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Socorro de urgencias em atividades fisicas
Esta disciplina tem o objetivo de destacar o benefício do conhecimento técnico-científico sobre a contribuição das noções básicas da disciplina de Socorros e Urgências.
Além disso, buscar através do que há de mais atual relacionado aos conhecimentos de Primeiros Socorros dentro das atividades físicas e desportivas, agregando valores dentro dos paradigmas sócio-culturais e também dentro da área biodinâmica e da fisiologia.
Aula 1: Introdução ao Atendimento de Emergência e aos Primeiros Socorros
Primeiros Socorros
Conceito São todos os procedimentos de atendimento a qualquer indivíduo que esteja acidentado, ferido ou doente.Atitudes que o profissional utiliza para reconhecer qualquer situação de risco de morte e seu eventual atendimento para manter as condições necessárias à vida, mantendo seu estado hemodinâmico presente, até a chegada de suporte especializado.
Objetivo
Analisar o local do acidente;
Reconhecer situações de perigo no local;
Ligar para o serviço de resgate, quando necessário;
Realizar o atendimento em emergências clínicas e traumáticas;
Utilizar equipamento de proteção individual, para evitar infecções.
O conhecimento em primeiros socorros trará diversos benefícios a você, já que terá a capacidade de atender a si próprio, além de seus familiares, amigos, colegas do seu trabalho e outros indivíduos que possam precisar de socorro.
 O profissional da área da saúde precisa ser pró-ativo, assumindo a liderança de uma situação de emergência, mantendo a calma mesmo quando estiver trabalhando sob pressão.
Procedimento e abordagens iniciais
Sempre que estiver presente em alguma situação de emergência e de risco iminente, você deve observar o local do acidente, e verificar como prioridade se o local está seguro, tanto para você quanto para a vítima. Procure observar o estado de consciência da vítima, e caso seja necessário, acessar o telefone do serviço de resgate.
Acesso ao serviço de emergencia médica( resgate)
Ao abordar uma vítima, é importante fazer o acesso ao serviço de resgate. Na maior parte do nosso país, temos o SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (192), além do Corpo de Bombeiros Militar (193).Você deve ligar para um desses dois telefones, se identificar ao atendente, falar da situação em que está ajudando e indicar o endereço completo do acidente, além de alguma referência que seja pertinente para a chegada do resgate ao local.Caso você não possua telefone no momento, peça a alguém que acesse o resgate e prossiga com o atendimento de emergência. 
Aspectos legais dos primeiros socorros
Art. 135 - Omissão de socorro
Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Porém, se a vítima não quiser receber auxílio e ajuda, ela pode negar, e o socorrista não deve forçá-la a tal atendimento, a não ser que a situação seja de iminente perigo à vida dela.Como profissional de saúde, você deve seguir todo e qualquer tipo de protocolo baseado em evidências científicas específicas relacionadas às urgências e emergências clínicas e traumáticas.
Dever de agir e atuar
Pelo fato de existir um parâmetro jurídico em relação ao atendimento em prestar o socorro, algumas profissões específicas são obrigadas a tal dever, como:
Policiais, Bombeiros, Profissionais da área de saúde, Professores e Salva-vidas.
Transmissão de doenças infectocontagiosas
Qualquer tipo de doença infectocontagiosa é aquela que pode ser transmitida de indivíduo a indivíduo ou também de um animal ou do próprio meio ambiente para o indivíduo.Todo e qualquer tipo de fluido corporal, como saliva, sangue, secreção vaginal e sêmen, pode ser considerado perigoso e um veículo para contaminação. Portanto, sempre será prioritário que o profissional utilize equipamento de proteção individual (EPI).
Protegendo-se dos riscos em uma situação de emergência
Todo método de prevenção é imprescindível ao socorrista quando estiver atuando em uma situação de emergência.É importante verificar se o quadro de vacinas encontra-se em dia, por ser um dos primeiros procedimentos preventivos. Também é necessário usar, em qualquer tipo de atendimento, equipamento de proteção individual (EPI). Podemos destacar como EPI: luvas, avental, máscaras faciais, óculos de proteção, pocket mask (máscara facial para a ressuscitação cardiopulmonar), entre outros.É fundamental lavar as mãos com água e sabão neutro logo após o atendimento, evitando contato direto com objetos pessoais e tocar no próprio corpo com as luvas utilizadas.
Aula 2: Rotina de avaliação da vítima
Segurança do Local do Acidente
Olá!
A primeira atitude que você deve tomar chegando ao local do acidente é cuidar da segurança do local, sua própria segurança, das pessoas ao redor e também da vítima.
Garantir a segurança de todos é prioridade do socorrista. Sempre avalie de forma segura e à distância o local do acidente, verifique o número de vítimas, e se houver mais alguém no local, pergunte o que aconteceu.
Rotina no Procedimento de Avaliação da Vítima
Qual seu nome? Consegue me contar o que aconteceu?
Senti uma forte tontura e desmaiei...
Aferi sua pressão arterial. O desmaio foi devido a uma queda brusca de pressão.
Etapas importantes para atendimento à vítima:
 - Chegando ao local, avalie-o e verifique a sua segurança.
- Identifique quantas vítimas se apresentam no local do acidente.
- Se a cena do local se encontrar segura, verifique o grau de consciência da vítima.
- Acione (caso necessário) o serviço de resgate.
- Conduza uma investigação primária e um exame neurológico.
- Determine a principal queixa da vítima e avalie seus sinais vitais.
- Verifique se ela possui alguma identificação médica e levante sua história.
- Caso necessário, conduza uma avaliação secundária.
Conduzindo avaliações
Primária
Caso o local do acidente seja uma academia, analise o ambiente, procurando por perigos comuns, como anilhas soltas, pesos e barras livres em locais perigosos e de difícil acesso, pedal de bicicleta desalinhado ou solto ou esteira ligada sem uso.Com isso, você determina e levanta a história do acidente.
Pergunte a alguém como foi o acidente, procurando entender a biomecânica e a cinemática ou a natureza do trauma. O objetivo da avaliação primária é verificar algum tipo de problema ou situação que ponha a vida das pessoas em risco iminente.
Toque a vítima, para verificar se ela se encontra consciente, perguntando pelo seu nome.
Caso ela responda, pergunte se ela sente dor localizada e em qual parte do corpo, determinando com isso a queixa principal da vítima, além de verificar conjuntamente os sinais vitais. Rapidamente faça uma avaliação visual da vítima, à procura de outros detalhes
É muito importante verificar se a vítima está respirando, visualizando as vias aéreas e se elas se encontram obstruídas.
Caso negativo, retire todo e qualquer tipo de objeto que venha a obstruir suas vias aéreas, evitando com isso uma possível parada respiratória.Veja se a vítima possui algum tipo de deformidade na área cervical da coluna vertebral.
Para verificar se a circulação está adequada
Cheque o pulso carotídeo, no caso de vítima adulta. No caso de crianças e bebês, cheque o pulso braquial.Caso a vítima possua respiração e batimento cardíaco normais, analise a existência de hemorragia. Caso possua, realize a hemostasia.
Dentro da avaliação final da investigação primária
Procure por lesões neurológicas, ou seja, se a vítima apresenta algum tipo de incapacidade do sistema nervoso.Verifique seu nível de consciência, assim como sua movimentação voluntária  e sensibilidade. Converse sempre com a vítima e veja se ela responde perguntassimples e gerais. Observe se sua fala encontra-se desorientada, imprecisa ou “arrastada”.
Avaliação secundária
A avaliação secundária costuma ser mais minuciosa, já que a vítima se encontra estável hemodinamicamente e com presença de sinais vitais. Ao abordar a vítima, explique o que você fará, sempre falando com calma e pausadamente para que a vítima possa entendê-lo.Caso haja alguém próximo, peça que esta pessoa participe também como testemunha, caso aconteça algo.
