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Tributario e Financeiro - santo graal vitaminado

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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
DIREITO tRIBUTÁRIO 
E
FINANCEIRO
SUMÁRIO
PONTO 1.A: COMPETêNCIA TRIBUTáRIA. 5
PONTO 1.B: OBRIGAçãO TRIBUTáRIA. 9
PONTO 1.C: DIREITO FINANCEIRO. CONCEITO E OBJETO. 11
PONTO 2.A. CONFLITOS DE COMPETêNCIA TRIBUTáRIA. 14
PONTO 2.B. FATO GERADOR. 17
PONTO 2.C. SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAçãO TRIBUTáRIA. 21
PONTO 3. A: RECEITAS PúBLICAS: CONCEITO E CLASSIFICAçãO. 25
PONTO 3.B. CONTRIBUIçõES DE INTERVENçãO NO DOMíNIO ECONôMICO E DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS 31
PONTO 3.C: PROCESSO TRIBUTáRIO ADMINISTRATIVO. 36
PONTO 4.A: PRINCíPIO DA LEGALIDADE. 39
PONTO 4.B: RESPONSABILIDADE TRIBUTáRIA. 43
PONTO 4.C: EMPRéSTIMOS COMPULSóRIOS. 54
PONTO 5.A. PRINCíPIO DA ANTERIORIDADE. 58
PONTO 5.B. DESPESA PúBLICA: CONCEITO E ESPéCIES. 63
PONTO 5.C: CONTRIBUIçãO DE MELHORIA. 71
PONTO 6.A: PRINCíPIOS DA IGUALDADE, UNIFORMIDADE E DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. 75
PONTO 6.B: INTERPRETAçãO DAS NORMAS GERAIS DE ORçAMENTO. 80
PONTO 6.C. CONTRIBUIçõES SOCIAIS. 89
PONTO 7.A: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTáRIO. 98
Ponto7.b: Orçamento. Conceito. Proposta orçamentária. Exercício financeiro. Restos A PAGAR 101
Ponto 7.c: Taxas. 107
Ponto 8.a: Imunidade tributária recíproca 114
Ponto 8.b: Fiscalização e controle da execução orçamentária e financeira. O Tribunal de contas no brasil. 120
Ponto 8.c: Lançamento 131
Ponto 9.a. Imunidade tributária recíproca: autarquias e empresas públicas 144
Ponto 9.b. Imposto 147
Ponto 9.c. Fiscalização tributária. A organização da Receita Federal. 150
Ponto 10.a. Imunidade tributária de partidos políticos e entidades sindicais 156
Ponto 10.b. Suspensão do Crédito Tributário. 159
PONTO 10.c. Matéria Tributária em Juízo: execução fiscal, ação anulatória de débito fiscal e mandado de segurança. 165
Ponto 11.a. Imunidade tributária de instituições de educação e de assistência social. 173
Ponto 11.b. Extinção do crédito tributário: modalidades 178
Ponto 11.c: Crédito público: conceito e classificação 183
Ponto 12.a. Imunidade tributária de livros, jornais, periódicos e de papel para impressão. 191
Ponto 12.b Pagamento Indevido 193
Ponto 12.c. Fundos. Instituição e funcionamento. Controle. 198
PONTO 13.a. Repartição da receita tributária. 203
PONTO 13.b. Decadência. 209
PONTO 13.c. Impostos dos Municípios. 214
Ponto 14.a. Tributo. 223
Ponto 14.b. Fontes do Direito Tributário. 227
Ponto 14.c: Imposto sobre transmissão causa mortis e doação. 231
Ponto 15.a: Preço Público 235
Ponto 15.b. Extinção do crédito tributário: pagamento 239
Ponto 15.c. Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e prestação de SERVIÇOS. 241
Ponto 16.a. Pedágio 254
Ponto 16.b. Isenção e Anistia 256
Ponto 16.c. Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza 260
Ponto 17.a. Limitações ao poder de tributar decorrentes do federalismo. 265
Ponto 17. b. Garantias e privilégios do crédito tributário. 267
Ponto 17. C: Imposto sobre produtos industrializados. 271
Ponto 18.a. Interpretação e integração das leis tributárias. 275
Ponto 18.b. Garantias e privilégios do crédito tributário: preferências. 280
Ponto 18.c. Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural. 282
Ponto 19.a. Vigência e aplicação das leis tributárias 287
Ponto 19.b: Prescrição. 293
Ponto 19.c. Imposto sobre operações financeiras 296
Ponto 20.a. Dívida ativa. Certidões negativas. 299
Ponto 20.b: Lei de responsabilidade fiscal (LRF): aplicação e inovações (LC 101/00). 304
Ponto 20.c. Impostos sobre importação e exportação. 313
PONTO EXTRA: PROVA DE TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO DO 27º CONCURSO.
Ponto 1.a: Competência Tributária
Principais obras consultadas: Resumos dos Grupos do 25º e 26º CPR; Sabbag, Eduardo. Manual de Direito Tributário, 1ª Edição. Ed. Saraiva; Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (MA&VP). Manual de Direito Tributário. 7ª edição.
Legislação básica: CF, arts. 153 a 156; arts. 6º a 8º do CTN.
CONCEITO: A competência tributária é a habilidade privativa e constitucionalmente atribuída ao ente político para que este, com base na lei, proceda à instituição da exação tributária. Em outras palavras, competência tributária é a aptidão para criar tributos. O poder de criar tributos é repartido entre vários entes políticos, de modo que cada um tem competência para impor prestações tributárias, dentro da esfera que lhe é assinalada pela Constituição.
A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena (art. 6º, CTN). Nesse contexto, diz-se que há, em nossa ordem constitucional, coincidência da competência legislativa com a competência tributária. Todavia, deve-se notar que a competência tributária, como poder de instituição de tributo, não se confunde com a competência para legislar sobre Direito Tributário. Esta é genérica; aquela, específica. Tal competência para legislar é denominada concorrente, conforme o art. 24 da CF.
CARACTERÍSTICAS: A competência tributária é indelegável, intransferível e irrenunciável, uma vez que admitir a delegação de competência para instituir um tributo é admitir que seja a Constituição alterada por norma infraconstitucional (Art. 7º do CTN: “A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição).”
OBS vitaminada: RIGIDEZ da competência tributária: trata-se de matéria constitucional rígida, ou seja, a discriminação de rendas (distribuição de tributos) entre os entes da federação não pode ser alterada por meio de emenda constitucional. Isso é muito cobrado! FACULTATIVIDADE da competência tributária: segundo o art. 8º do CTN, o exercício da competência tributária é facultativo. O ente dotado de capacidade tributária não é obrigado a criar o tributo. Ex. clássico: imposto sobre grandes fortunas. Art. 8º do CTN. O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA: A competência tributária é política e indelegável, não se confundindo com a capacidade tributária ativa, que é administrativa e delegável. Frise-se, contudo, que mesmo com a delegação da capacidade tributária ativa, mantêm-se as garantias e privilégios da fazenda pública (art. 7º, §1º, do CTN).
Assim, a competência tributária compreende a competência legislativa plena (que é indelegável) e a capacidade tributária ativa (que é a ressalva constante do art.7º, caput, que é passível de delegação). Ou seja, não está compreendida a possibilidade de delegar a função de instituir tributos, mas somente as funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária). A competência tributária está prevista na CF/88 e não pode ser alterada por meio de LC ou de LO.
A capacidade tributária ativa pode ser delegada a outra pessoa jurídica de direito público (as de direito privado só podem receber a função de arrecadar. É o conhecido cometimento. CTN, Art. 7º, § 7º. Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos). Porém isso não significa, necessariamente, que a entidade delegatária vai dispor dos recursos, por ela, arrecadados. Porém, quando houver uma lei que determine que os recursos arrecadados pertencerão à entidade delegatária, estaremos diante do fenômeno da parafiscalidade*, que não se confunde com sujeição ativa e nem solidariedade ativa (esta, inexistente no nosso direito tributário). Difere da sujeição ativa, pois para que esta se caracterize, não importa a destinação dos recursos arrecadados. A delegatária será sujeito ativo, mesmoque não disponha dos recursos. Ou seja, houve a delegação, certamente teremos o sujeito ativo, mas poderemos não ter a parafiscalidade. (CTN, Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento).
*OBS vitaminada: a delegação pode ser total ou parcial. Parafiscalidade é a delegação total (delegação da arrecadação, administração e fiscalização de determinado tributo). Neste caso, o produto da arrecadação destina-se a pessoa diversa da competente para a criação dos tributos. Ex: a EC n. 42/2003 delegou a capacidade tributária ativa do ITR da União aos municípios, desde que isso não implique em renúncia fiscal. O município que cobra o ITR recebe todo o dinheiro e o administra. Por isso, é uma hipótese de parafiscalidade.
OBS vitaminada: MPF/14º: Assinale a alternativa correta: a) a competência tributária e a capacidade tributária ativa se confundem; b) a competência tributária e a capacidade tributária ativa são intrasferíveis; c) somente a competência tributária é indelegável; d) nenhum desses enunciados é verdadeiro. (resposta: “c”)
Classificação das competências:
A) Concorrente: a capacidade para legislar sobre o direito tributário é concorrente entre a União, estados e DF, como previsto no art. 24, inciso I, CF/88. A competência da União é para estabelecer normas gerais, enquanto a dos estados e do DF é somente suplementar, salvo se não houver normas gerais estabelecidas pela União, situação em que a competência de estados e DF será plena, até que sobrevenha lei federal que disponha de forma contrária.
