Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROTOZOOLOGIA E LEISHMANIOSES Profa. Maria das Graças V. Barbosa Guerra Escola Superior de Ciências da Saúde Disciplina: Parasitologia 1 http://www.nhc.ed.ac.uk/ Sumário 2 O Ambiente e os organismos vivos Origem do parasitismo Tipos de relações entre os seres vivos Ciclo biológico dos parasitos Ação dos parasitos sobre o hospedeiro Relações entre o parasito e seus hospedeiros Sumário 3 Reino Protozoa Classificação Taxonômica Classificação Reino Protozoa Filo Sarcomastigophora Características gerais de Trypanosomatidae Gênero Leishmania e as Leishmanioses Tegumentar e Visceral Os Parasitos, o ambiente e o homem 4 O que é um ser vivo? Quem são os seres vivos? O quem são parasitos? Pro que precisamos estudar parasitos? 6 Reinos Seres vivos www.uni-tuebingen.de/.../images/ www.ucl.ac.uk/Pharmacology/dc-bits/fungi-pics1- 04m.jpg www.brazadv.com/brasil/biodiversidade.htm Unicelulares Pluricelulares Neves, 2002 Rey, 2002 Dependem um do(s) outro(s) - existir Visam - Obtenção de alimento e/ou Proteção Autótrofos Heterótrofos Características gerais 7 Protista Sub-Reino Protozoa 8 Unicelulares - Eucariotas Varias formas: Alimentação, locomoção e reprodução Cerca de 60.000 spp 50% são fosseis 25.000 – vida livre 10.000 – parasitos de animais Algumas dezenas spp parasitam o homem Vitor, 2002 http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Protist_collage.jpg Parasitologia - algumas definições Estudo das relações parasita-hospedeiro Área multidisciplinar que contempla Bioquímica, Fisiologia, Biologia Celular e Molecular, Imunologia, Farmacologia, entre outras disciplinas Tradicionalmente focada no estudo das interações com parasitas protozoários, artrópodes e helmintos. 9 Cadeia Alimentar – Pirâmide Alimentar 10 Parasitos – CPST Tipos de relações entre os seres vivos Origem do parasitismo 11 Desarmônicas Harmônicas Interespecífica Intraespecífica Parasitismo - surgiu – evolução das associações onde uma das espécies foi beneficiada (proteção/alimento) A adaptação tornou o invasor (parasita) dependente do outro ser vivo Canibalismo Parasitismo - uma espécie se beneficia da relação enquanto a outra sofre danos - Associação – unilateralidade de benefícios Parasita - Organismo que, com a finalidade de alimentar-se, reproduzir-se ou completar o seu ciclo vital, se beneficia (animal ou vegetal), de modo permanente ou temporário, produzindo efeitos deletérios ao hospedeiro. Parasitose - condição na qual o parasita é patogênico e causa danos ao hospedeiro Parasitíase – condição na qual o parasita é potencialmente patogênico, mas não causa danos aparentes ao hospedeiro (estado de portador). Fonte: Adaptado de Celso Martins Pinto - Roteiro de Estudos de Parasitologia e Doenças Parasitárias em Medicina Veterinária, 2006 Conceitos - parasitos 12 Parasitos quanto ao comportamento 13 Parasito - Individuo que vive a custa do outro: Endo Ecto Hiperparasito Ciclo biológico dos parasitos 14 Cada sp de parasito tem seu próprio hospedeiro A passagem do parasito de um hospedeiro a outro é um fenômeno complexo – transporte, momento adequado etc.. Causa modificações e adaptações Principais modificações e adaptações 15 Morfológicas Degeneração - perda ou atrofia de órgãos Aumento estruturas alimentares Ex. pulgas, percevejos - asas Morfológicas Hipertrofia – órgãos de fixação, resistência ou proteção, reprodução, Helmintos – alta capacidade de reprodução Morfológicas Aumento estruturas alimentares Aparelho bucal de insetos Principais modificações e adaptações 16 Biológicas Capacidade reprodutiva - para suplantar as dificuldades de atingir novo hospedeiro e escapar da predação externa Produção de grandes quantidade de ovos, cistos ou outras formas infectantes Biológicas Tipos diversos de reprodução representam mecanismos que permitam fecundação mais fácil ou reprodução mais segura Hermafroditismo, partenogênese, poliembrionia, esquizogonia