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SISTEMA DE ENSINO
LEGISLAÇÃO 
PENAL ESPECIAL
Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes 
de Preconceitos de Raça ou de Cor
Livro Eletrônico
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Sérgio Bautzer
Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes de Racismo/Preconceito – Lei n. 7.716/1989 .......................................................4
Apresentação .................................................................................................................4
Introdução ......................................................................................................................5
Diplomas Legais acerca do Racismo ...............................................................................5
Alterações Promovidas pela Lei n. 12.288/2010 ............................................................ 7
Homofobia e Transfobia – Decisão do STF – Crime de Preconceito .................................8
Imprescritibilidade e Inafiançabilidade ............................................................................9
Análise do Artigo 1º – Conceitos ................................................................................... 10
Análise do Artigo 3º – Acesso ou Promoção no Serviço Público ................................... 13
Análise do Artigo 4º – Emprego em Empresa Privada .................................................. 15
Análise do Artigo 5º – Acesso ao Estabelecimento Comercial ...................................... 18
Análise do Artigo 6º – Ingresso em Instituição de Ensino ............................................ 20
Análise do Artigo 7º – Acesso ou Hospedagem em Hotéis e Similares ..........................22
Análise do Artigo 8º – Acesso a Restaurantes e Similares ...........................................23
Análise do Artigo 9º – Acesso a Locais de Diversão ou Clubes Sociais .........................25
Análise do Artigo 10 – Acesso a Salões de Cabeleireiros e Similares ............................26
Análise do Artigo 11 – Acesso à Entrada ou Elevador Social ........................................ 28
Análise do Artigo 12 – Acesso ou Uso de Transportes Públicos ....................................29
Análise do Artigo 13 – Acesso ao Serviço Público Militar ............................................. 30
Análise do Artigo 14 – Casamento ou Convivência Familiar e Social ..............................32
Análise dos Artigos 16 e 18 – Efeitos da Condenação ....................................................33
Análise do Artigo 20 – Tipo Genérico ...........................................................................35
Mapas Mentais ............................................................................................................ 50
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Sérgio Bautzer
Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Questões de Concurso .................................................................................................. 51
Gabarito .......................................................................................................................72
Gabarito Comentado .....................................................................................................73
Referências ................................................................................................................. 110
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
CRIMES DE RACISMO/PRECONCEITO – LEI N. 
7.716/1989
ApresentAção
Olá, caro(a) aluno(a)! Eu sou Sérgio Bautzer, professor de Legislação Penal Especial do 
Gran Cursos Online. Tenho mais de 15 anos de experiência na elaboração de livros, apostilas e 
materiais para concursos públicos. O início do estudo do assunto passa pela leitura da Cons-
tituição Federal. Há dispositivos na Lei Fundamental que tratam do combate ao Preconceito 
que devem ser memorizados. Então, a matéria da nossa aula de hoje pode ser cobrada na 
parte da prova que versa sobre o Direito Constitucional (não percam as aulas do Professor de 
todos nós, Aragonê Fernandes, o Nenê) ou na Legislação Penal Especial. Como eu sempre su-
giro que o aluno leia uma hora por dia a Constituição Federal, você vai tirar de letra o assunto 
nas provas. Memorize de antemão que os crimes de Racismo são inafiançáveis, imprescri-
tíveis e punidos com reclusão (não se assuste ao ler a letra da lei, você verá que o legislador 
punir um delito com pena alternativa). Se você estiver prestando o Concurso para Procurador 
da República, sugiro que se debruce sobre a decisão do STF publicada em 2019, sobre a puni-
ção dos atos de “homofobia” com a aplicação da Lei n. 7.716/1989, até que o Legislador edite 
norma que criminalize as condutas que nos deparamos no cotidiano. Por incrível que pareça 
o caso Siegfried Ellwanger até hoje é mencionado em assuntos de prova, uma vez que o STF 
decidiu por punir o editor gaúcho, quando ele editou um livro que negou o holocausto ocorrido 
na 2ª Guerra Mundial. Na prova da AGU, do ano de 2012, o Cespe cobrou duas questões en-
volvendo a matéria em estudo: a letra da lei, por conta de alterações da época, e a questão da 
competência do Juízo para se julgar feitos relacionados ao crime de preconceito, praticados 
pela internet. As perguntas de provas de 1ª fase até 2019 tinham como alternativa a questão 
da falta de previsão da expressão “orientação sexual” na letra da Lei n. 7.716/1989, o que aca-
bou perdendo a razão de ser com a decisão do STF, já mencionada acima, e que será explora-
da ao longo do texto. Por conta de pertencermos a um país de dimensões continentais, é mais 
fácil a ocorrência de injúria racial, que está prevista no Código Penal, do que propriamente os 
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
crimes de Racismo. Ao ler a letra da lei, você precisa tomar cuidado para não confundir al-
guns tipos penais que são parecidos com os previstos nos Estatutos do Idoso e do Portador 
de Deficiência. Tenha sempre em mente que crimes de Racismo, punem aquele que pratica 
condutas preconceituosas que versam sobre raça, religião, etnia, cor e procedência, além da 
orientação sexual. Num momento da letra da lei, ainda são mencionadas a descendência e a 
origem nacional ou étnica: Não podemos nos esquecer que a Lei em estudo criminaliza con-
dutas neonazistas, quando nós lemos o art. 20 da letra da Lei. Em caso de dúvida, você poderá 
participar da aula por meio do fórum de dúvidas do Gran Cursos Online, o maior, melhor e mais 
completo curso preparatório virtual para concursos públicos do país.
Introdução
Para se punir a prática da discriminação ou o preconceito por raça, etnia, cor, religião ou 
procedência nacional existem delitos tipificados na Lei n. 7.716/1989,com redação determi-
nada pela Lei n. 9.459/1997.
Tais leis foram editadas de acordo com o disposto no artigo 5º, inciso XLII, da Constitui-
ção Federal, norma constitucional de eficácia limitada, que estabelece em sede constitucio-
nal, que a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de 
reclusão.
A Lei n. 8.081/1990 renumerou os artigos 20 e 21 da Lei n. 7.716/1989.