B) Comum: é a prevista no art. 145, II e III da CF/88. Todas as esferas possuem competência para instituir taxas e contribuições de melhoria.
C) Privativa: arts. 148, 149, 149-a, 153, 155, 156 e 195 da CF/88. São os artigos que especificam a competência de cada um dos entes para a instituição dos seus respectivos impostos. OBS vitaminada: S.69/STF: A Constituição Estadual não pode estabelecer limite para o aumento de tributos municipais.
D) Cumulativa: art. 147, CF/88. Esta competência só é exercida pelo DF e pela União. No caso do DF, ele será competente para instituir os impostos municipais (além dos estaduais). No caso da União, ela será competente para criação dos tributos estaduais, em relação aos Territórios, bem como para a criação de tributos municipais, se o território não se dividir em municípios.
E) Residual: prevista nos arts. 154, I, e 195, § 4º da CF/88.
MPF/14º: A relação contida no art. 153, da CF, que trata dos impostos de competência da União é: a) exaustiva; b) exemplificativa; c) exemplificativa se as demais pessoas políticas de direito constitucional interno não exercerem a faculdade legislativa tributária; d) exaustiva para as exações vinculadas. (resposta: “b”)
F) Extraordinária: está prevista no art. 154, II, da CF/88. É uma competência exercida exclusivamente pela União, em casos de guerra externa ou sua iminência.
Insta salientar que o extinto CPMF, foi criado por meio de sua competência privativa (por Emenda Constitucional), não tendo sido através da competência residual da União.
Ponto Extra vitaminado:
Outras questões de concursos passados:
MPF/24º: Assinale a forma de desoneração tributária pela qual não nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo crédito por força do não exercício da competência a que tem direito o poder tributante: a) não incidência; b) isenção; c) imunidade; d) alíquota 0 (zero). (resposta: “a”)
Resolução (da coleção Revisado da Juspodivm: MPF – Procurador da República, coordenado por Rogério Sanchez e Ricardo Didier): a questão foi feita por exclusão, visto que o conceito de não incidência é polêmico. Para a melhor doutrina, a não incidência se dá quando a norma não incide, quer porque o fato é irrelevante para a tributação, quer porque a CF vedou a incidência da norma. No enunciado, menciona-se que o ente tributante tem poder de tributar, afastando-se com isso a imunidade (letra c). Por outro lado, afasta-se também a isenção (letra b), porque, para o CTN, nesta há a exclusão do crédito tributário, o que significa a sua existência. O enunciado afirma que não houve nascimento da obrigação tributária. Ora, na isenção necessariamente há o nascimento da obrigação e do crédito tributários. Na alíquota zero (letra d), igualmente, há a obrigação tributária, mas o crédito quantitativo fica prejudicado porque a multiplicação da alíquota, que é zero, pela base de cálculo, resulta em nenhum tributo a ser pago. Por exclusão, resta a não incidência. OBS: ver quadro comparativo abaixo.
MPF/19º (questão repetida, com outros termos, nos concursos 19º, 17º e 16º): Na CF vigente, no tocante ao tributos, foi adotada a política legislativa de: a) competência residual concorrente entre as pessoas de direito público interno nos três níveis; b) competência residual reservada privativamente à União; c) sistema igual ao da Constituição anterior no pertinente ao poder de isentar tributos; d) competência não partilhada entre a União, os Estados, o DF e os Municípios para instituir Contribuição de melhoria. (resposta: “b”).
OBS: o assunto “imunidades tributárias”, que são a delimitação negativa da competência tributária, não obstante tratado nos manuais dentro de competência tributária, será tratado nos pontos específicos do edital.
Imunidade X isenção: Enquanto as imunidades estão previstas na Constituição Federal, as isenções são previstas em leis infraconstitucionais. Assim, a doutrina e o STF entendem que nos arts. 195, §7º e 184, §5º da CF há equívoco terminológico, pois se referem à isenção onde pretendiam tratar da imunidade: onde se lê “são isentas de” deve-se ler “são imunes a”.[1: Art. 195. § 7º da CF - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. é caso de imunidade!!!Art. 195, § 5º da CF - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.]
	Imunidades
	Isenções
	Alíquota zero
	Não incidência
	Limitações CONSTITUCIONAIS ao poder de tributar.
	Dispensa LEGAL do pagamento do tributo de que tem competência tributária o ente federal.
	O ente tributante tem competência, o tributo é instituído, o fato gerador ocorre, mas o tributo não é pago, pois a alíquota é zero.
	Refere-se às situações em que um fato não é alcançado pela regra da tributação.
Cuidado para não confundir com imunidades.
	Sempre previstas na CF (daí o nome “isenções ou não incidências qualificadas”)
	Sempre previstas em lei
	Pode ocorrer por decreto (II, IE, IPI, IOF, CIDE-combustível e ICMS-combustível).
É utilizado pelo Poder Executivo para incen-tivar determinadas atividades.
	Formas de não incidência:
1ª: Ente deixa de criar tributo de sua competência.
2ª: Ausência de competência para definir determinada situação como HI tributária;
(nos 2 casos há não-incidência pura e simples ou tout court). 
3ª: A própria CF, delimitando a competência tributária, impede a tributação (há imunidade).
	Estão no campo da DELIMITAÇÃO da competência tributária.
	Estão no campo do EXERCÍCIO da competência tributária.
	Estão no campo do EXERCÍCIO da competência tributária.
	
Perguntas da oral do 26º e 27º:
Questões: Pediu para eu falar sobre o conceito de competência, a sua sede e os tipos. Minhas impressões: O examinador sempre depois da minha resposta aproveitar para acrescentar algo. Gostei muito. Fiquei com a impressão que ele se deteve, mas no direito financeiro do que no tributário. Ele criticou a falta de controle dos gastos públicos no Brasil.
Ponto 1.b: Obrigação tributária.
Principais obras consultadas: Resumo dos Grupos do 25º e 26º CPR; Eduardo Sabbag. Manual de Direito Tributário, 1ª Edição. Ed. Saraiva. Hugo de Brito Machado, Curso de Direito Tributário. São Paulo: Malheiros, 28ª ed., 2007.
Legislação básica: art. 113 do CTN.
CONCEITO: O direito tributário trazcomo seu epicentro a relação de tributação entre o Estado e pessoas sujeitas à tributação. Pode se definir a obrigação tributária como uma relação jurídica, em que há de um lado um sujeito passivo, que tem o dever de pagar ao sujeito ativo (Estado ou uma entidade delegatária), ou ainda de fazer ou não fazer - visando à fiscalização ou à arrecadação tributária, tendo sido dado à Fazenda Pública o direito de constituir o crédito contra tal sujeito passivo que, em regra, trata-se de particular.
Segundo Hugo de Brito Machado, poderíamos conceituar obrigação tributária como “a relação jurídica em virtude da qual o particular (sujeito passivo) tem o dever de prestar dinheiro ao Estado (sujeito ativo), ou de fazer, não tolerar ou tolerar algo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos Tributos, e o Estado tem o direito de constituir contra o particular um crédito.”
ESPÉCIES: Dentro do gênero que é a obrigação tributária, se encontram as espécies: obrigação principal e obrigação acessória. Pode-se dizer que neste ramo do direito, o devedor é denominado contribuinte e o credor será sempre uma pessoa política de direito público interno.
Não há qualquer correlação, como a existente no direito civil, entre a obrigação principal e acessória no direito tributário. A obrigação principal é sempre patrimonial e equivale à obrigação de dar do direito privado: no caso, dar dinheiro. A obrigação acessória é sempre não patrimonial e constitui uma obrigação de fazer, como por exemplo, emitir nota fiscal, não fazer ou tolerar.
A denominada obrigação acessória, segundo muitos doutrinadores, trata-se de um equívoco, já que não segue a sorte da principal nem dela é dependente. O Código Tributário Nacional trata do seu conceito no art. 113, §2º, possuindo a mesma natureza jurídica de uma obrigação de fazer, não fazer ou tolerar. No entanto, mister se faz que, depois da Lei nº 8.137/90, várias dessas condutas de obrigação de fazer previstas no CTN são consideradas crime fiscal em caso de eventual descumprimento.
Para alguns autores, como Sasha Calmon, não existem obrigações acessórias nesse ramo do direito; trata-se apenas de obrigações de fazer ou não fazer trazidas pela lei, como em qualquer outro ramo do direito. Paulo de Barros Carvalho entende que não são nem mesmo obrigações em sua definição literal, quiçá obrigação acessória. Muitos doutrinadores preferem a denominar dever instrumental.
O dever do sujeito passivo, ou seja, a obrigação tributária nasce em virtude da prática de um fato gerador. Isso significa dizer que o nascimento da obrigação tributária independe da vontade do sujeito passivo: a obrigação tributária é ex lege. É importante salientar que a obrigação tributária principal (patrimonial) necessariamente estará prevista em lei. Ao passo que a obrigação tributária acessória, segundo o CTN, estará prevista na legislação tributária, que inclui decretos, instruções normativas ou portarias.