Utilize a seguinte sequência de verificação na abordagem:
- Sons respiratórios
- Deformidades anatômicas
- Edemas 
- Falta de movimentação
- Perda ou falta de sensibilidade
- Espasmos musculares
- Ferimentos
- Hemorragias
- Coloração anormal ou algum objeto penetrante e empalado (penetrado) no seu corpo
Aula 3: Ressuscitação cardiopulmonar e desfibrilação externa automática
Deve-se analisar a cena do evento, verificar se há algum tipo de material que possa ferir a vítima, o socorrista ou qualquer outra pessoa por perto. Caso haja algo, retirar qualquer complemento. Caso não haja nada, verificar se a vítima se encontra consciente. Caso positivo, devo saber com ela o que houve. Caso ela se encontre inconsciente, pedir para alguém ligar para o resgate (SAMU 192/ BOMBEIROS 193), verificando sinais de circulação. Caso a vítima não possua, devo realizar 30 compressões torácicas externas. Após as compressões, realizar duas ventilações, até a chegada do resgate.
Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Desfibrilação Externa Automática (DEA)
Diversas situações de patologias clínicas cardiovasculares podem vir a ocorrer em um indivíduo saudável. O sistema cardiovascular é um importante sistema de controle corporal, possuindo um papel fundamental na circulação, assim como na sua oxigenação e nutrição celular, imprescindível à vida.Portanto, em alguns episódios, caso tenhamos treinamento e conhecimento técnico científico, devemos socorrer a pessoa que se encontra em algum caso de problema do sistema cardiovascular.Dentro das diversas patologias do sistema cardiovascular, trataremos da morte cardíaca súbita, do seu atendimento através a ressuscitação cardiopulmonar e do suporte básico de vida em cardiologia.Segundo MARTINS (2010), dados brasileiros obtidos pelo DataSUS mostram que 35% das mortes no Brasil se devem a causas cardiovasculares, resultando em 300 mil óbitos/ano. Já nos Estados Unidos, estima-se que 250 mil mortes súbitas ocorram por ano de causa coronariana. Nenhuma situação clínica supera a prioridade de atendimento da parada cardiorrespiratória, em que a rapidez e a eficácia das intervenções adotadas são cruciais para um melhor resultado.
A RCP é uma técnica dentro do Suporte Básico de Vida em Cardiologia, realizada por todo profissional treinado para qualquer situação onde uma vítima apresente uma parada cardiorrespiratória.A técnica combina ventilações e compressões torácicas externas ou massagens cardíacas externas, com o intuito de circular em todo o organismo da vítima oxigênio e nutrientes, principalmente para órgãos nobres vitais, uma vez que o sistema cardiovascular se encontra ineficaz. 
Para CARVALHO (2004), por definição, o SBV - suporte básico de vida em cardiologia é um conjunto de procedimentos de emergência que podem ser executados por profissionais de saúde ou por leigos treinados em emergências cardiovasculares.Verificamos o quanto se torna imprescindível tal conhecimento e treinamento para o sucesso do atendimento a qualquer indivíduo que sofra de algum evento clínico cardiovascular. 
Segundo MARTINS (2010) o SBV visa ao reconhecimento e atendimento de situações de emergência, como obstrução aguda de via aérea, acidente vascular cerebral e a parada cardiorrespiratória. A abordagem inicial através dessas manobras visa a instituir condições mínimas necessárias para a manutenção ou recuperação da oxigenação e da perfusão cerebral, já que a viabilidade neurológica é definidora do prognóstico da vítima.
Morte cardíaca súbita
O termo define quando o coração para de bater ou bate de maneira anormal, e com isso, o pulso não pode ser mais sentido. Quando o sistema circulatório cessa ou fica escasso, oxigênio e nutrientes não são absorvidos e entregues de forma adequada a todas as células do corpo, principalmente a órgãos nobres, ocasionando esta falência mecânica e operacional.
O cérebro, por sua vez, é altamente sensível à falta de oxigênio e de nutrientes, principalmente carboidratos. A partir de quatro a seis minutos sem oxigênio ou devido a uma parada respiratória ou cardiorrespiratória, a lesão cerebral pode se instalar no indivíduo, ocasionando danos irreversíveis à vítima.
Cadeia (ou Corrente) de Sobrevivência
Sabe-se que quanto mais rápido for atendida uma vítima, e de forma adequada dentro de uma sequência de eventos, chamados elos da corrente de sobrevivência, maior sua taxa de sobrevida.Os elos da corrente de sobrevivência são:
A utilização do princípio chamado ABC da vida  foi recentemente modificado pelo novo protocolo de atendimento cardiovascular de emergência pela Associação Americana do Coração (American Heart Association – AHA). De acordo com a AHA, logo após verificar a inconsciência da vítima e acionar o serviço de resgate, o socorrista deve fazer 30 compressões torácicas externas, além de duas ventilações boca a boca, preferencialmente utilizando a máscara facial (pocket mask).
Ressuscitação cardiopulmonar
Posicione-se ao lado da vítima e verifique os sinais de circulação. Na ausência de sinais, comece a compressão torácica externa.
Após 30 compressões torácicas externas, realize duas ventilações (insuflações) para fornecer tanto oxigênio quanto gás carbônico ao indivíduo. O ciclo de compressões e ventilações deve ser realizado durante aproximadamente dois minutos cada, ou seja, em torno de cinco a seis ciclos de 30x2.
Após estes ciclos, você deve parar e verificar se a vítima possui sinais de circulação. Em caso negativo, continue a realizar tal procedimento novamente por mais dois minutos.Esta relação numérica atualmente é feita para qualquer indivíduo, sem distinção.
Desfibrilador externo automático (DEA)
O desfibrilador é um dispositivo eletrônico computadorizado que tem o intuito de reverter a fibrilação ventricular, aumentando as chances de sobrevida da vítima.
De posse de um desfibrilador, pegue as pás adesivas e posicione-as no tórax do indivíduo. 
Ligue o aparelho, conecte o fio das pás no desfibrilador e não toque mais na vítima, pois o aparelho irá fornecer a análise automática cardiovascular. 
Caso necessário, aperte o botão para dar o choque na vítima. 
Mas antes disso, lembre-se de pedir que todos se afastem da vítima e não a toquem para não tomarem choque.
Utilizamos o desfibrilador tanto para a fibrilação ventricular como para a taquicardia ventricular sem pulso. Porém, a demora da utilização deste material de resgate no portador de enfermidade cardiovascular se converterá em assistolia em poucos minutos.Neste caso, a chance de reverter o quadro de parada cardiorrespiratória se reduz de sete a 10% a cada minuto de demora do DEA.
Aula 4: Hemorragia e estado de choque
Quando falamos sobre hemorragia e estado de choque, estamos nos referindo ao sistema circulatório. Alguns tipos de sangramentos profusos podem colocar a vida do indivíduo em risco e até levá-lo ao óbito.Sangramentos podem ocorrer de forma interna ou externa, em decorrência de diversos tipos de lesões.Devemos sempre nos preocupar com a nossa exposição em relação aos diversos tipos de enfermidades através de secreções, em especial nas hemorragias. Para administrar atendimento de Primeiros Socorros a qualquer indivíduo que necessite de cuidados, você deve se proteger contra a exposição ao sangue da vítima. Para isto, é preciso estar devidamente munido de equipamentos de proteção individual.
Efeitos da Hemorragia
Toda e qualquer hemorragia terá possíveis severidades dependendo da quantidade de extravasamento do sangue; da rapidez com que ele flui do vaso sanguíneo rompido; se o sangue sai deum vaso sanguíneo venoso ou arterial ; do tamanho do vaso sanguíneo; de onde a hemorragia se originou (interna ou externamente); da idade e peso corporal do indivíduo; entre outros fatores.A hemorragia ocasiona eventos fisiológicos no organismo, como forma de supercompensação orgânica, para equilibrar de forma hemodinâmica esta perda de sangue, além de oxigênio e nutrientes. Estes deixam de circular para órgãos nobres tais como cérebro, coração, rins, e pulmões, além de outras estruturas e tecidos corporais.Caso a hemorragia esteja descontrolada, o organismo não possui uma compensação eficiente e rápida o suficiente para equilibrar o volume sanguíneo perdido. Assim, o sangramento acaba por se tornar uma emergência extrema e potencialmente fatal caso o indivíduo não seja atendido. Os processos vitais do organismo dependem de um suprimento adequado e ininterrupto de sangue, já que ele leva oxigênio e nutrientes a todo o corpo.Se o paciente for hemofílico  e não for logo socorrido, por menor que seja o corte e o rompimento do vaso sanguíneo, ele pode vir a morrer.