A Lei n. 9.459/1997 alterou o disposto nos artigos 1º e 20 da Lei n. 7.716/1989, e passou 
a punir com penas de até cinco anos de reclusão, além de multa, os crimes resultantes de 
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
dIplomAs legAIs AcercA do rAcIsmo
O primeiro diploma normativo brasileiro contra o racismo foi a Lei n. 1.390 de 03 de julho 
de 1951, conhecida como Lei Afonso Arinos (autor do projeto), editada sob a égide da Consti-
tuição Federal de 1946, que “inclui entre as contravenções penais a prática de atos resultan-
tes de preconceito de raça ou de cor”.1
1 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Coordenadores Rogério Sanches Cunha, Ronaldo Batista 
Pinto, Renee de Ó Souza – 3. ed. ver., atual. e ampl. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2020.
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Vejamos o que dispõe a Lei n. 1.390/19512:
Art. 1º Constitui contravenção penal, punida nos termos desta Lei, a recusa, por parte de estabe-
lecimento comercial ou de ensino de qualquer natureza, de hospedar, servir, atender ou receber 
cliente, comprador ou aluno, por preconceito de raça ou de cor.
Parágrafo único. Será considerado agente da contravenção o diretor, gerente ou responsável pelo 
estabelecimento.
Art. 2º Recusar alguém hospedagem em hotel, pensão, estalagem ou estabelecimento da mesma 
finalidade, por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de três meses a um ano e multa 
de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) a Cr$ 20.000,00 (vinte mil cruzeiros).
Art. 3º Recusar a venda de mercadorias e em lojas de qualquer gênero, ou atender clientes em res-
taurantes, bares, confeitarias e locais semelhantes, abertos ao público, onde se sirvam alimentos, 
bebidas, refrigerantes e guloseimas, por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de 
quinze dias a três meses ou multa de Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco mil 
cruzeiros).
Art. 4º Recusar entrada em estabelecimento público, de diversões ou esporte, bem como em salões 
de barbearias ou cabeleireiros por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de quinze 
dias três meses ou multa de Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros).
Art. 5º Recusar inscrição de aluno em estabelecimentos de ensino de qualquer curso ou grau, por 
preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de três meses a um ano ou multa de Cr$500,00 
(quinhentos cruzeiros) a Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros).
Parágrafo único. Se se tratar de estabelecimento oficial de ensino, a pena será a perda do cargo 
para o agente, desde que apurada em inquérito regular.
Art. 6º Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo do funcionalismo público ou ao serviço em 
qualquer ramo das fôrças armadas, por preconceito de raça ou de cor. Pena: perda do cargo, depois 
de apurada a responsabilidade em inquérito regular, para o funcionário dirigente de repartição de 
que dependa a inscrição no concurso de habilitação dos candidatos.
Art. 7º Negar emprego ou trabalho a alguém em autarquia, sociedade de economia mista, empresa 
concessionária de serviço público ou empresa privada, por preconceito de raça ou de cor. Pena: 
prisão simples de três meses a um ano e multa de Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 
(cinco mil cruzeiros), no caso de empresa privada; perda do cargo para o responsável pela recusa, 
no caso de autarquia, sociedade de economia mista e empresa concessionária de serviço público.
Art. 8º Nos casos de reincidência, havidos em estabelecimentos particulares, poderá o juiz deter-
minar a pena adicional de suspensão do funcionamento por prazo não superior a três meses.
A Constituição Federal de 1988 trouxe em seu artigo 3º, inciso IV, como um de seus obje-
tivos fundamentais:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
2 BRASIL. Lei Afonso Arinos. Instituída pela Lei n. 1.390 de 03 de julho de 1951. Rio de Janeiro, 3 de julho de 
1951; 130º da Independência e 63º da República. Presidente Getúlio Vargas. Disponível em: < http://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L1390.htm>.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L1390.htm
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(…)
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer ou-
tras formas de discriminação.3
Também em seus artigos 215, § 1º, e 216, a CF mencionou a incriminação do racismo e 
da discriminação:
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da 
cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e 
das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, toma-
dos individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos 
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações 
artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleonto-
lógico, ecológico e científico.
(…)
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos 
antigos quilombos.
Em 1989 foi editada a Lei n. 7.716, revogando a antiga Lei Afonso Arinos. A Lei n. 7.716 
concretizou os mandamentos constitucionais e compromissos internacionais assumidos 
pelo Brasil.
Esta lei, em estudo, não trouxe previsão de vacatio legis, entrando em vigor a partir de sua 
publicação, que se deu no dia 06 de janeiro de 1989.
AlterAções promovIdAs pelA leI n. 12.288/2010
A Lei 12.288/2010 criou o Estatuto da Igualdade Racial e alterou a norma em estudo, sen-
do que os artigos 3º e 4º, passaram a vigorar com a seguinte redação:
3 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Subchefia para Assuntos Jurídicos – Casa 
Civil – Presidência da República. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/>.
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Art. 3º ………………………………………………………………
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, 
religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional. (NR)4
Art. 4º ………………………………………………………………
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas re-
sultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica:
I – deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições 
com os demais trabalhadores;
II – impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional;
III – proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, especialmente 
quanto ao salário.
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo ativida-
des de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento 
de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas ativi-
dades não justifiquem essas exigências. (NR)5
HomofobIA e trAnsfobIA – decIsão do stf – crIme de preconceIto6
O Plenário concluiu no dia 13 de junho de 2019 o julgamento das ações que tratam da 
matéria e decidiu que, até que o Congresso Nacional edite lei específica, as condutas homo-
fóbicas e transfóbicas se enquadram na tipificação da Lei do Racismo.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que houve omissão inconstitucio-
nal do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfo-
bia. O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26, de relatoria 
do ministro Celso de Mello, e do Mandado de Injunção (MI) 4733, relatado pelo ministro Edson 
Fachin, foi concluído na tarde desta quinta-feira (13).
