições por traumatismo, com sinais clínicos de vitalidade pulpar 
(sensibilidade térmica ao toque, sangramento vermelho vivo e consistência encorpada do 
tecido), até depois de uma semana a resposta inflamatória que se instala é superficial e não 
se estende além de 2 mm no interior do tecido pulpar. 
 Com base nessas observações, CORTES & BASTOS6 correlacionaram o período de 
tempo em que o tecido pulpar fica exposto com as diferentes condutas clínicas para seu 
tratamento. Assim, sugeriram os seguintes procedimentos: 
 - exposição pulpar até seis horas: capeamento direto; 
 - exposição pulpar até uma semana: curetagem pulpar; 
 - exposição pulpar ampla até uma semana: pulpotomia. 
 
 5.3 – Pulpotomia 
 
 A pulpotomia consiste na exérese da polpa coronária, parcial ou totalmente afetada 
por diferentes causas, mantendo a polpa radicular histofisiologicamente normal e 
idealmente 
 
 
 
 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
protegida por uma camada de dentina neoformada. Esta pode se apresentar com 
calcificação atípica, sendo por isto chamada genericamente Ponte ou Barreira Calcificada. 
 
 5.3.1 – Diagnóstico Clínico e Indicação 
 
 
 A pulpotomia está contra-indicada para; 
 1 - dentes que desencadeiem dor espontânea contínua ou não, mitigada com o uso 
de analgésicos comuns; 
 2 - dentes que apresentem ausência de sensibilidade aos estímulos térmicos ou dor 
desencadeada ou exacerbada pelo calor e mitigada pelo frio, bem como aqueles cuja 
destruição coronária não permita o isolamento absoluto do campo operatório; 
 3 - dentes que apresentem evidências radiográficas de calcificações pulpares 
radiculares (nódulos), fraturas ao nível ósseo ou ainda envolvimento periapical; 
 4 - dentes com estrutura dentária remanescente insuficiente para receber um 
preparo intra ou extracoronário que possa reter uma restauração e manter adequadamente 
o tratamento conservador. 
 
 A pulpotomia apresenta certas vantagens sobre o tratamento endodôntico radical 
que são as seguintes: 
 1 – não é necessário intervir nos canais radiculares, o que é vantajoso em casos de 
dentes de pacientes jovens, com ápice radicular incompletamente formado, ou canais 
atresiados e com curvatura, em pacientes adultos; 
 2 – ramificações apicais também denominadas de deltas apicais, que são difícies de 
ser instrumentadas e mesmo obturadas; com a pulpotomia elas permanecem preenchidas 
com o conteúdo natural de tecido pulpar vivo; 
 
 
 
 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
 3 – a possibilidade de acidentes iatrogênicos é menor, tais como fraturas de 
instrumentos no canal radicular ou trepanações radiculares; 
 4 – o tecido periapical mantém-se intacto e de livre da possibilidade de irritação por 
medicamento ou traumas de instrumentação; 
 5 – dependendo da técnica adotada, a pulpotomia pode ser completada numa única 
visita; 
 6 – se a pulpotomia fracassar algum tempo depois da operação, a terapia 
endodôntica do canal radicular pode ser ainda executada. Naqueles casos onde os ápices 
radiculares não estavam completamente formados, houve oportunidade de uma 
desenvolvimento adicional, com a subseqüente complementação apical, facilitando agora a 
terapia endodôntica, se necessária. 
 
 5.3.2 – Técnica 
 
 Existem diferentes técnicas de pulpotomias, em função principalmente de 
características particulares do estado pulpar, dos instrumentos utilizados para o corte da 
polpa coronária e especialmente do material de revestimento ou de proteção da polpa 
radicular. 
 
 A – Imediata 
 
 É assim definida porque numa mesma sessão se realziam o corte e remoção da polpa 
coronária, bem como a proteção do remanescente pulporradicular com pasta de hidróxido 
de cálcio. Nesta técnica deve-se dar ênfase principalmente à seleção dos casos, bastante 
criteriosa, e ao controle clínico e radidográfico pós-operatório, durante um mínimo de dois 
anos. 
 Em 1970 GROSSMAN7 descreveu a seqüência técnica para pulpotomia bastante 
difundida através de edições anteriores do seu livro, baseada na técnica original de 
pulpotomia, preconizada por ZANDER30, em 1939. 
 
