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150834050615 NOVO CPC

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 ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL 
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
GUSTAVO NOGUEIRA 
1 
13) Ações impugnativas 
14) Recursos (apelação, agravo, 
embargos de declaração) 
15) O tratamento das ações repetitivas 
no Novo CPC (IRDR, RE e Resp 
repetivivos) 
16) Direito intertemporal 
Teoria dos precedentes 
O NCPC tem como uma das suas 
maiores alterações a adoção de uma 
“teoria dos precedentes”, valorizando a 
jurisprudência dos Tribunais e impondo 
regras específicas para a sua aplicação, 
modificação, etc. 
Art. 926. Os tribunais devem 
uniformizar sua jurisprudência e mantê-
la estável, íntegra e coerente. 
- o NCPC usa o “devem” e não “podem”. 
- estável 
- íntegra 
- coerente 
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os 
tribunais devem ater-se às 
circunstâncias fáticas dos precedentes 
que motivaram sua criação. 
- evita a edição de súmulas dissociadas 
da realidade e com forte caráter 
abstrato e genérico. 
Exemplos: 
Dissociada da realidade. 
STJ 301: em ação investigatória, a 
recusa do suposto pai a submeter-se ao 
exame de DNA induz presunção juris 
tantum de paternidade. 
A Súmula 301/STJ induz presunção 
relativa, de modo que a mera recusa à 
submissão ao exame não implica 
automaticamente reconhecimento da 
paternidade ou seu afastamento, pois 
deve ser apreciada em conjunto com os 
demais elementos probatórios. (STJ, 
REsp 1272691/SP, Rel. Ministra NANCY 
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 05/11/2013, DJe 08/11/2013). 
Abstrata. 
STJ 7: a pretensão de simples reexame 
de prova não enseja recurso especial. 
Analisar se as qualificadoras mantidas 
pelo Tribunal de origem são ou não 
manifestamente improcedentes 
implica, necessariamente, no reexame 
do material fático-probatório dos autos, 
procedimento inadmissível em recurso 
especial. Incidência da Súmula 7/STJ. 
(STJ, AgRg no AREsp 258.036/MG, Rel. 
Ministro ERICSON MARANHO 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO 
TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 
19/03/2015, DJe 09/04/2015). 
Art. 927. Os juízes e os tribunais 
observarão: 
- e não “poderão observar”... 
 
 
 
 
 
 
 
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NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
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2 
I - as decisões do Supremo Tribunal 
Federal em controle concentrado de 
constitucionalidade; 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
- ambos já tinham efeito vinculante, por 
força da Constituição. 
- as demais hipóteses não seriam 
vinculantes por ausência de previsão 
constitucional (Cassio Scarpinella 
Bueno, NCPC Anotado). 
III - os acórdãos em incidente de 
assunção de competência ou de 
resolução de demandas repetitivas e em 
julgamento de recursos extraordinário e 
especial repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do 
Supremo Tribunal Federal em matéria 
constitucional e do Superior Tribunal de 
Justiça em matéria infraconstitucional; 
- são as clássicas súmulas persuasivas. 
V - a orientação do plenário ou do órgão 
especial aos quais estiverem vinculados. 
- que significa orientação? Precedente 
ou jurisprudência? 
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão 
o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, 
quando decidirem com fundamento 
neste artigo. 
- pelo art. 10 o juiz não poderá aplicar 
um precedente ao caso concreto sem 
antes permitir que as partes se 
manifestem sobre ele. 
- pelo 489, § 1o o juiz não pode limitar-
se a “copiar-colar” um precedente. 
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada 
em enunciado de súmula ou em 
julgamento de casos repetitivos poderá 
ser precedida de audiências públicas e 
da participação de pessoas, órgãos ou 
entidades que possam contribuir para a 
rediscussão da tese. 
- amicus curiae. Democratização da 
prestação jurisdicional. 
- alteração de tese jurídica = overruling. 
- não significa modificação da coisa 
julgada do caso onde a tese jurídica foi 
aplicada. 
§ 3o Na hipótese de alteração de 
jurisprudência dominante do Supremo 
Tribunal Federal e dos tribunais 
superiores ou daquela oriunda de 
julgamento de casos repetitivos, pode 
haver modulação dos efeitos da 
alteração no interesse social e no da 
segurança jurídica. 
- atende-se ao princípio da segurança 
(não surpresa). 
- ex. do MS contra ato de juiz dos 
Juizados (Lei 9.099/95). 
1. Não cabe mandado de segurança das 
decisões interlocutórias exaradas em 
processos submetidos ao rito da Lei n. 
9.099/95. 2. A Lei n. 9.099/95 está 
voltada à promoção de celeridade no 
processamento e julgamento de causas 
cíveis de complexidade menor. Daí ter 
 
 
 
 
 
 
 
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consagrado a regra da irrecorribilidade 
das decisões interlocutórias, inarredável. 
3. Não cabe, nos casos por ela 
abrangidos, aplicação subsidiária do 
Código de Processo Civil, sob a forma do 
agravo de instrumento, ou o uso do 
instituto do mandado de segurança. 4. 
Não há afronta ao princípio 
constitucional da ampla defesa (art. 5º, 
LV da CB), vez que decisões 
interlocutórias podem ser impugnadas 
quando da interposição de recurso 
inominado. Recurso extraordinário a que 
se nega provimento. (STF, RE 576847, 
Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal 
Pleno, julgado em 20/05/2009, 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-148 
DIVULG 06-08-2009 PUBLIC 07-08-2009 
RTJ VOL-00211- PP-00558 EMENT VOL-
02368-10 PP-02068 LEXSTF v. 31, n. 368, 
2009, p. 310-314). 
§ 4o A modificação de enunciado de 
súmula, de jurisprudência pacificada ou 
de tese adotada em julgamento de 
casos repetitivos observará a 
necessidade de fundamentação 
adequada e específica, considerando os 
princípios da segurança jurídica, da 
proteção da confiança e da isonomia. 
- fundamentação adequada e específica 
que explique as razões pelas quais está 
sendo feito o overruling. 
Louvando o entendimento de que o 
Direito é dinâmico, sendo que a 
definição do alcance de institutos 
previstos na Constituição Federal há de 
fazer-se de modo integrativo, de acordo 
com as mudanças de relevo que se 
verificam na tábua de valores sociais, 
esta Corte passou a entender ser 
necessário amoldar a abrangência do 
habeas corpus a um novo espírito, 
visando restabelecer a eficácia de 
remédio constitucional tão caro ao 
Estado Democrático de Direito. 
Precedentes. (STJ, HC 281.014/RS, Rel. 
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, 
QUINTA TURMA, julgado em 
20/02/2014, DJe 27/02/2014). 
§ 5o Os tribunais darão publicidade a 
seus precedentes, organizando-os por 
questão jurídica decidida e divulgando-
os, preferencialmente, na rede mundial 
de computadores. 
- como fazem STJ e STF. 
Art. 928. Para os fins deste Código, 
considera-se julgamento de casos 
repetitivos a decisão proferida em: 
I - incidente de resolução de demandas 
repetitivas; 
II - recursos especial e extraordinário 
repetitivos. 
Parágrafo único. O julgamento de casos 
repetitivos tem por objeto questão de 
direito material ou processual. 
- 988, IV: isso nos leva à reclamação... 
AÇÕES IMPUGNATIVAS 
Princípio da taxatividade: somente são 
recursos os institutos definidos como 
tais pela legislação federal. 
 
 
 
 
 
 
 
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O sistema recursal brasileiro é regido 
pelo princípio da taxatividade, ou seja, 
apenas os recursos previstos no Código 
de Processo Civil serão admitidos. (STJ, 
PET no REsp 1311185/RN, Rel. Ministro 
CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 23/04/2013, DJe 
02/05/2013). 
À luz do princípio da taxatividade, não é 
cabível agravo regimental contra 
manifestação do órgão colegiado, pois 
ausente a previsão legal aamparar o 
meio de impugnação ora utilizado. A 
propósito: "O agravo regimental apenas 
é cabível contra decisões singulares, e 
não colegiadas, conforme disposição de 
lei e da jurisprudência desta Corte (AgRg 
no REsp 934.046/SP, Rel. Min. Denise 
Arruda, Primeira Turma, DJe 
05/11/2008). (STJ, AgRg no AgRg no 
AREsp 427.348/SP, Rel. Ministro LUIS 
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, 
julgado em 18/02/2014, DJe 
06/03/2014). 
Observação: no NCPC essa restrição no 
cabimento do agravo interno se 
mantém. 
Art. 1.021. Contra decisão proferida 
pelo relator caberá agravo interno para 
o respectivo órgão colegiado, 
observadas, quanto ao processamento, 
as regras do regimento interno do 
tribunal. 
As ações impugnativas não possuem 
natureza recursal. São ações 
(demandas) autônomas, ainda que se 
prestem à impugnação de decisões 
judiciais. Ex: ação rescisória, ação 
anulatória, reclamação e mandado de 
segurança. 
CAPÍTULO VII 
DA AÇÃO RESCISÓRIA 
Ação destinada à desconstituir a coisa 
julgada material e, eventualmente, 
obtenção do rejulgamento da causa. 
Art. 966. A decisão de mérito, 
transitada em julgado, pode ser 
rescindida quando: 
CPC/73 – falava em sentença de mérito. 
O NCPC admite com isso que as decisões 
interlocutórias de mérito possam 
transitar em julgado (cognição 
exauriente). 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o 
mérito quando um ou mais dos pedidos 
formulados ou parcela deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
II - estiver em condições de imediato 
julgamento, nos termos do art. 355. 
- 355: julgamento antecipado do mérito 
(antigo julgamento antecipado da lide). 
- cabe agravo de instrumento, 356 § 5º. 
- faz coisa julgada material. 
I - se verificar que foi proferida por força 
de prevaricação, concussão ou 
corrupção do juiz; 
 
 
 
 
 
 
 
