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TEORIA DO PROCESSO

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Prévia do material em texto

Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
TEORIA DO PROCESSO 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
No começo o Estado não tinha interesse nas relações privadas, as resoluções de conflito se 
davam pela autotutela, ou seja, pela vingança privada. 
 
O Estado vai tomando para si a resolução dos conflitos - adota a função jurisdicional 
 
No início da função jurisdicional do Estado, ele era apenas a "boca da lei" - responsável por 
ouvir os conflitos e aplicar a norma, ele não atua de forma proativa. O Estado somente aplica o 
direito 
 
No Estado social, ele verifica que esse liberalismo jurídico causa uma desigualdade social, 
no sentido que não permite que todos tenham acesso a defesa de seus direitos, então surge um 
Estado com a função de pacificar os conflitos, trazer justiça e a paz social. Nesse Estado social, a 
figura do Estado fica mais proativa e ele passa a ter interesse em resolver os conflitos. Se outorga 
ao Estado o poder de resolver todo e qualquer problema que lhe forem apresentados. Estado 
extremamente interventor - Monopólio da administração da Justiça. 
 
No Estado Democrático de Direito, foge-se dos dois extremos, e surge um Estado que 
garante a observância de um devido processo legal, com as previsões constitucionais e 
legislativas, e a ampla participação das partes. Constitucionalização da matéria processual - 
Subordinação do Processo Civil à Constituição Federal. Retira do Estado a função de pacificação 
e fazer a justiça, porque a justiça tem diversas concepções. Agora a função é a concretização dos 
direitos fundamentais – Art. 5º, CF/88 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA JURISDIÇÃO, PROCESSO, AÇÃO E DEFESA 
 
 Princípio da Legalidade: Art. 5º, II, CF/88 - "Ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei"; 
 Princípio da Universalidade da jurisdição ou Inafastabilidade: Art. 5º, XXXV - 
"A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito"; 
 Direito fundamental ao processo justo e à jurisdição: Art. 5º, LIII - "Ninguém será 
processado nem sentenciado senão pela autoridade competente"; 
Art. 5º LIV - "Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal"; 
 Acesso à Justiça: Art. 5º, LV - "Aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e os acusados em geral, são assegurados o contraditório e a ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes"; 
Art. 5º LXXIV - "O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que 
comprovarem insuficiência de recursos" 
Art. 5º LXXVIII - "A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a 
razoável duração do processo e os meios que garantem a celeridade da sua 
tramitação". 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
 Princípio da Isonomia: Art. 5º, caput - "Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza..." Sob o aspecto processual, a Isonomia revela-se 
pela necessidade de dar as partes tratamento igualitário em relação ao exercício de 
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à 
aplicação de sanções processuais (art. 7, do CPC); 
 
 
FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
 
 AUTOTUTELA OU AUTODEFESA: quando uma das partes impõe seu direito 
sobre a outra parte; 
 HETEROCOMPOSIÇÃO: quando a resolução do problema se dá por ato de 
terceiro estranho a relação – ARVITRÁGEM (Lei 9.307/1996) e PROCESSO 
(Jurisdição Estatal) 
 AUTOCOMPOSIÇÃO: 
a) Unilateral: quando a resolução do problema é realizada de forma amigável por 
ato de uma ou ambas as partes (renúncia, submissão ou transação); 
b) Bilateral: CONCILIAÇÃO e MEDIAÇÃO; 
 
 
JUSTIÇA MULTIPORTAS: existe uma crescente tendência do uso cada vez mais 
recorrente das chamadas ADRs (Alternative Dispute Resolution – Técnicas Alternativas de 
Resolução de Conflitos), como opção só sistema jurisdicional tradicional. Essa inclinação 
iniciou-se com uma tendência de permitir que conflitos de menor complexidade, pudessem ser 
dimensionadas fora do sistema tradicional. 
O conceito de Justiça Multiportas encontra respaldo no novo CPC, que traz uma sessão 
pertinente aos Conciliadores e Mediadores Judiciais instituídos dos artigos 165 aos 175, 
prestigiando os mecanismos alternativos, oferecendo espaço para a mediação e a conciliação 
como formas eficazes de solucionar os conflitos existentes que formam grande número de 
processos dentro do Judiciário, que não conseguem suprir as tutelas por falta de mecanismos 
acessíveis para o acesso à justiça. O Art. 165 do CPC 2015 dispõe que “Os tribunais criarão 
centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e 
audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a 
auxiliar, orientar e estimular a auto composição”. 
O texto do Novo CPC dá destaque especial à Conciliação e à Mediação ao prever e 
disciplinar sua aplicação em várias oportunidades. 
 
“Art. 3º - CPC - não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito 
§1 º – É permitida a arbitragem na forma da lei; 
§2 º – O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos; 
§3 º – A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual do conflito 
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério 
Público, inclusive no curso do processo judicial. ” 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
 Na mediação são as próprias partes que vão chegar a uma solução – Não há qualquer 
interferência do terceiro como julgador. O mediador vai somente conduzir o diálogo entre as 
partes, para que as partes cheguem por conta própria até a resolução do seu próprio conflito. 
 
 Na conciliação, tem a figura do conciliados que vai ser responsável por ajudar as partes 
ajudar a resolução. Ele pode sugerir soluções, trazer possíveis acordos que as partes podem 
aceitar ou não. O conciliador auxilia as partes para que elas cheguem a um resultado que 
atenda aos interessados. 
 
 Na arbitragem, quando se trata de direitos patrimoniais disponíveis, as partes têm a 
possibilidade de escolher um terceiro para analisar o seu caso. Isso é feito ou por meio de 
cláusula compromissória, ou por meio de compromisso de arbitragem. As partes podem 
prever antes da existência do conflito, por meio contratual, que elas vão optar por arbitragem, 
ou diante a já existência do conflito que elas vão optar nesse caso específico pela arbitragem. 
Não tira do Estado o monopólio da jurisdição, mas autoriza as partes que procurem um 
terceiro para resolver o conflito. Pode ser interessante para as partes por conta de 
celeridade. O único recurso que cabe na arbitragem são embargos de declaração, então, a 
partir do momento em que as partes optam pela arbitragem, elas abrem mão da possibilidade 
de recurso e se submetem a decisão do árbitro. – A arbitragem possui a “vocatio” (poder de a 
chamar em juízo), a “notio”(poder de conhecer), e “judicium”(poder de julgar), porém falta-
lhe a “Coertio”e a “Executio”. 
 
 
JURISDIÇÃO 
 
Conceito: Função do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de 
interesse em caráter coletivo, aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são 
submetidos. 
Ou 
 
Função exercida em caráter substitutivo, através da qual o Estado, em cumprimento de 
garantia constitucional de inafastabilidade do controle, atua o direito, seja mediante 
declaração ou execução 
 
O Estado tem o Poder – Dever de fazer valer o Direito, mediante coerção e execução 
(diferente da arbitragem) 
 
Poder – Dever de Dizer o Direito 
 
 
Os conflitos de interesse colocam em perigo a paz social e a ordem jurídica, o que reclamaa 
atuação do Estado para solucionar a Lide. O Estado por meio do Poder Judiciário, tem o PODER 
– DEVER de dizer o Direito de acordo com a Constituição, para disciplinar determinada 
situação jurídica, resolvendo a lide e por via de consequência promover a pacificação social. 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
ESTE PODER-DEVER QUE A DOUTRINA CHAMA DE JUSRISDIÇÃO 
 
 
A Jurisdição pode ser apreendida como: 
a) Função do Estado de atuar a vontade concreta da Lei (Constituição), com o fim de obter a 
resolução dos conflitos; 
b) Poder-Dever de compelir ao cumprimento da decisão judicial, podendo usar de coerção e 
execução; 
c) Formalização dos atos processuais e de informação 
 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
Até o final do séc. XIX, a Jurisdição encontrava-se totalmente comprometida com os valores 
do Estado Liberal e do Positivismo Jurídico (Escola Exegética - Submissão do juiz à Lei) - A 
Jurisdição como função dirigida a tutelas direitos subjetivos, privados, violados, mediante a 
aplicação da lei. 
Não havia tutela preventiva – igualdade formal dos jurisdicionado – mínima intervenção nas 
relações privadas e conversão de direitos em pecúnia Natureza privatista do processo civil. 
 
 
 
Ludovico Mortara Natureza pública do Processo 
A jurisdição tem que defender o direito público objetivo, mediante a vontade da lei. (Conjunto de 
normas que o Estado mantém em vigor – Direito positivo – que é posto e estabelece normas de 
conduta social. 
 