Biológicas Capacidade de Resistência à agressão do hospedeiro Capacidade de resistir a ação do anticorpo ou de macrófagos Capacidade de induzir uma imunossupressão etc.. Biológicas Tropismo – facilitam a propagação, reprodução ou sobrevivência Geotropismo, termotropismo, quimiotropismo Classificação dos parasitos Quanto a especificidade e Ciclo biológico 17 Ciclo biológico – alternância de geração 18 Monogenéticos Parasitos não apresentam alternância de geração Possui um tipo de reprodução – Assexuada ou sexuada Ex.: Ascaris lumbricoides Heterogenético Parasitos apresentam alternância de geração Possui dois tipo de reprodução – Fase Assexuada e fase sexuada Ex.: Plasmodium spp Especificidade parasitária Afetam somente uma espécie hospedeira ou um grupo de espécies muito próximas Apresentam ampla variedade de hospedeiros 19 Estenoxenos (stenos: estreito) Eurixenos (eurys: largo, amplo) Ciclo biológico Parasitos exigem somente um hospedeiro, sem necessidade de hospedeiro intermediário As formas evolutivas são encontradas em mais de um hospedeiro hospedeiro intermediário e hospedeiro definitivo) 20 Ciclo biológico Monoxeno Ciclo biológico Heteroxeno Ascaris lumbricoides – só parasita humanos Classificação dos parasitos Especificidade: estenoxeno Tipo de ciclo: monoxeno Parasito exige apenas uma espécie de hospedeiro para completar seu ciclo biológico, e a espécie parasitada é sempre a mesma 21 Estenoxenos - Afetam somente uma espécie hospedeira Ciclo Monoxenos - Parasitos exigem somente um hospedeiro Não há hospedeiro intermediário Taenia solium HI HD Especificidade:estenoxeno Tipo de ciclo: Heteroxeno Para completar seu ciclo biológico obrigatoriamente necessitam passar por dois hospedeiros: Um é o hospedeiro definitivo o outro é hospedeiro intermediário Estenoxenos Afetam somente uma espécie hospedeira Ciclo Heteroxeno As formas evolutivas são encontradas em mais de um hospedeiro Hospedeiro intermediário e hospedeiro definitivo Classificação dos parasitos Classificação dos parasitos Especificidade: eurixeno, Tipo de ciclo: monoxeno Trichuris spp. 23 Eurixenos – Apresentam ampla variedade de hospedeiros Ciclo Monoxenos Parasitos exigem somente um hospedeiro, sem necessidade de hospedeiro intermediário Especificidade: eurixeno, Tipo de ciclo: heteroxeno Classificação dos parasitos www.who.int/tdr/diseases/Chagas/lifecycle.htm ≠ spp 24 Eurixenos vários Hospedeiros Ciclo Heteroxeno HI + HD Fonte: Adaptado de Celso Martins Pinto - Roteiro de Estudos de Parasitologia e Doenças Parasitárias em Medicina Veterinária, 2006 Quanto ao habitat 25 Normal - o parasita se encontra em determinado segmento, órgão ou tecido de seu hospedeiro e, somente assim, completa seu ciclo biológico Extraviado - pode ocorrer em outro hospedeiro e fora do seu habitat natural.Ex.: Toxocara canis, parasita do intestino delgado de cães, parasita o homem como larva migrans visceral Periódicos ou provisórios - são parasitos em uma fase do desenvolvimento (imaturo ou adulto) Ex.: Pulgas, Dermatobia (berne) Tempo de duração do parasitismo Dermatobia hominis- Berne Permanentes - passam a vida, em todos os seus estágios, espoliando o hospedeiro. Ex.: ácaros Demodex, piolhos Classificação dos parasitos Pediculus humanus http://www.nhm.ac.uk/nature-online/species-of-the-day/scientific-advances/disease/pediculus-humanus/index.html 26 http://www.nhm.ac.uk/nature-online/species-of-the-day/scientific-advances/disease Classificação dos parasitos Segundo o tempo de duração do parasitismo 27 Temporários ou intermitentes Realizam somente parte de seu desenvolvimento no hospedeiro se utilizam dele periodicamente para alimentação ou abrigo. Ex.: insetos hematófagos (mosquitos) Quanto ao requerimento de uma vida parasitária 28 Obrigatórios – parasitos cujo ciclo de vida sempre requer um hospedeiro a ser espoliado. Ex.: helmintos, pulgas, carrapatos Facultativos – parasitas que podem alternar ciclos