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QUESTIONARIO 2. BIMESTRE

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QUESTIONÁRIO DIREITOS REAIS - 2º BIMESTRE - 2016/2�
Discorra sobre o direito real de propriedade:
Pode ser definida como um direito subjetivo complexo, constitucional, de natureza real, que possibilita ao proprietário, titular deste direito, exercer, de conformidade com os valores sociais constitucionais, as faculdades jurídicas de uso, gozo, disposição e reivindicação, faculdades estas condicionadas por deveres sociais, positivos e negativos, que devem ser concretizados pelo proprietário, a fim de garantir que este direito ostente a necessária função social, que o conforma e legitima.
Discorra sobre a função social da propriedade rural e urbana previstas na Constituição Federal:
A função social da propriedade urbana, prevista na Constituição, encontra-se no artigo art. 182, § 2º :
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Tal plano direito é obrigatório em cidades com mais de 20 mil habitantes e é o instrumento básico de política de desenvolvimento e de expansão urbana. 
Da propriedade rural:
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Discorra sobre as faculdades do proprietário:
a) Direito de usar (ius utendi): o titular do direito pode usar a propriedade, mediante a submissão direta e imediata da coisa ao seu poder. Para exercer o poder de fato, ou o domínio, o proprietário não necessita de um intermediário. O acesso a coisa é direta e imediata. Decorre da relação de senhorio entre o proprietário e a coisa. A faculdade de uso implica na efetiva colocação da coisa a serviço do titular ou na mera disponibilidade de uso a qualquer momento, de acordo com os interesses e a necessidade do titular do direito de propriedade. Por isso, o uso pode ser imediato, direto e efetivo, ou mediato, indireto e potencial. 
b) Gozar (ou fruir): (ius fruendi) consiste no direito do proprietário de gozar e fruir; relaciona-se à percepção dos frutos naturais, industriais ou civis (frutos: retirados da coisa sem a alteração da substancia do bem principal e são periódicos) que advém da coisa. A fruição permite a exploração econômica da coisa, mediante a retirada e percepção não só dos frutos, como dos produtos (advêm da coisa e sua extração altera a substancia da coisa por não haver renovação: ex: mineral,) como, por exemplo, alugar o imóvel e receber os frutos civis ou fazer a colheita dos frutos de uma plantação. Corporificam a regra geral de que os bens acessórios seguem a sorte do principal.
c) Dispor (ius abutendi): permite a disposição jurídica, como são os casos da alienação e doação, por exemplo, e, também, a disposição material que consiste na possibilidade de destruir a coisa e até abandoná-la. 
Inclui poderes de alterar a substancia da coisa, contemplando poderes de fato e poderes jurídicos. 
Tal faculdade é a mais ampla relacionada à propriedade. É o poder mais abrangente, pois quem pode dispor da coisa dela também pode usar a gozar. Tal faculdade caracteriza-se efetivamente o direito de propriedade, pois o poder de usar e gozar podem ser atribuídos a quem não seja proprietário. O poder de dispor somente o proprietário possui. 
d) Reaver (rei vindicatio): no caso de violação do dever geral de abstenção imposto pela ordem jurídica a todos os membros da coletividade em relação ao direito de propriedade, este poderá ser manejar pedido reivindicatório para a pronta recuperação da coisa. Tal direito será exercido por meio de ação petitória, fundada no direito de propriedade.
Discorra sobre os principais atributos da propriedade:
Exclusividade: Refere-se forma de qualificação do domínio. O atributo da exclusividade do direito de propriedade está expresso no art. 1.231, segundo o qual a propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário. O proprietário pode afastar da coisa qualquer que queira utilizar-se da coisa indevidamente. O proprietário pode excluir terceiros da atuação sobre a coisa mediante a ação reivindicatória. Propriedade plena corresponde ao domínio consolidado em seu titular. A exclusividade diz respeito ao direito de exclusão de terceiros. 
b) Perpetuidade: 
- Concepção clássica: não há perda do direito pelo não uso prolongado da coisa; não se extingue pelo não uso.