Conforme aponta Hugo de Brito Machado, podemos simplificar definindo obrigação tributária como correspondendo à obrigação ilíquida do direito civil; crédito tributário corresponderia à aludida obrigação já liquidada. O lançamento poderia ser comparado ao processo de liquidação. Para ele: “É sabido que obrigação e crédito, no Direito privado, são dois aspectos da mesma relação. Não é assim, porém, no Direito Tributário brasileiro. O CTN distinguiu a obrigação (art. 113) do crédito (art. 139). A obrigação é um primeiro momento na relação tributária. Seu conteúdo não é ainda determinado e o seu sujeito passivo ainda não está formalmente identificado. Por isso mesmo a prestação respectiva ainda não é exigível. Já o crédito tributário é um segundo momento na relação de tributação. No dizer do CTN, ele decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta (art. 139). Surge com o lançamento, que confere à relação tributária liquidez e certeza.”
OBS vitaminada: MPF/27º(Q.47): INDIQUE A OPÇÃO CERTA:[2: Resposta: “d”.]
a) Na doação sob condição resolutiva não ocorre o fato gerador do tributo;
b) As convenções particulares, no tocante à responsabilidade pelo pagamento de tributos, desde que efetivadas por escritura pública e levadas a registro no cartório competente, podem ser opostas à Fazenda Pública, em determinadas situações;
c) A obrigação tributária principal é obrigação de fazer;
d) A solidariedade tributária não comporta o benefício da ordem.
Perguntas da oral do 26º e 27º:
Questões: Perguntou sobre as modalidades de obrigações tributárias. Minhas impressões: O examinador sempre depois da minha resposta aproveitar para acrescentar algo. Gostei muito. Fiquei com a impressão que ele se deteve, mas no direito financeiro do que no tributário. Ele criticou a falta de controle dos gastos públicos no Brasil.
Ponto 1.c: Direito Financeiro. Conceito e objeto.
Principais obras consultadas: Resumos dos Grupos do 25º e 26º CPR. Valdecir Pascoal. Direito Financeiro e Controle Externo. Editora Elsevier. Aula da LFG com Tathiane Piscitelli.
Legislação básica: a CF trata das normas gerais das Finanças Públicas nos arts. 163 e 164.
CONCEITO: segundo Valdecir Pascoal, o Direito Financeiro é a disciplina jurídica da atividade financeira do Estado.
De todos os conceitos de Direito Financeiro, extrai-se o seguinte núcleo: normas jurídicas de direito positivo que regulam a atividade financeira do Estado.
# Geraldo Ataliba conceitua: “ciência exegética que habilita – mediante critérios puramente jurídicos – os juristas a compreenderem e bem aplicarem as normas jurídicas, substancialmente financeiras, postas em vigor”.
# Kiyoshi Harada: “o direito financeiro é o ramo do Direito Público, que estuda a atividade financeira do Estado sob o ponto de vista jurídico.”
# Eduardo Marcial Ferreira Jardim: É o ramo do direito público composto pelo plexo de normas que disciplinam uma parcela da atividade financeira do Estado, no caso, os campos da despesa pública, receita pública e orçamento público, observando que a receita pública retrocitada diz respeito à destinação das receitas tributárias, podendo dispor, sobre todos os aspectos no tocante às demais receitas.
# Walter Paldes Valério acrescenta o aspecto estático e dinâmico. Aspecto estático: conceituação dos institutos financeiros que compõe a atividade financeira do estado e Aspecto dinâmico: relações jurídicas entre o Poder Público e outros titulares de direitos (indivíduos submetidos ao impacto da Administração no desempenho dessa atividade).
# Luciano Amaro: compreende também o sistema normatizador de toda a atividade financeira do Estado, abarca também as prestações pecuniárias exigidas pelo Estado, abrangidas no conceito de tributo.
# Régis Fernandes de Oliveira e Estevão Hovarth: disciplina jurídica da atividade financeira do Estado.
OBJETO: Kiyoshi Harada: “é a atividade financeira do Estado que se desdobra em receita, despesa, orçamento e crédito público. Desta forma, seria o mesmo objeto da Ciência das Finanças, sendo que esta estuda esta atividade sob o ponto de vista especulativo, e o Direito Financeiro disciplina normativamente a atividade financeira do Estado, compreendendo todos os aspectos em que se desdobra”. Walter Paldes Valério: como conteúdo da disciplina (vários setores com caracteres jurídicos próprios): Regulação jurídica do orçamento: direito orçamentário e execução dos gastos públicos e seu correspondente controle. Regulação jurídica da tributação: integrante da atividade financeira do Estado. Regulação jurídica da gestão patrimonial sob o aspecto financeiro. Regulação jurídica do crédito público. Direito monetário: o conjunto de normas jurídico-econômicas referentes à moeda.
Ponto Extra Vitaminado:
Questões de concursos passados:
MPF/23º: No que tange às regras que regem as Finanças Públicas, segundo a Constituição Federal, é de competência de lei complementar dispor sobre: finanças públicas; dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo poder público; e concessãode garantias pelas entidades públicas.
Essa questão não trata especificamente sobre o ponto, mas esse é o único ponto geral, no qual se encaixaria a questão. Acrescentaria ainda que é de competência de lei complementar dispor sobre: emissão e resgate de títulos da dívida pública; fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do DF e dos Municípios; e compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional (CF, art. 163 e incisos).
MPF/23º: No que tange às regras que regem as Finanças Públicas, segundo a Constituição Federal, a competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central, ao qual é vedado conceder, direta ou indiretamente, empréstimo ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira (art. 164 e § 1º).
MPF/23º: No que tange às regras que regem as Finanças Públicas, segundo a Constituição Federal, em nenhuma hipótese poderá o BACEN, na medida em que lhe é defeso conceder empréstimos à União, comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional (FALSO!).
O BACEN, apesar de não poder conceder empréstimo ao Tesouro Nacional, poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, operações de open market, quando tiver como objetivo regular a oferta de moeda ou a taxa de juros (art. 164 e 2º). Nessa hipótese, quando há necessidade de menos dinheiro em circulação, o BACEN vende títulos, e faz o inverso (compra títulos), caso queira aumentar o volume de dinheiro em circulação.
MPF/23º: No que tange às regras que regem as Finanças Públicas, segundo a Constituição Federal, as disponibilidades de caixa da União serão depositadas no BACEN (art. 164 e § 2º).
Acrescentaria que as disponibilidades de caixa dos Estados, do DF, dos Municípios, dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, serão depositadas em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei (art. 164 e § 2º).
Competência legislativa – concorrente: compete à União, aos Estados e ao DF legislares concorrentemente sobre Direito Financeiro (CF, art. 24, I).
Atividade Financeira do Estado: o Estado, visando à satisfação do bem comum, exerce uma atividade financeira. A satisfação das necessitadas publicas (segurança, educação, saúde, previdência, justiça, defesa nacional, emprego, diplomacia, alimentação, habitação etc.), implica em gastos públicos, ou seja, em uma despesa pública; para isso, é necessário que o Estado obtenha fontes de recursos (extraindo-os da própria sociedade – tributos –, recorrendo a empréstimos, alienando seu patrimônio, cobrando pela prestação de serviços etc.), ou seja, de uma receita pública, para prestação de serviços públicos. Esses gastos e receitas devem ser meticulosamente analisados e geridos através de um orçamento público. Segundo Tathiane Piscitelli, a atividade financeira decorre do exercício da soberania do Estado nos casos em que este realiza atividades próprias e indelegáveis. Sendo assim, os órgãos da administração indireta sob regime de direito privado (empresas públicas e sociedades de economia mista) não realizam atividade financeira.
Normas Gerais de Direito Financeiro: além dos arts. 163 e 164 da CF/88, que dispõem sobre as normas gerais das Finanças Públicas, o art. 165, § 9º, da CRFB/88, prevê a necessidade de uma Lcp que disponha sobre normas gerais de direito financeiro. Dispõe que cabe à Lei Complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
Essa Lcp a que alude o art. 165 da CRFB ainda não existe. A lei federal n. 4.320/64 adveio como lei ordinária, na época da CF/46. Com a CF/67, este diploma foi recepcionado com status de Lei Complementar, devido à exigência constitucional de Lcp para tratar de direito financeiro e tributário. Com a CF/88, esse status de Lcp se manteve. Existe um projeto de Lei no Congresso (Lei de Responsabilidade Orçamentária) para tratar desses temas, o que resultará na revogação da Lei n. 4.320/64.
Perguntas da oral do 26º e 27º:
Questões: Perguntou sobre conceito de Direito Financeiro, as suas lei, os limites fixados na LRF. Minhas impressões: O examinador sempre depois da minha resposta aproveitar para acrescentar algo. Gostei muito. Fiquei com a impressão que ele se deteve, mas no direito financeiro do que no tributário. Ele criticou a falta de controle dos gastos públicos no Brasil.
Ponto 2.a. Conflitos de competência tributária.
Principais obras consultadas: Resumão do 26º CPR; ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 4ª ed. São Paulo: Método, 2010; CARRAZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 24ª ed. São Paulo: Malheiros, 2008; Esmafe, 2008; PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário Completo. 4ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012; PAULSEN, Leandro. Direito Tributário. 10ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado; SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
Legislação básica: Art. 146, I, 150, IV, da CF.