 
Giuseppe Chiobenda Tem em vista a atividade do juiz – Teoria Declaratória (Dualista) 
A jurisdição (função do Estado) declara a vontade concreta da lei – autonomia conceitual da ação 
em face do Direito Material. 
Expressão da vontade do Estado – Natureza Publicista do processo civil – Aplicação da lei no 
caso concreto (não se confunde com a criação de norma no caso concreto) – Não se desvinculou 
da matriz liberal (não se importou com o acesso dos cidadãos ao poder Judiciário ou com a 
efetividade dos procedimentos para atendimento das classes sociais desprivilegiadas. 
 
 
 
 
Francesco Carnelutti Tem em vista a FINALIDADE das partes 
 O conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida 
 “Justa composição da lide” essa definição não tem adequação com o nosso sistema 
processual 
 O centro do sistema não é mais a ação 
A jurisdição não tem a única função de resolver conflitos, tendo em vista que há a jurisdição 
contenciosa e voluntária – na jurisdição voluntária, não há um conflito a ser resolvido 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
 
 
Teoria Constitutiva (Unitária) devida especialmente a Kelsen, para quem “O juiz produz a 
norma jurídica concreta”. O Legislador aplica a Constituição e cria a norma geral e o juiz aplica 
a norma geral e cria a norma individual – Continuidade na obra de Piero Calamandrei que diz 
que “A lei abstrata se individualiza por obra do juiz (através da sentença)”. 
 
 
 
FINS DA JURISDIÇÃO 
 
Segundo a concepção instrumentalista do processo: 
 
 Escopo Jurídico: Consiste na atuação da vontade concreta da Constituição e da lei. A 
jurisdição tem por fim primeiro, portanto fazer com que se atinjam, em cada caso 
concreto, os objetivos das normas de Direito Material; 
 Escopo Social: Consiste em promover o bem comum com a pacificação, pela 
eliminação de conflitos, além de incentivar a consciência dos direitos próprios e o 
respeito aos alheios; 
 Escopo Político: é aquele pelo o qual o Estado busca a Afirmação do seu papel de 
Estado Contemporâneo, incentivando a participação democrática (ação popular, ação 
coletiva, presença de leigos nos juizados, etc.) e a preservação do valor liberdade, 
com a tutela das liberdades públicas por meio dos remédios constitucionais (tutela dos 
direitos fundamentais). 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS E CARACTERISTICAS INERENTES À JURISDIÇÃO 
 
 SUBSTITUTIVIDADE: Desde que o Estado assumiu para si a incumbência de, por 
meio da jurisdição, aplicar a lei para solucionar os conflitos em caráter coercitivo, 
pode-se dizer que ele substituiu as partes na resolução dos litígios para 
corresponder à exigência da imparcialidade. É a substituição das partes pelo estado-
juiz que permite uma solução imparcial, muito mais adequada para a pacificação 
social; 
 DEFINITIVIDADE: Somente as decisões judiciais adiquire, após certo momento, 
caráter definitivo, não podendo mais ser modificadas. Os atos jurisdicionais tornam-
se imutáveis e não podem ser discutidos; 
 IMPERTATIVIDADE: As decisões judiciais têm força coativa e obrigam os 
litigantes. As decisões judiciais são impostas aos litigantes, que devem cumpri-las; 
 INDELEGABILIDADE: A função jurisdicional só pode ser exercida pelo Poder 
Judiciário, não podendo haver delegação de competência, sob pena de ofensa ao 
princípio constitucional do Juízo Natural 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
 INAFASTABILIDADE: A lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário 
nenhuma lesão ou ameaça a direito (CF, art. 5, XXXV). Mesmo que não haja lei que 
se possa aplicar, de forma específica, a determinado caso concreto, o juiz não se 
escusa de julgar invocando lacuna; 
 INÉRCIA: A jurisdição é inerte, isto é, ela não se mobiliza senão mediante 
provocação do interessado. É preciso que um dos envolvidos no conflito leve a 
questão à apreciação do Judiciário, para que possa aplicar a lei. A função 
jurisdicional não se movimenta de ofício, mas apenas por provocação dos 
interessados 
 INVESTITURA: Só exerce jurisdição quem ocupa o cargo de juiz, tendo sido 
regulamente investido nessa função, 
 TERRITORIALIDADE: Por se tratar de um ato de poder, o juiz exerce a jurisdição 
dentro de um limite espacial sujeito à Soberania do Estado. Normalmente o exercício 
da jurisdição que lhes compete é delimitado à parcela do território, conforme a 
organização judiciária da justiça em que atua, sendo as áreas de exercício da 
jurisdição divididas em Justiça Federal em Sessões Judiciárias e Justiça Estaduais em 
Comarcas. (Quando um juiz precisa ouvir uma testemunha que reside em outro 
território, deverá requisitar por meio de Carta Precatória ao juiz do outro território); 
 INEVITABILIDADE: Quando provocado o exercício jurisdicional, as partes 
sujeitam-se a ela, mesmo contra as vontades. 
 ACESSO À JUSTIÇA: A Constituição garante o acesso ao Poder Judiciário a todos 
aqueles que tiverem seu direito violado ou ameaçado (Art. 5, LXXIV) 
 IMPARCIALIDADE: Para que se possa aplicar o devido objetivo ao caso concreto, o 
órgão judicial há de ser imparcial. 
 MONOPÓLIO DO ESTADO: O Estado tem o monopólio da jurisdição. 
 UNIDADE: A jurisdição é poder estatal, portanto é uma! Para cada Estado soberano 
há 1 Jurisdição. O Poder é uno, mas divisível. 
 
JUÍZ NATURAL 
 
Garante ao cidadão o direito de não ser subtraído de seu Juiz Constitucional ou Natural, 
aquele pré-constituído por lei para exercer validamente a função jurisdicional. 
A CF assegura expressamente que “ninguém será processado nem sentenciado, senão pela 
autoridade competente” Art. 5, XXXVIII. 
Impede que pessoas estranhas ao organismo judiciário exerçam funções que lhes são 
específicas, salvo quando a própria CF autoriza. 
PROÍBE a criação de TRIBUNAIS DE EXEÇÃO, aqueles criado “post factum” 
 
 Requisitos para a caracterização de Juiz Natural: 
 
 Só podem exercer a jurisdição os órgãos instituídos pela CF; 
 Ninguém pode ser julgado por órgão instituído após o fato; 
 Entre os juízes pré-constituídos vigora uma ordem taxativa de competências que 
exclui qualquer alternativa deferida àdiscricionariedade de quem quer que seja. O 
juiz deve ser imparcial, não pode ser impedido (critério objetivo) nem suspeito 
(critério subjetivo) 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO 
 
A jurisdição pode ser CONTENCIOSA ou VOLUNTÁRIA. 
 
CONTENCIOSA: 
 
 Há um conflito – Pede-se ao juiz que dê uma decisão solucionando um conflito de interesse, 
que lhe é posto; 
 A parte busca obter uma determinação judicial que obrigue a parte contraditória; 
 A sentença sempre favorece uma das partes em detrimento da outra, já que decide o conflito 
entre ambas; 
 
 
VOLUNTÁRIA: 
 
 Atua sem que haja um conflito; 
 A parte uma situação que valha para ela mesma; 
 É possível que a sentença beneficie as duas partes; 
 Ainda que haja uma questão conflituosa, não é posta diretamente em juízo para a 
apreciação judicial. 
 Serve para que o juiz fiscalize, acompanhe ou tome as providências necessárias para a 
proteção de um ou ambos os sujeitos da relação processual 
 
Também é conhecida como Jurisdição Graciosa ou Administrativa, é comumente definida como 
Administração pública de interesse privado, mas não se pode lhe dar essa condição porque o juiz não se 
limita a integrar negócio jurídico privado dos envolvidos, mas interfere para sanar uma questão. 
Nela não se cuida da lide, mas de questões de interesse privado que por força da lei devem ter a 
chancela do Poder Público, tais como nomeação de tutor ou curador, separação consensual, arrecadação 
de bens de ausentes, constituição de partidos políticos, notificação judicial, etc. 
 
 
 Quanto ao objeto, há a distinção dos órgãos integrantes da Justiça, que podem destinar-se 
exclusivamente ao julgamento de questões PENAIS ou CIVIS. 
 
