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O Zootecnista no atual contexto da realidade socioeconomica brasileira

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	 PALESTRA	MAGNA	24/05	–	O	Zootecnista	no	atual	contexto	da	realidade	
socioeconômica	brasileira.	
Prof.	Dr.	Mário	Hamilton	Vilela	
10:30	-	12:00	
	
	
	
	
	
	 	
256 
 
O	Zootecnista	no	atual	contexto	da	realidade	socioeconômica	brasileira.	
	
Mario	Hamilton	Vilela	
mhvilela@pucrs.br	
	
	
NESSA	PALESTRA	SERÃO	ABORDADOS	OS	SEGUINTES	TÓPICOS:	
	
Introdução,	 contrastes	 ou	 paradoxos	 da	 realidade	 brasileira,	 organização	 do	 processo	
produtivo,	 política	 para	 o	 desenvolvimento	 nacional,	 política	 desenvolvimentista	 de	
valorização	do	homem,	uma	visão	da	globalização.	conservadorismo	x	desenvolvimento,	perfil	
do	 profissional	 do	 futuro,	 profissional	 empreendedor,	 crise	 do	 mercado	 de	 trabalho	 e	
conclusões.	
	
1. Introdução:	
	
	Será	apresentado,	neste	trabalho,	uma	ampla	e	crítica	visão	da	atual	situação	do	mercado	de	
trabalho	 enfrentado	 pelos	 profissionais	 de	 ciências	 agrárias,	 com	 ênfase	 para	 o	 zootecnista.	
Mostra	 alternativas	 e	 sugestões	 para	 a	 melhor	 convivência	 dentro	 desse	 atual	 quatro	 da	
realidade	socioeconômica	brasileira.		
	
2. Contrastes	ou	paradoxos	da	realidade	brasileira:	
	
Nesse	tópico,	é	apresentada	de	uma	forma	objetiva	a	situação	brasileira	com	seus	paradoxos	
e/ou	contrastes,	No	Brasil,	hoje,	convive-se	com	ilhas	de	tecnologia	de	ponta	que	fazem	inveja	
aos	países	mais	desenvolvidos	do	mundo,	ombreando	com	gritantes	índices	de	miséria.	Ocupa	
o	Brasil,	em	termos	de	desenvolvimento	econômico,	posição	que	vai	da	décima	quinta	até	a	
nona	economia	mundial.	Mas	as	desigualdades	sociais	são	as	mais	perversas	possíveis,	o	que	
nos	coloca	entre	os	setenta	países	mais	pobres	do	mundo.	
Comparando	 a	 situação	 de	 distribuição	 de	 renda	 do	 Brasil,	 apenas	 com	 os	 coirmãos	 da	
América	Latina,	vemos	que	nos	encontramos	como	um	dos	piores	nesse	contexto.	Vinte	por	
cento	 (20%)	da	população	mais	pobre	brasileira	 recebe	apenas	2%	da	 renda	nacional.	Trinta	
por	 cento	 (30%)	 da	 população	 brasileira	 já	 está	 apresentando	 sinais	 de	 desnutrição.	
Reportando-se	à	população	rural,	que	é	o	alvo	de	nossa	palestra,	onde	o	nosso	profissional	vai	
atuar,	 por	 incrível	 que	 pareça,	 a	 situação	 é	 mais	 alarmante;	 no	 meio	 rural,	 os	 índices	 de	
nutrição	já	alcançam	os	quarenta	por	cento	(40%).	
No	tocante	à	carga	tributária	brasileira,	a	mesma	é	a	mais	alta	do	mundo.	Hoje	cada	emprego	
custa	mensalmente	à	atividade	empresarial	cento	e	oito	por	cento	(108%).	
A	carga	 tributária	do	produto	“in	natura”,	no	Brasil,	é	 também	uma	das	mais	elevadas;	para	
não	 ir	 longe,	 vamos	 compará-la	 só	 com	 os	 países	 vizinhos	 dentro	 do	MERCOSUL	 em	 que	 a	
situação	é	desproporcionalmente	gritante,	como	mostra	o	quadro	abaixo:	
	
	
	
