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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS C/C PENSÃO ALIMENTÍCIA POR MORTE

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA _VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE SANTA IZABEL DO PARÁ/PA. 
 
 
 
RENATA, nacionalidade, viúva, do lar, portadora do documento de identidade n°..., 
inscrita no cadastro nacional de pessoas sob o número..., endereço eletrônico, residente e 
domiciliada na rua..., n°..., em Santa Izabel do Pará – PA, CEP..., vem, com o devido respeito e 
acatamento, perante Vossa Excelência, por meio das suas advogadas que esta subscreve 
(procuração anexa com endereço profissional), com fundamentos nos artigos 319 e seguintes do 
código de processo civil c/c artigos 186 e 948, incisos I e II do código civil, propor a presente 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS C/C PENSÃO 
ALIMENTÍCIA POR MORTE. 
Em face de MÁRIO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do documento de 
identidade n°..., inscrito no cadastro nacional de pessoas sob o número..., endereço eletrônico, 
residente e domiciliado na rua..., n°..., em São Paulo – SP, CEP..., pelos fundamentos de fato e 
direito a seguir expostos: 
 
I - GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
Preliminarmente, requer-se a concessão da justiça gratuita, por ser a autora pobre na 
acepção jurídica do termo, conforme declaração e documentos anexos, e de acordo com art. 99, 
parágrafo terceiro do CPC/15 presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida 
exclusivamente por pessoa natural. 
Assim, requer a concessão do benefício da gratuidade judiciária, com base no art. 5°, 
XXXV, LV e LXXIV da Constituição Federal. 
 
II - DOS FATOS 
A requerente era casada com Fernando e realizaram para a cidade de São Paulo. Porém, 
o marido da requerente, enquanto caminhava pela famosa Avenida Paulista, e ao passar perto de 
um prédio em obra, acabou sendo atingido por um Andaime que foi imprudentemente instalado 
por Mário, que morava na cidade. 
Renata, desesperada, ligou para uma ambulância que levou Fernando para o Hospital 
Siro Libanês, mas, após dois intervenções cirúrgicas, que custaram R$ 100.000,00 (cem mil 
reais) não conseguiram salvar Fernando. Após o falecimento, Renata realizou o transporte do 
corpo para Santa Izabel-PA, que é o seu local de domicílio, ao custo de R$ 5.000,00. 
No entanto, acontece que Renata possui esclerose lateral amiotrófica, doença 
degenerativa que a impede de trabalhar e era sustentada por Fernando. As reservas financeiras 
que a família tinha foram gastos tentando salvar Fernando. Fernando possuía 45 anos e ganhava 
um salário médio de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Com a morte dele, não possui mais 
capacidade de se sustentar. 
Além do mais, no inquérito policial, após o laudo da perícia técnica de São Paulo 
apontar como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do andaime, Mário 
foi indiciado, sendo posteriormente denunciado e condenado em primeira instância como autor 
de homicídio culposo. 
 
III - DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA 
A Autora era dependente financeiramente do seu falecido marido, ficando sem nenhuma 
fonte de renda após a tragédia, por culpa do Requerido. 
Nesse caso, é garantido a antecipação da tutela quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do 
processo, conforme artigo 300 do CPC/15. 
Desse modo, o fumus boni iuris é evidenciado na condenação do requerido por 
homicídio culposo, provando sua culpa na morte do marido da requerente, além de que o 
periculum in mora evidencia-se na medida em que a autora é hipossuficiente e não possui meios 
para arcar com o seu sustento próprio. 
Requer-se, assim, a concessão da tutela provisória de urgência afim de determinar que o 
Réu pague, desde já, o valor de um salário mínimo por mês para a parte autora 
 
IV - DO DIREITO 
IV.1 - DA COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
É de competência do foro de Santa Izabel do Pará o julgamento da presente demanda, 
em razão da qualidade de hipossuficiente da demandante, logo, seria inviável o comparecimento 
da parte aos atos processuais em outras comarcas se não a do seu próprio domicílio. É 
necessário isto para que o seu direito de acesso à justiça seja assegurado, como postulado no art. 
5°, XXXV, da CF/88. 
IV.2 - DA LEGITIMIDADE PASSIVA 
Diante dos fatos expostos e dos documentos juntados, não há dúvidas a respeito da 
culpa da parte requerida no acidente em que Fernando incontestavelmente restou vítima fatal, 
ficando a parte autora desamparada. 
IV.3 - DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
A responsabilidade civil é independente da criminal e quando as questões de fato se 
acharem decididas no juízo criminal, como a condenação do requerido, autor do crime de 
homicídio culposo, não se pode mais questionar sobre a existência do fato, como estabelecido 
no art. 935 do CC/02. 
Assim sendo, fica obrigado a reparar o dano causado a autora, pois foi quem cometeu o 
ato ilícito, uma vez que instalou imprudentemente um andaime, e causou o acidente e o dano à 
viúva, de acordo com art. 186, do CC/02, logo, os prejuízos financeiros decorrentes da ação 
ficam sujeitos a reparação, a luz do art. 927, CC/02, valor que a época do fato resultou em 
R$105.000,00 (cento e cinco mil reais), gastos que inclui transporte do corpo, sepultamento, 
bem como os gastos hospitalares 
IV.4 - DA PENSÃO ALIMENTÍCIA 
O art. 948, II, do Código Civil garante, ainda, sem excluir outras responsabilidades, a 
indenização consistente na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto, vítima de 
homicídio, sustentava, levando em consideração a apuração provável de vida da vítima. 
Requer-se, assim, o pagamento mensal no valor de um salário mínimo à parte autora, 
que ficou desamparada e sem sustento, durante o tempo não inferior a 21 anos, tendo em vista 
que o senhor Fernando tinha 45 anos no ano do fato e considerando que a expectativa de vida no 
Brasil é de 76 anos. 
 
V - DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer-se: 
A- Deferimento ao pedido de justiça gratuita; 
B- Concessão da tutela provisória de urgência; 
C- Citação do Requerido para, em querendo, comparecer audiência de auto composição a ser 
marcada; B a total procedência da ação para responsabilizar civilmente o requerido; 
E- Condenação do requerido ao pagamento de danos materiais no valor de R$105.000,00 (cento 
e cinco mil reais); 
F- Condenação do requerido ao pagamento de pensão alimentícia no valor de um salário 
mínimo; 
G- Condenação do requerido ao pagamento de custas processuais e honorários sucumbenciais; 
 
Dá-se a causa o valor de R$ 382.200,00 (trezentos e oitenta e dois mil e duzentos reais). 
 
Protesta alegar por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial por laudo 
e cópia do processo criminal acostado. 
 
A autora opta por… audiência de autocomposição. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento 
Santa Izabel do Pará, data 
Advogado (a) 
OAB

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