 Quanto ao tipo de órgão, pode ser ESPECIAL ou COMUM 
 Especial - são a Justiça do Trabalho, Justiça Militar e Justiça Eleitoral 
 Comum - tudo o que não for matéria de Especial 
 
 
 Quanto à hierarquia poder ser jurisdição INFERIOR ou SUPERIOR, conforme o órgão incumbido 
de exercê-la. 
 Superior: STF, STJ ou Cortes Estaduais. 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
COMPETÊNCIA 
 
A Jurisdição é um dos institutos fundamentais do processo civil e se caracteriza por ser una. 
Mas o exercício da jurisdição é distribuído entre numerosos órgãos judiciários. Cada um desses 
órgãos exerce jurisdição sobre determinado assunto, ou sobre determinado território. Alguns têm 
jurisdição sobre todo o território nacional, como é o caso do STF e STJ. Há outros que exercem a 
sua jurisdição dentro de certos limites. 
 
Conceito: A Competência é, conforme definição clássica, A Medida Da Jurisdição. Ela 
quantificará a parcela de exercício de jurisdição atribuída a determinado órgão, em relação às 
pessoas, à matéria e ao território, de acordo com a Constituição. 
 
 COMPETÊNCIAS ORIGINÁRIAS: Atribuída aos Órgãos Superiores (STF, STJ, 
TSE, TST, STM) – no que diz respeito aos estados, as Constituições dos Estados, 
também tem competências originárias; 
 COMPETÊNCIAS DE JURISDIÇÃO: Distribuição de causas entre as diversas 
Justiças que integram o Poder Judiciário, exemplo: Justiça dos Estados e do Distrito 
Federal, Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar. A 
concretização da competência é feita pela Constituição Federal – Justiça Federal e 
Especial – as Justiças Estaduais recebem a Competência Residual (tudo o que não diz 
respeito as justiças federais e especiais pode ser de competência dos estados – 
Competência Residual) 
 COMPETÊNCIA DE FORO OU TERRITORIAL: Foro é o local onde o juiz exerce 
as suas funções; é a unidade territorial a qual se exerce o poder jurisdicional. No 
mesmo local, segundo as leis de organização judiciária podem funcionar vários juízes 
com atribuições iguais ou diversas. De tal modo, para uma mesma causa, constata-se 
primeiro qual o foro competente, para depois averiguar o juízo, que em primeiro grau 
de jurisdição, corresponde às varas, o cartório, a unidade administrativa. Nas Justiças 
dos Estados o foro de cada juiz de primeiro grau é o que se chama comarca; na 
Justiça Federal é a subseção judiciária. O foro do Tribunal de Justiça de um estado é 
todo o Estado; o dos Tribunais Regionais Federais é a sua região, definida em lei (art. 
107, par. Único, CF); o do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça 
e de todos os demais tribunais superiores é todo o território nacional (CF, art. 92, 
parágrafo único). 
 
 
 
 COMPETÊNCIA DE JUÍZO: Distribuição da competência dentro de determinado 
foro. Exemplo: varas criminais, da família, sucessões, Fazenda Pública, etc. Se dá de 
acordo com a magistratura. 
 COMPETÊNCIA RECURSAL: Competência de órgão superior de determinada 
jurisdição. 
 
 
FORO = DIVISÃO TERRITORIAL 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA E RECURSAL 
 
A competência originária é atribuída ao órgão jurisdicional diretamente, para conhecer da 
causa em primeiro lugar; pode ser atribuída tanto ao juízo monocrático, o que é a regra, como 
ao tribunal, em algumas situações, como por exemplo, ação rescisória e mandado de segurança 
contra ato judicial. 
 
A competência derivada ou recursal é atribuída ao órgão jurisdicional destinado a rever a 
decisão já proferida; normalmente, atribui-se a competência derivada ao tribunal, mas há casos 
em que o próprio magistrado de primeira instancia possui competência recursal, por exemplo, 
nos casos dos embargos infringentes de alçada, cabíveis na forma do art. 34 da lei de Execução 
Fiscal, que serão julgados pelo mesmo juízo prolator da sentença. 
 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA 
 
 
 ABSOLUTA: A competência absoluta jamais pode ser modificada (atribuída a outro 
órgão), pois é determinada de acordo com o interesse público, assim não é plausível de 
mudança pelas circunstâncias processuais ou vontade das partes. A competência absoluta é 
assim considerada quando fixada em razão da matéria (em razão da natureza da ação, exemplo: 
ação civil, ação penal etc.), da pessoa (em razão das partes do processo) ou por critério 
funcional (em razão da atividade ou função do órgão julgador. Exemplo: competência para 
julgamento de recurso), em alguns casos o valor da causa bem como a territorialidade podem 
ser consideradas competência absoluta, mas a isso se trata como exceção. 
 
A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício, e a qualquer momento do processo 
ela pode ser alegada, tanto pelas partes quanto pelo próprio juiz. Se houver vício no processo 
referente à competência absoluta, isso acarreta em uma nulidade absoluta do processo. Mesmo 
depois de trânsito em julgado, se no prazo de dois anos for identificada a incompetência 
absoluta é possível desconstituí-la em ação rescisória. 
 
Reconhecida a incompetência absoluta os atos já praticados tornam-se nulos, e o processo é 
enviado ao juiz deveras competente. A regra de competência absoluta não é passível de 
alteração por continência ou conexão. 
 
 
RELATIVA: A competência relativa, diz respeito ao interesse privado, ela é fixada de 
acordo com critérios em razão do valor da causa (Juizados Especiais Estaduais, Federais e da 
Fazenda Pública, que tem um teto previsto para o valor das ações) em razão da territorialidade 
(de acordo com a circunscrição territorial judiciária, foro comum: domicilio do acusado). 
 
 Deve ser alegada na contestação, se não a competência se prorroga. 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
São 3 as possíveis causas de prorrogaçãoda competência: 
 LITISPENDÊNCIA: Duas demandas com os mesmos elementos (partes, pedido e 
causa de pedir). Extingue o segundo. 
 RELAÇÃO DE CONEXÃO: Art. 103, CPC. Quando houver duas ações com 
mesmo pedido e causa de pedir. 
 CONTINÊNCIA ENTRE DUAS OU MAIS DEMANDAS: Art. 104, CPC. As 
mesmas partes e mesma causa de pedir e o pedido de um tem que ser maior que o 
do outro. 
“Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade 
quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, 
abrange o das outras. ” 
 
 
Diferente da incompetência absoluta, a relativa só pode ser requerida pelo réu. O juiz não 
pode reconhecê-la de oficio, mas o Ministério Público pode alegá-la em benefício de réu 
incapaz. 
 
 
Depois de reconhecida a incompetência relativa, remete-se os autos aos juízes competentes, 
porém não há anulação dos atos já praticados, ou seja, opera efeitos ex-nunc. 
 
 
CRITÉRIOS DETERMINANTES DA COMPETÊNCIA 
 
 TERRITORIAL: Circunscrição geográfica. É o critério de foro. Encontrado no CPC. 
 
 MATERIAL: É o objeto litigioso, o objeto que estar sendo discutido. Exemplo: causa de 
família, ou de trânsito, etc. Encontrado nas LOJ’s (Lei da Organização Judiciária) dos 
estados federativos. 
 
 VALOR DA CAUSA: Poderá ser um critério de determinação de competência, é um dos 
motivos da obrigatoriedade do valor da causa na inicial. Encontra-se nas LOJ’s. 
 
 FUNCIONAL OU HIERÁRQUICO: Gerará a competência originária. Em razão da 
função ou hierarquia move-se a causa no tribunal, por exemplo. Encontra-se na 
Constituição Federal para a competência do STJ e STF e para os Tribunais de Justiça 
encontra-se nas LOJ’s. 
 
 As competências territoriais e em relação ao valor da causa são de competência relativa e 
as competências material e funcional são de competência absoluta. 
 A competência relativa pode ser modificada pela vontade das partes, a competência 
absoluta não pode. 
 Se o juízo incompetente julgar e for competência absoluta é invalido o julgamento, 
competência absoluta não preclui, pois é matéria de ordem pública. 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
AÇÃO 
 
 
DIREITO DE AÇÃO 
 
O direito de ação é um direito fundamental: o direito de acesso à justiça, de submeter um 
determinado problema à solução jurisdicional, de obter a solução judicial de um conflito. 
É o mecanismo pelo qual se provoca o Judiciário. 
 
 
CONDIÇÕES DA AÇÃO 
 
Interesse de Agir e Legitimidade Ad Causam – Artigos 18, 330 – incisos II e III, IX e 485 – 
inciso VI do CPC.) 
 