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II - for proferida por juiz impedido ou 
por juízo absolutamente incompetente; 
- nenhuma novidade... 
III - resultar de dolo ou coação da parte 
vencedora em detrimento da parte 
vencida ou, ainda, de simulação ou 
colusão entre as partes, a fim de fraudar 
a lei; 
- novidade: simulação. 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar manifestamente norma 
jurídica; 
- CPC/73: violar literal disposição de lei. 
Literal disposição de lei ≠ norma 
jurídica. 
Ronaldo Cramer: norma jurídica é o 
resultado da interpretação do 
dispositivo legal. Quando não há 
dispositivo legal, a norma é o resultado 
da interpretação sistemática de vários 
dispositivos. 
HTJ: são os sentidos construídos a partir 
da interpretação dos textos. 
Cramer: não é necessário que, para 
ensejar a rescisória, a norma violada 
esteja prevista expressamente num 
dispositivo legal. Algumas normas são 
implícitas em nosso ordenamento, 
como os princípios da segurança jurídica 
e do duplo grau de jurisdição. 
1. O fundamento para o ajuizamento da 
ação rescisória, mormente aquele 
previsto no inciso V do art. 485 do CPC – 
violação de literal disposição de lei –, é 
de tipificação estrita, em respeito à 
estabilidade das relações jurídicas 
acobertadas pela coisa julgada, visando 
a paz social. 
2. A interpretação restrita do art. 485, V, 
do CPC não importa em sua 
interpretação literal, sob pena de não 
ser possível alcançar seu verdadeiro 
sentido e intento, e, por conseguinte, 
assegurar uma efetiva prestação 
jurisdicional. 
3. É cabível ação rescisória, com amparo 
no art. 485, V, do CPC, contra 
provimento judicial de mérito 
transitado em julgado que ofende 
direito em tese, ou seja, o correto 
sentido da norma jurídica, assim 
considerada não apenas aquela 
positivada, mas também os princípios 
gerais do direito que a informam. 
Precedente do STJ. 
4. A proibição da reformatio in pejus, 
cujo status principiológico é inegável, 
porquanto exprime uma noção 
primordial do sistema recursal, 
encontra-se implicitamente contida na 
regra do art. 475 do CPC, que trata da 
remessa necessária. 
5. É cabível ação rescisória contra 
acórdão transitado em julgado que, em 
remessa necessária, houver afrontado o 
princípio da non reformatio in pejus. 
6. Embargos de divergência rejeitados. 
 
 
 
 
 
 
 
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(STJ, EREsp 935.874/SP, Rel. Ministro 
ARNALDO ESTEVES LIMA, CORTE 
ESPECIAL, julgado em 17/06/2009, DJe 
14/09/2009). 
Mas... 
SÚMULA 343 
 
NÃO CABE AÇÃO RESCISÓRIA POR 
OFENSA A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI, 
QUANDO A DECISÃO RESCINDENDA SE 
TIVER BASEADO EM TEXTO LEGAL DE 
INTERPRETAÇÃO CONTROVERTIDA NOS 
TRIBUNAIS. 
Firmou-se entendimento, no Supremo 
Tribunal Federal, no sentido do 
afastamento do entendimento 
consubstanciado na Súmula 343 do STF, 
na hipótese de afronta a dispositivo 
constitucional, em razão da supremacia 
da Constituição Federal sobre todo o 
ordenamento jurídico, sob pena do 
enfraquecimento de sua força 
normativa e, consequentemente, de 
sua efetividade. Tal entendimento 
encontra amparo na jurisprudência do 
Superior Tribunal de Justiça. (STJ, AR 
4.140/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 
25/02/2015, DJe 05/03/2015). 
----------- 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. 
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO RESCISÓRIA. 
VIOLAÇÃO AO ART. 485, V DO CPC NÃO 
ARGUIDA NAS RAZÕES DO APELO 
NOBRE. REAJUSTE DE 28,86%. POLICIAIS 
MILITARES DO DISTRITO FEDERAL. 
PRESCRIÇÃO. MATÉRIA 
CONTROVERTIDA À ÉPOCA DO 
JULGAMENTO E EMISSÃO DO ACÓRDÃO 
RESCINDENDO. APLICAÇÃO DA SÚMULA 
343 DO STF. AGRAVO REGIMENTAL 
DESPROVIDO. 
1. O cabimento da Ação Rescisória com 
base em violação a disposição literal de 
lei somente se justifica quando a ofensa 
se mostre aberrante, cristalina, 
observada primo ictu oculi, 
consubstanciada no desprezo do 
sistema jurídico (normas e princípios) 
pelo julgado rescindendo. Esta ofensa, 
por si só, não se caracteriza com o fato 
de haver decisões favoráveis à tese que 
foi rechaçada pela decisão que se 
pretende rescindir; não há rescisão por 
discrepância jurisprudencial, em 
especial quando se quer impor a 
retroação de precedentes judiciais 
afluentes. 
2. Esse entendimento tem por suporte 
a constatação de que a segurança 
jurídica ou a estabilidade das relações 
sociais não se compraz somente com a 
aplicação dos ditados das normas (leis) 
escritas, pois são (até) mais relevantes 
para esse propósito a compreensão que 
se emita sobre o sentido, o significado e 
o alcance daquelas dicções positivadas; 
essa é a razão pela qual a coisa julgada - 
e também os precedentes judiciais - 
devem ser enaltecidos e observados, 
sob a pena de se estabelecer uma 
completa imprevisibilidade das soluções 
das pendências. (STJ, AgRg no REsp 
1362480/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO 
 
 
 
 
 
 
 
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NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, 
julgado em 16/12/2014, DJe 
19/12/2014). 
VI - for fundada em prova cuja falsidade 
tenha sido apurada em processo 
criminal ou venha a ser demonstrada na 
própria ação rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao 
trânsito em julgado, prova nova cuja 
existência ignorava ou de que não pôde 
fazer uso, capaz, por si só, de lhe 
assegurar pronunciamento favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato 
verificável do exame dos autos. 
§ 1o Há erro de fato quando a decisão 
rescindenda admitir fato inexistente ou 
quando considerar inexistente fato 
efetivamente ocorrido, sendo 
indispensável, em ambos os casos, que 
o fato não represente ponto 
controvertido sobre o qual o juiz deveria 
terse pronunciado. 
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos 
do caput, será rescindível a decisão 
transitada em julgado que, embora não 
seja de mérito, impeça: 
I - nova propositura da demanda; ou 
II - admissibilidade do recurso 
correspondente. 
- Cassio: o inciso II é enxerto, e portanto 
formalmente inconstitucional. Não foi 
aprovado no Legislativo, em nenhuma 
de suas Casas. 
Rescisória contra sentença que não é de 
mérito? Somente quando essa sentença 
impedir a propositura da mesma 
demanda... 
Art. 486. O pronunciamento judicial que 
não resolve o mérito não obsta a que a 
parte proponha de novo a ação. 
§ 1º No caso de extinção em razão de 
litispendência e nos casos dos incisos I, 
IV, VI e VII do art. 485, a propositura da 
nova ação depende da correção do vício 
que levou à sentença sem resolução do 
mérito. 
I – indeferimento da inicial; 
IV – falta dos pressupostos processuais; 
VI – falta de legitimidade e interesse; 
VII – arbitragem. 
III - Em tese a extinção do feito não 
obstaria o ajuizamento de nova ação, in 
casu, a ação ordinária da qual decorre o 
presente recurso especial, intentada 
com o mesmo desiderato _ a anulação 
do ato administrativo que restabeleceu 
autorização concedida ao recorrido 
para alterar a linha que opera entre 
Londrina e Porto alegre, bem como os 
atos posteriores aditados à referida 
linha. 
IV - Entretanto, na hipótese do autos, 
em sendo o julgamento pela 
ilegitimidade ativa ad causam, não há 
como se repetir o pleito, mesmo por 
outra ação, fazendo coisa julgada a 
decisão de ilegitimidade. 
 
 
 
 
 
 
 
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V - "Nem sempre. No caso do nº VI se a 
extinção do processo se fundar em 
impossibilidade jurídica do pedido, 
poderá ser proposta outra ação, porém 
não a mesma; se a ilegitimidade de 
parte for ativa ou se faltar interesse 
processual ao autor, não poderá propor 
nova ação". (CPC 33ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2002, nota 3 ao art. 268, p. 
344). 
(STJ, REsp 903.355/DF, Rel. Ministro 
FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, 
julgado em 17/04/2007, DJ 14/06/2007, 
p. 269). 
Perempção 
§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) 
vezes, a sentença fundada em 
abandono da causa, não poderá propor 
nova ação contra o réu com o mesmo 
objeto, ficando-lhe ressalvada, 
entretanto, a possibilidade de alegar em 
defesa o seu direito. 
Admissibilidade da rescisória parcial 
§ 3o A ação rescisória pode ter por 
objeto apenas 1 (um) capítulo da 
decisão. 
Ação anulatória (CPC/73, art. 486). 
§ 4o Os atos de disposição de direitos, 
praticados pelas partes ou por outros 
participantes do processo e 
homologados pelo juízo, bem como os 
atos homologatórios praticados no 
curso da execução, estão sujeitos à 
anulação, nos termos da lei. 
- o antigo inciso VIII do antigo art. 485 
também “desapareceu” porque era 
verdadeira causa de anulatória 
2. A ação anulatória, prevista no art. 
486, do CPC, tem por finalidade 
desconstituir o ato processual, 
homologado judicialmente, enquanto 
que o alvo da ação rescisória, do art. 
485, do CPC, é a sentença transitada em 
julgado, que faz coisa julgada material. 
O efeito pretendido pela primeira é a 
anulação do ato enquanto que na 
rescisória é a prolação de nova sentença 
no judicium rescisorium. 
5. Não obstante, em sendo a sentença 
meramente homologatória do acordo, 
adstrita aos aspectos formais da 
transação, incabível a ação rescisória do 
art. 485, VIII, do CPC, posto ausente 
requisito primordial da rescindibilidade 
do julgado. Nestes casos, a 
desconstituição da transação, pelos 
defeitos dos atos jurídicos em geral, se 
faz por meio de ação anulatória, 
fulcrada no art. 486, do CPC. (STJ, REsp 
450.431/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 
18/09/2003, DJ 20/10/2003, p. 185). 
Art. 967. Têm legitimidade para propor 
a ação rescisória: 
I - quem foi parte no processo ou o seu 
sucessor a título universal ou singular; 
II - o terceiro juridicamente interessado; 
III - o Ministério Público: 
 
