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Apostila de Biologia 
CEFET-COLTEC 2010 
 
Capítulo I- Fundamentos químicos da vida 
Composição química das células 
Oxigênio, carbono, nitrogênio representam mais de 96% de toda a matéria viva. A esses 
elementos associam-se, em menores quantidades, cálcio, fósforo, potássio e enxofre. 
Esses elementos químicos associam-se e formam as substâncias. A água (substância 
mais abundante na maioria das células), os sais minerais, o oxigênio e o gás carbônico são 
substâncias inorgânicas, pouco complexas e pobres em energia; as substâncias orgânicas, 
como proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucléicos, geralmente são complexas e ricas 
em energia. 
 
Substâncias inorgânicas 
 
 Água 
 
A água é considerada uma molécula com distribuição de cargas elétricas irregulares: em 
uma extremidade, concentram-se cargas positivas e, em outra, cargas negativas. 
 
 
Os pólos positivos e os pólos negativos de diferentes moléculas atraem-se, 
estabelecendo as chamadas pontes de hidrogênio, que garantem a coesão entre as 
moléculas. 
 
+ 
- 
Na superfície da água, tal coesão faz com que as moléculas formem uma “película” 
(mantida por uma força chamada tensão superficial), sobre a qual pequenos animais podem 
caminhar. 
 
 
Funções 
 Capacidade solvente: dissolve grande quantidade de substâncias (solvente 
universal). Substâncias que dissolvem na água são chamadas de 
hidrossolúveis, as moléculas que não possuem distribuição desigual de cargas 
elétricas (apolares), são lipossolúveis, dissolvendo-se melhor em lipídios. 
 Ativação de enzimas: As enzimas, que aumentam a velocidade das reações 
químicas, só agem em presença de água. 
 Meio de transporte: O fluxo de água no interior das células e dos organismos 
permite eficiente distribuição de substâncias. 
 Proteção térmica: A água protege os seres vivos contra grandes e bruscas 
oscilações da temperatura corporal. 
 
Sais minerais 
 
Os sais minerais são encontrados em estruturas esqueléticas ou dissolvidos na água. 
Em estruturas esqueléticas encontra-se o cálcio em carapaças, esqueletos e casca de ovos. 
Na água os sais minerais geralmente estão na forma de íons, partículas dotadas de carga 
elétrica, com funções genéricas e específicas. 
 
Funções genéricas 
 
 Funcionamento de enzimas: muitas enzimas tornam-se ativas quando 
associadas a um fator auxiliar (chamado cofator) que pode ser um íon mineral, 
como ferro, cobre, magnésio ou zinco. OBS.: Algumas moléculas são quebradas 
devido a presença de água. Essa reação de “quebra” recebe o nome de 
hidrólise. 
 Equilíbrio elétrico da célula: A distribuição de íons dentro e fora da célula 
estabelece uma diferença de cargas elétricas nas faces da membrana 
plasmática. 
 Regulação da quantidade de água na célula: Por meio do fluxo de água que 
ocorre por osmose (explicado mais adiante). 
 Equilíbrio ácido-base: As concentrações de alguns íons minerais determina 
variações no pH. 
 
Funções específicas 
 
 Sódio e potássio: condução de impulsos pelas células nervosas. 
 Cálcio: contração dos músculos, coagulação do sangue, dureza de ossos e 
dentes. 
 Ferro: componente da hemoglobina (pigmento envolvido com o transporte de 
gases no sangue). 
 
 
 Magnésio: componente da clorofila. 
 
 Fosfato: componente dos ácidos nucléicos e do ATP (molécula envolvida com a 
transferência de energia nas células). 
 Iodo: componente dos hormônios tireoidianos. Sua carência pode acarretar em 
bócio endêmico. Por lei é obrigatório sua adição no sal de cozinha. 
 
 Flúor: componente de ossos e dentes. 
Substâncias orgânicas 
São assim chamadas por apresentarem um esqueleto de carbono e hidrogênio. Alguns 
outros elementos complementam suas fórmulas, como por exemplo: oxigênio, nitrogênio e 
enxofre. 
Carboidratos 
Os carboidratos são substâncias orgânicas também chamadas de hidratos de carbono, 
glicídios ou açúcares. Esse nome foi dado porque nele estão presentes 2 átomos de 
hidrogênio, 1 de carbono e 1 átomo de oxigênio. Sua fórmula empírica é Cn(H2O)n. Daí o nome 
carbo (carbono) hidrato (hidros = água).Os carboidratos são a maior reserva de energia de todo 
o reino vegetal, sendo produto do processo fotossintético. Por outro lado, no reino animal, os 
carboidratos são encontrados em pequenas quantidades no sangue, sob a forma de glicose, e 
no fígado e músculos, sob a forma de glicogênio. 
Classificação 
Os carboidratos são classificados em: monossacarídeos, oligossacarídeos 
(dissacarídeos) e polissacarídeos. 
Monossacarídeos 
Os monossacarídeos geralmente têm sabor adocicado, de fórmula estrutural Cn(H2O)n. 
Esse "n" pode variar de 3 a 7 (trioses, tetroses, pentoses, hexoses e heptoses), sendo os mais 
importantes as pentoses e hexoses. 
 n=3, C3H6O3 = Triose 
 n=4, C4H8O4 = Tetrose 
 n=5, C5H10O5 = Pentose 
 n=6, C6H12O6 = Hexose 
 n=7, C7H14O7 = Heptose 
Os monossacarídeos ou açúcares simples constituem as moléculas dos carboidratos, as 
quais são relativamente pequenas, solúveis em água e não hidrolisáveis. Nossa mucosa 
intestinal absorve principalmente monossacarídeos. 
Pentoses: são monossacarídeos de 5 carbonos. Para os seres vivos, as pentoses mais 
importantes são a ribose e a desoxirribose, que entram na composição química dos ácidos 
nucleícos, os quais comandam e coordenam as funções celulares. 
-Ribose: C5H10O5 forma o RNA 
-Desoxiribose: C5H10O4 forma o DNA 
 
 
Hexoses: são monossacarídeos de 6 carbonos. As hexoses mais importantes são a 
glicose (encontrada no mel), a frutose (encontrada nas frutas) e a galactose (encontrada no 
leite). Essas hexoses são as principais fontes de energia para os seres vivos. Ricas em 
energia, as hexoses constituem os principais combustíveis das células. São naturalmente 
sintetizadas por fotossíntese, processo de absorção de energia da luz. 
-Glicose C6H12O6 
 
-Frutose C6H12O6 
-Galactose C6H12O6 
 
Oligossacarídeos 
 
Grupamento de dois a dez monossacarídeos através da ligação glicosídica (ocorre por 
desidratação ou condensação). Os mais importantes são os dissacarídios. Os dissacarídeos 
quando sofrem hidrólise produzem dois monossacarídeos. Exemplo de dissacarídeos Maltose, 
sacarose, lactose. 
 
Exemplo: 
Sacarose + H2O → glicose + frutose (cana-de-açucar). 
Maltose + H2O → glicose + glicose (cereais). 
Lactose + H2O → glicose + galactose (leite). 
 
 
 
Polissacarídeos 
Os polissacarídeos ou açúcares múltiplos são carboidratos formados pela união de mais 
de dez moléculas de monossacarídeos, constituindo, assim, um polímero de monossacarídeos. 
Ao contrário dos mono e dos dissacarídeos, os polissacarídeos são praticamente insolúveis em 
água; não alterando, portanto, o equilíbrio osmótico das células e se prestam muito bem à 
função de armazenamento ou reserva nutritiva. De acordo com a função que exercem os 
polissacarídeos classificam-se em energéticos (amido e glicogênio) e estruturais (celulose e 
quitina). 
 
Energéticos: 
 
 Amido - principal produto de reserva nutritiva vegetal , o amido é geralmente 
encontrado em órgão de reserva nutritiva, como raízes do tipo tuberosa 
(mandioca, batata doce, cará), caules do tipo tubérculo (batatinha), frutos e 
sementes. Constitui um polímero de glicose (mais ou menos 1.400 unidades de 
glicose) com ligação glicosídica. 
 Glicogênio - polissacarídeo de reserva nutritiva dos animais, o glicogênio é 
encontrado, principalmente, nos músculos. Também é produto de reserva dos 
fungos. Constitui um polímero de glicose (mais ou menos 30.000 resíduos de 
glicose) com ligação glicossídica e várias ramificações. 
 
Estruturais: Quitina - é um polissacarídeo que possui nitrogênio em suas unidades. Constitui 
o exoesqueleto dos artrópodes e é também encontrada na parede celular dos 
fungos. 
 
Reação de desidratação: perde H2O 
 Celulose – presente na parede celular das plantas e algas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lipídeos 
Os lipídios são compostos com estrutura molecular variada, apresentando diversas 
funções orgânicas: reserva energética (fonte de energia para os animais hibernantes), isolante 
térmico (mamíferos e aves), além de colaborar na composição da membrana plasmática das 
células (os fosfolipídios). São substâncias cuja característica principal é a insolubilidade em 
solventes polares e a solubilidade em solventes orgânicos (apolares), apresentando natureza 
hidrofóbica, ou seja, aversão à molécula de água. A formação molecular mais comum dos 
lipídeos, constituindo os alimentos é estabelecida através do arranjo pela união de um glicerol 
(álcool) ligada a três cadeias carbônicas longas de ácido graxo. Os lipídios podem ser 
classificados em: 
 
Simples: 
 óleos (substâncias insaturadas) e gorduras (substâncias saturadas), 
encontrados nos alimentos, tanto de origem vegetal quanto animal, por 
exemplo: nas frutas (abacate e coco), na soja, na carne, no leite e seus 
derivados e também na gema de ovo. 
 Cerídeos: são encontrados na cera produzida pelas abelhas (construção da 
colméia), na superfície das folhas (cera de carnaúba) e dos frutos (a manga). 
Exerce função de impermeabilização e proteção. 
 
Compostos: 
 
 Fosfolipídios: moléculas anfipáticas, isto é, possui uma região polar (cabeça 
hidrofílica), tendo afinidade por água, e outra região apolar (calda hidrofóbica), 
que repele a água. 
 Esfingolipídios: lipídeo que forma a bainha de mielina. 
 
Esteróides: 
 
 Colesterol: formado por longas cadeias carbônicas dispostas em quatro anéis 
ligados entre si. Constitui a base de formação dos hormônios sexuais. 
 Ergosterol: participa da membrana plasmática de fungos. É precursor 
da vitamina D. 
 
 
Intolerância a lactose: É a incapacidade de aproveitarmos a 
lactose, ingrediente característico do leite animal ou derivados 
(laticínios) que produz alterações abdominais, na maioria das 
vezes, diarréia, que é mais evidente nas primeiras horas 
seguintes ao seu consumo. Essa intolerância ocorre em 
indivíduos com perda parcial ou total da lactase enzima 
responsável pela hidrólise da lactose. 
 
 
 
 
 
Proteínas 
As Proteínas são compostos orgânicos de estrutura complexa e massa molecular 
elevada, sintetizadas pelos organismos vivos através da condensação de um grande número 
de aminoácidos. A união entre os aminoácidos recebe o nome de ligação peptídica e ocorre 
por desidratação. Uma proteína é um conjunto de no minimo 100 aminoácidos, sendo os 
conjuntos menores denominados de polipeptídeos. As proteínas são os componentes químicos 
mais importantes do ponto de vista estrutural. 
Fórmula geral dos aminoácidos 
Os aminoácidos são formados por um grupo amina, uma carboxila, um hidreto e um 
grupo varíavel (R). 
 
 
São encontrados 20 tipos diferentes de aminoácidos naturais classificados em: 
 Essenciais: não são produzidos pelo organismo. Devem ser obtidos pela dieta 
alimentar. 
 Não-Essenciais ou naturais: são sintetizados pelo organismo. 
 
Ligação Peptídica 
As proteínas são formadas pela união de aminoácidos. Esses aminoácidos estão unidos 
por um tipo de ligação denominada peptídica (ocorre por desidratação ou condensação). 
O colesterol pode ser obtido pela dieta alimentar (colesterol exógeno) ou sintetizado 
pelo fígado (colesterol endógeno). Esse esteróide apresenta várias funções no 
organismo, porém, o exagero pode levar à aterosclerose (obstrução total ou parcial 
dos vasos sanguíneos) resultanto em infarto agudo do miocárdio e outros 
problemas. Existem dois transportadores do colesterol: o LDL (lipoproteína de baixa 
densidade) conhecido popularmente por “colesterol ruim” e o HDL (lipoproteína de 
alta densidade) conhecido por “colesterol bom”. A alta quantidade de LDL no sangue 
aumenta as probabilidades de aterosclerose. 
 