Conflito de competência tributária consiste no desrespeito às competências tributárias previstas na Constituição Federal, sendo que a própria Constituição determinou a edição de lei complementar para resolvê-los (art. 146, I, da CF).
No CTN, nenhum capítulo se destina a tratar dos conflitos de competência, exceto, de forma oblíqua, no art. 120, que trata da denominada “herança de competência tributária, isto é, em caso de desmembramento territorial, a unidade resultante herda o patrimônio competencial tributário da unidade originária, com nítida sub-rogação de todos os direitos desta” (SABBAG, p. 587).
Segundo CARRAZA, “(...) os conflitos de competência em matéria tributária logicamente não existem e nem podem existir. A rígida divisão de competências tributárias, levada a efeito pela Lei das Leis, sumariamente afastou-os (...) em verdade, o impropriamente denominado ‘conflito de competência’ é provocado: I – por uma lei tributária inconstitucional; II – por uma pretensão administrativa ilegal (ou inconstitucional) da pessoa tributante; e III – por uma insurgência do apontado sujeito passivo, que vai ao Judiciário para tentar demonstrar que: a) a lei que criou, in abstracto, o tributo é inconstitucional; b) o fato por ele praticado não é imponível; e c) o fato por ele praticado subsumiu-se à hipótese de incidência de tributo que, nos termos da Constituição, pertence a pessoa diversa daquela que dele o quer exigir.”
Importante também a observação de CARRAZA no sentido de que “a falta de competência da pessoa política que, fazendo rosto à Constituição, ‘cria’ tributos alheios acarreta a nulidade do ato por ofensa a princípio básico da ordem jurídica” (p. 508). A nulidade, nesse caso, produzirá efeito ex tunc.
São os seguintes os casos de conflitos de competência tributária: bis in idem e bitributação.
I) Bitributação (bitributação jurídica): verifica-se quando a tributação é instituída por dois entes políticos sobre o mesmo fato gerador (PAULSEN, p. 59). Tutela-se, com o óbice à bitributação, o pacto federativo, mais especificamente o subprincípio da autonomia financeira dos entes. A exemplo, só os municípios têm competência para instituir o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana – IPTU (art. 156, I, da CF), com o que, caso a União ou os Estados criem um imposto sobre essa mesma situação econômica, estarão invadindo a competência dos municípios, restando configurada a bitributação. Ainda a título de ilustração, o STF, em ADI proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados doBrasil – CFOAB, reconheceu inconstitucional a lei n.° 6.041/2010 do estado do Piauí, a qual, em seu art. 1º, ao instituir imposto incidente sobre o tráfego interestadual de bens (tributo não previsto na competência constitucional outorgada aos estados-membros e ao Distrito Federal, mas sim à União) deu azo a contexto de bitributação (ADI 4565 MC, Rel.: Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, j. em 07/04/2011, DJe-121 24-06-2011 PUBLIC 27-06-2011).
Importante, ainda, destacar decisão do Pleno do STF que, por unanimidade, na ADI 4389, concedeu medida cautelar, com eficácia ex nunc, para dar interpretação conforme a CF ao art. 1º, caput, ao seu §2º, e ao subitem 13.05 da LC 116/03 e reconhecer que o ISS não incide sobre operações de industrialização por encomenda de embalagens destinadas à integração ou utilização direta em processo subsequente de industrialização ou de circulação de mercadorias. Presentes os requisitos constitucionais e legais, incide o ICMS (Dje 25/5/2011). Relativizou-se, assim, a Súmula 156 do STJ.
Todavia, se a União instituir um empréstimo compulsório, escolhendo como fato gerador a propriedade predial e territorial urbana, não haverá bitributação, uma vez que a União não estará invadindo a competência dos Municípios pela simples razão de que estes não a têm, isto é, os municípios não têm competência para criar empréstimos compulsórios. É logicamente impossível invadir a competência que não existe. Da mesma forma, a União poderá instituir contribuições, escolhendo como fato gerador situações reservadas a impostos estaduais e municipais, sem incidir em bitributação.
A bitributação, regra geral, é vedada, em nome da higidez do sistema tributário. Os únicos casos de “bitributação” admitidos pela CF são: a) imposto extraordinário de guerra (art. 154, II): este é um imposto de escopo, pois vincula sua existência à finalidade de atender ao esforço de guerra. Não precisa observar o critério da referibilidade. A CF prevê expressamente a instituição do imposto, compreendido ou não na competência tributária da União; b) nos casos envolvendo Estados-Nações diversos, principalmente no que concerne à tributação de renda. Exemplo trazido por Ricardo ALEXANDRE, quando um residente no Brasil recebe rendimentos de trabalho realizado no Uruguai, os dois Estados podem cobrar IR. A única maneira de evitar essa dupla incidência é através de tratado.
II) Bis in idem (bitributação econômica), por sua vez, é a sobreposição de mais de um tributo, da mesma competência, sobre o mesmo fato. O princípio geral que veda o bis in idem está positivado nos arts. 5º, XXII, e 150, IV, CF (propriedade privada e não-confisco). Para a doutrina em geral, o reconhecimento do bis in idem é uma presunção absoluta de confisco. Para o STF, não se trata de efeito confiscatório a priori, nada impedindo, todavia, que o contribuinte demonstre o efeito confiscatório da tributação (desde que não alegue vício, em função do bis in idem, mas, demonstrando que a carga tributária é desproporcional). Por exemplo: a COFINS e o PIS incidem sobre o faturamento. O salário educação e a contribuição previdenciária incidem sobre a folha de salários. A CSLL e o imposto de renda incidem sobre o lucro. Assim, não há impedimento constitucional ao bis in idem entre imposto e contribuição, mas apenas de impostos entre si ou de contribuições de seguridade entre si.
OBS vitaminada: MPF/26°: COBRANÇA DE CONTRIBIÇÃO SINDICAL RURAL PATRONAL. IDENTIDADE DE BASE DE CÁLCULO E SUJEÇÃO PASSIVA COM O IMPOSTO TERRITORIAL RURAL - ITR. NESSE CASO, DE SIMULTÂNEA COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO E DO ITR, PODE-SE DIZER QUE:
[3: Resposta: “c”.]
a) É inexigível a cobrança da contribuição por incidir o art. 154, I. da Carta Magna;
b) É indevida a cobrança da contribuição porquanto haveria bitributação;
c) Tratando-se de contribuição, a Constituição não proíbe a coincidência da sua base de cálculo com a do imposto, o que é vedado relativamente ás taxas;
d) Mesmo as contribuições criadas na forma do § 4°, do art. 195, da Constituição Federal, podem ter fato gerador e base de cálculo próprios das contribuições existentes, quando a União obedece à regra da competência residual.
A não-cumulatividade e o não bis in idem não precisam ser observados quando da criação de novo imposto através de emenda constitucional, conforme análise do art. 154 (impostos residuais).
LEITURA COMPLEMENTAR: GAMA, Tácio Lacerda. Competência Tributária – Fundamentos para uma Teoria da Nulidade. 2ª Ed. São Paulo: Noeses, 2011.
Perguntas da oral do 26º e 27º: 
- A CF/88 admite a bitributação? O que o STF entende sobre a possibilidade de contribuição e imposto adotarem a mesma base de cálculo? Houve críticas do examinador a esse entendimento.
- Dê exemplos de conflito de competência.
Ponto 2.b. Fato Gerador.
Principais obras consultadas: Resumão do 26º CPR; PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário Completo. 4ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012; SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010; COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 11ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 201; HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 20ª ed. São Paulo: Atlas, 2011; FERRAGUT, Maria Rita. Fato Gerador Presumido in Doutrinas Essenciais Direito Tributário, org. Ives Gandra da Silva Martins e Edvaldo Brito. Revista dos Tribunais – Edições Especiais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. Legislação básica: Art. 114 a 118 do CTN.
O Código Tributário Nacional dá um conceito bem definido de fato gerador: “Art. 114 - Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência” e “Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.”
OBS vitaminada: MPF/27º(Q.47): A obrigação tributária principal é obrigação de fazer. (FALSO!)
Impende-se trazer à baila a crítica feita por COÊLHO sobre a ausência de densidade do art. 115 do CTN, que define o fato gerador da obrigação acessória: “[...] as chamadas obrigações acessórias não possuem ‘fato gerador’; decorrem de prescrições legislativas imperativas: ‘emita-se notas fiscais’, ‘declare rendas e bens’ etc. A impropriedade redacional é sem par. Diz-se que o fato gerador da obrigação acessória é ‘qualquer situação’ que, na forma da ‘legislação aplicável’, impõe a ‘prática ou abstenção de ato’. Outra maneira de prescrever deveres de fazer e não-fazer por força de lei.” (p. 587).
Há situações em que o próprio CTN e o legislador ordinário tratam a hipótese de incidência por fato gerador. Todavia, deve ser realizada a distinção. A hipótese de incidência (ou “fato gerador in abstracto”, para a doutrina clássica) é a previsão legal abstrata da situação a que se atribuiu o efeito jurídico de gerar a obrigação tributária (ex.: aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza), enquanto fato gerador ou fato imponível (ou ainda “fato gerador in concreto”, para a doutrina clássica) é a sua concretização no plano fático (ex.: Tício recebeu dividendos de uma sociedade anônima da qual é acionista). Ambos são elementos que, ao se unirem, dão origem à obrigação (ou dever) de pagar o tributo.