 
 
 
 
 
 
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a) se não foi ouvido no processo em que 
lhe era obrigatória a intervenção; 
b) quando a decisão rescindenda é o 
efeito de simulação ou de colusão das 
partes, a fim de fraudar a lei; 
c) em outros casos em que se imponha 
sua atuação; 
IV - aquele que não foi ouvido no 
processo em que lhe era obrigatória a 
intervenção. 
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 
178, o Ministério Público será intimado 
para intervir como fiscal da ordem 
jurídica quando não for parte. 
Art. 968. A petição inicial será 
elaborada com observância dos 
requisitos essenciais do art. 319, 
devendo o autor: 
I - cumular ao pedido de rescisão, se for 
o caso, o de novo julgamento do 
processo; 
II - depositar a importância de cinco por 
cento sobre o valor da causa, que se 
converterá em multa caso a ação seja, 
por unanimidade de votos, declarada 
inadmissível ou improcedente. 
§ 1o Não se aplica o disposto no inciso II 
à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal, aos Municípios, às suas 
respectivas autarquias e fundações de 
direito público, ao Ministério Público, à 
Defensoria Pública e aos que tenham 
obtido o benefício de gratuidade da 
justiça. 
Limitação do valor do depósito: 
novidade. 
§ 2o O depósito previsto no inciso II 
do caput deste artigo não será superior 
a 1.000 (mil) salários-mínimos. 
§ 3o Além dos casos previstos no art. 
330, a petição inicial será indeferida 
quando não efetuado o depósito 
exigido pelo inciso II do caput deste 
artigo. 
§ 4o Aplica-se à ação rescisória o 
disposto no art. 332. 
Improcedência liminar do pedido 
Art. 332. Nas causas que dispensem a 
fase instrutória, o juiz, 
independentemente da citação do réu, 
julgará liminarmente improcedente o 
pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo 
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal 
de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo 
Tribunal Federal ou pelo Superior 
Tribunal de Justiça em julgamento de 
recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente 
de resolução de demandas repetitivas 
ou de assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de 
justiça sobre direito local. 
Fim da jurisprudência defensiva na AR 
 
 
 
 
 
 
 
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§ 5o Reconhecida a incompetência do 
tribunal para julgar a ação rescisória, o 
autor será intimado para emendar a 
petição inicial, a fim de adequar o 
objeto da ação rescisória, quando a 
decisão apontada como rescindenda: 
I - não tiver apreciado o mérito e não se 
enquadrar na situação prevista no § 
2o do art. 966; 
II - tiver sido substituída por decisão 
posterior. 
Qual o objeto da AR? A última decisão 
que, no processo, apreciou o mérito da 
causa. 
Decisão que não admite recurso, p ex, 
não aprecia o mérito. 
Decisão que aprecia o mérito do 
recurso, mas o mérito do recurso não 
coincide com o mérito da causa, 
também não é objeto de rescisória. 
 
 
Quem se 
manifestou no 
mérito pela 
última vez 
Competência 
Juiz estadual ou 
TJ 
TJ 
Juiz federal ou 
TRF 
TRF 
STJ STJ 
STF STF 
Portanto está errado ajuizar no STJ, por 
exemplo, ação rescisória quando o 
último pronunciamento acerca do 
mérito da causa foi do TJ ou TRF. 
O erro não é só de incompetência, mas 
sim no próprio objeto da rescisória. 
1. Se a matéria tratada na ação 
rescisória não foi objeto de exame pela 
decisão rescindenda,da lavra de 
Ministro desta Corte, mas apenas pelo 
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, 
incide no caso o disposto na Súmula 515 
do Supremo Tribunal Federal, segundo a 
qual "a competência para a ação 
rescisória não é do Supremo Tribunal 
Federal, quando a questão federal, 
apreciada no recurso extraordinário ou 
no agravo de instrumento, seja diversa 
da que foi suscitada no pedido 
rescisório." 
2. Inviável a remessa dos autos à Corte 
Regional, na medida em que houve erro 
no ajuizamento em razão da matéria, 
pois a inicial se insurge contra julgado 
equivocado, hipótese distinta daquela 
em que há mero erro na indicação do 
juízo competente. 
3. Processo extinto sem resolução de 
mérito. 
(STJ, AR 3.851/MG, Rel. Ministra MARIA 
THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
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11 
SEÇÃO, julgado em 22/09/2010, DJe 
22/10/2010). 
Com o NCPC isso acaba, pois admite-se 
a emenda da inicial, após o declínio da 
competência. 
O Superior Tribunal de Justiça é 
competente para julgar ação rescisória 
nos casos em que, apesar de não ter 
sido conhecido o recurso especial com 
fundamento no óbice das Súmulas 
282/STF e 7 e 83/STJ, a decisão 
rescindenda analisa o mérito da 
demanda. Precedentes. (STJ, AR 
3.570/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS 
JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 
14/05/2014, DJe 28/05/2014). 
Essa confusão entre admissibilidade e 
mérito – provocada exclusivamente 
pela atecnia dos Tribunais – tende a 
acabar. 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
III – não conhecer de recurso 
inadmissível... 
IV – negar provimento a recurso... 
V – dar provimento ao recurso... 
§ 6o Na hipótese do § 5o, após a emenda 
da petição inicial, será permitido ao réu 
complementar os fundamentos de 
defesa, e, em seguida, os autos serão 
remetidos ao tribunal competente. 
- necessário porque o objeto da 
demanda será modificado. 
IMPORTANTE! 
O art. 329, II, permite a alteração do 
pedido ou da causa de pedir, depois da 
citação e até o saneamento, desde que 
haja o consentimento do réu. 
Aqui na AR não se exige o 
consentimento do réu. 
Art. 969. A propositura da ação 
rescisória não impede o cumprimento 
da decisão rescindenda, ressalvada a 
concessão de tutela provisória. 
- Rescisória não é recurso e nem tem 
efeito suspensivo. 
Procedimento 
Art. 970. O relator ordenará a citação 
do réu, designando-lhe prazo nunca 
inferior a 15 (quinze) dias nem superior 
a 30 (trinta) dias para, querendo, 
apresentar resposta, ao fim do qual, 
com ou sem contestação, observar-se-á, 
no que couber, o procedimento comum. 
Delegação para a colheita – e não 
valoração – da prova 
Art. 972. Se os fatos alegados pelas 
partes dependerem de prova, o relator 
poderá delegar a competência ao órgão 
que proferiu a decisão rescindenda, 
fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses 
para a devolução dos autos. 
Art. 973. Concluída a instrução, será 
aberta vista ao autor e ao réu para 
razões finais, sucessivamente, pelo 
prazo de 10 (dez) dias. 
 
 
 
 
 
 
 
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GUSTAVO NOGUEIRA 
12 
Parágrafo único. Em seguida, os autos 
serão conclusos ao relator, procedendo-
se ao julgamento pelo órgão 
competente. 
Julgamento 
Art. 974. Julgando procedente o 
pedido, o tribunal rescindirá a decisão, 
proferirá, se for o caso, novo 
julgamento e determinará a restituição 
do depósito a que se refere o inciso II do 
art. 968. 
Parágrafo único. Considerando, por 
unanimidade, inadmissível ou 
improcedente o pedido, o tribunal 
determinará a reversão, em favor do 
réu, da importância do depósito, sem 
prejuízo do disposto no § 2o do art. 82. 
Prazo decadencial 
Art. 975. O direito à rescisão se extingue 
em 2 (dois) anos contados do trânsito 
em julgado da última decisão proferida 
no processo. 
O prazo decadencial da ação rescisória 
só se inicia quando não for cabível 
qualquer recurso do último 
pronunciamento judicial. (Súmula 401). 
O termo "a quo" para o ajuizamento da 
ação rescisória coincide com a data do 
trânsito em julgado da decisão 
rescindenda. O trânsito em julgado, por 
sua vez, se dá no dia imediatamente 
subsequente ao último dia do prazo 
para o recurso em tese cabível. (STJ, 
REsp 1112864/MG, Rel. Ministra 
LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, julgado 
em 19/11/2014, DJe 17/12/2014). 
Acórdão TJ/TRF 15º dia 
|-------------------------| 
- 16º dia = trânsito em julgado e 1º dia 
para a AR. 
- Contagem em anos. 
§ 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil 
imediatamente subsequente o prazo a 
que se refere o caput, quando expirar 
durante férias forenses, recesso, 
feriados ou em dia em que não houver 
expediente forense. 
O termo final do prazo para o 
ajuizamento da ação rescisória, embora 
decadencial, prorroga-se para o 
primeiro dia útil subsequente, se recair 
em dia de não funcionamento da 
secretaria do Juízo competente. 
Precedentes. (STJ, REsp 1112864/MG, 
Rel. Ministra LAURITA VAZ, CORTE 
ESPECIAL, julgado em 19/11/2014, DJe 
17/12/2014). 
§ 2o Se fundada a ação no inciso VII do 
art. 966, o termo inicial do prazo será a 
data de descoberta da prova nova, 
observado o prazo máximo de 5 (cinco) 
anos, contado do trânsito em julgado da 
última decisão proferida no processo. 
- na prática o prazo pode ir a 7 anos. 
§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de 
colusão das partes, o prazo começa a 
contar, para o terceiro prejudicado e 
 
 
 
 
 
 
 
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13 
para o Ministério Público, que não 
interveio no processo, a partir do 
momento em que têm ciência da 
simulação ou da colusão. 
- na prática o prazo não tem limite. 
DA RECLAMAÇÃO 
NATUREZA JURÍDICA 
 
AÇÃO: Pontes de Miranda, José da Silva 
Pacheco, Leonardo Morato e outros. 
REMÉDIO INCOMUM: Moniz de Aragão. 
INCIDENTE PROCESSUAL: Frederico 
Marques. 
REMÉDIO PROCESSUAL: Dinamarco. 
Leonardo Morato: é a reclamação uma 
ação de conhecimento, com o escopo 
de alcançar uma decisão de mérito, que 
julge a lide existente entre o 
reclamante, o qual alega ter sofrido uma 
lesão a direito seu, e a autoridade 
reclamada, à qual se imputa a prática de 
desacato ou de susrpação. E essa 
decisão de mérito que vier a ser 
alcançada revestir-se-á da autoridade 
da coisa julgada, sendo rescindível, 
apenas, por ação rescisória. 
 