OBS.: As proteínas são diferenciadas pelo: formato da molécula, número, tipo e 
sequência dos aminoácidos. 
Desnaturação 
A forma de uma proteína é essencial para sua função. Portanto, quando uma proteína 
perde sua forma, geralmente, perde sua função. A modificação estrutural das proteínas 
ocasionadas por alta temperatura e pHs extremos recebe o nome de desnaturação. 
 
A desnaturação é um processo, geralmente irreversível, que consiste na quebra das 
estruturas secundária e terciária de uma proteína. 
Funções das proteínas 
As proteínas podem ser agrupadas em várias categorias de acordo com a sua função. 
De uma maneira geral, as proteínas desempenham nos seres vivos as seguintes funções: 
estrutural, enzimática, hormonal, de defesa, nutritiva, coagulação sangüínea e transporte. 
 
 Função estrutural: participam da estrutura dos tecidos. Exemplos: - Colágeno: proteína de 
alta resistência, encontrada na pele, nas cartilagens, nos ossos e tendões. 
- Actina o Miosina: proteínas contráteis, abundantes nos músculos, onde participam do 
mecanismo da contração muscular, - Queratina: proteína impermeabilizante encontrada na 
pele, no cabelo e nas unhas. - Albumina: proteína mais abundante do sangue, relacionada com 
a regulação osmótica e com a viscosidade do plasma (porção líquida do sangue). 
Função enzimática: quase toda enzima é uma proteína. As enzimas são fundamentais 
como moléculas reguladoras das reações biológicas. Dentre as proteínas com função 
enzimática podemos citar as lipases - enzimas que transformam os lipídios em sua unidades 
constituintes, como os ácidos graxos e glicerol. 
Função hormonal: muitos hormônios de nosso organismo são de natureza protéica. 
Resumidamente, podemos caracterizar os hormônios como substãncias elaboradas pelas 
glândulas endócrinas e que, uma vez lançadas no sangue, vão estimular ou inibir a atividade 
de certos órgãos. É o caso da insulina e glucagon, hormônios produzidos no pâncreas e que se 
relacionam com a manutenção da glicemia (taxa de glicose no sangue). 
Função de defesa: existem células no organismo capazes de "reconhecer" proteínas 
"estranhas" (antígenos). Na presença dos antígenos o organismo produz proteínas de defesa, 
denominadas de anticorpos ou imunoglobulinas. O anticorpo combina-se, quimicamente, com o 
antígeno, neutralizando seu efeito. A reação antígeno-anticorpo é altamente específica, o que 
significa que um determinado anticorpo neutraliza apenas o antígeno responsável pela sua 
formação. Os anticorpos são produzidos por certas células de corpo (como os linfócitos, um 
dos tipos de glóbulo branco do sangue). 
Função nutritiva: as proteínas servem como fontes de aminoácidos, incluindo os 
essenciais requeridos pelo homem e outros animais. Esses aminoácidos podem, ainda, ser 
oxidados como fonte de energia no mecanismo respiratório. 
Coagulação sangüínea: vários são os fatores da coagulação que possuem natureza 
protéica, como por exemplo: fibrinogênio, globulina anti-hemofílica, etc... 
Transporte: pode-se citar como exemplo a hemoglobina, proteína responsável pelo 
transporte de oxigênio no sangue. 
 
Ácidos Nucléicos 
 
Os ácidos nucleicos são as biomoléculas mais importantes do controle celular, pois 
contêm a informação genética. Existem dois tipos de ácidos nucleicos: ácido 
desoxirribonucleico - DNA e ácido ribonucleico - RNA. Esses compostos são formados pela 
união de várias unidades denominadas de nucleotídeos, neles podem identificar-se três 
constituintesfundamentais: 
 Ácido fosfórico - confere aos ácidos nucleicos as suas características ácidas. Faz as 
ligações entre nucleotídeos de uma mesma cadeia. Está presente no DNA e no RNA. 
 Pentoses - como o próprio nome descreve, é um açúcar formado por cinco carbonos. 
Ocorrem dois tipos: a desoxirribose (DNA) e a ribose (RNA). 
 Base nitrogenada - há cinco bases nitrogenadas diferentes, divididas em dois grupos: 
o Bases de anel duplo (púricas): adenina (A) e guanina (G); 
o Bases de anel simples (pirimídicas): timina (T), citosina (C) e uracila (U). 
 
OBS.: 
1- O DNA apresenta A, G, C e T; já o RNA possui A, G, C e U. 
2- A ligação entre nucleotídeos é chamada fosfodiéster. 
3- O DNA apresenta fita dupla e o RNA fita simples. 
4- O DNA é encontrado principalmente no núcleo e o RNA no núcleo e citoplasma. 
 
Vitaminas 
 
As vitaminas são compostos orgânicos, presentes nos alimentos, essenciais para o 
funcionamento normal do metabolismo, e em caso de falta pode levar a doenças. Elas podem 
ser classificadas em liposolúveis (A, D, E e K) ou hidrosolúveis (B e C). A disfunção de vitaminas 
no corpo é chamada de hipovitaminose ou avitaminose. O excesso é chamado 
hipervitaminose, podendo trazer problemas (principalmente vitaminas lipossolúveis, de difícil 
eliminação). A tabela abaixo identifica algumas vitaminas, suas fontes, funções e doenças 
provocadas pela sua carência alimentar. 
Vitaminas Fontes 
Doenças provocadas pela 
carência (avitaminoses) 
Funções no organismo 
A 
fígado de aves, 
animais e cenoura 
problemas de visão, secura 
da pele, diminuição de 
glóbulos vermelhos, formação 
de cálculos renais 
combate radicais livres, 
formação dos ossos, pele; 
funções da retina 
D 
óleo de peixe, fígado, 
gema de ovos 
raquitismo e osteoporose 
regulação do cálcio do sangue 
e dos ossos 
E 
verduras, azeite e 
vegetais 
dificuldades visuais e 
alterações neurológicas 
 
K fígado e verduras 
desnutrição, má função do 
fígado, problemas intestinais 
atua na coagulação do sangue, 
previne osteoporose 
B1 
cereais, carnes, 
verduras, levedo de 
cerveja 
Beribéri 
atua no metabolismo 
energético dos açúcares 
B2 
leites, carnes, 
verduras 
inflamações na língua, 
anemias, seborréia 
atua no metabolismo de 
enzimas, proteção no sistema 
nervoso. 
B5 
fígado, cogumelos, 
milho, abacate, ovos, 
leite, vegetais 
fadigas, dores musculares, 
insônia 
metabolismo de proteínas, 
gorduras e açúcares 
B6 
carnes, frutas, 
verduras e cereais 
seborréia, anemia, distúrbios 
de crescimento 
crescimento, proteção celular, 
metabolismo de gorduras e 
proteínas, produção de 
hormônios 
B12 fígado, carnes anemia perniciosa formação de hemácias 
C 
laranja, limão, 
abacaxi, kiwi, 
acerola, morango, 
brócolis, melão, 
manga 
escorbuto 
atua no fortalecimento de 
sistema imunológico, combate 
radicais livres e aumenta a 
absorção do ferro pelo 
intestino. 
 
Capítulo II- Célula 
Estrutura 
As células são as unidades fundamentais de todos os seres vivos, exceto dos vírus. A 
maioria das células pertence ao mundo microscópico, ou seja, é impossível observá-las a “olho 
nu”. É bom ressaltar, que a forma da célula relaciona-se com sua função. As células que não 
possuem envoltório nuclear nem sistemas internos de membranas – como as de bactérias – 
são chamadas de procarióticas. As células mais complexas, que possuem um envoltório 
membranoso chamado carioteca, que delimita um verdadeiro núcleo, além de um complexo 
sistema interno de membranas, são chamadas células eucarióticas. 
Célula Eucariótica 
 
 
 
Célula Procariótica 
 
 
Célula Procariótica 
 
 
 
Célula Procariótica 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nas células estão presentes todas as informações, todas as estruturas e as funções para 
que o ser vivo “funcione”. Por isso a célula é considerada uma unidade: 
 Genética: Nela encontramos todo o genoma (código genético) do organismo. Todas as 
células do organismo possuem o mesmo código genético (universal), com exceção dos 
gametas que possuem metade do DNA. 
 Morfológica: Toda a estrutura do organismo é formada por células. 
 Fisiológica (funcional): Todas as funções que o organismo desempenha é fruto da 
ação das células. 
 
Membrana Plasmática 
A membrana celular, também conhecida por plasmalema, é a estrutura que delimita 
todas as células vivas, tanto as procarióticas como as eucarióticas. Ela estabelece a fronteira 
entre o meio intra-celular, o citoplasma, e o meio extracelular, que pode ser a matriz dos 
diversos tecidos. A membrana celular é uma “porta” seletiva que a célula usa para captar os 
elementos do meio exterior que lhe são necessários para o seu metabolismo e para liberar as 
substâncias que a célula produz e que devem ser enviadas para o exterior (sejam elas 
produtos de excreção, das quais deve se libertar, ou secreções que a célula utiliza para várias 
funções relacionadas com o meio). 
Propriedades da membrana 
 A membrana possui as seguintes propriedades: 
 Permeabilidade seletiva (seleciona o que entra e sai da célula); 
 Movimentação; 
 Enblobamento e liberação de partículas. 
 
Composição Química da Membrana 
 
Todas as membranas plasmáticas celulares são constituídas predominantemente por 
fosfolipídeos e proteínas em proporções variáveis e uma pequena fração de carboidratos, na 
forma de oligossacarídeos. 
Carboidratos:. Exteriormente, em muitas células animais, a membrana plasmática 
apresenta uma camada rica em glicídeos: o glicocálix ou glicocálice. Esta estrutura está 
envolvida com o reconhecimento celular. 
Lípídios: Os lipídios presentes nas membranas celulares pertencem predominantemente 
ao grupo dos fosfolipídeos. A estrutura das membranas deve-se primariamente a essa camada 
dupla de fosfolipídios. Esses lipídios são moléculas longas com uma extremidade hidrofílica 
(tem afinidade com a água) e a cadeia hidrofóbica (não tem afinidade com a água). As 
membranas animais possuem ainda o colesterol, e as células vegetais possuem outros 
esteróis, importantes para o controle da fluidez das membranas. Em certa temperatura, quanto 
maior a concentração de esteróis, menos fluida será a membrana. As células procariontes, 
salvo algumas exceções, não possuem esteróis. 
Proteínas: As proteínas são os principais componentes funcionais das membranas 
celulares. A maioria das proteínas da membrana celular está mergulhada na camada dupla do 
fosfolipídios, interrompendo sua continuidade, são as proteínas integrais. Outras, as proteínas 
periféricas, estão aderentes às extremidades de proteínas integrais. Algumas proteínas atuam 
no transporte de substâncias para dentro ou para fora da célula. Entre estas, encontram-se 
glicoproteínas (proteínas ligadas a carboidratos). 
 
Estrutura da Membrana (modelo mosaico fluido proposto por Singer e Nicholson) 
 
 
 
Transportes através das membranas 
O transporte através das membranas classifica-se em: 
 Transporte passivo – quando não envolve o consumo de energia do sistema, sendo 
utilizada apenas a energia cinética das moléculas; a movimentação dá-se a favor do gradiente 
de concentração, do meio hipertônico (mais concentrado) para o meio hipotônico (menos 
concentrado). 
 Transporte ativo – quando o transporte das moléculas envolve a utilização de energia 
pelo sistema; no caso da célula viva, a energia utilizada é na forma de Adenosina tri-fosfato 
(ATP); a movimentação das substâncias dá-se contra o gradiente de concentração, ou seja, do 
meio hipotônico para o hipertônico. 
 
Transporte passivo 
 
O transporte passivo de substâncias na célulapode ser realizado através de difusão ou 
por osmose: 
Difusão: ocorre passagem de soluto do meio mais concentrado para o meio menos 
concentrado. A difusão pode ser facilitada por enzimas permeases (proteínas incrustadas na 
membrana que auxiliam a passagem de soluto) sendo classificada difusão facilitada. Quando 
não há ação de enzimas, é chamada difusão simples. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Difusão simples: o transporte de soluto 
ocorre diretamente através da 
membrana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Osmose: Ocorre passagem de solvente do meio menos concentrado para o mais 
concentrado. 
 
