Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GESTÃO DE FINANÇAS PÚBLICAS AULA 4 Profª Karla Regina Quintiliano Santos Ribeiro 2 CONVERSA INICIAL Olá! Bem-vindo à disciplina de Gestão de Finanças Públicas. A gestão pública deve ser pautada por um orçamento, que é um mecanismo de planejamento, visto que por meio deste o Estado se programa para executar as suas finanças públicas. Nesse sentido, verifica-se que esse instrumento (o orçamento público) está intrinsicamente ligado à Receita e às despesas públicas. Conforme a Constituição, no Brasil, o orçamento tem caráter de lei e deve conter todas as estimativas de todas as despesas que deverão ser executadas num determinado exercício, bem como todas as receitas que deverão ser obtidas pelos Estado. Saiba mais Acesse o vídeo disponível no link a seguir para conhecer os conceitos e tipos de orçamentos: <https://www.youtube.com/watch?v=M8VZTrOTnVU >. CONTEXTUALIZANDO A confecção do orçamento estatal deve ser iniciativa do Poder Executivo, logo, no âmbito da União, o processo deve ser de iniciativa da Presidência da República. Ao longo de sua elaboração, ele deve ser debatido pelo Legislativo e pelo Executivo, antes mesmo da sua aprovação. Sua efetivação deve acontecer no próximo exercício financeiro. Com a vigência da Lei n. 4.320/1964 e da Lei Complementar n. 101/2000, o orçamento que deve ser utilizado no Brasil é o orçamento-programa, que deve estar ligado diretamente à contabilidade pública. Outro ponto importante que se deve ressaltar é que as receitas e despesas estimadas pelo Poder Executivo devem ser encaminhadas para o Poder Legislativo, como se fossem um projeto de lei submetido à aprovação após exaustivos debates e emendas. Em seguida, as receitas e despesas devem ser devolvidas para o Poder Executivo para aprovação e divulgação. TEMA 1 – LEI DO ORÇAMENTO O orçamento do Estado, no Brasil, está ligado à ideia de um planejamento, com objetivos que o governo deve executar num determinado momento. Logo, 3 pode-se observar que o orçamento é um mecanismo obrigatório, conforme a Lei n. 4.320/1964. Todavia, o Decreto-Lei n. 200/1967, em seu art. 16, obriga o Estado brasileiro a adotar o orçamento chamado Orçamento-Programa. O artigo mencionado estabelece que a cada ano deve ser efetuado um orçamento- programa que deverá especificar o Programa Plurianual, cujas etapas devem ser executadas no próximo exercício e servirão de guia para a execução da utilização das despesas. Destaca-se ainda que existem outros tipos de orçamento, entre os quais destacam-se: Orçamento clássico/tradicional: Os gastos são estabelecidos em conformidade com os orçamentos dos exercícios anteriores, logo, verifica- se que esse orçamento se baseia no histórico de gastos. Perceba que esse tipo de orçamento não se preocupa com possíveis erros de gestão, pois não verifica os resultados das atividades realizadas com os recursos estatais. Em suma, o orçamento clássico ou tradicional se pauta no que as instituições gastaram, e não no que estas realizaram. Orçamento de desempenho: Neste tipo de orçamento, as unidades gestoras receberão os recursos em conformidade com os valores gastos no exercício anterior. Nesse sentido, verifica-se que os valores repassados serão pautados em duas ideias: o que foi gasto e o programa de atividade. Orçamento base zero: Neste tipo de orçamento, cada unidade estatal deve elaborar seu projeto orçamentário justificando cada quantia de recurso a ser gasto e informando qual o motivo da solicitação de cada recurso. Nesse sentido, toda unidade da Administração Pública, quando elabora seu orçamento, deve debater e aprovar o orçamento, ou seja, como os recursos estatais devem ser gastos. Outro ponto é que os órgãos e poderes devem estabelecer quais serão as prioridades que o governo deve realizar primeiro. Este tipo de orçamento (Orçamento base zero) deve ser pautado pela justificativa da utilização dos recursos, e não se é de fato necessária a utilização. Orçamento participativo: Essa modalidade de orçamento tem como ideia a democracia, visto que membros da sociedade podem decidir ou 4 influenciar uma decisão do governo sobre como podem ser gastos os recursos estatais. A participação da população pode ocorrer por meio de assembleias abertas, que ocorrem de forma regular e com momentos de negociação junto ao Estado. Orçamento incremental: Neste tipo de orçamento, os valores de recursos estatais são definidos utilizando o orçamento anterior, ao qual se acrescentam apenas pequenos ajustes no que já foi estabelecido para os programas, ações, órgãos ou despesas. Neste sentido, pode-se entender que o orçamento, propriamente