LEGITIMIDADE AD CAUSAM: É mencionada especificamente no art. 18 do CPC, que 
assim estabelece “Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando 
autorizado pelo ordenamento jurídico”. Esse dispositivo diz que em regra, as pessoas só 
podem ir a juízo, na condição de partes, para postular e defender direitos que alegam ser 
próprios e não alheios. 
 
A exigência de legitimidade se faz necessária para que se ajuste perfeitamente o direito de 
quem em relação a alguém. Porém, esta exigência não é absoluta. Há casos em que a própria 
lei, excepcionalmente, concede direito de postular em juízo, em nome próprio, a quem não é 
titular do interesse em conflito. Em regra, tem legitimidade aquele que é titular do interesse em 
relação a outra pessoa (legitimidade ordinária). Mas a lei processual brasileira, expressamente 
admite a legitimação extraordinária, consagrando assim a figura do substituto processual. 
Substituto processual é aquele que vem a juízo como titular do direito de ação, tem 
legitimidade para postular em próprio direito alheio. 
 
 Tem legitimidade ativa para uma causa o sujeito que em tese poderá vir a se beneficiar 
juridicamente dos efeitos da tutela jurisdicional pleiteada; tem legitimidade passiva para a 
causa quem, em tese, poderá sofre algum impacto desfavorável em sua esfera jurídica. 
 
O novo CPC (art. 338) prevê que arguindo o réu na contestação a sua ilegitimidade, o juiz 
deverá possibilitar ao autor a mutatio libelli, isto é, a modificação subjetiva da demanda, para 
providenciar a substituição do demandado. Reconhecida a incorreção e aceita, pelo autor, no 
prazo de 15 dias, a indicação feita pelo réu, será ele extrometido do processo, diante do 
manifesto reconhecimento de sua ilegitimidade passiva. 
Arguida a ilegitimidade passiva, o réu tem o ônus do indicar quem, em seu entender, é que 
deve ocupar a posição de legitimado em seu lugar. O caput do art.339 dispõe que somente terá 
o ônus de indicar o sujeito passivo “sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as 
despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação”, 
o que significa que, embora arguindo a sua própria ilegitimidade, se não souber quem deva 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
figurar no polo passivo, não será responsabilizado a indenizar qualquer experimentado pelo 
demandante. 
 
INTERESSE DE AGIR (ou interesse processual): utilidade do processo para melhora da 
situação de vida do demandante, ou seja, o processo instaurado pela ação é capaz de trazer uma 
verdadeira tutela. Só se legitima o acesso ao processo na medida que ele tenha essa aptidão. Os 
indicadores do interesse de agir são a necessidade e a adequação. 
 
 Também é necessário que haja adequação entre a pretensão do autor e a demanda por ele 
ajuizada. 
 
 O interesse de agir é instrumental, surge da necessidade de obter através do processo a 
proteção ao interesse substancial. Entende-se, dessa maneira, que há interesse processual se a 
parte sofre um prejuízo não propondo a demanda, e daí resulta que para evitar esse prejuízo 
necessita exatamente da intervenção dos órgãos jurisdicionais. Localiza-se o interesse 
processual não apenas na utilidade, mas especificamente na necessidade do processo como 
remédio apto à aplicação do direito objetivo no caso concreto. 
 
 
 
CARÊNCIA DE AÇÃO 
 
O autor carecerá da ação quando não puder obter, por meio da ação proposta, o resultado 
por ele almejado. 
Na falta de uma das condições da ação ou de ambas, diz-se que o autor é carecedor de ação, 
ou seja, ele não tem direito de ação no caso concreto. 
Haverá casos, em que haverá carência por falta de interesse superveniente. É o que ocorre 
quando no momento da propositura da demanda, ela era necessária, mas depois, por razões 
posteriores deixou de ser. 
Diante da carência de ação o mérito da causa não poderá ser julgado (CPC art. 185, inc. VI) 
e o processo será extinto sem esse julgamento, mediante uma sentença que não será de mérito, 
mas de terminativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
 
ELEMENTOS DA AÇÃO: PARTES, PEDIDO E CAUSA DE PEDIR 
 
 Ser parte do processo é estar no processo agindo com parcialidade. 
 
 
PARTE PROCESSUAL PARTE MATERIAL PARTE LEGÍTIMA 
É aquela que está em uma 
relação jurídica processual, 
faz parte do contraditório, 
atuando com parcialidade e 
podendo sofrer alguma 
consequência com a 
decisão. 
 
Sujeito da situação jurídica 
discutida em juízo. Pode ou 
não ser a parte processual. 
Casos de legitimação 
extraordinária. 
Tem autorização para estar 
em juízo discutindo 
determinada situação 
jurídica. Atenção: parte 
ilegítima também é parte 
porque pode alegar sua 
própria ilegitimidade. 
 
DIREITO DE DEFESA 
 
 
DIREITO DE DEFESA 
 
Se a todos é dado o direito de ajuizar a ação, é sempre assegurado ao réu o direito de 
contrapor-se a ela, de defender-se. 
Se de um lado, a todos é garantidoo acesso à justiça, de outro deve ser sempre respeitado o 
contraditório. O réu tem o direito de saber da existência do processo e tudo o que nele ocorre, e 
de apresentar a sua defesa. 
É direito de defesa do réu contrapor-se à pretensão inicial, valendo –se de todos os 
mecanismos previstos em lei. 
Em suma, é o direito de defender-se, de tentar fazer com que o juiz não acolha a pretensão 
inicial, de resistir a ela. 
É considerada um dos institutos fundamentais! 
 
As defesas possíveis que o réu pode apresentar no processo dividem-se em duas categorias: 
a) Ordem publica: cujo reconhecimento interessa não somente ao réu, mas ao próprio 
funcionamento do Judiciário. Ainda que não alegadas pelo réu podem ser conhecidas de 
ofício pelo juiz e por isso não precluem (plecuir - Perder o direito ao exercício de uma faculdade, 
um direito.) Se o réu não as alegar. São denominadas Objeções. Como objeção 
processual pode-se mencionar a competência absoluta ou falta de condição de ação. 
b) As que não são de ordem pública: dizem respeito estritamente ao interesse do réu. 
Têm de ser alegadas, não podendo ser conhecidas de ofício pelo juiz. Em regra, 
precluem se não as alegar na primeira oportunidade. 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
O PROCESSO 
 
 
Desde o momento em que é proposta a demanda haverá a formação de um processo, que é 
o instrumento da jurisdição. É por meio dela que o Poder Judiciário fará valer a jurisdição. 
 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
 
O processo deve preencher requisitos, para que possa ter desenvolvimento regular e 
válido. Para que ele alcance seu objetivo, o provimento jurisdicional e a resposta do mérito, 
são necessárias duas coisas O DIREITO DE AÇÃO e UM PROCESSO VÁLIDO E 
REGULAR. 
 
Os pressupostos processuais são os requisitos para que haja um processo válido e 
regular. 
 
Antes de emitir tutela jurisdicional ou resposta de mérito é preciso que o juiz examine se 
foram preenchidas dias ordens de questões prévias: os PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS e as 
CONDIÇÕES DA AÇÃO. É nessa ordem que o juiz deve proceder ao seu exame. 
Primeiro os Pressupostos Processuais – se o processo teve um desenvolvimento válido e 
regular. Em caso negativo deve, se possível, determinar que o vício seja sanado; se não, deve 
julgar extinto o processo sem resolução de mérito, como mando o art. 48, IV do CPC. 
Preenchido os Pressupostos Processuais, o juiz verificará se o autor tem direito à resposta do 
mérito. 
Portando Somente se preenchidos os pressupostos processuais e as condições da ação é 
que o juiz finalmente poderá examinar o mérito. 
 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE EXISTÊNCIA 
 
SUBJETIVOS (relativos à pessoa): 
 
o A investidura (diz respeito ao juiz): (JURISDIÇÃO) Regularmente investido no 
cargo – concursado, regra do quinto ou nomeados pelo presidente. 
 
o Capacidade de ser parte: É a aptidão de ser parte em um processo, de figurar na 
condição de autor ou réu. Todos os titulares de direitos na ordem civil terão a 
capacidade de ser parte. A capacidade de ser parte não se confunde com a 
capacidade de estar em juízo. Ex: Ainda que João seja relativamente incapaz terá 
capacidade de ser parte, desde que devidamente assistido. 
 
o Personalidade judiciária (art. 1º CCB): capacidade de gozo, de exercício do 
direito. Até o nascituro tem, o menor absolutamente incapaz, as sociedades 
despersonificadas, a massa falida etc. 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
OBJETIVOS 
 
o Existência de demanda: É o ato de pedir, apresentar a sua demanda ao judiciário. 
Para o processo existir basta o exercício do direito de ação – ato de demandar – O 
estado aguarda essa demanda (inércia – princípio dispositivo) para dar o chamado 
impulso oficial. (Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se 
desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.) A demanda se 
materializa através da petição inicial, observados os requisitos do art. 319 CPC. 
 