Osmose (célula animal X célula vegetal) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS.: Note que a célula vegetal não sobre lise celular (rompimento da membrana). 
Isso ocorre porque a célula vegetal apresenta parede celular, estrutura ausente na célula 
animal. 
 
Transporte ativo 
 
O transporte ativo através da membrana celular é primariamente realizado pelas 
enzimas ATPases, como a importante bomba de sódio e potássio, que tem função de manter 
o potencial eletroquímico das células. Neste tipo de transporte ocorre entrada de 2 potássios 
(K+) para o meio intra-celular e saída de 3 sódios (Na+) da célula. Tudo isso contra o gradiente 
de concentração (requer gasto de ATP). 
 
 
Meio extracelular 
Bomba de sódio e potássio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Englobamento celular 
 
Há ainda dois processos em que, não apenas moléculas específicas, mas a própria 
estrutura da membrana celular é envolvida no transporte de matéria (principalmente de 
grandes moléculas) para dentro e para fora da célula: 
 endocitose – em que a membrana celular envolve partículas ou fluido do exterior - 
fagocitose (engloba partículas sólidas, por meio de expansões citoplasmáticas chamadas de 
pseudópodes) ou pinocitose (engloba partículas líquidas, por meio da invaginação da 
membrana) - e a transporta para dentro, envolvidas em uma vesícula. 
 
 
 
 exocitose – em que uma vesícula contendo material que deve ser expelido se une à 
membrana celular, que depois expele o seu conteúdo. 
 
 
Especializações da membrana 
 
 Microvilosidades: aumentam a superfície de contato e a absorção de substância. Ex.: 
células intestinais. 
 Desmossomos: Aumentam a adesão entre células. 
 Interdigitações: reentrâncias que também aumentam a adesão entre células. 
 
 
Citoplasma 
 
O citoplasma é o espaço intra-celular entre a membrana plasmática e o envoltório 
nuclear em seres eucariontes. Nos procariotos corresponde a totalidade da área intra-celular. 
Esse compartimento celular é preenchido por uma matéria coloidal e semi-fluída denominada 
hialoplasma, onde encontram-se mergulhados os organóides. 
 
Célula animal 
Podemos encontrar vários organóides citoplasmáticos em células eucarióticas de 
animais, como: 
 Ribossomos; 
 Retículo endoplasmático; 
 Complexo Golgiense; 
 Lisossomos; 
 Peroxissomos; 
 Mitocôndrias; 
 Centríolos. 
 
Organóides citoplasmáticos de célula eucariótica animal 
Ribossomos 
 Única organela encontrada em todos os tipos de células; 
 São constituídos por proteínas associados ao rRNA. 
 Podem ser encontradas livres no citoplasma ou associadas às membranas do retículo 
endoplasmático R.E. rugoso; 
 Função: Síntese de proteínas. 
Retículo Endoplasmático 
Pode ser de dois tipos: liso (agranular) ou rugoso (granular ou ergastoplasma). 
 Liso ou Agranular 
o Desprovido de ribossomos associados à membrana; 
o Síntese de lipídeos, como o colesterol, hormônios sexuais e vitamina D (gônadas); 
o Desintoxicação celular (fígado); 
 Rugoso ou Granular 
o Apresenta ribossomos associados a membrana; 
o Síntese de proteínas e lipídeos; 
o Presente em grande quantidade em células secretoras de proteínas. 
 
 
Complexo Golgiense 
 Conjunto de sáculos achatados (lameliformes); 
 Funções: 
o Armazenamento, empacotamento e secreção de substâncias; 
o Formação do acrossomo; 
o Formação dos lisossomos; 
o Formação de muco. 
 
Lisossomos 
São vesículas com enzimas digestivas, que surgem do complexo golgiense. Funções: 
o Digestão intracelular; 
o Heterofagia; 
o Autofagia; 
o Autólise. 
 
 
 
 
 
 
Peroxissomos 
São pequenas vesículas cujas enzimas inativam substâncias tóxicas (como o álcool das 
bebidas) e muitos medicamentos. 
Mitocôndrias 
As mitocôndrias estão envolvidas com o processo da respiração celular e, 
consequentemente, a produção de energia. Essa organela apresenta DNA e RNA próprios e 
capacidade de auto-reproduzir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Centríolos 
Formado por nove trincas de microtúbulos protéicos. Estão envolvidos com a formação 
dos cílios e flagelos e com a orientação dos cromossomos durante a divisão celular. 
 
Centríolo 
Célula Vegetal 
Externamente à membrana plasmática, a célula vegetal é revestida pela parede celular 
(ou membrana esquelética ou celulósica), espessa e resistente, constituída basicamente por 
celulose. As células vegetais e animais apresentam muitos organóides em comum: 
mitocôndrias, retículo endoplasmático, complexo golgiense e ribossomos. No entanto, existem 
importantes diferenças: 
 As células vegetais não apresentam centríolos; 
 Apresentam cloroplastos, parede celular e grandes vacúolos, inexistentes nas 
células animais. 
 Os lisossomos são menos freqüentes em células vegetais (são mais encontrados 
em sementes). 
 
Cloroplastos 
São estruturas envolvidas com o processo de fotossíntese nas células eucarióticas. 
Assim como as mitocôndrias, apresentam DNA e RNA próprios e capacidade de auto-
reprodução. 
 
Vacúolos 
Apresentam diferentes funções como: Preenchimento de espaço e armazenamento de 
substâncias. 
Célula procarionte 
A célula procariótica, em contraste com a eucariótica, não é compartimentalizada. 
Estruturas e organelas tais como membranas nucleares, mitocôndrias, retículo endoplasmático, 
complexo de Golgiense, fagossomos e lisossomos não existem na célula procariótica. Os 
procariotos possuem um único cromossomo circular. Uma vez que não há membranas 
nucleares, o cromossomo encontra-se ligado a um sítio particular na membrana citoplasmática 
- o mesossomo (nessa invaginação da membrana encontram-se incrustadas enzimas 
envolvidas com o processo de respiração celular). Como exemplo de célula procariótica 
podemos citar as bactérias. 
 
 
Capítulo III- Histologia 
 
A Histologia é o estudo da estrutura do material biológico e das maneiras como os seus 
componentes se inter-relacionam, tanto estrutural quanto funcionalmente. O estudo da 
histologia se iniciou com o desenvolvimento de microscópios simples e de técnicas para 
preparo de material biológico, tornando-o adequado para exame. Os primeiros histologistas 
descobriram muito sobre a estrutura do material biológico, estabelecendo a teoria celular da 
estrutura dos organismos vivos, onde a célula é a unidade básica da arquitetura da maioria dos 
materiais biológicos. 
O conjunto de células com características morfológicas semelhantes foram descritas 
como tecido, tendo sido estes divididos em quatro tipos: 
 tecido epitelial: formado por células que revestem superfícies, cavidades 
corporais ou formam glândulas; 
 tecido conjuntivo: constituído por células e abundante matriz extracelular, com 
a função de preenchimento ou sustentação; 
 tecido muscular:constituído por células com propriedades contráteis; 
 tecido nervoso: constituído por células que formam o cérebro, medula nervosa 
e nervos. 
 
Tecido Epitelial 
 
Neste tipo de tecido as células epiteliais encontram-se organizadas muito próximas umas 
das outras, constituindo os epitélios, que participam: 
 
 do revestimento de superfícies, como pele, ou do revestimento do intestino e 
ductos, separando o meio interno do meio externo; 
 como unidades funcionais das glândulas. 
 
As células de um tecido epitelial são mantidas em íntimo contato por uma pequena 
quantidade de material intercelular e por funções celulares. Quase todas as células epiteliais 
estão situadas sobre uma membrana basal, rica em glicoproteínas e serve para ancorar as 
células epiteliais ao tecido subjacente. O tecido epitelial pode ser subdividido em: 
1. tecido epitelial de revestimento 
2. tecido epitelial glandular 
 
Tecido Epitelial de revestimento 
 
Forma uma barreira que cobre as superfícies do corpo e o revestimento dos tubos e 
ductos que se comunicam com a superfície. Também reveste as cavidades corporais. 
 
Classificação 
 
A classificação dos diferentes tipos de epitélio baseia-se em diversos parâmetros, como 
a forma da célula e o número de camadas. 
Há três tipos básicos de células, cuja nomenclatura se relaciona com a forma celular: 
células pavimentosas, cúbicas e cilíndricas (colunar). 
 
 
 
As células epiteliais podem se dispor em uma única camada (epitélio simples), ou 
organizar-se em várias camadas (epitélio estratificado). No epitélio pseudoestratificado as 
células epiteliais parecem dispor-se em camadas, porém, estão organizadas em uma única 
camada. O epitélio de transição é um tipo especial de epitélio restrito ao revestimento das vias 
urinárias, e suas células variam sua morfologia dependendo do grau de estiramento. 
 
Exemplos: 
 
 
 
 
Tecido epitelia glandular 
 
É formado por um conjunto de células especializadas cuja função é a produção e 
liberação de secreção. Quanto ao local onde a secreção é lançada, as glândulas podem ser 
classificadas como: 
Endócrinas: as glândulas não possuem ductos e sua secreção ganha a corrente 
sangüínea, onde será distribuída para todo o corpo. A secreção endócrina é a secreção de 
mensageiros químicos (hormônios), os quais atuam sobre tecidos distantes do local de sua 
produção. 
Exócrinas: as glândulas possuem ducto excretor que transportam a secreção produzida 
pela glândula para o meio externo, seja a superfície do corpo ou para o interior de um órgão 
cavitário, ex.: intestino. 
 
1- Glândula exócrina 
2- Glândula endócrina 
Tecido conjuntivo (TC) 
 
Morfologicamente, os tecidos conjuntivos caracterizam-se por apresentar diversos tipos 
celulares separados por abundante material intercelular. Os tecidos deste grupo desempenham 
funções como sustentação, preenchimento, defesa e nutrição. Esse tecido pode ser dividido 
em: TC propriamente dito, TC adiposo, TC cartilaginoso, TC ósseo, TC hematopoético e TC 
sanguíneo. 
 
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito (TCPD) 
 
Esse tecido pode ser dividido em dois tipos: 
Frouxo: preenchendo espaços e nutrindo. 
Denso: formando tendões (estruturas que ligam os músculos aos ossos). 
 
Tecido Cojuntivo adiposo 
 
O tecido adiposo ou tecido gordo é uma variedade do tecido conjuntivo, cujas células 
(adipócitos) armazenam energia na forma de gordura. 
 
 
 
Tecido Conjutivo Cartilaginoso 
 
O tecido cartilaginoso, ou simplesmente cartilagem, é um tecido elástico e flexível, 
branco ou acinzentado, aderente às superfícies articulares dos ossos. Também é encontrado 
em outros locais como na orelha, na ponta do nariz. É formado por condrócitos e condroblastos 
(células), revestido pelo pericôndrio (membrana que promove sua nutrição). O tecido serve 
para revestir, proteger, dar forma e sustentar algumas partes do corpo, além disso, evita atrito 
entre os ossos (nas articulações). No tecido cartilaginoso não existem vasos sanguíneos, 
nervos e vasos linfaticos. 
 
Tecido conjuntivo Ósseo 
 
O Sistema ou tecido ósseo é um tecido conjuntivo bem rígido, encontrado nos ossos 
do esqueleto dos vertebrados, onde ele é o tecido mais abundante. Suas funções principais 
são: sustentar o corpo; permitir a realização de movimentos e proteger certos órgãos. Esse 
tecido é formado por células e uma matriz óssea dividida em orgânica (formada principalmente 
por colágeno que confere resistência) e inorgânica (formada por fosfato de cálcio que confere 
rigidez). Esse tecido é vascularizado. 
 
 
 
Tecido conjuntivo hematopoético 
 
Tecido responsável pela hematopoiese ou hematopoese, que é o processo de formação, 
desenvolvimento e maturação dos elementos do sangue (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) a 
partir de um precursor celular comum e indiferenciado conhecido como célula hematopoiética 
pluripotente, ou célula-tronco. As células-tronco que no adulto encontram-se na medula óssea 
são as responsáveis por formar todas as células e derivados celulares que circulam no sangue. 
 