 Seqüência Operatória 
 1 – Antes da execução técnica da pulpotomia, deve-se proceder à propedêutica 
clínica pré-operatória. Esta significa um conjunto de dados prévios, conseqüentes a exames 
gerais e específicos, com a finalidade de estabelecer o diagnóstico das condições pulpares do 
 
 
 
 
 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
dente em questão para efeito de indicação ou não de tal procedimento. Esses exames são: 
anamnésia, inspeção clínica e radiográfico. 
 Pela anamnese, em que o paciente fornece informações gerais sobre o dente, avalia-
se a presença da dor, caracterizando-a da seguinte forma: 
 a – dor espontânea intermitente, com períodos de acalmia longos; 
 b – dor espontânea intermitente, com períodos de acalmia curtos; 
 c – dor espontânea mitigada pelo uso de analgésicos comuns. 
 
 Em dentes que desencadeiam dor espontânea contínua ou não mitigada com 
analgésicos comuns, não se indica pupotomia. 
 
 Inspeção clínica:a – dor provocada pelo frio, através de um bastão de gelo, com declínio rápido ou 
lento; 
 b – dor provocada pelo calor, através de bastão de guta-percha aquecido; 
 c – sensibilidade à percussão horizontal e/ou vertical, sem causa periodontal 
aparente; 
 d – presença de cavidade aberta, com exposição pulpar pela cárie ou, então 
exposição pulpar ampla ocorrida durante o preparo cavitário; 
 e – dente restaurado, porém com reincidência de cárie comprometendo a polpa. 
 
 A constatação de uma ou mais destas ocorrências obtidas pelo exame clínico, 
combinadas com as da anamnese, indica com procedimento clínico a pulpotomia. 
 
 Radiográfico: 
 As radiografias periapicais, que servirão para comparações nos futuros controles pós-
operatórios e para avaliação inicial, quanto: a) à integridade do espaço periodontal apical; b) 
a ápices radiculares completa ou incompletamente formados. 
 Nos dentes que apresentam sinais radiográficos de envolvimento de suas estruturas 
de suporte, de calcificações pulpares radiculares ou de fraturas, a pulpotomia está contra-
indicada. 
 2 – Anestesiar o dente; 
 3 – Isolamento do campo operatório e anti-sepsia do campo operatório; 
 4 – Após a abertura inicial com ponta diamantada em alta velocidade, brocas 
esféricas lisas e esterilizadas, em baixa rotação, ou então curetas bem afiadas, faz-se a 
 
 
 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
remoção do tecido cariado. Em seguida, irriga-se a cavidade com solução fisiológica, secando 
com bolinhas de algodão esterilizadas. 
 5 – O acesso à câmara pulpar pode ser obtido com brocas esféricas lisas de tamanho 
compatível com o da câmara pulpar, em velocidade convencional, fazendo-se a remoção de 
todo o seu teto. Geralmente devem-se utilizar brocas de aço números 5 a 8. 
 6 – A remoção do tecido pulpar coronário pode ser realizada com uma colher de 
dentina esterilizada, a qual se apóia no assoalho da câmara e corta a polpa por pressão 
contra as paredes circundantes. Em dentes anteriores, se o tecido pulpar não pode ser 
removido com a cureta, então pode-se utilizar uma broca esférica em velocidade 
convencional, de tamanho adequado, com cuidado de não interferir na polpa radicular; 
 7 – Procede-se agora à irrigação da câmara pulpar com solução fisiológica, a fim de 
remover fragmentos de dentina, sangue e restos de tecido pulpar. 
 O controle do sangramento, que deve ser vermelho vivo, é realizado não só com 
irrigações sucessivas, mas, se necessário, com suave tamponamento feito com bolinhas de 
algodão esterilizadas, colocadas e pressionadas levemente sobre o remanescente pulpar por 
alguns minutos. Controlando o sangramento, deve-se analisar a consistência do tecido 
pulpar remanescente, que deve ser firme e apresentar corpo e coloração avermelhada ou 
rósea; 
 8 – Após o controle do sangramento, coloca-se sobre o remanescente pulpar uma ou 
duas bolinhas de algodão esterilizadas embebidas com OTOSPORIN por dez minutos; 
decorrido esse período, lava-se a cavidade com solução de hidróxido de cálcio. 
 9 – Em seguida, após a irrigação com soro fisiológico e água cal, aplica-se o hidróxido 
de cálcio em pó, por meio de uma porta amálgama, ou então o hidróxido de cálcio em forma 
de pasta, levado à câmara pulpar por intermédio de instrumento metálico adequado. Com o 
auxílio de uma bolinha de algodão, com leve pressão, o hidróxido de cálcio é agora 
assentado em íntimo contato com a polpa radicular remanescente e o excesso de hidróxido 
de cálcio existente nas paredes circundantes deve ser removido com uma colher de dentina. 
 10 – O vedamento da cavidade é feito com cimento de óxido de zinco/eugenol de 
presa rápida, cimento ionomérico restaurador ou mesmo com amálgama; neste último caso, 
após a colocação prévia de uma base intermediária de cimento de hidróxido de cálcio e 
aplicação de verniz cavitário é que se condensa o amálgama. A seguir, radiografa-se o dente. 
 11 – Após quarenta dias, na ausência de sintomas clínicos, são feitos os testes de 
sensibilidade pulpar. Se o dente responder dentro dos limites normais, uma restauração 
permanente pode ser executada. Se, por outro lado, o dente não responder ao teste térmico 
 