 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE VALIDADE 
 
 
São os indispensáveis para que o processo seja válido. Se omitidos implicarão a nulidade 
do processo. 
 
o Petição inicial apta: a inépcia da petição inicial impede o desenvolvimento 
válido e regular do processo. As hipóteses de inépcia estão previstas no art. 
330,§1 do CPC. Há um caso de inépcia que não resultará em invalidade, mas em 
ineficiência, que é a falta de pedido, mencionada no inciso I. Nas demais haverá 
apenas nulidade. 
o Capacidade: São 3 as espécies de capacidade no processo civil: 
 Postulatória – também constitui pressuposto processual de 
eficácia (art. 104 §2 do CPC) 
 De ser parte 
 Processual, também chamada de Capacidade para estar em juízo 
 
o Juízo competente e juiz imparcial: a competência é a aptidão do juiz. Há dois 
graus de incompetência: a absoluta e a relativa. Somente a absoluta é capaz de 
gerar nulidade processual e ensejar ação rescisória. 
Há dois graus de parcialidade: o impedimento e a suspeição. Somente o 
impedimento gerará a nulidade (art. 966,II do CPC). 
A incompetência relativa e a suspeição devem ser alegadas no momento 
oportuno e tornam-se preculosas para os litigantes que não o fizerem a tempo. 
o Pressupostos processuais negativos: indicam circunstâncias que devem estar 
ausentes para a validade do processo como a litispendência, a coisa julgada e o 
compromisso arbitral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE EFICÁCIA 
 
Pressupostos processuais cuja ausência gera ineficácia: 
 
o A existência de jurisdição: os atos processuais só podem ser praticados por um 
juiz investido. Serão ineficazes, por exemplo, os atos determinados por um juiz 
aposentado ou por um que ainda não tenha tomado posse; 
o Existência de demanda: Como a jurisdição é inerte, é ineficaz aquilo que for 
decidido pelo juiz, sem que tenha sido pedido. Da mesma forma, poderá ser 
declarada a ineficiência da sentença ultra petita, naquilo que efetivamente 
extrapolar o pedido; 
o Capacidade postulatória: é a única hipótese, junto com a do art. 115 (falta de 
integração do contraditório), em que há previsão expressa de ineficácia. O art. 
104, §2 diz que o ato processual praticado por quem não tem capacidade 
postulatória, se não ratificada no prazo, será havido ineficaz; 
o Citação do réu: É dentre os pressupostos processuais de eficácia o de omissão 
mais frequente. A citação é necessária para que o processo passe a ser completo e 
complete a relação processual. Sem a citação o réu não tem como saber da 
existência do processo, nem oportunidade de se defender. Se for proferida 
sentença sem citação do réu, que produza efeitos, o réu poderá afastá-los através 
de ação declaratória; 
o Outros casos: Outros podem ser pressupostos de eficácia, como por exemplo a 
necessidade de assinatura do juiz. 
 
 
 
PETIÇÃO INICIAL 
 
 FORMA 
 
A Petição Inicial é o instrumento da demanda (é o conteúdo da petição inicial) ou a forma 
pela qual a demanda se apresenta. Em regra, a petição inicial deve ser escrita. No entanto, há 
casos que é admitida a demanda oral, Juizado especial. No caso da petição inicial oral, a 
demanda pode ser formulada oralmente, mas deverá reduzida a termo (escrita). A demanda pode 
ser registrada em papel, mas existe também a demanda eletrônica. 
 
ASSINATURA DE QUEM TENHA CAPACIDADE POSTULATÓRIA 
 
A petição deve ser assinada por quem tenha capacidade postulatória. Em regra: o advogado, 
membro do MP ou o Defensor Público. Há, porém, algumas hipóteses em que o leigo tem 
capacidade postulatória: Habeas corpus e Juizados especiais cíveis, na primeira instância, emcausas cujo valor não exceda a 20 salários mínimos (O Novo CPC, no art. 287, traz uma nova 
regra: o advogado tem que indicar na petição inicial o seu endereço eletrônico e o não eletrônico 
e a petição deve, ainda, vir acompanhada de procuração). 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
 ENDEREÇAMENTO 
 
A Petição Inicial deve ser dirigida ao órgão jurisdicional competente (Excelentíssimo Senhor 
Doutor Juiz de Direito da Vara... Da Comarca de...). Quando for endereçar a petição inicial, 
atentar: a) Juiz Estadual chama-se JUIZ DE DIREITO (Comarca); b) Juiz federal chama-se JUIZ 
FEDERAL (Seção ou Subseção judiciária). Analisar se o caso não é de competência de 
TRIBUNAL, pois caso seja, chama-se de Egrégio Tribunal (Ex. Ação rescisória; mandado de 
segurança contra ato judicial – casos de competência originária de tribunal). 
 
 QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 
 
Art. 319. A petição inicial indicará: II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de 
união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), o endereço eletrônico, o domicílio e a residência 
do autor e do réu. 
§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição 
inicial, requerer ao juiz diligências necessárias à sua obtenção. 
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se 
refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3o A petição inicial NÃO será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II 
deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o 
acesso à justiça. (Servem como contraponto para impedir uma eventual dificuldade do acesso à 
justiça). 
 
Observações: 
 Quando o autor for um nascituro como se qualifica? Qualifica-se como “nascituro de 
fulana de tal (nome da mãe) ”. 
 Quando é pessoa Jurídica – “Com sede no endereço tal”; “Com filial no endereço 
tal”. 
 Quando o réu for incerto tem que constar isso na Petição Inicial, tendo que, ao menos, 
fornece elementos a fim de identificar o réu na petição inicial (Ex. Credor do foro 
relativo ao imóvel tal). 
 Sempre que o réu for INCERTO, deverá ser citado por EDITAL. 
 Nos casos em que há uma multidão no polo passivo tem que designar alguns nomes e 
dizer “e todos” (exemplo: ... E todos os outros que estão ocupando o imóvel). Trata-se 
de uma espécie de encerramento, pois é impossível se saber todos os dados de todas 
as pessoas. 
 
 CAUSA DE PEDIR 
 
Deve a Petição inicial conter a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido. 
Compõem a causa de pedir: o fato (causa próxima) e o fundamento jurídico (causa remota). 
O CPC (assim como o CPC/73) adotou a teoria da substancialização (o demandante de 
indicar na petição inicial o fato e qual a relação jurídica dele decorrente). 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
 PEDIDO 
 
É requisito essencial da petição inicial a indicação de sua pretensão jurisdicional. 
O pedido pode ser analisado sob a ótica: 
a) PROCESSUAL (pedido imediato - representa a providência processual pretendida, tal 
como a condenação, por exemplo); 
b) MATERIAL (pedido mediato - representa o bem da vida perseguido, ou seja, o resultado 
prático que o autor pretende obter com a demanda judicial). 
 
VALOR DA CAUSA 
 
O valor da causa deve ser certo e fixado em moeda corrente nacional, atribuída pelo autor 
(não pode ser em salário mínimo, em valor inestimável, por exemplo). TODA causa deve ter 
um valor, ainda que não haja valor econômico nela. Ex. Na ação de guarda de filhos deve ser 
atribuído um valor para a causa, mesmo não havendo valor econômico. 
 
O valor da causa cumpre diversos papéis no processo: 
 
1. Define competência; 
2. Define procedimento (ex. Juizados especiais). 
3. Define custas judiciais (são calculadas a partir do valor da causa), possuindo uma função 
tributária. 
4. Serve como base de cálculo para diversas punições processuais. 
5. Prevê a possibilidade de o juiz, de ofício, controlar a atribuição do valor da causa (§ 3º art. 
292, NCPC). 
 