 
Tecido conjuntivo sanguíneo 
 
O tecido sanguíneo é formado por uma parte líquida (plasma) onde encontra-se 
mergulhada as células e fragmentos celulares (elementos figurados). São células sanguíneas: 
a) hemácias (glóbulos vermelhos ou eritrócitos): células em forma de disco, anucleadas 
(nos mamíferos). Possuem internamente hemoglobina, pigmento responsável pelo transporte 
de gases. 
b) leucócitos (glóbulos brancos): realizam a defesa do organismo. Possuem a capacidade 
de se movimentar entre os tecidos do corpo, atravessando os vasos sanguíneos (movimento 
chamado diapedese). 
c) plaquetas (trombócitos): fragmentos celulares envolvidos com a coagulação 
sanguínea. 
 
OBS.: O plasma é a parte líquida do sangue composta de água, sais minerais, proteínas, 
lipídios e outros nutrientes. Tem como função o transporte de substâncias. A maior parte do 
gás carbônico é transportado no plasma. 
 
Tecido Muscular (TM) 
 
Possui fibras protéicas que permitem às células contraírem e se distenderem, 
promovendo movimento. Pode ser dividido em: esquelético, liso e cardíaco. 
T.M. estriado esquelético: apresenta contração voluntária, células com formato 
cilíndrico, estrias transversais e vários núcleos periféricos. Encontra-se ligado aos ossos por 
meio de tendões. 
T.M. estriado cardíaco: apresenta contração voluntária, células com formato cilíndrico, 
estrias transversais e 1 a 2 núcleos centrais por célula. Localizado no coração. Apresentam 
discos intercalares que aumentam a velocidade de contração. 
T.M. liso: formado por células fusiformes, com um núcleo central. Apresenta contração 
involuntária e ausência de estrias. Encontrado no tubo digestório, pupila, base dos pêlos, 
útero, tubas uterinas. 
 
 
 
 
 
Tecido Nervoso 
O tecido nervoso é formado basicamente por dois tipos celulares: neuroglia e neurônio. 
A neuroglia está envolvida com a nutrição e proteção do neurônio. E o neurônio com a 
transmissão de impulsos nervosos. 
 
Estrutura básica do neurônio 
Corpo celular: contém um nucleo que se encontra no centro da célula. É nesta estrutura 
que estão alojadas todas as funções celulares em geral. 
Dendritos: São extensões citoplasmáticas ou prolongamentos especializados em 
receber e transportar os estimulos das células sensoriais até o corpo celular. Possuem 
múltiplas ramificações e extremidades arborizadas, o que lhes dá a capacidade de receber 
multiplos estímulos de vários neurónios simultaneamente. 
Axônio: é um único prolongamento que têm como função a condução dos impulsoselétricos do corpo celular para outros neurónios, músculos, ou glândulas. 
 
 
Capítulo IV- Corpo Humano 
 
Sistema Digestório 
O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão 
associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões: 
boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. 
 
 
Boca, faringe e esôfago 
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os 
dentes e a língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os 
dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá 
facilitar a futura ação das enzimas. A presença de alimento na boca, assim como sua visão 
e cheiro, estimulam as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase 
salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido, 
reduzindo-o em moléculas de maltose (dissacarídeo). Os sais da saliva neutralizam 
substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0), ideal para a ação da ptialina. 
O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua para o 
fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas 
peristálticas, levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através do 
peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará 
ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento 
penetre nas vias respiratórias. 
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do 
alimento do esôfago para o interior do estômago. 
 
OBS.: Na boca ocorre dois tipos de digestão: química (realizada pela ptialina que 
quebra o amido em maltose) e física (realizada pela mastigação). 
 
Estômago 
 
O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo 
do abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao 
intestino delgado. Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite ao estômago 
guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir 
alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" 
maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos agudos. 
 
 
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, 
que contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do 
interior do estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos 
dos alimentos, auxiliando a fragmentação mecânica iniciada pela mastigação. 
A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de 
pepsinogênio. Como este é inativo, não digere as células que o produzem. Por ação do 
ácido clorídrico, o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do estômago, transforma-se em 
pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas. 
 
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao 
se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, 
transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo. 
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, 
liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão. 
 
Intestino Delgado 
 
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de 
diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 
5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). 
 
A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, 
esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no 
intestino. 
 
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções 
do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que 
contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, 
produzida no fígado (a partir do colesterol) e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile 
oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando 
as gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas). Lembre-se a bile 
não é enzima. 
 
O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes 
quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua 
secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, 
como: carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucléicos. 
A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lipase 
pancreática hidrolisa as moléculas de um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando 
glicerol e ácidos graxos; as nucleases atuam sobre os ácidos nucléicos, separando seus 
nucleotídeos. O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, 
formas inativas em que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. 
Sendo produzidas na forma inativa, as proteases não digerem suas células secretoras. Na 
luz do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada 
pelas células da mucosa intestinal, convertendo-se tripsina, que por sua vez contribui para 
a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio em quimiotripsina, enzima ativa. 
 
A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em 
oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas 
específicas ao longo das cadeias de aminoácidos. 
A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e 
de pH aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase. Outras enzimas 
são as dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, 
lactase, maltase). No suco entérico há enzimas que dão seqüência à hidrólise das 
proteínas: os oligopeptídeos sofrem ação das peptidases, resultando em aminoácidos. 
No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes 
musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile, 
enzimas e outras secreções, sendo transformado em quilo. 
A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos, nas 
regiões do jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões, apresenta, 
além de inúmeros dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), 
chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. As 
membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas 
microscópicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve a água 
ingerida, os íons e as vitaminas. 
 
 
Intestino Grosso 
 
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. 
Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água 
das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as 
fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus. Como o intestino grosso absorve 
muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são 
evacuados. 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela resumo 
 
Suco digestivo Enzima pH ótimo Substrato Produtos 
Saliva Ptialina neutro polissacarídeos maltose 
Suco gástrico Pepsina ácido proteínas oligopeptídeos 
Suco pancreático 
Quimiotripsina 
Tripsina 
Rnase 
Dnase 
Lipase 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
proteínas 
proteínas 
RNA 
DNA 
lipídeos 
peptídeos 
peptídeos 
ribonucleotídeos 
desoxirribonucleotídeos 
glicerol e ácidos graxos 
Sucointestinal ou entérico 
Peptidases 
Maltase 
Sacarase 
Lactase 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
peptídeos 
maltose 
sacarose 
lactose 
aminoácidos 
glicose 
glicose e frutose 
glicose e galactose 
 
Controle hormonal da digestão 
 
Gastrina: Proveniente das glândulas da parede do estômago estimula a secreção de 
suco gástrico. 
Secretina: Proveniente do intestino delgado estimula a secreção do suco 
pancreático. 
Colecistocinina: Proveniente do intestino delgado estimula a liberação das enzimas 
pancreáticas e a liberação da bile pela vesícula biliar. 
Enterogastrona: produzida no intestino delgado, inibe o peristaltismo estomacal e a 
evacuação do suco gástrico. 
 
 
Sistema respiratório 
 
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários 
órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses 
órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os 
bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões. 
 
 
 
- Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e 
terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa 
denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamada cornetos nasais, que forçam 
o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e 
células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias aéreas, como traquéia, 
brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem células 
sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e 
aquecer o ar. 
- Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se 
com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa 
necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe. 
- Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte 
superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que aparece no 
pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe. A entrada da laringe chama-
se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingüeta” de cartilagem denominada epiglote, 
que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é 
fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias. 
 
 
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de 
produzir sons durante a passagem de ar. 
- Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 
centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. 
Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. 
Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes 
em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao 
movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas. 
- Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 
cm de comprimento, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos 
pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais 
finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica 
ou árvore respiratória. Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células 
epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por capilares sangüíneos, 
denominadas alvéolos pulmonares. Nos alvéolos pulmonares ocorre a hematose que é a 
troca de gases entre os alvéolos e sangue. Na hematose o oxigênio é captado pelo sangue 
e o gás carbônico captado pelo ar alveolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Diafragma: A base de cada pulmão apóia-se no diafragma, órgão músculo-
membranoso que separa o tórax do abdômen, presente apenas em mamíferos, promovendo, 
juntamente com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios. Localizado logo acima 
do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema Circulatório 
 
O sistema circulatório é constituído por coração e um conjunto de vasos sanguíneos 
(artérias, veias e capilares). Este sistema é responsável por conduzir elementos essenciais para 
todos os tecidos do corpo. 
 
Conceitos importantes 
 
 Artérias: são os vasos pelos quais o sangue sai do coração. Devido ao fato da 
pressão do sangue no lado arterial ser maior, comparando com as veias, as 
paredes desses vasos são mais espessas. 
 Veias: são os vasos que trazem o sangue para o coração; dentro delas há 
válvulas que, caso o sangue comece a fluir na direção contrária do coração, 
fecham-se impedindo o refluxo do sangue. 
 Capilares: são vasos microscópicos, com parede de apenas uma célula de 
espessura e que são responsáveis pelas trocas de gases e nutrientes entre o 
sangue e o meio interno. 
 
 Circulação fechada: sangue circula apenas dentro de vasos sanguíneos. 
 Circulação aberta: sangue pode cair em “lacunas”. 
 Circulação completa: Um sistema circulatório diz-se completo quando o sangue 
venoso separa-se completamente do sangue arterial. 
 Circulação incompleta: Ocorre mistura de sangue venoso e arterial. 
 Circulação dupla: passa dois tipos de sangue pelo coração (arterial e venoso). 
 Circulação simples: passa um único tipo de sangue pelo coração. 
 
 
 
Coração humano 
O coração do homem é constituído de 4 cavidades: 2 átrios e 2 ventrículos. Essas e 
outras estruturas são demonstradas na figura abaixo. 
 
Sistema Circulatório Humano 
 
O sistema circulatório humano é dividido em duas partes básicas: 
 - Pequena circulação ou circulação pulmonar; 
 - Grande circulação ou circulação sistêmica. 
 
A circulação pulmonar ou pequena circulação inicia-se no tronco da artéria pulmonar, 
seguindo pelos ramos das artérias pulmonares, arteríolas pulmonares, capilares pulmonares, 
vênulas pulmonares, veias pulmonares e deságua no átrio esquerdo do coração. Na sua 
primeira porção, transporta sangue venoso. Nos capilares pulmonares o sangue é saturado em 
oxigênio, transformando-se em sangue arterial. Esta inicia-se no ventrículo direito e encerra no 
átrio esquerdo. 
A circulação sistêmica ou grande circulação inicia-se na aorta, seguindo pelos seus 
ramos arteriais e na seqüência pelas arteríolas sistêmicas, capilares sistêmicos, vênulas 
sistêmicas e veias sistêmicas, estas se unindo em dois grandes troncos, a veia cava inferior e a 
veia cava superior. Ambas desaguam no átrio direito do coração. Sua primeira porção 
transporta sangue arterial. Nos capilares sistêmicos o sangue perde oxigênio para os tecidos e 
aumenta seu teor de gás carbônico, passando a ser sangue venoso. 
 
 
Esquema geral da circulação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Circulação Geral 
Sistema Nervoso 
 
O sistema nervoso é responsável por perceber e identificar as condições ambientais 
externas, bem como as condições reinantes dentro do próprio corpo e elaborar respostas que 
adaptem a essas condições. 
A unidade básica do sistema nervoso é a célula nervosa, denominada neurônio, que é 
uma célula extremamente estimulável; é capaz de perceber as mínimas variações que ocorrem 
em torno de si, reagindo com uma alteração elétrica que percorre sua membrana. Essa 
alteração elétrica é o impulso nervoso. 
As células nervosasestabelecem conexões entre si de tal maneira que um neurônio 
pode transmitir a outros os estímulos recebidos do ambiente, gerando uma reação em cadeia. 
 
Neurônios: células nervosas 
 
Um neurônio típico apresenta três partes distintas: corpo celular, dentritos e axônio. 
 
