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Tratamento conservador da polpa

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Tratamento 
 
 
Entendendo o complexo dentina-polpa 
Os componentes estruturais do 
complexo dentina-polpa são a 
dentina, formada pela dentina 
mineralizada e pré-dentina não 
mineralizada, e a polpa, que é um 
tipo de tecido conjuntivo frouxo. 
Apesar das diferenças de estrutura e composição 
entre a dentina e a polpa, esses tecidos estão 
intimamente ligados, de forma que respostas 
fisiopatológicas em um tecido também afetarão o 
outro. 
A grande relação entre o tecido pulpar, representado 
pelos odontoblastos, e a dentina dificulta a separação 
dos fenômenos fisiopatológicos que ocorrem em uma 
ou outra região. Polpa e dentina constituem, 
portanto, um sistema que se convencionou chamar 
de complexo dentina-polpa. 
 
Aval iando a condição pulpar 
O diagnóstico da condição pulpar representa a 
base para a estruturação do tratamento, em 
especial quando a queixa principal do paciente 
relaciona-se à dor. 
A dor, por sua vez, é o motivo mais frequente que 
obriga o paciente a procurar por tratamento 
odontológico. Ela, portanto, é um referencial 
importante para que o profissional possa chegar 
a um diagnóstico, uma vez que não existe 
correlação nítida entre a sintomatologia clínica e 
os achados histopatológicos. 
Para o diagnóstico da condição pulpar não basta 
apenas o conhecimento das respostas biológicas 
da polpa, mas também é necessária a 
 
 
interpretação das respostas frente à aplicação de 
estímulos destinados à observação clínica de seu 
estado. Assim, o diagnóstico da condição pulpar 
pode ser dividido em fases: anamnese, exame 
clínico extra e intraoral, testes pulpares, testes 
complementares e exame radiográfico. 
 
Anamnese 
▪ Exame subjetivos realizado por meio da 
técnica de interrogatório do paciente; 
▪ Investigação ao surgimento dos sinais e 
sintomas envolvidos no processo patológico; 
▪ A anamnese é compreendida pela queixa 
principal, história da doença atual e 
pregressa da patologia em questão e história 
médica do paciente. 
Exame cl ín ico extrabucal 
▪ Observar o paciente quando ele entra no 
consultório. Sinais de limitações físicas, assim 
como sinais de assimetria facial podem estar 
presentes; 
▪ No exame visual deve-se analisar se existe 
edema, fístulas extrabucais, lacerações, 
escoriações, cicatrizes, hematomas, etc; 
▪ A palpação da face e pescoço permite 
identificar se existe alguma alteração de 
linfonodos ou presença de edema e se ele é 
localizado, difuso, firme ou flutuante. 
Exame cl ín ico intrabucal 
▪ Exame objetivo dos sinais que identificam 
uma determinada doença; 
 
 
▪ Observação dos tecidos mole e duros 
acompanhado de inspeção física por meio de 
espelho clínico, sonda exploradora e 
periodontal. Permite a identificação de 
lesões de cárie, fraturas coronárias e/ou 
radiculares, presença de fístulas, fraturas de 
restaurações, bolsas periodontais e 
exposição pulpar; 
Para diagnostico de condição pulpar, apenas o 
exame clínico não é suficiente. Deve ser 
associado a outros testes clínicos como: 
PALPAÇÃO 
Permite determinar a partir da percepção tátil, a 
consistência e textura dos tecidos, a aderência, 
mobilidade e lisura, além de caracterizar a 
presença de respostas dolorosas frente a esse 
tipo de estímulo. 
▪ Um exemplo é em casos de abscesso 
periapicais sem fístula. Quando se faz 
palpação é possível identificar o estágio de 
evolução e se o mesmo apresenta ponto de 
flutuação. Ao ser pressionado, manifesta 
sensação dolorosa. 
PERCUSSÃO 
Consiste na aplicação de leves toques na coroa 
dentária com o auxílio do cabo do espelho, no 
sentido vertical e horizontal. 
▪ RESPOSTA POSITIVA À PERCUSSÃO 
VERTICAL: presença de sensação dolorosa, 
pode estar associada com alterações 
periapicaisenquanto 
▪ RESPOSTA POSITIVA A PERCUSSÃO 
HORIOZNTAL : pode estar associada com 
alterações periodontais. 
Uma resposta positiva ao teste de percussão 
deve ser sempre confirmada por testes de 
sensibilidade pulpar e exames radiográficos 
complementares. 
SONDAGEM PERIODONTAL E TESTE 
DE MOBILIDADE 
Permite avaliar a presença ou não de bolsas 
periodontais, exsudato gengival ou mesmo 
drenagem via sulco gengival. 
Para este teste utiliza-se sonda periodontal bem 
fina. 
O teste de mobilidade pode ser feito através da 
palpação digital ou com o auxílio de 
instrumentos odontológicos 
TRANSILUMINAÇÃO 
Consiste na aplicação de uma luz intensa na 
superfície lingual de um dente. 
▪ TRAUMATISMO: A transiluminação é 
importante no diagnóstico de fraturas ou 
trincas; 
▪ POLPA NECRÓTICA: Em geral a sombra da 
câmara pulpar aparece mais escura em 
relação à coroa dentária, devido à 
decomposição do tecido pulpar. 
TESTES DE SENSIBILIDADE PULPAR 
A sensibilidade pulpar pode ser avaliada em- 
pregando testes térmicos (frio e calor) e/ou 
elétricos. 
Os testes de sensibilidade pulpar auxiliam na 
diferenciação dos dentes com polpas normais 
daqueles com polpas alteradas patologicamente, 
principalmente nos casos de necrose pulpar, 
quando outros dentes são utilizados como 
controle. 
Entendendo que as alterações inflamatórias 
pulpares relacionam-se a alterações vasculares, 
agentes que promovam mudanças nas mesmas, 
como vasoconstrição ou vasodilatação, são 
capazes de induzir estímulos nas terminações 
nervosas, caracterizando um possível estado 
 