257 
 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
A	 burocracia	 existente	 no	 Brasil	 é	 desenfreada,	 o	 nosso	 atraso	 socioeconômico	 é	 muito	
acentuado,	 a	 inflação	 já	 é	 bem	 visível	 e	 o	 parque	 industrial	 brasileiro	 está	 sucateado.	 As	
migrações	internas	são	muito	altas,	provocando	grandes	inchaços	nas	metrópoles.		
O	 desemprego	 é	 generalizado,	 hoje	 já	 temos	mais	 de	 12	milhões	 de	 desempregados,	 além	
disso,	 a	 qualificação	 da	 mão-de-obra	 é	 muito	 baixa	 A	 mortalidade	 infantil	 atinge	 níveis	
preocupantes,	a	miséria	e	a	fome	estão	se	acentuando	rapidamente.	
O	 nosso	 PIB	 fechou	 o	 segundo	 semestre	 do	 ano	 de	 2016	 com	 queda	 de	 0.6%	 e	 no	 ano	
despencou	4.6%.	
Apesr	 de	 tudo	 a	 economia	 rural	 cresceu	 e	 aumentou	 o	 poder	 de	 consumo	das	 classes	mais	
baixas	especialmente	em	grãos	e	carnes.	
Outros	aspectos	negativos	encontrados	pelos	produtos	agrícolas	brasileiros	de	exportação	são:	
as	 barreiras	 protecionistas	 e/ou	 fitossanitárias,	 além	 dos	 subsídios	 interpostos	 pelos	 países	
desenvolvidos	que	impedem	a	entrada	de	nossos	produtos.	
Todos	esses	óbices	obrigam	o	governo	brasileiro	a	negociar	com	intensidade	e	de	uma	forma	
demorada	com	a	Organização	Mundial	de	Comércio	-	OMC,	na	busca	da	ampliação	do	acesso	a	
esses	mercados	e	nas	reduções	dos	subsídios.		
Por	 outro	 lado,	 muitos	 desses	 indicadores	 negativos	 fazem	 com	 que	 a	 confiabilidade	 para	
investimentos	empresariais	no	País	seja	baixa.	
	
	
	
3. Organização	do	processo	produtivo.	
	
Urge,	 no	 País,	 que	 se	 organize	 o	 processo	 produtivo,	 para	 tal,	 é	 necessária	 muita	 coragem	
cívica	 e	 vontade	 política	 de	 nossos	 dirigentes	 e	 isso	 deve	 ser	 realizado	 com	 a	 devida	 e	 a	
necessária	seriedade,	com	desprendimento	e	patriotismo,	
Caso	 as	 medidas	 não	 sejam	 tomadas	 com	 esses	 ingredientes,	 os	 próximos	 cenários	
socioeconômicos	serão	muito	mais	trágicos.	
	