O fato gerador é o aspecto material da hipótese de incidência tributária. Segundo o CTN, em seu art. 4º, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador. Paulo de Barros CARVALHO (apud PAULSEN), porém, acrescenta a base de cálculo a este raciocínio, com supedâneo nos arts. 145, § 2º e 154, I, ambos da CF, que demonstram a importância da base de cálculo e, logo, da tipologia tributária como critério constitucional para determinação da natureza do tributo.
Apenas para fins didáticos, podem-se classificar os fatos geradores, com relação ao momento da sua ocorrência, da seguinte forma: a) Instantâneos: quando se verificam e se esgotam em determinada unidade detempo, dando origem, cada ocorrência, a uma obrigação tributária autônoma (tributos que incidem sobre a comercialização de bens e serviços); b) Continuados: abrangem todos os que configuram situações duradouras, que se desdobram no tempo, por intervalos maiores ou menores, em verdadeiro status jurídico (tributos que incidem sobre a propriedade); c) Complexivos, complexos ou periódicos: aqueles cujo processo de formação tenham implemento com o transcurso de unidades sucessivas de tempo, de maneira que, pela integração dos vários fatores, surge o fato final (Imposto de Renda).
OBS vitaminada: MPF/19°: ASSINALE O IMPOSTO CUJO FATO GERADOR É INSTATÂNEO:[4: Resposta: “d”.]
a) Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU);
b) Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA);
c) Imposto de Renda de Pessoa Jurídica;
d) Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços.
O fato gerador, segundo o art. 116 do CTN, pode configurar situação de fato ou situação jurídica.
OBS vitaminada: tratando-se de situação de fato, o fato gerador considera-se ocorrido desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; tratando-se de situação jurídica, considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
Sendo, o fato gerador, uma situação jurídica, esta pode estar subordinada a uma condição (evento futuro e incerto), configurando negócios jurídicos condicionais, de forma que o fato gerador considerar-se-á ocorrido, segundo artigo 117 do CTN, nos casos em que houver: a) condição suspensiva: com o implemento da condição; b) condição resolutória: desde que o ato ou negócio jurídico foi celebrado, sendo, neste caso, inteiramente irrelevante a condição. Ex.: fim de casamento provoca desfazimento da doação feita sob a condição de o donatário não se separar; não obstante a condição, o tributo incidiu.
OBS vitaminada: MPF/27º(Q.47): Na doação sob condição resolutiva não ocorre o fato gerador do tributo. (FALSO!)
Sacha Calmon COÊLHO alerta, quanto à condição suspensiva, que não é o fato gerador que fica pendente, mas sim o negócio jurídico. Isso porque, segundo o doutrinador, inexiste fato gerador pendente, a despeito da “péssima e imprecisa” redação do art. 105 do CTN (pp. 589/590).[5: Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.]
Importante observar que a problemática sobredita aplica-se tão somente aos fatos geradores dos impostos gerais ou especiais, mas não às taxas, às contribuições sinalagmáticas e às contribuições de melhoria. Explica COÊLHO que os seus fatos geradores implicam necessariamente atuações do Estado, ou seja, “temos fatos do Estado, atuações deste, incompatíveis com as condições que aderem aos negócios jurídicos (atos jurídicos bilaterais ou contratos).”
O parágrafo único do art. 116 ainda dispõe: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”.
Outra classificação trazida por PAULSEN é a que diz respeito à existência de atividade do estado ou à situação relativa ao próprio contribuinte: a) fato gerador vinculado: é aquele realizado pela própria Administração (ex.: taxas e contribuições de melhoria); b) fato gerador não vinculado: é aquele que não diz respeito à Administração, mas ao próprio contribuinte (ex.: ITR, IR, II, ICMS).
Kiyoshi HARADA traz ainda uma última classificação: fatos geradores confrontantes. Situam-se esses fatos geradores em uma zona cinzenta, dificultando a identificação do sujeito ativo do tributo, podendo gerar conflitos de competência. Poder-se-ia, também, tangenciar o estudo do denominado fato gerador presumido, figura que, após tantas dúvidas acerca de sua constitucionalidade e legitimidade (pois criado pelo Convênio 66/88), foi, com a Emenda Constitucional 3/93, alçado ao nível constitucional (art. 150, §7º, da CF) e há tempo respaldado pela jurisprudência do STF. Há quem sustente que o fato gerador presumido, possibilitando cobrar tributo por antecipação de um fato futuro e meramente provável, viola cláusulas pétreas - cuja modificação, por emenda, é expressamente vedada -, porquanto afronta o direito à propriedade e os princípios da segurança jurídica, da tipicidade e, por vezes, o da legalidade (FERRAGUT, p. 1184).
O Direito Tributário preocupa-se tão somente em saber sobre a relação econômica relativa a um determinado negócio jurídico, o que se nota na dicção do art. 118 do CTN: “são irrelevantes, para a ocorrência do fato gerador, a natureza do objeto dos atos praticados e os efeitos desses atos”. Trata-se da interpretação objetiva do fato gerador (que derivou da máxima latina pecunia non olet), o que possibilita serem tributados os atos nulos e os atos ilícitos (SABBAG, pp. 654/654). Tal panorama ratifica o paradigma de que a capacidade tributária passiva é plena, não comportando restrições (art. 126 do CTN). A intenção do Direito Tributário, ao instaurar a norma do art. 118 do CTN foi de dar tratamento isonômico aos detentores de capacidade contributiva e, ao mesmo tempo, evitar que a atividade criminosa se configurasse mais vantajosa, inclusive pela isenção tributária.[6: Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.]
OBS vitaminada: MPF/13°: NOS RENDIMENTOS AUFERIDOS EM ATIVIDADE ILÍCITA:[7: Resposta: “d”.]
decorrendo a validade dos atos jurídicos dos requisitos de agente capaz, objeto ilícito e forma prescrita e não defesa em lei, é inadmissível o poder tributante exigir imposto cuja obrigação tem por fato gerador situação penalmente reprovável;
não incide imposto de renda porquanto nao descrito pelo legislador ato ilícito como elemento de hipótese de incidência;
exigência tributária fica sobrestada até o pronunciamento judicial declaratório da licitude da atividade;
é exigível o imposto, posto que a ilicitude dos atos praticados não interfere na relação tributária.
OBS vitaminada: MPF/27º(Q.47): INDIQUE A OPÇÃO CERTA:
[8: Resposta: “d”.]
a) Na doação sob condição resolutiva não ocorre o fato gerador do tributo;
b) As convenções particulares, no tocante à responsabilidade pelo pagamento de tributos, desde que efetivadas por escritura pública e levadas a registro no cartório competente, podem ser opostas à Fazenda Pública, em determinadas situações;
c) A obrigação tributária principal é obrigação de fazer;
d) A solidariedade tributária não comporta o benefício da ordem.
Perguntas da oral do 26º e 27º: Qual o conceito e os tipos de Fato Gerador?
LEITURA COMPLEMENTAR: FALCÃO, Amilcar de Araújo. Fato Gerador da Obrigação Tributária. Rio de Janeiro: Forense Jurídica; ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. São Paulo: Malheiros.
PONTO 2.c. Sujeito ativo e sujeito passivo da obrigação tributária.
Obras consultadas: Coêlho, Sacha Calmon. O Direito Tributário Concursal. Forense. 2011; Sabbag, Eduardo. Manual de Direito Tributário. Saraiva, 2011; Alexandre, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. Método. 2011. Carvalho, Paulo de Barros. Curso de direito Tributário, 17ª ed. Saraiva: 2005. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (MA&VP). Manual de Direito Tributário. 7ª edição.
Legislação básica: Arts. 119 a 127 do CTN.
Obrigação tributária (OBS vitaminada): a relação jurídica de direito tributário é uma relação de direito pessoal (diferente das relações de direito real); sendo assim, trata-sede uma relação de direito obrigacional. Sendo direito pessoal, as relações jurídicas tributárias têm em seus polos pessoas. Como a relação tributária é obrigacional, temos, no polo ativo, uma pessoa chamada credor (que é o titular do direito, que exige o objeto da obrigação) e, no polo passivo, uma pessoa chamada devedor (que é o obrigado, de quem é exigido o objeto da obrigação). Assim, aquele que ocupa o polo ativo, é chamado de sujeito ativo, e o que figura como devedor é denominado sujeito passivo (MA&VP, p. 5). 
Sujeito ativo (OBS vitaminada): o art. 119 do CTN preconiza que sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento. Segundo Paulo de Barros Carvalho (p. 301), sujeito ativo é o titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária. Pode ser uma pessoa jurídica pública ou privada e, para Carvalho, também pode ser uma pessoa física. Atenção: não confundir competência tributária com capacidade tributária.
Competência tributária → o poder constitucionalmente atribuído, pela CR, à União, Estados, DF e Municípios (entes dotados de poder legislativo) de instituir tributos por meio do processo legislativo. É aptidão legislativa ou regulamentar. Capacidade tributária → aptidão para integrar a relação jurídica tributária no polo ativo (exigindo o tributo – lançar e receber: capacidade tributária ativa) ou no polo passivo (respondendo pelo tributo: capacidade tributária passiva). Relação jurídica.
