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Dor e Inflamação



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Dor
Introdução
A dor se conceitualiza em experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada a lesão real ou potencial dos tecidos. Cada indivíduo aprende a utilizar esse termo através das suas experiências anteriores.
Funcionamento da dor
A dor é um dos mecanismos de defesa do organismo que alertam o cérebro de que seus tecidos podem estar em perigo, ainda que a dor possa ser iniciada sem que tenha ocorrido dano físico aos tecidos.
A resposta à dor, propriamente dita, é um fenômeno complexo que envolve componentes sensoriais, comportamentais, emocionais e culturais
quando os nociceptores são estimulados, impulsos de dor são enviados para o cérebro como aviso de que a integridade do corpo está em risco
A parte avaliativa do cérebro interpreta esses sinais como dor.
Um estímulo nocivo ou um estímulo nociceptivo causa a ativação das fibras da dor.
A resposta da dor começa com o estímulo dos nocivo receptores que respondem aos estímulos dos tecidos dolorosos. O estresse ou lesão mecânica dos tecidos excita os nociceptores mecanossensíveis. 
Para atender a complexidade da dor, é fundamental a compreensão das várias etapas neurofisiológicas envolvidas em sua transmissão, percepção e inibição. O sistema nervoso ( os nervos periféricos sensitivos e motores, a medula espinhal, o tronco cerebral e o cérebro) forma uma complexa rede de vias aferentes e eferentes para transmitir e reagir aos impulsos que o cérebro “percebe” como dolorosos.
Todos os impulsos nocivos são transmitidos pelas vias aferentes para o tálamo, onde o estímulo “doloroso” provoca os processos fisiológicos e psicológicos descritos anteriormente.
A dor tem como objetivo principal o de proteção e surge quando existe uma lesão de tecido. O sistema nervoso é composto por dois sistemas funcionais: o sistema nervoso periférico e o sistema nervoso central. As terminações nervosas livres existentes na pele e nos outros tecidos possuem os receptores da dor. É através do sistema nervoso periférico que o estímulo da dor é percebido e captado. Os nervos sensoriais e motores da coluna espinhal conectam os tecidos e órgãos ao sistema nervoso central, completando assim o sistema.
Tipos de dor
Dizemos que a dor é localizada quando se restringe a uma região específica do corpo, como em um corte no dedo. A dor pode também ser difusa, como nos casos da fibromialgia.
O nosso cérebro não é capaz de sentir dor. A explicação para isso seria que o nosso cérebro é um órgão fundamental para a vida do organismo, e que a sensação de dor poderia levá-lo à morte. A membrana que recobre o cérebro (meninge) é repleta de nociceptores, e ela sim é capaz de sentir dor.
Podemos classificar as dores como:
Aguda → manifesta-se por um período de tempo curto, menos de 1 mês, e é facilmente identificada. Funciona para o corpo como um sinal de alerta para inflamações, lesões, doenças, como cólicas menstruais e extração de dentes.
 
Crônica → manifesta-se por um período de tempo muito longo, mais de 3 meses, e pode debilitar, exigindo maior atenção por parte de quem a está sentindo. Artrite, gota, câncer são exemplos de doenças que causam esse tipo de dor.
 
Cutâneas → localizadas e de curta duração, como queimaduras de primeiro grau e cortes superficiais.
 
Somática → tem origem em ligamentos, ossos, tendões. Essas regiões não possuem muitos nociceptores, o que gera uma dor mal localizada e de longa duração. Por exemplo: braço quebrado, torção no tornozelo.
 