dito, permanece igual ao orçamento do exercício anterior, a única modificação será o aumento no valor de cada despesa já estabelecida. Em suma, o orçamento permanece igual, sem alteração, apesar das possíveis modificações que podem ocorrer com a sociedade. Orçamento-programa: Neste orçamento, os recursos são planejados mediante as ações que são consideradas prioritárias para o Estado. Neste sentido, antes de confeccionar o orçamento, a Administração Pública deve saber quais as prioridades da sociedade, bem como classificar quais ações serão efetuadas pelo Estado com a finalidade de minimizar os problemas da população. Neste sentido, a prioridade do orçamento-programa são as realizações estatais. As quatro fases do orçamento – elaboração, execução, controle e verificação –, no caso do orçamento-programa, consistem na categorização das atividades. Vale lembrar que a atividade é um mecanismo que instrumentaliza o orçamento, sendo essa a unidade-base do exercício gerencial e administrativo. Destaca-se que, por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA), o Estado define quais serão as prioridades que deverão estar contidas no Plano Plurianual (PPA), bem como as metas que deverão ser alcançadas pela Administração Pública. Outro ponto importante é que a Lei de Orçamento Anual contempla as atividades da Administração Federal. Neste sentido, nenhum recurso estatal pode ser gasto sem previsão na LOA, ou seja, no orçamento. 5 TEMA 2 – DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA O orçamento é uma obrigação constitucional, que consiste na elaboração dos três principais instrumentos de planejamento e orçamento, que devem ser integrados entre si. São eles: Plano Plurianual (PPA) Lei Orçamentária Anual (LOA) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) O Plano Plurianual será constituído a partir de cinco fases, que são: 1. Elaboração: etapa em que o governo estabelece os programas e ações que serão executados. 2. Implantação: nessa etapa o Estado materializa os programas e ações que estabeleceu na etapa da elaboração. 3. Monitoramento: nesse momento, o governo verifica de forma sistemática a execução dos programas em realização e corrige possíveis problemas. 4. Avaliação: nessa etapa, o governo deve verificar se as políticas públicas, que foram base para demonstrar quais programas e ações devem ser realizados, estão atendendo às necessidades da sociedade em geral. 5. Revisão: nesse momento, ocorre uma adequação, ou seja, caso se verifique que o plano não está em conformidade, é possível solicitar modificações. Após sua elaboração, a proposta do Plano Plurianual deverá ser encaminhada para o Congresso Nacional, que deverá discutir, fazer propostas de emendas e aprovar o texto final. Assim que este estiver aprovado, deverá ser devolvido ao Presidente da República que o sancionará e publicarána imprensa oficial, convertendo o Plano Plurianual em lei. Outro ponto importante é que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) devem estar em conformidade com o Plano Plurianual. Porém, cada uma delas tem sua própria função: a LDO estabelece as metas e prioridades para o exercício financeiro subsequente e será usada como base para a elaboração da LOA; a LOA define os recursos necessários para cada ação constante da LDO. 6 TEMA 3 – DAS PREVISÕES ANUAIS Quando se fala de Governo Federal, verifica-se que o orçamento começa com o estabelecimento da meta fiscal na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que se refere à quantidade de recursos que a Administração Pública pretende economizar, com a finalidade de realizar seus pagamentos. Observa-se que o maior volume de despesas da União refere-se às despesas obrigatórias e, por consequência, não pode deixar de incluí-las no seu orçamento. As despesas têm previsão constitucional, garantindo que o Governo Federal tenha uma previsão mínima de gastos públicos em algumas áreas, como é o caso da saúde e da educação. No que se refere a essas duas áreas (saúde e educação), suas garantias estão previstas na Emenda Constitucional n. 86/2015 e no art. 212 da Constituição Federal, respectivamente. Logo, verifica-se que na área da saúde, o governo deve aplicar um percentual da Receita Corrente Líquida (RCL). Por sua vez, no que se refere à educação, verifica-se que o percentual mínimo que a Administração Pública deve investir é de pelo menos 18% dos impostos federais e no mínimo 25% dos impostos estaduais e municipais. Esses percentuais mínimos são fiscalizados por conselhos locais. Existem algumas despesas, como foi dito anteriormente, que são obrigatórias. Entre elas destacam-se