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INDENIZAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE _______________
JOÃO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de identidade RG n°..., inscrito no CPF/MF sob o n° ..., residente e domiciliado na rua ..., n°, complemento, bairro, cidade, CEP, UF, endereço eletrônico: ...; 
MANUEL nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de identidade RG n°., inscrito no CPF/MF sob o n°.., residente e domiciliado na rua ..., n° ..., complemento, bairro, cidade, CEP, UF, endereço eletrônico: ...; 
MARIA nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de identidade RG n°.., inscrito no CPF/MF sob o n° ..., residente e domiciliada na rua..., n°..., complemento, bairro, cidade, CEP, UF, endereço eletrônico: ..., vem por meio do seu advogado infra assinado, conforme instrumento de mandato, com endereço profissional na Rua..., n°, complemento, bairro, cidade, CEP, UF, endereço eletrônico: ..., vêm, respeitosamente, à honrosa presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 927 do Código Civil e 287 do Código de Processo Civil ajuizar a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
em face de Dr. Miguel, nacionalidade, estado civil, advogado, portador da cédula de identidade RG n° ..., inscrito no CPF/MF sob o n° ..., residente e domiciliado na rua ..., n°, complemento, bairro, cidade, CEP, UF, 
, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
 DOS FATOS
Joaquim foi casado com Ana pelo regime da comunhão universal de bens por 40 (quarenta) anos, construindo um patrimônio comum de R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais). Da relação conjugal nasceram 3 (três) filhos (João, Manuel e Maria), que, ao atingirem a maioridade civil, passaram a trabalhar com os pais na rede de padarias da família. Ocorre que Joaquim faleceu, e foi necessária a abertura do processo de inventário-partilha para que os bens deixados pelo de cujus fossem inventariados e partilhados entre seus sucessores. João, Manuel e Maria, filhos maiores, capazes e solteiros do casal, objetivando resguardar o futuro da família e a velhice de sua mãe procuraram o requerido, conhecido e amigo de muitos anos de seu falecido pai, para receberem orientações acerca da sucessão e ajuizar o inventário. Contudo, o requerido sabia de um segredo e, em respeito à amizade que existia entre ele e Joaquim, nunca o havia revelado para que a família se mantivesse unida e admirando o de cujus por ter sempre a ela dedicado sua vida. O segredo era que Joaquim possuía um filho (Paulo) fora do casamento. Ele havia acabado de completar 12 (doze) anos e morava com a mãe. Joaquim não o havia registrado, apesar de reconhecer a paternidade da criança para a mãe de Paulo e várias outras pessoas. Havia provas em documentos particulares, em pronunciamentos nas festas de aniversário de Paulo, além do fato de contribuir para o seu sustento, apesar de omitir a sua existência para a sua família legítima. Os autores disseram ao requerido que, para que sua mãe tivesse uma velhice tranquila e ficasse certa do amor, respeito e admiração que sentiam por ela e seu falecido pai, bem como da enorme união entre os seus filhos, optavam por renunciar à parte que cabia a cada um na herança, em favor de sua mãe. O requerido, considerando que todas as partes envolvidas na sucessão de Joaquim eram maiores e capazes, ajuizou um procedimento sucessório adotando o rito do Arrolamento Sumário e elaborou termos de renúncia “em favor do monte” de João, Manuel e Maria, que foram reconhecidos válidos judicialmente. Questionado pelos 3 (três) sobre o porquê de não constar no documento, expressamente, que as partes deles estavam sendo doadas para a sua mãe, foi esclarecido que não havia necessidade, já que, como os seus avós não eram mais vivos, Ana acabaria por receber, além de sua meação, as cotas dos renunciantes, na qualidade de herdeira, diante da ordem de vocação hereditária da sucessão legítima prevista no art. 1.829 do CC, além de evitar o pagamento do imposto de doação, que incidiria no caso de renúncia translativa. Tal orientação foi dada acreditando que a mãe de Paulo manteria em segredo a paternidade de seu filho, o que não ocorreu. Em virtude disso, Paulo acabou por receber toda a herança avaliada no montante de R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais), ficando Ana apenas com a sua meação de igual valor. João, Manuel e Maria nada receberam, o que os abalou profundamente no âmbito emocional.