Por maioria, a Corte reconheceu a mora do Congresso Nacional para incriminar atos aten-
tatórios a direitos fundamentais dos integrantes da comunidade LGBT. Os ministros Celso 
de Mello, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, 
Cármen Lúcia e Gilmar Mendes votaram pelo enquadramento da homofobia e da transfobia 
4 BRASIL. Estatuto da Igualdade Racial. Instituído pela Lei n. 12.288 de 10 de julho de 2010. Brasília, 20 de julho 
de 2010; 189º da Independência e 122º da República. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm>.
5 BRASIL. Estatuto da Igualdade Racial. Op. Cit.
6 BRASIL. Supremo Tribunal Federa. STF enquadra homofobia e transfobia como crimes de racismo ao reconhe-
cer omissão legislativa. Decisão publicada em 13/06/2019 no “Notícias STF”. Disponível em: <http://portal.
stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=414010>.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7716.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=414010
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
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como tipo penal definido na Lei do Racismo (Lei n. 7.716/1989) até que o Congresso Nacional 
edite lei sobre a matéria. Nesse ponto, ficaram vencidos os ministros Ricardo Lewandowski 
e Dias Toffoli, por entenderem que a conduta só pode ser punida mediante lei aprovada pelo 
Legislativo. O ministro Marco Aurélio não reconhecia a mora.
ImprescrItIbIlIdAde e InAfIAnçAbIlIdAde
Conforme o artigo 5º, inciso XLII da Constituição Federal o crime de racismo é inafiançável 
e imprescritível:
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, 
nos termos da lei;7
Portanto, não será concedida liberdade provisória mediante pagamento de fiança. No en-
tanto, pode ser concedida liberdade provisória sem o pagamento de fiança (o que, na prática, 
é mais favorável ao autor do delito), quando não estiverem presentes os requisitos da prisão 
preventiva, tornando, basicamente, ineficaz o dispositivo que tem assento constitucional ex-
presso.8
Sobre a imprescritibilidade, a pena é perene, não ficando o Estado impedido de punir a 
qualquer tempo o autor do delito. O Estado, por expressa disposição constitucional, não perde 
o direito de punir o autor do delito.9
Vejamos decisão do STJ acerca do tema:
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. INDUZIMENTO E INCITAÇÃO À DISCRIMI-
NAÇÃO RACIAL. CRIME IMPRESCRITÍVEL. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. Por imposição constitucional, os crimes de racismo são imprescritíveis.
2. Assim, uma vez que o paciente foi condenado por incursão no art.20, § 2º, da Lei n. 
7.716/1989, não há que se falar em prescrição da pretensão punitiva. Precedentes do 
STJ e do STF.
3. Agravo regimental não provido.10
7 BRASIL. Constituição Federal. Op. Cit.
8 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
9 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
10 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. AgRg no HC 460.673/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA 
TURMA, julgado em 25/06/2019, DJe 01/07/2019. Disponível em: <https://scon.stj.jus.br/SCON/jurispruden-
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AnálIse do ArtIgo 1º – conceItos
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito 
de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)11
Raça
Sobre o emprego da palavra raça assinala Roberta Fragoso Menezes Kaufmann12:
A palavra raça pode ser empregada nas mais diferentes maneiras. Pode ter um sentido de fenóti-
po, a revelar um conjunto de características físicas, como cor da pele, cor e textura do cabelo, cor 
e formato dos olhos, formato do nariz e espessura dos lábios. Pode, ainda, significar uma região 
específica do planeta, como por exemplo, quando se fala em raça africana, raça oriental, raça oci-
dental. Ou, além, pode ter um sentido biológico, como a reunião de pessoas em grupos de indiví-
duos que possuam características específicas e distintas dos outros grupos. Até o final do século 
XIX, os cientistas promoveram diversas tentativas de classificar biologicamente as pessoas em 
raças distintas. Mas como afirma o geneticista Cavalli-Sforza: “Os resultados, muitas vezes con-
traditórios, constituem um bom indício da dificuldade do empreendimento. Darwin compreendeu 
que a continuidade geográfica frustraria toda tentativa de classificar as raças humanas. Ele obser-
vou um fenômeno recorrente ao longo da história: diferentes antropólogos chegaram a contagens 
totalmente discrepantes do número de raças – de três a mais de cem” (CAVALLI-SFORZA, Luigi 
Luca.2003: p. 37).
O interesse científico em classificar oshomens em raças biologicamente distintas chocava-se 
com a mobilidade com que as características raciais mudavam. Nesse sentido, o geneticista Sérgio 
Pena explicou que a espécie humana é “demasiadamente jovem e móvel para ter se diferenciado 
em grupos tão distintos” (PENA, Sérgio et. al. 2000: p. 17-25). E, ainda que se quisesse fazer uma 
aproximação da quantidade de raças existentes no mundo, os números poderiam ultrapassar um 
milhão de raças distintas (CAVALLI-SFORZA, Luigi Luca. 2003: p. 52). Nessa óptica, o mapeamento 
do genoma humano confirmou a impossibilidade de divisão dos homens em raças.(…)
Na verdade, o conceito de raça subsiste, atualmente, porque, a despeito de não poder ser analisado 
sob o espectro biológico, permanece o interesse pela construção cultural do tema (Ver em FER-
REIRA, Nayara. (2007: p. 245). O fato de, biologicamente, não ser possível classificar as pessoas 
segundo as raças, não quer dizer que o conceito cultural de raça inexista. A importância da clas-
sificação advém do aspecto social, para estudarmos o modo como cada comunidade classifica 
seus indivíduos e analisarmos as razões que justificaram a opção pelos critérios eleitos em cada 
sociedade.13
cia/toc.jsp>.
11 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Definidos pela Lei n. 7.716 de 05 de janeiro de 1989. 
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da República. Presidente José Sarney. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7716compilado.htm>.
12 KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes. Ações afirmativas à brasileira: necessidade ou mito? R. Jur. UNIJUS. Uberaba-
-MG, V.10, n. 13, p.117-144, novembro, 2007.
13 KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes. Ações afirmativas à brasileira: necessidade ou mito? R. Jur. UNIJUS. 
Uberaba-MG, V.10, n. 13, p.117-144, novembro, 2007.