Por não ostentar a natureza de recurso, 
a reclamação constitucional ajuizada 
perante o STF sob a alegação de 
usurpação de competência por força da 
manutenção, em sede de agravo 
regimental, da negativa de admissão de 
recurso extraordinário, com base no art. 
543-A, § 5º, do CPC e no entendimento 
firmado pela Excelsa Corte no 
julgamento da Questão de Ordem no AI 
n. 760.358/SE, não tem o condão de 
impedir o trânsito em julgado do 
processo principal. (STJ, AgRg no REsp 
1185111/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE 
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado 
em 02/04/2013, DJe 17/04/2013). 
 
No julgamento da ADI 2.212 (Tribunal 
Pleno, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 
14.11.2003), o Plenário do STF definiu 
que a reclamação não tem natureza 
jurídica de recurso, de ação, nem de 
incidente processual, mas de direito 
constitucional de petição, de sorte que 
a discussão acerca da justiça da decisão 
proferida pelo Tribunal de origem não 
pode se realizar nesta via estreita. (STJ, 
AgRg nos EDcl na Rcl 12.009/SP, Rel. 
Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE 
ESPECIAL, julgado em 01/08/2013, DJe 
12/08/2013). 
ATENÇÃO PARA A RECLAMAÇÃO DA 
RESOLUÇÃO 12/2009 DO STJ! 
1. Consoante jurisprudência do STJ, nãoé possível a emenda da petição inicial 
das reclamações ajuizadas no STJ, com 
amparo na Resolução 12/2009, em 
razão de sua natureza jurídica recursal. 
2. Ademais, a reclamação apoiada na 
Resolução 12/2009 é admitida para 
dirimir divergência entre a 
jurisprudência do STJ e acórdão 
prolatado por Turma Recursal Estadual, 
o caso em tela não se amolda a essa 
hipótese, pois se pretende a cassação 
de acórdão proferido pela Turma 
Recursal de Juizado Especial Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
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14 
(STJ, AgRg na Rcl 16.194/SC, Rel. 
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
26/03/2014, DJe 02/04/2014). 
Art. 988. Caberá reclamação da parte 
interessada ou do Ministério Público 
para: 
I - preservar a competência do tribunal; 
II - garantir a autoridade das decisões do 
tribunal; 
III - garantir a observância de decisão do 
Supremo Tribunal Federal em controle 
concentrado de constitucionalidade; 
IV - garantir a observância de enunciado 
de súmula vinculante e de precedente 
proferido em julgamento de casos 
repetitivos ou em incidente de assunção 
de competência. 
Sem previsão no CPC/73, o NCPC 
regulamenta o instituto da reclamação, 
já existente por força de norma 
constitucional (CF, arts. 102, I, l; 103-A, 
§ 3º e 105, I, f), para as seguintes 
hipóteses: 
1- preservação da competência e 
garantia da autoridade das decisões do 
STF e do STJ (inclusive do STF em sede 
de controle concentrado de 
constitucionalidade); 
2- garantir a correta aplicação das 
súmulas vinculantes do STF; 
3- uniformizar a jurisprudência nas 
Turmas Recursais de Juizados Especiais 
Estaduais, quando suas decisões 
violarem a jurisprudência do STJ (Res. 
12/2009, do STJ). 
Atualmente: não há previsão 
constitucional da reclamação dentro 
das hipóteses de competência do TRF, 
nem dos demais Tribunais, apenas do 
STF e do STJ. 
Novidade NCPC: § 1o A reclamação pode 
ser proposta perante qualquer tribunal, 
e seu julgamento compete ao órgão 
jurisdicional cuja competência se busca 
preservar ou cuja autoridade se 
pretenda garantir. 
§ 2o A reclamação deverá ser instruída 
com prova documental e dirigida ao 
presidente do tribunal. 
§ 3o Assim que recebida, a reclamação 
será autuada e distribuída ao relator do 
processo principal, sempre que 
possível. 
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV 
compreendem a aplicação indevida da 
tese jurídica e sua não aplicação aos 
casos que a ela correspondam. 
§ 5o É inadmissível a reclamação 
proposta após o trânsito em julgado da 
decisão. 
SÚMULA Nº 734: NÃO CABE 
RECLAMAÇÃO QUANDO JÁ HOUVER 
 
 
 
 
 
 
 
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15 
TRANSITADO EM JULGADO O ATO 
JUDICIAL QUE SE ALEGA TENHA 
DESRESPEITADO DECISÃO DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
§ 6o A inadmissibilidade ou o 
julgamento do recurso interposto 
contra a decisão proferida pelo órgão 
reclamado não prejudica a reclamação. 
- Rcl não é recurso. 
NOVIDADE: CABIMENTO DA 
RECLAMAÇÃO. 
Art. 988, IV - garantir a observância de 
enunciado de súmula vinculante e de 
precedente proferido em julgamento de 
casos repetitivos ou em incidente de 
assunção de competência. 
Art. 928. Para os fins deste Código, 
considera-se julgamento de casos 
repetitivos a decisão proferida em: 
I - incidente de resolução de demandas 
repetitivas; 
II - recursos especial e extraordinário 
repetitivos. 
Parágrafo único. O julgamento de casos 
repetitivos tem por objeto questão de 
direito material ou processual. 
COM EFEITO 
VINCULANTE 
(CABE RCL) 
SEM EFEITO 
VINCULANTE 
(NÃO CABE RCL) 
Súmulas 
vinculantes – CF 
103-A, § 3º 
Súmulas 
persuasivas do 
STJ e do STF 
IRDR – 985, § 1º REsp e RE não 
repetitivos 
REsp e RE 
repetitivos – 928, 
II 
 
Assunção de 
competência – 
947, § 3º 
 
Súmula ou 
entendimento 
firmado em 
recurso repetitivo 
do STJ, mas só 
quando afrontado 
por Turma 
Recursal de 
Juizados (Lei 
9.099/95) 
 
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o 
relator: 
I - requisitará informações da 
autoridade a quem for imputada a 
prática do ato impugnado, que as 
prestará no prazo de 10 (dez) dias; 
- é a mesma previsão do art. 157 do 
RISTF. 
 
 
 
 
 
 
 
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16 
- a “autoridade” aqui é o prolator da 
decisão reclamada. 
II - se necessário, ordenará a suspensão 
do processo ou do ato impugnado para 
evitar dano irreparável; 
- tutela de urgência. 
III - determinará a citação do 
beneficiário da decisão impugnada, que 
terá prazo de 15 (quinze) dias para 
apresentar a sua contestação. 
- contraditório na Rcl. 
Intervenção obrigatória do MP 
Art. 991. Na reclamação que não 
houver formulado, o Ministério Público 
terá vista do processo por 5 (cinco) dias, 
após o decurso do prazo para 
informações e para o oferecimento da 
contestação pelo beneficiário do ato 
impugnado. 
Art. 992. Julgando procedente a 
reclamação, o tribunal cassará a decisão 
exorbitante de seu julgado ou 
determinará medida adequada à 
solução da controvérsia. 
Recursos (apelação, agravo, embargos 
de declaração) 
CAPÍTULO II 
DA ORDEM DOS PROCESSOS NO 
TRIBUNAL 
PODERES DO RELATOR 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
I - dirigir e ordenar o processo no 
tribunal, inclusive em relação à 
produção de prova, bem como, quando 
for o caso, homologar autocomposição 
das partes; 
II - apreciar o pedido de tutela provisória 
nos recursos e nos processos de 
competência originária do tribunal; 
III - não conhecer de recurso 
inadmissível, prejudicado ou que não 
tenha impugnado especificamente os 
fundamentos da decisão recorrida; 
Correta aplicação do óbice da súmula 
182/STJ. Ausência de impugnação 
específica aos fundamentos da decisão 
de origem que inadmitiu o 
processamento do recurso especial. 
Violação ao princípio da dialeticidade, 
ensejando a manutenção do 
provimento hostilizado por seus 
próprios fundamentos. (STJ, AgRg no 
AREsp 376.985/DF, Rel. Ministro 
MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, 
julgado em 24/03/2015, DJe 
30/03/2015). 
IV - negar provimento a recurso que for 
contrário a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, 
do Superior Tribunal de Justiça ou do 
próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo 
Tribunal Federal ou pelo Superior 
Tribunal de Justiça em julgamento de 
recursos repetitivos; 
 
 
 
 
 
 
 