Existem duas espécies de valor da causa: 
a) Valor da causa por previsão legal: A lei determina o valor que a causa deve ter, cabendo 
ao autor cumpri-la. De acordo com o artigo 292 do CPC o valor da causa, em regra, é o VALOR 
DO PEDIDO. 
 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
I - Na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros 
de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; 
II - Na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a 
resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; 
III - Na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; 
IV - Na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou 
do bem objeto do pedido; 
V - Na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; 
VI - Na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à SOMA dos 
valores de todos eles; 
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de MAIOR valor; 
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido PRINCIPAL. 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
b) Valor da causa por arbitramento do autor: Nos casos que não se encaixe no art. 292 
(Ex. Ação de guarda), o autor vai fixar o valor da causa a seu critério. Assim, o juiz não 
controlará o valor da causa quando ele for legal (controle objetivo). Entretanto, o juiz controlará 
o valor se houver irrazoabilidade na fixação do autor. 
 
Art. 292, § 3º, CPC: O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando 
verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico 
perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes. 
 
A impugnação ao valor da causa, feita pelo réu, é realizada na preliminar da contestação e 
não mais em peça separada/avulsa, distinta da contestação, como era no CPC/73. Acabou o 
incidente ao valor da causa 
Art. 293 - O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa 
pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a 
complementação das custas. 
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e 
outras. (Valor da causa = prestações vencidas + prestações vincendas). 
 
De acordo com o § 2º, o valor das prestações vincendas será: 
a) Igual a uma prestação anual, se: a obrigação for por tempo indeterminado (Ex. Na ação 
de alimentos deve somar o valor das 12 prestações) ou superior a 01 ano 
b) Igual à soma das prestações se por tempo inferior a 01 ano. 
 
 REQUERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVAS 
 
As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados. Não fala mais 
na citação do réu. 
 
 REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO 
 
Antes de o réu apresentar defesa haverá a realização de audiência de conciliação ou 
mediação. Por isso, vem o inciso VII do art. 319 e diz: a opção do autor pela realização ou não 
de audiência de conciliação ou de mediação. Assim, a audiência preliminar não ocorrerá se autor 
e o réu assim não desejarem. Logo, se o autor silenciar, não cumprindo a exigência do inciso VII 
do art. 319, do CPC, há duas correntes. 
1ª corrente – o silêncio do autor é uma não objeção à audiência – equivale que quer a 
realização da audiência.Não quer dizer que não vá conciliar. 
2ª corrente – o silêncio vai gerar a emenda da PI, podendo ainda haver o indeferimento desta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
 DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS À PROPOSITURA DA AÇÃO 
 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da 
ação. 
• por força de lei: são aqueles documentos que a própria LEI diz ser indispensável. Ex. A 
procuração; o título executivo na ação de execução; a prova escrita, na ação monitória. 
• por força do autor: são aqueles documentos que o autor os torna indispensável. Ex. Se o 
autor se refere a um documento na PI ele tem que juntá-lo, pois o torna indispensável. 
Se o autor faz referência a um documento sem tê-lo, deve justificar porque não apresentou 
(Ex. Está com terceiro o documento) e cabe a ele pedir a exibição do documento na própria 
petição inicial, em relação a réu ou terceiro. 
 
 
CONTESTAÇÃO 
 
 CONCEITO 
 
É uma das peças de resposta do réu, onde ele pode se defender daquilo que lhe foi imputado. 
Trata-se do meio pelo qual o réu contrapõe-se aos pedidos formulados na inicial, devendo 
concentrar todas as manifestações de resistência à pretensão do autor. É na contestação que o réu 
pleiteia que o juiz não acolha o pedido feito pelo autor. De acordo com o artigo 300, do Código 
de Processo Civil, "compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as 
razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir". 
 
 
FORMA E PRAZOS 
 
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição (FORMA), no prazo de 15 
(quinze) dias, cujo termo inicial será a data: 
I - Da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, 
quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver auto composição; 
II - Do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação 
apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I; 
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais 
casos. 
 
 
CONTAGEM DE PRAZO PARA A CONTESTAÇÃO: 
 
 
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: 
 
I - A data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação 
for pelo correio; 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
II - A data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação 
for por oficial de justiça; 
 
III - data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão 
ou do chefe de secretaria; 
 
IV - O dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a 
intimação for por edital; 
 
V - O dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do 
prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica; 
 
VI - A data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data 
de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a 
intimação se realizar em cumprimento de carta; 
 
VII - A data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou 
eletrônico; 
 
VIII - O dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em 
carga, do cartório ou da secretaria 
 
§ 1o Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar 
corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput. 
(LITISCONSÓRCIO PASSIVO) 
 
§ 2o Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente. 
 
§ 3o Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer 
forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo 
do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data em que se der a 
comunicação. 
 
§ 4o Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa. 
 
Art. 232. Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a 
realização da citação ou da intimação será imediatamente informada, por meio eletrônico, 
pelo juiz deprecado ao juiz deprecante. 
 
No caso de litisconsórcio passivo, se nenhum dos réus quiser a conciliação (art. 334, § 6º), 
o prazo é individual para cada um dos réus e será contado o prazo a partir do protocolo da 
petição com pedido de cancelamento da audiência realizada por cada um. 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
MATÉRIAS PARA CONTESTAR 
 
O princípio da concentração (ou princípio da eventualidade) determina que o réu deve, em 
sede de contestação, alegar toda a matéria de defesa, tanto processual, quanto de mérito. Não 
há possibilidade, como ocorre no processo penal, de aguardar um momento mais propício para 
expor as teses de defesa. No processo civil é necessário que o réu deduza todas as matérias de 
defesa que serão utilizadas na própria contestação. 
 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as 
razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir. 
 
PRELIMINARES DA CONTESTAÇÃO 
 
A contestação deve ser estruturada em duas partes: uma parte em que o réu fará a defesa 
processual (ou indireta) e uma segunda parte, em que o mesmo fará uma defesa de mérito (ou 
direta). A defesa processual deve ser feita primeiramente, num tópico separado sob o título: 
"Preliminares". Há defesas processuais que somente irão retardar o feito, são as chamadas 
defesas processuais dilatórias. Elas ocorrem quando o réu alerta o magistrado sobre alguma 
imperfeição formal que pode ser sanada. Essas imperfeições, então, pela natureza, não irão 
causar a extinção do processo, mas apenas uma ampliação do procedimento, que deverá se 
ajustar aos moldes do que fora exigido pela lei. 
 
Por outro lado, há defesas processuais que causam a extinção do processo antes mesmo que 
o magistrado analise o mérito da causa; são chamadas defesas processuais peremptórias. Essas 
ocorrem quando o réu alerta o magistrado para uma imperfeição formal tão grave que impede 
que o feito prossiga seu curso normal, e dessa forma, o juiz determina que o processo será 
extinto. 
 
Num terceiro grupo encontram-se as defesas processuais dilatórias que podem se tornar 
peremptórias. Essas ocorrem quando há uma imperfeição formal que não enseja extinção do 
processo e que dependa de uma conduta do autor para sanar a imperfeição. Só que o autor não 
cumpre a atitude necessária para ajustar a situação, e dessa forma, o vício não é sanado . 
 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - Inexistência ou nulidade da citação; 
II - Incompetência absoluta e relativa; 
III - Incorreção do valor da causa; 
IV - Inépcia da petição inicial; 
V - Perempção; (espécie de prescrição ou extinção de um processo judicial ou 
administrativo, em virtude de seu abandono durante certo tempo ou por inépcia da petição 
inicial.) 
VI - Litispendência; 
VII - Coisa julgada; 
VIII - Conexão; 
IX - Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
X - Convenção de arbitragem; 
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
 
 A Citação, ou seja, é o ato pelo qual o réu, o executado ou o interessado é convocadopara integrar a lide: 
 
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, 
ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do 
pedido. 
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da 
citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos 
à execução. 
§ 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de: 
I - Conhecimento, o réu será considerado revel; 
 
 
LITISCONSÓRCIO 
 
 SUJEITOS DO PROCESSO 
 
A relação processual compõe-se de no 
mínimo 3 pessoas: o autor, que formula o 
pedido; o réu, contra o qual o pedido se dirige; e 
o juiz, a quem se faz o pedido. 
 
O juiz é considerado parte desinteressada. 
 
Partes são as que articulam a pretensão. 
 
Existem mecanismos para o chamamento de 
terceiros no processo – exemplo: denunciação 
da lide, nomeação a autoria, chamamento ao 
processo, etc. – os terceiros não são partes. 
 
Ser autor ≠ Ser titular do direito (legitimidade ordinária e extraordinária). 
 