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
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Cor
Segundo Guilherme de Souza Nucci, valendo-se dos ensinamentos de Christiano Jorge 
Santos:
Cor é termo melhor utilizado para definição cromática de qualquer matéria, do que propriamente 
para distinção de pessoas, embora seja empregado para definição da pigmentação epidérmica dos 
seres humanos. 14
Etnia
Nucci diz que a etnia “é o grupo de pessoas que apresenta homogeneidade cultural ou 
linguística15”. Em Ruanda, por exemplo, existem duas etnias: tutsis e os hutus.
Religião
Ainda usando as lições de Nucci, a religião “é a crença em uma existência sobrenatural 
ou em uma força divina, que rege o Universo e as relações humanas em geral, embora de um 
ponto de vista metafísico, com manifestações através de rituais ou cultos. Ex.: religião cató-
lica” 16.
Procedência Nacional
Guilherme Nucci conceitua procedência nacional: “é a origem de nascimento de algum lu-
gar do Brasil. Exemplos: paulista (nascido em São Paulo), carioca (nascido no Rio de Janeiro), 
gaúcho (originário do Rio Grande do Sul)”17.
Racismo
O termo “racismo” geralmente expressa o conjunto de teorias e crenças que estabelecem 
uma hierarquia entre raças, entre etnias, ou ainda uma atitude de hostilidade em relação a 
14 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 4ª ed. São Paulo. Ed. Revista dos Tribunais. 2009.
15 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. Op. Cit.
16 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. Op. Cit.
17 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. Op. Cit.
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determinadas categorias de pessoas. Pode ser classificado como o fenômeno cultural, prati-
camente inseparável da história humana. A “discriminação racial’, por seu turno, expressa a 
quebra do princípio da igualdade, como distinção, exclusão, restrição ou preferência, motiva-
do por raça, cor, sexo, idade trabalho, credo religioso ou convicções políticas. Já o “precon-
ceito racial” indica opinião ou sentimento, quer favorável, quer desfavorável, concebido sem 
exame crítico, ou ainda atitude, sentimento ou parecer insensato, assumido em consequência 
da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio, conduzindo 
geralmente à intolerância18.
Preconceito
É o conceito ou opinião formados antecipadamente, sem levar em conta o fato que os 
conteste e, por extensão, suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras raças, 
credos, religiões etc. Mais especificamente, pode ser tido como sentimento em relação a uma 
raça ou um povo, decorrente da adoção de crenças racistas.19
Discriminação
Ao contrário do preconceito, que é estático, consiste em uma atitude dinâmica de separa-
ção, apartação ou segregação, traduzindo a manifestação fática ou a concretização do pre-
conceito. O artigo 1º, parágrafo único, I, do Estatuto da Igualdade Racial (Lei n. 12.288/2010), 
na senda do art. 1º, I, da Convenção Internacional Sobre Eliminação de Todas as Formas 
de Discriminação Racial (D. 65.810/1969) conceitua a discriminação racial ou étnico racial 
como20:
Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a 
efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e 
difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.
Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
I – discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada 
em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir 
18 ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. 5 ed. rev. e atual. São Paulo. Saraiva. 2009.
19 BALTAZAR Júnior, José Paulo. Crimes Federais. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
20 BALTAZAR Júnior, José Paulo. Crimes Federais. Op. Cit.
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o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades 
fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da 
vida pública ou privada;
(…)21
Artigo I
1. Nesta Convenção, a expressão “discriminação racial” significará qualquer distinção, exclusão 
restrição ou preferência baseadas em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que 
tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício num mesmo 
plano,( em igualdade de condição), de direitos humanos e liberdades fundamentais no domínio 
político econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio de vida pública.22AnálIse do ArtIgo 3º – Acesso ou promoção no servIço públIco
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Admi-
nistração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, reli-
gião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)23
Bem Jurídico Tutelado
O artigo objetiva proteger o tratamento igualitário aos postulantes a cargos no serviço 
público.
Tutela o direito à igualdade, o respeito à personalidade e à dignidade da pessoa.
Objeto Material
O acesso a qualquer cargo da administração direta ou indireta, bem como das concessio-
nárias de serviços públicos.
21 BRASIL. Estatuto da Igualdade Racial. Op. Cit.
22 BRASIL. Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. Promul-
gada pelo Decreto n.65.810 de 08 de dezembro de 1969. Brasília, 08 de dezembro de 1969; 148º da Indepen-
dência e 81º da República. Presidente Emílio G. Médici. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1950-1969/D65810.html>
23 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
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Condutas
A conduta vem representada pelos verbos “impedir” ou “obstar’. Impedir significa não per-
mitir ao passo que obstar significa opor-se. Porém, devem ser analisadas em conjunto com o 
disposto no artigo 1º, devendo ocorrer em razão de preconceito.
Há elementar normativa do tipo, consubstanciada no fato de ser o crime dirigido contra 
pessoa devidamente habilitada, de modo que não é criminoso o impedimento se a pessoa não 
atende aos requisitos previstos para o exercício do cargo.24
Como a lei menciona apenas “cargo”, é atípica a conduta que tiver por objeto emprego ou 
função pública, que poderão configurar, no entanto, o crime do art. 20, na modalidade “praticar”.25
Sujeito Ativo
É crime próprio, só pode ser praticado pela pessoa (da administração direta, indireta ou 
concessionária de serviço público) que tenha o poder de obstar o acesso (ingresso), por ma-
nifestações de preconceito, ao cargo.26
Porém, alguns doutrinadores, como José Paulo Baltazar Junior, consideram ser crime co-
mum.
Sujeito Passivo
O Estado. Secundariamente, a pessoa devidamente habilitada ao cargo.
Elemento Subjetivo
Dolo. Inexiste a forma culposa. É necessário a finalidade específica de discriminar o ofen-
dido.
24 BALTAZAR Júnior, José Paulo. Crimes Federais. Op. Cit.
25 BALTAZAR Júnior, José Paulo. Crimes Federais. Op. Cit.
26 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Consumação
Com o efetivo impedimento ou obstrução do acesso ao cargo, independentemente do 
posterior acesso do sujeito passivo ao cargo pretendido.
Tentativa
Admite-se, quando fracionável o iter criminis.27
Ação Penal
É pública incondicionada, não sendo possível a aplicação dos benefícios da Lei n. 