- Concepção moderna: a propriedade é poder (faculdades) e dever (função social). O não uso associado à ausência de função social poderá afetar o direito de propriedade e até levar a sua extinção (Ex: desapropriação judicial, usucapião).
Ademais, a propriedade poderá em sua origem ser qualificada como temporária. 
E ainda, a propriedade pode perder a qualificação de perpetua já em sua origem, quando é resolúvel ou revogável (art 1359 CC). Mediante cláusula expressa, constante no próprio titulo constitutivo, a duração do direito de propriedade será subordinado a evento futuro, seja ele o inadimplemento de condição resolutiva ou advento de termo.
Nos termos do art. 1359 o direito de propriedade pode vir a ser resolvido pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, ocasião em que, da mesma maneira, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de que a possui ou detenha. 
Na propriedade resolúvel a própria norma jurídica, excepcionalmente admite certas situações, em que a propriedade da coisa se torne temporária, subordinada a uma condição resolutiva. No próprio titulo consta a causa extintiva. Art. 1359 CC. 
- Condição: evento futuro e incerto: revogação da doação;
- Termo: evento futuro e certo. Retrovenda: no contrato de compra e venda há previsão do direito do vendedor de recobrar a coisa no prazo máximo de 3 anos. Alienação fiduciária: quando o credor fiduciário adquire a propriedade resolúvel e a posse indireta de bem móvel (excepcionalmente de bem imóvel) em garantia de financiamento efetuado pelo devedor alienante – que se mantém na posse direta da coisa -, resolvendo o direito do credor fiduciário com o posterior adimplemento da dívida garantida. 
Discorra sobre o registro como forma de aquisição da propriedade imóvel:
O Direito Brasileiro perfilhou o caminho do meio – ou seja, o sistema romano – ao adotar a teoria do titulo e do modo em matéria de aquisição da propriedade. Sem registro, não se adquire, inter vivos, a propriedade de bem imóvel (art 1245). Não basta o titulo para gerar efeito translativo (escritura pública, instrumento particular, carta de sentença e formal de partilha), pois determinante é o modo aquisitivo, ou seja, o registro. 
- Em nosso sistema, o titulo simplesmente serve de causa à futura aquisição de propriedade, pois nosso ordenamento jurídico, não reconhece força translativa aos contratos. É fundamental a intervenção estatal, realizada pelo oficial do Cartório Imobiliário. O modo de aquisição é o fato jurídico que vincula o direito de propriedade ao adquirente do titulo. O registro exerce dupla eficácia: constitui e publica o direito real.
Discorra sobre os atributos do registro:
a) Constitutividade: é o registro que constitui, cria ou faz nascer o direito real de propriedade. Antes do registro do título, só há direito obrigacional, motivo pelo qual, não efetivado o registro, o alienante continuará a ser considerado o dono da coisa (art. 1.245, § 1º CC). O titulo se prende ao plano de validade e o registro ao plano da eficácia. 
b) Força probante: o registro serve como prova da propriedade, ainda que não seja absoluta. Produz todos osefeitos, enquanto não for cancelado. 
c) Continuidade: é um dos mais emblemáticos princípios relacionados ao registrador, porque impõe a necessária conexão e vinculação entre o alienante e o sujeito que figura no registro como titular do direito de propriedade. Se não estiver matriculado em nome do alienante/outorgante (aquele que transfere, vende), o oficial exigirá a previa matricula e o registro do titulo anterior, qq que seja sua natureza, para manter a continuidade. 
d) Publicidade: uma das principais funções do registro é conferir publicidade, por isso, os atos de registro são de amplo acesso publico e produzem efeitos erga omnes. 
e) Legalidade: impõe ao registrador a obrigação de proceder a uma minuciosa e cautelosa análise sobre a legalidade do titulo, a documentação apresentada e, se for o caso, fazer todas as exigências que entender pertinentes como condições para o registro. 
f) Veracidade/especialidade: se o registro não exprimir a verdade, poderá o interessado pleitear que se retifique ou anule. A possibilidade de corrigir imperfeições no registro e até anulá-la é objeto de disciplina na lei de registros públicos. O registro deve conter a descrição minuciosa e precisa do imóvel, em conformidade com o título apresentado.
