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UMA RELEITURA ANALÍTICA DA LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS. Jus.com

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29/11/2017 UMA RELEITURA ANALÍTICA DA LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS. - Jus.com.br | Jus Navigandi
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UMA RELEITURA ANALÍTICA DA LEI DAS
CONTRAVENÇÕES PENAIS.
UMA RELEITURA ANALÍTICA DA LEI DAS CONTRAVENÇÕES
PENAIS.
Jeferson Botelho Pereira
Publicado em 11/2016. Elaborado em 11/2016.
RESUMO: O presente artigo tem por finalidade precípua
analisar a Lei das Contravenções Penais, suas notas
particulares da parte geral, e notadamente, enfrentará as
condutas contravencionais.
 
"A história do direito penal é a história da
humanidade. Ele surge com o homem e o
acompanha através dos tempos, isso porque o
crime, qual sombra sinistra, nunca dele se
afastou."
 (MAGALHÃES NORONHA)
RESUMO: O presente artigo tem por finalidade precípua analisar a Lei das
Contravenções Penais, suas notas particulares da parte geral, e notadamente,
enfrentará as condutas contravencionais.
Palavras-Chave: Lei das Contravenções Penais. Parte Geral. Parte Especial. Tipos
contravencionais.
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Parte Geral. 3. Parte Especial. 4. Dos Tipos
Contravencionais. 4.1. DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA. 4.2.
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO PATRIMÔNIO. 4.3. DAS
CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMIDADE PÚBLICA. 4.4. DAS
CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA. 4.5. DAS
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CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA. 4.6. DAS CONTRAVENÇÕES
RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. 4.7. DAS CONTRAVENÇÕES
RELATIVAS À POLÍCIA DE COSTUMES. 4.8. DAS CONTRAVENÇÕES
REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. DAS CONCLUSÕES.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
 
1. Introdução 
A Lei das Contravenções Penais, que na verdade é um decreto-lei nº 3.668, de 03
de outubro de 1941, é dividida em duas partes, geral e especial.
A Lei entrou em vigor em 1º de janeiro de 1942, justamente na mesma data em
que entraram em vigor o Código Penal e a Lei de Introdução ao Código Penal.
A parte geral é tratada do artigo 1º ao 17. A sua parte especial vai do artigo 18 até
72.
É importante salientar que vários de seus artigos foram revogados de acordo com
a evolução social, e nos dias atuais é possível afirmar que todas as contravenções
penais estão abrangidas pela Lei nº 9.099/95, sendo de competência do juizado
especial criminal.
Salienta-se, de oportuno, que a Justiça Federal não é competente para julgar e
processar contravenções penais, a teor do artigo do artigo 109, inciso V, da
Constituição da República de 1988.
E logo afirmamos que a Lei de Introdução ao Código Penal e a Lei das
Contravenções Penais, Decreto-Lei nº 3.914/41, artigo 1º, in fine, fornece o
seguinte conceito de contravenção penal, como sendo:
Art 1º Considera-se crime a infração
penal que a lei comina pena de
reclusão ou de detenção, quer
isoladamente, quer alternativa ou
cumulativamente com a pena de
multa; contravenção, a infração
penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão
simples ou de multa, ou ambas.
alternativa ou cumulativamente. 
2. Parte Geral
Ab initio, é relevante frisar que a lei brasileira só é aplicável à contravenção
praticada no território nacional.
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Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-se,
todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra,
qualquer efeito jurídico.
A tentativa de contravenção não é punível. As penas possíveis são prisão simples e
multa, sendo que a pena de prisão simples, deve ser cumprida, sem rigor
penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em
regime semiaberto ou aberto, e o condenado a pena de prisão simples fica sempre
separado dos condenados a pena de reclusão ou de detenção.
Acerca do trabalho, este é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias.
Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de
passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro,
por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.
A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a
cinco anos. E por fim, a ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de
ofício.
3. Parte Especial.
A parte especial da Lei das Contravenções Penais é composta de oito capítulos e
suas disposições finais.
Assim, via de regra, as contravenções penais são concentradas no decreto-lei nº
3.688/41.
