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www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 1 13) Ações impugnativas 14) Recursos (apelação, agravo, embargos de declaração) 15) O tratamento das ações repetitivas no Novo CPC (IRDR, RE e Resp repetivivos) 16) Direito intertemporal Teoria dos precedentes O NCPC tem como uma das suas maiores alterações a adoção de uma “teoria dos precedentes”, valorizando a jurisprudência dos Tribunais e impondo regras específicas para a sua aplicação, modificação, etc. Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê- la estável, íntegra e coerente. - o NCPC usa o “devem” e não “podem”. - estável - íntegra - coerente § 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação. - evita a edição de súmulas dissociadas da realidade e com forte caráter abstrato e genérico. Exemplos: Dissociada da realidade. STJ 301: em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade. A Súmula 301/STJ induz presunção relativa, de modo que a mera recusa à submissão ao exame não implica automaticamente reconhecimento da paternidade ou seu afastamento, pois deve ser apreciada em conjunto com os demais elementos probatórios. (STJ, REsp 1272691/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/11/2013, DJe 08/11/2013). Abstrata. STJ 7: a pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial. Analisar se as qualificadoras mantidas pelo Tribunal de origem são ou não manifestamente improcedentes implica, necessariamente, no reexame do material fático-probatório dos autos, procedimento inadmissível em recurso especial. Incidência da Súmula 7/STJ. (STJ, AgRg no AREsp 258.036/MG, Rel. Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 19/03/2015, DJe 09/04/2015). Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: - e não “poderão observar”... www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 2 I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; II - os enunciados de súmula vinculante; - ambos já tinham efeito vinculante, por força da Constituição. - as demais hipóteses não seriam vinculantes por ausência de previsão constitucional (Cassio Scarpinella Bueno, NCPC Anotado). III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; - são as clássicas súmulas persuasivas. V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. - que significa orientação? Precedente ou jurisprudência? § 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo. - pelo art. 10 o juiz não poderá aplicar um precedente ao caso concreto sem antes permitir que as partes se manifestem sobre ele. - pelo 489, § 1o o juiz não pode limitar- se a “copiar-colar” um precedente. § 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese. - amicus curiae. Democratização da prestação jurisdicional. - alteração de tese jurídica = overruling. - não significa modificação da coisa julgada do caso onde a tese jurídica foi aplicada. § 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica. - atende-se ao princípio da segurança (não surpresa). - ex. do MS contra ato de juiz dos Juizados (Lei 9.099/95). 1. Não cabe mandado de segurança das decisões interlocutórias exaradas em processos submetidos ao rito da Lei n. 9.099/95. 2. A Lei n. 9.099/95 está voltada à promoção de celeridade no processamento e julgamento de causas cíveis de complexidade menor. Daí ter www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 3 consagrado a regra da irrecorribilidade das decisões interlocutórias, inarredável. 3. Não cabe, nos casos por ela abrangidos, aplicação subsidiária do Código de Processo Civil, sob a forma do agravo de instrumento, ou o uso do instituto do mandado de segurança. 4. Não há afronta ao princípio constitucional da ampla defesa (art. 5º, LV da CB), vez que decisões interlocutórias podem ser impugnadas quando da interposição de recurso inominado. Recurso extraordinário a que se nega provimento. (STF, RE 576847, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 20/05/2009, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-148 DIVULG 06-08-2009 PUBLIC 07-08-2009 RTJ VOL-00211- PP-00558 EMENT VOL- 02368-10 PP-02068 LEXSTF v. 31, n. 368, 2009, p. 310-314). § 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia. - fundamentação adequada e específica que explique as razões pelas quais está sendo feito o overruling. Louvando o entendimento de que o Direito é dinâmico, sendo que a definição do alcance de institutos previstos na Constituição Federal há de fazer-se de modo integrativo, de acordo com as mudanças de relevo que se verificam na tábua de valores sociais, esta Corte passou a entender ser necessário amoldar a abrangência do habeas corpus a um novo espírito, visando restabelecer a eficácia de remédio constitucional tão caro ao Estado Democrático de Direito. Precedentes. (STJ, HC 281.014/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 20/02/2014, DJe 27/02/2014). § 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando- os, preferencialmente, na rede mundial de computadores. - como fazem STJ e STF. Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em: I - incidente de resolução de demandas repetitivas; II - recursos especial e extraordinário repetitivos. Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual. - 988, IV: isso nos leva à reclamação... AÇÕES IMPUGNATIVAS Princípio da taxatividade: somente são recursos os institutos definidos como tais pela legislação federal. www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 4 O sistema recursal brasileiro é regido pelo princípio da taxatividade, ou seja, apenas os recursos previstos no Código de Processo Civil serão admitidos. (STJ, PET no REsp 1311185/RN, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/04/2013, DJe 02/05/2013). À luz do princípio da taxatividade, não é cabível agravo regimental contra manifestação do órgão colegiado, pois ausente a previsão legal aamparar o meio de impugnação ora utilizado. A propósito: "O agravo regimental apenas é cabível contra decisões singulares, e não colegiadas, conforme disposição de lei e da jurisprudência desta Corte (AgRg no REsp 934.046/SP, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma, DJe 05/11/2008). (STJ, AgRg no AgRg no AREsp 427.348/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/02/2014, DJe 06/03/2014). Observação: no NCPC essa restrição no cabimento do agravo interno se mantém. Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. As ações impugnativas não possuem natureza recursal. São ações (demandas) autônomas, ainda que se prestem à impugnação de decisões judiciais. Ex: ação rescisória, ação anulatória, reclamação e mandado de segurança. CAPÍTULO VII DA AÇÃO RESCISÓRIA Ação destinada à desconstituir a coisa julgada material e, eventualmente, obtenção do rejulgamento da causa. Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: CPC/73 – falava em sentença de mérito. O NCPC admite com isso que as decisões interlocutórias de mérito possam transitar em julgado (cognição exauriente). Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. - 355: julgamento antecipado do mérito (antigo julgamento antecipado da lide). - cabe agravo de instrumento, 356 § 5º. - faz coisa julgada material. I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 5 II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; - nenhuma novidade... III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; - novidade: simulação. IV - ofender a coisa julgada; V - violar manifestamente norma jurídica; - CPC/73: violar literal disposição de lei. Literal disposição de lei ≠ norma jurídica. Ronaldo Cramer: norma jurídica é o resultado da interpretação do dispositivo legal. Quando não há dispositivo legal, a norma é o resultado da interpretação sistemática de vários dispositivos. HTJ: são os sentidos construídos a partir da interpretação dos textos. Cramer: não é necessário que, para ensejar a rescisória, a norma violada esteja prevista expressamente num dispositivo legal. Algumas normas são implícitas em nosso ordenamento, como os princípios da segurança jurídica e do duplo grau de jurisdição. 1. O fundamento para o ajuizamento da ação rescisória, mormente aquele previsto no inciso V do art. 485 do CPC – violação de literal disposição de lei –, é de tipificação estrita, em respeito à estabilidade das relações jurídicas acobertadas pela coisa julgada, visando a paz social. 2. A interpretação restrita do art. 485, V, do CPC não importa em sua interpretação literal, sob pena de não ser possível alcançar seu verdadeiro sentido e intento, e, por conseguinte, assegurar uma efetiva prestação jurisdicional. 3. É cabível ação rescisória, com amparo no art. 485, V, do CPC, contra provimento judicial de mérito transitado em julgado que ofende direito em tese, ou seja, o correto sentido da norma jurídica, assim considerada não apenas aquela positivada, mas também os princípios gerais do direito que a informam. Precedente do STJ. 4. A proibição da reformatio in pejus, cujo status principiológico é inegável, porquanto exprime uma noção primordial do sistema recursal, encontra-se implicitamente contida na regra do art. 475 do CPC, que trata da remessa necessária. 5. É cabível ação rescisória contra acórdão transitado em julgado que, em remessa necessária, houver afrontado o princípio da non reformatio in pejus. 6. Embargos de divergência rejeitados. www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 6 (STJ, EREsp 935.874/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, CORTE ESPECIAL, julgado em 17/06/2009, DJe 14/09/2009). Mas... SÚMULA 343 NÃO CABE AÇÃO RESCISÓRIA POR OFENSA A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI, QUANDO A DECISÃO RESCINDENDA SE TIVER BASEADO EM TEXTO LEGAL DE INTERPRETAÇÃO CONTROVERTIDA NOS TRIBUNAIS. Firmou-se entendimento, no Supremo Tribunal Federal, no sentido do afastamento do entendimento consubstanciado na Súmula 343 do STF, na hipótese de afronta a dispositivo constitucional, em razão da supremacia da Constituição Federal sobre todo o ordenamento jurídico, sob pena do enfraquecimento de sua força normativa e, consequentemente, de sua efetividade. Tal entendimento encontra amparo na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. (STJ, AR 4.140/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/02/2015, DJe 05/03/2015). ----------- PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO AO ART. 485, V DO CPC NÃO ARGUIDA NAS RAZÕES DO APELO NOBRE. REAJUSTE DE 28,86%. POLICIAIS MILITARES DO DISTRITO FEDERAL. PRESCRIÇÃO. MATÉRIA CONTROVERTIDA À ÉPOCA DO JULGAMENTO E EMISSÃO DO ACÓRDÃO RESCINDENDO. APLICAÇÃO DA SÚMULA 343 DO STF. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. O cabimento da Ação Rescisória com base em violação a disposição literal de lei somente se justifica quando a ofensa se mostre aberrante, cristalina, observada primo ictu oculi, consubstanciada no desprezo do sistema jurídico (normas e princípios) pelo julgado rescindendo. Esta ofensa, por si só, não se caracteriza com o fato de haver decisões favoráveis à tese que foi rechaçada pela decisão que se pretende rescindir; não há rescisão por discrepância jurisprudencial, em especial quando se quer impor a retroação de precedentes judiciais afluentes. 2. Esse entendimento tem por suporte a constatação de que a segurança jurídica ou a estabilidade das relações sociais não se compraz somente com a aplicação dos ditados das normas (leis) escritas, pois são (até) mais relevantes para esse propósito a compreensão que se emita sobre o sentido, o significado e o alcance daquelas dicções positivadas; essa é a razão pela qual a coisa julgada - e também os precedentes judiciais - devem ser enaltecidos e observados, sob a pena de se estabelecer uma completa imprevisibilidade das soluções das pendências. (STJ, AgRg no REsp 1362480/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 7 NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 19/12/2014). VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. § 1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria terse pronunciado. § 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça: I - nova propositura da demanda; ou II - admissibilidade do recurso correspondente. - Cassio: o inciso II é enxerto, e portanto formalmente inconstitucional. Não foi aprovado no Legislativo, em nenhuma de suas Casas. Rescisória contra sentença que não é de mérito? Somente quando essa sentença impedir a propositura da mesma demanda... Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação. § 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito. I – indeferimento da inicial; IV – falta dos pressupostos processuais; VI – falta de legitimidade e interesse; VII – arbitragem. III - Em tese a extinção do feito não obstaria o ajuizamento de nova ação, in casu, a ação ordinária da qual decorre o presente recurso especial, intentada com o mesmo desiderato _ a anulação do ato administrativo que restabeleceu autorização concedida ao recorrido para alterar a linha que opera entre Londrina e Porto alegre, bem como os atos posteriores aditados à referida linha. IV - Entretanto, na hipótese do autos, em sendo o julgamento pela ilegitimidade ativa ad causam, não há como se repetir o pleito, mesmo por outra ação, fazendo coisa julgada a decisão de ilegitimidade. www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 8 V - "Nem sempre. No caso do nº VI se a extinção do processo se fundar em impossibilidade jurídica do pedido, poderá ser proposta outra ação, porém não a mesma; se a ilegitimidade de parte for ativa ou se faltar interesse processual ao autor, não poderá propor nova ação". (CPC 33ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002, nota 3 ao art. 268, p. 344). (STJ, REsp 903.355/DF, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/04/2007, DJ 14/06/2007, p. 269). Perempção § 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito. Admissibilidade da rescisória parcial § 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão. Ação anulatória (CPC/73, art. 486). § 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei. - o antigo inciso VIII do antigo art. 485 também “desapareceu” porque era verdadeira causa de anulatória 2. A ação anulatória, prevista no art. 486, do CPC, tem por finalidade desconstituir o ato processual, homologado judicialmente, enquanto que o alvo da ação rescisória, do art. 485, do CPC, é a sentença transitada em julgado, que faz coisa julgada material. O efeito pretendido pela primeira é a anulação do ato enquanto que na rescisória é a prolação de nova sentença no judicium rescisorium. 5. Não obstante, em sendo a sentença meramente homologatória do acordo, adstrita aos aspectos formais da transação, incabível a ação rescisória do art. 485, VIII, do CPC, posto ausente requisito primordial da rescindibilidade do julgado. Nestes casos, a desconstituição da transação, pelos defeitos dos atos jurídicos em geral, se faz por meio de ação anulatória, fulcrada no art. 486, do CPC. (STJ, REsp 450.431/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/09/2003, DJ 20/10/2003, p. 185). Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória: I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; II - o terceiro juridicamente interessado; III - o Ministério Público: www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 9 a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção; b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei; c) em outros casos em que se imponha sua atuação; IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção. Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica quando não for parte. Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319, devendo o autor: I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo; II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente. § 1o Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça. Limitação do valor do depósito: novidade. § 2o O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo não será superior a 1.000 (mil) salários-mínimos. § 3o Além dos casos previstos no art. 330, a petição inicial será indeferida quando não efetuado o depósito exigido pelo inciso II do caput deste artigo. § 4o Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332. Improcedência liminar do pedido Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. Fim da jurisprudência defensiva na AR www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 10 § 5o Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado para emendar a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda: I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2o do art. 966; II - tiver sido substituída por decisão posterior. Qual o objeto da AR? A última decisão que, no processo, apreciou o mérito da causa. Decisão que não admite recurso, p ex, não aprecia o mérito. Decisão que aprecia o mérito do recurso, mas o mérito do recurso não coincide com o mérito da causa, também não é objeto de rescisória. Quem se manifestou no mérito pela última vez Competência Juiz estadual ou TJ TJ Juiz federal ou TRF TRF STJ STJ STF STF Portanto está errado ajuizar no STJ, por exemplo, ação rescisória quando o último pronunciamento acerca do mérito da causa foi do TJ ou TRF. O erro não é só de incompetência, mas sim no próprio objeto da rescisória. 1. Se a matéria tratada na ação rescisória não foi objeto de exame pela decisão rescindenda,da lavra de Ministro desta Corte, mas apenas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, incide no caso o disposto na Súmula 515 do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual "a competência para a ação rescisória não é do Supremo Tribunal Federal, quando a questão federal, apreciada no recurso extraordinário ou no agravo de instrumento, seja diversa da que foi suscitada no pedido rescisório." 2. Inviável a remessa dos autos à Corte Regional, na medida em que houve erro no ajuizamento em razão da matéria, pois a inicial se insurge contra julgado equivocado, hipótese distinta daquela em que há mero erro na indicação do juízo competente. 3. Processo extinto sem resolução de mérito. (STJ, AR 3.851/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 11 SEÇÃO, julgado em 22/09/2010, DJe 22/10/2010). Com o NCPC isso acaba, pois admite-se a emenda da inicial, após o declínio da competência. O Superior Tribunal de Justiça é competente para julgar ação rescisória nos casos em que, apesar de não ter sido conhecido o recurso especial com fundamento no óbice das Súmulas 282/STF e 7 e 83/STJ, a decisão rescindenda analisa o mérito da demanda. Precedentes. (STJ, AR 3.570/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/05/2014, DJe 28/05/2014). Essa confusão entre admissibilidade e mérito – provocada exclusivamente pela atecnia dos Tribunais – tende a acabar. Art. 932. Incumbe ao relator: III – não conhecer de recurso inadmissível... IV – negar provimento a recurso... V – dar provimento ao recurso... § 6o Na hipótese do § 5o, após a emenda da petição inicial, será permitido ao réu complementar os fundamentos de defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente. - necessário porque o objeto da demanda será modificado. IMPORTANTE! O art. 329, II, permite a alteração do pedido ou da causa de pedir, depois da citação e até o saneamento, desde que haja o consentimento do réu. Aqui na AR não se exige o consentimento do réu. Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória. - Rescisória não é recurso e nem tem efeito suspensivo. Procedimento Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum. Delegação para a colheita – e não valoração – da prova Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses para a devolução dos autos. Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais, sucessivamente, pelo prazo de 10 (dez) dias. www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 12 Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo- se ao julgamento pelo órgão competente. Julgamento Art. 974. Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamento e determinará a restituição do depósito a que se refere o inciso II do art. 968. Parágrafo único. Considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o pedido, o tribunal determinará a reversão, em favor do réu, da importância do depósito, sem prejuízo do disposto no § 2o do art. 82. Prazo decadencial Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento judicial. (Súmula 401). O termo "a quo" para o ajuizamento da ação rescisória coincide com a data do trânsito em julgado da decisão rescindenda. O trânsito em julgado, por sua vez, se dá no dia imediatamente subsequente ao último dia do prazo para o recurso em tese cabível. (STJ, REsp 1112864/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/11/2014, DJe 17/12/2014). Acórdão TJ/TRF 15º dia |-------------------------| - 16º dia = trânsito em julgado e 1º dia para a AR. - Contagem em anos. § 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense. O termo final do prazo para o ajuizamento da ação rescisória, embora decadencial, prorroga-se para o primeiro dia útil subsequente, se recair em dia de não funcionamento da secretaria do Juízo competente. Precedentes. (STJ, REsp 1112864/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/11/2014, DJe 17/12/2014). § 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. - na prática o prazo pode ir a 7 anos. § 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 13 para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão. - na prática o prazo não tem limite. DA RECLAMAÇÃO NATUREZA JURÍDICA AÇÃO: Pontes de Miranda, José da Silva Pacheco, Leonardo Morato e outros. REMÉDIO INCOMUM: Moniz de Aragão. INCIDENTE PROCESSUAL: Frederico Marques. REMÉDIO PROCESSUAL: Dinamarco. Leonardo Morato: é a reclamação uma ação de conhecimento, com o escopo de alcançar uma decisão de mérito, que julge a lide existente entre o reclamante, o qual alega ter sofrido uma lesão a direito seu, e a autoridade reclamada, à qual se imputa a prática de desacato ou de susrpação. E essa decisão de mérito que vier a ser alcançada revestir-se-á da autoridade da coisa julgada, sendo rescindível, apenas, por ação rescisória. Por não ostentar a natureza de recurso, a reclamação constitucional ajuizada perante o STF sob a alegação de usurpação de competência por força da manutenção, em sede de agravo regimental, da negativa de admissão de recurso extraordinário, com base no art. 543-A, § 5º, do CPC e no entendimento firmado pela Excelsa Corte no julgamento da Questão de Ordem no AI n. 760.358/SE, não tem o condão de impedir o trânsito em julgado do processo principal. (STJ, AgRg no REsp 1185111/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 02/04/2013, DJe 17/04/2013). No julgamento da ADI 2.212 (Tribunal Pleno, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 14.11.2003), o Plenário do STF definiu que a reclamação não tem natureza jurídica de recurso, de ação, nem de incidente processual, mas de direito constitucional de petição, de sorte que a discussão acerca da justiça da decisão proferida pelo Tribunal de origem não pode se realizar nesta via estreita. (STJ, AgRg nos EDcl na Rcl 12.009/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 01/08/2013, DJe 12/08/2013). ATENÇÃO PARA A RECLAMAÇÃO DA RESOLUÇÃO 12/2009 DO STJ! 1. Consoante jurisprudência do STJ, nãoé possível a emenda da petição inicial das reclamações ajuizadas no STJ, com amparo na Resolução 12/2009, em razão de sua natureza jurídica recursal. 2. Ademais, a reclamação apoiada na Resolução 12/2009 é admitida para dirimir divergência entre a jurisprudência do STJ e acórdão prolatado por Turma Recursal Estadual, o caso em tela não se amolda a essa hipótese, pois se pretende a cassação de acórdão proferido pela Turma Recursal de Juizado Especial Federal. www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 14 (STJ, AgRg na Rcl 16.194/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/03/2014, DJe 02/04/2014). Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I - preservar a competência do tribunal; II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; III - garantir a observância de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; IV - garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência. Sem previsão no CPC/73, o NCPC regulamenta o instituto da reclamação, já existente por força de norma constitucional (CF, arts. 102, I, l; 103-A, § 3º e 105, I, f), para as seguintes hipóteses: 1- preservação da competência e garantia da autoridade das decisões do STF e do STJ (inclusive do STF em sede de controle concentrado de constitucionalidade); 2- garantir a correta aplicação das súmulas vinculantes do STF; 3- uniformizar a jurisprudência nas Turmas Recursais de Juizados Especiais Estaduais, quando suas decisões violarem a jurisprudência do STJ (Res. 12/2009, do STJ). Atualmente: não há previsão constitucional da reclamação dentro das hipóteses de competência do TRF, nem dos demais Tribunais, apenas do STF e do STJ. Novidade NCPC: § 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir. § 2o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal. § 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que possível. § 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam. § 5o É inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão. SÚMULA Nº 734: NÃO CABE RECLAMAÇÃO QUANDO JÁ HOUVER www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 15 TRANSITADO EM JULGADO O ATO JUDICIAL QUE SE ALEGA TENHA DESRESPEITADO DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. § 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação. - Rcl não é recurso. NOVIDADE: CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO. Art. 988, IV - garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência. Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em: I - incidente de resolução de demandas repetitivas; II - recursos especial e extraordinário repetitivos. Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual. COM EFEITO VINCULANTE (CABE RCL) SEM EFEITO VINCULANTE (NÃO CABE RCL) Súmulas vinculantes – CF 103-A, § 3º Súmulas persuasivas do STJ e do STF IRDR – 985, § 1º REsp e RE não repetitivos REsp e RE repetitivos – 928, II Assunção de competência – 947, § 3º Súmula ou entendimento firmado em recurso repetitivo do STJ, mas só quando afrontado por Turma Recursal de Juizados (Lei 9.099/95) Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: I - requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias; - é a mesma previsão do art. 157 do RISTF. www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 16 - a “autoridade” aqui é o prolator da decisão reclamada. II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável; - tutela de urgência. III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua contestação. - contraditório na Rcl. Intervenção obrigatória do MP Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do processo por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para informações e para o oferecimento da contestação pelo beneficiário do ato impugnado. Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à solução da controvérsia. Recursos (apelação, agravo, embargos de declaração) CAPÍTULO II DA ORDEM DOS PROCESSOS NO TRIBUNAL PODERES DO RELATOR Art. 932. Incumbe ao relator: I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; Correta aplicação do óbice da súmula 182/STJ. Ausência de impugnação específica aos fundamentos da decisão de origem que inadmitiu o processamento do recurso especial. Violação ao princípio da dialeticidade, ensejando a manutenção do provimento hostilizado por seus próprios fundamentos. (STJ, AgRg no AREsp 376.985/DF, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 24/03/2015, DJe 30/03/2015). IV - negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 17 c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; - O NCPC adota a terminologia que sempre foi utilizada pela doutrina... V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento internodo tribunal. É o fim da jurisprudência defensiva? Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO INTEMPESTIVO. FERIADO LOCAL. NÃO- COMPROVAÇÃO. 1. É ônus do recorrente comprovar a ocorrência de feriado local, paralisação ou interrupção do expediente forense por ato normativo da Justiça do Estado, sob pena de intempestividade. Precedentes. 2. Esse posicionamento calca-se na necessidade de fornecer um substrato mínimo à aferição da tempestividade dos recursos encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça, uma vez que os membros desta Corte não possuem meios para terem ciência de todo e qualquer feriado municipal ou estadual, muito menos das Portarias dos Tribunais Estaduais e Regionais que, por um motivo ou outro, importem alteração do expediente forense. 3. Agravo regimental não provido. (STJ, AgRg nos EDcl no Ag 1318521/BA, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/12/2010, DJe 10/02/2011). 1. Considera-se inexistente recurso subscrito por advogado que não possui procuração nos autos (Súmula n. 115/STJ e art. 544, § 1º, do CPC). 2. Na instância especial, não se aplica, para fins de regularização da www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 18 representação processual, o disposto nos arts. 13 e 515, § 4º, do Código de Processo Civil. (STJ, AgRg no AREsp 594.677/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/03/2015, DJe 27/03/2015). Contraditório em sede recursal Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias. § 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente. § 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores. Embargos infringentes cover Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. - o recurso de embargos infringentes acabou, porém foi substituído por essa “coisa”, que é uma técnica de julgamento, nos termos do § 3o. Aplica-se ainda ao julgamento não unânime proferido em (I) ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno; (II) agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. Não se aplica ao julgamento (I) do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas; (II) da remessa necessária; (III) não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. DOS RECURSOS O que mudou efetivamente na teoria geral dos recursos? Princípio do duplo grau de jurisdição? A doutrina e o STF continuam divididos www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 19 sobre ser ou não uma garantia constitucional... Princípio da taxatividade? Art. 994. Princípio da dialeticidade? Art. 932, III. Princípio da reformatio in pejus? Princípio da fungibilidade? Efeito suspensivo? Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. Requisitos de admissibilidade? Cabimento: art. 994. Legitimidade: art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica. Interesse em recorrer: art. 996 – “vencida”. Ausência de fatos extintivos e/ou impeditivos do direito de recorrer Aceitação (ext): art. 1.000. Renúncia (ext): art. 999. Desistência (imp): art. 998. Novidade na desistência! Art. 998, parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos. Devido ao interesse público na definição da tese jurídica a vincular o Judiciário. Haviam 3 possibilidades: 1ª) aceitar a desistência e selecionar outro recurso para ser o representativo da controvérsia; 2ª) não aceitar a desistência e julgar o recurso assim mesmo; 3ª) aceitar a desistência e homologá-la, mas fixar a tese jurídica. É inviável o acolhimento de pedido de desistência recursal formulado quando já iniciado o procedimento de julgamento do Recurso Especial representativo da controvérsia, na forma do art. 543-C do CPC c/c Resolução n.