OBS vitaminada: portanto, se houver a delegação, pelo ente tributante, da sua capacidade tributária ativa, a relação jurídica tributária será, então, composta por um outro sujeito ativo, que não será, necessariamente, uma pessoa jurídica de direito público, como prescreve o CTN. Mas veja, se cair no concurso “de acordo com a lei”, é melhor colocar o que está no CTN. O STJ tem se manifestado no sentido de que a delegação da capacidade tributária ativa muda o sujeito ativo do tributo (AgRg 257642).
OBS: O ente que detém competência pode coincidir ou não com o que tem capacidade.
Há autores (Coêlho, p. 73) que entendem que a disposição do art. 119 do CTN é incompleta, pois é possível que pessoas jurídicas de direito privado (SESI, SESC, etc) e até mesmo pessoas naturais (tabeliões) exerçam a capacidade ativa. Ou seja, não se restringe a pessoa jurídica de direito público. Em sentido contrário, Alexandre (p. 301) afirma o contrário no que concerne às contribuições sociais sindicais: uma breve leitura dos dispositivos legais que instituem a contribuição sindical revela que, apesar de entidades sindicais serem as destinatárias do produto da arrecadação, quem aparece como sujeito ativo da contribuição é a União, por intermédio do MTE (CLT, arts. 578 a 610).
Todavia, saliente que o STJ sumulou que – “A Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical rural.” (S. 396). A CNA é uma pessoa jurídica de direito privado. Conforme precedentes da súmula (REsp 704.506, STJ, et al), percebe-se que: o advento da lei 8847/94 extinguiu a competência da SRF para arrecadação das contribuições sindicais; b) há convênio entre esta e a CNA. Todavia, não houve manifestação expressa sobre a possibilidade de delegar a pessoas jurídicas de direito privado.
A doutrina (Sabbag, p. 678) classifica o sujeito ativo em direto (entes tributantes com competência) e indireto (detentores somente da capacidade tributária ativa).
Art. 126 do CTN → a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil da pessoal natural ou jurídica (regular constituição).
OBS vitaminada: MPF/14º: É correto afirmar: a) a capacidade tributária depende da capacidade civil; b) o pai do menor, perante o Fisco, responde como sucessor; c) a capacidade tributária independe da capacidade civil; d) que é incapaz, sob o ponto de vista tributário, o profissional que, suspenso do exercício das suas atividades, vier assim mesmo a exercê-las. (resposta “c”)
OBS vitaminada: diante da questão, pode-se cobrar também o seguinte: a capacidade tributária passiva independe de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios (CTN, art. 126, II); a capacidade tributária passiva independe de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional (CTN, art. 126, III).
Sujeito passivo (OBS vitaminada): segundo o CTN, o sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (art. 121) e o sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto (art. 122). O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I – contribuinte, quando tenha relação pessoa e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei (art. 121, pú).
 Contribuinte (sujeito passivo direito); Responsável (sujeito passivo indireto). Contribuinte → pessoa, física ou jurídica, que tenha relação de natureza econômica, pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador. Contribuinte de fato → não integra a relação econômica (Bruno: entendo que integra, sim, a relação econômica, podendo integrar ou não a relação jurídica tributária). Não tem obrigação legal de pagar o tributo. Porém lhe é transferido o ônus econômico do tributo. Contribuinte de direito → tem a obrigação legal de pagar o tributo. Responsável tributário → pessoa obrigada por lei ao pagamento do tributo, embora não tenha a condição de contribuinte (sem relação econômica pessoal e direita com o F.G.).
Substituição tributária → exclusão legal (ou atribuição em caráter supletivo) da responsabilidade do contribuinte.
ASPECTOS GERAIS DA SUJEIÇÃO PASSIVA: i) Convenções particulares, em regra, não são oponíveis à fazenda, só a lei pode excepcionar (art. 123 CTN); ii) Art. 126 do CTN: a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil da pessoal natural ou jurídica (regular constituição); iii) Em regra, o pagamento, a isenção ou remissão e a interrupção da prescrição, em favor ou contra, afeta aos demais devedores solidários.(Art. 125 do CTN).
OBS vitaminada: MPF/27º(Q.47): As convenções particulares, no tocante à responsabilidade pelo pagamento de tributos, desde que efetivadas por escritura pública e levadas a registro no cartório competente, podem ser opostas à Fazenda Pública, em determinadas situações. (FALSO!)
OBS vitaminada: Súmula 399 do STJ: Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU.
Ponto Extra Vitaminado:
Sujeição Passiva e Solidariedade: a rígida repartição de competências tributárias impede a existência de solidariedade ativa nesta relação jurídica. Contudo, é possível a solidariedade passiva, quando expressamente prevista em lei. A solidariedade pode ocorrer entre contribuintes, entre responsáveis ou entre contribuinte e responsável. Na solidariedade, não há benefício de ordem entre os sujeitos passivos. Ou seja: o valor pode ser exigido de um ou de outro, indiscriminada e integralmente. 
A partir do art. 124, é possível identificar dois tipos de solidariedade: Solidariedade de fato Ocorre quando os dois devedores têm interesse comum na situação que constitui o fato gerador da obrigação principal. Esse tipo de solidariedade tem previsão no CTN. Ex: dois proprietários de um mesmo bem, já que ambos realizam o fato gerador do IPTU e devem a integralidade do tributo, ainda que possuam quotas distintas e discrepantes. Solidariedade de direito Verifica-se nos casos em que a lei impõe a solidariedade. Não tem previsão no CTN, mas em leis tributárias específicas. Ex: importação de bens: a transportadora é responsável solidária pela importação do produto (II, ICMS e IPI), embora não realize o fato gerador; a arrecadação das contribuições para aseguridade social é de responsabilidade solidária do proprietário, incorporador, dono da obra, condômino com o construtor, e este com a subempreiteira (art. 30 d alei 9.529/97).[9: Cuidado com as pegadinhas em concurso. Embora o art. 124, I traga uma cláusula aberta, existe solidariedade. Geralmente, a idéia da solidariedade está ligada a uma previsão legal estrita e rígida (afinal, solidariedade não se presume). No CTN, contudo, basta a existência de interesse comum na situação que constitui fato gerador da obrigação principal.]
Os efeitos da solidariedade estão previstos nos arts. 124, p. ún. e 125 do CTN: 1) ausência do benefício de ordem Esse é o efeito principal da solidariedade. Significa que a Administração pode escolher livremente de quem vai cobrar o tributo. Significa que não há uma ordem preestabelecida de cobrança. 2) o que acontece a um dos devedores, em regra, se aplica aos demais: i) o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; ii) A isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, SALVO se outorgada PESSOALMENTE a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; iii) a interrupção da prescrição, em favor/contra um dos obrigados, favorece/lesa os demais.
OBS vitaminada: MPF/27º(Q.47): A solidariedade tributária não comporta o benefício da ordem.
Sujeição Passiva e Domicílio legal: o domicílio do sujeito passivo determina qual autoridade administrativa terá atribuição para cobrar-lhe tributo e em que ponto do território da entidade tributante tal sujeito deve ser procurado. Em regra, o sujeito passivo irá eleger seu domicílio (nesse caso, o STJ entende ser nula a notificação encaminhada a endereço diferente do indicado pelo sujeito passivo, por violar sua ampla defesa). A administração pode rejeitar o domicílio de eleição do sujeito, motivadamente, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo. Se o fizer, será aplicado o domicílio do lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. Se o sujeito não eleger um domicílio, deve ser aplicado um dos previstos no art. 127 ou, não sendo possível, novamente “o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação”.
Domicílios previsto no art. 127: i) das pessoas naturais: a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; ii) das pessoas jurídicas de direito privado ou das firmas individuais: o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; iii) das pessoas jurídicas de direito publico: qualquer de suas repartições no território da entidade tributante.
Obs: Apesar da liberdade conferida pelo legislador ao sujeito passivo na escolha do domicílio tributário, tem-se admitido a edição de leis restritiva de tal direito em relação a alguns tributos. ex: A lei 9.393/96 impôs como domicílio do contribuinte do ITR o Município de localização do imóvel, vedando a eleição de qualquer outro.
PONTO 3.a: Receitas Públicas: conceito e classificação.
Obras consultadas: Piscitelli, Tathiane. Direito Financeiro Esquematizado. Método. 2011; Pascoal, Valdecir. Direito Financeiro e Controle Externo. Campus. 6 ed. 2008; Aliomar Baleeiro.
Legislação básica: LC 101/00 – Especialmente arts. 11 a 14; Lei 4320/64 – Especialmente arts. 9º a 11.
1. Noções Gerais: Classicamente, tem por fim possibilitar ao Estado proceder à cobertura de despesas públicas. Modernamente, também serve para intervenção na economia (ex. gerar politicas expansionistas ou depressoras da economia).
2. Conceito: 1º) conceito de receita pública na doutrina: (BALEEIRO, 126): é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescentar o seu vulto, como elemento novo. (entrada definitiva). Ingresso provisório se chama entrada provisória. (Ex: caução do licitante, empréstimo compulsório). 2º) conceito de receita pública da L. 4.320/64: (essa lei não adota a distinção doutrinária já mencionada). Adota um conceito “latu”: qualquer entrada de dinheiro no cofre público.