Muito embora a maioria das contravenções penais esteja definida na Lei das
Contravenções Penais, é bem verdade, que leis esparsas também definem algumas
contravenções penais, a exemplo da contravenção penal prevista no artigo 19, §
2º, da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, in verbis:
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Art. 19. Acidente do trabalho é o que
ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
de empresa ou de empregador doméstico
ou pelo exercício do trabalho dos segurados
referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei,
provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e
uso das medidas coletivas e individuais de
proteção e segurança da saúde do
trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível
com multa, deixar a empresa de cumprir as
normas de segurança e higiene do trabalho.
Por questão de didática, passaremos a discorrer sobre as principais contravenções
penais, distribuídas nos oito capítulos, conforme se seguem: 
4. Dos Tipos Contravencionais.
4.1. DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA.
As condutas previstas nos artigos 18 e 19, consistentes em fabricar, importar,
exportar, ter em depósito ou vender, sem permissão da autoridade, arma ou
munição e trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença
da autoridade foram derrogadas pelo Estatuto do desarmamento, a Lei nº
10.826/2003, que trata especificamente de arma de fogo.
A meu sentir, a contravenção de porte de arma branca, além das demais condutas
alusivas às armas impróprias ainda se encontram em vigor e, portanto, regidas
pela Lei das Contravenções Penais.
A contravenção prevista no artigo 20, anunciar processo, substância ou objeto
destinado a provocar aborto, encontra-se em pleno vigor.
As contravenções penais de vias de fato, artigo 21, e receber em estabelecimento
psiquiátrico, e nele internar, sem as formalidades legais, pessoa apresentada como
doente mental, art. 22, e receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso
previsto no artigo anterior, sem autorização de quem de direito, art. 23, também
se encontram em vigor.
4.2. DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO PATRIMÔNIO
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Neste capítulo são previstas três condutas contravenções, artigos 24, 25 e 26,
respectivamente:
I - fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento
empregado usualmente na prática de crime de furto;
II - ter alguém em seupoder, depois de condenado, por
crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à
liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou
mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou
instrumentos empregados usualmente na prática de
crime de furto, desde que não prove destinação
legítima;
III - abrir alguém, no exercício de profissão de
serralheiro ou oficio análogo, a pedido ou por
incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se
tenha certificado previamente, fechadura ou qualquer
outro aparelho.
São condutas de duvidosa constitucionalidade, em face da teoria constitucionalista
do delito, cuja conduta humana deva ter potencialidade para causar lesão ou
ameaça de lesão a bens e interesses de outrem.
E mais, a contravenção de mendicância foi revogada, mas o "vadio" ainda aparece
na descrita típica do artigo 26, conforme se percebe em epígrafe.
4.3. DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMIDADE
PÚBLICA
As condutas contravencionais deste capítulo estão previstas desde o artigo 28
usque 38, assim distribuídas:
I - Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou
em suas adjacências, em via pública ou em direção a
ela.
II - Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou,
por erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa.
III - Art. 30. Omitir alguém a providência reclamada
pelo Estado ruinoso de construção que lhe pertence ou
cuja conservação lhe incumbe.
IV - Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de
pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida
cautela animal perigoso.
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V - Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na
via pública, ou embarcação a motor em águas públicas.
VI - Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente
licenciado.
VII - Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou
embarcações em águas públicas, pondo em perigo a
segurança alheia.
VIII - Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a
acrobacias ou a voos baixos, fora da zona em que a lei o
permite, ou fazer descer a aeronave fora dos lugares
destinados a esse fim.
IX -Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou
obstáculo, determinado em lei ou pela autoridade e
destinado a evitar perigo a transeuntes.
X - Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou
em lugar de uso comum, ou do uso alheio, coisa que
possa ofender, sujar ou molestar alguém.
XI - Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de
fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou molestar
alguém:
Após análise dos tipos contravencionais em epígrafe, pode-se afirmar que a
conduta de disparo de arma de fogo hoje é disciplinada no artigo 15 da Lei nº
10.826/2003, atualmente crime de disparar arma de fogo ou acionar munição em
lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde
que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime, com pena de
reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
O artigo 29 consistente em provocar desabamento em construção, a meu sentir
encontra tratamento integral no artigo art. 256 do Código Penal, crime contra a
incolumidade pública, de perigo comum, definido como causar desabamento ou
desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem, inclusive punindo a conduta de culpa, em seu parágrafo único.