 
clínico do tecido (normal ou inflamado, porém 
vital). 
Entretanto, diversos agentes são capazes de 
estimular a sensibilidade nas terminações 
nervosas, o que não certifica necessariamente 
que o dente esteja com vitalidade. As fibras 
nervosas são as últimas a entrarem em 
degeneração e, nos dentes com necrose pulpar, 
pode ocorrer sensibilidade quando elas são 
estimuladas. 
TESTE DE SENSIBILIDADE PULPAR AO FRIO 
▪ Pode ser realizado com bastão de gelo, 
cloreto de etila (Endo Ice – Hygienic), gases 
refrigerantes (diclorodifluorometano, 
tetrafluoretano) ou dióxido de carbono (neve 
carbônica). Estes agentes promovem 
decréscimos da temperatura intrapulpar, 
estimulando terminações nervosas pulpares 
a partir das alterações vasculares 
(vasoconstrição), gerando dor. Quanto maior 
a redução da temperatura, maior o estímulo. 
▪ Deve ser utilizado o isolamento relativo no 
momento da realização do teste; 
▪ Realizado, inicialmente, nos dentes 
adjacentes ou até análogos ao dente em 
questão, de posterior para anterior, na face 
vestibular, para depois ser realizado no dente 
suspeito de alteração; 
▪ O tempo de aplicação do teste ao frio pode 
variar de 1 a 4 segundos; 
▪ A ausência de resposta dolorosa após a 
aplicação do estímulo térmico pode indicar 
que a polpa está necrosada. 
TESTE DE SENSIBILIDADE PULPAR AO CALOR 
▪ Emprega-se geralmente o bastão de guta-
percha aquecido, aplicado sobre a superfície 
vestibular dos dentes anteriores e superfície 
oclusal dos posteriores; 
▪ Neste teste, é difícil controlar com exatidão a 
temperatura e a extensão da aplicação. É 
importante que, antes da aplicação, o dente 
seja lubrificado com saliva ou vaselina para 
que a guta-percha não permaneça aderida à 
superfície dentária; 
▪ No caso de resposta positiva, deve ser 
removido imediatamente. Deve-se evitar 
calor excessivo e prolongado sobre o dente, 
pois pode causar um dano permanente e 
irreversível. 
▪ O teste de sensibilidade pulpar ao frio não 
agrava a situação de uma polpa normal ou in- 
flamada. O contrário pode ser observado 
com o teste ao calor, não sendo portanto 
aplicado como rotina em polpas com 
características de normalidade. 
▪ Este tipo de teste é empregado em casos 
onde é necessário um diagnóstico diferencial 
em que o dente com sintomatologia não é 
facilmente identificado; 
▪ Em razão do calor promover vasodilatação, 
em dentes com inflamação pulpar 
sintomática, a resposta pode ser intensa e 
imediata. 
TESTE ELÉTRICO 
▪ O teste elétrico possibilita a avaliaçãoda 
resposta pulpar a partir da estimulação 
elétrica sobre as fibras nervosas presentes na 
polpa; 
▪ O objetivo deste teste é estimular a 
sensibilidade pulpar, porém, assim como com 
os testes térmicos, não permite a obtenção 
de informações sobre o suprimento 
sanguíneo, fator determinante da vitalidade; 
▪ A resposta positiva ao teste elétrico é 
percebida pelo paciente como sensação de 
calor ou “formigamento”, que desaparece 
após a remoção do eletrodo; 
▪ A ausência de resposta, nos casos de polpa 
vital pode indicar falso-negativo como nos 
casos de dentes traumatizados, calcificações 
do canal radicular, rizogênese incompleta, 
pacientes que fizeram uso de 
analgésicos/tranquilizantes ou até defeitos 
no próprio aparelho. 
 