9.099/1995.
Porém, após a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) é possível a 
celebração do acordo de não persecução penal.
AnálIse do ArtIgo 4º – emprego em empresA prIvAdA
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas resul-
tantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica: (Incluído pela Lei n. 12.288, 
de 2010)
I – deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições 
com os demais trabalhadores; (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
II – impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional; 
(Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
III – proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, especialmente 
quanto ao salário. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo ativida-
des de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento 
de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas ativi-
dades não justifiquem essas exigências.28
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27 ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
28 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Tutela o direito à igualdade, do respeito à personalidade e à dignidade da pessoa.
Sujeito Ativo
Qualquer pessoa.
Para parte da doutrina, como Rogério Sanches Cunha, é crime próprio, ou seja, pode ser 
realizado apenas pelo proprietário da empresa privada, pessoa responsável pela contratação, 
pessoa encarregada de conceder benefício profissional ou por quem tiver algum tipo de as-
cendência.29
Sujeito Passivo
O Estado. Secundariamente, a pessoa pretendente do emprego.
Condutas
Verbos “negar” (recusar, vedar) e “obstar” (obstruir, obstaculizar), tendo por objeto empre-
go em empresa privada.
A negativa ou o impedimento por preconceito a emprego em empresa privada configura 
tal delito. Nesse sentido: “RACISMO – Caracterização – Réu que manda publicar anún-
cio de emprego em periódico, expressando preferência a candidatos de cor branca – 
Agente que, mesmo alertado sobre a ilicitude do ato persistiu em cometê-lo – Menção, 
ademais, à existência de outros empregados e filho adotivo de raça negra evidenciando 
preconceito contra pessoas dessa etnia – Recurso não provido” (TJSP – 3ª Câm. Crim. 
– Ap. Criminal 141.820-3 – Araçatuba – Rel. Franco de Godoy – v.u. – 10.2.1995).
Discriminação na Vigência do Contrato (§ 1º)30
O § 1º incluído pela Lei n. 12.288/2010 determina a aplicação da mesma pena para três 
casos específicos de discriminação após a contratação do empregado, ou seja, na vigência 
do contrato de trabalho.
29 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
30 BALTAZAR Junior, José Paulo. Crimes Federais. Op. Cit.
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A primeira é “deixar de conceder” os equipamentos necessários ao empregado em igual-
dade de condições com os demais trabalhadores. É crime omisso.
A segunda modalidade consiste no “impedimento da ascensão funcional”, ou seja, do 
progresso do trabalhador dentro do plano de carreira da empresa. Ainda, no inciso II é vedada 
a concessão de outra forma de benefício profissional, como cursos de aprimoramento, parti-
cipação nos lucros, assistência médica, transporte etc.
A terceira, mais genérica, consiste em “proporcionar ao empregado tratamento diferencia-
do no ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário”, abrangendo, portanto, qual-
quer diferenciação desarrazoada não prevista nos incisos anteriores.
Obs.: � Ao contrário do artigo 1º desta Lei, o § 1º do artigo 4º não menciona a religião como 
fator de discriminação. Se esta ocorrer, estará configurado o crime do artigo 20.
Pena – de Multa e Prestação de Serviços à Comunidade – Anúncios e Recru-
tamento (§ 2º)31
Este artigo foi incluído pela Lei n. 12.288/2010. É uma forma especial que, se inexistente, 
poderia ser considerada enquadrada no caput, como obstar, ou mesmo no art. 20. O legislador 
estabeleceu, porém, um apenamento abrandado, que não admite pena privativa de liberda-
de, mas tão somente multa e prestação de serviços à comunidade. Não há possibilidade de 
aplicação de PPL, nem mesmo em caso de recalcitrância no cumprimento da prestação de 
serviços à comunidade, o que pode gerar dificuldades na execução da pena.
O § 2º não estabelece o tempo de duração da PSC, mas, estando o dispositivo subordina-
do ao caput, conclui-se que a pena se subordina aos limites abstratos ali previstos, ou seja, 
de dois a cinco anos.
Eu, particularmente, considero o dispositivo inconstitucional, uma vez que a Constituição 
Federal dispõe sobre pena de reclusão para os crimes de racismo:
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, 
nos termos da lei;32
31 BALTAZAR Junior, José Paulo. Crimes Federais. Op. Cit.
32 BRASIL. Constituição Federal. Op. Cit.
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Elemento Subjetivo
Dolo. Inexiste forma culposa. Há necessidade de elemento subjetivo específico: vontade 
de discriminar o ofendido.
Consumação
Com a efetiva negação ou obstaculização do emprego, independentemente de sua poste-
rior obtenção pelo sujeito passivo.
Tentativa
Na conduta “negar”, inadmissível a tentativa; na conduta “obstar”, admite-se, desde que 
fracionável o iter criminis.33
Ação Penal
É pública incondicionada, não sendo possível a aplicação dos benefícios da Lei n. 
9.099/1995.
Porém, após a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) é possível a 
celebração do acordo de não persecução penal.
AnálIse do ArtIgo 5º – Acesso Ao estAbelecImento comercIAl
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou 
receber cliente ou comprador.
Pena – reclusão de um a três anos.34
Bem Jurídico Tutelado
O dispositivo objetiva proteger o tratamento igualitário nos estabelecimentos comerciais.
33 ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
34 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Objetividade Jurídica
A tutela do direito à igualdade, do respeito à personalidade e a dignidade da pessoa.
Sujeito Ativo
É crime próprio, praticável pelo preposto, donos ou empregado do estabelecimento co-
mercial.
Sujeito Passivo
É o Estado. Secundariamente, o cliente ou comprador discriminado.
Conduta
Vem representada pelos verbos “recusar” (não aceitar, repelir, negar), “impedir” (obstar, 
proibir) e “negar” (recusar, repudiar). A recusa ou impedimento de acesso ao estabelecimento 
comercial deve dar-se pela negativa em servir, atender ou receber o cliente ou comprador, 
condutas estas resultantes do preconceito racial.