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17 
c) entendimento firmado em incidente 
de resolução de demandas repetitivas 
ou de assunção de competência; 
- O NCPC adota a terminologia que 
sempre foi utilizada pela doutrina... 
V - depois de facultada a apresentação 
de contrarrazões, dar provimento ao 
recurso se a decisão recorrida for 
contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, 
do Superior Tribunal de Justiça ou do 
próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo 
Tribunal Federal ou pelo Superior 
Tribunal de Justiça em julgamento de 
recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente 
de resolução de demandas repetitivas 
ou de assunção de competência; 
VI - decidir o incidente de 
desconsideração da personalidade 
jurídica, quando este for instaurado 
originariamente perante o tribunal; 
VII - determinar a intimação do 
Ministério Público, quando for o caso; 
VIII - exercer outras atribuições 
estabelecidas no regimento internodo 
tribunal. 
É o fim da jurisprudência defensiva? 
Parágrafo único. Antes de considerar 
inadmissível o recurso, o relator 
concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao 
recorrente para que seja sanado vício 
ou complementada a documentação 
exigível. 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO 
INTEMPESTIVO. FERIADO LOCAL. NÃO-
COMPROVAÇÃO. 
1. É ônus do recorrente comprovar a 
ocorrência de feriado local, paralisação 
ou interrupção do expediente forense 
por ato normativo da Justiça do Estado, 
sob pena de intempestividade. 
Precedentes. 
2. Esse posicionamento calca-se na 
necessidade de fornecer um substrato 
mínimo à aferição da tempestividade 
dos recursos encaminhados ao Superior 
Tribunal de Justiça, uma vez que os 
membros desta Corte não possuem 
meios para terem ciência de todo e 
qualquer feriado municipal ou estadual, 
muito menos das Portarias dos 
Tribunais Estaduais e Regionais que, por 
um motivo ou outro, importem 
alteração do expediente forense. 
3. Agravo regimental não provido. 
(STJ, AgRg nos EDcl no Ag 1318521/BA, 
Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 16/12/2010, DJe 
10/02/2011). 
1. Considera-se inexistente recurso 
subscrito por advogado que não possui 
procuração nos autos (Súmula n. 
115/STJ e art. 544, § 1º, do CPC). 
2. Na instância especial, não se aplica, 
para fins de regularização da 
 
 
 
 
 
 
 
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18 
representação processual, o disposto 
nos arts. 13 e 515, § 4º, do Código de 
Processo Civil. 
(STJ, AgRg no AREsp 594.677/MG, Rel. 
Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 
24/03/2015, DJe 27/03/2015). 
Contraditório em sede recursal 
Art. 933. Se o relator constatar a 
ocorrência de fato superveniente à 
decisão recorrida ou a existência de 
questão apreciável de ofício ainda não 
examinada que devam ser considerados 
no julgamento do recurso, intimará as 
partes para que se manifestem no prazo 
de 5 (cinco) dias. 
§ 1o Se a constatação ocorrer durante a 
sessão de julgamento, esse será 
imediatamente suspenso a fim de que 
as partes se manifestem 
especificamente. 
§ 2o Se a constatação se der em vista dos 
autos, deverá o juiz que a solicitou 
encaminhá-los ao relator, que tomará 
as providências previstas no caput e, em 
seguida, solicitará a inclusão do feito em 
pauta para prosseguimento do 
julgamento, com submissão integral da 
nova questão aos julgadores. 
Embargos infringentes cover 
Art. 942. Quando o resultado da 
apelação for não unânime, o 
julgamento terá prosseguimento em 
sessão a ser designada com a presença 
de outros julgadores, que serão 
convocados nos termos previamente 
definidos no regimento interno, em 
número suficiente para garantir a 
possibilidade de inversão do resultado 
inicial, assegurado às partes e a 
eventuais terceiros o direito de 
sustentar oralmente suas razões 
perante os novos julgadores. 
- o recurso de embargos infringentes 
acabou, porém foi substituído por essa 
“coisa”, que é uma técnica de 
julgamento, nos termos do § 3o. 
Aplica-se ainda ao julgamento não 
unânime proferido em (I) ação 
rescisória, quando o resultado for a 
rescisão da sentença, devendo, nesse 
caso, seu prosseguimento ocorrer em 
órgão de maior composição previsto no 
regimento interno; (II) agravo de 
instrumento, quando houver reforma 
da decisão que julgar parcialmente o 
mérito. 
Não se aplica ao julgamento (I) do 
incidente de assunção de competência 
e ao de resolução de demandas 
repetitivas; (II) da remessa necessária; 
(III) não unânime proferido, nos 
tribunais, pelo plenário ou pela corte 
especial. 
DOS RECURSOS 
O que mudou efetivamente na teoria 
geral dos recursos? 
Princípio do duplo grau de jurisdição? A 
doutrina e o STF continuam divididos 
 
 
 
 
 
 
 
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19 
sobre ser ou não uma garantia 
constitucional... 
Princípio da taxatividade? Art. 994. 
Princípio da dialeticidade? Art. 932, III. 
Princípio da reformatio in pejus? 
Princípio da fungibilidade? 
Efeito suspensivo? 
Art. 995. Os recursos não impedem a 
eficácia da decisão, salvo disposição 
legal ou decisão judicial em sentido 
diverso. 
Parágrafo único. A eficácia da decisão 
recorrida poderá ser suspensa por 
decisão do relator, se da imediata 
produção de seus efeitos houver risco 
de dano grave, de difícil ou impossível 
reparação, e ficar demonstrada a 
probabilidade de provimento do 
recurso. 
Requisitos de admissibilidade? 
Cabimento: art. 994. 
Legitimidade: art. 996. O recurso pode 
ser interposto pela parte vencida, pelo 
terceiro prejudicado e pelo Ministério 
Público, como parte ou como fiscal da 
ordem jurídica. 
Interesse em recorrer: art. 996 – 
“vencida”. 
Ausência de fatos extintivos e/ou 
impeditivos do direito de recorrer 
Aceitação (ext): art. 1.000. 
Renúncia (ext): art. 999. 
Desistência (imp): art. 998. 
Novidade na desistência! 
Art. 998, parágrafo único. A desistência 
do recurso não impede a análise de 
questão cuja repercussão geral já tenha 
sido reconhecida e daquela objeto de 
julgamento de recursos extraordinários 
ou especiais repetitivos. 
Devido ao interesse público na definição 
da tese jurídica a vincular o Judiciário. 
Haviam 3 possibilidades: 
1ª) aceitar a desistência e selecionar 
outro recurso para ser o representativo 
da controvérsia; 
2ª) não aceitar a desistência e julgar o 
recurso assim mesmo; 
3ª) aceitar a desistência e homologá-la, 
mas fixar a tese jurídica. 
É inviável o acolhimento de pedido de 
desistência recursal formulado quando 
já iniciado o procedimento de 
julgamento do Recurso Especial 
representativo da controvérsia, na 
forma do art. 543-C do CPC c/c 
Resolução n.º 08/08 do STJ. (STJ, QO no 
REsp 1063343/RS, Rel. Ministra NANCY 
ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 
17/12/2008, DJe 04/06/2009). 
Falta de depósito prévio da multa 
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé 
aquele que: 
 
 
 
 
 
 
 
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20 
VII - interpuser recurso com intuito 
manifestamente protelatório. 
ED? Art. 1026. 
§ 2o Quando manifestamente 
protelatórios os embargos de 
declaração, o juiz ou o tribunal, em 
decisão fundamentada, condenará o 
embargante a pagar ao embargado 
multa não excedente a dois por cento 
sobre o valor atualizado da causa. 
- aumentou: era 1%. 
§ 3o Na reiteração de embargos de 
declaração manifestamente 
protelatórios, a multa será elevada a até 
dez por cento sobre o valor atualizado 
da causa, e a interposição de qualquer 
recurso ficará condicionada ao depósito 
prévio do valor da multa, à exceção da 
Fazenda Pública e do beneficiário de 
gratuidade da justiça, que a recolherão 
ao final. 
Novo requisito de admissibilidade 
específico para os ED: não ser o terceiro. 
Art. 1.026, § 4o Não serão admitidos 
novos embargos de declaração se os 2 
(dois) anteriores houverem sido 
considerados protelatórios. 
Agravo interno? Art. 1.021. 
§ 4o Quando o agravo interno for 
declarado manifestamente inadmissível 
ou improcedente em votação unânime, 
o órgão colegiado, em decisão 
fundamentada, condenará o agravante 
a pagar ao agravado multa fixada entre 
um e cinco por cento do valor atualizado 
da causa. 
§ 5o A interposição de qualquer outro 
recurso está condicionada ao depósito 
prévio do valor da multa prevista no § 
4o, à exceção da Fazenda Pública e do 
beneficiário de gratuidade da justiça, 
que farão o pagamento ao final. 
Onde está a súmula impeditiva derecurso? Em todo lugar! 
Tempestividade: art. 1003, § 5º - 
excetuados os embargos de declaração, 
o prazo para interpor os recursos e para 
responder-lhes é de 15 (quinze) dias. 
- ED: 5 dias (art. 1.023). 
Intimação: art. 1.003. O prazo para 
interposição de recurso conta-se da 
data em que os advogados, a sociedade 
de advogados, a Advocacia Pública, a 
Defensoria Pública ou o Ministério 
Público são intimados da decisão. 
Novidades na tempestividade! 
1ª) era entendimento jurisprudencial, 
agora é lei. 
Art. 1.003, § 6o O recorrente 
comprovará a ocorrência de feriado 
local no ato de interposição do recurso. 
2ª) recurso prematuro. 
Art. 218, § 4o Será considerado 
tempestivo o ato praticado antes do 
termo inicial do prazo. 
3ª) a contagem exclui dias não úteis. 
 