os pagamentos aos funcionários públicos, as transferências constitucionais (que a União deve realizar em prol do estado ou dos municípios), o pagamento dos benefícios previdenciários, entre outros. Após estabelecer esses pagamentos obrigatórios como despesas no orçamento, a Administração Pública deverá estabelecer as despesas prioritárias. Estas são as despesas, como as obrigatórias, que devem estar contidas na LDO e que não podem sofrer nenhum tipo de diminuição no seu percentual, ou seja, não podem sofrer cortes de gastos. Nesse sentido, as despesas prioritárias devem ter predileção, por isso devem estar previstas na LDO antes das despesas que o governo fará para atender às políticas públicas que estão estabelecidas no PPA. Logo, se houver algum tipo de limitação de dispêndio, este deverá ser realizado nas despesas não prioritárias. Depois da avaliação qualitativa dos programas e ações do governo, é necessário que a Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do 7 Planejamento, juntamente ao Ministério e à Casa Civil da Presidência da República determinem os limites de recursos para seus órgãos, visando satisfazer as despesas obrigatórias, prioritárias e discricionárias. Com base nos valores de recursos estabelecidos, os órgãos e entidades dos poderes devem confeccionar os seus orçamentos para o próximo exercício, e em seguida passá-los para o Secretaria de Orçamento Federal (SOF). Os ajustes e consolidações de todas as propostas orçamentárias são tarefa da Secretaria de Orçamento Financeiro, que em seguida consolida essas informações em um único projeto de LOA, o qual será enviado à a Presidência da República. É relevante lembrar que os orçamentos são confeccionados com base em estimativas. Nesse sentido, sua execução pode não ocorrer, logo, sua efetivação não é uma obrigação. Isso ocorre porque a realização do dispêndio dependerá da arrecadação efetivada, bem como das prioridades dos governos e das metas fiscais. Por consequência, quando não ocorre a efetiva arrecadação, o governo é obrigado a deixar de executar algumas despesas. TEMA 4 – BALANÇO PATRIMONIAL O orçamento está pautado em atos que devem ter natureza orçamentária, a qual tem a finalidade de registrar a receita e as despesas públicas em conformidade com a Lei Orçamentária Anual (LOA) e os créditos adicionais abertos. Entre esses atos orçamentários que podem ser verificados no Sistema Orçamentário destacam-se: Previsão de Receita; Fixação de despesa; Créditos adicionais abertos; Descentralização de créditos; Empenho de despesa; Prestação de Contas. Sobre a Prestação de Contas, é importante destacar que o Presidente da República acompanha anualmente no Balanço Geral da União, no qual deve constar o orçamento dos órgãos e entidades do Poder Executivo, bem como os valores cedidos com a finalidade de investimentos para as empresas estatais. O 8 objetivo do Balanço Patrimonial estatal é a transparência no setor público, pois com esse instrumento a sociedade pode verificar os gastos públicos. O Balanço Patrimonial da União deve ser confeccionado pela Secretaria do Tesouro Nacional, que se pautará pelas informações armazenadas no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI), visto que nesse sistema estão todas as informações necessárias para a elaboração dos balanços orçamentários. Outro ponto importante é que os balanços patrimoniais devem estar em conformidade com o Tribunal de Contas da União, visto que esse órgão, pertencente ao Poder Legislativo, tem como finalidade auxiliar o Congresso Nacional na tarefa de fiscalizar a Administração Pública, nos âmbitos orçamentário, financeiro e contábil. Ressalta-se ainda que o dinheiro público, que é utilizado pelo órgão do Poder Executivo Federal, deve ser verificado por meio da Controladoria-Geral da União (CGU), que fiscaliza a efetivação dos programas estatais e pode fazer auditorias nos recursos públicos. Essas ações de fiscalização são realizadas pela Secretaria Federal de Controle Interno. Dito isso, ressalta-se que o Balanço Patrimonial, em conformidade com a Lei n. 4.320/1964, deverá demonstrar as receitas e despesas previstas em defrontação com as realizações. Observa-se ainda a alteração dada pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade n. 1.268/2009, que prevê que o Balanço Orçamentário deve ressaltar as receitas e as despesas orçamentárias especificando os níveis de importância de análise, confrontando o orçamento inicial e as suas alterações com a execução, demonstrando o resultado orçamentário. O Balanço Orçamentário deve ser estruturado para demonstrar a integração entre o planejamento e a execução orçamentária. E, atualmente, os ingressos e os gastos são demonstrados por destinação de recursos. Saiba mais Contabilidade Pública: Balanço Patrimonial: <https://www.youtube.com/watch?v=A5ivIE5lmek>. 