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portifolio de escultura

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PORTFÓLIO DE ESCULTURA 
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC
CAMPUS DE SÃO MIGUEL DO OESTE – SC
ANDRÉIA APARECIDA AGATTI
SILVANA ESTER DELEVATTI
PORTIFÓLIO DE ESCULTURA 
Profº: Paulo Adilson de Freitas
SÃO MIGUEL DO OESTE – SC
2001
Andréia Aparecida Agatti
Contato: (49) 91179549
Email: andreiaagatti@yahoo.com.br
Endereço: Dionísio Cerqueira – SC
Silvana Ester Delevatti
Contato: (49) 3643 - 1138
Email: vanaester@yahoo.com.br
Endereço: São José do Cedro – SC
Resenha
Andréia Agatti
Silvana Delevatti
ESCULTURA
Uma superfície plana possuí duas dimensões, altura e largura, por isso é chamada de bidimensional. Sobre ela podemos desenhar, pintar e escrever utilizando diferentes materiais. Para acontecer uma produção bidimensional, podemos utilizar cores, formas, linhas, planos, equilíbrios e proporção. A escultura é um objeto com volume, pois possui três dimensões: altura, largura e profundidade.
A escultura possibilita o contato da pessoa com a obra, disponibilizando de uma experiência como fechar os olhos e tocá-la podemos imaginar, pelo tato, como ela é. A escultura possui uma característica particular, que é o volume. Existem formas diferentes de se esculpir como o relevo. Para criar o relevo podemos utilizar da argila, gesso, mármore, granito, madeira etc.
ECOLOGIA 
Krajcberg em uma de suas falas relata que “A minha preocupação e que se não cuidarmos da natureza a geração futura, se quiser ver arvores terá que ir a um museu”.
No atual cenário as mudanças e transformações ocorrem em escala gigantesca e assustadora, visto que as ações realizadas na atualidade podem e/ou vão produzir conseqüência para as próximas gerações, visto que nos dias atuais já possuímos a ocorrência de vários desastres a sua multiplicação será ainda maior para as próximas décadas.
O conceito de desenvolvimento sustentável é contemporâneo. É definido por, ”satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades.” (DIAS, 2006).
É preciso cultuar a consciência ecológica, visando a responsabilidade ambiental, investindo em educação e preservando o meio ambiente. Este é o caminho que temos que percorrer para manter o Planeta Terra habitável, ou se não seremos os próximos a serem dizimados.
É fundamental a educação ambiental nas escolas inseridas nas grades curriculares, para que haja o progresso de conscientização. Precisamos educar o ser humano, de tal forma que ele se sinta responsável pela preservação do seu próprio habitat. 
FRANS KRAJCBERG
Frans Krajcberg nasceu na Polônia, em 12 de abril de 1921, chegando ao Brasil em 1948, conhecido como defensor da natureza e combatente das queimadas e desmatamentos. Krajcberg em suas palavras diz que: “foi salvo pela natureza quando aqui chegou” (VENTRELLA e BORTOLOZZO, 2006, p.22).
Na Segunda Guerra Mundial Krajcberg estava na Rússia, estudando engenharia hidráulica e belas artes. Em 1941, abandona os estudos e entra para o exercito Polonês. Após quatro anos de luta volta a sua cidade e não encontra mais sua família. Que foram presos e mortos nos campos de concentração nazista.
Nos anos de 1945 e 1947 Krajcberg viveu na Alemanha e voltou a estudar na Academia de Belas Artes. Em suas aulas Krajcberg, estudava e avaliava obras de artistas cubistas, porém identificava-se mais, com a arte expressionista, que se caracterizava como arte de protesto sendo o estilo de pintura que causava tristeza e sofrimento que lhe trazia lembranças da guerra.
 Em defesa ao meio ambiente Krajcberg assumiu a responsabilidade de vários brasileiros, que genialmente utiliza e manipula restos de vegetação morta e de queimadas. Ao gerenciar as obras de Krajcberg percebemos a ligação da arte com o meio ambiente e a sua grande defesa a natureza. “Ao apreciar as produções desse grande artista naturalizado brasileiro, você verá que elas nos levam a refletir sobre as possíveis relações que podemos estabelecer entre arte e meio ambiente”. (VENTRELLA e BORTOLOZZO, 2006, p.24)