O fato de dirigir veículos em via pública, art. 32, de perigo abstrato, foi revogado
desde de 1997, em razão do artigo 309 da Lei nº 9.503/97, agora elevado á
categoria de crime e exigindo perigo concreto.
Já o artigo 34, exposição de perigo ao dirigir veículos na via pública, ou
embarcações em águas públicas, pondo em perigo a segurança alheia, também não
tem razão de existência considerando as inovações da lei de trânsito, bem assim,
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numa análise do artigo 132 do Código Penal, segundo o qual define o crime de
expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente, crime contra
periclitação da vida e da saúde. 
4.4. DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA
Neste capítulo, quatro condutas contravencionais aparecem tipificadas, arts. 39 a
42, assim, definidas:
I - Art. 39. Participar de associação de mais de cinco
pessoas, que se reúnam periodicamente, sob
compromisso de ocultar à autoridade a existência,
objetivo, organização ou administração da associação:
II - Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo
inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato
oficial, em assembleia ou espetáculo público, se o fato
não constitui infração penal mais grave;
III - Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou
perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de
produzir pânico ou tumulto:
IV - Art. 42. Perturbar alguém o trabalho ou o sossego
alheios:
I – com gritaria ou algazarra;
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em
desacordo com as prescrições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais
acústicos;
IV – provocando ou não procurando impedir barulho
produzido por animal de que tem a guarda:
Das quatro condutas, apenas se encontram em vigor, a meu aviso, as
contravenções de provocação de tumulto, provocação de alarma e a perturbação
de sucesso.
A contravenção de participação de associação nos parece sem vida, ao passo que as
demais ainda se encontram em vigor, com maior incidência na perturbação de
sossego, art. 42, cujo sujeito passivo é a coletividade, necessitando de duas ou
mais pessoas para a sua configuração típica.
Aliás, contrariando a maioria que pensa na perturbação do sossego apenas com a
utilização de uso abusivo de instrumentos sonoros, a conduta ainda se conduta se
o autor pratica a conduta com gritaria ou algazarra, exercendo profissão incômoda
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ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais e ainda provocando ou não
procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda.
A conduta inconveniente e a provocação de tumulto ainda se encontra em vigor, e
serve para tutelar a paz pública, e proteger os atos e solenidades, que comumente
aparecem pessoas para fazer gracejos chamando a atenção para si, num autêntico
ato cabotino.
Pelo principio da especialidade, em caso de promoção de tumulto em competições
em eventos esportivos, aplica-se as normas do Estatuto do Torcedor, lei nº 10.671,
de 15 de maio de 2013, artigo 41-B, consoante descrição abaixo:
Art. 41-B. Promover tumulto, praticar ou incitar a
violência, ou invadir local restrito aos competidores em
eventos esportivos:
Pena - reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa. 
§ 1o Incorrerá nas mesmas penas o torcedor que: 
I - promover tumulto, praticar ou incitar a violência
num raio de 5.000 (cinco mil) metros ao redor do local
de realização do evento esportivo, ou durante o trajeto
de ida e volta do local da realização do evento;
II - portar, deter ou transportar, no interior do estádio,
em suas imediações ou no seu trajeto, em dia de
realização de evento esportivo, quaisquer instrumentos
que possam servir para a prática de violência. 
4.5. DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA
Aqui também, a exemplo do capítulo anterior, aparecem 04 condutas
contravencionais, arts. 43 a 46, a saber:
Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de
curso legal no país.
Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto
que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir
com moeda.
Art. 45. Fingir-se funcionáriopúblico.
Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo
de função pública que não exerce; usar, indevidamente,
de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego seja
regulado por lei. 
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Analisando as condutas em epígrafe, logo se verifica que as duas condutas dos
artigos 43 e 44 atentam contra a fé pública, de competência de justiça comum
estadual, já que a justiça federal não tem competência para o processo e
julgamento de contravenções penais, art. 109, inciso V, da Constituição Federal de
1988.
A conduta de "fingir-se funcionário público" se caracteriza tão somente pelo
fingimento de funcionário público.