Como realizar a hemostasia
Antes de realizar qualquer tipo de medida para controlar o sangramento, você deve ter em mente a causa da hemorragia. Então, ao abordar a vítima, verifique sua condição geral.Coloque a vítima em uma posição em que ela perca menos sangue, tomando os devidos cuidados com todo o corpo e principalmente da região cervical, caso ela tenha tido um acidente traumático, evitando com isso a manipulação brusca e incorreta.Sempre verifique se a vítima possui vias aéreas livres e desobstruídas e se ela respira livremente.Realize a hemostasia, para evitar o agravamento do estado geral da vítima e o estado de choque hemorrágico e hipovolêmico . Verifique também seus sinais vitais , procurando contornar qualquer tipo de complicação hemodinâmica pela perda sanguínea.Fique atento ao tempo do atendimento! Este pode ser realizado a cada cinco minutos, sempre conversando com a vítima.
Prevenindo infecções
Sempre que atender uma vítima de hemorragia, procure tomar algumas precauções para se proteger de doenças transmitidas pelo sangue. Uma delas é a utilização de equipamento de proteção individual, como uma barreira entre você e a vítima. Sempre que possível, use luvas de procedimento, óculos de proteção e máscara facial. Também por este motivo, evite tocar seu próprio corpo com o equipamento de proteção individual.Quando terminar o atendimento, lave as mãos de forma cuidadosa e criteriosa, mesmo utilizando luvas de procedimento e material de proteção, para evitar infecções futuras.Também de forma a evitar futuros contágios, caso tenha utilizado na vítima qualquer tipo de material não descartável, e que contenha sangue ou qualquer tipo de secreção ou fluido, é imprescindível lavar este material.
Aplicando a hemostasia através da compressão direta e elevação
O primeiro método hemostático  que você deve utilizar em uma situação de sangramento é a pressão direta. Pressione firmemente o local do ferimento, usando seus dedos ou a palma da mão. Isto assegurará que a pressão seja distribuída uniformemente no local do ferimento.Procure realizar a pressão com energia suficiente para parar o processo de hemorragia; porém tenha bom senso, pois se aplicar pressão demais, a vítima reclamará de mais dor localizada.Outro método que você pode utilizar é a aplicação de um curativo compressivo sobre o ferimento, cobrindo-o completamente, evitando com isso a hemorragia. Você pode ainda elevar a região ferida acima do nível do coração o máximo possível, favorecendo assim o retorno venoso e a diminuição do sangramento.Se achar necessário, utilize uma compressa fria sobre o ferimento ou ao redor, diminuindo a perda sanguínea, devido à vasoconstrição.Caso o curativo compressivo tenha muito sangue, não o retire; simplesmente aplique outra compressa de gaze por cima e feche o curativo, reaplicando a pressão compressiva.
A bandagem de pressão  é usada para pressionar a gaze do curativo juntamente com uma atadura de crepom.Cubra e feche adequadamente o ferimento com um curativo espesso e firme, certificando-se de que ele esteja totalmente coberto e protegido.Segure a gaze no local da ferida, enrolando e enfaixando o curativo com a atadura. A pressão deve ser firme o suficiente para cessar o sangramento. Evite, porém, fazer uma pressão muito forte, pois você deve verificar os pulsos distais próximos do local do ferimento, evitando que a área fique sem acesso sanguíneo.
Se a pressão direta, juntamente com a elevação do membro, não for suficiente para o processo hemostático, realize a pressão em pontos específicos. Utilizando as mãos ou dedos, pressione pontos localizados em vasos sanguíneos (arteriais ou venosos) próximos à lesão ou a uma estrutura óssea. A pressão aplicada especificamente nestes pontos anatômicos poderá auxiliar no controle do fluxo sanguíneo.Você pode utilizar tanto as pressões diretas quanto as indiretas de forma simultânea, para evitar uma maior hemorragia na vítima.
Hemostasia através da pressão nas artérias braquial e femoral
A hemostasia indireta, através da compressão sobre a artéria braquial, é usada para controlar as hemorragias intensas de feridas nos membros superiores. O ponto de pressão está localizado em um sulco na parte interna do braço, entre a axila e o cotovelo.Já nos membros inferiores, o ponto de pressão se localiza na parte central anterior da dobra da virilha.
Usando um torniquete
Este método de hemostasia deve ser utilizado somente como último recurso, quando todos os outros métodos de controle de hemorragias potencialmente fatais tiverem falhado.Podemos improvisar um torniquete a partir de diversos materiais como retalhos, cintos, lenços, toalhas, gravatas, panos, etc.Nunca use arames, grampos ou qualquer outro objeto cortante, evitando outra lesão na vítima.
Usando o manguito do esfigmomanômetro
Em alguns casos, é possível usar o manguito do esfigmomanômetro  para controlar o sangramento. Procure prendê-lo bem para que o velcro não abra subitamente. Mantenha uma pressão que você usaria para verificar o pulso periférico, e deixe por pelo menos 30 minutos.
Hemorragia interna
Os sangramentos internos resultam geralmente de algum tipo de trauma fechado (golpe ou pancada no local). Por não ser visível, o socorrista pode se equivocar e não atender com o devido apuro. Portanto, tenha bastante cuidado neste tipo de hemorragia, por ser bastante séria, pois pode rapidamente ocasionar o estado de choque hemorrágico e hipovolêmico.Tenha sempre em mente a biomecânica e cinemática do trauma  e a sintomatologia  apresentada devido à lesão.
Atendimento de emergência
As prioridades em relação ao atendimento de emergência nas hemorragias são:
Ativação do serviço de resgate, caso haja necessidade;
Verificar se o indivíduo encontra-se consciente. Em caso positivo, converse com ele para saber o que aconteceu em relação ao acidente;
Manter as vias aéreas livres e desobstruídas, monitorando-as caso o indivíduo se encontre inconsciente;
Fazer um curativo compressivo no local do ferimento, evitando o agravamento da lesão e da hemorragia e prevenindo o estado de choque hipovolêmico e hemorrágico ;
Manter a vítima imóvel, evitando alguma lesão secundária.
Estado de choque
No que diz respeito à macro e micro circulação, estamos falando do estado de choque, que seria um desequilíbrio em relação à circulação sanguínea, vindo a ocasionar uma falência progressiva e um colapso fisiológico do sistema circulatório, cardiovascular e cerebrovascular.Esta situação pode ser fatal se não houver atendimento imediato por parte do socorrista.
O processo do estado de choque acontece em etapas, basicamente ocorrendo quando o coração não tem força e capacidade suficientes para bombear sangue para todo o organismo, comprometendo a quantidade de nutrientes para o resto do corpo.A perda de sangue é a principal causa do choque, porém a desidratação, diarreias, vômitos e queimaduras também podem desencadear este estado.
Devemos de imediato ativaro serviço de resgate, e em seguida:
- Verificar e desobstruir as vias aéreas, se necessário. Devemos dar uma atenção especial à vítima com comprometimento das vias aéreas. Por sermos seres aeróbios, somos dependentes de oxigênio;
- Controlar qualquer tipo de sangramento;
- Se possível elevar as pernas da vítima a não mais do que 20 a 30 cm acima do nível do coração. Caso não seja possível, deixar na linha do corpo e de preferência com a vítima deitada ao solo;
- Devemos verificar se é possível manter sempre presentes os sinais vitais  da vítima o mais próximo da normalidade até a chegada do serviço de resgate.
Nunca devemos esperar que sinais e sintomas tardios se desenvolvam. A diminuição da pressão arterial, por exemplo, é um sinal tardio, pois se o indivíduo possui uma quantidade menor de sangue no seu organismo, menor também será a pressão. O corpo compensará o menor volume sanguíneo acelerando a frequência cardíaca e também a respiração.A precaução ainda é o melhor remédio. Ao controlar o sangramento, o socorrista previne diversas situações específicas e fisiológicas que o paciente possa apresentar.Tente, da melhor maneira possível, tranquilizar a vítima, mantendo-a calma e com total controle da situação.