Visceral → localizada em órgãos e cavidades internas do corpo, e que possuem poucos nociceptores. Sensação intensa de dor, mas difícil de localizar. Muitas vezes o paciente sente dores em regiões totalmente diferentes do verdadeiro local da lesão. No ataque cardíaco a pessoa pode sentir dores nos ombros, estômago, braços, por exemplo.
Dor referida: Quando o paciente refere dor em por exemplo no coração
Dor fantasma: Quando o paciente refere-se a dor em membros que não tem
Inflamação
Resposta do organismo frente ao agente agressor o que caracteriza são as células de defesa. 
O processo inflamatório envolve várias células do sistema imune, mediadores moleculares e vasos sanguíneos. O diagnóstico morfológico das inflamações são a partir da localização, tipos de exsudato, distribuição, duração e gravidade. Existem 5 sinais cardinais que caracterizam a inflamação, eles são: dor, rubor, calor, tumor, perda da função.
Mediadores químicos
Os mediadores químicos são importantes não só no desencadeamento como no controle de intensidade da resposta inflamatória. Sendo os primeiros mediadores químicos as histaminas. 
Existem dois tipos de mediadores químicos:
Mediadores químicos de ação rápida: Como o próprio nome já diz, promove a liberação logo que entra em contato com o agente agressor, liberando: Serotonina e Histamina (promovem a vasodilatação e aumento da permeabilidade)
Mediadores químicos de ação prolongada: Estes são liberados durante todo o processo inflamatório, até que o agente seja eliminado totalmente do tecido, sendo: Bradicinina e Prostaglandina (promovem a vasodilatação, aumento da permeabilidade e também promovem a quimiotaxia, que corresponde na atração de leucócitos para área atingida)
O leucócito que mais libera esses mediadores no interstício são os mastócitos. Esse mediadores irão atuar no vaso sanguíneo, e logo em seguida começam a aparecer os sinais flogísticos ou cardinais.
Tríplice Reação de Lewis Clinicamente a inflamação se manifesta por sintomas e sinais locais e sistêmicos. Os locais são representados pelo rubor, tumor, calor, dor e perda de função.
Sinais cardinais:
Rubor: Alteração do calibre vascular e mudanças estruturais da microcirculação, aumenta o fluxo sanguíneo. Vermelhidão no local devido a vasodilatação causada na região.
Tumor: Êxtase sanguínea com exsudação plasmática e proteína. Aumento do tamanho do local devido a formação de edema.
Dor: Acúmulo de fluido plasmático extravascular, compressão e excitabilidade nervosa. Causa dor devido a liberação de mediadores químicos como por exemplo a histamina
Calor: Troca de temperatura intra e extra vascular e alteração hipotalâmica. Aumento da temperatura no local pela vasodilatação.
Perda de Função: Imobilização. O tecido não consegue mais exercer sua atividade.
A inflamação pode ser aguda ou crônica, porém, os mecanismos iniciais serão os mesmos para os dois tipos. Assim sendo, o que diferencia essa divisão é o tempo de exposição ao agente agressor, o tipo de agente e a resposta imune.
Inflamação Aguda
A partir de um fenômeno irritativo como um trauma, infecções ou corpo estranho, há uma resposta rápida com leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos) chamada de inflamação aguda.
A inflamação aguda pode evoluir para a cronicidade, para regeneração ou para a cicatrização.
Inflamação Crônica
 	Se na inflamação aguda a célula característica é o neutrófilo (leucócito polimorfonuclear), na inflamação crônica são leucócitos mononucleares (linfócito e macrófago). Todos os fenômenos vasculares, exsudativos e proliferativos também ocorre na inflamação crônica, porém, a diferença é que esse processo inflamatório se dá em decorrência a infecções persistentes e doenças autoimunes por exemplo.
Porque a inflamação provoca dor?
A inflamação provoca dor porque o inchaço empurra contra as terminações nervosas sensíveis (nociceptores) que enviam sinais de dor ao cérebro. As terminações nervosas enviam sinais de dor para o cérebro ao longo do dia, no entanto, o cérebro ignora a maioria delas, a menos que aumenta a pressão contra as terminações nervosas.
Curiosidade
O cérebro mesmo é tão insensível aos estímulos dolorosos que nem é preciso aplicar anestesia no tecido cerebral durante uma operação, permitindo que muitos pacientes fiquem acordados durante todo o procedimento.
Referências Bibliográficas
1- BOGLIOLO, L.; BRASILEIRO FILHO, G. Patologia. 7ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
2- MONTENEGRO, M. R. (ed.); FRANCO, M. (ed.). Patologia: Processos Gerais.4.ed São Paulo: Atheneu, 2004. 320 p. 
3- http://patogeralpunf.wixsite.com/punfuff/inflamcao-aguda-e-cronica
4- http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAL5MAC/inflamacao
5- http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/classif.htm