 
 
 
 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
e ao toque, a pulpotomia deve ser considerada como insucesso e a pulpectomia estará 
indicada. 
 Controles radiográficos pós-operatórios, principalmente, e testes térmicos, quando 
necessários deverão ser feitos durante dois ou três anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
 
 
 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
 
 Ponta diamantada de haste longa girando em alta velocidade para promover 
simultaneamente o acesso, remoção do teto da câmara pulpar e corte do tecido pulpar. 
Sangramento vermelho vivo e intenso. Aspecto do remanescente pulporradicular, que se 
apresenta com corpo e coloração avermelhada ou rósea. Bolinha de algodão embebida no 
medicamento Maxitrol e mantida por 10 minutos. Hidróxido de cálcio ativado por luz visível 
(PRISMA VLC DYCAL) aplicado sobre o remanescente pulporradicular. Fotopolimerização do 
cimento. Inserção do cimento ionomérico restaurador (VITREMER) após aplicação do 
“primer” condicionador. Aspecto da restauração vedadora depois de concluída. Radiografia 
periapical logo após o tratamento. Radiografia/ controle depois de três meses da 
pulpotomia. 
 Adaptado José Mondelli – Proteção do Complexo Dentino Pulpar, 1998. 
 
91 
 
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
 B – Mediata 
 
 Esta técnica de pulpotomia difere da anterior, por ser realizada em duas 
sessões: na primeira, após o corte e remoção da polpa coronária, coloca-se um curativo à 
base de glicocorticosteróide e de FURACIN por 48 horas; na segunda, após a remoção deste 
e irrigação da câmara pulpar, coloca-se o material de revestimento dos remanescentes 
pulporradiculares, ou seja o hidróxido de cálcio. 
 
 Indicação: 
 1 – sangramento preferencialmente abundante e de coloração avermelhada, não 
cianótica, já durante a remoção da polpa coronária; 
 2 – remanescente pulporradicular com consistência, possuindo corpo, ao exame 
visual, e ao toque de sua superfície cruenta; 
 3 – polpa remanescente com coloração rósea ou avermelhada. Seqüência 
Operatória 
 A – registro da propedêutica clínica pré-operatória, conforme descrito na técnica 
simples ou imediata. 
 B – Anestesia do dente 
 C – remoção dos tecidos afetados. Em seguida, aplica-se o dique de borracha 
isolando o dente a ser tratado, fazendo antisepsia do campo operatório; a seguir completa-
se a remoção da dentina cariada com os mesmos instrumentos empregados para sua 
remoção superficial. 
 D – acesso à câmara pulpar – com broca esférica lisa, de números 4 e 8 (cuja 
escolha depende do tamanho da cavidade/lesão e do dente que está sendo tratado), em 
velocidade convencional, procede-se à remoção de todo o teto da câmara pulpar. Podem-se 
empregar também pontas diamantadas girando em alta velocidade, com abundante 
refrigeração. Em seguida, irriga-se várias vezes a cavidade com solução fisiológica, secando-a 
com bolinhas de algodão esterilizadas. 
 E – corte e remoção da polpa coronária, para estas fases pode-se empregar uma 
das três técnicas, todas elas apresentando vantagens e desvantagens: 
 1 – corte com colher de dentina bem afiada e nova, deve-se tomar cuidado para 
não provocar um desgarramento da polpa radicular. A principal vantagem é o corte ser 
pouco traumático que a cureta promove, além disso, não produz raspas de dentina que 
poderiam ser empurradascontra a polpa radicular remanescente, trazendo conseqüências 
danosas ao processo de reparo; 
 
 
 
