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Resumo sobre a guerra fria

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CAMPUS MINISTRO ALCIDES CARNEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
PROFESSOR MATHEUS GUIMARÃES
DISCENTE: NAOMI TAKADA
 Durante o período de tensão e bipolaridade entre as duas superpotências que emergiu das duas grandes guerras mundiais, surge uma sucessão de conflitos ideológicos, econômicos e políticos em todos os continentes. Mesmo crises localizadas acabaram influenciadas pelo conflito ideológico maior. A distribuição global de forças, a rivalidade estratégico-militar, a corrida armamentista culminou na busca dos Estados Unidos da América e da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em influenciar os estados a aderir suas ideologias. Piero Gleijeses, autor do capítulo Cuba and the Cold War, 1959-1980 no livro The Cambridge History of the Cold War Volume II, aborda a relação de Cuba com os Estados Unidos da América (EUA). De acordo com Gleijeses, durante a guerra de Cuba contra a Espanha pela independência cubana em 1898 houve a intervenção da superpotência capitalista americana que prometeu à Cuba não só independência, como também autonomia em sua política interna. Porém, em 1901 a Assembleia Constituinte cubana redigiria a constituição com uma cláusula, a ementa Platt, na qual reconheceria o direito dos EUA de intervir em seus assuntos internos sempre que o considerasse necessário para a conservação da independência cubana, e para a manutenção de um governo adequado para a proteção da vida, além disso permitia que todos os atos militares dos Estados Unidos em Cuba seriam ratificados e validados. 
 As sucessivas intervenções políticas dos EUA e o período de ditaduras apoiado pelos norte-americanos culminou na revolução Cubana liderada por Fidel Castro, que tinha como principal objetivo obter maior autonomia econômica e política dentro de seu território e a busca pela soberania, tornar Cuba um país totalmente independente. Luis Fernando Ayerbe no livro A Revolução Cubana trata sobre o mercado de exportação de Cuba, o qual era limitado, pois dependia de um único produto, o açúcar. Então, certas medidas foram tomadas entre 1959 e 1963 como a recuperação dos bens malversados, duas reformas agrárias, a nacionalização do capital estrangeiro e a nacionalização geral da indústria. As medidas tomadas por Cuba desencadearam o confronto entre os objetivos da revolução e a política dos Estados Unidos. 
 A partir de 1960 começa a delinear-se claramente a política de retaliação norte-americana que se aprofunda durante a presidência de John F. Kennedy, inicialmente com a pressão para restringir a venda de combustíveis à Cuba, fazendo com que eles recorressem a venda de petróleo soviético, seguido pela redução americana da cota de importação de açúcar e em 1961 os Estados Unidos rompem as relações diplomáticas com Cuba. Desta forma, Cuba assina acordos com a União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS) de venda açucareira, aproximando-se ainda mais. Com o bombardeio americano nos quartéis e aeroportos Cubanos, Fidel Castro, pela primeira vez proclama publicamente o caráter socialista da Revolução Cubana. Tal aproximação entre Cuba e a URSS causa desconforto aos americanos, principalmente pelo posicionamento geográfico de Cuba e pelo incentivo socialista na América Latina, a qual estava sob influência dos EUA. Castro tentou por durante 4 anos explorar um modus vivendi com os EUA, porém foi rejeitado e a resposta americana a isso foi tentar assassinar Fidel Castro, lançar operações paramilitares contra Cuba e paralisar a economia da ilha. 
 No dia 17 de abril de 1961 houve uma tentativa americana de invasão em Cuba pela região sul na Baia dos Porcos, enviando mercenários e dissidentes cubanos para consumar a invasão. A tentativa foi frustrada, os cubanos conseguiram derrotar os americanos. Kennedy ainda determinado a sufocar a economia cubana, em 1962 expulsa Cuba da Organização dos Estados Americanos e logo em seguida decreta boqueio econômico do país, impedindo todas as importações de produtos de origem cubana. Em 16 de outubro, as forças aéreas dos Estados Unidos da América sobrevoando Cuba conseguem imagens de armas nucleares soviéticas sendo instaladas no país latino americano. Imediatamente os EUA entram em estado de alerta (DEFCON). 