Discorra sobre usucapião:
A usucapião é modo originário de aquisição da propriedade, imobiliária ou mobiliaria, bem como de outros direitos reais, como a servidão, o usufruto e o direito real de superfície, dentre outros. Tal instituto é fundamentado em uma posse qualificada, denominada posse ad usucapionem (posse com animus domini, mansa, pacífica e ininterrupta). O exercício do poder de fato sobre a coisa passível de ser usucapida, com a intenção de dono, sem oposição e sem interrupção, na forma e nos prazos exigidos pela lei para determinado tipo de usucapião, converte esse poder de fato em direito subjetivo de propriedade (poder de direito).
Quais os pressupostos da usucapião?
São 3 os requisitos essenciais de qualquer modalidade de usucapião em nosso ordenamento jurídico: 
Tempo: é necessário certo lapso temporal para cada tipo de usucapião. 
Posse: meros detentores não podem usucapir. 
- Mansa, pacífica e contínua: mansidão, pacificidade e continuidade indicam exercício ininterrupto e sem oposição da posse. 
 A pacificidade cessa apenas no instante em que há oposição judicial por parte de quem pretende retomá-la; 
- Breves interrupções: a posse mansa e pacifica não é quebrada por breves interrupções. Por isso, a oposição judicial deve ser séria e idônea para “quebrar” a mansidão e pacificidade da posse. O possuidor deve ser despojado de maneira inequívoca e sem possibilidade de recuperação da coisa. Ademais, não se deve confundir inconformidade com oposição. 
Animus domini: elementos que demonstram o animus domini: quem cuida do terreno, cercando-a, plantando-o e mantendo relações amistosas com vizinhos. Exceção aplicada no nosso ordenamento jurídico, pois em regra, CC adota a teoria objetiva de Ihering, em que para que haja posse, dispensa-se o elemento animus domini. Neste caso, na usucapião, necessário se faz o elemento anímico animus domini. 
Questões 9 a 14: Vide quadro desenvolvido em sala de aula.
Discorra sobre a usucapião extraordinária:
Discorra sobre a usucapião ordinária:
Discorra sobre a usucapião urbana:
Discorra sobre a usucapião rural:
Discorra sobre a usucapião familiar:
Discorra sobre a usucapião urbana coletiva:
Discorra sobre as modalidades de usucapião de bens móveis:
Os arts. 1.260 a 1.262 do CC disciplinam a usucapião de bens móveis. Os mesmo pressupostos e requisitos subjetivos ou pessoais (capacidade e legitimidade), reais (objeto a ser usucapido) e formais gerais (posse mansa, pacifica, ininterrupta e com ânimo de dono), exigidos para aquisição da propriedade imobiliária, também devem estar presentes na propriedade mobiliária.
Há duas espécies: extraordinária e ordinária.
O art. 1.260 do CC disciplina a usucapião ordinária de bens móveis, ao passo que o art. 1.261 regula a usucapião extraordinária.
Em relação a usucapião ordinária de bens móveis, para adquirir a propriedade, será essencial que alguém de forma mansa, pacífica, ininterrupta e com ânimo de dono, possua coisa móvel como sua, durante 3 (três) anos, com justo título e boa-fé.
No que tange a usucapião extraordinária de bens móveis a aquisição da propriedade dependerá apenas de posse mansa, pacífica, ininterrupta e com ânimo de dono, pelo prazo de 5 (cinco) anos. Nesse caso, a propriedade da coisa móvel se adquire independente de justo título e boa-fé. 