Se em razão da simulação, o autor exerce qualquer ato privativo de funcionário
público, sem a respectiva investidura, o crime pode ser o tipificado no artigo 328
do Código Penal, usurpação do exercício de função pública, com pena de detenção
de três meses a dois anos e multa, e se do fato, o agente aufere vantagem, a pena é
de reclusão de dois a cinco anos, além da multa, penas cumulativas.
4.6. DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO DO
TRABALHO
Neste capítulo, aparecem três condutas contravencionais, arts. 47, 48 e 49 da lei
em comento. 
I - Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica
ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a
que por lei está subordinado o seu exercício:
II - Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições
legais, comércio de antiguidades, de obras de arte, ou
de manuscritos e livros antigos ou raros:
III - Art. 49. Infringir determinação legal relativa à
matrícula ou à escrituração de indústria, de comércio,
ou de outra atividade:
As três condutas se encontram e vigor. Sabidamente, a conduta de exercer
profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as
condições a que por lei está subordinado o seu exercício é a que mais se encontra
em evidência.
Assim, o exercício das atividades de transporte coletivo de pessoas, como ônibus,
taxistas, mototaxistas, além de outras atividades econômicas devem ter
autorização legal e preencher as condições para o seu exercício.
As atividades que mais chamam a atenção da população brasileira é o transporte
coletivo clandestino e as atividades dos flanelinhas.
Assim, o transporte coletivo depende de concessão, permissão ou autorização do
poder público.
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Se não houver autorização, as atividades de transporte se tornam ilegais, devendo
o poder público reprimir a conduta.
Acontece, que literalmente o transporte clandestino tomou conta do Brasil. E
ninguém faz nada para conter essa onda nociva à segurança das pessoas.
Não se sabe qual o motivo, se por interesse qualquer, ou falta de compromisso
para com a sociedade.
O certo é que as atividades econômicas ilegais tomam conta do país, e alguns
justificam que essa enxurrada de irregularidades gira em função do alto índice de
desemprego que assola o nosso Brasil, são perto de 12 milhões de desempregados.
É certo que o desemprego não serve para justificar o cometimento de infrações
penais e a consequente violação da norma penal.
4.7. DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE COSTUMES
Por aqui, talvez um dos capítulos mais longos da Lei de Contravenção Penal, e
aquele que desperta maior atenção aos profissionais do direito.
Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar
público ou acessível ao público, mediante o pagamento
de entrada ou sem ele.
Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem
autorização legal.
Art. 52. Introduzir, no país, para o fim de comércio,
bilhete de loteria, rifa ou tômbola estrangeiras.
Art. 53. Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de
loteria estadual em território onde não possa
legalmente circular.
Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de
loteria estrangeira.
Art. 55. Imprimir ou executar qualquer serviço de
feitura de bilhetes, lista de sorteio, avisos ou cartazes
relativos a loteria, em lugar onde ela não possa
legalmente circular.
Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de
sorteio ou avisos de loteria, onde ela não possa
legalmente circular.
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Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso,
de rádio, cinema, ou qualquer outra forma, ainda que
disfarçadamente, anúncio, aviso ou resultado de
extração de loteria, onde a circulação dos seus bilhetes
não seria legal.
Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo
do bicho, ou praticar qualquer ato relativo à sua
realização ou exploração.
Art. 59. Entregar-se alguém habitualmente à
ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda
que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou
prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita.
Art. 61. Importunar alguém, em lugar público ou
acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor.
Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de
embriaguez, de modo que cause escândalo ou ponha
em perigo a segurança própria ou alheia.
Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:
I - a menor de dezoito anos:
II – a quem se acha em estado de embriaguez;
III – a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades
mentais;
IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente
proibida de frequentar lugares onde se consome bebida
de tal natureza.
Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a
trabalho excessivo.
Art. 65. Molestar alguém ou perturbar-lhe a
tranquilidade, por acinte ou por motivo reprovável:
Dos tipos contravencionais deste capítulo, certamente nossos comentários ficarão
mais adstritos a exploração ao jogo de azar em lugar público, ao jogo do bicho, à
mendicância, à importunação ofensiva ao pudor, à embriaguez pública, aos maus
tratos à animais e por fim, a perturbação da tranquilidade pública.