4. Política	para	o	desenvolvimento	nacional.	
	
258 
 
Para	 que	 o	 Brasil	 atinja	 a	 organização	 proposta	 acima,	 exige-se,	 com	 urgência,	 uma	 nova	
ordem	 econômica,	 que	 traga	 maior	 volume	 de	 conhecimentos	 e	 tenha	 competência	 e	
capacidade	para	gerar	novas	tecnologias.	Tudo	isso	na	busca	incessante	da	produção	de	mais	
empregos	 e	 da	 redistribuição	 de	 riqueza.	 Só	 assim	 o	 Brasil	 conseguirá	 produzir	mais	 e	 não,	
como	muitos	pensam	redistribuído	o	que	existe,	
Urge	 com	a	devida	 rapidez	 atender	 as	necessidades	básicas	da	população	brasileira.	O	povo	
está	 desejoso	 de	 desenvolvimento,	 quer	 acabar	 com	 o	 flagelo	 do	 fantasma	 da	 recessão	 e	
almeja	uma	estabilidade	política.	
Para	que	todos	esses	objetivos	sejam	efetivamente	alcançados,	deve-se	despertar	consciências	
para	que	se	apontem	novos	rumos.	Necessita-se	também	de	muita	criatividade	para	se	obter	a	
tão	necessária	geração	de	empregos.	
O	problema	brasileiro	não	é	conjuntural,	é,	sem	dúvida,	estrutural.	
O	País	necessita	de	uma	política	que	atenda	as	reais	necessidades	do	homem,	que	provoque	
condições	de	 fixá-lo,	 de	uma	 forma	digna	e	 justa,	 suas	 raízes	em	 seu	ambiente	de	 trabalho.	
Tenha	 como	 fim	 o	 homem,	 caso	 não	 se	 proceda	 dessa	 forma,	 o	 País	 corre	 um	 grande	 e	
iminente	risco	na	conquista	e	manutenção	de	seus	objetivos	nacionais.	Obviamente	para	que	
tudo	 isso	 seja	 possível,	 são	 necessárias	 reformas	 de	 profundidade	 e	 o	 aprimoramento	 da	
pesada	máquina	administrativa	pública.	Isso	tudo	só	será	possível	com	uma	ampla	revisão	do	
texto	 constitucional	 que	 atinja	 uma	 reforma	 estrutural	 e	 sobre	 tudo	 a	 mais	 abrangente	
reforma	 política.	 Só	 assim	 será	 possível	 mudar	 a	 fisionomia	 socioeconômica	 da	 realidade	
brasileira.	No	Brasil,	são	necessárias	profundas	modificações	na	sua	fisionomia	social,	cultural,	
política,	econômica	e,	principalmente,	no	aspecto	ético.	
Para	se	enfrentar	todas	essas	mazelas	e/ou	desafios	da	sociedade	brasileira,	há	que	existir	uma	
preparação	necessária	com	a	devida	seriedade	e	com	uma	competência	tecnologia	adequada.	
Do	 tudo	 até	 aqui	 exposto,	 o	 que	 com	a	máxima	brevidade	 tem	que	 se	 romper	 ´é	 com	esse	
anacrônico	desenvolvimento	que	não	saberia	dizer	se	é	por	 inércia	ou	por	 inépcia,	deixo	isso	
ao	julgamento	dos	leitores.	
Para	 esse	 efetivo	 rompimento,	 deve	 existir	 uma	 vontade	política	 dos	 nossos	 dirigentes	 e	 de	
cada	um	de	nós	para	mudar	a	estrutura	da	sociedade	e,	mais	do	que	nunca,	entendermos	que	
temos	que	mudar	a	nossa	mentalidade.	
Em	função	desse	raciocínio,	é	que	imaginamos	para	o	País	uma	política	conforme	apresentada	
no	próximo	item.	
	
5. Política	desenvolvimentista	da	valorização	do	homem.	
	
Essa	 política,	 na	 nossa	 ótica,	 deve	 ter	 como	 âmago	 a	 educação,	 que	 busque	 desenvolver	
habilidades	 com	 um	 estudo	 voltado	 para	 o	 trabalho,	 ou	 seja,	 o	mais	 vivenciado	 possível,	 o	
menos	discursivo,	 o	mais	 técnico	 e	 prático,	 com	maiores	 investimentos	 em	escolas	 no	meio	
rural	e	com	ênfaseno	treinamento	da	população	rural.		
	
6. Uma	visão	de	globalização.	
	
	Infelizmente	não	se	pode	tracejar	nada,	em	país	nenhum,	sem	levar	em	conta	a	globalização	
que	 hoje	 é	 um	 caminho	 sem	 volta.	 Todas	 as	 políticas	 planejadas	 não	 podem	 se	 afastar	 do	
contexto	da	globalização.		
259 
 
Agora,	 a	 globalização	 em	 sua	 forma	 desumana	 na	 base	 do	 capitalismo	 selvagem,	 deve	 ser	
combatida,	 pois	 desafia,	 inclusive,	 o	 desenvolvimento	 apregoado	 aqui,	 de	 valorização	 do	
homem	 -	 aquele	 que	 coloca	 sempre	 o	 ser	 humano	 como	 o	 centro	 e	 agente	 de	 qualquer	
processo	de	desenvolvimento,	desafia,	também	a	ética	profissional,	fere	a	valorização	ética	do	
exercício	profissional.	
	