 
 
 
 
 
 
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 ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL 
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
GUSTAVO NOGUEIRA 
21 
Art. 219. Na contagem de prazo em 
dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, 
computar-se-ão somente os dias úteis. 
4ª) recesso. 
Art. 220. Suspende-se o curso do prazo 
processual nos dias compreendidos 
entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, 
inclusive. 
Preparo 
Art. 1.007. No ato de interposição do 
recurso, o recorrente comprovará, 
quando exigido pela legislação 
pertinente, o respectivo preparo, 
inclusive porte de remessa e de retorno, 
sob pena de deserção. 
Dispensa subjetiva 
§ 1o São dispensados de preparo, 
inclusive porte de remessa e de retorno, 
os recursos interpostos pelo Ministério 
Público, pela União, pelo Distrito 
Federal, pelos Estados, pelos 
Municípios, e respectivas autarquias, e 
pelos que gozam de isenção legal. 
Dispensa objetiva 
§ 3o É dispensado o recolhimento do 
porte de remessa e de retorno no 
processo em autos eletrônicos. 
+ art. 1.023 (ED) + art. 1.042, § 2º 
(Agravo em REsp/RE) 
Depósito insuficiente: nova chance. 
§ 2o A insuficiência no valor do preparo, 
inclusive porte de remessa e de retorno, 
implicará deserção se o recorrente, 
intimado na pessoa de seu advogado, 
não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) 
dias. 
Novidades no preparo! 
1ª) Falta de depósito: nova chance. 
§ 4o O recorrente que não comprovar, 
no ato de interposição do recurso, o 
recolhimento do preparo, inclusive 
porte de remessa e de retorno, será 
intimado, na pessoa de seu advogado, 
para realizar o recolhimento em dobro, 
sob pena de deserção. 
§ 5o É vedada a complementação se 
houver insuficiência parcial do preparo, 
inclusive porte de remessa e de retorno, 
no recolhimento realizado na forma do 
§ 4o. 
2ª) Fim da jurisprudência defensiva. 
§ 7o O equívoco no preenchimento da 
guia de custas não implicará a aplicação 
da pena de deserção, cabendo ao 
relator, na hipótese de dúvida quanto 
ao recolhimento, intimar o recorrente 
para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) 
dias. 
Esta Corte já se manifestou no sentido 
de que não há tratar como erro 
escusável o preenchimento equivocado 
do código de recolhimento na guia de 
preparo, uma vez que inviabiliza a 
aferição da veracidade do recolhimento 
correspondente ao processo. (STJ, AgRg 
no REsp 1466288/MG, Rel. Ministro 
 
 
 
 
 
 
 
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 ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL 
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
GUSTAVO NOGUEIRA 
22 
MAURO CAMPBELL MARQUES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 
21/10/2014, DJe 28/10/2014). 
Regularidade formal? 
Recurso adesivo? 
Art. 997, § 1o Sendo vencidos autor e 
réu, ao recurso interposto por qualquer 
deles poderá aderir o outro. 
DA APELAÇÃO 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
- sentença: arts. 485 e 487. 
Agravo retido cover? 
§ 1o As questões resolvidas na fase de 
conhecimento, se a decisão a seu 
respeito não comportar agravo de 
instrumento, não são cobertas pela 
preclusão e devem ser suscitadas em 
preliminar de apelação, eventualmente 
interposta contra a decisão final, ou nas 
contrarrazões. 
§ 2o Se as questões referidas no § 
1o forem suscitadas em contrarrazões, o 
recorrente será intimado para, em 15 
(quinze) dias, manifestar-se a respeito 
delas. 
§ 3o O disposto no caput deste artigo 
aplica-se mesmo quando as questões 
mencionadas no art. 1.015 integrarem 
capítulo da sentença. 
Regularidade formal 
Art. 1.010. A apelação, interposta por 
petição dirigida ao juízo de primeiro 
grau, conterá: I - os nomes e a 
qualificação das partes; II - a exposição 
do fato e do direito; III - as razões do 
pedido de reforma ou de decretação de 
nulidade (dialeticidade); IV - o pedido de 
nova decisão. 
§ 1o O apelado será intimado para 
apresentar contrarrazões no prazo de 
15 (quinze) dias. 
- art. 1003, § 5º 
§ 2o Se o apelado interpuser apelação 
adesiva, o juiz intimará o apelante para 
apresentar contrarrazões. 
- art. 997, §§ 1º e 2º 
§ 3o Após as formalidades previstas nos 
§§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao 
tribunal pelo juiz, independentemente 
de juízo de admissibilidade. 
- Novidade! Fim da admissibilidade da 
apelação pelo juízo a quo. 
Efeito suspensivo 
Art. 1.012. A apelação terá efeito 
suspensivo. 
 
 
 
 
 
 
 
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NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
GUSTAVO NOGUEIRA 
23 
 “O novo Código de Processo Civil não 
foi capaz de corrigir a principal 
disfunção do Código de 1973, quando, é 
preciso lembrar, essa foi a principal 
razão eleita para desculpar a sua 
criação. Recorde-se que todos viam 
como grave e imperdoável contradição, 
diante do instituto da tutela antecipada 
surgido em 1994, a falta de 
executividade imediata da sentença na 
pendência da apelação. Ocorre que o 
legislador, pressionado por setores 
ignorantes e reacionários, manteve a 
sentença na mesma condição de 
inefetividade em que estava no Código 
de 1973.” Marinoni, em “Novo CPC 
ainda deixou pendente garantia sobre 
duração razoável do processo” (site 
conjur). 
 “Ressalte-se que a tutela da evidência 
pressupõe um sistema de tutela dos 
direitos aberto à execução imediata da 
sentença. A primeira sem a segunda é 
uma contradição em termos. Ora, a 
tutela da evidência nada mais é do que 
uma técnica de distribuição do ônus do 
tempo do processo. O tempo do 
processo, assim como a produção da 
prova, deve ser visto como um ônus, 
que, bem por isso, não pode ser jogado 
nas costas do autor como se esse tivesse 
culpa pela demora inerente à discussão 
da causa.” Marinoni. 
Exceções ao efeito suspensivo 
automático: § 1o. 
Pedido de efeito suspensivo quando a 
apelação não tem 
§ 3o O pedido de concessão de efeito 
suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá 
ser formulado por requerimento 
dirigido ao: I - tribunal, no período 
compreendido entre a interposição da 
apelação e sua distribuição, ficando o 
relator designado para seu exame 
prevento para julgá-la; II - relator, se já 
distribuída a apelação. 
§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da 
sentença poderá ser suspensa pelo 
relator se o apelante demonstrar a 
probabilidade de provimento do 
recurso ou se, sendo relevante a 
fundamentação, houver risco de dano 
grave ou de difícil reparação. 
E quando a sentença é impugnada por 
apelação com efeito suspensivo – a 
regra – como proceder? Cabe a retirada 
do efeito suspensivo da mesma forma? 
Daí a importância das normas 
fundamentais do processo civil... 
Art. 1o O processo civil será ordenado, 
disciplinado e interpretado conforme os 
valores e as normas fundamentais 
estabelecidos na Constituição da 
República Federativa do Brasil, 
observando-se as disposições deste 
Código. 
Art. 4o As partes têm o direito de obter 
em prazo razoável a solução integral do 
mérito, incluída a atividade satisfativa.www.cers.com.br 
 
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NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
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24 
Art. 7o É assegurada às partes paridade 
de tratamento em relação ao exercício 
de direitos e faculdades processuais, 
aos meios de defesa, aos ônus, aos 
deveres e à aplicação de sanções 
processuais, competindo ao juiz zelar 
pelo efetivo contraditório. 
Há mais evidência do que a sentença de 
procedência? 
Art. 311. A tutela da evidência será 
concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de 
risco ao resultado útil do processo, 
quando: 
IV - a petição inicial for instruída com 
prova documental suficiente dos fatos 
constitutivos do direito do autor, a que 
o réu não oponha prova capaz de gerar 
dúvida razoável. 
Contradição do NCPC! 
Segundo o art. 294 a tutela provisória 
pode fundamentar-se em urgência ou 
evidência... 
Segundo o art. 1.015, I, cabe agravo de 
instrumento contra decisão que versar 
sobre tutela provisória... 
Segundo o art. 1.019, I, o agravo de 
instrumento não possui efeito 
suspensivo automático... 
Segundo o NCPC a decisão que conceder 
a tutela de evidência, porque o direito 
do autor é provável, vale mais do que a 
própria sentença, quando o juiz 
reconhece com certeza o direito desse 
mesmo autor. 
Solução? Interpretação constitucional 
ou tutela de evidência na sentença, 
permitida expressamente pelo § 3º do 
art. 1.009 + 1.013, § 5o (o capítulo da 
sentença que confirma, concede ou 
revoga a tutela provisória é impugnável 
na apelação). 
Efeito devolutivo 
Art. 1.013. A apelação devolverá ao 
tribunal o conhecimento da matéria 
impugnada. 
Causa madura (mais ampla) 
§ 3o Se o processo estiver em condições 
de imediato julgamento, o tribunal deve 
decidir desde logo o mérito quando: I - 
reformar sentença fundada no art. 485; 
II - decretar a nulidade da sentença por 
não ser ela congruente com os limites 
do pedido ou da causa de pedir; III - 
constatar a omissão no exame de um 
dos pedidos, hipótese em que poderá 
julgá-lo; IV - decretar a nulidade de 
sentença por falta de fundamentação. 
Causa madura “original” 
§ 4o Quando reformar sentença que 
reconheça a decadência ou a prescrição, 
o tribunal, se possível, julgará o mérito, 
examinando as demais questões, sem 
determinar o retorno do processo ao 
juízo de primeiro grau. 
Art. 1.014. As questões de fato não 
propostas no juízo inferior poderão ser 
 
 
 
 
 
 
 
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25 
suscitadas na apelação, se a parte 
provar que deixou de fazê-lo por motivo 
de força maior. + art. 933. 
DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento 
contra as decisões interlocutórias que 
versarem sobre: 
I - tutelas provisórias (art. 294); 
II - mérito do processo (art. 487); 
III - rejeição da alegação de convenção 
de arbitragem (art. 485, VII); 
IV - incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica (arts. 133 a 137); 
V - rejeição do pedido de gratuidade da 
justiça ou acolhimento do pedido de sua 
revogação (arts. 99, § 2º e 100, p. ún.); 
VI - exibição ou posse de documento ou 
coisa (arts. 396 a 404); 
VII - exclusão de litisconsorte (arts. 113 
a 118); 
VIII - rejeição do pedido de limitação do 
litisconsórcio (art. 113, §§ 1º e 2º); 
IX - admissão ou inadmissão de 
intervenção de terceiros (arts. 119 a 
138); 
X - concessão, modificação ou 
revogação do efeito suspensivo aos 
embargos à execução (art. 919, § 1º); 
XI - redistribuição do ônus da prova nos 
termos do art. 373, § 1o; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente 
referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá 
agravo de instrumento contra decisões 
interlocutórias proferidas na fase de 
liquidação de sentença ou de 
cumprimento de sentença, no processo 
de execução e no processo de 
inventário. 
Regularidade formal 
Art. 1.016. O agravo de instrumento 
será dirigido diretamente ao tribunal 
competente, por meio de petição com 
os seguintes requisitos: I - os nomes das 
partes; II - a exposição do fato e do 
direito; III - as razões do pedido de 
reforma ou de invalidação da decisão e 
o próprio pedido (dialeticidade); IV - o 
nome e o endereço completo dos 
advogados constantes do processo. 
Regularidade formal 
Art. 1.017. A petição de agravo de 
instrumento será instruída: 
I - obrigatoriamente, com cópias da 
petição inicial, da contestação, da 
petição que ensejou a decisão agravada, 
da própria decisão agravada, da 
certidão da respectiva intimação ou 
outro documento oficial que comprove 
a tempestividade e das procurações 
outorgadas aos advogados do 
agravante e do agravado; 
Fim da jurisprudência defensiva! 
 