Em 1948 ao chegar ao Brasil, Krajcberg se deparou com situações dificeis, por não saber falar nossa língua, não ter dinheiro e nem ter aonde dormir dormindo na Praia do Flamengo. Em um momento posterior mudou-se para São Paulo, onde trabalhou em várias atividades, como operário do museu da Arte Moderna.
Em 1948 a 1951 Krajcberg foi trabalhar em uma fabrica de papel no interior do Paraná, trabalhando como engenheiro-desenhista. “Em 1950 abandona seu emprego e se isola nas matas paranaenses”. (VENTRELLA e BORTOLOZZO, 2006, p.28). Solitário, e em contato com a natureza, pinta e desenha utilizando cola e pigmentos naturais recolhendo materiais para compor suas obras mostrando uma maneira diferente de fazer arte.
Achando que tinha encontrado uma maneira de esquecer o que aconteceu na guerra, Krajcberg, ao ter contato à devastação de queimadas, espalhada pela floresta vê uma forma de guerra, mas agora com a natureza, onde ressalta em uma entrevista ao jornal o globo.
 A guerra continua. Havia dias em que era tanta fumaça que não se conseguia ver a luz do sol. O cenário, aquela terra arrasada pela destruição, era o mesmo dos campos de batalha. E me perguntava que ser terrível era o homem, capaz de fazer aquilo. A arte foi a maneira que encontrei para reagir. (VENTRELLA e BORTOLOZZO, 2006, p.30, 31)
Krajcberg através de suas obras vê um meio de conscientizar o ser humano sobre a importância do equilíbrio ecológico. Por causa de suas obras recebe vários prêmios como na IV Bienal de Arte de São Paulo como o melhor pintor. Com o dinheiro ganho com os prêmios viaja para a Espanha, mas não deixa de continuar suas obras com materiais retirados da natureza. Pois a arte e a natureza não se separavam da vida do artista vivendo á beira bar em Ibiza e trabalhando com textura de troncos e pedras.
Novamente ao Brasil, agora em Minas Gerais para continuar sua denuncia ao que acontecia na natureza, trabalha, esculpindo flores e novamente na natureza que Krajcberg busca sensibilizar as pessoas sobre a crise ecológica. Agora com moradia fixa no Brasil, na cidade de Nova Viçosa, no sul da Bahia. 
O artista construiu sua casa em uma reserva natural - que ele chama de Sitio Natura. A casa na árvore está suspensa a 12 metros do chão, ao redor de um grande tronco, que foi transportado com muito esforço de um local a 100 quilômetros do sitio. (VENTRELLA e BORTOLOZZO, 2006, p.40).
Ainda com ideia em defesa a natureza tentando resolver esse problema agora criar esculturas através de troncos retorcidos e queimados. Mesmo aos seus 80 anos Krajcberg continua sua rotina da mesma forma de quando iniciou seus trabalhos. Acorda às 5 horas da manhã e caminha longas distancias a procura de material. Suas obras são internacionalmente conhecidas fazendo parte de vários museus em diversos países. 
Krajcberg desperta a curiosidade em várias pessoas através de suas obras por meio da mesma ele ressalta uma verdade interior um compromisso em defesa da vida fazendo renascer nos jovens a crença do amanhã. Através da linguagem artística Krajcberg denuncia a destruição do planeta. Confirmando isto em sua fala: 
A maneira que encontrei de exprimir minha indignação foi transformar em arte os retos mortais da natureza que o homem violentou, levando cinzas, árvores tornadas carvão, cipós retorcidos e raízes extirpadas de seus chãos às galerias e museus da arte do mundo. (VENTRELLA e BORTOLOZZO, 2006, p.39).
Ao se deparar com as obras de Krajcberg elas nos fazem refletir sobre algumas questões. Em ate que ponto devemos aceitar que destruam a natureza pra transformar em combustível ou em madeira por que a natureza cheia de arvores deu lugar as construção de industrias e o cultivo de campo, mostrando situações da necessidade criadas pelos seres humanos.
 