7. Conservadorismo	x	desenvolvimento.	
	
Existe	 no	 nosso	 processo	 de	 desenvolvimento,	 notadamente,	 onde	 atuamos	 ainda	 muitos	
resquícios	 do	 conservadorismo	 que	 é	 ainda	 bastante	 acentuado;	 por	 outro	 lado	 o	
desenvolvimento,	 lamentavelmente,	 ainda	 é	 o	 mais	 devastador	 possível.	 Esse	 muitas	 vezes	
procura	o	dito	desenvolvimento	às	expensas	da	natureza	e	até	da	exploração	do	próprio	ser	
humano.				
Para	minimizarmos	esse	paradoxo,	deve-se	procurar	a	conjugação	de	ambos,	com	uma	maior	
consciência	social	e	vontade	política,	obtendo-se	com	rapidez	o	que	já	foi	abordado	em	outro	
tópico	 desta	 exposição,	 mais	 conhecimento	 científico	 para	 a	 geração	 de	 novas	 tecnologias	
adequadas	ao	processo	de	desenvolvimento	nacional.	
Dado	 ao	 exposto,	 verifica-se	 que	 as	 prioridades	 para	 o	 País	 atingir	 o	 seu	 desenvolvimento	
pleno	são	com	investimentos	maciços	-	pela	ordem	-	em	educação,	ciência	e	tecnologia	e	na	
agricultura.	
A	fronteira	agrícola	está	se	esgotando,	portanto,	o	desenvolvimento	deve	ser	o	vertical,	(com	
aumento	 de	 produtividade)	 e,	 para	 tal	 é	 necessário	 cada	 vez	 mais	 de	 um	 bom	 nível	 de	
qualificação	dos	recursos	humanos	(de	toda	ordem).	
	
8. Grandes	desafios	para	o	ensino	agrícola	e	pesquisa.	
	
Os	aspectos	mencionados	no	 item	anterior	mostram,	 com	clareza,	que	 tudo	o	ali	 exposto	é,	
sem	dúvida,	um	grande	desafio	para	o	ensino	agrícola	e	a	pesquisa.	
No	Brasil,	hoje,	as	questões	sociais,	técnicas	e	ambientais	devem	ser	tratadas	no	mesmo	nível.	
O	 atual	 cenário	 agrícola	 brasileiro	 exige	 que	 seja	 priorizada	 uma	 política	 de	 opção	 pela	
agricultura	 familiar	 (a	que	abrange	a	classe	média	rural)	conjuntamente	com	um	forte	apoio	
ao	agronegócio,	pois	esses	dois	segmentos	conduzidos	tecnicamente	são	os	que	vão	responder	
melhor	dentro	de	uma	noção	de	sustentabilidade.	
De	acordo	com	a	definição	abaixo:	
	
“de	 uso	 de	 tecnologias	 adequadas	 as	 condições	 do	 ambiente	 regional	 e	
mesmo	 local	 e	 de	 previsões	 e	 prevenções	 dos	 impactos	 negativos,	 sejam		
sociais,	 econômicos	 e	 ambientais.	 O	 objetivo	 final	 é	 a	 garantia	 de	 que	 os	
agro	 ecossistemas	 sejam	 produtivos	 e	 sustentáveis	 ao	 longo	 do	 tempo,”	
(Flores	e	ali,	1991).	
	
Hoje,	 graças,	 à	 atuação	 eficiente	 do	 ensino	 agrícola	 juntamente	 com	 a	 pesquisa	 e	 com	 a	
priorização	das	políticas	 aqui	 elencadas,	 nos	últimos	 anos	 a	 área	 com	cultivos	 vegetais	 e/ou	
animais	cresceu	30%	e	a	produção	aumentou	94%.	
O	 desenvolvimento	 econômico	 é	 totalmente	 inconcebível	 sem	 uma	 dimensão	 humana	 e	
ambiental,	 esses	 dois	 aspectos	 devem	 sempre	 caminhar	 juntos	 na	 busca	 do	 crescimento	 da	
260 
 
riqueza	 nacional.	 E,	 a	 racionalização	 do	 processo	 produtivo	 só	 se	 conseguirá	 com	 pessoal	
qualificado.	
Algumas	 recomendações	 ou	 sugestões	 para	 melhor	 se	 enfrentar	 os	 desafios	 da	 educação	
agrícola	e	da	pesquisa	dentro	do	atual	cenário	da	realidade	rural	brasileira:	
					a)	manter	um	programa	de	educação	de	atualização	permanente	e	continuada;	
												b)	estimular	a	modernização,	flexibilização	e	atualização	dos	cursos	de	graduação	e	pós-
graduação	especialmente	no	que	diz	respeito	às	grades	curriculares;	
					c)	 criar	 oportunidades	 de	 trabalho	 para	 o	 recém-formado	 como	o	 primeiro	 emprego,	
visando	à	geração	de	renda;	
					d)	 investir	maciçamente,	como	foi	enfatizado	ao	 longo	desta	exposição,	em	educação,	
ciência	e	tecnologia;	
					e)	 democratizar	 ou	 socializar	 a	 informação	 no	 campo,	 pois	 a	 força	 do	 campo	 é	
extraordinária.		
O	 profissional	 de	 ciências	 agrárias	 é	 o	 grande	 responsável	 pelo	 manejo	 racional	 dentro	 do	
contexto	aqui	examinado.	Esse	profissional	deve	saber	adaptar	o	solo	para	os	cultivos	animais	
ou	 vegetais	 e/ou	 vice	 versa,	 adequando	 esses	 aos	 tipos	 de	 solo,	 levar	 sempre	 em	 conta	 a	
infraestrutura	 existente,	 para	 dessa	 forma,	 eleger	 adequadamente	 o	 processo	 produtivo,	
definindo,	assim,	os	tipos	de	exploração	a	serem	implantados.	Tudo	isso,	sempre	a	mercê	do	
clima	 (que	 jamais	 pode	 ser	 contrariado,	 sob	pena	de	 insucesso)	 dentro	de	 suas	duas	 facetas	
norteadoras:	temperatura	e	umidade.	O	que	resumidamente	pode	ser	percebido	no	esquema-
gráfico	abaixo:	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
9. Perfil	do	profissional	do	futuro.	
	