de vida livre e parasitária. Ex.: larvas de moscas da família Sarcophagidae, Strongyloides stercoralis. Acidental – organismo que pode ser tornar um parasita de um hospedeiro (não habitual) em condições especiais. Ex.: Dipylidium caninum parasitando crianças. Classificação Hospedeiros Final ou definitivo hospedeiro no qual ocorre o desenvolvimento dos estágios sexuais do ciclo. Intermediário essencial para o ciclo, não é requerido por todos os estágios do parasita. Geralmente alberga as fases mais jovens do parasita. Fonte: Neves, 2002 Ciclo biológico da Taenia saginata 29 HD HI FATORES INERENTES AO PARASITO: número de formas infectantes, tamanho, localização, virulência cepa, metabolismo, Associação de um parasito com outras spp FATORES INERENTES AO HOSPEDEIRO: idade, nutrição, status imunológico, inter-ocorrência de outras doenças, Orgãos atingidos hábitos higiênicos, etc... Doença parasitaria A doença parasitária é um acidente que ocorre em consequência de um desequilíbrio entre o hospedeiro e o parasito 30 Fonte: Neves, 2002 Sobrevivência e permanência do parasita 31 Dependem dos seguintes fatores relacionado agente etiológico: Infectividade - capacidade de instalar-se no hospedeiro Patogenicidade - capacidade de determinar o aparecimento dos sintomas da doença Virulência - medida pela intensidade da manifestação clínica da doença Resistência - capacidade do parasita em sobreviver fora do organismo do hospedeiro Persistência - capacidade do parasita de permanecer em uma população de hospedeiros Tropismo -capacidade de deslocar-se em direção ao hospedeiro Tipos de ação do parasito sobre o hospedeiro 32 Ação Espoliativa Parasito absorve nutrientes ou sangue do hospedeiro Ex. Ancilostomideos ingerem sangue da mucosa intestinal para obtenção de Fe e O2 Ação Tóxica Produzem enzimas ou metabólitos que podem lesar o hospedeiro Ex. reações alérgicas provocadas por metabólitos de Ascaris lumbricoides Ação obstrutiva Podem impedir o fluxo de alimento, absorção alimentar Enovelamento de Ascaris lumbricoides dentro de uma alça intestinal Tipos de ação do parasito sobre o hospedeiro 33 Ação traumática Migração cutânea e pulmonar; Ulceras intestinais lesões hepáticas; Rompimento de hemácias Ancilostomatidae (larvas) Trichura trichiura Fasciola hepática Plasmodium Ação Irritativa Produzem lesões traumáticas Ventosas de cestoides ou de A. lumbricoides Ação enzimática Ação para lesar o epitélio intestinal Ex E. histolytica Classificação das infecções 34 Fitonoses - transmitidas dos fungos ao homem ex.: Paracoccidioidomicose - Paracoccidioides brasiliensis Zoonoses – doenças transmitidas entre animais vertebrados e o homem Antropozoonoses: uma zoonose mantida na natureza em reservatórios animais e transmitida ao homem ex.: leishmaniose tegumentar Zooantroponoses: doença primária do homem que pode ser transmitida aos animais ex.: cisticercoses Anfixenose: circula indiferentemente entre o homem e os animais ex.: doença de Chagas Antroponose – Doença exclusivamente humana - Transmissão se restringe aos humanos. Ex. filariose bancroftiana Conceitos epidemiológicos 35 Agente infeccioso - Parasito capaz de produzir infecção Fonte de infecção (FI) : Organismo vertebrado onde o agente pode sobreviver e multiplicar-se, tendo acesso ao meio exterior. Modalidades de fontes de infecção: doentes, portadores, reservatórios Suscetível - Hospedeiro passível de sofrer a infecção. Doença - qualquer manifestação clínica ou estado mórbido resultante de alterações dos mecanismos reguladores da homeostasia orgânica. Fonte: Neves, 2002 Conceitos epidemiológicos 36 Porta de entrada (PE) : Via pela qual o parasita penetra no novo hospedeiro (pele, mucosas, via oral, trato gênito- urinário). A entrada pode ser passiva ou ativa Via de eliminação (VE): É o meio ou veículo pelo qual o parasita é eliminado da fonte de infecção (secreções, excreções, sangue, exsudatos/descargas purulentas, descamações