As contravenções de jogo de azar e jogo do bicho aparecem com maior incidência
nos registros policiais, nas discussões jurídicas e sociais.
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Alguns doutrinadores acreditam que as condutas estariam revogadas tacitamente
pelo princípio da adequação social.
Qualquer lugar deste país é possível localizar uma lojinha aberta fazendo
apontamentos de jogos do bicho e fazendo apostas em jogos de azar. Há quem
afirme que tais práticas são fomentadores de outros crimes e por isso devem
receber a reprovação social.
Atualmente, o próprio Congresso Nacional ensaia legalizar os jogos a fim de
viabilizar a arrecadação de tributos. Há projetos de leis tramitando nas Casas
Legislativas, em especial o Projeto de Lei 186, de 2014, que dispõe sobre a
exploração de jogos de azar; define quais são os jogos de azar, como são
explorados, autorizações, destinação dos recursos arrecadados; define as infrações
administrativas e os crimes em decorrência da violação das regras concernentes à
exploração dos jogos de azar.
Mas ainda são tão atuais, que recentemente, a lei nº 13.155, de 2015, deu nova deu
nova redação ao § 2º, do artigo 50, contravenção penal do jogo de azar, para
incorrer na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 200.000,00
(duzentos mil reais), quem é encontrado a participar do jogo, ainda que pela
internet ou por qualquer outro meio de comunicação, como ponteiro ou
apostador.Já em relação à contravenção de mendicância, previsto no artigo 60, consistente
em mendigar por ociosidade ou cupidez, esta foi revogada expressamente pelo Lei
nº 11.983, de 16 de julho de 2009.
O artigo 61 diz respeito à contravenção de oportunação ofensiva ao pudor em lugar
público.
Parte da doutrina encontra na contravenção do art. 61, solução para alguns casos
registrados como crime de estupro, o que desclassificaria a conduta de alguns
comportamentos a principio classificados como crimes contra a dignidade sexual
para contravenção penal.
Assim, a importunação ofensiva ao pudor seria uma norma aberta encontrada pelo
intérprete da lei para aplicação do princípio da proporcionalidade e ajuste de
algumas condutas, sob o ponto de vista social, leve, para ser apontada como crime
de estupro, punível com pena de seis a dez anos de reclusão.
Imagine o autor que passe a mão no joelho de uma mulher, com fins de satisfazer
sua própria lascívia.
Seria razoável punir este comportamento como estupro? O autor poderia ser
punido em até de anos de reclusão por este comportamento? Seria proporcional?
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A contravenção penal de apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de
modo que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia nos
parece bem inadequada socialmente.
Nos dias atuais, um número indeterminado de pessoas se apresenta publicamente
em estado de embriaguez, e se a lei decidisse punir a todos os bêbados, certamente
os juizados especiais criminais seriam um grande encontro de apreciadores de
pinga, que promoveriam um mega festival da canção de seresteiros da noite, a
contar suas lamúrias diversas.
Por sua vez a contravenção do artigo 63, consistente em servir bebidas alcoólicas,
a menor de dezoito anos, a quem se acha em estado de embriaguez, a pessoa que o
agente sabe sofrer das faculdades mentais e a pessoa que o agente sabe estar
judicialmente proibida de frequentar lugares onde se consome bebida de tal
natureza se encontra derrogada pela lei nº 13.106, de 2015, que deu nova redação
ao artigo 243 do Estado da Criança e do Adolescente, incluindo agora a venda de
bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, prevendo pena de detenção de 2 (dois) a
4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave, in verbis:
Art. 243. Vender, fornecer, servir,
ministrar ou entregar, ainda que
gratuitamente, de qualquer forma, a
criança ou a adolescente, bebida alcoólica
ou, sem justa causa, outros produtos cujos
componentes possam causar dependência
física ou psíquica.
Percebe-se, então, que em relação a contravenção penal, continua em vigor o fato
de servir bebidas alcoólicas a quem se acha em estado de embriaguez, a pessoa que
o agente sabe sofrer das faculdades mentais e a pessoa que o agente sabe estar
judicialmente proibida de frequentar lugares onde se consome bebida de tal
natureza.