Na	 atual	 década,	 para	 atuar	 na	 conjuntura	 difícil	 aqui	 retratada,	 o	 profissional	 de	 Zootecnia	
deve	 possuir,	 uma	 formação	mais	 abrangente	 possível,	 com	 conhecimentos	 universalizados,	
espírito	 de	 livre	 iniciativa	 com	 características	 empreendedoras,	 com	 mais	 capacidade	 na	
tomada	 de	 decisão	 e	 principalmente	 com	 enorme	 responsabilidade	 social.	 Será	 que	 é	 a	
formação	suficiente?	Além	dessas	características,	esse	profissional	deve	ter	profunda	vivência	
do	meio	rural,	ampla	visão	do	contexto	onde	está	inserido	e	conhecer	as	várias	realidades	do	
País.		
261 
 
Só	a	teoria,	sem	a	vivência,	não	constrói	o	profissional.	Dentro	de	um	mercado	globalizado,	o	
profissional	deve	saber	usar	os	conhecimentos	técnico-científicos,	desenvolver	potencialidades	
para	atuar,	sem	agredir	a	natureza,	e	conhecer	a	potencialidade	do	homem	do	campo.	
Em	suma,	o	novo	profissional	deverá	ser	um	eterno	estudante.		
O	profissional	de	Zootecnia	deve	ter	a	devida	competência	para	transformar	conhecimentos	e	
habilidades	 em	 realizações.	 Ter	 adequada	 capacidade	 administrativa	 e	 a	 criatividade	
necessária.	
Os	Zootecnistas	devem	ter	competência	adequada	para	serem	formuladores	e	executores	da	
política	 de	 desenvolvimento	 rural	 trazendo,	 a	 solução	 para	 os	 problemas	 rurais	 do	 País.	
Devem,	 também,	 ter	 condições	de	 saber	 analisar	 as	principais	 tendências	para	o	 futuro.	 Ter	
uma	ampla	visão	do	crescimento	de	economia	mundial	para	a	próxima	década.	Ter	condições	
de	 observar	 as	 mudanças	 nas	 demandas	 mundiais	 e	 estar	 sempre	 atento	 aos	 conceitos	
estratégicos.		
Resumindo,	o	perfil	do	profissional	para	a	próxima	década:	possuir	formação	integral	e	sólida,	
capacitação	 técnica,	 visão	 humanística,	 ética	 frente	 à	 vida,	 formação	 mais	 abrangente	 e	
adequada	 possível	 às	 necessidades	 do	 mercado	 de	 trabalho,	 ter	 bom	 senso,	 talento	 e	
responsabilidade	socioambiental.	
Deve	ainda,	possuir	conhecimentos	em	computação	e	línguas;	ser	polivalente,	capaz	de	atuar	
em	 várias	 áreas;	 ter	 capacidade	 inovadora,	 ser	 criativo,	 ter	 predisposição	 para	 mudanças,	
possuir	 capacidade	 analítica	 e	 espírito	 crítico,	 ter	 percepção	 das	 tendências	 do	 futuro,	 ter	
emoção	 e	 razão	 integradas,	 saber	 trabalhar	 em	 equipe,	 ser	 afeito	 à	 atualização	 e	 formação	
permanente	e	ser	plural.		
	