 
TESTE DE SENSIBILIDADE PELO PREPARO DE 
CAVIDADE 
▪ O objetivo do teste de cavidade é avaliar a 
presença de resposta dolorosa durante a 
remoção de dentina. 
▪ Deve ser empregado se ainda houver dúvida 
ou resultados inconclusivos sobre a condição 
pulpar, após o uso do teste de sensibilidade 
ao frio. 
▪ Neste teste, a dentina exposta por uma 
cavidade de cárie é removida com 
escavadores ou brocas de grande diâmetro, 
sem o uso de anestesia. A ausência de 
resposta dolorosa pode indicar necrose 
pulpar. 
Exame radiográf ico 
O exame radiográfico é um recurso 
complementar utilizado para o diagnóstico da 
condição pulpar, que permite a avaliação das 
estruturas mineralizadas do dente e das regiões 
apical e periapical. 
Além da radiografia convencional, podem ser 
obtidas imagens digitais diretas com sensores 
intrabucais. A radiografia digital não utiliza filmes 
e não necessita de processamento químico. 
A condição pulpar exata, entretanto, não pode 
ser evidenciada nem pelo exame radiográfico 
convencional nem digital. Nos casos de 
alterações pulpares reversíveis e irreversíveis, o 
exame radiográfico poderá evidenciar a presença 
de cáries, restaurações com problemas, etc. 
Entretanto, deve mostrar o periodonto apical 
com aspecto normal e/ou ligeiramente 
espessado, com lâmina dura intacta. Na 
presençaa de necrose, o exame pode mostrar o 
rompimento da lâmina dura e a presença de 
lesões periapicais. 
 
Estabelecendo as hipóteses de diagnóstico 
Finalizada a fase inicial de avaliação, o 
profissional deve estabelecer hipóteses de 
diagnóstico, interpretando os dados obtidos para 
planejar e executar o tratamento. 
A dor odontogênica pode ter basicamente três 
origens: dentina exposta, inflamação pulpar e 
inflamação periapical. 
Algumas características clínicas da dor 
colaboram durante o estabelecimento das 
hipóteses de diagnóstico. Dentre elas, destacam-
se o local da dor, o surgimento, a duração, a 
frequência e a intensidade da dor. 
▪ DOR DENTINÁRIA: Geralmente aguda e 
localizada, provocada por estímulos 
específicos, como: mecânicos (toque), físicos 
(frio ou calor), químicos (ácidos), osmóticos 
(açúcar) e desidratação. 
▪ DOR DE ORIGEM PULPAR : Pode ser difusa, 
espontânea ou pulsátil, dificultando a 
localização exata do dente comprometido. 
O relato de dor expontânea descarta quase 
sempre a possibilidade de a polpa apresentar 
características de alteração reversível à 
normalidade. 
Sendo assim, as alterações pulpares patológicas 
agudas podem ser classificadas, apenas com o 
objetivo de indicação clínica de tratamento: 
▪ PULPITE AGUDA REVERSÍVEL: Nesses 
casos, a dor é aguda, de natureza provocada, 
em geral localizada, com duração não 
superior a um minuto, cessando após a 
remoção do estímulo. O tratamento indicado 
é conservador, realizando se o capeamento 
indireto ou direto 
▪ PULPITE AGUDA IRREVERSÍVEL: a dor é 
aguda, de natureza espontânea, geralmente 
intensa e pulsátil, de longa duração, às vezes 
podendo ser difusa e/ou reflexa. O 
tratamento indicado é radical, através da 
pulpectomia. 
 
 
A pulpite aguda irreversível poderá evoluir 
lentamente para uma pulpite crônica. Esta 
alteração pulpar é geralmente observada em 
pacientes jovens, resultante de uma irritação de 
baixa intensidade e longa duração, sobre uma 
polpa com grande resistência. Podem ser 
observados clinicamente dois tipos: 
▪ PULPITE CRÔNICA ULCERADA: É 
caracterizada por apresentar uma úlcera na 
superfície exposta da polpa, isolando o 
remanescente pulpar por meio de uma 
barreira de tecido ulcerado e por células de 
defesa. A dor, em geral, é provocada, 
localizada, manifestada pela compressão de 
alimentos na cavidade de cárie ou em uma 
restauração insatisfatória. O tratamento 
indicado é radical através da pulpectomia; 
▪ PULPITE CRÔNICA HIPERPLÁSICA: É 
caracterizada pela proliferação de um tecido 
granulomatoso no nível da exposição pulpar, 
denominado pólipo pulpar. A dor geralmente 
é provocada, localizada, manifestada pela 
compressão de alimentos durante a 
mastigação. O tratamento indicado é a 
pulpectomia. 
As pulpites aguda e crônica, dependendo da 
condição pulpar e da intensidade do agente 
agressor, poderão evoluir lenta ou rapidamente 
para a morte da polpa. 
▪ NECROSE: É geralmente assintomática, 
podendo ocorrer alteração de cor da coroa 
dentária. Geralmente, não há resposta aos 
testes de sensibilidade pulpar, mas, nos casos 
duvidosos, o teste de preparo de cavidade 
deve ser realizado. O tratamento indicado é a 
pulpectomia. 
Fatores que podem promover alterações 
pulpares 
A principal causa de respostas pulpares é a 
invasão bacteriana e suas toxinas nos tecidos 
pulpares, principalmente pela falta de selamento 
marginal e dos túbulos dentinários cortados 
durante o preparo. Contudo, o contato direto de 
materiais que apresentam cito- toxicidade e 
capacidade imunossupressora com o tecido 
pulpar contribui para a manutenção da 
inflamação tecidual. Materiais citotóxicos 
provocarão respostas que podem destruir 
determinadas células pulpares, reduzindo sua 
capacidade de responder a uma invasão 
bacteriana futura. 
Diversos fatores como cárie, preparo cavitário, 
traumatismo oclusal, procedimentos 
operatórios, microinfiltração marginal, além de 
componentes resinosos que possam atingir a 
polpa, também apresentam capacidade de 
promover alterações pulpares. 
Fatores que norteiam a proteção ao complexo 
dentina-polpa 
Para realizar a proteção ao complexo dentina-
polpa, além do diagnóstico correto da condição 
pulpar, alguns fatores devem ser considerados, 
como a profundidade da cavidade, a idade do 
paciente, presença de dentina esclerótica, 
material utilizado para a proteção e tipo de mate- 
rial restaurador. 
A profundidade da cavidade é determinada pela 
espessura de dentina remanescente entre o 
assoalho da cavidade e o teto da câmara pulpar. 
Essa determinação é um procedimento difícil que 
deve ser auxiliado pelo exame radiográfico. 
Quanto mais espessa a dentina presente entre o 
assoalho da cavidade e a polpa, melhor será o 
prognóstico para a polpa. 
Uma cavidade com apenas 2 mm de 
profundidade em um primeiro molar 
permanente de uma criança com 8 anos de idade 
pode ser muito profunda, mas ser considerada 
rasa nesse mesmo dente quando o paciente tiver 
40 anos de idade. 
 