 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
 2 – corte com brocas esféricas lisas girando em baixa velocidade (deve possuir 
diâmetro aproximadamente duas vezes maior que aquele das embocaduras dos condutos 
radiculares); 
 3 – corte com pontas diamantadas esféricas girando em alta velocidade 
(números 1.015L, 3.016L ou 3.018L, da Sorensen ou M.K.S). 
 Logo após o corte da polpa coronária, feito com qualquer uma das três táticas 
sugeridas, a hemorragia deve ser observada e controlada através de irrigações sucessivas 
com soro fisiológico e leve tamponamento com bolinhas de algodão esterilizadas. 
 Nesta fase não se recomenda irrigação com solução ou água de hidróxido de 
cálcio, porquepode provocar necrose superficial da ferida cruenta e, como conseqüência, 
inibir a ação da associação medicamentosa que será colocada. Com uma colher de dentina 
bem afiada e esterilizada pode-se complementar a remoção de resíduos eventualmente 
existentes na câmara pulpar, além da regularização da superfície exposta remanescente 
pulpar. 
 F – inspeção da polpa remanescente. Para isto devem-se analisar: 1) as 
características do sangramento e 2) a consistência do tecido pulpar radicular remanescente, 
da seguinte maneira. Logo após a remoção da polpa coronária, ao nível das embocaduras 
dos condutos radiculares, constata-se a ocorrência de hemorragia, que deve ser abundante 
e o sangue se apresentar com tonalidade vermelho vivo, em todas as embocaduras, 
condição esta considerada essencial para definir a indicação das pulpotomias. Se o sangue se 
apresentar com coloração escura ou então não ocorrer sangramento, a pulpotomia estará 
contra-indicada. 
 Quanto à consistência do tecido pulpar radicular remanescente, que é a segunda 
inspeção a ser feita, deve-se, após a remoção da polpa coronária e controle da hemorragia, 
examinar a superfície do remanescente pulpar. Este exame é feito por sensibilidade tátil, 
tocando-se levemente a superfície exposta da polpa radicular com a mesma cureta usada na 
complementação da exérese da porção coronária, a fim de detectar sua consistência, que 
deve ser firme e apresentar corpo. Observa-se além disso a sua coloração avermelhada ou 
rósea, que complementaria as evidências de higidez tecidual com perspectiva de prognóstico 
favorável. Caso o remanescente pulpar se apresente com consistência pastosa, quase 
liquefeita, passível de percepção visual ou através d ataque, que são sinais de 
irreversibilidade ou necrose pulpar, a pulpotomia estará contra-indicada. 
 G – aplicação de OTOSPORIN ou MAXITROL. Para sua aplicação, embebe-se uma 
bolinha de algodão na solução, assentando-se na câmara pulpar do dente. Como opção para 
os dentes superiores e necessária para os inferiores, uma pequena camada de guta-percha, 
previamente desinfectada em álcool 70% com 0,3% de iodo, lavada em álcool etílico, é 
 
 
 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
plastificada por aquecimento e assentada sobre o curativo. O vedamento da cavidade é feito 
com cimento de ionômero de vidro restaurador ou de óxido de zinco/eugenol ou até com 
sistema restaurador adesivo; contatos exagerados em M.I.F. com os dentes antagonistas 
devem ser eliminados após o endurecimento do agente vedador. Em seguida, o paciente é 
dispensado, recomendando-se o seu retorno após 48 horas. 
 H – inspeção complementar da polpa radicular remanescente – decorridas 48 
horas – sem anestesiar o dente este é isolado com dique de borracha, procedendo-se à nova 
anti-sepsia do campo operatório. Remove-se o vedamento cavitário com brocas esféricas até 
alcançar a guta-percha. Em seguida, os resíduos de cimento são eliminados com leves jatos 
de ar e com um instrumento ligeiramente aquecido remove-se a guta-percha em bloco e 
depois o algodão com medicamento. Procede-se à irrigação da câmara pulpar com solução 
fisiológica e/ou solução aquosa de hidróxido de cálcio a 0,2% e secagem com bolinhas de 
algodão. Sob luz abundante, inspecionam-se os remanescentes pulpares e com a ponta 
rômbica de um instrumento metálico ou então de um cone de guta-percha eles são tocados 
delicadamente, prevenindo previamente o paciente da probabilidade de sentir uma ligeira 
sensibilidade ao toque. Caso não apresentem nenhuma sensibilidade a pulpotomia estará 
contra-indicada. 
 I – aplicação da pasta ou pó de hidróxido de cálcio ou, opcionalmente, de 
hidróxido de cálcio auto ou fotoativado. 
 Após a remoção de eventuais excessos de pasta das paredes circundantes, a 
cavidade é vedada preferencialmente com cimento de ionômero de vidro restaurador ou 
com óxido de zinco/eugenol de presa rápida ou, então com amálgama; e, neste caso, após a 
colocação de uma base intermediária (cimento de hidróxido de cálcio) e aplicação prévia de 
duas camadas de verniz. 
 J – com finalidade de observar o correto assentamento do hidróxido de cálcio e 
do vedamento perférico, radiografa-se o dente e recomenda-se ao paciente voltar após 
quarenta a sessenta dias, para o primeiro controle pós-operatório, como será visto em 
seguida, com a finalidade de examinar clínica e radiograficamente a ponte de dentina 
neoformada, a vitalidade do tecido pulpar remanescente e a região periapical do dente, para 
então restaurá-lo definitivamente. 
 