10.	Profissional	Empreendedor.		
	
O	profissional	empreendedor	não	é	aquele	que	é	capaz	de	atuar	na	pesquisa,	no	ensino	e	na	
extensão,	com	perfil	de	empregado.	É	um	profissional	que	teve	em	seu	currículo	profissional	
disciplinas,	 como:	Mercado,	Marketing,	Ética	e	Exercício	Profissional	entre	 tantas	outras	que	
condicionam	o	profissional	para	a	área	do	empreendedorismo.Um	profissional	empreendedor	é	aquele	que	tem	uma	visão	mais	universal	semelhante	à	visão	
do	empresário.	É	aquele	capaz	de	atuar	no	mercado	mais	livremente,	não	dependendo	só	das	
decisões	 governamentais.	 É	 vocacionado	 para	 as	 atividades	 privadas	 capaz	 de	 atuar	 com	
razoável	competência	em	parcerias	e/ou	terceirizações.	
É	o	profissional	capaz	de	ampliar	horizontes,	saber	tomar	decisões	relacionadas	dentro	de	uma	
empresa	rural	de	o	que	produzir,	como	produzir,	e	para	quem	produzir.	
Logo	depois	de	formado	possuir	condições	de:	
-	organizar	firma	ou	empresa	para	atuar	diretamente	no	mercado;	
-	empreender	parcerias	com	o	poder	público;	
-	assumir	serviços	através	da	terceirização;	
-	não	ficar	na	dependência	de	concursos	públicos	e	participar	de	pronto	das	atividades	
produtivas.	
É	 um	profissional	 que	 atua	no	processo	produtivo	 como	ator	 e	não	 como	mero	espectador.	
Domina	a	universalização	dos	conhecimentos.	
O	profissional	empreendedor	possui	capacidade	de	ser	competitivo,	sabe	como	reduzir	custos	
desprezando	as	inferências,	elimina	os	desperdícios	e	aprimora	as	técnicas,	tudo	na	conquista	
262 
 
da	obtenção	de	maior	produtividade.	Vale-se	das	 informações	numéricas	e	quantitativas	em	
tempo	real	e	da	qualificação	no	campo	temporal.	
Trabalha	 na	 mudança	 de	 rumos,	 buscando	 sempre	 novas	 alternativas,	 é	 criativo	 e,	
consequentemente,	tem	liderança.		
O	Zootecnista	empreendedor	não	pode	ter	uma	 formação	terminada,	deve	ser	um	 indivíduo	
treinável.	
O	currículo	mínimo	nada	mais	é	do	que	um	indicador	de	direções,	um	marco	referencial,	pois	
como	se	sabe:	
	
“o	verdadeiro	currículo	não	está	nas	matérias	e	disciplinas,	mas	nas	ideias	e	
concepções	daqueles	que	as	lecionam	e	daqueles	que	as	apreendem”	
	
É	 claro	que	a	 formação	 final	é	dentro	de	 sua	atividade	profissional,	e	deve	 ser	 continuada	e	
contínua.	
O	 fortalecimento	das	 Instituições	de	Ensino	Superior	e	das	Entidades	de	Classe	é	 importante	
para	 o	 desenvolvimento	 de	 fóruns	 realizados	 por	 ambas.	 A	 valorização	 do	 Código	 de	 Ética	
Profissional	 é	 outro	 aspecto	 importante.	 A	 luta	 pela	 defesa	 e	 ampliação	 de	 mercado	 de	
trabalho	deve	ser	constante.	
O	 profissional,	 de	 um	 modo	 geral,	 estará	 sempre	 submetido	 aos	 riscos	 e	 oportunidades	
advindos	da	globalização.	
A	 qualificação	 dos	 recursos	 humanos	 é	 fundamental,	 o	 profissional	 empreendedor	 deve	
conhecer	a	cadeia	produtiva	em	toda	a	sua	plenitude,	para	tal	deve	ter	iniciativa,	criatividade	e	
espírito	de	ação,	só	assim	entrará	com	qualificação	no	atual	mercado	altamente	competitivo.	
As	empresas	dão	ênfase	‘à	competitividade	e	os	respectivos	avanços	tecnológicos	atuam	como	
uma	faca	de	dois	gumes,	ora	criando	empregos	e	outras	vezes	eliminando	muitos.	Nada	vale	
reclamar	da	tecnologia,	o	profissional	empreendedor	saberá	desenvolver	potencialidades	para	
o	exercício	das	respectivas	funções.	
Por	último,	é	o	profissional	que	tem	condições	de	centrar	a	sua	atividade	político–profissional	
visando	desenvolver	um	trabalho	com	ética,	dignidade	e	muita	seriedade,	sempre	na	busca	da	
geração	 de	 mais	 emprego	 e	 de	 um	 melhor	 bem-estar	 social.	 Tudo	 isso	 para	 um	 maior	
desenvolvimento	para	o	País.	
Dentro	deste	contexto	complexo,	onde	o	profissional	empreendedor	poderá	atuar	não	se	pode	
deixar	 de	 examinar,	 embora	 rapidamente,	 as	 características	 e	 exigências	 da	 empresa	 da	
próxima	década:	
-	 eficiência	 e	 eficácia;	 agilidade	 administrativa;	 Integração	 com	 comunidade,	 governo	 e	
produção;	 abertura	 a	 novas	 tecnologias,	 preocupação	 constante	 com	 valores	 éticos;	
preocupação	 com	 formação	 permanente,	 acompanhamento	 dos	 ritmos	 de	 mudanças	 da	
sociedade	e	priorização	à	valorização	do	conhecimento.	
	