 
Os dentes dos pacientes jovens, com algumas 
exceções, apresentam câmara pulpar mais 
ampla, com maior volume, além de túbulos 
dentinários mais amplos, que favorecem a 
penetração de agentes tóxicos ou irritantes. O 
único aspecto clínico que pode nos dar certeza 
absoluta da profunidade da cavidade é quando 
observamos um aspecto róseo através da 
dentina, indicando que deve existir me- nos de 
0,5 mm de dentina remanescente recobrindo a 
polpa, podendo existir microexposições pulpares 
não visualizáveis a olho nu. 
Durante a realização de um preparo cavitário, o 
profissional deve preservar a maior quantidade 
de dentina possível, uma vez que a dentina 
remanescente confere proteção ao tecido 
pulpar, atuando como isolante térmicoe barreira 
físico-química contra a penetração de bactérias, 
toxinas e ácidos. 
Limpeza dos preparos dentais 
Após o preparo, a smear layer se deposita na 
cavidade. Ela representa uma proteção natural 
do complexo dentina-polpa contra a invasão de 
bactérias, produtos tóxicos e ácidos, pois oclui os 
túbulos dentinários. 
Mas a presença da smear layer apresenta 
algumas desvantagens como: interferência 
direta no mecanismo de adesão de alguns 
sistemas adesivos e manutenção de bactérias 
dentro da cavidade. 
A limpeza dos preparos é um procedimento 
recomendável, que confere proteção ao 
complexo dentina-polpa pela redução do 
número de microrganismos por ação física pela 
fricção, lavagem, ou química, reduzindo a 
contaminação e eliminando os resíduos do 
preparo e fragmentos de dentina. 
Os agentes de limpeza podem ser classificados 
em desmineralizantes, quando reagem com a 
smear layer, removendo-a total ou parcialmente, 
ou não desmineralizantes, quando atuam por 
simples ação de lavagem, removendo 
parcialmente os resíduos ou promovendo a 
desinfecção. 
AGENTES DE LIMPEZA 
DESMINERALIZANTES 
Ácido fosfór ico 
▪ Soluções ácidas, em especial o ácido 
fosfórico promovem uma limpeza eficaz da 
superfície dentinária; 
▪ É o agente condicionador de preferência; 
▪ A aplicação é feita 15 segundos em dentina 
e 30 em esmalte; A lavagem deve ser feito 
no mínimo o dobro do tempo; 
▪ Após a lavagem o excesso deve ser 
removido com bolinha de algodão, deixando 
a superfície levemente úmida e nunca 
ressecada. Este procedimento previne o 
colapso das fibras colágenas, permitindo 
melhor penetração do sistema adesivo; 
Ácido pol iacrí l ico 
▪ Quando o agente protetor indicado for o 
cimento de ionômero de vidro, pode ser 
realizada a limpeza da cavidade com ácido 
poliacrílico, na concentração de 10 a 25%; 
▪ O ácido poliacrílico deve ser aplicado com 
uma bolinha de algodão ou aplicadores 
descartáveis durante 15 a 30 segundos na 
cavidade preparada; 
▪ Em seguida, lava-se com jato de água e faz a 
secagem com um leve jato de ar; 
▪ Este procedimento pode aumentar a 
resistência adesiva dos cimentos ionoméricos 
à estrutura dentinária, sem provocar lesão 
pulpar em cavidades rasas, médias e 
profundas; 
▪ Diferente do ácido fosfórico, ele não expõe o 
colágeno dentinário, nem promove a 
abertura dos túbulos, podendo a cavidade 
ser seca com jatos de ar suaves; 
 