 
 
 
 
No corpo celular, a parte mais volumosa da célula nervosa, se localiza o núcleo e a 
maioria das estruturas citoplasmáticas. 
Os dentritos são prolongamentos finos e geralmente ramificados que conduzem os 
estímulos captados do ambiente ou de outras células em direção ao corpo celular. 
O axônio é um prolongamento fino, geralmente mais longo que os dentritos, cuja função 
é transmitir para outras células os impulsos nervosos provenientes do corpo celular. 
 
Sentido do Impulso Nervoso 
 
DENTRITO  CORPO CELULAR  AXÔNIO 
Células Glia 
 
Além dos neurônios, o sistema nervoso apresenta-se constituído pelas células glia, ou 
neuróglia cuja função é dar sustentação aos neurônios e auxiliar o seu funcionamento. 
 
Impulso Nervoso 
 
A despolarização e a repolarização de um neurônio ocorrem devido as modificações na 
permeabilidade da membrana plasmática. Em um primeiro instante, abrem-se "portas de 
passagem" de Na
+
, permitindo a entrada de grande quantidade desses íons na célula. Com 
isso, aumenta a quantidade relativa de carga positiva na região interna na membrana, 
provocando sua despolarização. Em seguida abrem-se as "portas de passagem" de K+, 
permitindo a saída de grande quantidade desses íons. Com isso, o interior da membrana volta 
a ficar com excesso de cargas negativas (repolarização). A despolarização em uma região da 
membrana dura apenas cerca de 1,5 milésimo de segundo (ms). 
 
O estímulo provoca, assim, uma onda de despolarizações e repolarizações que se 
propaga ao longo da membrana plasmática do neurônio. Essa onda de propagação é o impulso 
nervoso, que se propaga em um único sentido na fibra nervosa. Dentritos sempre conduzem o 
impulso em direção ao corpo celular, por isso diz que o impulso nervoso no dentrito é 
celulípeto. O axônio por sua vez, conduz o impulso em direção às suas extremidades, isto é, 
para longe do corpo celular; por isso diz-se que o impulso nervoso no axônio é celulífugo. 
A velocidade de propagação do impulso nervoso na membrana de um neurônio varia 
entre 10cm/s e 1m/s. A propagação rápida dos impulsos nervosos é garantida pela presença 
da bainha de mielina que recobre as fibras nervosas. A bainha de mielina é constituída por 
camadas concêntricas de membranas plasmáticas de células da glia, principalmente células de 
Schwann. Entre as células gliais que envolvem o axônio existem pequenos espaços, os 
nódulos de Ranvier, onde a membrana do neurônio fica exposta. 
Nas fibras nervosas mielinizadas, o impulso nervoso, em vez de se propagar 
continuamente pela membrana do neurônio, pula diretamente de um nódulo de Ranvier para o 
outro. Nesses neurônios mielinizados, a velocidade de propagação do impulso pode atingir 
velocidades da ordem de 200m/s (ou 720km/h ). 
 
 
 
 
Sistema Nervoso 
Divisão Partes Funções gerais 
Sistema nervoso 
central (SNC) 
Encéfalo 
Medula espinal 
Processamento e integração de informações 
Sistema nervoso 
periférico (SNP) 
Nervos 
Gânglios 
Condução de informações entre órgãos receptores de 
estímulos, o SNC e órgãos efetuadores (músculos, 
glândulas...) 
 
 
 
 
 
Sinapses: transmissão do impulso nervoso entre células 
 
Um impulso é transmitido de uma célula a outra através das sinapses (do grego 
synapsis, ação de juntar). A sinapse é uma região de contato muito próximo entre a 
extremidade do axônio de um neurônio e a superfície de outras células. Estas células podem 
ser tanto outros neurônios como células sensoriais, musculares ou glandulares. 
As terminações de um axônio podem estabelecer muitas sinapses simultâneas. 
Na maioria das sinapses nervosas, as membranas das células que fazem sinapses estão 
muito próximas, mas não se tocam. Há um pequeno espaço entre as membranas celulares (o 
espaço sináptico ou fenda sináptica). 
Quando os impulsos nervosos atingem as extremidades do axônio da célula pré-
sináptica, ocorre liberação, nos espaços sinápticos, de substâncias químicas denominadas 
neurotransmissores ou mediadores químicos, que tem a capacidade de se combinar com 
receptores presentes na membrana das célula pós-sináptica, desencadeando o impulso 
nervoso. Esse tipo de sinapse, por envolver a participação de mediadores químicos, é 
chamado sinapse química. 
Os cientistas já identificaram mais de dez substâncias que atuam como 
neurotransmissores, como a acetilcolina, a adrenalina (ou epinefrina), a noradrenalina (ou 
norepinefrina), a dopamina e a serotonina. 
 
 
 
Ato reflexo 
 
O indivíduo reage a um estímulo, sem que este tenha que passar pelo cérebro. Estão 
envolvidos alguns tipos de neurônios como: neurônio motor (conduz o impulso de um centro 
nervoso a um órgão efetuador), neurônio sensorial (conduz o impulso até um centro nervoso), 
neurônio associativo (promove a comunicação do neurônio efetuador com o motor). 
 
 
 
Sinapses Neuromusculares 
 
A ligação entre as terminações axônicas e as células musculares é chamada sinapse 
neuromuscular e nela ocorre liberação da substância neurotransmissora acetilcolina que 
estimula a contração muscular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema Excretor 
 
O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, 
produzem e excretam a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído 
por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra. 
 
 
Os rins têm a forma de um grão de feijão enorme e possuem uma cápsula fibrosa, que 
protege o córtex - mais externo, e a medula - mais interna. Cada rim é formado de tecido 
conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões de unidades 
filtradoras, os néfrons, localizados na região renal. O néfron é uma longa estrutura tubular 
microscópica que possui, em uma das extremidades, uma expansão em forma de taça, 
denominada cápsula de Bowman, que se conecta com o túbulo contorcido proximal, que 
continua pela alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal; este desemboca em um tubo 
coletor. São responsáveis pela filtração do sangue e remoção das excreções. 
 
 
 
Como funcionam os rins 
 
O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do 
órgão, originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no 
interior da cápsula de Bowman do néfron, formando um enovelado de capilares denominado 
glomérulo de Malpighi. 
O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa 
pressão, que normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem intensidade suficiente para que parte do 
plasma passe para a cápsula de Bowman, processo denominado filtração. Essas 
substâncias extravasadas para a cápsula de Bowman constituem o filtrado glomerular, que 
é semelhante, em composição química, ao plasma sanguíneo, com a diferença de que não 
possui proteínas, incapazes de atravessar os capilares glomerulares. 
O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal, cuja parede é 
formada por células adaptadas ao transporte ativo. Nesse túbulo, ocorre reabsorção ativa de 
sódio. A saída desses íons provoca a remoção de cloro, fazendo com que a concentração do 
líquido dentro desse tubo fique menor (hipotônico) do que do plasma dos capilares que o 
envolvem. Com isso, quando o líquido percorre o ramo descendente da alça de Henle, há 
passagem de água por osmose do líquido tubular (hipotônico)para os capilares sangüíneos 
(hipertônicos) – ao que chamamos reabsorção. O ramo descendente percorre regiões do rim 
com gradientes crescentes de concentração. Conseqüentemente, ele perde ainda mais água 
para os tecidos, de forma que, na curvatura da alça de Henle, a concentração do líquido 
tubular é alta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de 
Henle, que é formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte 
ativo de sais. Nessa região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular 
hipotônico. Ao passar pelo túbulo contorcido distal, que é permeável à água, ocorre 
reabsorção por osmose para os capilares sangüíneos. Ao sair do néfron, a urina entra nos 
dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água. 
Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do 
plasma; porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que 
aproximadamente 99% do filtrado glomerular é reabsorvido. 
Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais, 
reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas 
substâncias já não são mais encontradas. 
 
Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002. 
 
Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem para 
formar um vaso único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção ao 
coração. 
 
Regulação da função renal 
 
A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade 
de líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica 
mais concentrada, em função da maior reabsorção de água; havendo excesso de água no 
corpo, a urina fica menos concentrada, em função da menor reabsorção de água. 
O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio ADH 
(antidiurético), produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A concentração do plasma 
sangüíneo é detectada por receptores osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo 
aumento na concentração do plasma (pouca água), esses osmorreguladores estimulam a 
produção de ADH. Esse hormônio passa para o sangue, indo atuar sobre os túbulos distais e 
sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células desses tubos mais permeáveis à 
água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais concentrada. 
Quando a concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do ADH e, 
conseqüentemente, menor absorção de água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a 
excreção do excesso de água, o que torna a urina mais diluída. Certas substâncias, como é o 
caso do álcool, inibem a secreção de ADH, aumentando a produção de urina. Além do ADH, 
há outro hormônio participante do equilíbrio hidro-iônico do organismo: a aldosterona, 
produzida nas glândulas supra-renais. Ela aumenta a reabsorção ativa de sódio nos túbulos 
renais, possibilitando maior retenção de água no organismo. 
 
Esquema da regulação da produção de aldosterona 
 
Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002. 
 
Eliminação da urina 
Ureter 
Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar canais cada 
vez mais grossos. A fusão dos dutos origina um canal único, denominado ureter, que deixa o 
rim em direção à bexiga urinária. 
Bexiga urinária 
A bexiga urinária é uma bolsa de parede elástica, dotada de musculatura lisa, cuja 
função é acumular a urina produzida nos rins. Quando cheia, a bexiga pode conter mais de ¼ 
de litro (250 ml) de urina, que é eliminada periodicamente através da uretra. 
Uretra 
A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar e, no 
homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se fechada por 
anéis musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura desses anéis relaxa-se e a 
musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos. 
 
Sistema Endócrino 
O Sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam como 
atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios. 
Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos 
reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao sistema endócrino 
informações sobre o meio externo, enquanto que o sistema endócrino regula a resposta interna 
do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino em conjunto com o sistema 
nervoso atua na coordenação e regulação das funções corporais. 
 
Principais glândulas endócrinas 
 
 Hipófise 
o Adenoipófise (hipófise anterior); 
o Neuroipófise (hipófise posterior). 
 Tireóide; 
 Paratireóide; 
 Supra-renais; 
Glândula Mestra 
 Pâncreas. 
 
 
Hormônios produzidos pela adenoipófise 
 Hormônio do crescimento (GH) 
 Prolactina (PRL) 
 Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH, corticotrofina) 
 Hormônio estimulante da tireóide (TSH, tirotrofina) 
 Hormônio folículo-estimulante (FSH, uma gonadotrofina) 
 Hormônio luteinizante (LH, uma gonadotrofina) 
- GH ou Hormônio do crescimento: 
É uma pequena proteína, produzida e secretada pela glândula hipófise anterior. Durante 
a fase de crescimento, sob ação deste hormônio, quase todas as células nos tecidos 
aumentam em volume e em número, propiciando um crescimento dos tecidos, dos órgãos e, 
consequentemente, o crescimento corporal. A carência desse hormônio na infância acarreta 
em nanismo e seu excesso em gigantismo. No adulto o excesso pode acarretar acromegalia 
(crescimento de pés, mãos, nariz e proeminência da mandíbula). 
- Prolactina: 
É um hormônio secretado pela adeno-hipófise que estimula a produção de leite pelas 
glândulas mamárias. 
- Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH): 
O hormônio adenocorticotrófico, geralmente abreviado para a sigla ACTH, é um 
polipeptídeo com trinta e nove aminoácidos produzido pelas células corticotróficas da 
adenohipófise. Atua sobre as células da camada cortical da glândula adrenal, estimulando-as a 
sintetizar e liberar seus hormônios. 
- Hormônio estimulante da tireóide (TSH): 
O Hormônio estimulante da tireóide ou simplesmente TSH (do inglês, thyroid-stimulating 
hormone) é um hormônio que induz a tireóide a produzir e liberar seus hormônios (T3 e T4). 
- Hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH): 
Age sobre as gônadas masculinas e femininas. Na mulher, estimulam o amadurecimento 
do Folículo de Graaf do ovário (também conhecido como folículo ovariano) e a secreção de 
estrógenos e progesterona; no homem, são parcialmente responsáveis pela indução da 
espermatogênese (produção de espermatozóides) e produção de testosterona. 
Retroalimentação negativa (feedback negativo 
O feedback negativo é a reação pela qual o sistema responde de modo a reverter a 
direção da mudança. Dando tender a manter estáveis as variáveis, permite a manutenção da 
homeostase. 
 