 
CONCEITO DE LITISCONSÓRCIO 
 
Litisconsórcio é a pluralidade de partes no polo ativo (litisconsórcio ativo), no passivo 
(litisconsórcio passivo) ou em ambos (litisconsórcio misto), do mesmo processo. 
Etimologicamente: Lide com sorte - “os que tem a mesma sorte no processo” 
 
 
 É possível que haja processo sem 
autor - exemplo: O CPC admite 
que o juiz instaure de ofício o 
processo de restauração de autos. 
 É possível que haja processo sem 
réu – exemplo: Ação direta de 
inconstitucionalidade. 
 Não existe processo sem juiz. 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
JUSTIFICATIVA 
 
São duas as razões fundamentais para que a lei autorize e, de certa forma estimule, a 
formação de Litisconsórcio: a Economia Processual e a Harmonização dos Julgados. 
 
LITISCONSÓRCIO MULTIDUNÁRIO 
 
Pode ocorrer de o número de autores ou de réus alcançar nível extremamente elevado 
(litisconsórcio multitudinário), comprometendo a rápida solução do litígio (efetividade), 
dificultando a defesa ou o cumprimento da sentença. O desmembramento do litisconsórcio ativo 
multitudinário poderá ser decretado de ofício pelo juiz ou a pedido da parte ré. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO 
 
Quanto à Obrigatoriedade de formação , o litisconsórcio podeserá ser FACULTATIVO ou 
NECESSÁRIO; 
 
Quanto ao Resultado Final, o litisconsórcio poderá ser SIMPLES ou UNITÁRIO. 
 
LITISCONSÓRCIO PODE SER: 
ATIVO ou PASSIVO ou MISTO SIMPLES ou UNITÁRIO NECESSÁRIO ou FACULTATIVO 
 
a) Ativo, Passivo ou Misto 
 
• Litisconsórcio ativo: quando acontece no 
polo ativo, ou seja, mais de um autor. 
 
• Litisconsórcio passivo: quando acontece 
no polo passivo, ou seja, mais de um réu. 
 
• Litisconsórcio misto: quando acontece em 
ambos os polos. 
 
 
b) Litisconsórcio inicial ou Ulterior ou Superveniente 
 
• Litisconsórcio inicial: é quando de início há uma pluralidade de autores. 
 
• Litisconsórcio superveniente: quando o processo nasce sem litisconsórcio e no decorrer 
do processo surge o litisconsórcio. O litisconsórcio superveniente pode ocorrer em 3 situações: 
 
1. Em razão da conexão: a conexão gera a reunião de processos e, portanto, pode gerar o 
litisconsórcio. 
 
2. Sucessão processual: o réu falece, seus herdeiros poderão assumir a posição e onde havia 
um sujeito, surgirão tantos sujeitos passivos quanto forem os herdeiros. 
 É possível que haja processo sem 
autor - exemplo: O CPC admite 
que o juiz instaure de ofício o 
processo de restauração de autos. 
 É possível que haja processo sem 
réu – exemplo: Ação direta de 
inconstitucionalidade. 
 Não existe processo sem juiz. 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
 
3. Intervenção de terceiros: algumas intervenções de terceiros podem redundar em 
litisconsórcio superveniente. Ex. Denunciação da lide, chamamento ao processo, geram 
litisconsórcio superveniente. 
 
 
c) Necessário ou Facultativo 
 
 Necessário: É aquele cuja formação é obrigatória. O processo não pode prosseguir 
e o juiz não pode julgar validamente, se não estiverem presentes todos os 
litisconsortes necessários. 
São duas razões para que exista: lei impondo a sua formação – hipótese em que o 
legislador obriga a participação de todo no polo ativou ou passivo da demanda 
(exemplo: ação de uso capião, que é preciso que sejam citados, além da pessoa em 
cujo nome está o imóvel, todos os confrontantes interessados), nesses casos em que o 
litisconsórcio é necessário por força da lei, basta que se conheça a lei para a 
identificá-los. 
Quando o processo discute uma relação jurídica de direito material que seja 
unitária – isto é, única e incindível – que tenha mais de um titular – por exemplo 
o casamento – o matrimônio é uma relação única e incindível (por incindível entende-
se a relação que não pode ser desconstituída para um, sem que o seja para o outro), 
mas que pode ser desfeita. Não é possível que o juiz, por exemplo, decrete a 
separação apenas para um dos cônjuges – ambos serão atingidos. 
Em todas as demandas em que se busca descontruir ou, de qualquer forma, atingir 
relações jurídicas dessa espécie, haverá necessidade de participação de todos aqueles 
a quem tal relação jurídica diz respeito, porque todos serão atingidos. 
 
 
 Quando o Litisconsórcio for Necessário por força da natureza jurídica da relação, 
quando ela for una e indivisível, será também Unitário – a sentença terá de ser a mesma 
para todos os liticonsortes. 
 
 Quando o Litiscosórcio, é Necessário por força da lei, poderá ser Simples ou Unitário. 
 - Será simples se for necessário exclusivamente por força da lei, nos casos em que no 
processo não se discutam relações unas e indivisíveis, exemplo ação de uso capião. 
- Será unitário se, além de haver lei impondo sua formação, no processe se discutam 
relações unas e incindíveis. 
 
 
 Facultativo: É aquele cuja formação é opcional - no momento da propositura da 
demanda o autor tinha a opção de formá-lo ou não. 
- Na imensa maioria dos casos o Litisconsórcio Facultativo é simples, ou seja, não 
apenas a formação será opcional, mas a sentença poderá ser diferente para os 
litisconsortes. São as hipóteses do art. 113, do CPC. 
 - Em uma única situação será possível que o litisconsórcio, apesar de unitário seja 
facultativo – No campo da legitimidade extraordinária, é possível que a lei autorize 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
que, conquanto uma coisa ou direito tenha vários titulares, possa ser defendido em 
juízo por apenas um deles. Haverá legitimidade extraordinária, porque aquele que for a 
juízo estará defendendo a sua parcela e a dos demais. No campo da Legitimidade 
extraordinária, há a opção de uma coisa ou direito que tem vários titulares ser 
defendida por apenas um, por alguns ou por todos. Se for defendida por mais de um, 
haverá um litisconsórcio unitário, mas facultativo. Exemplo: ações possessórias ou 
reivindicatórias de bens em condomínio. Art. 1.314, caput do CPC permite que 
conquanto a coisa seja una e tenha vários titulares, as ações podem ser ajuizadas 
pro apenas um dos cotitulares. Se vários titulares optarem por propor juntos, 
haverá o LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO FACULTATIVO. 
 
LITISCONSÓRCIO SIMPLES UNITÁRIO 
 
 
NECESSÁRIO 
  O Litisconsórcio simples 
será necessário quando: 
A sua formação for 
obrigatória, como ocorre 
nas ações de uso capião, 
e a decisão do mérito 
puder ser diferente para 
cada um dos 
litisconsortes 
  O Litisconsórcio será necessário 
e unitário, quando o processo 
versarsobre coisa ou relação 
jurídica una e incindível, que 
tenha vários titulares. Mas 
desde que esteja no campo da 
legitimidade ordinária. 
Exemplo: ações de nulidade de 
casamento ou contra um 
terreno que pertence há duas 
pessoas. 
 
 
FACULTATIVO 
  O Litisconsórcio será 
facultativo e simples nas 
hipóteses dos incisos do 
art. 113: Comunhão, 
conexão e afinidade por 
um ponto em comum. A 
decisão do mérito pode 
ser diferente para cada 
um dos litisconsortes 
  É a hipótese mais rara. 
Pressupõe que o processo verse 
sobre relação una e incindível, 
com mais de um titular, mas 
existe lei que autorize sua 
postulação ou defesa por 
apenas um dos titulares o que 
ocorre no campo de 
legitimidade extraordinária 
 
 
d) Litisconsórcio Simples (ou comum), ou Unitário 
 
 Simples: Será simples quando a decisão de mérito puder ser diferente para cada um 
dos litisconsortes. Pode ser simples e necessário, quando a sua formação for obrigatória 
exclusivamente por força da lei (exemplo ação de uso capião) ou simples e facultativo, 
nas hipóteses do art. 113 do CPC 
 Unitário: Quando pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de 
modo uniforme para todos os litisconsortes. – Quando a decisão do mérito for a mesma 
para todos. Os litisconsortes são tratados como se fossem um. 
Exemplo: Contrato de casamento, que não pode desconstruir-se apenas para um 
dos participantes, e não para o outro 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
Em regra, quando o litisconsórcio é unitário será também necessário, já que todos os 
titulares da relação terão de participar, pois serão afetados pela sentença. Só haverá 
litisconsórcio facultativo e unitário nas hipóteses de legitimidade extraordinária. 
 