Discorra sobre o direito de vizinhança:
Os direitos de vizinhança decorrem da lei e o fundamento é a necessidade de uma coexistência pacifica entre vizinhos. Portanto, os direitos de vizinhança são espécies do gênero limitações da propriedade. As restrições de vizinhança são recíprocas, pois todos são, simultaneamente, dominantes e servientes. Os direitos de vizinhança são criados por lei e busca a pacificação social e a convivência amistosa entre vizinhos. Assim, os direitos de vizinhança constituem limitações impostas pela lei para boa convivência social e para que seja possível uma coexistência pacifica entre vizinhos. 
O principio que norteia as regras entre vizinhos é a conciliação dos interesses, fato que implica, em algumas ocasiões, o sacrifício de uma propriedade individual em prol da harmonia e do interesse social.
Os direitos de vizinhança são obrigações propter rem; vinculam-se ao prédio, assumindo-os quem quer que esteja em sua posse. A principal característica de tais obrigações é o fato da determinação indireta dos sujeitos, ou seja, a restrição acompanha a propriedade, ainda que haja mutação da titularidade, sendo suficiente que o imóvel permaneça violando o dever jurídico da norma. 
Uso anormal é aquele que prejudica a segurança, o sossego e/ou a saúde. A segurança diz respeito a tudo aquilo que venha a prejudicar fisicamente o prédio e seus moradores; No tocante ao sossego é o direito de afastar ruídos e agentes diversos sensitivos, o direito a tranqüilidade. E, a saúde, tudo que for prejudicial às funções biológicas. 
A responsabilidade civil do causador do dano é objetiva.
No caso em que o uso anormal que for justificado socialmente e não houver possibilidade de redução a limites razoáveis de tolerância, em atendimento à função social e interesse público, o interesse privado será sacrificado mediante indenização. 
Os limites razoáveis são determinados mediante análise do caso concreto.
Discorra sobre condomínio:
O condomínio implica no exercício do direito dominial por mais de um dono, simultaneamente, cabendo a cada um deles igual direito, idealmente, sobre o todo e cada uma de suas partes. 
O poder jurídico é atribuído a cada condômino sobre a integralidade do bem. Cada condômino tem uma cota ou fração ideal da coisa e não uma parcela material desta, razão pela qual todos os condôminos ostentam direitos subjetivos sobre a totalidade do bem. 
“Dá-se condomínio quando a mesma coisa pertence a mais de uma pessoa, cabendo a cada uma delas igual direito, idealmente, sobre o todo e cada uma de suas partes” (Instituições de Direito Civil: Direitos Reais, vol. IV, p. 175).
Os arts. 1.314 a 1.326 do CC disciplinam o condomínio voluntário (ou convencional).
Os arts. 1.327 a 1.330 regulam o condomínio necessário (ou legal).
Os arts. 1.331 a 1.358 normatizam o condomínio edilício ou em edificações.
O condomínio voluntário (ou convencional) decorre de um negócio jurídico, pode derivar de um contrato ou de testamento. Voluntário é aquele que nasce do contrato pelo qual duas ou mais pessoas adquirem ou colocam uma coisa em comum para dela usar ou fruir. O condomínio voluntário também pode se originar de ato causa mortis. Isso ocorrerá quando o testador, em ato de última vontade, contemplar vários herdeiros como mesmo bem, sem discriminar, de forma objetiva, qual é a parcela materialde cada um deles sobre a coisa. 