 
AGENTES DE LIMPEZA NÃO 
DESMINERALIZANTES 
Detergentes 
▪ Os detergentes aniônicos são agentes de 
limpeza que atuam reduzindo a tensão 
superficial dos líquidos; 
▪ Não possuem ação bactericida, porém atuam 
combinando-se com os resíduos cavitários, 
mantendo-os em suspensão e facilitando, 
assim, sua remoção; 
▪ Os detergentes aniônicos são 
biocompatíveis, ao contrário dos detergentes 
catiônicos, que possuem atividade 
antimicrobiana, mas agridem os tecidos 
vivos; 
▪ Um dos detergentes mais utilizados é a 
solução de lauril-dietileno-glicol éter sulfado 
de sódio, ou simplesmente lauril sulfato de 
sódio, em pH 6,4, comercializado com o 
nome Tergensol® (Inodon) ou Tegerstesim® 
(Probem); 
▪ Ele é eficaz na remoção de sangue e óleo da 
cavidade, possui ação umectante e 
emulsificante, porém não remove a smear 
layer; 
▪ Deve ser aplicado utilizando bolinha de 
algodão ou aplicador descartável e em 
seguida, faz-se a lavagem e secagem com 
jatos de ar suaves; 
▪ Pode ser usado para a limpeza da cavidade 
antes das restaurações de amálgama. 
Solução aquosa de hidróxido de cá lc io 
▪ Pode ser utilizada em cavidades com 
qualquer profundidade, sendo o produto de 
escolha para a limpeza das cavidades 
profundas, bastante profundas, durante o 
tratamento expectante e durante os 
procedimentos operatórios para proteção 
direta do complexo dentina-polpa; 
▪ Inibe a atividade enzimática dos 
microrganismos, atuando como agente 
bacteriostático e hemostático, além de 
estimular a formação de dentinas 
esclerosada e reparadora; 
▪ A solução pode ser preparada adicionando-se 
10g de pó de hidróxido de cálcio PA em 100 
ml de água destilada; 
▪ Utiliza-se bolinhas de algodão ou aplicador 
descartável embebidos coma a solução 
esfregando-as por 15 segundos (aplicação 
ativa) ou utilizando uma seringa Luer com 
agulha hipodérmica calibre 30/7 (aplicação 
passiva); 
▪ Em seguida, realiza-se a secagem da cavidade 
com bolinha de algodão ou jatos de ar 
suaves; 
▪ Em caso de exposição pulpar, a solução é 
aplicada na cavidade com bolinha de algodão 
estéril até que se promova a hemostasia. 
Solução de clorexidina a 2% 
▪ Pode ser utilizada para desinfecção das 
paredes antes ou após o condicionamento 
ácido, não interferindo no processo de 
adesão. 
▪ A aplicação da clorexidina no colágeno 
exposto pelo condicionamento ácido antes 
da aplicação do adesivo diminui a degradação 
da camada híbrida, aumentando a 
durabilidade da adesão. 
Soluções fluoretadas 
▪ Tem como objetivo reduzir a formação de 
cáries secundárias sob restaurações de 
amálgama. 
▪ Pode ser utilizada uma solução aquosa de 
fluoreto de sódio a 2% em pH neutro, por 2 a 
4 minutos; 
▪ O flúor em altas concentrações em contato 
com as paredes do preparo dental tem efeito 
bactericida ou bacteriostático, de- vido à 
capacidade do íon flúor de penetrar através 
da membrana celular e destruir as bactérias. 
Além disso, possibilita o depósito de fluoreto 
de cálcio sobre as paredes dos preparos, 
 
 
agindo como um reservatório de flúor que 
será liberado caso ocorra a queda do pH 
▪ A sua aplicação é indicada sob restaurações 
de amálgama. Ele não deve ser utilizado em 
preparo que receberão materiais 
fotopolimerizáveis que necessitam de 
hibridização com adesivos dentinários, pois 
pode dificultar o condicionamento tanto pelo 
ácido fosfórico como pelos primers ácidos 
dos sistemas autocondicionantes. 
TÉCNICAS DE PROTEÇÃO DO 
COMPLEXO DENTINA-POLPA 
Proteção pulpar indireta 
Consiste da aplicação de agentes protetores 
sobre a dentina, quando ainda não houve 
exposição do tecido pulpar em decorrência de 
cárie, traumatismos ou preparo dental. 
Capeamento indireto 
Os objetivos do capeamento indireto são: 
 Bloquear estímulos térmicos, elétricos e 
químicos decorrentes das restaurações e do 
meio bucal; 
 Exercer ação terapêutica sobre o complexo 
dentina-polpa, mantendo sua vitalidade; 
 Evitar ou reduzir a infiltração e o 
crescimento bacteriano sob restaurações e 
melhorar as propriedades de selamento 
marginal. 
É realizado imediatamente após o termino do 
preparo da cavidade como proteção adicional em 
cavidades profundas e muito profundas, onde 
não exista dentina esclerosada. 
A lesão de cárie apresenta 3 camadas distintas: 
▪ PORÇÃO CONTAMINA (DENTINA 
CONTAMINADA) : Corresponde a uma 
necrose de liquefação, altamente 
contaminada; 
▪ DENTINA INFECTADA : Porção intermediaria 
de dentina desmineralizada e contaminada; 
▪ DENTINA AFETADA : Porção desmineralizada, 
mas pouco afetada. 
Recomenda-se então que sejam removidas a 
dentina contaminada e a infectada. 
A porção de dentina afetada é remineralizada e 
torna-se endurecida, sendo as bactérias 
presentes reduzidas ou eliminadas. 
Independentemente da postura a ser adotada, 
quer seja a remoção total ou parcial do tecido 
afetado pela cárie, quando a lesão é profunda ou 
muito profunda, o uso de um material protetor 
que estimule a remineralização e isole a polpa da 
ação irritante dos materiais restauradores 
diretos, como sistemas adesivos e resinas 
compostas, ou do estímulo térmico como em 
restaurações de amálgama, torna-se essencial. 
TÉCNICA 
1. A limpeza da cavidade pode ser feita com 
clorexidina a 2%, detergente aniônico ou 
solução de hidróxido de cálcio; 
2. Aplicação de materiais protetores 
(forramento, base e selamento) de acordo 
com a profundidade da cavidade; 
Em cavidades muito profundas,nas quais 
pode-se observar coloração rósea em virtude 
da observação da polpa, é necessário utilizar 
material que tenha capacidade de estimular 
os odontoblastos a formar tecido calcificado 
para proteger a polpa. O material mais 
adequado para essa situação é o cimento de 
hidróxido de cálcio. 
3. Em seguida aplica-se o material de base 
ionômero de vidro; 
 