A contravenção do artigo Art. 64, de tratar animal com crueldade ou submetê-lo a
trabalho excessivo foi revogada pela lei nº 9.605/98, artigo 32, que considerada o
fato agora como conduta criminosa, conforme descrição abaixo:
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza
experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda
que para fins didáticos ou científicos, quando existirem
recursos alternativos.
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§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se
ocorre morte do animal.
Por fim, a contravenção de perturbação de sossego, artigo 65, em pleno vigor
ainda, e muito atual, numa sociedade onde o barulho parece ser algo tão normal.
4.8. DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Neste capítulo, são previstas quatro condutas contravencionais, artigos 66, 67, 68
e 70. Percebe-se, que a conduta do artigo 69 foi revogada pelo Estatuto do
Estrangeiro, Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, consistente no exercício de
atividade remunerada do estrangeiro no território nacional, que nele se encontre
como turista, visitante ou viajante de trânsito.
Assim, temos nos dias atuais, as seguintes condutas:
I - Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade
competente:
I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no
exercício de função pública, desde que a ação penal não
dependa de representação;
II – crime de ação pública, de que teve conhecimento
no exercício da medicina ou de outra profissão
sanitária, desde que a ação penal não dependa de
representação e a comunicação não exponha o cliente a
procedimento criminal:
II - Art. 67. Inumar ou exumar cadáver, com infração
das disposições legais:
III - Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta,
justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou
indicações concernentes à própria identidade, estado,
profissão, domicílio e residência.
IV - Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação
do monopólio postal da União:
Duas condutas contravencionais são importantes destacar neste capítulo, a
inumação e exumação de cadáveres em violação às disposições legais e a recusa de
identificar-se.
Primeiro, a inumação e a exumação têm normas pertinentes a serem observadas,
e, quando desobedecidas, a conduta se torna relevante para o direito penal.
Depois, temos a contravenção penal da recusa de identificar-se.
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É certo que ninguém é obrigado a portar documentos penais, salvo quando a lei
impõe tal obrigação, como no caso de condutores de veículos automotores, o que
pode configurar infração administrativa, mas nunca penal.
A contravenção penal do art. 68 consiste na recusa de identificar-se quando
legalmente requisitado.
A requisição da autoridade policial somente poderá ocorrer em relação à própria
identidade, estado, profissão, domicílio e residência.
 
DAS CONCLUSÕES.
Como se afirmou no início, foram apresentados apenas breves comentários acerca
da Lei das Contravenções Penais.
Um sucinto estudo na sua parte geral, artigo 1º a 17, e outras incursões jurídicas
sobre a tipicidade contravencional, artigo 18 ao 70, com abordagens perfunctórias
de suas condutas.
Assim, conclui-se que a Lei das Contravenções Penais ainda possui bens jurídicas
importantes que devem ser protegidos pelo direito penal, de tão importante que
no Projeto de Lei do Senado nº 236/2012, algumas condutas hoje
contravencionais passam à categoria de crime, a exemplo da perturbação de
sossego, que será tratada no artigo 257, com previsão de pena de 01 a 02 anos de
prisão, e dos jogos de azar e do bicho, disciplinados no artigo 258, com pena de 01
a 02 anos de prisão, condutas criminosas que serão tratadas no Título dos Crimes
contra a Paz pública.
Alguns juristas ainda duvidam de sua necessidade e até de sua
constitucionalidade, em especial quando abordam os crimes de perigo abstrato,
afirmando que crime é lesão ou ameaça de lesão a bem juridicamente protegido.
E aqui, a nosso sentir, reafirma-se a sua vigência e também sua importância, que
várias leis esparsas revogaram expressamente alguns dispositivos da Lei das
Contravenções penais.
A guisa de exemplo, pode-se citar a lei nº 13.106, de 2015, que deu nova redação
ao artigo 243 do Estado da Criança e do Adolescente, incluindo agora a venda de
bebidas alcoólicas a menores de 18 anos,prevendo pena de detenção de 2 (dois) a
4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
Desta feita, revogou expressamente o artigo 63, inciso I, no que se concerne a
servir bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Outra incursão relevante foi a
revogação expressa da contravenção de mendicância, artigo 60, pela lei 11.983, de
16 de julho de 2009.