É tipo alternativo, de modo que o crime será reconhecido não só na negativa do serviço, 
atendimento ou recebimento, ou seja, quando permitido o acesso, mas o cliente for discrimi-
nado em função do preconceito.35
Elemento Subjetivo
Dolo. Inexiste a forma culposa. Exige a presença da finalidade específica de discriminar o 
ofendido.
Consumação
Com a efetiva recusa ou impedimento de acesso, pela negativa em servir, atender ou rece-
ber. Trata-se de crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão.
35 BALTAZAR Junior, José Paulo. Crimes Federais. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Tentativa
Tratando-se de crime omissivo, inadmissível a tentativa.36
Porém, parte da doutrina admite a tentativa na forma plurissubsistente. Exemplo: gerente 
de estabelecimento que tenta impedir o acesso à loja de pessoa negra, mas é contido pelo 
proprietário que determina a recepção e o pronto atendimento de tal pessoa.37
Ação Penal
É pública incondicionada, não sendo possível a aplicação dos benefícios da Lei n. 
9.099/1995.
Porém, após a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) é possível a 
celebração do acordo de não persecução penal.
AnálIse do ArtIgo 6º – Ingresso em InstItuIção de ensIno
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino 
público ou privado de qualquer grau.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena é agravada de 1/3 
(um terço).38
Objetividade Jurídica
A tutela do direito à igualdade, do respeito à personalidade e a dignidade da pessoa.
Conduta
Vem expressa pelos verbos “recusar” (não aceitar, repelir), “negar” (recusar, repudiar) e 
“impedir” (obstar, proibir), referindo-se a inscrição ou ingresso em estabelecimento de ensino 
público ou privado.
36 ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
37 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
38 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Sujeito Ativo
Crime próprio, praticável por qualquer pessoa que tenha poderes para a realização do ato. 
Pode ser o diretor, proprietário, administrador, funcionário etc.
Sujeito Passivo
O Estado. Secundariamente, o aluno discriminado.
Conduta
Vem expressa pelos verbos “recusar” (não aceitar, repelir), “negar” (recusar, repudiar) e 
“impedir” (obstar, proibir), referindo-se a inscrição ou ingresso em estabelecimento de ensino 
público ou privado.
Elemento Subjetivo
Dolo. Inexiste a forma culposa. Exige a finalidade específica de discriminar o ofendido.
Consumação
É crime formal. Consuma-se com a recusa, negação ou impedimento, independente da 
obtenção do resultado de efetivamente ser recusado o acesso ou inscrição do aluno, embora 
esta possa vir a acontecer.39
Tentativa
Admite-se apenas na modalidade de conduta “impedir, desde que fracionável o iter crimi-
nis
Ação Penal
É pública incondicionada, não sendo possível a aplicação dos benefícios da Lei n. 
9.099/1995.
39 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Porém, após a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) é possível a 
celebração do acordo de não persecução penal.
Causa de Aumento de Pena
O parágrafo único estabelece causa de aumento de pena de um terço se o crime for prati-
cado contra menor de 18 anos.40
AnálIse do ArtIgo 7º – Acesso ou HospedAgem em HotéIs e sImIlAres
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer esta-
belecimento similar.
Pena – reclusão de três a cinco anos.41
Objetividade Jurídica
A preservação da igualdade dos seres humanos perante a lei.
Conduta
As condutas nucleares são: impedir o acesso (entrada) ou recusar (a hospedagem).
Interessante anotar que atualmente crescem os números de hotéis e pousadas (como as 
nominadas “pousadas de charme”) as quais se negam a receber crianças como hóspedes, 
em tais lugares existe uma praxe comercial de aceitar apenas adultos a fim de que tenham 
supostamente momentos de maior tranquilidade. Tal hipótese poderia estar abrangida pela 
liberdade empresarial, sendo certo que não configura o crime em comento, notadamente con-
siderando que o discrímen etário não está relacionado aos elementos cor, raça, etnia, religião 
ou procedência nacional.42
40 ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
41 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
42 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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Sérgio Bautzer
Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Sujeito Ativo
É crime próprio, cometido pelo proprietário ou responsável pelo hotel, pensão, estalagem 
ou estabelecimento similar.
Sujeito Passivo
É a pessoa discriminada, como sujeito passivo imediato e o Estado como sujeito passivo 
mediato e formal.
Elemento Subjetivo
Dolo. Inexiste a forma culposa. Exige a finalidade específica de discriminar o ofendido.
Consumação
Trata-se de crime formal, pois independe da ocorrência de qualquer efetivo prejuízo para 
a pessoa discriminada.
Tentativa
É admissível na forma plurissubsistente.
Ação Penal
É pública incondicionada, não sendo possível a aplicação dos benefícios da Lei n. 
9.099/1995.
Porém, após a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) é possível a 
celebração do acordo de não persecução penal.
AnálIse do ArtIgo 8º – Acesso A restAurAntes e sImIlAres
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais 
semelhantes abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.43
43 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Objetividade Jurídica
O direito à igualdade da pessoa ofendida em seu viés proibitório de discriminação nega-
tiva, tendo em vista que a discriminação estaria baseada na manifestação por preconceito.44
Sujeito Ativo
É crime próprio, praticável somente pelo proprietário ou responsável pelo atendimento 
nos restaurantes, bares, confeitarias e locais similares.
Sujeito Passivo
A pessoa discriminada é o sujeito passivo imediato, e o Estado, o mediato.
Conduta
O delito consiste em “Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, 
confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público”. Há possibilidade de interpretação 
analógica, pela menção a locais semelhantes abertos ao público.45
Elemento Subjetivo
Dolo. Inexiste a forma culposa. Exige a finalidade específica de discriminar o ofendido.
Consumação
Trata-se de crime formal, pois independe da ocorrência de qualquer efetivo prejuízo para 
pessoa discriminada, embora seja possível que aconteça.
Tentativa
Admite na forma plurissubsistente.
44 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
45 BALTAZAR Junior, José Paulo. Crimes Federais. Op. Cit.
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Ação Penal
É pública incondicionada. É cabível a aplicação da suspensão condicional do processo, 
nos termos do artigo 89 da Lei n. 9.099/1995.