O condomínio legal (ou necessário), que é imposto pela lei. É também denominado “condomínio forçado”. É aquele que vincula a situação jurídica, como os muros divisórios (muro, parece, cerca, vala, etc), por exemplo. Todos os muros divisórios partem de uma presunção relativa de condomínio, razão pela qual toda e qualquer despesa será dividida. Se um dos condôminos quiser realizar gasto suntuoso, é necessária autorização judicial, pois o que se divide são as despesas ordinárias. O direito de extremar é aquele que o condômino possui de provar que o muro foi feito dentro da sua propriedade, e não no limite, razão pela qual não há condomínio. No condomínio legal, é inevitável a constituição do estado de indivisão sobre determinado bem. 
O condomínio edilício tem por objeto as edificações de um ou mais pavimentos, construído sob a forma de unidades isoladas entre si, destinadas a fim residenciais ou não residenciais, sendo que entre as últimas se incluem as destinadas a escritórios, garagens, mercados, shopping centers e, por extensão, vilas residenciais, loteamentos fechados e até cemitérios particulares com jazigos individuais ou coletivos.
A expressão condomínio edilício é um neologismo, como condomínio que resulta da edificação, matéria que não poderia ter sido versada pelo Código Civil de 1916, eis que no início do século XX não se cogitava, no Brasil, de prédios de apartamento ou comerciais. Na doutrina podemos perceber a preferência pela utilização da expressão propriedade horizontal, pois há uma propriedade horizontalmente fracionada.
O condomínio edilício é um direito real que advém da combinação de outros dois direitos reais: a propriedade individual sobre as unidades autônomas (salas, lojas, apartamentos) e a copropriedade sobre as partes comuns (terreno, telhado, corredores, fachada). Isto é, há uma verdadeira fusão entre propriedade particular e a propriedade comum, sendo impossível separar juridicamente esse complexo incindível. A fusão da unidade autônoma com as partes comuns provoca a constituição de uma disciplina jurídica especial que demanda estrutura peculiar, formada por uma série de regras que englobam aspectos da propriedade individual e do condomínio ordinário conforme acentua o caput do art. 1.331 do Código Civil.
Decorre o condômino edilício de três atos distintos: a instituição, a convenção de condomínio e o regimento interno. A instituição é o ato preliminar, pelo qual nasce propriamente o condomínio, ao passo que a convenção e o regimento interno são atos que supõem um condomínio já existente, mas disciplinam sua existência e regular funcionamento.
Discorra sobre propriedade superficiária:
A propriedade superficiária é um direito real sobre bens imóveis, temporário e autônomo, que tem por objeto a construção ou plantação no solo e, por isso, confere ao titular deste direito a propriedade resolúvel da construção ou da plantação, que se destaca ou se separa da propriedade do solo. Por meio deste direito real, o proprietário do solo concede a um terceiro o direito de construir ou plantar em seu terreno. A partir da concessão, surgirá uma nova propriedade, autônoma e independente em relação à propriedade do concedente (dono do solo), que é propriedade superficiária. A propriedade superficiária convive, de forma simultânea, com a propriedade do solo. 
A propriedade superficiária é uma espécie do gênero propriedade resolúvel (art. 1.359 CC). O superficiário tem propriedade resolúvel das acessões, construções e plantações realizadas no imóvel, durante o período de vigência deste direito real, ao passo que o concedente mantém a propriedade e a titularidade sobre o solo. 
Discorra sobre usufruto:
Constitui um direito real sobre coisa alheia de enorme envergadura. A amplitude do objeto do usufruto lhe confere uma substancial dimensão social e econômica. O titular do direito subjetivo de propriedade transfere a terceiros alguns dos poderes relacionados ao domínio, consistente nas faculdades de uso, gozo e percepção dos frutos enquanto vigente tal relação jurídica material, de natureza real. 
O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos. 
Em termos de conceito, o usufruto consiste em direito real sobre coisa alheia, por meio do qual o proprietário transfere, para outrem, denominado usufrutuário, parcelas de domínio. As faculdades jurídicas de uso, gozo e fruição (art. 1.228, caput, do CC), inerentes à propriedade, passam a ser exercidos por outra pessoa, o usufrutuário. 