 
4. Após a presa do material de base, utiliza-se o 
material restaurador definitivo, amálgama ou 
resina. 
Tratamento expectante 
 Indicado em casos de lesões cariosas agudas 
muito profundas, em pacientes jovens, com 
ausência de dor espontânea e com respostas 
de declínio rápido aos estímulos táteis e 
térmicos, em especial ao frio, ou seja, nos 
casos onde a polpa estiver separada do meio 
bucal apenas por uma fina camada de 
dentina com cárie residual, que se removida 
pode expor a polpa, ou ainda, quando se tem 
dúvida sobre a capacidade da polpa de se 
manter vitalizada em virtude da agressão 
pelo processo carioso; 
 A remoção da dentina é feita em duas 
sessões para que sua condição seja 
observada. 
TÉCNICA 
1. A dentina cariada é removida quase por 
completo e, apenas o tecido dentinário 
desmineralizado (dentina afetada) é deixado 
na parede pulpar da cavidade; 
2. Procede-se a limpeza da cavidade com 
solução de hidróxido de cálcio (águal de Cal), 
detergente aniônico ou clorexidina a 2% 
seguida de secagem da cavidade com leves 
jatos de ar; 
3. Sobre o tecido é aplicado uma camada de 
forramento, o cimento de hidróxido de 
cálcio; 
4. Em seguida a cavidade é totalmente 
preenchida com CIV como uma restauração 
provisória; 
5. A superfície do material deve ser protegida 
com verniz para evitar sinérese e embebição; 
6. Ajuste dos contatos oclusais; 
7. Realização de radiografia de controle deve 
ser feita; 
8. Esta restauração deve permanecer de 30 a 45 
dias para que a atividade de cárie seja 
reduzida e permita que a dentina se 
remineralize e forme dentina esclerosada ou 
terciária, reduzindo significativamente o 
número de microrganismos e o risco de 
exposição pulpar durante a remoção do 
tecido cariado na reabertura da cavidade; 
9. Na segunda sessão, deve ser repetida a 
anamnese e os testes de sensibilidade ou 
vitalidade pulpar; 
10. Pode ser feita uma radiografia para verificar 
se houve formação de dentina esclerosada 
ou terciária abaixo do remanescente 
dentinário; 
11. Se for constatada a vitalidade pulpar e se o 
dente não apresentar nenhuma 
sintomatologia, remove-se a restauração 
provisória utilizando broca esférica com 
diâmetro grande em baixa rotação; 
12. Limpeza da cavidade com solução de 
hidróxido de cálcio (águal de Cal), detergente 
aniônico ou clorexidina a 2% seguida de 
secagem da cavidade com leves jatos de ar; 
13. Aplica-se o cimento de hidróxido de cálcio na 
área mais profunda como forramento (se 
houver área com aspecto róseo), CIV na 
parede pulpar e restauração definitiva; 
14. Ajuste de contato oclusal. 
 
Os objetivos do tratamento expectante são: 
 Bloquear agressões que atingem a polpa 
através da cavidade de cárie, via túbulos 
dentinários; 
 Interromper o circuitos metabólico 
proporcionado pelos fluidos bucais às 
bactérias do tecido cariado; 
 Inativar tais bactérias por ação 
bacteriostática ou bactericida do hidróxido 
de cálcio; 
 Remineralizar parte da dentina descalcificada 
e hipermineralizar dentina sadia e estimular 
a formação de dentina reacional permitindo 
a remoção do tecido cariado remanescente e 
 
 
restauração definitiva sem exposição do 
tecido pulpar na segunda sessão clínica. 
 
Proteção pulpar direta 
Consiste na colocação de um material protetor 
diretamente sobre a polpa exposta, a fim de 
promover o restabelecimento pulpar, manter 
sua vitalidade e favorecer a formação de uma 
barreira mineralizada sobre a mesma. 
Capeamento direto 
Indicado nos casos de exposição mecânica ou 
acidental, estando a polpa com vitalidade e num 
estágio de reversibilidade. 
Esta situação geralmente ocorre durante o 
preparo cavitário, onde pode acontecer 
exposição acidental da polpa, e nos casos de 
traumatismos dentários. 
Fatores importantes para o sucesso da técnica: 
 Diagnóstico correto da condição pulpar; 
 Ausência de contaminação bacteriana; 
 Emprego de materiais protetores adequados 
e o selamento efetivo da cavidade. 
PONTOS IMPORTANTES A SEREM OBSERVADOS: 
▪ A presença de bactérias nas áreas de 
exposição pulpar deve ser minimizada, uma 
vez que vários trabalhos de pesquisa 
demonstraram os efeitos ad- versos da 
contaminação bacteriana. Por isso, a 
proteção pulpar direta está mais indicada 
quando a exposição é recente e a eventual 
contaminação não se caracteriza como um 
quadro de infecção pulpar efetiva. 
▪ Além disso, o isolamento absoluto e a 
antissepsia do campo operatório são 
fundamentais para reduzir a possibilidade de 
contaminação e infecção. Nos casos de 
exposição pulpar por traumatismo, é 
importante avaliar a história clínica do 
paciente, o tempo de exposição no meio 
bucal, a extensão da fratura do dente, a 
qualidade do remanescente dental e a 
viabilidade do tratamento restaurador. 
Respostas mais favoráveis são obtidas 
quando o tratamento do tecido pulpar ocorre 
em até 24 horas após a exposição traumática. 
 