9 TEMA 5 – DA ELABORAÇÃO DA LEI DO ORÇAMENTO O orçamento público começa a ser elaborado com a definição do PPA. Nesse sentido, a Secretaria de Planejamento e Investimento Estratégico, do Ministério do Planejamento, elabora uma proposta de PPA, na qual serão demonstradas as prioridades da gestão pública nos próximos quatro anos. Assim que a proposta for finalizada, o Presidente da República a encaminhará para o Congresso Nacional para sua análise e votação. Quando o PPA estiver aprovado, o governo federal entrega a LDO para o Congresso Nacional, sendo que essa entrega deve ser realizada até o dia 15 de abril. Em seguida, ela será votada e aprovada até 17 de julho do ano em que for enviado. Caso a LDO não seja aprovada, os parlamentares não podem entrar em recesso. A LDO aprovada servirá de base para a confecção da LOA, ou seja, do orçamento propriamente dito.Na LOA deverão estar contempladas todas as informações pertinentes aos recursos financeiros estatais, como é o caso da origem, do montante e do destino dos recursos a serem utilizados. Quadro 1 – Cronograma de elaboração de planos orçamentários PRAZOS Projeto Prazo de envio pelo Poder Executivo ao Legislativo Devolução pelo Poder Legislativo ao Poder Executivo Dispositivo Legal Plano Plurianual (PPA) 4 meses do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato, ou seja, 31 de agosto. Até o encerramento do segundo período da sessão Legislativa (22 de dezembro) do exercício em que for encaminhado. Art. 35, parágrafo 2º, inciso I do ADTC. Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 8 meses e meio antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato, ou seja, 15 de abril. Até o encerramento do primeiro período da sessão Legislativa (17 de julho) do Art. 35, parágrafo 2º, inciso II do ADTC 10 exercício em que for encaminhado. Lei Orçamentária Anual (LOA) 4 meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato, ou seja, 31 de agosto. Até o encerramento do segundo período da sessão Legislativa (22 de dezembro) do exercício em que for encaminhado Art. 35, parágrafo § 2º, inciso III do ADTC É importante destacar que os atos do governo no âmbito do estado e do município devem ser registrados nas leis orçamentárias das respectivas esferas, como definido na suas Constituições. Nesse sentido, os orçamentos são feitos de forma paralela, ou seja, ao mesmo tempo em que ocorre o processo federal, estados e municípios desenvolvem os seus orçamentos. Quando o orçamento está em confecção, a Secretaria utiliza-se dos índices do Produto Interno Bruto (PIB) e da estimativa de inflação. A partir dos valores de receita serão estipulados os dispêndios. Resumidamente, o projeto de Lei Orçamentária Anual terá a seguinte ordem: o projeto será encaminhado para a Comissão Mista de Orçamentos e Planos do Congresso Nacional e os deputados e senadores deverão apreciá-lo e votar. Após a sua aprovação, o projeto será encaminhado ao Presidente da República para ser sancionado e publicado. Figura 1 – Etapas do projeto de Lei Orçamentária Anual 11 TROCANDO IDEIAS Confira o vídeo disponibilizado no link a seguir para conhecer melhor o orçamento público: <https://www.youtube.com/watch?v=kExPN8YSe5Y>. NA PRÁTICA 1. (Questão de Concurso – Banca OBJETIVA – 2017) A Constituição Federal determina que a lei orçamentária anual compreenderá três tipos de orçamento. São eles: a. o fiscal, o de investimento e o de seguridade social. b. o fiscal, o de investimento e o de infraestrutura. c. o fiscal, o de investimento e o de segurança pública. d. o fiscal, o de infraestrutura e o de seguridade social. e. o orçamentário, o de investimento e o de infraestrutura. 2. (Questão de Concurso – Banca FCC – 2016) Para o exercício de 2016, determinado ente público estimou as receitas e fixou as despesas no valor de R$ 8.648.788.500. Com relação à Lei Orçamentária Anual é correto afirmar: a. é vedado consignar crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada, exceto para as despesas de caráter continuado. b. o envio do projeto de lei ao Congresso Nacional é de competência do Presidente da República, apenas, para o orçamento do Poder Executivo. c. é permitida, nos casos de despesas imprevistas, a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa. d. compreenderá o anexo de metas fiscais elaborado pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. e. as receitas orçamentárias pertencem ao Estado, integram o patrimônio do Poder Público, aumentam-lhe o saldo financeiro e, via de regra, estão previstas na LOA. 3. (Questão de Concurso – IFB 2016) Conforme a Lei nº 4.320/64, a Lei de Orçamento deverá, EXCETO: 12 a. conter a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. b. compreender todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. c. considerar também as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros. d. compreender todas as despesas próprias dos órgãos do governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio destes, devam-se realizar. e. conter todas as receitas e despesas pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. 