 No filme ‘Os 13 dias que abalaram o mundo’ ilustra a reação da superpotência norte-americana, a intenção dos militares americanos de entrarem em uma guerra, ansiando uma nova tentativa de invasão ao território cubano. Porém há várias tentativas diplomáticas, uma vez que no contexto da guerra fria a coexistência pacífica das duas superpotências era de vital importância, a eclosão de uma nova guerra traria, desta vez, destruição mútua. Então, desde que foi descoberto os mísseis soviéticos em Cuba os Estados Unidos mantêm em sigilo a descoberta para que não houvesse pânico. O ministro das Relações Exteriores da URSS, Andrey Gromyko, visita a Casa Branca, a reunião fora marcada antes da revelação dos mísseis. Gromyko, que sabia dos mísseis, garante que as cargas entregues à ilha só servem para "ajudar na capacidade de defesa de Cuba". Um consenso dentro do governo americano decide que um bloqueio naval seria o único caminho razoável. Porém, segundo as leis internacionais a medida seria um ato de guerra. Por sugestão do subsecretário do Estado, George Ball, Kennedy decide usar o termo “quarentena”, eufemismo para evitar críticas na comunidade internacional. O presidente norte americano em seguida leva ao público a crise dos mísseis. Enquanto Kennedy discursava, 300 embarcações da Marinha tomavam o Atlântico e 20 aviões da Aeronáutica decolavam com bombas nucleares, prontos para uma possível guerra. A pedido de Washington, a Organização dos Estados Americanos aprova uma resolução que apoia a "quarentena" e pede a remoção dos mísseis. 
 O bloqueio entra em vigor. Começa a haver tensão entre os navios norte-americanos e soviéticos, porém os soviéticos recuam. A construção da base de mísseis em Cuba continuou em andamento, os EUA elevam seu grau de alerta para DEFCON 2, o maior grau já registrado nos Estados Unidos. O embaixador americano na ONU, Adlai Stevenson, apresenta ao Conselho de Segurança as provas da existência dos mísseis em Cuba. Fidel Castro autoriza sua defesa antiaérea a abrir fogo contra qualquer piloto americano avistado sobre a ilha. Então, sendo enviado um avião das forças aéreas norte-americanas para fotografar o atual estado das bases o avião é interceptado pelos cubanos e não somente, como também foi atacado e destruído.
 No dia 26 de outubro, Nikita S. Kruschev oferece um acordo a Kennedy, que inicialmente tratava-se da retirada dos mísseis soviéticos de Cuba caso os EUA se comprometessem de não atacar os cubanos e nem financiar quem o fizesse. Além disso, Kruschev impôs outra condição. Exigiu que fosse retirado da Turquia os mísseis norte-americanos, uma vez que assim como Cuba para a União Soviética, a Turquia era um ponto geograficamente estratégico para os EUA. O espectro da guerra em fim se dissipa, Kruschev e Kennedy fecham um acordo e anunciam a decisão. Com isso, Nikita Kruschev e Fidel Castro trocam cartas debatendo o acordo com os EUA e não somente como também o ataque cubano ao avião das forças aéreas norte-americano. Castro justifica que havia um perigo de ataque surpresa às instalações militares, além disso os EUA não podiam violar o espaço aéreo cubano, uma vez que essa iniciativa violava a soberania de Cuba sob seu território. A relação de Cuba com a União Soviética se abala a partir de então. 
 Por fim, com a negociação do conflito os Estados Unidos da América se compromete de retirar as armas nucleares da Turquia, sendo assim, Kruschev retira os armamentos de Cuba, a ONU fiscaliza essa retirada e 6 meses depois os EUA retira suas armas nucleares da Turquia como constado no acordo. Fidel Castro não foi consultado inicialmente para a formação do acordo entre as duas superpotências, além dissoele não consentia com a retirada dos mísseis. 
Como estudante de relações internacionais é crucial para a minha formação a capacidade de analisar um contexto histórico. A partir de todo esse contexto histórico é possível fazer análise do início da crise na visão de cada país, como para os Estados Unidos a crise inicia-se com o despacho secreto dos mísseis nucleares do líder soviético em Cuba, porém para a União Soviética a crise no território cubano inicia-se com a invasão norte-americana na Baía dos Porcos. Já para Cuba, a crise havia se instalado desde a guerra de independência. A prevalência é da visão norte-americana, a ideia de que a crise dos mísseis durou apenas 13 dias.

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