TÉCNICA 
1. Se a exposição ocorrer na fase final do 
preparo cavitário, a área exposta deve ser 
protegida; 
2. Se o preparo estiver sendo realizado sem 
isolamento absoluto, após a exposição, o 
isolamento deve ser feito; 
3. Realizar antissepsia do campo operatório 
com uma solução de clorexidina a 2% antes 
de realizar o capeamento; A clorexidina não 
deve ser aplicada sobre a área de dentina 
exposta; 
4. Se a exposição ocorrer durante a remoção de 
uma lesão de cárie profunda, e a remoção do 
restante de tecido cariado for resultar no 
aumento da exposição, ela deve ser 
interrompida e procede-se o capeamento. 
Caso o tecido cariado remanescente não 
coincida com a área da exposição, faz-se o 
capeamento da área da exposição e procede-
se à remoção do remanescente de tecido 
cariado do restante da cavidade, desde que 
isso não resulte em novas exposições. 
5. A cavidade deve ser irrigada com soro 
fisiológico ou solução de hidróxido de cálcio, 
pois são as menos agressivas ao tecido 
pulpar; 
6. O sangramento deve ser controlado para 
permitir um contato adequado entre o 
material protetor e o tecido pulpar exposto; 
7. Após a hemostasia, seca-se a cavidade com 
bolinhas de algodão esterilizadas ou papel 
absorvente estéril; 
 
 
8. Aplicação de associação de antibiótico e anti-
inflamatório, o Otosporin ou Maxitrol, 
empregando bolinhas de algodão embebidas 
no medicamento por 10 minutos, 
diretamente sobre o tecido pulpar; 
9. Realiza-se nova irrigação com soro fisiológico 
ou solução de hidróxido de cálcio para 
remover o medicamento; 
10. Secagem com algodão estéril; 
11. Aplicação de material para estimular a 
formação de uma aponte de dentina na área 
da exposição que pode ser o hidróxido de 
cálcio P.A. (pó) ou o MTA (previamente 
misturado com água na proporção 
recomendada pelo fabricante); 
12. Aplicação do cimento de hidróxido de cálcio 
(pasta); 
13. Aplicação de camada de ionômero de vidro 
na parede pulpar da cavidade; 
14. Restauração definitiva com resina ou 
amálgama; 
15. Ajuste oclusa. 
 
Opcionalmente, pode-se preencher totalmente a 
cavidade com o cimento de ionômero de vidro, 
para se certificar da ausência de sintomatologia 
dolorosa nos dias após o procedimento. 
Necessitando então de uma segunda sessão para 
avaliar e restaurar definitivamente. 
 
Curetagem pulpar 
É recomendado, por exemplo, quando a polpa foi 
exposta por um traumatismo dental e se projeta 
para fora da superfície dentinária, ou quando o 
paciente demorou algum tempo para procurar o 
profissional, resultandoem contaminação do 
tecido pulpar superficial, em especial em 
pacientes com ápice incompleto. 
Consiste da remoção superficial de pequena 
quantidade de tecido conjuntivo pulpar, 
expondo um tecido subjacente sem inflamação e 
bactérias e aumentando a área exposta para 
contato com o material de proteção. 
TÉCNICA 
1. Anamnese, exame radiográfico e diagnóstico 
de condição pulpar; 
2. Anestesia e isolamento absoluto; 
3. Antissepsia do campo operatório com 
clorexidina a 2%; 
4. Remover tecido cariado quando presente; 
5. Irrigar a cavidade com solução de hidróxido 
de cálcio; 
6. Procede-se a curetagem superficial da polpa 
utilizando cureta bem afiada; 
7. Irrigação da cavidade com soro fisiológico ou 
solução de hidróxido cálcio; 
8. Secagem com bolinha de algodão estéril até 
atingir hemostasia; 
9. Avaliar as características da polpa 
remanescente que deve ter consistência 
firme e coloração vermelho vivo; 
10. Aplicação de solução de corticosteroide e 
anti-inflamatório por 10 minutos, e realiza-se 
nova irrigação com soro fisiológico ou 
solução de hidróxido de cálcio para remover 
do medicamento; 
11. Secagem com bolinha de algodão estéril; 
12. Aplicação sem compressão de hidróxido de 
cálcio P.A ou MTA, com um aplicador tipo 
seringa; 
13. Em seguida aplica-se o cimento de hidróxido 
de cálcio; 
14. Sobre ele aplica-se o cimento de ionômero de 
vidro; 
15. Restauração definitiva; 
16. Ajuste oclusal 
Se a restauração definitiva não for realizada na 
mesma sessão, devem-se aguardar de 45 a 60 
dias para realização do controle pós-operatório. 
Após esse período, emprega-se o teste de 
sensibilidade pulpar ao frio e realiza-se de um 
novo exame radiográfico para evidenciar a 
presença de lâmina dura, sem solução de 
 
 
 
continuidade. O dente deve permanecer 
assintomático. Em caso de vitalidade pulpar, 
ausência de sintomatologia e lesão periapical, 
uma camada superficial do ionômero de vidro 
deve ser removida e a restauração definitiva, 
realizada. 
 