Para conscientizar o ser humano o artista lançapropostas de produzir mudanças na consciência e na ação da humanidade nos valores individuais e coletivos que provoquem um equilíbrio no planeta terra.As obras de Krajcberg trás para a sociedade algo além da expressão artística, “O artista não busca na natureza apenas a “arte pela arte”, mas a interpreta e cria, uma nova paisagem”. (VENTRELLA e BORTOLOZZO, 2006, p.53)
Os troncos que submergem no leito dos rios. Estes são utilizados pelo artista expressando a cultura, a estética e a ética que colocam a consciência humana a prova. O artista mudo suas obras conforme os acontecimentos da natureza indagando sua revolta com a destruição da natureza. Diante de tudo isso Krajcberg se questiona “Como fazer gritar uma escultura como se fosse a minha própria voz?” (VENTRELLA e BORTOLOZZO, 2006, p.63)
Para demonstrar sua indignação contra as queimadas que acontece em Mato Grosso o artista nos demonstra como realiza algumas de suas obras. Que se utiliza de palmeiras cotando-as ao meio e retira o miolo, aproveitando a casca unindo as duas metades, produzindo assim a suas esculturas. O artista com tamanha inspiração se questiona: “Como captar e expressar a vida dessas formas, a diversidade das espécies vegetais, as vibrações e alterações que elas provocam em mim”. (VENTRELLA e BORTOLOZZO, 2006, p.67).
Como sempre a natureza desperta a sensibilidade no artista. Foi caminhando entre as arvores que ele descobriu um mundo desconhecido, renascendo nela a vida capaz de mudar continuar uma vida pura. Ainda em defesa ao meio ambiente Krajcberg nos mostra os limites da arte.
O seu engajamento na luta pelo meio ambiente fez com que suas ações extrapolassem os limites da arte e o colocassem como um agente destacado em defesa de uma ética, de uma consciência planetária. (CURITIBA, 1995, p.12)
Em uma de suas falas Krajcberg desabafa que gostaria que os homens reconhecessem as arvores e animais como nossa cultura que a cada momento fossem preenchidos pela beleza da natureza. Um artista apaixonado pela natureza usa do sentimento para realizar suas esculturas.
 O amor á natureza faz dele também um pesquisador nato e, assim, percorre quase todas as regiões do Brasil onde há vegetação natural, documentando por meio de fotografias, as belezas naturais e, também, o desmatamento e a devastação da floresta pelo fogo. (VENTRELLA e BORTOLOZZO, 2006, p.71).
Podemos dizer que Krajcberg viveu entre nós nos idos de 1952- 1954.Em suas falas Krajcberg expressa seus sentimentos.“Quando estou na natureza eu penso a verdade, eu falo a verdade, eu me exijo a verdadeiro” (CURITIBA, 1995, p.7)
Krajcberg é considerado um iceberg um grande artista e escultor que tem a função de: “Transformar raízes em esculturas assim é a arte de Frans Krajcberg” (CURITIBA, 1995, p.6). Que nos mostra caminhos em prol ao meio ambiente que nos permite dar maior sentido a vida. 
FICHA TÉCNICA
Escolha do tema a ser trabalhado;
Escolha do Artista;
Desenvolvimento da resenha;
Realização do trabalho prático;
Busca de material orgânico;
Moldar o material orgânico;
- Trabalhar buscando forma;
Sem título;
Data da exposição 21-11-2011;
Técnica usada cipós e parafina;
Medidas: comprimento 2,13; largura 90cm; profundidade 90cm;
PROCESSO CRIATIVO
Na busca de materiais para realizar a obra, deslocamos da cidade para o interior de São José do Cedro. Ao ter contato com a natureza, buscamos dela cipós. Com ajuda de outras pessoas, pois conheciam melhor o espaço onde os cipós se encontravam.
Para trazer o material recolhido até a universidade em São Miguel do Oeste, usamos o transporte universitário.
No desenvolver da obra fomos auxiliados pelo professor Paulo Freitas da disciplina de escultura. No primeiro momento no galpão da universidade no campus B, houve a realização dos primeiros passos, onde se deu a base da obra com os cipós.
Em seguida prosseguimos com a queima da obra, ocorrendo interferência, proporcionando críticas referentes à natureza.
Num momento posterior, para finalizar, complementamos a obra com parafina, derretida em banha Maria, derramamos a mesma no inverso da obra.
A exposição acontecerá no campus A da universidade, com possibilidades de exposição no centro de cultura SESC. 
 
IMAGENS DO PROCESSO CRIATIVO
Busca de cipós
 
Primeiro passa onde se deu a base da obra
 
Continuação do processo de construção
 
 
Estrutura da obra
 
 
Segundo passo prosseguimos com a queima da obra
 
Terceiro passo para finalizar a obra utilizamos a parafina
 
 
 ©
 
 
 
 
Obra de escultura pronta
 
 
REFERENCIAL
DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2006.
FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA PREFEITURA MUNICIPAL. A Revolta Frans Krajeberg. Museu Metropolitano de Curitiba Jardim Botânico. de 4-05 a 22-07 de 1995.
VENTRELLA Roseli, BORTOLOZZO Silvia. Frans Krajcberg. Ed.1ª – São Paulo, 2006.

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