Aula 5: Emergências em diabetes mellitus
É preciso colocá-lo em um local tranquilo e arejado, de preferência no chão, para evitar que ele caia se desmaiar.Caso ele ainda esteja consciente, dar algo com glicose para beber e/ou comer, para acordá-lo. É provável que ele esteja com hipoglicemia, pelo fato da atividade física em geral causar perda de calorias e, consequentemente, de nutrientes.Se o aluno estiver inconsciente, chamar o serviço de resgate; verificar vias aéreas e se está respirando; com sinais de circulação presentes (respiração, pulso, movimentos); colocá-lo na posição lateral de segurança ou posição de recuperação, até a chegada do serviço de resgate.
Emergência em Diabetes Mellitus
Nesta aula, você aprenderá o que é a doença diabetes mellitus, sua sintomatologia, suas causas, seus tipos e como realizar o atendimento de emergência em tal situação.Por ser uma emergência clínica comum, faz necessário o conhecimento por parte de todos nós, professores de Educação Física e profissionais de saúde em geral. Não somente para evitarmos a omissão de socorro, como para termos a pró-atividade ao nosso favor.
Diabetes Mellitus
É um tipo de enfermidade metabólica e hormonal, na qual o indivíduo não consegue absorver de forma adequada o açúcar na circulação sanguínea. Isto porque ele não produz insulina, ou a produz de forma insuficiente, ocasionando em um aumento anormal do açúcar no organismo.O paciente diabético pode possuir diversas complicações como problemas circulatórios, neurológicos, cardiológicos, dentre outros.
Sintomatologia da Diabetes Mellitus
O paciente diabético (hiperglicêmico) costuma relatar diversos sinais e sintomas, a saber:
Euforia, agitação psicomotora, confusão mental, fala distorcida (arrastada), dores de cabeça, fome, irritação, agressividade, cansaço, tonturas, desmaio, vertigens, tremores corporais, fadiga, sede, náuseas, falta de ar (dispneia), pele pálida, fria e pegajosa, salivação intensa, hálito com odor de acetona, pele seca e quente, taquicardia (frequência cardíaca acelerada), visão turva, lábios arroxeados, dentre outros.
Nós professores de Educação Física devemos perceber estas situações específicas do diabetes em nossos alunos/pacientes/clientes e conversar com eles a respeito desses problemas.
Outros sinais clássicos do diabetes mellitus em um indivíduo são:
Poliúria - O indivíduo urina diversas vezes durante o dia e em quantidades maiores do que o normal;
Polifagia - Ele sente muita fome durante o dia;
Polidipsia - Ele sente muita sede durante o dia.
Tipos de Diabetes Mellitus
Tipo I
Este tipo de diabetes aparece mais frequentemente em crianças ou adolescentes. Um adulto jovem também pode vir a sofrer desta enfermidade após a puberdade ou devido a algum tipo de lesão traumática ocorrido no pâncreas.Pelo fato de o seu pâncreas produzir nenhuma ou muito pouca insulina, o indivíduo precisa usar este hormônio diariamente, de forma sintética.
Tipo II
De início súbito, normalmente este tipo de diabetes aparece em indivíduos adultos. Seu organismo produz insulina, mas não consegue utilizá-la adequadamente. A prática de atividades físicas, a dieta e a utilização de medicamentos geralmente controlam a doença.O emprego de uma equipe multidisciplinar é importante para o sucesso do indivíduo diabético. É imprescindível ter um médico, um professor de Educação Física e um nutricionista para a intervenção de forma global e completa para o tratamento deste indivíduo.O diabético não insulino-dependente, como o próprio nome já diz, não depende do uso da insulina sintética, porém é fundamental o controle por parte do médico para um melhor diagnóstico e avaliação.
Gestacional
É o diabetes que se desenvolve durante a gestação e cessa quando nasce o bebê.Os fatores para o aparecimento do diabetes gestacional podem ser: falta de atividade física, alimentação desequilibrada (tanto demasiada quanto insuficiente), estresse, dentre outros.
Hiperglicemia e Hipoglicemia
São duas emergências clínicas graves em que o indivíduo encontra-se descompensado em seu nível de açúcar no sangue.
Na hiperglicemia, os níveis de açúcar no sangue estão acima dos padrões de normalidade. Se for administrada insulina sintética, rapidamente o estado hiperglicêmico diminuirá.Esta situação é comum em todo indivíduo diabético e também nas pessoas normais que acabaram de ingerir qualquer alimento.
Na hipoglicemia, os níveis de açúcar no sangue encontram-se abaixo dos padrões de normalidade.
Ambas as emergências são preocupantes, porém um indivíduo em estado hipoglicêmico pode vir a óbito rapidamente por falta de energia em seu organismo, já que o cérebro, por exemplo, é um órgão nobre e dependente de glicose.
Atendimento de emergência
Em qualquer dessas emergências clínicas (hiperglicemia ou hipoglicemia), a primeira tarefa a se fazer é ativar o serviço de resgate.Depois aborde a vítima e monitore seus sinais vitais (respiração, batimentos cardíacos, pressão arterial e temperatura).Verifique o grau de consciência da vítima. Se ela estiver consciente, porém com tontura, dê algo doce, de preferência para beber, pois os alimentos líquidos são mais fáceis de ser absorvidos.Se ela estiver no chão e se encontrar desacordada, evite dar-lhe algo para beber. Neste caso, a vítima poderá broncoaspirar o líquido, então o conteúdo irá para o sistema respiratório, ocasionando um edema agudo de pulmão, situação esta mais grave de ser tratada.Em vez disso, friccione açúcar de mesa  ou mel nas gengivas da vítima, em pequenas quantidades, para aumentar o seu nível de glicemia. Tome cuidado para não friccionar o açúcar com muita força, fazendo assim um trauma gengival na vítima.
Aula 6: EPILEPSIA, TONTURAS E DESMAIOS
Ao abordar a vítima, verificar o grau de consciência do nosso aluno. Perguntar se alguém que estava no local presenciou e viu o ocorrido. Pedir para ligarem para o serviço de resgate. Verificar as vias aéreas e se estão desobstruídas, elevar um pouco as pernas da vítima para melhorar o retorno venoso e com isso aumentar a irrigação cerebral e o conteúdo de oxigênio e de nutrientes no cérebro. Você deve coloca-lo em um local tranquilo e arejado. Verificar ainda se está respirando, com sinais de circulação presentes (respiração, pulso, movimentos), coloca-lo na posição lateral de segurança ou posição de recuperação até a chegada do serviço de resgate.
Nesta aula, abordaremos os tópicos relacionados a emergências clínicas neurológicas tais como epilepsia, tonturas , desmaios  e crises convulsivas. Suas definições e conceituações. Sua sintomatologia e etiologias. Como devemos agir e atender a essas situações emergenciais que nossos alunos podem vir a apresentar.Esses tipos de situações clínicas são mais assustadoras do que preocupantes. Entretanto, podem ocorrer consequênciastais como um traumatismo crânio-encefálico no momento da queda, podendo desencadear um evento de risco iminente à vida da vítima.
Este é um distúrbio clínico comum a diversos tipos de enfermidades e é causado por uma ampla variabilidade de problemas. Costuma ser uma síndrome  caracterizada por uma determinada condição repentina.A convulsão é uma modificação aguda e súbita do estado de consciência, resultante de um estímulo anormal  dos neurônios, propagando-se por todo o cérebro. Há contrações musculares generalizadas e repetitivas. Como as células cerebrais direcionam os movimentos do indivíduo, estes movimentos se tornam descontrolados, levando a vítima à queda, podendo vir a desencadear outras situações, como um trauma secundário.A crise convulsiva pode ser generalizada  ou ainda se apresentar como um tipo focal. 
ETIOLOGIA(CAUSAS)
Em sua maioria, a causa costuma ser uma desordem da atividade elétrica no cérebro. Existem diversas causas secundárias para a crise convulsiva, das quais podemos destacar:
• Epilepsia;
• Reações alérgicas: substâncias químicas; overdose de drogas; ou até mesmo alimentos ou medicamentos, em indivíduos com hipersensibilidade;
• Traumas em geral, como o traumatismo crânio-encefálico;
• Problemas cardiovasculares e cerebrovasculares: relacionado a qualquer situação onde haja uma redução no fluxo sanguíneo cerebral, por hipóxia  ou anóxia  cerebral. Outras situações que podem ocorrer são paradas respiratórias ou cardiorrespiratórias;
• Hipertermia: é mais comum em crianças e em bebês, devido ao aumento rápido da temperatura corporal;
• Idiopatia;
• Degenerativa: relacionada ao sistema nervoso central da vítima, devido a alguma enfermidade neurológica;
• Outras causas: hipertensão arterial sistêmica, eclâmpsia e pré-eclâmpsia, queimaduras graves, alterações endócrino-metabólicas.