Hormônios produzidos pela neuroipófise 
- Ocitocina 
É um hormônio produzido pelo hipotálamo e armazenada na hipófise posterior (neuro-
hipófise), e tem a função de promover as contrações uterinas durante o parto e a ejeção do 
leite durante a amamentação. 
- Hormônio antidiurético (ADH) 
O hormônio antidiurético (HAD, em inglês ADH), é um hormônio humano que é 
secretado quando o corpo está com pouca água; fazendo com que os rins conservem a água, 
concentrando e reduzindo o volume da urina. Também está relacionado com o aumento da 
pressão arterial. 
Hormônios produzidos pela tireóide 
- Triiodotironina (T3) e Tiroxina (T4) 
Atuam aumentando a taxa metabólicano organismo. Disfunções na produção desses 
hormônios pode acarretar em hipotireoidismo (pessoa com tendência a obesidade, sonolência, 
sente mais frio) ou hipertireoidismo (pessoa com tendência a ser mais magra, mais agitada, 
apresenta sudorese). 
- Calcitonina 
Estimula a retirada do cálcio do sangue e o depósito nos ossos. 
Hormônio produzido pela paratireóide 
- Paratormônio 
Ele atua aumentando a concentração de cálcio no sangue. 
Hormônios produzidos pelo pâncreas 
- Insulina 
 
Insulina é o hormônio responsável pela redução da glicemia (taxa de glicose no sangue), 
ao promover o ingresso de glicose nas células. Ela também é essencial no consumo de 
carboidratos, na síntese de proteínas e no armazenamento de lipídios (gorduras). 
É produzida nas ilhotas de Langerhans, células do pâncreas endócrino. Ela age em uma 
grande parte das células do organismo, como as células presentes em músculos e no tecido 
adiposo, apesar de não agir em células particulares como as células nervosas. 
Quando a produção de insulina é deficiente, a glicose se acumula no sangue e na urina, 
não entrando na célula: é a diabetes mellitus. Para pacientes nessa condição, a insulina é 
provida através de injeções, ou bombas de insulina. Recentemente foi aprovado o uso de 
insulina inalada. Porém, ainda há controvérsias acerca do uso do produto comercializado pela 
Pfizer. A agência de saude britânica nao recomenda seu uso. 
- Glucagon 
É um hormônio polipeptídeo produzido nas células alfa das ilhotas de Langerhans do 
pâncreas e também em células espalhadas pelo trato gastrointestinal. São conhecidas 
inúmeras formas de glucagon, sendo que a forma biologicamente ativa tem 29 aminoácidos. É 
um hormônio muito importante no metabolismo dos carboidratos. Sua ação mais conhecida é 
aumentar a glicemia (nível de glicose no sangue), contrapondo-se aos efeitos da insulina. 
 
- Somatostatina 
É um hormônio protéico produzido pelas células delta do pâncreas, localizado nas 
Ilhotas de Langerhans. Ele inibe a secreção da insulina e glucagon. 
Hormônios produzidos pela glândula supra-renal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Essa glândula é dividida em duas regiões: 
 - Córtex da adrenal: porção externa 
 - Medula adrenal: porção interna. 
 
 
Hormônios produzidos pelo córtex da adrenal 
 
- Glicocorticóides: apresentam ação imunossupressora e anti-inflamatória. 
- Mineralocorticóides (aldosterona): A aldosterona atua nos rins aumentando a 
reabsorção de sódio e consequentemente de água, isso resulta em um aumento da pressão e 
do volume sanguíneo. 
- Andrógeno: envolvido com as características sexuais secundárias nos homens. 
 
Hormônio produzido pela medula adrenal 
 
- Adrenalina: Quando lançada na corrente sanguínea, devido a quaisquer condições do 
meio ambiente que ameacem a integridade física do corpo (fisicamente ou psicologicamente, 
medo), a adrenalina aumenta a frequência dos batimentos cardíacos, o nível de açúcar no 
sangue (hiperglicemiante), minimiza o fluxo sanguíneo nos vasos e no sistema intestinal e 
maximiza o tal fluxo para os músculos voluntários nas pernas e nos braços. 
 
Sistema Reprodutor 
 
O sistema reprodutor é um termo aplicado a um grupo de órgãos necessários ou 
acessórios aos processos de reprodução. As unidades básicas da reprodução sexual são as 
células germinais masculinas e femininas. 
 
Sistema reprodutor masculino 
 
O sistema reprodutor masculino compreende os órgãos genitais externos (genitália 
externa) e os órgãos localizados no interior do corpo. A genitália externa é formada pelo pênis 
e pelo saco escrotal. 
 
 
 
Pênis 
 
Órgão copulador masculino que possui em seu interior três cilindros de tecido 
esponjosos (os corpos cavernosos), formado por veias e capilares sanguíneos modificados. Os 
corpos cavernosos ao se encher de sangue provocam a ereção do pênis. A região anterior do 
pênis forma a glande ( a "cabeça"), onde a pele é fina e apresenta muitas terminações 
nervosas, o que determina grande sensibilidade à estimulação sexual. A glande é recoberta por 
uma prega protetora de pele chamada prepúcio, às vezes removida cirurgicamente por meio da 
circuncisão. 
 
Saco Escrotal 
 
Também conhecido por escroto, é uma bolsa de pele situada abaixo do pênis, dentro do 
qual se aloja o par de testículos, que são as gônadas masculinas. Os testículos permanecem a 
uma temperatura de 2 a 3ºC, inferior a temperatura corporal, o que é necessário para que os 
espermatozóides se formem normalmente. Homens que apresentam os testículos embutidos 
na cavidade abdominal, anomalia (criptorquidia), não formam espermatozóides, sofrendo 
esterilidade temporária. 
Os órgãos reprodutores masculinos internos são os testículos, os dutos condutores de 
espermatozóides (dutos deferentes, duto ejaculador e uretra) e as glândulas acessórias 
(vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais). 
 
Testículos 
 
É o órgão onde se formam os espermatozóides. É constituído por tubos finos e 
enovelados (os tubos seminíferos), e por camadas envoltórias de tecido conjuntivo. A 
espermatogênese (ou formação de espermatozóides), ocorre por diferenciação e meiose de 
células localizadas na parede interna dos túbulos seminíferos. Entre os túbulos, localizam-se 
as células intersticiais (ou células de Leydig), cuja função é produzir testosterona, o hormônio 
sexual masculino. 
 
 
 
Espermatogênese 
 
Ocorre na parede dos túbulos seminíferos pela diferenciação de células 
espermatogônicas, onde estas, a partir da puberdade, passam a se multiplicar e vão se 
transformando em espermatócitos primários, cada um destes, origina dois espermatócitos 
primários, que sofre a segunda divisão meiótica e originam, cada um, duas espermátides que 
se diferenciam em espermatozóides. Os espermatozóides recém-formados caem na cavidade 
interna dos túbulos seminíferos e passam a se deslocar passivamente em seu interior, devido 
as contrações das paredes dos túbulos e do fluxo de líquido presente dentro deles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Epidídimo 
 
É um enovelado localizado sobre o testículo em comunicação direta com os túbulos 
seminíferos. Os espermatozóides recém-formados passam para o epidídimo, onde terminam 
sua maturação e ficam armazenados até sua eliminação durante o ato sexual. 
 
Vasos Deferentes 
 
São dois tubos musculosos que partem dos epidídimos e sobem para o abdome, 
contornando a bexiga. Sob a bexiga, os vasos deferentes provenientes de cada testículo se 
fundem em um único tubo, o duto ejaculador, que desemboca na uretra. 
 
Uretra 
 
A uretra é um duto comum aos sistemas reprodutor e urinário do homem. Ela percorre o 
interior do pênis, abrindo-se para o exterior na extremidade da glande. 
 
Vesículas Seminais 
 
São duas glândulas que produzem um líquido nutritivo, o fluído seminal, que contêm o 
açúcar frutose, cuja função é nutrir os espermatozóides. Sua secreção é lançada no duto 
ejaculatório e constitui cerca de 60% do volume total do fluído eliminado durante o ato sexual. 
 
Fase de proliferação 
Fase de crescimento 
Fase de maturação 
Espermiogênese 
Próstata 
 
A próstata é a maior glândula acessória do sistema reprodutor masculino. Sua secreção 
é viscosa e alcalina; tem por função neutralizar a acidez da urina residual acumulada na uretra 
e também a acidez natural da vagina. A próstata envolve a porção inicial da uretra, onde lança 
sua secreção através de uma série de pequenos dutos. 
 
Glândulas Bulbouretrais (glândula de Cowper) 
 
Durante a excitação sexual,elas liberam um líquido cuja função ainda não é muito bem 
conhecida. Acredita-se que a secreção destas glândulas contribua para a limpeza do canal 
uretral antes da passagem dos espermatozóides. Além disso, esse líquido viscoso facilita a 
penetração peniana. 
 
Ejaculação 
 
No clímax do ato sexual, o esperma ou sêmen, constituído pelos espermatozóides e 
pelas secreções das glândulas acessórias, é expulso do corpo por contrações rítmicas da 
parede dos dutos espermáticos. A eliminação dos espermatozóides é chamada ejaculação. 
 
Sistema reprodutor feminino 
 
O aparelho reprodutor feminino compõe-se de órgãos genitais externos composta pelos 
pequenos e grandes lábios vaginais e pelo clitóris, que em conjunto formam a vulva. 
Os órgãos reprodutores femininos internos são os ovários, as trompas de Falópio, o 
útero e a vagina. 
 
 
 
 
 
 
Ovários 
 
Os dois ovários da mulher tem forma de uma pequena azeitona, com 3 cm de 
comprimento e apresentam em sua porção mais externa (córtex ovariano), as células que 
darão origem aos óvulos. 
 
Ovulogênese 
 
É o processo de formação dos óvulos, inicia-se ainda antes do nascimento, em torno do 
terceiro mês de vida uterina. As células precursoras dos óvulos multiplicam durante a fase fetal 
feminina. Em seguida, param de se dividir e crescem, transformando-se em ovócitos primários. 
Ao nascer, a mulher tem cerca de 400 mil ovócitos primários. 
As células germinais femininas transformam-se em óvulos na maturidade. Os grupos de 
células ováricas, que rodeiam cada óvulo, diferenciam-se em células foliculares, secretando 
nutrientes para o óvulo. Durante a época da reprodução, conforme o óvulo se prepara para ser 
liberado, o tecido circundante torna-se menos compacto e enche-se de líquido, ao mesmo 
tempo em que aflora à superfície do ovário. Esta massa de tecido, líquido e óvulo recebe o 
nome de folículo De Graaf (folículo ovariano). A mulher tem apenas um único folículo De Graaf 
em um ovário em cada ciclo menstrual. Quando o folículo De Graaf alcança a maturidade, ele 
libera o óvulo, processo chamado de ovulação. O óvulo está então preparado para a 
fecundação. Na verdade, o óvulo é o ovócito secundário, cuja meiose somente irá ocorrer se 
acontecer a fecundação. Caso contrário, o ovócito degenerará em 24h após sua liberação. 
 
Tubas uterinas (Trompas de Falópio) 
 
Ou ovidutos, são dois tubos curvos ligados ao útero. A extremidade livre de cada trompa, 
alargada e franjada, situa-se junto a cada um dos ovários. O interior dos ovidutos é revestido 
por células ciliadas que promovem a movimentação do óvulo, juntamente com o líquido 
presente na cavidade abdominal. No interior da trompa, o óvulo se desloca até a cavidade 
uterina, impulsionado pelos batimentos ciliares. 
 
 
Útero 
 
É um órgão musculoso e oco, do tamanho aproximadamente igual a uma pêra. Em uma 
mulher que nunca engravidou, o útero tem aproximadamente 7,5 cm de comprimento por 5 cm 
de largura. Os arranjos dos músculos da parede uterina permite grande expansão do órgão 
durante a gravidez (o bebe pode atingir mais de 4 kg). A porção superior do útero é larga e está 
conectada as trompas. Sua porção inferior (o colo uterino) é estreita e se comunica com a 
vagina. 
O interior do útero é revestido por um tecido ricamente vascularizado (o endométrio). A 
partir da puberdade, todos os meses, o endométrio fica mais espesso e rico em vasos 
sanguíneos, como preparação para uma possível gravidez. Deixando de ocorrer por volta dos 
50 anos, com a chegada da menopausa. Se a gravidez não ocorrer, o endométrio que se 
desenvolveu é eliminado através da menstruação junto ao sangue. 
 
