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Direito Penal II – AV2 Concurso material, formal, crime continuado e Dosimetria da Pena. Concurso Material - Trata-se primordialmente, da conduta. Quando mais de uma ação ou omissão idênticos ou não, geram a cumulação das penas privativas de liberdade. Exemplo: X armado com uma pistola mata Y e depois rouba Z. Duas condutas e dois crimes distintos (homicídio e roubo). O juiz deverá individualizar cada crime e em seguida somar as penas. Somar penas antes de aplicar individualmente cada pena caracteriza uma irregularidade na sentença. Exemplo: Três tentativas de homicídios no concurso material (através de mais de uma ação/omissão), deve-se analisar cada uma, aplicar a pena em cada uma delas e em seguida, somente ao final, somar as penas. Concurso material com crimes diferentes = Concurso Material Heterogêneo Concurso material com crimes iguais = Concurso Material Homogêneo Caso haja uma sentença de reclusão e outra de detenção, a de detenção é a primeira a ser cumprida. Concurso Formal - Trata-se primordialmente, da conduta. Ocorre quando o agente mediante 01 conduta (ação/omissão) pratica 02 ou + crimes iguais ou não. Exemplo: Jão esfaqueia Joana que estava grávida matando Joana e o bebê. Aplica-se a pena mais grave (variável de acordo com o caso concreto) aumentando a pena em 1/6 até 1/2. E se os crimes forem iguais, aplica-se 01 das penas aumentadas em 1/6 até 1/2. A pena é acumulada caso haja qualquer forma de dolo (direto, indireto ou eventual) Concurso Formal Heterogêneo = Concurso Formal com crimes diferentes Concurso Formal Homogêneo = Concurso Formal com crimes iguais Concurso Formal Perfeito (Próprio) = Concurso Formal com conduta culposa Concurso Formal Imperfeito (Impróprio) = Concurso Formal com conduta dolosa Crime Continuado Quando o agente, mediante + de 01 ação ou omissão, pratica 02 ou + crimes da mesma espécie e, pelas condições do tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplicasse a pena de um só dos crimes, se idênticos. A mais grave se diversa, aumentando em qualquer caso, de 1/6 a 2/3. Exemplo: X que é preso após cometer vários delitos, onde X agia de maneira igual sempre. A pena é de 01 a 04 anos, se o mesmo cometer 50 furtos, não é de interesse do Estado somar todas as penas, o que daria 200 anos e vai contra o princípio da ressocialização do apenado. Com isso, X deverá ser condenado a pena máxima para o crime de furto (04 anos). Dosimetria da Pena – Cálculo feito para determinar a pena O Código Penal não impõe a pena a ser sancionada pelo Juiz, somente o mínimo e o máximo a ser tido como base. Há 03 fases na Dosimetria. Fase 01: Fixação da pena-base Fase 02: A consideração das circunstâncias atenuantes e agravantes Fase 03: Eventuais causas de aumento ou diminuição da pena. Fase 01 O juiz analisará a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, a personalidade do agente, os motivos, as circunstâncias, as consequências do crime e o comportamento da vítima. E aí então, o juiz determinará: I - As penas aplicáveis dentre as cominadas (cominada = imposição da pena abstrata) II - A quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos pelo código penal. III - O regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade. IV - A substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. Então por exemplo, num crime de roubo (04 a 10 anos) majorado pelo uso de arma de fogo e o acusado tenha antecedentes criminais desfavoráveis, nesse caso, o Juiz não fixará a pena-base no mínimo legal (04 anos), tendo em vista a presença de maus antecedentes e circunstancias agravantes na conduta do agente. Vale ressaltar que não há uma proporção a ser seguida pelo magistrado na hora de fixar a pena–base. Cabendo ao Juiz, o princípio da razoabilidade na hora de determinar a pena-base. OBS: NO TRÀFICO DE DROGAS É TUDO DIFERENTE, A DOSIMETRIA DA PENA DEVE SEGUIR O ESTIPULADO NA LEI DIMINUINDO A AUTENTICIDADE DO MAGISTRADO NA HORA DE FIXAR A PENA-BASE Fase 02 Após fixada a pena-base, partiremos para a fase 02 onde as circunstancias agravantes e atenuantes são analisadas. Agravantes – Piorar a pena Atenuante – Melhorar a pena Exemplo mais comum de agravante – reincidência, feminicídio, crimes contra crianças etc. Exemplo mais comum de atenuante – menoridade penal O STJ determinou que as atenuantes e agravantes devem ser aplicadas na fração de 1/6, tanto para diminuir quanto para aumentar a pena. Fase 03 Após fixada a pena-base, analisadas as circunstâncias agravantes e atenuantes, chegou a hora das causas ESPECIAIS de aumento ou diminuição de pena. Tais condições especiais têm que estar no código penal. Por exemplo no crime de roubo, caso haja presença de arma de fogo e mais de um agente na conduta, aplica-se o artigo 157 § 2 incisos I e II CP, cabendo ao juiz determinar o aumento da pena, de 1/3 a 1/2. Pena Privativas De Liberdade Para crimes = Detenção e Reclusão. Contravenção penal = Prisão Simples Reclusão = Fechado, semiaberto e aberto (Inicialmente ou em caso de regresso) Detenção = Aberto e semiaberto, podendo regredir para o fechado (não se admite começar a detenção no fechado) Prisão Simples = Aberto e semiaberto, não se admite o regime fechado em hipótese alguma. Regimes Prisionais Regime Fechado = O mais severo, cumpre-se em penitenciária. Regime Semiaberto = Cumpre-se em estabelecimento próprio (Colônia Agrícola Industrial ou similar) Regime Aberto = O mais brando, baseia-se em regras de autodisciplina e responsabilidades para o apenado. Prisão Domiciliar = Recolhimento do apenado em sua própria casa. Observações Importantes: Semiaberto admite saídas para trabalhar, visitar a família ou estudar, sempre a luz de decisões judiciais, cabendo ao juiz impor as condições para atender ao pedido do apenado (Vigilância, horários, prazos e etc). No aberto, não há tantos obstáculos para essas saídas, porém o juiz pode impor condições.
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