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A contravenção do artigo art. 64, de tratar animal com crueldade ou submetê-lo a
trabalho excessivo foi revogada pela lei nº 9.605/98, artigo 32, que considerada o
fato agora como conduta criminosa, cuja conduta típica é praticar ato de abuso,
maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados,
nativos ou exóticos, com pena de detenção, de três meses a um ano, e multa.
Tudo nos parece tão atual que recentemente, a lei nº 13.155, de 2015, deu nova
deu nova redação ao § 2º, do artigo 50, contravenção penal do jogo de azar, para
incorrer na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 200.000,00
(duzentos mil reais), quem é encontrado a participar do jogo, ainda que pela
internet ou por qualquer outro meio de comunicação, como ponteiro ou
apostador.
O certo é que o Brasil depois dos seus mais de 194 anos de existência autônoma,
ainda nos parece adolescente, no sentido de possuir sua personalidade ainda em
formação e desenvolvimento.
São pessoas que ainda não têm maturidade para respeitar seus semelhantes.
Governos peculatários e fisiologistas, amantes de ideologias individualistas, que só
pensam em proveito próprio.
Talvez a ideia de afirmar posições segundo as quais as pessoas não respeitam nem
os bens mais valiosos da sociedade, como vida, liberdade e patrimônio, certamente
não respeitariam os bens de menor escada.
É justamente por esse argumento espantoso e reflexivo que ainda defendemos a
vigência da Lei das Contravenções Penais, que na verdade é um decreto-lei que
entrou em vigor no mesmo dia de vigência do Código Penal e portanto, possui, a
mesma relevância social e jurídica, e por último, é importante afirmar que se as
pessoas não estão preparadas para proteger os bens atinentes à boa relação social,
elas não se prestam para viver em sociedade.
São irracionais que vivem perambulando nas incertezas da atmosfera, num mundo
imaginário, de fantasias, de lendas e poesias, sem rumo e sem direção. 
Por fim, não concordamos com aqueles doutrinadores que denominam as
contravenções penais de crimes vagabundos, crime-anão ou liliputianos, mesmo
porque não é grandeza da ofensa ou a miniatura do bem lesado que aquilata o
caráter das pessoas, mas a sua capacidade de respeitar as convenções sociais no
âmbito de todas as relações, gigantescas ou do tamanho imaginário da ilha de
Liliput.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil: Promulgada em 05 de outubro de 1988. http://www2.planalto.gov.br
(http://www2.planalto.gov.br/) , acesso em 13/11/2016, às 18h17min;
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BRASIL. Decreto-lei nº 2848, de 07 de dezembro de 1940. Dispõe sobre o
Código Penal Brasileiro. Disponível em: <http://www2.planalto.gov.br/>. Acesso
em: 13 de novembro de 2016.
BRASIL. Decreto-lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941. Dispõe sobre o
Código Processo Penal Brasileiro. Disponível em:
<http://www2.planalto.gov.br/>. Acesso em: 13 de novembro de 2016.
BRASIL. Decreto-lei nº 3688, de 03 de outubro de 1941. Dispõe sobre a Lei
das Contravenções Penais. Disponível em: <http://www2.planalto.gov.br/>.
Acesso em: 13 de novembro de 2016.
BRASIL. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. Institui o Sistema Nacional
de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do
uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
drogas; define crimes e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm>.
Acesso em: 13 de novembro de 2016.
Autor
Jeferson Botelho Pereira
Jeferson Botelho Pereira é Delegado Geral de Polícia Civil em
Minas Gerais, aposentado. Ex-Superintendente de
Investigações e Polícia Judiciária de Minas Gerais, no período de 19 de
setembro de 2011 a 10 de fevereiro de 2015. Ex-Chefe do 2º Departamento
de Polícia Civil de Minas Gerais, Ex-Delegado Regional de Governador
Valadares, Ex-Delegado da Divisão de Tóxicos e Entorpecentes e Repressão
a Homicídios em Teófilo Otoni/MG, Professor de Direito Penal, Processo
Penal, Teoria Geral do Processo, Instituições de Direito Público e Privado,
Legislação Especial, Direito Penal Avançado, Professor da Academia de
Polícia Civil de Minas Gerais, Professor do Curso de Pós-Graduação de
Direito Penal e Processo Penal da Faculdade Estácio de Sá, Pós-Graduado
em Direito Penal e Processo Penal pela FADIVALE em Governador
Valadares/MG, Prof. do Curso de Pós-Graduação em Ciências Criminais e
Segurança Pública, Faculdades Unificadas Doctum, Campus Teófilo Otoni,
Professor do curso de Pós-Graduação da FADIVALE/MG, Professor da
Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC-Teófilo Otoni.