Vagina 
 
É um canal musculoso que se abre para o exterior, na genitália externa. Até a primeira 
relação sexual, a entrada da vagina é parcialmente recoberta por uma fina membrana, o 
hímen, de função ainda desconhecida. 
A vagina é revestida por uma membrana mucosa, cujas células liberam glicogênio. 
Bactérias presentes na mucosa vaginal fermentam o glicogênio, produzindo ácido lático que 
confere ao meio vaginal um pH ácido, que impede a proliferação da maioria dos 
microorganismo patogênicos. Durante a excitação sexual, a parede da vagina se dilata e se 
recobre de substâncias lubrificantes, facilitando a penetração do pênis. 
 
 
 
Genitália feminina externa 
 
Denominada vulva, compõem-se pelos grandes lábios, que envolvem duas pregas 
menores e mais delicadas, os pequenos lábios, que protegem a abertura vaginal. Um pouco a 
frente da abertura da vagina, abre-se a uretra, independente do sistema reprodutor. 
O clitóris é um órgão de grande sensibilidade, com 1 a 2 cm de comprimento, 
correspondente a glande do pênis. Localiza-se na região anterior a vulva e é constituído de 
tecido esponjoso, que se intumesce durante a excitação sexual. 
 
 
Ciclo menstrual 
 
Existem 4 hormônios atuando no ciclo menstrual, sendo dois produzidos pela hipófise 
(FSH e LH) e dois nos ovários (estrógeno e progesterona). 
 FSH: Induz o amadurecimento do óvulo. 
 LH: Permite a ovulação. 
 Estrógeno: Induz o desenvolvimento do endométrio. 
 Progesterona: Promove a manutenção do endométrio. 
 
 
 
Não ocorrendo a gravidez, as taxas hormonais caem e o endométrio se descama, dando 
início a um novo ciclo menstrual. Normalmente os ciclos duram 28 dias. O provável dia da 
ovulação pode ser calculado subtraindo 14 dias do primeiro dia da próxima menstruação. Os 
dias férteis compreendem as 48 horas anteriores e posteriores à ovulação, pois os gametas 
podem durar algum tempo dentro do corpo feminino. 
 
Gravidez e parto 
 
Gravidez é o período de crescimento e desenvolvimento do embrião dentro da mulher. 
Começa quando o espermatozóide do homem fecunda o óvulo e este se implanta (nidação) na 
parede do útero e termina no momento do nascimento. Uma gravidez normal dura cerca de 39 
semanas, ou 280 dias, contando a partir do início do último período menstrual. Às vezes, as 
mulheres dão à luz antes da data esperada, o que resulta numa criança prematura. Com um 
mês de idade, o embrião tem pouco mais de meio centímetro de comprimento e está envolto 
por uma bolsa cheio de líquido, a bolsa amniótica, que o protege contra dessecação e 
eventuais choques mecânicos. 
 
Trimestres da gravidez 
 
As 40 semanas de gravidez se dividem em três semestres. O bebê que está se 
desenvolvendo, recebe o nome de embrião durante as oito primeiras semanas; depois é 
chamado de feto. Todos os seus órgãos importantes se desenvolvem durante o primeiro 
trimestre. As náuseas e os vômitos são freqüentes nas gestantes, em especial durante as 
manhãs. Os seios aumentam de volume e ficam sensíveis e seu peso começa a aumentar. 
No segundo trimestre, o feto já tem uma aparência humana reconhecível e cresce com 
rapidez. A gravidez da mãe é evidente, tanto externa como internamente. Seu ritmo cardíaco e 
pressão sanguínea aumentam para adaptar-se as necessidades do feto. 
No terceiro trimestre, os órgãos do bebê amadurecem. As probabilidades de 
sobrevivência do feto aumentam a cada semana que permanece no útero - a maioria das 
crianças prematuras nascidas no início do terceiro trimestre sobrevive. A mulher grávida tende 
a sentir calor e incômodos durante a gravidez. Seu sono, muito importante nesse momento, 
pode ser alterado. 
 
Feto no 1º Trimestre 
 
 
 
 
Placenta 
 
O embrião se comunica com a placenta através de um cordão revestido de pele, o 
cordão umbilical, no interior do qual existem duas artérias e uma veia. As artérias levam 
sangue do corpo do embrião até a placenta, enquanto a veia traz o sangue da placenta parao 
embrião. 
 
Hormônios e gravidez 
 
O embrião recém-implantado na parede do útero informa a sua presença ao corpo da 
mãe por meio de um hormônio, a ganodotrofina coriônica (hCG), produzido principalmente nas 
vilosidades coriônicas. 
A presença de ganodotrofina coriônica no sangue da mulher grávida estimula a atividade 
do corpo lúteo, de modo que as taxas de estrógeno e de progesterona não diminuem, como 
normalmente ocorreria no final do ciclo menstrual. Com isso, a menstruação não ocorre, o que 
é um dos primeiros sinais de gravidez. 
No início da gestação, o nível de ganodotrofina coriônica no sangue eleva-se a ponto 
desse hormônio ser eliminado na urina da mulher. Os testes de gravidez, à venda nas 
farmácias, detectam a presença de ganodotrofina coriônica na urina. 
A partir do quarto mês de gravidez o corpo amarelo regride, mas a mucosa uterina 
continua presente e em proliferação, graças à produção de estrógeno e progesterona pela 
placenta, então já completamente formada. A placenta continuará a produzir estrógeno e 
progesterona em quantidades crescentes até o fim da gravidez. 
 
Métodos contraceptivos 
 
Contracepção é a prevenção da gravidez. 
 
Coito interrompido 
 
É um método bastante antigo e consiste em retirar o pênis da vagina antes que a 
ejaculação ocorra. Sendo pouco eficiente, pois as secreções eliminadas antes da ejaculação 
podem conter espermatozóides. A demora na retirada do pênis pode resultar na ejaculação 
parcial ou total ainda dentro da vagina. Além dos riscos de se adquirir uma doença 
sexualmente transmissível. 
 
Método do ritmo ou da tabela 
 
A mulher normalmente produz um único óvulo por mês o qual sobrevive no máximo 48 
horas. Já os espermatozóides podem durar até 48 horas no interior do aparelho genital 
feminino. Assim, existe um intervalo de 6 dias, 3 antes e 2 depois da ovulação, durante o ciclo 
menstrual. O principal problema desse método é justamente determinar qual é o período fértil. 
Em geral, a ovulação ocorre no meio do ciclo menstrual, mas isso pode variar. Na maioria das 
mulheres a temperatura do corpo eleva-se cerca de 0,5 graus depois da ovulação. 
 
Barreiras mecânicas 
 
A barreira mecânica evita o encontro dos gametas. A camisinha é um protetor feito de 
látex, que se coloca no pênis para reter o esperma ejaculado, evitando que ele seja depositado 
na vagina. Além de anticoncepcional, a camisinha é eficiente na prevenção da AIDS e de 
outras doenças sexualmente transmissíveis. Hoje em dia pode ser encontrada também, a 
camisinha feminina, bastante eficiente. 
 
Camisinha masculina 
 
Camisinha feminina 
 
 
Diafragma 
 
O diafragma é um dispositivo de borracha que a mulher coloca no fundo da vagina, de 
modo a fechar o colo do útero e impedir a entrada de espermatozóides. É comum aplicar no 
diafragma uma geléia contendo substâncias espermicidas (que matam os espermatozóides). 
 
Diafragma 
 
 
Contraceptível oral: pílula anticoncepcional 
 
Utilizada por quase 100 milhões de mulheres no mundo, a pílula consiste numa mistura 
de progesterona e estrógeno sintéticos, que são mais resistentes à degradação pelo fígado que 
os hormônios naturais. A pílula é tomada todos os dias, geralmente por um período de 3 
semanas, a partir do quinto dia do início da menstruação. Uma nova menstruação ocorre cerca 
de três dias após a suspensão da ingestão das pílulas. A pílula age inibindo a ovulação. 
Problemas de coagulação sangüínea, arterosclerose e ataques cardíacos parecem estar 
relacionados com o uso indiscriminado de pílulas anticoncepcionais. Fumar durante seu uso 
pode aumentar dez vezes mais os riscos de morte devido a causas cardiorrespiratórias. É 
importante a pílula ser usada sobre um rigoroso acompanhamento médico, a fim de evitar 
efeitos colaterais graves, decorrentes da ingestão de hormônios. 
 
Pílula Anticoncepcional 
 
 
Pílula do dia seguinte (contraceptivo de emergência) 
 
Dentro de suas características só deve ser usada em caso de emergência e não como 
método anticoncepcional de rotina. Nem sempre surte resultados e pode ter efeitos colaterais 
intensos. Usada até 24 horas da relação tem um índice de falha de 5%. Entre 25 e 48 horas o 
índice de falha aumenta para 15% e entre 49 e 72 horas o índice chega a 42% de falhas. Isto 
significa dizer que deve ser usada tão logo seja possível após a relação desprotegida. Deve 
sempre ser receitada por médico ginecologista e não pode ser usada de maneira habitual. 
 
 
Dispositivo Intra-Uterino: DIU 
 
São dispositivos de plástico e metal introduzidos no útero com o objetivo de evitar a 
concepção. Geralmente, os fios metálicos são de cobre que tem ação espermicida. O DIU deve 
ser implantado por um médico especialista, podendo permanecer no útero da mulher até o 
momento em que ela queira engravidar. Acredita-se que sua presença no útero cause uma 
pequena inflamação, atraindo macrófagos que destroem os embriões que tentam se implantar 
na mucosa uterina. 
 
Tipos de DIU (Dispositivo Intra-Uterino) 
 
 
 
Esterilização 
 
A esterilização do homem é chamada vasectomia, é obtida pelo seccionamento dos 
canais deferentes, de modo que os espermatozóides são impedidos de chegar a uretra. O 
homem pode ejacular e ter orgasmo normalmente, com a diferença de que seu esperma não 
contêm espermatozóides, apresentando apenas secreções das glândulas acessórias. 
A esterilização feminina (ligadura tubaria) é obtida pelo seccionamento das tubas 
uterinas, os óvulos não conseguem atingir o útero e os espermatozóides ficam impedidos de 
chegar até eles. 
 
 
 
Ligadura de tubas 
 
Capítulo V- Origem da vida e evolução 
 
Origem 
 
O planeta Terra formou-se há cerca de 4,6 bilhões de anos. Sua aparência inicial era 
completamente diferente da aparência que tem hoje. Não havia nele qualquer tipo de ser vivo. 
Supõe-se hoje, através do estudo de fósseis, que os primeiros seres vivos surgiram 
provavelmente há cerca de 3,5 bilhões de anos. 
Ao longo dos tempos, várias hipóteses foram elaboradas na tentativa de responder como 
os primeiros seres vivos surgiram, as mais relevantes são: 
 Hipótese da abiogênese ou geração espontânea; 
 Hipótese da biogênese. 
Hipótese da Abiogênese 
Até o século XIX, imaginava-se que os seres vivos poderiam surgir não só a partir da 
reprodução de seres preexistentes, mas também a partir de matéria sem vida, de uma forma 
espontânea. Essa idéia, proposta há mais de 2.000 anos por Aristóteles (Fig.1), filósofo grego, 
é conhecida como geração espontânea. 
 
Fig.1 Aristóteles 
De acordo com essa hipótese, determinados objetos poderiam conter um “princípio 
ativo”, isto é, uma espécie de “força” capaz de transformá-los em seres vivos. 
Através da geração espontânea, explicava-se, por exemplo, o aparecimento de vermes 
no intestino humano, como a lombriga, ou o surgimento de ”vermes” no lixo ou na carne em 
putrefação e de microorganismos em caldos nutritivos. 
Pasteur, em 1862, elaborou um engenhoso experimento (fig. 2). No experimento 
aquecia os gargalos de alguns frascos, tornando-os maleáveis, e os curvava, obtendo os 
frascos de “pescoço de cisne”. A seguir, fervia caldos nutritivos no interior no interior deles. Nos 
frascos com quebra do gargalo havia rápida contaminação dos caldos; nos frascos de pescoço 
de cisne, mesmo depois de semanas, os caldos continuavam claros e sem microorganismos. 
Esse experimento derrubou as idéias da abiogênese, não permitindo contra argumentos. Os 
cientistas passaram então a interrogar: como haviam surgido os primeiros organismos 
vivos? 
 