Nos termos dessa lei → os EMPRÉSTIMOS PÚBLICOS, apesar de terem natureza tributária, sua receita é classificada como “receita de capital”.
OBS vitaminada: MPF/26º: Consoante a lei 4320/64, que estabelece normas gerais de direito financeiro, receita pública é aquela decorrente da entrada de recursos financeiros ao tesouro da pessoa política, a qualquer título, em caráter transitório ou definitivo, aumentando o patrimônio público ou não.
Essa questão traz o conceito de receita pública em sentido amplo, que, conforme a doutrina majoritária, se refere a ingresso público. Ou seja, segundo a lei, qualquer entrada de recursos, seja transitória ou definitiva, é considerada receita pública.
3. Classificação: Diversas são as classificações das receitas públicas. As principais são:
Quanto à periodicidade
- Ordinária: Fontes permanentes. Ex: tributos em geral
- Extraordinária. Fontes eventuais. Ex: doações, IEG, EC
Quanto ao modo de atuação do Estado[10: Piscitelli (p. 81) faz ainda a subdivisão desta classificação em receitas transferidas – que seriam aquelas decorrentes de transferência de um ente para outro. Tais receitas podem ser constitucionais ou legais; podem ser de transferência obrigatória ou de transferência voluntária. Ex: art. 157 a 162 da CR.]
- Originária (sem poder soberano – relação de coordenação). Ex: contatos, herança vacante, exploração do próprio patrimônio, preços públicos, etc.
- Derivadas (com poder soberano – subordinação). Proveniente do patrimônio dos particulares. Ex. tributos, multas.
Quanto ao motivo (art. 11, Lei 4320/64)
- Correntes (decorrem de atividades próprias do Estado). Ex: tributação, cobrança de preços públicos, transferências, etc..
- Capital (decorre de operações para captação externa de recursos). Ex: endividamento.
Quanto à natureza:
- Orçamentária (decorre de Lei Orçamentária). Art. 11 da Lei 4320/61.
- Extra-orçamentária (não integram o orçamento público). Art. 3º da Lei 4320/61.
OBS vitaminada: A receita não é classificada como orçamentária simplesmente por estar no orçamento, pois há receita orçamentária que não está prevista no orçamento. O que a diferencia é o fato de pertencer ao Estado, não devendo ser devolvida. Toda receita prevista na LOA é orçamentária, mas nem toda receita orçamentária estará prevista na LOA. Ex: o tributo criado após a elaboração do orçamento não estará na LOA, mas serão ingressos orçamentários (não aplica o princípio da anualidade no direito tributário, mas apenas no financeiro). A receita não-orçamentária são recursos financeiros de caráter temporário, que não se incorporam ao patrimônio público e não estão previstas na LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis. Assim, as restituições de receita extraorçamentária não dependem de autorização legislativa. Ou seja, são recursos arrecadados pelo Estado que, embora aumentem a disponibilidade, não pertencem a ele, devendo ser devolvidos posteriormente. Portanto, orçamentária: pertence ao Estado, não devendo ser devolvida; extraorçamentária: não pertence ao Estado, devendo ser devolvida.
Classificação de Aliomar Baleeiro: Receitas em movimentos de caixa ou de fundos e em receitas originárias e derivadas.
Classificação da L. 4.320/64 (POR CATEGORIA ECONÔMICA): baseada em critérios puramente econômicos →art. 11. E sua especificação no §4º do mesmo artigo.
Obs 1: natureza jurídica da compensação financeira prevista no art. 20, § 1º da CF/88*: receita corrente, sem natureza tributária (STF, AI 453025), receita constitucional originária.
OBS vitaminada: MPF/27º: A compensação financeira de que trata o § 1º do artigo 20 da CF classifica-se doutrinariamente como: a) tributo; b) receita corrente; c) receita originária; d) não há consenso doutrinário quanto ao seu conceito. (gabarito preliminar: “d”,mas a questão foi anulada!) <=> MPF/21º: A compensação financeira de que trata o § 1º do artigo 20 da CF classifica-se como: a) receita corrente; b) imposto; c) receita pública derivada; d) outras receitas de capital. (resposta “a”)
* § 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
Veja-se que, no 27º, o examinador queria saber sobre a classificação doutrinária (obs: essa questão foi anulada). Já no 21º, ele queria saber a classificação legal. Trata-se dos royalties do petróleo, minerais, gás natural, energia etc. Royalties são compensações financeiras devidas à União, em razão da exploração de recursos minerais. Originariamente, os royalties são devidos à União. Por determinação constitucional, a União deve dividir aquilo que recebeu a este título com os Estados e municípios (art. 20, § 1º da CF/88), por meio de transferências. Segundo o STF, ainda que, a princípio, os royalties sejam da União, eles são receitas originárias, ainda que sob prisma dos Estados e municípios (que os recebem via repasse). Vale dizer, ainda que os Estados e municípios recebam royalties por transferência da União, eles também configuram receita originária própria desses entes federativos.
Dívida ativa tributária e não-tributária – é receita corrente (art. 39, L. 4.320/64 - classificadas como “outras receitas correntes”, mesmo que decorrente de tributo).
4. Estágios e regime contábil da receita. Estágios da receita: 1º - previsão; 2º - lançamento; 3º - arrecadação; 4º - recolhimento. Regime contábil da receita: regime de caixa (art. 35 – pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas). Exceção: pelo art. 38 da L. 4320/64, a baixa ou o cancelamento dos restos a pagar deverá ser contabilizada como receita orçamentária, escriturada como receita do próprio exercício.
Obs 2: O Superávit do Orçamento Corrente, art. 11, § 3º, da Lei 4.320/64 é considerado receita de capital, mas não é considerado receita orçamentária.
5. A receita pública e a lei de responsabilidade fiscal:
a) Obrigatoriedade de instituição (previsão e efetiva arrecadação) pelos entes públicos de todos os tributos de sua competência. Sem instituição de todos os IMPOSTOS → não recebimento de transferências voluntárias (não alcança as transferências voluntárias destinadas à saúde, educação e assistência social – art. 25, §2º da LRF); Essa regra é inútil em face da União, uma vez que ela não recebe transferências voluntárias (“ente maior”). Saliente-se que não há cumprimento por parte da União no que concerne ao IGF.
b) previsões de receitas elaboradas com critérios técnicos (variações inflacionárias, expectativa de crescimentos, evolução nos últimos 3 anos, etc). O art. 12, § 3º, da LC 101/00 recebeu intepretação conforme pelo STF (ADI 2238-5), ante a previsão do art. 167, III, CR. A partir disso, o dispositivo deve ser interpretado como válido, admitindo-se, todavia, as operações de crédito que superem as despesas de capital em caso de aprovação, por maioria absoluta do Poder Legislativo de despesas específicas. Art. 167. São vedados: III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
c) Renúncias de Receitas – a Administração está autorizada a conceder renúncias e, assim, provocar, deliberadamente, a redução de receitas. Contudo, essa possibilidade está limitada ao cumprimento das condições previstas no próprio artigo 14 da LRF (Piscitelli, p. 88) (o rol do art. 14, § 1º da LRF é exemplificativo) acompanhadas de MECANISMOS DE COMPENSAÇÃO (ampliação de receita tributária)*. Os mecanismos de compensação do Art. 14, II, foi objeto de ADI (STF, ADI 2238), na qual o dispositivo foi considerado constitucional. Não se aplica para alteração de alíquota dos seguintes impostos: II, IE, IPI e IOF (art. 14, § 3º, I da LRF). A isenção geral não caracteriza renúncia de receita (art. 14, §1º da LRF).[11: Condições: o ato deve a) estar acompanhado de uma estimativa de impacto orçamentário-financeiro da perda da receita, no exercício que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; b) atender ao disposto da LDO e, ademais a pelo menos uma de duas condições: i) o proponente deve demonstrar que houve a consideração da renúncia na estimativa de receita presente na LOA e que a renúncia não afetará as metas de resultados fiscais previstas na LDO; ii) deverá estar acompanhada de medidas de compensação, também pelo período de três anos, as quais deverão se operar pelo aumento de receita decorrente do aumento da carga tributária.]
OBS vitaminada: Muita atenção: nem sempre será necessária a existência de uma medida de compensação para que seja efetivada uma renúncia de receita. Caso o chefe do Executivo demonstre que a renúncia foi considerada na estimativa da receita e que ela não afetará as metas dos resultados fiscais, não será necessária uma medida de compensação. Só será necessária uma medida compensatória se o chefe do Executivo não observar o inciso I do art. 14 da LRF. Vale ressaltar que a lei que concede alguma forma de renúncia de receita ou prevê a medida compensatória não precisa observar os princípios da anterioridade de exercício e anterioridade nonagesimal. 
Receita Corrente Líquida - parâmetro para os limites de pessoal e endividamento.