12. Crise	do	Mercado	de	Trabalho.	
	
É	 igual	 à	 vivenciada	 pela	 atual	 conjuntura	 nacional.	 Existem	 poucos	 e	 mal	 remunerados	
empregos	no	setor	privado,	No	segmento	público,	a	situação	é	de	muito	menos	oferta	e	com	
remunerações	péssimas;	aqui,	infelizmente,	ainda	predomina	o	paternalismo	estatal.	
263 
 
Esse	 cenário	 é	 um	 campo	 fértil	 para	 o	 profissional	 empreendedor,	 por	 esse	 ser	 eclético	 e	
competente.	
	
13. Conclusões.	
	
No	 atual	 cenário	 econômico	 brasileiro,	 urge	 que	 sejam	 estabelecidas	 políticas	 sérias	 e	
duradouras	 de	 valorização	 do	 profissional	 que	 tenha	 qualificação	 e	 conhecimento,	 mas	
sobretudo	ética	e	que	com	essas	características	possa	assumir	um	compromisso	social	com	a	
comunidade	onde	está	inserido	e	com	o	Pais.	
Nesse	quadro	de	Liberação	e	Globalização	da	Economia,	se	o	Zootecnista	atuar	de	uma	forma	
desunida	 ou	 desorganizada	 conseguirá	 muito	 pouco,	 deve	 saber	 fazer	 o	 Marketing	 de	 seu	
produto	(a	Zootecnia),	vender	a	sua	imagem	com	muito	profissionalismo.	
Congregar-se	através	de	 seus	Sindicatos	e	Associações	 para	mudar	efetivamente	o	discurso,	
fazendo	 com	 que	 suas	 identidades	 tornem-se	 o	 braço	 político	 da	 classe.	 Chega	 de	 se	 fazer	
política	profissional	de	uma	forma	amadorística.	
Hoje,	a	moeda	do	futuro	mais	poderosa	que	existe	é	o	conhecimento.	Esse	não	para,	busque-o	
permanentemente.		
O	 zootecnista	 deve,	 antes	 de	 tudo,	 saber	 somar	 para	 competir	 com	 qualidade	 no	mercado	
ocupacional.	
A	 recomendação	 final	 é	 de	 que	 o	 Zootecnista	 lute	muito,	 mas	 de	 uma	 forma	 organizada	 e	
unida	 fundamentalmente	 na	 busca	 gradativa	 e	 constante	 da	 reformulação	 necessária	 e	
urgente	da	Lei	5.550	Pode	04/12/1968	e	na	criação	do	seu	Conselho	Profissional.	
Concluindo,	ficam	aqui	três	importantes	mensagens	para	a	devida	reflexão:	
	
	 “Conhecimento	não	é	acúmulo	de	informação,é	competência	para	agir.”	 	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	(Lair	Ribeiro)	
	 	
“Quero	 mudar	 as	 coisas,	 quero	 ver	 as	 coisas	 acontecerem,	 não	 quero	 apenas	 falar	
sobre	elas”	
(	J.	K	Galbraith)	
	 	
“Ai	 dos	 povos	 que	 tenham	 grandes	 extensões	 de	 terras	 e	 não	 as	 ocupam,	 porque	
outros,	menos	contemplados	talvez	queiram	ocupá-las”	
	 	 	 	 	 	 	 	 (Papa	João	XXIII)

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