Pulpotomia 
A pulpotomia consiste da remoção do tecido 
pulpar coronário inflamado, com manutenção da 
integridade da polpa radicular. 
Está indicada em dentes com rizogênese 
incompleta que apresentam exposição pulpar 
por cárie, com polpa exposta por mais de 24 
horas. Está indicada também em dentes com 
destruição coronária ampla, onde não há a 
necessidade da colocação de pino intracanal. 
A pulpotomia deve ser indicada apenas quando 
não houver rarefação óssea na região periapical, 
reabsorção interna e houver integridade da 
lâmina dura, sendo, portanto, importante a 
avaliação criteriosa da radiografia. 
Ao exame clínico, o tecido pulpar coronário será 
considerado macroscopicamente vital quando 
apresentar consistência, resistência ao corte, 
coloração vermelho-vivo e hemorragia suave que 
cessa em poucos minutos após sua exposição e 
remoção. 
TÉCNICA IMEDIATA 
1. Anamnese, exame radiográfico e diagnóstico 
da condição pulpar; 
2. Anestesia e isolamento absoluto; 
3. Antissepsia do campo operatório com 
clorexidina a 2%; 
4. Remoção completa do tecido cariado, 
quando presente com broca esférica em 
baixa rotação e abertura da câmara pulpar 
com ponta diamantada em alta rotação; 
5. O corte do tecido pulpar coronário á 
realizado com curetas para dentinas estéreis 
e afiadas ou pontas diamantadas em alta 
rotação com refrigeração; 
6. Hemostasia; irrigação da cavidade com soro 
fisiológico ou solução de hidróxido de cálcio; 
7. Secagem da cavidade com bolinha de 
algodão estéril; 
 
Durante o procedimento, é importante 
analisar em detalhes o tecido pulpar 
remanescente. Em dentes multirradiculares, 
pode haver polpa sem condições de ser 
preservada em um dos canais, 
contraindicando a pulpotomia e indicando o 
trata- mento endodôntico convencional. 
 
8. Aplicação de solução de antibiótico e anti-
inflamatório (Otosporin ou Maxitrol) com 
bolinhas de algodão embebidas no 
medicamento durante 10 minutos; 
9. Realiza-se nova irrigação com soro fisiológico 
ou solução de hidróxido de cálcio para 
remover o medicamento e secagem com 
bolinha de algodão estéril; 
10. A seguir, o tecido pulpar deve ser recoberto 
por hidróxido de cálcio p.a. ou MTA; 
11. Sobre ele é aplicado o cimento de hidróxido 
de cálcio recobrindo a área de exposição; 
12. Utilizar material de base como o ionômero 
vidro na parede pulpar da cavidade; 
13. Restauração definitiva; 
14. Ajuste dos contatos oclusais. 
Se a restauração definitiva não for realizada na 
mesma sessão, o selamento provisório da 
cavidade deve ser realizado com cimento de 
ionômero de vidro restaurador, podendo-se 
aguardar 45 a 60 dias para a realização do 
controle pós-operatório. 
 
TÉCNICA MEDIATA 
 
 
 
Na técnica mediata, logo após a remoção da 
polpa coronária e hemostasia, coloca-se uma 
mecha de algodão embebida em uma associação 
medicamentosa de corticosteroide e antibiótico 
por 48 a 72 horas na câmara pulpar, a qual é 
fechada com uma restauração provisória. 
Este procedimento é realizado para diminuir a 
inflamação ocasionada pelo corte da polpa, 
reduzindo o aumento da pressão intrapulpar, o 
que poderia prejudicar o processo de reparo. 
Decorrido esse período, em uma segunda sessão 
de tratamento o curativo é removido e a polpa 
radicular, recoberta por um material protetor 
adequado, conforme descrito para a técnica 
imediata. 
Entre as sessões de tratamento, é muito 
importante que não ocorra o deslocamento ou 
fratura da restauração provisória, o que 
permitiria a infiltração de microrganismos, 
levando o caso ao insucesso. 
A avaliação pós-operatória deve ser realizada 
por, no mínimo, 2 anos. Uma vez removida a 
polpa coronária, os testes de sensibilidade não 
são considerados confiáveis para a avaliação da 
vitalidade pulpar. Para a determinação do 
sucesso, é importante observar a ausência de 
sinais e sintomas, bem como a integridade da 
lâmina dura e presença de barreira dentinária ou 
ponte de dentina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dentística – Saúde e estética 
(CONCEIÇÂO) / Odontologia restauradora, 
estética e funcional (TORRES)

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