SINTOMATOLOGIA
• Fraqueza muscular no primeiro momento da crise convulsiva, vindo a desencadear movimentos bruscos e involuntários da musculatura esquelética;
• Trismo, que é o enrijecimento da musculatura da mandíbula, mais especificamente os músculos masseter e bucinador, travando  os dentes;
• Sialorreia, situação em que a vítima pode vir a engasgar e broncoaspirar a secreção;
• Queda da própria altura, podendo desencadear traumas secundários e outras lesões;
• Cianose  nos lábios e em extremidades, devido à diminuição da oxigenação;
• Relaxamento dos esfíncteres, ocasionando micção e evacuação.
Estado Epilético
É uma importante emergência neurológica específica do indivíduo epilético, na qual há um agravamento da convulsão, tornando-se progressiva na maioria dos casos. A terapia medicamentosa pode se tornar inadequada, caso o indivíduo não use adequada e frequentemente conforme prescrição médica. Com isso, pode vir a agravar o quadro de epilepsia, gerando uma convulsão que pode perdurar por 10 minutos ou mais, dependendo do caso.Os indivíduos epiléticos apresentam uma descarga elétrica neuronal anormal, gerando as convulsões. Estas podem ser resultantes de massas tumorais cerebrais, processos infecciosos como a meningite e a encefalite, traumatismo crânio-encefálico, problemas isquêmicos ou hemorrágicos como os acidentes cérebro-vasculares, ou uma privação de sangue contendo oxigênio e nutrientes ocasionados por uma anóxia ou hipóxia cerebral.
Atendimento de emergência na crise convulsiva
A maioria dos estados convulsivos dura aproximadamente cinco minutos, sendo auto-limitantes e de início e fim súbitos e espontâneos.Num atendimento de emergência, você deve verificar a causa da crise convulsiva e tentar combatê-la; pesquisar sobre intercorrências  ou crises convulsivas recidivas . Perguntar à vítima, caso esteja consciente, se as crises estavam controladas ou se vinham frequentemente.
O passo a passo do atendimento de emergência e primeiros socorros é:
Ao abordar a vítima após a crise convulsiva, verificar seu grau de consciência e ligar para o serviço de atendimento de emergência (SAMU e/ou BOMBEIROS);
Verificar e manter as vias aéreas pérvias ;
Tranquilizar a vítima devido à situação em que ela se encontra, caso ela continue ansiosa, agressiva e irritadiça;
Pesquisar sobre um possível esquecimento da medicação (ou interação medicamentosa) utilizada pela vítima sob prescrição médica;
Posicione a vítima de lado após a crise convulsiva, com o intuito de desobstruir as vias aéreas e evitar que a vítima broncoaspire alguma secreção, dente ou corpo estranho;
Retirar ou afastar todo e qualquer objeto que possa vir a machucar a vítima quando ela estiver tendo convulsões.
Vertigens e desmaios
Um indivíduo com tonturas tem a sensação de que tudo ao seu redor parece estar girando e o ambiente se movimentando. Com isso, ocorrem diversas quedas, já que ele não consegue se equilibrar de pé.Já o desmaio  costuma ser uma emergência clínica desencadeada por um breve e repentino estado de inconsciência, ou ainda uma perda temporária do estado de consciência não causada por uma lesão direta na cabeça, e em sua maioria é devido a uma hipóxia cerebral.
ETIOLOGIA
Em sua maioria, as causas das vertigens e desmaios costumam ser:
• Movimentos bruscos de decúbitos  e movimentos giratórios rápidos. 
• Hipotensão postural ;
• Mudanças bruscas de pressão atmosférica;
• Permanência em ambientes aglomerados, muito quentes e abafados;
• Alturas elevadas;
• Hipoglicemia devido ao jejum prolongado;
• Fadiga muscular;
• Grandes hemorragias;
• Infarto agudo do miocárdio (IAM).
SINTOMATOLOGIA
O indivíduo com desmaio (síncope) ou com tonturas (vertigens) pode apresentar uma gama de sinais e sintomas específicos, a saber:
• Cansaço, fraqueza e relaxamento muscular;
• Escotomas cintilantes  e escurecimento da visão;
• Respiração superficial;
• Pulso fraco e filiforme;
• Sudorese intensa;
• Palidez;
• Taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos);
• Dispneia, dificuldade respiratória;
• Perda da consciência com a queda da vítima, podendo desencadear um trauma secundário;
• Midríase.
Atendimento de emergência para as tonturas e desmaios
Aborde a vítima e verifique seu grau de inconsciência;
Ative o serviço de resgate caso haja necessidade;
Verifique se as vias aéreas se encontram desobstruídas;
Caso a vítima se encontre em decúbito dorsal, eleve suas pernas a 20 a 30 cm do solo, para melhorar o retorno venoso e a oxigenação cerebral;
Se possível, afrouxar a roupa da vítima, para melhorar a expansibilidade da caixa torácica, evitando a restrição da respiração;
Fique sempre próximo à vítima e em contato com ela, conversando e fazendo perguntas para que ela fique acordada.
Aula 7: Lesões Traumáticas em Partes Moles
Em nossa sétima aula, abordaremos os tópicos relacionados às lesões na pele, na camada adiposa, músculos, articulações e órgãos subjacentes.Essas lesões podem ocasionar a perda da continuidade da pele, tecidos e estruturas subjacentes, vindo a sangrar, abrindo assim um canal para processos infecciosos e riscos de contaminações.Abordaremos os tipos de lesões, sua sintomatologia, seus mecanismos de ação lesiva e suas causas mais comuns.Veremos, finalmente, como o profissional de Educação Física deve atuar em qualquer situação de emergência para estes problemas, que são comuns.
Lesões traumáticas fechadas
Nessas lesões não há perda da continuidade ou integridade da pele. Podemos destacar:
A contusão costuma ser uma lesão onde a epiderme encontra-se íntegra, porém na derme, as células são danificadas. Na contusão ocorrem as equimoses: por possuir vasos sanguíneos de pequeno calibre, o local onde ocorreu a lesão fica com uma parte “suja de sangue” superficialmente. As equimoses geralmente são desencadeadas pela lesão direta do tecido sob a pele e pela ruptura de vasos sanguíneos. Por isso a pele sofre uma modificação em sua coloração.No hematoma, a área da lesão e os vasos sanguíneos contundidos têm maior calibre, criando um acúmulo de sangue logo abaixo da pele, aparecendo no local da pancada ou do golpe uma lesão do tipo bolha de sangue.  
Nestes tipos delesão, a pele se rompe, deixando um ferimento aberto no local. Com isso, ocorre hemorragia, destruição tecidual mecânica e uma área aberta para contaminação e infecção, caso não seja logo tratada.
Lesões traumáticas abertas 
Nas lesões traumáticas abertas em partes moles, podemos destacar:
A abrasão também é conhecida como escoriação, ralação, raladura, raspagem ou cisalhamento. É um ferimento aberto mais comum de ocorrer, de origem superficial e que, em sua maioria, lesiona a epiderme. Geralmente é uma ferida dolorosa e com sangramento superficial.
 Na laceração, a pele é rompida de forma regular ou irregular, isto é, sua largura e comprimento dependem da lesão variável. É mais profunda que o ferimento abrasivo.
 Na avulsão, é retirada uma parte da pele no local, podendo ser cortado parcial ou totalmente, e sua cicatrização costuma ser demorada. Há ruptura total do tecido.
 A perfuração  é causada pela penetração de qualquer tipo de objeto pontiagudo no corpo da vítima. Este tipo de ferimento costuma ser profundo, e o objeto que ocasionou a lesão pode se encontrar cravado e fixado no corpo da vítima. Esta lesão traumática possui pouco ou nenhum sangramento externo.
 A lesão por esmagamento se dá quando o vetor de força de um trauma fechado, ou de um golpe súbito, ocasiona no corpo da vítima uma pressão, chegando a gerar severos danos localizados. São causados por cortes ou rasgos irregulares e profundos na área lesionada, ocasionando sangramento contínuo.