II – DO DIREITO
 Aduz o art. 32 da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia), pelo qual “o advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa”. Combinado com o referido dispositivo tem o art. 927, caput, do CC, “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Desta forma não resta dúvidas que o advogado mesmo sabendo do risco os requerentes não lograrem êxito no intento de fazer com que a herança inteira fosse para o patrimônio de sua mãe, resguardando a velhice desta e o futuro da família, optou por dar orientação jurídica extremamente equivocada, sendo omisso na sua responsabilidade civil subjetiva como advogado.
A) ESPÉCIES DE RENÚNCIAS
Tendo em vista os fatos narrados, é possível perceber o grande dano causado aos requerentes. A renúncia abdicativa é aquela em que o renunciante não indica uma pessoa certa para receber a herança, havendo, portanto, uma renúncia "em favor do monte", sendo as cotas-partes dos renunciantes recebidas pelos demais herdeiros da mesma classe e, em caso de inexistência de outros herdeiros da mesma classe, devolver-se-á aos da subsequente (arts. 1.804, parágrafo único, c/c 1.810, ambos do CC). Esta foi a renúncia materializada pelo requerido.
Outrora a renúncia translativa é uma renúncia "em favor de uma pessoa determinada", independentemente da ordem de vocação hereditária. Trata-se de ato complexo e que corresponde a uma aceitação tácita da herança (art. 1.805, 2ª parte, do CC) seguida de uma doação (artigo 538, do CC) para a pessoa determinada, já que o herdeiro não poderia doar algo que não recebeu para alguém.
O requerido não procedeu de forma correta, pois efetuou, ao elaborar um termo de renúncia abdicativa em favor do monte, ao invés de uma renúncia translativa (aceitação tácita seguida de doação para Ana), já que até conseguiu evitar a configuração do imposto de doação, mas acabou prejudicando os filhos renunciantes de Joaquim, pois, não havendo mais qualquer distinção entre os filhos havidos no casamento e os filhos havidos fora do casamento, Paulo poderá se habilitar no procedimento sucessório de seu pai, acabando por receber toda a herança de seu pai, ante a renúncia abdicativa de seus irmãos, que são irrevogáveis (art. 1.812 do CC), não havendo falar em transferência para as classes subsequentes diante da existência de filho não renunciante (art. 1.810 do CC), ficando Ana apenas com a sua meação diante do regime da comunhão universal de bens.
B) DANOS MORAIS E MATERIAIS.
 Danos materiais no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) que cada um deixou de receber da herança de seu pai, pois havendo 4 (quatro) filhos e a herança sendo avaliada em R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais), cada um faria jus a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais); danos morais causados pela dor, sofrimento, angústia e humilhação decorrentes da atuação falha do advogado, que ampliou a perda pelo ente querido com uma desestruturação familiar e possibilidade de perda de toda a herança e não efetivação da doação para a sua mãe em virtude da falha do advogado Dr. Miguel.
III – DO PEDIDO
Por todo o exposto e conforme cristalinamente comprovado, vem requerer o que segue:
A) a citação do réu, para que responda o feito, sob pena de confesso, aplicando-lhe os efeitos da revelia;
B) julgar PROCEDENTE a presente ação, condenando o réu a pagar os danos materiais no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais),para cada autor, e danos morais a serem arbitrados pelo juiz para cada autor, regularmente atualizados e acrescidos de juros;
C) para provar o alegado requer o uso de todos os meios de provas admitidos em direito;
D) a fixação dos honorários de sucumbência em 20% sobre o valor da condenação.
À presente causa dá-se o valor de R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais).
Local e data
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado
OAB

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