4. (Questão de Concurso – IBADE – 2016) Em relação a LOA (Lei Orçamentária Anual), pode-se afirmar: a. abrange somente todas as entidades e órgãos a ele vinculados, da Administração direta. b. se constitui no instrumento norteador para a construção da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). c. estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. d. se constitui uma lei ordinária, cuja validade abrange somente o exercício fiscal a que se refere. e. compreende todas as dotações destinadas a atender às ações de saúde, previdência e assistência social. 5. (Questão de Concurso – FGV – 2017) No Brasil, a elaboração do orçamento público se dá por meio de instrumentos legalmente definidos, tendo em vista contribuir para a gestão eficiente dos recursos públicos. O instrumento de planejamento orçamentário que é organizado em orçamento fiscal, orçamento da seguridade social e orçamento de investimento das empresas é: a. Cronograma Financeiro de Desembolso. b. Lei de Diretrizes Orçamentárias. c. Lei Orçamentária Anual. d. Plano Plurianual. 13 e. Relatório Resumido da Execução Orçamentária. Protocolos de resposta 1. Resposta: a Comentários: Seção II DOS ORÇAMENTOS Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. (Brasil, 1988) Lembre-se de que mesmo constando três orçamentos, o orçamento é uno! 2. Resposta: e Comentários: a. Vide art. 5º, parágrafo 4º, da Lei de Responsabilidade Fiscal. b. O envio do projeto de lei do orçamento ao Congresso Nacional, de todos os poderes, é de competência do Presidente da República. c. Vide art. 167, inciso VI da Constituição Federal de 1988. d. Vide art. 4º, parágrafo 1.º, da Lei de Responsabilidade Fiscal. e. Resposta correta: em regra, as receitas orçamentárias são previstas na LOA e pertencem ao Estado, integrando o patrimônio público. 3. Resposta: c Comentários: a. Correta: Lei n. 4.320/1964, art. 2° – “A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidosos princípios de unidade universalidade e anualidade.” b. Correta: Lei n. 4.320, art. 3º – “A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.” 14 c. Errada: Lei n. 4.320, art. 3º, parágrafo único – “Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.” d. Correta: Lei n. 4.320, art. 4º – “A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.” e. Correta: Lei n. 4.320, art. 6º – “Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.” 4. Resposta: d Comentários: Em relação a LOA (Lei Orçamentária Anual), pode-se afirmar: e. compreende todas as dotações destinadas a atender às ações de saúde, previdência e assistência social. De acordo com o art. 165, parágrafo 5º da Constituição Federal (Brasil, 1988): A lei orçamentária anual compreenderá: I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. E de acordo com o art. 37 da Lei n. 8.447/1992: SEÇÃO III Das Diretrizes Específicas do Orçamento da Seguridade Social Art. 37. O orçamento da seguridade social compreenderá as dotações destinadas a atender às ações de saúde, previdência e assistência social e obedecerá ao definido nos arts. 194, 195, 196, 200, 201, 203 e 212, § 4°, da Constituição, e contará, dentre outros, com recursos provenientes: I - das contribuições sociais a que se referem os arts. 195, I, II e III e 239, da Constituição; II - de receitas próprias dos órgãos, fundos e entidades que integram, exclusivamente, este orçamento; III - da contribuição dos servidores públicos de que tratam o art. 231 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e os arts. 9° e 10 da Lei n° 8.162, de 8 de janeiro de 1991, que será utilizada, prioritariamente, para atender despesas no âmbito dos encargos previdenciários da União; IV - de transferência de contribuição da União, fixada na lei orçamentária anual. 