º 08/08 do STJ. (STJ, QO no REsp 1063343/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 17/12/2008, DJe 04/06/2009). Falta de depósito prévio da multa Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que: www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 20 VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. ED? Art. 1026. § 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa. - aumentou: era 1%. § 3o Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. Novo requisito de admissibilidade específico para os ED: não ser o terceiro. Art. 1.026, § 4o Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios. Agravo interno? Art. 1.021. § 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. § 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. Onde está a súmula impeditiva derecurso? Em todo lugar! Tempestividade: art. 1003, § 5º - excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. - ED: 5 dias (art. 1.023). Intimação: art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. Novidades na tempestividade! 1ª) era entendimento jurisprudencial, agora é lei. Art. 1.003, § 6o O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso. 2ª) recurso prematuro. Art. 218, § 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo. 3ª) a contagem exclui dias não úteis. www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 21 Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis. 4ª) recesso. Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. Preparo Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. Dispensa subjetiva § 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. Dispensa objetiva § 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos. + art. 1.023 (ED) + art. 1.042, § 2º (Agravo em REsp/RE) Depósito insuficiente: nova chance. § 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. Novidades no preparo! 1ª) Falta de depósito: nova chance. § 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. § 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o. 2ª) Fim da jurisprudência defensiva. § 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias. Esta Corte já se manifestou no sentido de que não há tratar como erro escusável o preenchimento equivocado do código de recolhimento na guia de preparo, uma vez que inviabiliza a aferição da veracidade do recolhimento correspondente ao processo. (STJ, AgRg no REsp 1466288/MG, Rel. Ministro www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 22 MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/10/2014, DJe 28/10/2014). Regularidade formal? Recurso adesivo? Art. 997, § 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. DA APELAÇÃO Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. - sentença: arts. 485 e 487. Agravo retido cover? § 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. § 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. § 3o O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença. Regularidade formal Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: I - os nomes e a qualificação das partes; II - a exposição do fato e do direito; III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade (dialeticidade); IV - o pedido de nova decisão. § 1o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias. - art. 1003, § 5º § 2o Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões. - art. 997, §§ 1º e 2º § 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade. - Novidade! Fim da admissibilidade da apelação pelo juízo a quo. Efeito suspensivo Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 23 “O novo Código de Processo Civil não foi capaz de corrigir a principal disfunção do Código de 1973, quando, é preciso lembrar, essa foi a principal razão eleita para desculpar a sua criação. Recorde-se que todos viam como grave e imperdoável contradição, diante do instituto da tutela antecipada surgido em 1994, a falta de executividade imediata da sentença na pendência da apelação. Ocorre que o legislador, pressionado por setores ignorantes e reacionários, manteve a sentença na mesma condição de inefetividade em que estava no Código de 1973.” Marinoni, em “Novo CPC ainda deixou pendente garantia sobre duração razoável do processo” (site conjur). “Ressalte-se que a tutela da evidência pressupõe um sistema de tutela dos direitos aberto à execução imediata da sentença. A primeira sem a segunda é uma contradição em termos. Ora, a tutela da evidência nada mais é do que uma técnica de distribuição do ônus do tempo do processo. O tempo do processo, assim como a produção da prova, deve ser visto como um ônus, que, bem por isso, não pode ser jogado nas costas do autor como se esse tivesse culpa pela demora inerente à discussão da causa.” Marinoni. Exceções ao efeito suspensivo automático: § 1o. Pedido de efeito suspensivo quando a apelação não tem § 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; II - relator, se já distribuída a apelação. § 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. E quando a sentença é impugnada por apelação com efeito suspensivo – a regra – como proceder? Cabe a retirada do efeito suspensivo da mesma forma? Daí a importância das normas fundamentais do processo civil... Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 24 Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Há mais evidência do que a sentença de procedência? Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Contradição do NCPC! Segundo o art. 294 a tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência... Segundo o art. 1.015, I, cabe agravo de instrumento contra decisão que versar sobre tutela provisória... Segundo o art. 1.019, I, o agravo de instrumento não possui efeito suspensivo automático... Segundo o NCPC a decisão que conceder a tutela de evidência, porque o direito do autor é provável, vale mais do que a própria sentença, quando o juiz reconhece com certeza o direito desse mesmo autor. Solução? Interpretação constitucional ou tutela de evidência na sentença, permitida expressamente pelo § 3º do art. 1.009 + 1.013, § 5o (o capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação). Efeito devolutivo Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. Causa madura (mais ampla) § 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - reformar sentença fundada no art. 485; II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. Causa madura “original” § 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau. Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 25 suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. + art. 933. DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias (art. 294); II - mérito do processo (art. 487); III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem (art. 485, VII); IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica (arts. 133 a 137); V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação (arts. 99, § 2º e 100, p. ún.); VI - exibição ou posse de documento ou coisa (arts. 396 a 404); VII - exclusão de litisconsorte (arts. 113 a 118); VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio (art. 113, §§ 1º e 2º); IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros (arts. 119 a 138); X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução (art. 919, § 1º); XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; XII - (VETADO); XIII - outros casos expressamente referidos em lei. Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. Regularidade formal Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos: I - os nomes das partes; II - a exposição do fato e do direito; III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido (dialeticidade); IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. Regularidade formal Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída: I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; Fim da jurisprudência defensiva! www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 26 A juntada da certidão de intimação da decisão agravada tem por finalidade a verificação da tempestividade recursal, de modo que a obrigatoriedade de seu traslado pode ser dispensada quando, por outros meios, seja possível a análise do referido pressuposto recursal, o que não ocorre no caso dos autos. Precedentes. (STJ, AgRg no AREsp 369.547/SC, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 07/11/2013, DJe 11/12/2013). II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal; III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis. Facilidade na interposição. § 2o No prazo do recurso, o agravo será interposto por: I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo; II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias; III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento; IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei; V - outra forma prevista em lei. Fim da jurisprudência defensiva! § 3o Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único. - prazo de 5 dias para sanar o vício. Juntada no juízo a quo Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso. § 3o O descumprimento da exigência de que trata o § 2o, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento. Poderes do relator Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias: I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; - cabe agravo interno... II - ordenará a intimação do agravado; III - determinará a intimação do Ministério Público. Art. 1.020. O relator solicitará dia para julgamento em prazo não superior a 1 (um) mês da intimação do agravado. www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 27 CAPÍTULO IV DO AGRAVO INTERNO Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. § 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamenteos fundamentos da decisão agravada (dialeticidade). § 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. - nulidade por falta de fundamentação – art. 489, § 1º. DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; Novidade! III - corrigir erro material. - antes o erro material podia ser corrigido a qualquer tempo por simples petição... Especificação do que seja omissão Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o. Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo. - dialeticidade... § 1o Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229. - prazo em dobro para litisconsortes com diferentes procuradores. Contraditório recursal e reconhecimento expresso do efeito infringente § 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada. Prazo impróprio www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 28 Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. Fungibilidade sem surpresas § 3o O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1o. Visando a peça processual o reexame da decisão monocrática, é possível, em atenção aos princípios da fungibilidade e da instrumentalidade das formas, seu conhecimento como agravo regimental, submetendo-se ao colegiado nos termos do artigo 259 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. (STJ, EDcl nos EmbExeAr 1.169/CE, Rel. Ministro JORGE MUSSI, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 08/04/2015, DJe 14/04/2015). Princípio da complementariedade § 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração. Fim da jurisprudência defensiva! § 5o Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação. É inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior ratificação. (Súmula 418, CORTE ESPECIAL, julgado em 03/03/2010, DJe 11/03/2010). Fim da jurisprudência defensiva! Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré- questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. O STJ não admite o “prequestionamento ficto”, que ocorre com a mera oposição de embargos declaratórios, sem que o Tribunal de origem tenha efetivamente emitido juízo de valor sobre as teses debatidas. Precedentes: AgRg no AREsp 516350/RS, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/02/2015, DJe 02/03/2015; AgRg no REsp www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 29 1366052/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/02/2015, DJe 19/02/2015; etc. O tratamento das ações repetitivas no Novo CPC (IRDR, RE e Resp repetivivos) Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em: I - incidente de resolução de demandas repetitivas; II - recursos especial e extraordinário repetitivos. Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual. DO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA - é técnica de uniformização da jurisprudência interna de um Tribunal, mas não para casos repetitivos! Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos. Finalidade: compor ou prevenir a divergência interna (§ 4o). - antigo 555, § 1o: deslocamento da competência, com a sua assunção pelo órgão que o regimento interno indicar. - o órgão aceita a competência e julga o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária, caso reconheça o interesse público (= repercussão social). Efeito vinculante? Sim. § 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese. - cabe Rcl: art. 988, IV. DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS – IRDR Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente: I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito; II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. Uma das maiores inovações do NCPC. - direito comparado: musterverfahren do direito alemão. - ainda: group litigation order (UK) e multi-district litigation (EUA). - não é uma ação coletiva. - lembrem-se que a conversão das ações individuais em coletivas foi vetada... - um dos motivos do veto: “o NCPC já contempla mecanismos para tratar das demandas repetitivas.” www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 30 Interesse público § 1o A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente. Intervenção obrigatória do MP § 2o Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono. Mais um requisito § 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva. Legitimidade Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal: I - pelo juiz ou relator, por ofício; II - pelas partes, por petição; III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição. Julgamento Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal. Não é só uma definiçãode tese jurídica... Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o incidente. Participação democrática Art. 979. A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla e específica divulgação e publicidade, por meio de registro eletrônico no Conselho Nacional de Justiça. § 1o Os tribunais manterão banco eletrônico de dados atualizados com informações específicas sobre questões de direito submetidas ao incidente, comunicando-o imediatamente ao Conselho Nacional de Justiça para inclusão no cadastro. § 2o Para possibilitar a identificação dos processos abrangidos pela decisão do incidente, o registro eletrônico das teses jurídicas constantes do cadastro conterá, no mínimo, os fundamentos determinantes da decisão e os dispositivos normativos a ela relacionados. § 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao julgamento de recursos repetitivos e da repercussão geral em recurso extraordinário. Prazo máximo www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 31 Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. Prorrogação do prazo Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos processos prevista no art. 982, salvo decisão fundamentada do relator em sentido contrário. Poderes do relator Art. 982. Admitido o incidente, o relator: I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme o caso; § 2o Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao juízo onde tramita o processo suspenso. II - poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 (quinze) dias; III - intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 15 (quinze) dias. Eficácia nacional da suspensão dos processos § 3o Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado mencionado no art. 977, incisos II e III, poderá requerer, ao tribunal competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão de todos os processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que versem sobre a questão objeto do incidente já instaurado. Ampla legitimidade § 4o Independentemente dos limites da competência territorial, a parte no processo em curso no qual se discuta a mesma questão objeto do incidente é legitimada para requerer a providência prevista no § 3o deste artigo. § 5o Cessa a suspensão a que se refere o inciso I do caput deste artigo se não for interposto recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão proferida no incidente. - situação curiosa #1: se não houver REsp ou RE a eficácia da decisão do IRDR fica limitada a um Estado ou Região. E se posteriormente o STJ ou o STF fixarem uma tese diferente? Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III. - situação curiosa #2: um cidadão de SP, p ex, poderá pedir ao STJ ou ao STF a suspensão nacional dos processos por força de um IRDR suscitado no RJ... porém se não houver REsp ou RE contra a decisão, a suspensão nacional foi “à www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 32 toa”, porque os efeitos vinculantes da tese fixada ficam limitados. Participação democrática Art. 983. O relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e entidades com interesse na controvérsia, que, no prazo comum de 15 (quinze) dias, poderão requerer a juntada de documentos, bem como as diligências necessárias para a elucidação da questão de direito controvertida, e, em seguida, manifestar-se-á o Ministério Público, no mesmo prazo. Dever de fundamentação § 2o O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos suscitados concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários. Efeito vinculante (cabe Rcl: 988, IV + 985, § 1o ) Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada: I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região; II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986. Efeito vinculante para a administração (como a súmula vinculante) § 2o Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido, permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada. Extensão Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso. § 1o O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional eventualmente discutida. Extensão nacional da tese fixada § 2o Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça será aplicada no território nacional a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito. - fica mais sem sentido ainda a limitação territorial do art. 16 da LACP... www.cers.com.br ATUALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL GUSTAVO NOGUEIRA 33 DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL REPETITIVOS Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça. Seleção do recurso representativo dos demais + suspensão dos demais § 1o O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação, determinando a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso. - a seleção poderá ser feita “de ofício” pelo relator no STF ou STJ (§ 5o). Exclusão da suspensão por intempestividade § 2o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento. - será que são ampliadas as hipóteses pela ausência de outros requisitos de admissibilidade? § 6o Somente podem ser selecionados recursos admissíveis que contenham abrangente argumentação e discussão a respeito
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