Hipótese da biogênese 
 
Fig.2: Experimentode Pasteur. 
Esta hipótese considera que a vida surgiu somente uma vez e que todos os outros seres 
vivos são ancestrais destes seres primordiais. A maioria dos cientistas apóia essa hipótese e 
baseando-se nela podem-se citar duas hipóteses: 
 Hipótese da Panspermia Cósmica ou hipótese extraterrestre; 
 Hipótese autotrófica; 
 Hipótese de Oparin-Haldane ou hipótese heterotrófica. 
Hipótese da Panspermia Cósmica 
 
Arrhenius (1859-1927), um físico e químico sueco, supunha que, em épocas passadas, 
poeiras espaciais e meteoritos caíram em nosso planeta trazendo certos tipos de 
microrganismos, provavelmente semelhantes a bactérias. Esses microrganismos, então, foram 
se reproduzindo, dando origem à vida na Terra fig.3. 
 
 
 
 
 
 
 
Hipótese autotrófica 
 
 
 
 
A hipótese autotrófica parte do princípio de que os primeiros seres vivos eram autótrofos 
(possuíam a capacidade de produzir seu próprio alimento). Os seguidores da hipótese 
autotrófica acreditam que os primeiros seres vivos (arqueobactérias: seres que atualmente 
vivem em ambientes inóspitos como fonte de água quente e vulcões submarinos) eram 
quimiolitoautotróficos (litós= rocha), isto é, produziam suas próprias substâncias alimentares a 
partir da energia liberada por reações químicas entre os componentes inorgânicos da crosta 
terrestre. 
 
Hipótese de Oparin-Haldane (heterotrófica) 
 
Conforme a hipótese heterotrófica, os seres vivos surgiram de compostos orgânicos, na 
forma de organismos muito simples e incapazes de produzir seu próprio alimento (heterótrofos 
fermentadores). Haldane acreditava que as condições da Terra primitiva teriam permitido o 
surgimento de compostos orgânicos a partir de compostos inorgânicos. Levados pela água 
esses compostos converteram oceanos primitivos em uma verdadeira “sopa orgânica”. 
Oparin utilizando-se dos alicerces da hipótese heterotrófica afirmou, em 1924, que os 
seres vivos teriam se originado espontaneamente nos oceanos primitivos, em uma lenta e 
gradual transformação de compostos orgânicos que se associaram e formaram sistemas 
progressivamente mais complexos, os quais se alimentavam de substâncias encontradas nos 
oceanos. 
Mas aí surge uma pergunta: _Como formaram os primeiros compostos orgânicos? 
A Terra resfriou há cerca de 4,1 bilhões de anos, formando-se a crosta. Os gases da 
atmosfera primitiva eram provavelmente: metano (CH4), hidrogênio (H2), Amônia (NH3) e vapor 
d’água (H2O), o qual, aquecido, subia às camadas mais altas, resfriava e caía em forma de 
chuva. Oparin acreditava que as elevadas temperaturas, descargas elétricas e radiações que 
Fig. 3 Ilustração da teoria da panspermia. “A vida teria chegado à Terra de 
carona”. Fonte: www.winlab.rutgers.edu 
bombardeavam a superfície terrestre permitiram a formação de compostos orgânicos. Stanley 
Miller, em 1953, elaborou um experimento que comprova ser possível a formação de 
compostos orgânicos a partir das condições da atmosfera primitiva (fig.4). Oparin acreditava 
que poderia ocorrer agregados moleculares nos oceanos primitivos, dando aos agregados 
moleculares o nome de coacervados. Os lipídeos formaram camadas biomoleculares que 
delimitavam os coacervados, impedindo que seus componentes se perdessem no caldo 
oceânico. As enzimas (geralmente proteínas) aumentavam a velocidade das reações químicas 
nesses agregados, que passaram a apresentar características bem distintas do meio externo, 
formando os primeiros organismos. 
 
Experimento de Stanley Miller 
 
Miller criou um aparelho que simulava prováveis condições da atmosfera primitiva, 
dentro do qual colocou amônia, metano e hidrogênio. Essa mistura gasosa recebia 
continuamente descargas elétricas semelhantes a raios e circulava graças à continua ebulição 
da água, que originava vapor em uma das partes do aparelho. 
Após uma semana, com o vapor d’água sendo continuamente condensado e depositado, 
Miller observou que o líquido tornou-se rosado e continha compostos orgânicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Evolução 
 
Fixismo versus Transformismo 
Dos filósofos gregos aos pensadores do século passado acreditavam na adaptação dos 
seres vivos aos seus ambientes de vida. A origem dessa adaptação, porém, sempre foi 
discutida. Para os fixistas um criador teria planejado todas as espécies, adequando-as aos 
diferentes ambientes. Com o advento do cristianismo, ficou mais fácil admitir que as espécies, 
criadas por Deus, seriam fixas e imutáveis. 
Fig. 4: Esquema do aparelho de Miller, no qual havia um “oceano aquecido” e 
a “atmosfera primitiva”. 
 
A partir do século XIX, uma série de pensadores passou a admitir a idéia da substituição 
gradual de espécies por outras através de adaptações a ambientes em contínuo processo de 
mudança. Essa corrente de pensamento, transformista, que vagarosamente foi ganhando 
adeptos, explicava a adaptação como um processo dinâmico, ao contrário do que propunham 
os fixistas. Para o transformismo, a adaptação é conseguida através de mudanças. À medida 
que muda o meio, muda a espécie. Os adaptados ao ambiente em mudança sobrevivem. Essa 
idéia deu origem ao evolucionismo. 
 
Evolucionismo 
Várias teorias evolucionistas surgiram a partir do século XIX, merecendo destaque as 
teorias: 
 Lamarck (Lamarckismo); 
 Darwin (Darwinismo); 
 Teoria sintética da evolução (Neodarwinismo). 
 
 
 
Lamarck (lamarckismo) 
 
Jean-Baptiste Lamarck 
 
Em 1809, o francês Jean-Baptiste Lamarck publicou sua teoria no livro Filosofia 
Zoológica. Em suma, Lamarck baseou seus estudos nas seguintes ideologias: 
 
1- Busca da perfeição: mudanças ambientais levam o indivíduo a sentir necessidade de 
se lhe adaptar. 
2- Lei do uso e desuso: o uso constante de uma estrutura corporal faz com que esta se 
hipertrofie. A falta de uso resulta em sua atrofia. 
3- Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: Lamarck acreditava que as 
características adquiridas em vida (uso e desuso) são transmitidas à prole. 
 
Lembre-se: Lamarck acreditava que o “ambiente força os indivíduos a se 
modificarem.” 
 
Exemplos de lamarckismo (pescoço das girafas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria de Darwin (Darwinismo) 
 
 
Charles Darwin 
 
Em 1859, Charles Darwin publicou sua teoria no livro A origem das espécies. Darwin 
defendia em sua teoria o seguinte: 
1- Os indivíduos sofrem modificações ao acaso (Não soube explicar como ocorrem 
essas modificações); 
2- O ambiente seleciona os indivíduos mais aptos “seleção natural”. 
 
Lembre-se: Darwin acreditava que o “ambiente apenas seleciona os indivíduos mais 
aptos” 
 
 
 
Teoria sintética da evolução (Neodarwinismo) 
 
Essa teoria promove a associação das teorias de Darwin com as noções atuais de 
genética. Simplificando ela explica que as populações sofrem modificações ao acaso 
proporcionadas por migrações, mutações e recombinações gênicas e o ambiente seleciona os 
indivíduos mais aptos. 
 
Conceitos Evolutivos 
 
Estruturas análogas: Apresentam a mesma função, porém, possuem origem 
embrionária diferente. Exemplo clássico: asas de uma ave e de insetos desempenham as 
mesmas funções, entretanto, não apresentam origem embrionária em comum. 
 
 
Estruturas homólogas: Apresentam funções diferentes, porém, possuem origem 
embrionária em comum. Exemplo: asa de um morcego e nadadeira de um golfinho. 
 
 
Convergência adaptativa: São indivíduos que apresentam características em comum 
pelo fato de viverem no mesmo ambiente, porém, são distantes evolutivamente. Ex.: Golfinhoe 
Tubarão. 
 
 
Irradiação adaptativa: São indivíduos próximos evolutivamente, porém, pelo fato de 
explorarem habitats diferentes, apresentam características muito distintas. Ex.: Homem e 
baleia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo VI- Classificação Biológica 
 
A classificação biológica é o sistema que ordena os seres vivos e os distribui em grupos 
hierárquicos. Este método classificatório das espécies teve início em 1735, e foi proposto pelo 
naturalista Carl Von Linnée (Systema Naturae), a partir de uma análise anatômica comparada 
(a morfologia), tendo em vista que até esta época não existia qualquer forma lógica, que 
propusesse critérios organizacionais para um coerente agrupamento dos organismos. Este 
sistema de classificação tem como principal objetivo facilitar a comunicação dos cientistas 
de diferentes partes do mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Taxonomia e Sistemática 
 
A classificação dos seres vivos é baseada em um sistema proposto por Lineu, o qual 
propôs o agrupamento dos seres em táxons. A categoria taxonômica mais abrangente é a de 
reino (apresenta a maior diversidade de seres vivos), em seguida, a de filo, a qual se divide 
em classes, que se divide em ordem, que se divide em família, que se divide em gênero, que 
se divide em espécie. 
Quadro das categorias taxonômicas em ordem decrescente de abrangência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lineu e sua obra “Systema Naturae” 
Obs.: 
1- Para serem considerados da mesma espécie, os indivíduos devem ser capazes de 
cruzar e deixar descendentes férteis. 
2- Para facilitar a memorização da ordem hierárquica das categorias taxonômicas um 
“macete” é gravar a palavra “ReFiCOFaGE” 
3- Para facilitar o entendimento faça a seguinte comparação: 
ReinoFiloClasseOrdemFamíliaGêneroEspécie 
PaísEstadoMunicípioBairroRuaCasa 
4- Os taxonomistas sentiram necessidade de uma classificação mais rigorosa dentro de 
determinados níveis, criando categorias intermediárias, distinguindo-as com prefixos como 
“super” e “sub”. Ex.: uma superclasse estaria entre classe e filo; um subgênero estaria entre 
gênero e espécie. 
 
Regras de Nomenclatura (sistema binomial) 
 
No século XVIII, Lineu propôs um sistema de nomenclatura dos seres vivos que, embora 
tenha sofrido algumas modificações, vem sendo utilizado até hoje. Esse sistema é conhecido 
como binomial e tem como bases o conceito de espécie e a idéia de gênero. Nesse sistema foi 
estabelecido que: 
 
1- Os nomes devem ser escritos em latim ou latinizados; 
2- Cada espécie passou a ter um nome formado por duas palavras; 
3- A primeira palavra, iniciada com letra maiúscula, indicaria o gênero; 
4- A segunda palavra, iniciada com letra minúscula, corresponderia ao restritivo 
específico (palavra que define a espécie somente em presença do gênero); 
5- É preciso destacar o nome científico do texto. Isso é feito grifando-se as duas 
palavras, ou escrevendo-as em itálico ou negrito; 
6- Não pode haver dois nomes para a mesma espécie (o autor que primeiro descreve as 
características da nova espécie e publica conhecimentos sobre ela tem o direito de nomeá-la). 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Subespécie e Subgênero 
 
 
Quando uma espécie possui variedades, estas podem ser conhecidas como subespécies 
e, nesse caso, acrescenta-se um terceiro nome após o da espécie: Crotalus durissus cascavella 
e Crotalus durissus terrificus designam duas subespécies de cascavéis. 
E quando um indivíduo apresenta um subgênero? Exemplo: Anopheles (Nyssorrynchus) 
darling, note que o subgênero desse mosquito está escrito com letra maiúscula e entre 
parênteses. 
 
Classificação dos Seres vivos de acordo com Whittaker 
 
Whittacker classifica os seres vivos em 5 grandes reinos: 
- Reino Monera: bactérias, arqueobactérias e cianobactérias; 
- Reino Protoctista ou protista: protozoários e algas; 
- Reino Fungi: fungos; 
- Reino Plantae ou metaphyta: plantas; 
- Reino Animalia ou metazoa: animais. 
 
“Os vírus não são incluídos pelo fato de não possuírem organização celular”

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