15 5. Reposta: c Comentários: Composição da LOA: Orçamento Fiscal: aplicações gerais. Orçamento de Investimento: Estatais não dependentes das quais a União detenha maioria do capital social, com direito a voto. Orçamento da Seguridade Social: saúde, previdência social e assistência social. FINALIZANDO O Decreto-Lei n. 200/1967 em seu art. 16 obriga o Estado brasileiro a adotar o chamado Orçamento-Programa. Ele estabelece que a cada ano deve ser efetuado um orçamento-programa que deverá especificar o Programa Plurianual, cujas etapas devem ser executadas no próximo exercício e servirão de guia para a execução da utilização das despesas. O orçamento é uma obrigação constitucional, que se refere à elaboração dos três principais instrumentos de planejamento e orçamento, que devem ser integrados entre si. São eles: Plano Plurianual (PPA) Lei Orçamentária Anual (LOA) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) As despesas têm previsão constitucional, o que significa que o Governo Federal tem uma previsão mínima de gastos para algumas despesas públicas em algumas áreas, como é o caso da Saúde e da Educação. A finalidade do Balanço Patrimonial estatal é a transparência no setor público, pois com esse instrumento a sociedade pode verificar os gastos públicos. No âmbito da União o Balanço Patrimonial deve ser confeccionado pela Secretaria do Tesouro Nacional, que se pautará pelas informações armazenadas no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI), pois nesse sistema estão todas as informações necessárias para a confecção dos balanços orçamentários. O orçamento público começa a ser elaborado após a definição do Plano Plurianual (PPA). Nesse sentido, a Secretaria de Planejamento e Investimento Estratégico, do Ministério do Planejamento, elabora uma proposta do PPA, na 16 qual serão demonstradas as prioridades da gestão pública nos quatro anos seguintes. Assim que a proposta é finalizada, o Presidente da República a encaminha para o Congresso Nacional, onde será analisada e submetida a votação. Quando o PPA for aprovado, o governo federal entrega a LDO para o Congresso Nacional, sendo que o prazo para que isso aconteça não pode ultrapassar o dia 15 de abril. A LDO será então votada e aprovada até a data de 17 de julho do ano vigente. Observa-se que se a LDO não for aprovada, os parlamentares não podem entrar em recesso. A LDO aprovada servirá de base para a confecção da LOA, ou seja, do orçamento propriamente dito. Na LOA deverão estar contempladas todas as informações pertinentes aos recursos financeiros estatais, como é o caso da origem, do montante e do destino dos recursos a serem utilizados. Resumidamente, o projeto de Lei Orçamentária Anual seguirá esta ordem: primeiramente será encaminhado para a Comissão Mista de Orçamentos e Planos do Congresso Nacional, onde será apreciado e votado pelos deputados e senadores. Após a sua aprovação, o projeto será encaminhado para o Presidente da República para ser sancionado e publicado. 17 REFERÊNCIAS BEHR, A. Contabilidade aplicada ao setor público: estudos e práticas. Rio de Janeiro: Atlas, 2016. BEZERRA FILHO, J. E. Contabilidade aplicada ao setor público: abordagem simples e objetiva. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. BRASIL. Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 mar. 1964. ______. Constituição. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. ______. Lei n. 8.447, de 21 de julho de 1992. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 jul. 1992. ______. Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 maio 2000. BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. 6. ed. Brasília, 2014. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/456785/MCASP+7%C2 %AA%20edi%C3%A7%C3%A3o+Vers%C3%A3o+Final.pdf/6e874adb-44d7- 490c-8967-b0acd3923f6d>. Acesso em: 27 set. 2017. COUTINHO, A. D. Manual de direito administrativo. v. único. Rio de Janeiro: Método, 2015. DI PIETRO, M. S. Z. Parcerias na administração pública: concessão, permissão, franquia, terceirização, parceria público-privada e outras formas. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2015. FÓRUM DESENVOLVE LONDRINA. Gestão pública: um passo para mudanças históricas – republicanismo, meritocracia, governança. Londrina: Imaginacom, 2016. FURTADO, L. R. Curso de direito administrativo. 4. ed., rev. e atual. Belo Horizonte: Fórum, 2013. MARQUES, M. C. Improbidade administrativa: temas atuais e controvertidos. Rio de Janeiro: Forense, 2016. MENDES, Gilmar Ferreira. Gestão pública e direito municipal: tendências e desafios. São Paulo: Saraiva Educação, 2016. 18 MATIAS-PEREIRA, José. Manual de gestão pública contemporânea. 5. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2016.ORÇAMENTO. In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: <https://www.priberam.pt/dlpo/or%C3%A7amento>. Acesso em: 27 set. 2017.
Compartilhar