Assim, a noção básica de usufruto reside em destacar do direito de propriedade as faculdades de usar a coisa e perceber os frutos, com a finalidade de explorá-la economicamente, nos termos do art. 1.394 do CC.
Tal conceito pressupõe a coexistência dos direitos do usufrutuário, dentro da ideia de utilização e fruição da coisa, e dos direitos do nu-proprietário, que os perde em proveito daquele, mas conserva a condição jurídica de senhor da coisa. 
O usufruto é um direito real sobre coisa alheia de natureza transitória. 
O objetivo deste direito é beneficiar pessoas específicas e determinadas.
Como regra, o usufruto, devido ao caráter personalíssimo, não se prolonga além da vida do usufrutuário. No entanto, o usufruto admite duração menor, limitada a sua extinção antes do falecimento do usufrutuário, conforme artigo 1.410 CC, também como pactuado o termo ou a condição resolutiva. 
O usufruto possui as seguintes características:
Direito real: grava o bem sobre o qual incide, acompanhando-o em poder de quem quer que o adquira. Há de constar do registro onde se fará sua transcrição.
Objeto: bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos. (Por exemplo, patrimônio, empresa, valores, direitos intelectuais, títulos da dívida pública, dentre outros)
Fruição: implica a faculdade de fruir as utilidades da coisa, conferindo ao seu titular a serventia da coisa.
Posse: usufrutuário tem a posse direta e o nu-proprietário a indireta.
Temporariedade: o usufruto pode ser constituído em caráter vitalício, com prazo certo ou determinado por alguma condição ou estado. Nunca será perpétuo. 
O usufruto de bem imóvel é constituído pelo registro do título no cartório de Registro de Imóveis. Dos bens móveis se constitui pela mera tradição do objeto ao usufrutuário, sendo dispensável qualquer registro ou formalidade desta natureza para sua aquisição.
Discorra sobre os direitos reais de garantia:
Entende-se por direito real de garantia todo aquele que confere ao seu titular o poder de obter o pagamento de uma dívida com o valor ou a renda de um bem aplicado exclusivamente à sua satisfação e tem por escopo garantir ao credor o recebimento de débito, por estar vinculando determinado bem, pertencente ao devedor, ao seu pagamento.
São quatro os direitos reais de garantia elencados no Codigo Civil: hipoteca, penhor, anticrese e propriedade fiduciária. Excluindo-se a propriedade fiduciária - regida com especificidade pelos arts. 1.361 a 1.368 do CC -, aos outros três direitos reais aplicam-se os preceitos comuns inseridos na teoria geral nos direitos de garantia (arts. 1.419 a 1.430) do CC.
A hipoteca, o penhor e a anticrese, conferem ao credor a pretensão de obter o pagamento de uma dívida com o valor de um bem aplicado exclusivamente à sua satisfação. Em síntese, o direito do credor concentra-se sobre determinado patrimônio do devedor, afetando-o à solução de uma obrigação por este contraída.
A garantia real contrapõe-se à pessoa. Em comum, ambas gravitam em torno de um débito. Porém, enquanto esta resulta de uma caução obrigacional restrita às partes contratantes (aval, fiança), aquela afeta o bem garantido em caráter absoluto, vinculando o objeto ao seu titular com faculdade de oponibilidade erga omnis.
Pelo penhor, entrega-se a coisa a título de garantia, mas sem transferência da propriedade, que remanesce na titularidade do devedor. Preconiza o art. 1.431 do CC que o penhor constitui-se pela transferênciaefetiva ao credor da posse de um bem móvel, que objetiva garantir o pagamento de um débito. O penhor se exerce pelo meio da posse, já que a coisa móvel é entregue ao credor.
No penhor não há tradição, mas o desdobramento da posse, mediantes entrega efetiva da posse direta do bem empenhado ao credor, cabendo ao devedor a posse indireta. O credor não pode usar a coisa que se encontra afetada ao cumprimento de uma obrigação.