Especialização em Combate à corrupção, crime organizado e Antiterrorismo
pela Vniversidad DSalamanca, Espanha, 40ª curso de Especialização em
Direito. Participação no 1º Estado Social, neoliberalismo e desenvolvimento
social e econômico, Vniversidad DSalamanca, 19/01/2017, Espanha, 2017.
Participação no 2º Taller Desenvolvimento social numa sociedade de Risco e
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as novas Ameaças aos Direitos Fundamentais, 24/01/2017, Vniversidad
DSalamanca, Espanha, 2017. Participação no 3º Taller A solução de conflitos
no âmbito do Direito Privado, 26/01/2017, Vniversidad DSalamanca,
Espanha, 2017. Jornada Internacional Comjib-VSAL EL espaço jurídico
ibero-americano: Oportunidades e Desafios Compartidos. Participação no
Seminário A relação entre União Europeia e América Latina, em 23 de
janeiro de 2017. Apresentação em Taller Avanco Social numa Sociedade de
Risco e a proteção dos direitos fundamentais, celebrado em 24 de janeiro de
2017. Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad Del
Museo Social Argentino, Buenos Aires – Argentina, autor do Livro Tráfico e
Uso Ilícitos de Drogas: Atividade sindical complexa e ameaça transnacional,
Editora JHMIZUNO, Participação no Livro: Lei nº 12.403/2011 na Prática -
Alterações da Novel legislação e os Delegados de Polícia, Participação no
Livro Comentários ao Projeto do Novo Código Penal PLS nº 236/2012,
Editora Impetus, Participação no Livro Atividade Policial, 6ª Edição, Autor
Rogério Greco, Coautor do Livro Manual de Processo Penal, 2015, 1ª Edição
Editora D´Plácido, Autor do Livro Elementos do Direito Penal, 1ª edição,
Editora D´Plácido, Belo Horizonte, 2016, articulista em Revistas Jurídicas,
Professor em Cursos preparatórios para Concurso Público, palestrante em
Seminários e Congressos. É advogado criminalista em Minas Gerais.
OAB/MG nº 173.111. Condecorações: Medalha da Inconfidência Mineira em
Ouro Preto em 2013, Conferida pelo Governo do Estado, Medalha de Mérito
Legislativo da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, 2013, Medalha
Santos Drumont, Conferida pelo Governo do Estado de Minas Gerais, em
2013, Medalha Circuito das Águas, em 2014, Conferida Conselho da Medalha
de São Lourenço/MG.Medalha Garimpeiro do ano de 2013, em Teófilo
Otoni, Medalha Sesquicentenária em Teófilo Otoni. Medalha Imperador
Dom Pedro II, do Corpo de Bombeiros, 29/08/2014, Medalha Gilberto
Porto, Grau Ouro, pela Academia de Polícia Civil em Belo Horizonte - 2015,
Medalha do Mérito Estudantil da UETO - União Estudantil de Teófilo Otoni,
junho/2016, Título de Cidadão Honorário de Governador Valadares/MG, em
2012, Contagem/MG em 2013 e Belo Horizonte/MG, em 2013.
Autor do livro <em>Tráfico e Uso Ilícitos de Drogas: atividade sindical
complexa e ameaça transnacional</em> (JH Mizuno). Participação nos
livros: "Lei 12.403/2011 na Prática - Alterações da Novel legislação e os
Delegados de Polícia", "Comentários ao Projeto do Novo Código Penal PLS
236/2012", e "Atividade Policial" (coord. Prof. Rogério Greco), da Impetus.
Articulista em Revistas Jurídicas.
Site(s):
www.jefersonbotelho.com.br
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