 
 
 
 
 
 
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26 
A juntada da certidão de intimação da 
decisão agravada tem por finalidade a 
verificação da tempestividade recursal, 
de modo que a obrigatoriedade de seu 
traslado pode ser dispensada quando, 
por outros meios, seja possível a análise 
do referido pressuposto recursal, o que 
não ocorre no caso dos autos. 
Precedentes. (STJ, AgRg no AREsp 
369.547/SC, Rel. Ministro RAUL 
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 
07/11/2013, DJe 11/12/2013). 
II - com declaração de inexistência de 
qualquer dos documentos referidos no 
inciso I, feita pelo advogado do 
agravante, sob pena de sua 
responsabilidade pessoal; 
III - facultativamente, com outras peças 
que o agravante reputar úteis. 
Facilidade na interposição. § 2o No 
prazo do recurso, o agravo será 
interposto por: I - protocolo realizado 
diretamente no tribunal competente 
para julgá-lo; II - protocolo realizado na 
própria comarca, seção ou subseção 
judiciárias; III - postagem, sob registro, 
com aviso de recebimento; IV - 
transmissão de dados tipo fac-símile, 
nos termos da lei; V - outra forma 
prevista em lei. 
Fim da jurisprudência defensiva! 
§ 3o Na falta da cópia de qualquer peça 
ou no caso de algum outro vício que 
comprometa a admissibilidade do 
agravo de instrumento, deve o relator 
aplicar o disposto no art. 932, parágrafo 
único. 
- prazo de 5 dias para sanar o vício. 
Juntada no juízo a quo 
Art. 1.018. O agravante poderá 
requerer a juntada, aos autos do 
processo, de cópia da petição do agravo 
de instrumento, do comprovante de sua 
interposição e da relação dos 
documentos que instruíram o recurso. 
§ 3o O descumprimento da exigência de 
que trata o § 2o, desde que arguido e 
provado pelo agravado, importa 
inadmissibilidade do agravo de 
instrumento. 
Poderes do relator 
Art. 1.019. Recebido o agravo de 
instrumento no tribunal e distribuído 
imediatamente, se não for o caso de 
aplicação do art. 932, incisos III e IV, o 
relator, no prazo de 5 (cinco) dias: I - 
poderá atribuir efeito suspensivo ao 
recurso ou deferir, em antecipação de 
tutela, total ou parcialmente, a 
pretensão recursal, comunicando ao 
juiz sua decisão; 
- cabe agravo interno... 
II - ordenará a intimação do agravado; III 
- determinará a intimação do Ministério 
Público. Art. 1.020. O relator solicitará 
dia para julgamento em prazo não 
superior a 1 (um) mês da intimação do 
agravado. 
 
 
 
 
 
 
 
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27 
CAPÍTULO IV 
DO AGRAVO INTERNO 
Art. 1.021. Contra decisão proferida 
pelo relator caberá agravo interno para 
o respectivo órgão colegiado, 
observadas, quanto ao processamento, 
as regras do regimento interno do 
tribunal. 
§ 1o Na petição de agravo interno, o 
recorrente impugnará 
especificadamenteos fundamentos da 
decisão agravada (dialeticidade). 
§ 3o É vedado ao relator limitar-se à 
reprodução dos fundamentos da 
decisão agravada para julgar 
improcedente o agravo interno. 
- nulidade por falta de fundamentação – 
art. 489, § 1º. 
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
Art. 1.022. Cabem embargos de 
declaração contra qualquer decisão 
judicial para: 
I - esclarecer obscuridade ou eliminar 
contradição; 
II - suprir omissão de ponto ou questão 
sobre o qual devia se pronunciar o juiz 
de ofício ou a requerimento; 
Novidade! 
III - corrigir erro material. 
- antes o erro material podia ser 
corrigido a qualquer tempo por simples 
petição... 
Especificação do que seja omissão 
Parágrafo único. Considera-se omissa a 
decisão que: I - deixe de se manifestar 
sobre tese firmada em julgamento de 
casos repetitivos ou em incidente de 
assunção de competência aplicável ao 
caso sob julgamento; II - incorra em 
qualquer das condutas descritas no art. 
489, § 1o. 
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, 
no prazo de 5 (cinco) dias, em petição 
dirigida ao juiz, com indicação do erro, 
obscuridade, contradição ou omissão, e 
não se sujeitam a preparo. 
- dialeticidade... 
§ 1o Aplica-se aos embargos de 
declaração o art. 229. 
- prazo em dobro para litisconsortes 
com diferentes procuradores. 
Contraditório recursal e 
reconhecimento expresso do efeito 
infringente 
§ 2o O juiz intimará o embargado para, 
querendo, manifestar-se, no prazo de 5 
(cinco) dias, sobre os embargos 
opostos, caso seu eventual acolhimento 
implique a modificação da decisão 
embargada. 
Prazo impróprio 
 
 
 
 
 
 
 
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NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
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28 
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos 
em 5 (cinco) dias. 
Fungibilidade sem surpresas 
§ 3o O órgão julgador conhecerá dos 
embargos de declaração como agravo 
interno se entender ser este o recurso 
cabível, desde que determine 
previamente a intimação do recorrente 
para, no prazo de 5 (cinco) dias, 
complementar as razões recursais, de 
modo a ajustá-las às exigências do art. 
1.021, § 1o. 
Visando a peça processual o reexame da 
decisão monocrática, é possível, em 
atenção aos princípios da fungibilidade 
e da instrumentalidade das formas, seu 
conhecimento como agravo regimental, 
submetendo-se ao colegiado nos 
termos do artigo 259 do Regimento 
Interno do Superior Tribunal de Justiça. 
(STJ, EDcl nos EmbExeAr 1.169/CE, Rel. 
Ministro JORGE MUSSI, TERCEIRA 
SEÇÃO, julgado em 08/04/2015, DJe 
14/04/2015). 
Princípio da complementariedade 
§ 4o Caso o acolhimento dos embargos 
de declaração implique modificação da 
decisão embargada, o embargado que 
já tiver interposto outro recurso contra 
a decisão originária tem o direito de 
complementar ou alterar suas razões, 
nos exatos limites da modificação, no 
prazo de 15 (quinze) dias, contado da 
intimação da decisão dos embargos de 
declaração. 
Fim da jurisprudência defensiva! 
§ 5o Se os embargos de declaração 
forem rejeitados ou não alterarem a 
conclusão do julgamento anterior, o 
recurso interposto pela outra parte 
antes da publicação do julgamento dos 
embargos de declaração será 
processado e julgado 
independentemente de ratificação. 
É inadmissível o recurso especial 
interposto antes da publicação do 
acórdão dos embargos de declaração, 
sem posterior ratificação. (Súmula 418, 
CORTE ESPECIAL, julgado em 
03/03/2010, DJe 11/03/2010). 
Fim da jurisprudência defensiva! 
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no 
acórdão os elementos que o 
embargante suscitou, para fins de pré-
questionamento, ainda que os 
embargos de declaração sejam 
inadmitidos ou rejeitados, caso o 
tribunal superior considere existentes 
erro, omissão, contradição ou 
obscuridade. 
O STJ não admite o 
“prequestionamento ficto”, que ocorre 
com a mera oposição de embargos 
declaratórios, sem que o Tribunal de 
origem tenha efetivamente emitido 
juízo de valor sobre as teses debatidas. 
Precedentes: AgRg no AREsp 
516350/RS, Rel. Ministro PAULO DE 
TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 24/02/2015, 
DJe 02/03/2015; AgRg no REsp 
 
 
 
 
 
 
 
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NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
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29 
1366052/SP, Rel. Ministro HUMBERTO 
MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado 
em 10/02/2015, DJe 19/02/2015; etc. 
O tratamento das ações repetitivas no 
Novo CPC (IRDR, RE e Resp repetivivos) 
Art. 928. Para os fins deste Código, 
considera-se julgamento de casos 
repetitivos a decisão proferida em: I - 
incidente de resolução de demandas 
repetitivas; II - recursos especial e 
extraordinário repetitivos. 
Parágrafo único. O julgamento de casos 
repetitivos tem por objeto questão de 
direito material ou processual. 
DO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE 
COMPETÊNCIA 
- é técnica de uniformização da 
jurisprudência interna de um Tribunal, 
mas não para casos repetitivos! 
Art. 947. É admissível a assunção de 
competência quando o julgamento de 
recurso, de remessa necessária ou de 
processo de competência originária 
envolver relevante questão de direito, 
com grande repercussão social, sem 
repetição em múltiplos processos. 
Finalidade: compor ou prevenir a 
divergência interna (§ 4o). 
- antigo 555, § 1o: deslocamento da 
competência, com a sua assunção pelo 
órgão que o regimento interno indicar. 
- o órgão aceita a competência e julga o 
recurso, a remessa necessária ou o 
processo de competência originária, 
caso reconheça o interesse público (= 
repercussão social). 
Efeito vinculante? Sim. 
§ 3o O acórdão proferido em assunção 
de competência vinculará todos os 
juízes e órgãos fracionários, exceto se 
houver revisão de tese. 
- cabe Rcl: art. 988, IV. 
DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE 
DEMANDAS REPETITIVAS – IRDR 
Art. 976. É cabível a instauração do 
incidente de resolução de demandas 
repetitivas quando houver, 
simultaneamente: I - efetiva repetição 
de processos que contenham 
controvérsia sobre a mesma questão 
unicamente de direito; II - risco de 
ofensa à isonomia e à segurança 
jurídica. 
Uma das maiores inovações do NCPC. 
- direito comparado: musterverfahren 
do direito alemão. 
- ainda: group litigation order (UK) e 
multi-district litigation (EUA). 
- não é uma ação coletiva. 
- lembrem-se que a conversão das ações 
individuais em coletivas foi vetada... 
- um dos motivos do veto: “o NCPC já 
contempla mecanismos para tratar das 
demandas repetitivas.” 
 