De acordo com o parágrafo único do art. 1.431 do CC, nas modalidades especiais do penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, em nome próprio, que as devem guardar e conservar, podendo normalmente fruir e explorar as potencialidades do bem, sem que haja transmissão da posse.
Como exemplo típico do penhor, cite-se a hipótese de alguém que quer um financiamento junto a Caixa Econômica Federal e que oferece jóia em garantia real. Tais bens são entregues pelo devedor ao credor, até que a dívida seja paga. Não se pode confundir o penhor (garantia real), em que os bens são empenhados, com a penhora (constrição judicial para garantia do processo), em que os bens são penhorados.
A hipoteca concerne a bens imóveis e dispensa a sua entrega para a constituição da garantia real
A hipoteca é um sistema de garantia real que é disciplinado de forma bifronte: em seus aspectos substancias, é regida pelo Código Civil de 2002 (arts. 1.473 a 1.505); já em seu aspecto procedimental, na lei de registros públicos.
Pode ser conceituada como direito real de garantia, em virtude do qual um bem imóvel remanesce na posse do devedor ou de terceiro, assegurando ao credor o pagamento de uma dívida. Um ou mais bens específicos do patrimônio imobiliário do devedor ou do terceiro garantidor são afetados como caução específica de uma obrigação.
Anticrese é o direito real de garantia em que o devedor transmite ao seu credor a posse direta de imóvel de sua propriedade, a fim de que este último pague-se com os frutos oriundos da exploração econômica da coisa, paulatinamente abatendo os juros e o débito principal. Estatui o art. 1.506 do CC que “pode o devedor ou outrem por ele, com entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber em compensação da dívida, os frutos e rendimento”. 
Dentre as quatro faculdades do direito subjetivo de propriedade elencadas no art. 1.228 do CC, a anticrese subtrai ao proprietário o direito de usar e gozar (ou fruir), transferindo frutos e rendimentos da coisa temporariamente ao credor. 
Equivocam-se, porém, os que acreditam tratar-se de um espécie de direito real de gozo – como usufruto - , pois na anticrese o credor não se servirá da coisa alheia, com o intuito de explorá-la economicamente, e sim como modo de amortizar o valor de um débito e garantir a adimplência do mutuário (direito real de garantia).
Resulta do registro do negócio no Ofício Imobiliário (art. 1.227 do CC).
Trata-se de modelo jurídico pouco utilizado nos dias atuais, pois não se concilia com a função social da propriedade, pela própria dificuldade de o proprietário desapossado obter novos créditos, em decorrência da anterior anticrese. Com efeito, na hipoteca, a posse do bem imóvel remanesce em poder do devedor, possibilitando-se exercitar o direito social de moradia (imóvel residencial) ou a realização de uma atividade econômica (imóvel comercial), com vistas ao pagamento do débito. Já a anticrese não se compatibiliza com as regras modernas de circulação econômica, pois disponibiliza a coisa apenas em favor de um só credor, que ainda assumirá o pesado ônus de administrá-la eficazmente, para obter os frutos necessários à extinção do débito. Ademais, alijado do poder fático sobre o seu bem imóvel, o devedor enfrentará dificuldades para solver a obrigação contraída perante o credor anticrético. 
� Farias, Cristiano Chaves de. Rosenvald, Nelson. Curso de Direito Civil. Reais. São Paulo: Atlas, 2016. Carnacchioni, Daniel Eduardo. Curso de Direito Civil. Direitos Reais. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. Nery, Rosa Maria de Andrade. Nery Jr., Nelson. Instituições de Direito Civil. Direitos Patrimoniais e Reais. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016. Venosa, Silvio de Salvo. Direito Civil. Reais. Editora Atlas, 2015. Gonçalves, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Direito das Coisas. Editora Saraiva, 2015.
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