Repartição das Receitas Tributárias (arts.157 a 162 da CF/88): → Fim: assegurar a autonomia política e financeira dos entes federativos. → A regulamentação da repartição depende de LC (art. 161 da CR) e há obrigatoriedade de cálculos das cotas dos fundos de participação pelo TCU (art. 161, par. único); → Regra: vedação de condicionamentos, restrições ou retenções (art. 160 e §); → Tributos que não sofrem repartições: a) taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais e parafiscais (exceção: CIDE-combustíveis: art. 159, III), b) impostos municipais, c) impostos instituídos e arrecadados pelo DF, d) ITCMD, e) II, IE, IGF e IEGuerra.
Modalidades de participação (Harada): i) participação direta dos Estados, DF e Municípios no da União → PERTENCEM (incorporam-se desde logo: art. 157, I e 158, I); ii) participação direta no produto de impostos de receita partilhada (arts. 157, II, 158, II, III, IV e 159, III). Tais tributos já PERTENCEM a eles e o ente “maior” deve DEVOLVER ao menor. A titularidade é de mais de um participante. Vide: RE 572.762; c) participação (indireta) em fundos (art. 159). Diferente das demais modalidades (“pertencem aos...”) na participação em fundos (FPE, FPM e FNE, FNO, FCO, FPEX – compensação pela exportação e produtos industrializados) o ente político beneficiado tem uma expectativa de receber o quantum segundo os critérios ali estabelecidos (“a União entregará...”).
- Conforme o art. 6º, § 1º da L. 4320/64, “as cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada e, como receita, no orçamento da que as deva receber”.
Ponto Extra Vitaminado:
Outras questões de concursos anteriores:
MPF/26º: Consoante a lei 4320/64, que estabelece normas gerais de direito financeiro, receita pública é aquela oriunda do poder de império do Estado. (FALSO!)
A receita pública não é oriunda apenas do poder de império estatal. Prova disso são as receitas originárias, que são aquelas receitas cuja produção está no patrimônio do Estado, de forma que sua relação se assemelha à relação jurídica privada. As oriundas do poder de império são as receitas derivadas e, as demais, são as receitas originárias.
MPF/26º: Consoantea lei 4320/64, que estabelece normas gerais de direito financeiro, receita pública é aquela proveniente tão somente da alienação de bens, operações de crédito e amortização de empréstimos, envolvendo os recursos recebidos de pessoas de direito público ou privado, destinados ao atendimento de despesas de capital. (FALSO!)
Essas hipóteses elencadas na alternativa se referem apenas às diversas espécies de receitas de capital, elencadas no art. 11 da lei 4320/64. Atente-se que as receitas de capital são aquelas advindas de uma operação em que haja aumento do patrimônio do Estado. Além das receitas de capital, a receita pública é constituída pelas receitas correntes, que representam, inclusive, a parcela mais significativa da receita.
MPF/26º: Consoante a lei 4320/64, que estabelece normas gerais de direito financeiro, receita pública é aquela derivada exclusivamente das chamadas receitas de capital. (FALSO!)
Como dito acima, a receita pública é constituída pelas receitas correntes e pelas receitas de capital
MPF/25º: A verba repassada ao município, a título de fundo de participação dos municípios, caracteriza-se como: a) receita corrente; b) receita de capital; c) receita originária; d) participação no produto de impostos de receita partilhada. (resposta: “a”)
Os recursos advindo do FPM, são espécie de receitas correntes, na modalidade de transferência corrente. Quanto à alternativa “d”, de fato, a verba repassada a título de FPM se afigura como participação indireta no produto de impostos de receita partilhada, uma vez que o FPM é formado de percentuais do IR e do IPI. No entanto, não há essa classificação orçamentária a justificar o acerto da assertiva.
Receita corrente: são decorrentes de atividade próprias do Estado. Não acrescenta ao patrimônio público. São arrecadadas e logo convertidas em bens ou serviços, de modo que apenas mantém a máquina pública, sem acrescentar-lhe qualquer ativo. Desdobra-se em: a) receita tributária: aquela proveniente da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria; b) receita de contribuições: incluem as chamadas contribuições sociais; c) receita patrimonial: é a receita resultante da exploração do patrimônio do Estado, como se dá com o recebimento de alugueis, laudêmios etc. d) receita agropecuária: receita advinda da exploração agropecuária de origem animal ou vegetal; e) receita industrial: resultado financeiro das atividades industriais do Estado; f) receita de serviços: remuneração da prestação de serviços ofertados e g) transferências correntes: recursos recebidos de outras pessoas jurídicas, independente de contraprestação em bens ou serviços, destinados a atender às despesas correntes.
Receita de capital: são decorrentes de operações para captação externa de recursos (ou seja, fora das atividades próprias do Estado). É aquela destinada a produzir outra riqueza, que é advinda de uma operação em que patrimônio gera patrimônio, ou seja, em que haja aumento do patrimônio do Estado. Desdobra-se em: a) operações de crédito: recursos obtidos quando o Estado é tomador de recursos; b) alienação de bens: recursos provenientes da venda de bens públicos; c) amortização de empréstimos: recursos que o Estado obtém quando age como cedente de recursos e d) transferências de capital: quando o Estado recebe algum recurso para realizar investimento, esse recurso é tido como uma transferência de capital (como na celebração de convênio).
	RECEITAS CORRENTES: decorrentes de atividade próprias do Estado
RECEITA TRIBUTÁRIA
Impostos
Taxas
Contribuições de Melhoria
RECEITA DE CONTRIBUIÇOES
RECEITA PATRIMONIAL
RECEITA AGROPECUÁRIA
RECEITA INDUSTRIAL
RECEITA DE SERVIÇOS
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
OUTRAS RECEITAS CORRENTES
	RECEITAS DE CAPITAL: decorrentes de operações para captação externa de recursos
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
ALIENAÇÃO DE BENS
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
MPF/25º (questão subjetiva): A prestação pecuniária cobrada pela municipalidade em ecorrência da remoção de lixo domiciliar submete-se a que regime jurídico? Justificar (máximo de 15 linhas). E afirmar se a receita proveniente da realização desses serviços denomina-se originária, derivada ou de capital.
	Resposta: A prestação pecuniária cobrada pelo município em virtude do recolhimento de lixo domiciliar observa o regime jurídico tributário da taxa. Isso porque se trata de serviço público específico e divisível prestado ou posto à disposição do contribuinte, nos termos do art. 145, II, da CF/88, e amparado pela Súmula Vinculante nº 19 do STF. A classificação financeira desta receita é corrente tributária, na qualificação dada pelo art. 11, §4º, da Lei 4.320/64. Por sua vez, a doutrina qualifica esta receita como derivada, haja vista sua exigibilidade decorrer do poder soberano estatal. Ou seja, é uma receita que advém do patrimônio do particular, que paga o tributo, em virtude do poder coercitivo que o Estado exerce ao instituir e exeigir a exação.[12: Resposta tirada do livro “Questões Discursivas do Concurso de Procurador da República 18º ao 25º concurso respondidas e comentadas”. 2ª edição. Ed. Juspodivm.]
MPF/22º: Os fundos de participação de estados e municípios denominam-se transferências correntes.
MPF/22º: Preço público constitui receita do Estado e tem natureza contratual.
Preços públicos: Receita obtida com a contraprestação pela prestação de serviços públicos por concessionários, serviços comerciais e de venda de produtos industriais ou agropecuários Ex.: água, esgoto, luz, telefonia. Essas tarifas possuem natureza contratual e consistem em receita pública originária. Para a maioria da doutrina e STF, preço público e tarifa são conceitos sinônimos.
MPF/21º: A permissão da vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos para prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, prevista no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º, do art. 167, ambos da CF, limita-se a assegurar a inserção na lei de meios de despesa necessária ao pagamento da dívida pública, enquanto durar a obrigação dela resultante.
MPF/18º: É certo dizer que as receitas originárias derivadas da União são partilhadas, segundo percentuais disciplinados na CF, entre os Estados-membros, o DF e os Municípios.
MPF/18º: É certo dizer que o produto das receitas derivadas não se reparte.
MPF/18º: É certo dizer que não é vedada a vinculação de receita derivada, em regra.
MPF/18º: É certo dizer que a falta de previsão orçamentária municipal não constitui óbice à cobrança do imposto transferido aos Municípios por Emenda Constitucional.
Ponto 3.b. Contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas.
Principais obras consultadas: Resumão do 26º CPR; PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário Completo. 4ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012; SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
Legislação básica: Art. 149, 177, CF.
Contribuição é uma espécie de tributo cuja receita tem destino específico. O art. 149 da CF prevê três espécies de contribuição de competência exclusiva da União: as sociais, as de intervenção no domínio econômico e as de interesse de categoria econômica. Por outro lado, aos Estados, DF e Municípios compete criar as contribuições previdenciárias de seus servidores (art. 149, §1º, CF). Aos Municípios e ao DF compete a criação da COSIP (art. 149-A, CF).
OBS vitaminada: MPF/26º: Pode ser instituída, por unidade da Federação, contribuição de seus servidores, de modo compulsório, para custeio de serviços assistenciais à saúde porquanto se insere na exceção prevista no art. 149, §1º, da CF. (FALSO!) Resposta: Os Estados-membros podem instituir apenas contribuição que tenha por finalidade o custeio do regime de previdência de seus servidores. A expressão “regime previdenciário”, do art. 149, §1º, da CF, não abrange a prestação de serviços médicos, hospitalares, odontológicos e farmacêuticos

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