Após a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) é possível a celebração 
do acordo de não persecução penal.
AnálIse do ArtIgo 9º – Acesso A locAIs de dIversão ou clubes socIAIs
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, casas de diver-
sões, ou clubes sociais abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.46
Objetividade Jurídica
A preservação da igualdade dos seres humanos perante a lei.
Sujeito Ativo
É crime próprio, cometido pelo proprietário ou preposto seu, desde que seja a pessoa res-
ponsável pelo controle do ingresso e atendimento nos estabelecimentos esportivos, casas de 
diversão e clubes sociais.
Sujeito Passivo
É a pessoa discriminada, como sujeito passivo imediato, e o Estado, como mediato.
Conduta
Vem representada pelos verbos impedir que significa interromper e recusar que significa 
não aceitar.
Impedir o acesso abrange tanto as condutas de não permitir o ingressoquanto aquelas 
que impeçam o ato de associar-se, a adesão ou compra de título ou quotas do clube. Em 
46 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
função da elementar “abertos ao público”, não há crime se houver impedimento do acesso 
a quem não é associado ao clube privado. Assim também quando a pessoa não atende a 
política do estabelecimento em relação à vestimenta ou mesmo em casos de embriaguez 
evidente.47
Elemento Subjetivo
Dolo. Inexiste a forma culposa. Exige a finalidade específica de discriminar o ofendido.
Consumação
Trata-se de crime formal, pois independe da ocorrência de qualquer efetivo prejuízo para 
pessoa discriminada, embora seja possível que aconteça.
Tentativa
Admite na forma plurissubsistente.
Ação Penal
É pública incondicionada. É cabível a aplicação da suspensão condicional do processo, 
nos termos do artigo 89 da Lei n. 9.099/1995.
Após a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) é possível a celebração 
do acordo de não persecução penal.
AnálIse do ArtIgo 10 – Acesso A sAlões de cAbeleIreIros e sImIlAres
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou 
casas de massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades.
Pena – reclusão de um a três anos.48
47 BALTAZAR Junior, José Paulo. Crimes Federais. Op. Cit.
48 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Objetividade Jurídica
A preservação da igualdade dos seres humanos perante a lei.
Sujeito Ativo
É crime próprio praticável pelo proprietário ou encarregado da recepção e atendimento 
nos cabeleireiros, barbearias, termas, casas de massagens e outros lugares semelhantes.
Sujeito Passivo
É a pessoa discriminada, como sujeito passivo imediato, e o Estado, como mediato.
Conduta
Vem representada pelos verbos impedir que significa interromper e recusar que significa 
não aceitar.
Há possibilidade de interpretação analógica a partir da cláusula de abertura, tendo em 
vista que a lei estabelece a expressão “ou estabelecimento com as mesmas finalidades”, tais 
como institutos de embelezamento, spas, saunas, entre outros, desde que prestem serviços 
assemelhados. O tipo é misto alternativo.49
Elemento Subjetivo
Dolo. Inexiste a forma culposa. Exige a finalidade específica de discriminar o ofendido.
Consumação
Trata-se de crime formal, pois independe da ocorrência de qualquer efetivo prejuízo para 
pessoa discriminada, embora seja possível que aconteça.
Tentativa
Admite na forma plurissubsistente
49 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Ação Penal
É pública incondicionada. É cabível a aplicação da suspensão condicional do processo, 
nos termos do artigo 89 da Lei n. 9.099/1995.
Após a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) é possível a celebração 
do acordo de não persecução penal.
AnálIse do ArtIgo 11 – Acesso à entrAdA ou elevAdor socIAl
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou 
escada de acesso aos mesmos:
Pena – reclusão de um a três anos.50
Objetividade Jurídica
O tratamento igualitário no acesso às entradas sociais em edifícios públicos e privados.
Sujeito Ativo
É crime próprio cometido pela pessoa que exerce atividades nos prédios públicos ou resi-
denciais, responsável pela disciplina e/ou controle de entrada e saída de pessoas, a exemplo 
de porteiros, síndicos, agentes de segurança e vigilantes.51
Sujeito Passivo
É a pessoa discriminada, como sujeito passivo imediato, e o Estado, como mediato.
Conduta
Vem representada pelo verbo impedir o acesso.
Elemento Subjetivo
Dolo. Inexiste a forma culposa. Exige a finalidade específica de discriminar o ofendido.
50 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
51 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Consumação
Trata-se de crime formal, e se consuma ao se impedir qualquer pessoa a ter acesso aos 
locais mencionados.
Tentativa
É admissível na forma plurissubsistente.
Ação Penal
É pública incondicionada. É cabível a aplicação da suspensão condicional do processo, 
nos termos do artigo 89 da Lei n. 9.099/1995.
Após a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) é possível a celebração 
do acordo de não persecução penal.
AnálIse do ArtIgo 12 – Acesso ou uso de trAnsportes públIcos
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ôni-
bus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido.
Pena – reclusão de um a três anos.52
Objetividade Jurídica
A preservação da igualdade dos seres humanos perante a lei.
Sujeito Ativo
É crime próprio cometido pela pessoa encarregada de controlar o acesso aos transportes 
públicos (ex.: um funcionário do balcão de check in de uma companhia aérea ou o cobrador 
do ônibus). Pode ser, logicamente, o dirigente da empresa de transporte, que dê ordem no 
sentido de controlar o acesso.
52 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Sujeito Passivo
É a pessoa discriminada, como sujeito passivo imediato, e o Estado, como mediato.
Conduta
Vem representada pelo verbo impedir que significa interromper. É tipo misto alternativo.
Elemento Subjetivo
Dolo. Inexiste a forma culposa. Exige a finalidade específica de discriminar o ofendido.
Consumação
Trata-se de crime formal, pois independe da ocorrência de qualquer efetivo prejuízo para 
pessoa discriminada, embora seja possível que aconteça.
Tentativa
Admite na forma plurissubsistente.
Ação Penal
É pública incondicionada.É cabível a aplicação da suspensão condicional do processo, 
nos termos do artigo 89 da Lei n. 9.099/1995.
Após a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) é possível a celebração 
do acordo de não persecução penal.