 
 
 
 
 
 
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 ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL 
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
GUSTAVO NOGUEIRA 
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Interesse público 
§ 1o A desistência ou o abandono do 
processo não impede o exame de 
mérito do incidente. 
Intervenção obrigatória do MP 
§ 2o Se não for o requerente, o 
Ministério Público intervirá 
obrigatoriamente no incidente e deverá 
assumir sua titularidade em caso de 
desistência ou de abandono. 
Mais um requisito 
§ 4o É incabível o incidente de resolução 
de demandas repetitivas quando um 
dos tribunais superiores, no âmbito de 
sua respectiva competência, já tiver 
afetado recurso para definição de tese 
sobre questão de direito material ou 
processual repetitiva. 
Legitimidade 
Art. 977. O pedido de instauração do 
incidente será dirigido ao presidente de 
tribunal: I - pelo juiz ou relator, por 
ofício; II - pelas partes, por petição; III - 
pelo Ministério Público ou pela 
Defensoria Pública, por petição. 
Julgamento 
Art. 978. O julgamento do incidente 
caberá ao órgão indicado pelo 
regimento interno dentre aqueles 
responsáveis pela uniformização de 
jurisprudência do tribunal. 
Não é só uma definiçãode tese 
jurídica... 
Parágrafo único. O órgão colegiado 
incumbido de julgar o incidente e de 
fixar a tese jurídica julgará igualmente o 
recurso, a remessa necessária ou o 
processo de competência originária de 
onde se originou o incidente. 
Participação democrática 
Art. 979. A instauração e o julgamento 
do incidente serão sucedidos da mais 
ampla e específica divulgação e 
publicidade, por meio de registro 
eletrônico no Conselho Nacional de 
Justiça. 
§ 1o Os tribunais manterão banco 
eletrônico de dados atualizados com 
informações específicas sobre questões 
de direito submetidas ao incidente, 
comunicando-o imediatamente ao 
Conselho Nacional de Justiça para 
inclusão no cadastro. 
§ 2o Para possibilitar a identificação dos 
processos abrangidos pela decisão do 
incidente, o registro eletrônico das 
teses jurídicas constantes do cadastro 
conterá, no mínimo, os fundamentos 
determinantes da decisão e os 
dispositivos normativos a ela 
relacionados. 
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao 
julgamento de recursos repetitivos e da 
repercussão geral em recurso 
extraordinário. 
Prazo máximo 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 980. O incidente será julgado no 
prazo de 1 (um) ano e terá preferência 
sobre os demais feitos, ressalvados os 
que envolvam réu preso e os pedidos 
de habeas corpus. 
Prorrogação do prazo 
Parágrafo único. Superado o prazo 
previsto no caput, cessa a suspensão 
dos processos prevista no art. 982, salvo 
decisão fundamentada do relator em 
sentido contrário. 
Poderes do relator 
Art. 982. Admitido o incidente, o 
relator: 
I - suspenderá os processos pendentes, 
individuais ou coletivos, que tramitam 
no Estado ou na região, conforme o 
caso; 
§ 2o Durante a suspensão, o pedido de 
tutela de urgência deverá ser dirigido ao 
juízo onde tramita o processo suspenso. 
II - poderá requisitar informações a 
órgãos em cujo juízo tramita processo 
no qual se discute o objeto do incidente, 
que as prestarão no prazo de 15 
(quinze) dias; III - intimará o Ministério 
Público para, querendo, manifestar-se 
no prazo de 15 (quinze) dias. 
Eficácia nacional da suspensão dos 
processos 
§ 3o Visando à garantia da segurança 
jurídica, qualquer legitimado 
mencionado no art. 977, incisos II e III, 
poderá requerer, ao tribunal 
competente para conhecer do recurso 
extraordinário ou especial, a suspensão 
de todos os processos individuais ou 
coletivos em curso no território nacional 
que versem sobre a questão objeto do 
incidente já instaurado. 
Ampla legitimidade 
§ 4o Independentemente dos limites da 
competência territorial, a parte no 
processo em curso no qual se discuta a 
mesma questão objeto do incidente é 
legitimada para requerer a providência 
prevista no § 3o deste artigo. 
§ 5o Cessa a suspensão a que se refere o 
inciso I do caput deste artigo se não for 
interposto recurso especial ou recurso 
extraordinário contra a decisão 
proferida no incidente. 
- situação curiosa #1: se não houver 
REsp ou RE a eficácia da decisão do IRDR 
fica limitada a um Estado ou Região. E se 
posteriormente o STJ ou o STF fixarem 
uma tese diferente? 
Art. 986. A revisão da tese jurídica 
firmada no incidente far-se-á pelo 
mesmo tribunal, de ofício ou mediante 
requerimento dos legitimados 
mencionados no art. 977, inciso III. 
- situação curiosa #2: um cidadão de SP, 
p ex, poderá pedir ao STJ ou ao STF a 
suspensão nacional dos processos por 
força de um IRDR suscitado no RJ... 
porém se não houver REsp ou RE contra 
a decisão, a suspensão nacional foi “à 
 
 
 
 
 
 
 
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toa”, porque os efeitos vinculantes da 
tese fixada ficam limitados. 
Participação democrática 
Art. 983. O relator ouvirá as partes e os 
demais interessados, inclusive pessoas, 
órgãos e entidades com interesse na 
controvérsia, que, no prazo comum de 
15 (quinze) dias, poderão requerer a 
juntada de documentos, bem como as 
diligências necessárias para a 
elucidação da questão de direito 
controvertida, e, em seguida, 
manifestar-se-á o Ministério Público, no 
mesmo prazo. 
Dever de fundamentação 
§ 2o O conteúdo do acórdão abrangerá 
a análise de todos os fundamentos 
suscitados concernentes à tese jurídica 
discutida, sejam favoráveis ou 
contrários. 
Efeito vinculante (cabe Rcl: 988, IV + 
985, § 1o ) 
Art. 985. Julgado o incidente, a tese 
jurídica será aplicada: 
I - a todos os processos individuais ou 
coletivos que versem sobre idêntica 
questão de direito e que tramitem na 
área de jurisdição do respectivo 
tribunal, inclusive àqueles que tramitem 
nos juizados especiais do respectivo 
Estado ou região; 
II - aos casos futuros que versem 
idêntica questão de direito e que 
venham a tramitar no território de 
competência do tribunal, salvo revisão 
na forma do art. 986. 
Efeito vinculante para a administração 
(como a súmula vinculante) 
§ 2o Se o incidente tiver por objeto 
questão relativa a prestação de serviço 
concedido, permitido ou autorizado, o 
resultado do julgamento será 
comunicado ao órgão, ao ente ou à 
agência reguladora competente para 
fiscalização da efetiva aplicação, por 
parte dos entes sujeitos a regulação, da 
tese adotada. 
Extensão 
Art. 987. Do julgamento do mérito do 
incidente caberá recurso extraordinário 
ou especial, conforme o caso. 
§ 1o O recurso tem efeito suspensivo, 
presumindo-se a repercussão geral de 
questão constitucional eventualmente 
discutida. 
Extensão nacional da tese fixada 
§ 2o Apreciado o mérito do recurso, a 
tese jurídica adotada pelo Supremo 
Tribunal Federal ou pelo Superior 
Tribunal de Justiça será aplicada no 
território nacional a todos os processos 
individuais ou coletivos que versem 
sobre idêntica questão de direito. 
- fica mais sem sentido ainda a limitação 
territorial do art. 16 da LACP... 
 
 
 
 
 
 
 
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DO JULGAMENTO DOS RECURSOS 
EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL 
REPETITIVOS 
Art. 1.036. Sempre que houver 
multiplicidade de recursos 
extraordinários ou especiais com 
fundamento em idêntica questão de 
direito, haverá afetação para 
julgamento de acordo com as 
disposições desta Subseção, observado 
o disposto no Regimento Interno do 
Supremo Tribunal Federal e no do 
Superior Tribunal de Justiça. 
Seleção do recurso representativo dos 
demais + suspensão dos demais 
§ 1o O presidente ou o vice-presidente 
de tribunal de justiça ou de tribunal 
regional federal selecionará 2 (dois) ou 
mais recursos representativos da 
controvérsia, que serão encaminhados 
ao Supremo Tribunal Federal ou ao 
Superior Tribunal de Justiça para fins de 
afetação, determinando a suspensão do 
trâmite de todos os processos 
pendentes, individuais ou coletivos, que 
tramitem no Estado ou na região, 
conforme o caso. 
- a seleção poderá ser feita “de ofício” 
pelo relator no STF ou STJ (§ 5o). 
Exclusão da suspensão por 
intempestividade 
§ 2o O interessado pode requerer, ao 
presidente ou ao vice-presidente, que 
exclua da decisão de sobrestamento e 
inadmita o recurso especial ou o recurso 
extraordinário que tenha sido 
interposto intempestivamente, tendo o 
recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para 
manifestar-se sobre esse requerimento. 
- será que são ampliadas as hipóteses 
pela ausência de outros requisitos de 
admissibilidade? 
§ 6o Somente podem ser selecionados 
recursos admissíveis que contenham 
abrangente argumentação e discussão a 
respeito

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