 Na amputação, há perda total ou parcial do membro superior ou inferior do indivíduo (embora outras partes do corpo humano também possam vir a sofrer amputações). Este tipo de acidente é usualmente ocasionado de forma brusca.
 As mordeduras ou mordidas são ferimentos combinados, de lesão penetrante juntamente com uma lesão por esmagamento. Podem envolver partes moles, órgãos internos e região óssea na própria lesão traumática.
As incisões são normalmente cortes superficiais causados por objetos cortantes. Em sua maioria ocorre um sangramento rápido e em excesso.
A maioria dos estados traumatológicos pode ser prevenida, porém dentro do ambiente esportivo esta relação não pode ser tão direta, pois os eventos são comumente relacionados a esforços repetitivos e a forças externas causadoras das lesões traumáticas.
Procedimentos
Em lesões como contusões, equimoses e hematomas, você precisa utilizar a aplicação direta do gelo, dentro de um saco ou bolsa plástica, sem aplicá-lo diretamente sobre a pele, pois do contrário, seria criada uma lesão por queimadura.Deixe o saco com gelo no local da lesão por um período de aproximadamente de 30 minutos, com o intuito de diminuir a sintomatologia da inflamação, que se caracteriza por dor localizada, rubor, calor e edema. Inchaço. No atendimento de emergência, você deve ter em mente que as lesões traumáticas abertas têm uma grande probabilidade de contaminações e infecções através do contato com sangue e outras secreções corporais, além do próprio ar atmosférico, que não é estéril. Por isso, é de extrema importância, seja no atendimento clínico ou traumático, a utilização do equipamento de proteção individual. Depois do atendimento, descarte todo o material utilizado e lave bem as mãos e embaixo das unhas, se possível com uma pequena escova, evitando assim a proliferação e agravo da contaminação por qualquer micro-organismo patogênico presente.
Ao abordar seu aluno, verifique seu grau de consciência. Caso ele se apresente inconsciente, avalie se respira e possui sinais vitais e de circulação. Caso positivo, mantenha desobstruídas as vias aéreas e chame o serviço de resgate. Se a vítima se encontrar consciente, pergunte a ela como ocorreu tal situação, para ter uma estimativa do que aconteceu e pensar na sugestão da biomecânica e cinemática do trauma. Caso a vítima se encontre inconsciente e sem a presença de sinais vitais e de circulação, realize a manobra de ressuscitação cardiopulmonar até a chegada do serviço de resgate. Ao visualizar o ferimento, exponha por completo a área lesionada e também o corpo da vítima, procurando por possíveis ferimentos escondidos sob a roupa.Se houver hemorragia, realize a hemostasia. Aplique um curativo compressivo com uma bandagem de gaze e feche o curativo com atadura de crepom.Caso o ferimento seja muito profundo e você não consiga parar o sangramento com a compressão direta e o curativo, realize um garroteamento  ou um torniquete acima da lesão.  Caso haja algum objeto ou fragmento cravado no corpo da vítima, não o retire. Em vez disso, faça um curativo ao redor do objeto e no ferimento para protegê-lo. Evite modificações bruscas do objeto no corpo da vítima ao levá-la até o hospital.
Lesões torácico-abdominais
Por serem situações específicas, essas lesões requerem cuidados especiais. Portanto, você deve ativar de imediato o serviço de resgate, relatando o ocorrido. Verifique a causa da lesão e tente combatê-la. Pesquise sobre intercorrências de outras lesões traumáticas.O passo a passo dos primeiros socorros é:
• Ao abordar a vítima, verifique seu grau de consciência e ligue para o serviço de atendimento de emergência (SAMU e BOMBEIROS).
• Verifique e mantenha as vias aéreas pérvias. Tranquilize a vítima caso ela ainda continue ansiosa, agressiva e irritadiça. 
• Retire ou afaste qualquer objeto que possa vir a machucar a vítima.
Ao abordar a vítima, verificar o grau de consciência do nosso aluno. Perguntar se alguém que estava no local presenciou e viu o ocorrido. Pedir para ligarem para o serviço de resgate. Verificar as vias aéreas e se estão desobstruídas, estabilizar e se possível imobilizar a região cervical com um colar cervical, para que a vítima não exerça nenhum tipo de movimento rápido ou compressivo que venha a ocasionar um segundo trauma, aguardar a chegada do serviço de resgate, colocando a vítima na ambulância para ir ao hospital o mais breve possível.       
Aula 8: Lesões Traumáticas Musculoesqueléticas
Entorses
A lesão traumática musculoesquelética do tipo entorse nada mais é que uma lesão traumática articular envolvendo partes moles (ligamentos, tendões, bolsa sinovial). Há um deslocamento momentâneo dos contatos das superfícies articulares, devido a uma força externa de caráter súbito, ocasionando uma torção na área anatômica afetada além do seu arco ou amplitude normal de movimento. A lesão do tipo aguda é aquela que ocorre naquele exato momento e pela primeira vez, podendo envolver toda a área osteomioarticular.Ela requer atendimento rápido e eficiente por parte de nós profissionais da área da saúde. Pode ocorrer, com isso, um estiramento ligamentar ou no tendão, acima do padrão de normalidade, sofrendo uma ruptura microscópica, parcial ou total dessas estruturas microarticulares.
Sintomatologia
Em sua maioria, as entorses podem produzir dor localizada aguda, sendo o primeiro e principal sintoma relatado pelo indivíduo e que ocorre em todos os casos. Além deste sintoma, edema (inchaço), deformidade articular momentânea (aguda) e incapacidade de movimentação.O tornozelo e o joelho costumam ser as articulações mais suscetíveis à entorse.                     
Atendimento de emergência nas entorses
Para o atendimento de emergência para as lesões traumáticas musculoesqueléticas do tipo entorse, utilizamos o procedimento de:
Repouso: Devemos ter a consciência de que, se uma parte do corpo humano se encontra lesionada, devemos realizar um repouso ou descanso do local afetado adequadamente, evitando que uma situação aguda se agrave ou venha a se tornar crônica.
Gelo: Dentro do atendimento pré-hospitalar para as urgências e emergências traumatológicas musculoesqueléticas, devemos utilizar no primeiro momento o gelo. Colocar dentro de um saco plástico e cobrir com um pano a lesão fechada (sem o rompimento da pele), para proteger o local e evitar que o gelo ocasione uma queimadura direta.O gelo deve ser utilizado em uma situação traumática com o intuito de aliviar a dor localizada, o edema e outras características do processo inflamatório(calor, rubor, tumor e perda funcional).
Compressão: É necessário utilizar uma bandagem compressiva ou uma meia elástica, ou ainda, tornozeleira elástica (no caso de entorse de tornozelo). A fim de proteger o local, a compressão oferecerá uma maior imobilização local, comprimindo toda a área lesionada de forma uniforme, diminuindo com isso o edema (inchaço), e criando condições específicas para a melhor recuperação do indivíduo.
Elevação: Se o membro lesionado puder ser movimentado, não apresentando nenhum tipo de restrição motora ou suspeita de fratura, ele deve ser elevado acima do nível do coração. Isto faz com que a circulação sanguínea se torne limitada no local da lesão, reduzindo principalmente o edema localizado.Este tipo de atendimento deve ser realizado de imediato.
Distensões
Geralmente as distensões, também conhecidas como estiramentos, ocorrem devido a uma força externa excessiva, alongamento ou amplitude de movimento exagerado, ou esforço muscular acima do seu padrão de normalidade. A parte anatômica lesionada (que normalmente é a área muscular do indivíduo) não aguenta a sobrecarga, forçando a área além da sua capacidade anatomofuncional normal.Nossa musculatura estriada esquelética possui uma capacidade elástica limitada, e quando este limite é ultrapassado pelo indivíduo, ocorre a lesão. Os sintomas presentes nas distensões são: edema agudo, dor aguda localizada; muitas vezes perda de função (movimentação anatômica); equimose (rouxidão local) devido ao extravasamento sanguíneo dos vasos sanguíneos periféricos adjacentes ao local da lesão; e hipersensibilidade ao toque e manuseio do local.