AnálIse do ArtIgo 13 – Acesso Ao servIço públIco mIlItAr
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças Armadas.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.53
53 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Objetividade Jurídica
A preservação da igualdade dos seres humanos perante a lei.
Sujeito Ativo
É crime próprio praticável pela pessoa que tem a incumbência de admitir o ingresso de 
alguém no serviço militar. Pode ser tanto um funcionário subalterno, encarregado da seleção, 
como um alto dirigente do Exército, Marinha, Aeronáutica, que tenha dado a ordem. Ou ambos 
se estiverem de acordo com a proposta de discriminação.
Sujeito Passivo
É a pessoa discriminada, como sujeito passivo imediato, e o Estado, como mediato.
Lembrando que tal pessoa discriminada pode ser tanto o candidato a prestar serviço mi-
litar voluntariamente quanto o serviço militar obrigatório, previsto no artigo 143 da Consti-
tuição Federal, além do candidato a ingressar nas polícias militares e corpo de bombeiros.54
Conduta
Vem representada pelos verbos impedir que significa interromper e obstar que significa 
causar embaraço.
Elemento Subjetivo
Dolo. Inexiste a forma culposa. Exige a finalidade específica de discriminar o ofendido.
Consumação
Trata-se de crime formal, pois independe da ocorrência de qualquer efetivo prejuízo para 
pessoa discriminada, embora seja possível que aconteça.
54 CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Tentativa
Admite na forma plurissubsistente.
Ação Penal
É pública incondicionada não sendo cabíveis os institutos da Lei n. 9.099/1995.
Após a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) é possível a celebração 
do acordo de não persecução penal.
AnálIse do ArtIgo 14 – cAsAmento ou convIvêncIA fAmIlIAr e socIAl
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e 
social.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.55
Sobre o crime em comento, já decidiu o Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo:
AÇÃO PENAL – Justa causa – Racismo – Indiciada que impede namoro do filho com a 
vítima, em razão da diferença de raças – Denúncia baseada no artigo 14 da Lei Federal n. 
7.716, de 1989 – Admissibilidade – Respaldo, ademais, na prova oral colhida no inqué-
rito policial – Recebimento da referida inicial determinado – Recurso provido” (TJSP – 
JTJ, 183/264)
Objetividade Jurídica
A preservação da igualdade dos seres humanos perante a lei.
Sujeito Ativo
É crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito Passivo
É a pessoa discriminada, como sujeito passivo imediato, e o Estado, como mediato.
55 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Conduta
Vem representada pelos verbos impedir que significa interromper e obstar que significa 
causar embaraço. É tipos misto alternativo.
Elemento Subjetivo
Dolo. Inexiste a forma culposa. Exige a finalidade específica de discriminar o ofendido.
Consumação
Trata-se de crime formal, pois independe da ocorrência de qualquer efetivo prejuízo para 
pessoa discriminada, embora seja possível que aconteça.
Tentativa
Admite na forma plurissubsistente.
Ação Penal
É pública incondicionada não sendo cabíveis os institutos da Lei n. 9.099/1995.
Após a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) é possível a celebração 
do acordo de não persecução penal.
AnálIse dos ArtIgos 16 e 18 – efeItos dA condenAção
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor públi-
co, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três 
meses.56
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são automáticos, devendo ser mo-
tivadamente declarados na sentença.57
Os efeitos extrapenais da sentença penal condenatória estão previstos nos artigos 91, 
91-A e 92 do Código Penal:
56 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
57 BRASIL. Lei dos Crimes de Preconceito de Raça ou Cor. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Art. 91. São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada pela Lei n. 
7.209, de 11.7.1984)
II – a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: (Redação 
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte 
ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente 
com a prática do fato criminoso.
§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime 
quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. (Incluído pela Lei n. 
12.694, de 2012)
§ 2º Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão 
abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de 
perda. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)58
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior 
a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos 
bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja 
compatível com o seu rendimento lícito. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado 
todos os bens: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, 
na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – transferidosa terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início 
da atividade criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita 
do patrimônio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por 
ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada. (Incluído pela Lei n. 
13.964, de 2019)
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os 
bens cuja perda for decretada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias 
deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tra-
mita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem 
pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes. (Incluído 
pela Lei n. 13.964, de 2019)59
Art. 92. São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei n. 9.268, de 
1º.4.1996)
58 BRASIL. Código Penal. Op. Cit.
59 BRASIL. Código Penal. Op. Cit.
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Sérgio Bautzer
Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes 
praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; (Incluído 
pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais 
casos. (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos 
sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, 
contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei 
n. 13.715, de 2018)
III – a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. 
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivada-
mente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)60
Porém, o legislador optou por efeitos específicos na Lei n. 7.716/1989. Conforme nos en-
sina o Professor Nucci:
(…) Efeito não automático da condenação: sempre que houver condenação, com base em crime 
previsto nesta lei, deveria o juiz impor, quando o sujeito ativo for funcionário público, a perda do 
cargo ou função pública (…) bem como deveria impor a suspensão do funcionamento do estabele-
cimento particular por período de até 3 meses (…)61.
Estes efeitos não são automáticos, como dito, devendo ser expressamente motivados na 
sentença. O Mestre Nucci professa que:
(…) Motivação do efeito da condenação: quando houver condenação, por crime previsto nesta Lei, 
impondo o juiz a perda do cargo ou função, bem como a suspensão do funcionamento de estabe-
lecimento particular, deve motivar a decisão, o que não destoa do previsto, em geral, para todas as 
decisões do Poder Judiciário(…).62
AnálIse do ArtIgo 20 – tIpo genérIco
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou 
procedência nacional. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou 
propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. (Redação 
dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
60 BRASIL. Código Penal. Op. Cit.
61 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. Op. Cit.
62 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. Op. Cit.
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Lei n. 7.716/1989 – Crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comuni-
cação social ou publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pe-
dido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência: (Redação dada pela Lei n. 
9.459, de 15/05/97)
I – o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;(Inclu-
ído pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
II – a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da publica-
ção por qualquer meio; (Redação dada pela Lei n. 12.735, de

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