 
 
LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO LITISCONSÓRCIO SIMPLES 
A decisão de mérito deve ser a mesma pra 
todos, que serão tratados de maneira uniforme 
A decisão de mérito pode ser diferente para 
litisconsortes, que serão tratados como partes 
autônomas. 
 
 
 
CONEXÃO 
 
Duas ou mais pessoas podem litigiar em conjunto, no polo ativo ou passivo, quando 
estiverem em situações conexas – houver identidade de objetos pedidos ou de causa de pedir. 
Forma de litisconsórcio facultativo 
 
 
CONSEQUÊNCIAS DA AUSÊNCIA, NO PROCESSO, DE UM LITISCONSÓRTE 
NECESSÁRIO 
 
Enquanto o processo está em curso, verificando o juiz que há um litisconsorte necessário 
ausente, mandará incluí-lo. Se o processo estiver em fase avançada, tal determinação implicará a 
nulidade de todos os atos processuais até então praticados, sem a participação do litisconsorte 
necessário. 
 
Se já tiver transitado em julgado, embora um deles esteja ausente, a solução é dada pelo Art. 
115 – I e II do CPC. Em síntese, será preciso verificar se o litisconsórcio necessário em que o 
litisconsorte faltou era unitário ou simples. 
 - Se unitário, a falta implicará a nulidade da decisão para todos, já que não pode haver 
desfechos diferentes para eles, pois a lide é única. 
 - Se simples, a sentença será ineficaz para os que não foram citados, mas válida para os que 
foram citados no processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 
Para que o processo se desenvolva é necessária ao menos a participação de três pessoas 
(autor, réu e juiz). Cada uma tem um papel delimitado pela Constituição Federal e pela 
legislação infraconstitucional. Eventualmente, esse esquema mínimo de participação no processo 
é ampliado, nele se admitindo a participação de terceiros. 
 
São terceiros aqueles que não figuram como partes. Há casos em que, por força da 
intervenção, aquele que era até então terceiro adquire condição de parte e casos em que o terceiro 
adquire a condição de auxiliar da parte ou do juízo. Seja como for, a intervenção implicará 
que aquele que não figurava até então no processo passe a figurar em qualquer caso, porém, 
só se justifica a intervenção do terceiro que possa em razão do processo em andamento ter sua 
esfera jurídica atingida pela decisão judicial. Não de admite ingresso de um terceiro 
absolutamente alheio ao processo, cujos interesses não possam, de qualquer maneira, ser 
afetados. Ressalva-se a posição do amicus curiae, cujo papel será o de manifestar-se sobre 
questão jurídica relevante, específica ou que possa ter grande repercussão social. 
 
São cinco as formas de intervenção expressamente previstas no CPC: 
 Assistência; 
 Denunciação da lide; 
 Chamamento ao processo 
 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
 Amicus Curiae 
 
Toda as formas podem ser agrupadas em duas categorias de intervenção: voluntária e 
provocada. 
 
INTERVENÇÃO VOLUNTÁRIA 
 
 
Terceiro comparece espontaneamente ao processo, postulando a admissão de sua 
participação. Na intervenção voluntária temos as seguintes modalidades: Assistência simples 
(arts. 121-123); Assistência Litisconsorcial (art. 124) Amicus Curiae (art. 138). 
 
a) ASSISTÊNCIA SIMPLES: o terceiro pode ser indiretamente prejudicado por uma 
sentença é autorizado a ingressar no processo para auxiliar uma das partes (autor ou réu). O 
terceiro precisa demonstrar seu interesse jurídico e, além de prestar auxílio, pode fiscalizar a 
atuação das partes a fim de evitar conluio. 
 
Assistência simples não participa da relação jurídica, mas tem interesse no resultado, 
embora não seja o titular do direto 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
Seção II - Da Assistência Simples 
 
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos 
poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente 
será considerado seu substituto processual. 
 
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do 
pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos 
controvertidos. 
 
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não 
poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: 
 I - Pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi 
impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; 
 
II - Desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, 
não se valeu. 
 
 
b) ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL: o terceiro é titular do direito discutido e, dessa 
forma, será atingido pela coisa julgada. Caracteriza um litisconsórcio superveniente ou 
ulterior, pois o terceiro torna-se parte no processo e recebe as mesmas prerrogativas e deveres 
processuais. 
 
O terceiro é titular do direito, portanto faz parte da relação jurídica, e quando admitido vira um 
Litisconsórcio Superveniente 
 
Seção III - Da Assistência Litisconsorcial 
 
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir 
na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. 
 
c) AMICUS CURIAE: (art. 138): Pode intervir no processo quem tenha interesse institucional 
(relevância da matéria, especificidade do tema ou repercussão social). 
 
Não tem os mesmos ônus das partes ≠ do assistente simples 
 
CAPÍTULO V - DO AMICUS CURIAE 
 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema 
objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de 
ofício ou a requerimentodas partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a 
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com 
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a 
interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3o. 
 
Mas pode pedir embargos declaratório para esclarecimento ou correção. 
 
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os 
poderes do amicus curiae. 
 
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas 
repetitivas. 
 
 
INTERVENÇÃO PROVOCADA (ou forçada) 
 
O terceiro é convocado para participar do processo, devendo fazê-lo independentemente 
de sua vontade. Na intervenção forçada temos as seguintes modalidades: 
 
a) DENUNCIAÇÃO DA LIDE (arts. 125-129). Ao mesmo tempo em que se noticia a 
existência de uma ação a terceiro, propõe-se nova ação eventual de regresso contra o terceiro. 
Em síntese, funda-se no direito de regresso, pelo qual aquele que pode vir a sofrer algum 
prejuízo, pode posteriormente recuperá-lo de terceiro, que por alguma razão é seu garante. 
 
CAPÍTULO II - DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
 
I - Ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao 
denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que dá evicção lhe resultam; 
 
II - Àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o 
prejuízo de quem for vencido no processo. 
 
§ 1o O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for 
indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida. 
 
§ 2o Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu 
antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o 
denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso 
será exercido por ação autônoma. 
 
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for 
autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos 
previstos no art. 131. 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de 
litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em 
seguida à citação do réu. 
 
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
 
I - Se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, 
na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; 
 
II - Se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, 
eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; 
 
III - Se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante 
poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência 
da ação de regresso. 
 
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer 
o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na 
ação regressiva. 
 
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da 
denunciação da lide. 
 
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido 
examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de 
sucumbência em favor do denunciado. 
 
c) CHAMAMENTO AO PROCESSO: (arts. 130-132). Modalidade de intervenção forçada 
que viabiliza a formação de litisconsórcio passivo facultativo por vontade do réu e não pela 
iniciativa do autor; 
 
CAPÍTULO III - DO CHAMAMENTO AO PROCESSO 
 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
 
I - Do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
 
II - Dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
 
III - Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o 
pagamento da dívida comum. 
 
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida 
pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem 
efeito o chamamento. 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou 
em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses. 
 
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que 
satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um 
dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar. 
 
d) INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: (arts. 
133-137). Aplicável em casos de abuso de personalidade jurídica (desvio de finalidade ou 
confusão patrimonial). 
 
CAPÍTULO IV - DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA 
 
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido 
da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. 
 
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos 
previstos em lei. 
 
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da 
personalidade jurídica. 
 
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de 
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo 
extrajudicial. 
 
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as 
anotações devidas. 
 
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica 
for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
 
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o. 
 
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos 
para desconsideração da personalidade jurídica. 
 
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se 
e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão 
interlocutória. 
 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida 
em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. 
 
 A oposição e a nomeação à autoria eram espécies de intervenção de terceiros tratadas 
pelo CPC de 1973 (respectivamente, arts. 56 a 61 e 62 a 69). 
 Oposição era a intervenção de terceiro em demanda alheia com o objetivo de haver para 
si o bem jurídico disputado. A oposição se justificava em razão do princípio da economia 
processual. Em vez de iniciar novo processo, a lei facultava ao opoente ingressar na demanda 
alheia, pedindo o reconhecimento de seu direito, com exclusão dos demais litigantes. 
 
 A nomeação à autoria consistia em incidente pelo qual o mero detentor da coisa ou 
cumpridor de ordem, quando

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