Atendimento de emergência nas distensões
Se seu aluno/paciente acabou de sofrer a lesão traumática, você deve evitar maiores danos à vítima. Verifique, inicialmente, se a vítima se encontra consciente e a aborde, perguntando se ela precisa de ajuda. Caso positivo, verifique o local da lesão, segurando o membro lesionado e evitando que o mesmo sobrecarregue o local ferido, mexendo ou manipulando de forma inadequada .O mesmo procedimento do atendimento utilizado para as entorses também pode ser usado para as distensões. Ou seja, repouso, gelo (já que ele reduz a quantidade de sangue no local da lesão); compressão leve no local, evitando o edema e a equimose localizada; e elevação do membro (se possível) para melhorar o retorno venoso, diminuindo toda essa sintomatologia aparente.
Luxações (deslocamentos articulares)
A luxação, também chamada de deslocamento articular, é todo tipo de deslocamento definitivo do contato anatômico das superfícies articulares. Isto é, quando uma força externa intensa incide em uma articulação qualquer do nosso corpo, ocasionando um desvio ou separação definitiva na articulação. Neste caso, os contatos anatômicos das superfícies ósseas não se tocam mais, com perda da movimentação articular.
A sintomatologia da luxação articular (deslocamentos) se apresenta de forma semelhante aos das fraturas e das entorses, a saber: dor local de forma aguda, calor, rubor, perda de função anatômica, posição fora do padrão anatômico (deformidade articular presente). Ao encontrarmos um indivíduo que realizou uma atividade física e sofreu uma luxação articular, devemos atendê-lo da seguinte maneira: abordamos e verificamos o segmento lesionado. Ao visualizarmos a lesão, não devemos movimentar bruscamente, nem tentar colocar no lugar. Isto porque cada pessoa possui um limiar de dor. Além disso, devemos evitar cometer lesões secundárias em manipulações feitas de forma inadequada.Devemos estabilizar e imobilizar o membro lesionado até a chegada do serviço de resgate, que levará a vítima imediatamente ao hospital de emergência em ortopedia e traumatologia médica. Ao abordar a vítima, verificar seu grau de consciência. Perguntar se alguém presenciou o ocorrido e pedir para contactar o serviço de resgate. Verificar se a vítima consegue deixar o membro lesionado em uma posição mais confortável, para que você possa estabilizá-lo e, se possível, imobilizá-lo, aguardando a chegada do serviço de resgate. Colocar a vítima na ambulância o mais breve possível.
Aula 9: Lesões Traumáticas Musculoesqueléticas (continuação - parte2)
Câimbras
As câimbras são espasmos (contrações) musculares involuntárias e súbitas. Podem ser provocadas por alterações bioquímicas dentro da própria contração muscular.Outras situações podem vir a desencadeá-las, tais como a desidratação e a transpiração excessiva, que podem alterar o balanço hidroeletrolítico. Ou seja, o organismo tem um desequilíbrio de sais minerais, principalmente de sódio e potássio, podendo causar arritmias musculares.
Atendimento de emergência para as câimbras
Em caso de câimbras, não devemos realizar massagens, pois massagear o local lesionado causaria ainda mais dor localizada. O que se faz necessário, no primeiro momento, é pedir para o indivíduo parar de realizar a atividade física e repor micronutrientes (como os sais minerais), através um repositor hidroeletrolítico. A vítima, além de estar desidratada, pode apresentar uma diminuição de sais minerais no organismo. Uma bolsa de gelo colocada no local da lesão sobre a musculatura afetada pode reduzir a dor e as contrações da câimbra, recuperando a integridade anatomofuncional da musculatura. Se por acaso seu aluno/ paciente possui muitas contraturas musculares devido a câimbras, é interessante aconselhá-lo a procurar orientação médica para verificar tal situação recorrente.
Fraturas
A fratura é definida como a perda da continuidade óssea com prejuízo da posição anatômica normal devido a uma separação óssea em dois ou mais fragmentos ósseos.
Classificação
Podemos classificar as fraturas em duas modalidades, a saber:
Fraturas fechadas: São fraturas sem exposição óssea, em que não há rompimento (perda da continuidade) da pele, e com isso, o osso não se encontra exposto.
Fraturas abertas: Fraturas com exposição óssea, em que há rompimento (perda da continuidade) da pele, e com isso, o osso encontra-se exposto.
Mecanismo de lesão
Qualquer força externa que ocasiona lesão óssea ou articular também pode desencadear lesões em partes moles e musculoesqueléticas.A cinemática (ou biomecânica) do trauma auxilia o socorrista a ter uma ideia da forma e o modo em que ocorreu o acidente. É a partir desse diagnóstico inicial do trauma que começamos a criar procedimentos de atendimento dentro dos protocolos internacionais de Primeiros Socorros.
É necessário perguntar à vítima o que ocorreu, caso ela se encontre consciente. Em caso negativo, verifique se alguém se encontrava na hora e no local do acidente e se viu algo de diferente.Algumas forças externas podem desencadear o processo de lesão traumática osteomioarticular ou musculoesquelética, a saber:
Força externa direta: Atua diretamente no local da lesão.Por exemplo: um soco direto no nariz pode ocasionar, com a pressão direta exercida pelo golpe, uma fratura no septo nasal (osso do nariz).
Força externa indireta: Atua não exatamente no local, mas ao se dissipar, ocasiona o trauma da mesma forma. Predomina nas pernas e braços.
Força externa de torção: Atua rotacionando um membro.
Sintomatologia
Dentro do quadro sintomatológico que apresenta uma vítima de fratura, com ou sem exposição óssea, podemos destacar:
Dor localizada aguda;
Deformidade anatômica da região corporal fraturada, possuindo diferença no tamanho, comprimento, forma ou posição anatômica;
Hipersensibilidade do local lesionado;
Crepitação óssea;
Edema localizado;
Hematoma;
Equimose;
Hemorragia;
Lesão com exposição óssea ou não;
Perda de função anatômica.
Atendimento de emergência nas fraturas
Nem sempre, em uma fratura, o indivíduo apresenta todo o quadro sintomatológico, dificultando um pouco o diagnóstico. Portanto, caso você esteja na dúvida, atenda o indivíduo como sendo portador de uma lesão traumática com suspeita de fratura.Aborde a vítima e, caso ela esteja consciente, pergunte o que ocorreu. Caso contrário, recorra a alguém que tenha presenciado o acidente,objetivando com isso verificar a cinemática do trauma (biomecânica). Realize a imobilização do local lesionado, evitando com isso o agravamento da lesão. Com a manipulação errada, a fratura fechada pode romper a pele e ocasionar uma fratura aberta. Caso haja hemorragia, realize a hemostasia.Caso seja necessário, remova todo objeto próximo à lesão traumática, além de cortar as vestimentas da vítima, para realizar um exame físico mais detalhado e preciso. No caso de fraturas abertas, cubra o ferimento com gaze um pouco umedecida com soro fisiológico, para proteger o local do ferimento e não machucar mais o local. Por fim, feche o ferimento com um curativo compressivo, com gaze e atadura de crepom, verificando também o fluxo sanguíneo do local e sua função neurológica.
Imobilização
A imobilização de emergência se faz através da utilização de qualquer tipo de implemento (tala imobilizadora), dispositivo ou objeto resistente para auxiliar no atendimento e no tratamento. A tala serve para apoiar o membro lesionado, com o objetivo de evitar a movimentação brusca e a diminuição da dor aguda localizada pela lesão traumática, evitando maiores danos aos tecidos já lesionados.
Ao atender uma vítima de fratura de membros ou extremidades, você deve ter em mente alguns passos a seguir no atendimento, a saber:
Ao imobilizar uma vítima, verifique se esta imobilização provoca mais dor localizada ou não;Ao realizar o curativo compressivo e a imobilização, cheque cuidadosamente: pulsos distais; nível circulatório através do enchimento capilar (apertando a ponta do dedo e soltando, para verificar o tempo de circulação sanguínea no local); e o nível neurológico através da sensibilidade do membro, evitando e prevenindo que a tala ocasione alta pressão e principalmente desconforto para a vítima;Caso o local não apresente segurança, utilize uma tala de imobilização e remova a vítima o mais rápido possível do local;Se a vítima estiver relatando dor, em caso de dúvidas, imobilize a lesão e providencie transporte imediato. Ao abordar o aluno, verificar seu grau de consciência. Perguntar se alguém presenciou o ocorrido, e pedir para ligarem para o serviço de resgate. Verificar se a vítima consegue deixar o membro lesionado em uma posição mais confortável, para que você possa estabilizar e, se possível, imobilizar o membro afetado. Aguardar a chegada do serviço de resgate, colocando a vítima na ambulância o mais breve possível.