 5.3.3 – Critérios para Análise dos resultados de pulpotomias 
 
 1 – presença ou não de ponte de dentina vista radiograficamente; 
 2 – manutenção ou normalização da região periapical, vista também 
radiograficamente; 
 
 
 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
 3 – presença de ponte de dentina completa, detectada através de sondagem 
clínica; 
 4 – ausência de qualquer sinal radiográfico de reabsorções dentinárias interna e 
externa; 
 5 – sensibilidade pulpar ao tocar a ponte com instrumento endodôntico e/ou à 
irrigação com água gelada (dor provocada com declínio rápido). 
 O insucesso do tratamento é evidenciado por uma ou mais das seguintes 
condições: 
 1 – dor provocada com declínio lento; 
 2 – dor espontânea; 
 3 – sensibilidade à percussão vertical ou horizontal sem causa periodontal 
aparente; 
 4 – aumento do espaço periodontal apical em relação à radiografia pré 
operatória; 
 5 – aparecimento de reabsorções dentinárias internas ou externas ativas. 
 
 5.4 – Curetagem Pulpar 
 
 Trata-se de um procedimento clínico através do qual se remove apenas parte da 
polpacoronária, para em seguida protegê-la com hidróxido de cálcio, com finalidade de 
manter essa polpa com vitalidade, exercendo sua função biológica. 
 Segundo MELLO10, os percentuais de sucesso pós-operatório da curetagem 
pulpar em dentes de cães são menores do que os das pulpotomias. 
 Todavia, existem autores, como VARELLA & PAIVA24, PAIVA & ALVARES14, que 
afirmam que a curetagem pulpar oferece melhores resultados do que a pulpotomia. 
 
 5.4.1 – Indicações e Finalidades 
 
 Quando a polpa apresenta sinais clínicos de vitalidade, a curetagem pulpar está 
indicada nos casos de pequena exposição por cárie, acidental por traumatismo ou durante o 
preparo cavitário ou, ainda, quando deliberadamente se remove, nas cáries muito 
profundas, a delgada camada de dentina dúbia remanescente. Esta última geralmente 
ocorre em dentes de jovens com cárie de rápida evolução, onde se poderia tentar como 
primeira opção um tratamento expectante, mantendo por 45 a 60 dias aquela dentina 
descalcificada não necessariamente infectada, para que haja a sua remineralização e 
também formação de dentina reparadora, e depois se poder atuarno dente com maior 
margem de segurança para não expor a polpa. Entretanto, na tentativa de numa única 
sessão. 
 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar 
 
 Técnica de curetagem pulpar no primeiro molar superior, empregando pó de 
hidróxido de cálcio como agente capeador, cuja cavidade foi vedada provisoriamente com 
sistema adesivo. Exposição pulpar provocada por cárie secundária. Ponta diamantada 
esférica ampliando o local da exposição. 
 Curetagem superficial da área exposta. Irrigação com soro fisiológico e água de 
hidróxido de cálcio. 
 Porta-amálgama levando o pó de hidróxido de cálcio sobre a ferida pulpar. Pó de 
hidróxido de cálcio 
 limitado ao local da exposição, formando uma pasta com o fluido pulpar. 
Aplicação do adesivo no interior da cavidade, inclusive sobre a base intermediária (cimento 
ionomérico). Ataque ácido na interface logo após o término da restauração, a fim de aplicar 
um selante de superfície e aperfeiçoar o vedamento. 
 Adaptado José Mondelli – Proteção do Complexo Dentino Pulpar, 1998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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