Aula 10: Lesões traumáticas cranianas e medulares
Traumatismo Cranioencefálico (TCE)
Também chamado de lesão craniana traumática, é uma agressão na região encefálica, causada por uma força mecânica externa maior que a força interna. Este tipo de lesão pode produzir no indivíduo um estado alterado de consciência, resultando em algum tipo de comprometimento das habilidades cognitivas (do pensamento) ou do funcionamento físico do indivíduo. Também pode causar distúrbios do funcionamento comportamental ou emocional. A lesão pode ser temporária ou permanente, ocasionando neste último caso, maiores danos. O que pode agravar o quadro lesivo é uma associação com o traumatismo raquimedular, assunto que abordaremos mais adiante.
Causas (etiologia)
As causas mais frequentes dos traumatismos cranioencefálicos são: acidentes automobilísticos, quedas, agressões, dentre outros fatores.Podemos também acrescentar as atividades físicas esportivas recreacionais e de alto rendimento como sendo fatores para desencadearem as lesões traumáticas cranianas.
Sintomatologia do TCE
O traumatismo cranioencefálico afeta todos os sistemas do organismo do indivíduo, e seus sintomas (embora não apareçam todos e de imediato) mais comuns são:
Epistaxe (sangramento nasal);
Estomatorragia (sangramento bucal);
Otorragia (sangramento nos ouvidos);
Perda da consciência;
Anormalidade no diâmetro das pupilas (o trauma pode ocasionar dilatação da pupila, chamada midríase pupilar) ou ainda, elas podem ficar sem reação à luz;
Crises convulsivas;
Equimose (rouxidão superficial) ao redor dos olhos, na região periorbital (também conhecidos como “olhos de guaxinim”);
Equimose atrás dos ouvidos, na região do processo mastóide  (também conhecido como “marca da batalha”);
Deformidades na calota craniana;
Alterações no ritmo respiratório, podendo ocorrer parada respiratória e até parada cardiorrespiratória;
Náuseas e vômitos;
Diplopia (visão dupla);
Cefaleia (dores de cabeça);
Fraqueza ou perda do equilíbrio;
Deformidades cranianas;
Edema localizado;
Lesão craniana visível.
Formas de apresentação
Lesão no couro cabeludo
Por ser a região mais superficial da calota craniana, o couro cabeludo pode sofrer danos em uma lesão traumática, através de contusões diretas, avulsões, lacerações e abrasões. O trauma com impacto direto e com violência pode ocasionar ferimentos extensos do couro cabeludo.
Hemorragia volumosa e significativa
Pelo fato de a área encefálica possuir uma ampla rede capilar (vasos sanguíneos) altamente vascularizada, pode-se observar extenso sangramento.
Lesão cerebral
A maioria das lesões cerebrais é causada por traumas diretos, onde a pressão externa vence a pressão interna da região, ocasionando um trauma localizado.
Fraturas de crânio
A fratura de crânio não necessariamente está associada à lesão cerebral grave, mas indica uma severidade do trauma e maior probabilidade de lesão intracraniana.
Tipos de lesão craniana
Lineares ou simples Sem desvio. É o tipo mais comum de fratura de crânio, com uma rachadura fina no local da lesão.
Fraturas cranianas abertas Devido a traumatismos penetrantes e potencial para infecções.
Fraturas cranianas com afundamento ou deprimidas Há maior probabilidade de lesão cerebral, devido à depressão ou deformidade evidente da calota craniana.
Atendimento de emergência nas lesões traumáticas cranianas
Ao abordar uma vítima de lesão traumática craniana, avalie seu nível de consciência. Caso a vítima se encontre inconsciente, peça para alguém ligar para o serviço de resgate. Verifique se ela está respirando e possui sinais de circulação (respiração, pulso carotídeo, movimentação). Pergunte o que aconteceu a quem estava no local do acidente. Avalie se possui algum tipo de sangramento e realize o processo de hemostasia com uma gaze, tomando cuidado com a compressão direta no local para não agravar a lesão ou despertar mais dor na vítima. Crie um curativo no local da lesão e aguarde o serviço de resgate.É importante destacar que movimentar o indivíduo deve ser o último recurso. Caso seja absolutamente necessário, tome muito cuidado e proteja a coluna vertebral da vítima. Procure estabilizar, com as mãos, a cabeça e o pescoço da vítima, verificando a respiração e auxiliando sua ventilação. Se possível, ofereça oxigênio suplementar. Controle o sangramento cobrindo todas as feridas abertas do seu aluno/ paciente e também seus sinais vitais, ficando sempre alerta para qualquer modificação que ele possa apresentar. Converse sempre com a vítima, para avaliar se há alteração no nível de consciência. Aguarde o serviço de resgate, e não se esqueça de tentar tranquilizar a vítima.
Traumatismo raquimedular
Também conhecido como lesão traumática medular, é um processo de rompimento da medula espinhal, devido a uma fratura ou luxação da coluna vertebral. Pode ser uma secção (corte) total ou parcial da medula.Uma força externa intensa, aplicada em alguma área da coluna vertebral, pode deslocar (luxar) ou fraturar seus componentes ósseos. Com isso, desalinha-se o canal vertebral, lesionando a medula espinhal. Costuma ser um trauma agudo, de origem súbita, podendo também ser irreversível.A maioria das lesões medulares de origem traumática ocorre na região cervical, que é a região mais flexível, móvel e com maior propensão a lesões.
Mecanismo de lesão
Diversos são os mecanismos de lesão traumática medular, dos quais podemos destacar:
Lesões por compressão 
Uma sobrecarga axial pode causar uma compressão em todo o corpo vertebral.
Hiperflexão
Excessivo movimento de flexão da coluna vertebral.Hiperextensão
Muito comum em acidentes de trânsito. Este movimento também é chamado de movimento de chicote. Pode haver uma lesão total da medula espinhal.
Lateralização
A exacerbação da movimentação lateral da cabeça força o pescoço lateralmente em uma movimentação forte e agressiva para a medula, ocasionando um dano medular.
Distração
É a separação súbita (aguda) dos corpos vertebrais no alinhamento da coluna, estirando e lacerando a medula, comum nos enforcamentos.
Causas (etiologias)
Dentre as diversas lesões que podem ocorrer nos traumas medulares, destacamos os acidentes automobilísticos, as quedas, os acidentes desportivos e de trabalhenforcamentos e as lesões por projétil de arma de fogo.
Sintomatologia das lesões traumáticas medulares
 Dentre os diversos sintomas que pode apresentar um indivíduo com lesão traumática medular, podemos destacar:
 • Dor aguda localizada, associada à movimentação e à palpação;
• Deformidades ósseas;
• Edemas;
• Equimoses;
• Dificuldade de alinhamento da coluna vertebral e principalmente da região cervical;
• Diminuição da sensibilidade da área lesionada;
• Fraqueza nos membros superiores e inferiores;
• Incontinência urinária ou fecal;
• Comprometimento da respiração.
Atendimento de emergência nas lesões traumáticas medulares
Devemos ter muito cuidado ao manipular qualquer indivíduo com suspeita de lesão traumática, principalmente nos casos de lesão traumática medular. A manipulação de forma incorreta pode causar um trauma secundário, portanto nunca faça nada bruscamente. Sempre avalie tudo e peça ajuda.Em sua maioria, a vítima das lesões traumáticas medulares também pode apresentar lesões cranianas. Portanto, leve isso em conta ao socorrer um paciente de trauma medular.
Ao abordar a vítima, verificar o grau de consciência do aluno. Pedir para contactarem o serviço de resgate. Caso a vítima se encontre inconsciente, verificar se ela está respirando e se é necessário realizar a ressuscitação cardiopulmonar. Pedir que ela não se mova ou balance a cabeça. Devemos estabilizar, com as mãos, a cabeça e a região cervical da vítima, evitando traumas secundários. Se ela apresentar sangramento, realizar uma leve compressão direta no local da hemorragia. Aguardar a chegada do serviço de resgate, colocando a vítima na ambulância o mais breve possível.

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