epiteliais, leite, placenta). A saída pode ser passiva ou ativa Via de transmissão (VT) : É o meio ou veículo pelo qual o parasita alcança o novo hospedeiro (água, ar, poeiras, solo, fômites, alimentos, hospedeiros intermediários, vetores). Período pré-patente - tempo que decorre a partir da penetração/ingestão do estágio infectante do parasita no hospedeiro até o aparecimento de ovos, larvas ou oocistos (formas jovens iniciais) da geração seguinte. Conceitos epidemiológicos Período de incubação - tempo que transcorre desde o contágio até a aparição dos primeiros sintomas da doença. Fonte: Neves, 2002 37 Incidência - frequência da doença num determinado período de tempo (casos novos). É calculada a partir do número de casos novos em relação à população não infectada. Prevalência - número total de casos na população em dado instante. A prevalência reflete um retrato instantâneo da população. Conceitos epidemiológicos Fonte: Neves, 2002 38 Interações parasita-hospedeiro Infecção: invasão e colonização do organismo hospedeiro por parasitos internos, como helmintos e protozoários Infestação: ataque ao organismo hospedeiro por parasitos externos, como os artrópodes Fonte: Neves, 2002 39 Saúde • Hospedeiro responde, parasita é eliminado Respostas do hospedeiro: interleucinas, citocinas, respostas de fase aguda, resposta inflamatória Cels. efetoras imunes: céls. T (helper, citotóxicas e supressoras); céls. B, macrófagos, etc. Doença Hospedeiro responde, mas parasita persiste Fatores não específicos: idade do hospedeiro, sexo, genética, céls. fagocíticas, status nutricional, virulência do parasita Ciclo doença – relação parasita-hospedeiro Fonte: Adaptado de Bush et al., 2001 40 Revisão 41 Parasitismo - surgiu – evolução das associações entre espécies onde uma das espécies foi beneficiada. A adaptação tornou o invasor (parasita) dependente do outro ser vivo. Uma espécie se beneficia da relação enquanto a outra sofre danos - Associação – unilateralidadede benefícios Parasita - Organismo que, com a finalidade de alimentar-se, reproduzir-se ou completar o seu ciclo vital, se beneficia (animal ou vegetal), de modo permanente ou temporário, produzindo efeitos deletérios ao hospedeiro. Parasitose - condição na qual o parasita é patogênico e causa danos ao hospedeiro Parasitíase – condição na qual o parasita é potencialmente patogênico, mas não causa danos aparentes ao hospedeiro (estado de portador). Revisão 42 Quanto ao ciclo biológico cada sp de parasito tem seu próprio hospedeiro A passagem do parasito de um hospedeiro a outro é um fenômeno complexo – transporte, momento adequado etc.. causa modificações e adaptações Quanto ao Ciclo biológico os parasitos podem ser : Monogenéticos - não apresentam alternância de geração - possuem um tipo de reprodução – Assexuada ou sexuada. Digenético - apresentam alternância de geração. Possuem dois tipo de reprodução – Fase Assexuada e fase sexuada. Monoxeno - Parasitos exigem somente um hospedeiro, sem necessidade de hospedeiro intermediário Heteroxeno - As formas evolutivas são encontradas em mais de um hospedeiro - hospedeiro intermediário e hospedeiro definitivo) Quanto a Especificidade parasitária podem ser : Estenoxenos - afetam somente uma espécie hospedeira ou um grupo de espécies muito próximas Eurixenos - Apresentam ampla variedade de hospedeiros Revisão 43 Segundo o tempo de duração do parasitismo os parasitos podem ser Temporários ou intermitentes - Realizam somente parte de seu desenvolvimento no hospedeiro se utilizam dele periodicamente para alimentação ou abrigo. Quanto ao requerimento de uma vida parasitária pode ser: Obrigatórios – parasitos cujo ciclo de vida sempre requer um hospedeiro a ser espoliado. Facultativos – parasitas que podem alternar ciclos de vida livre e parasitária. Acidental – organismo que pode ser tornar um parasita de um hospedeiro (não habitual) em condições especiais. Os fatores relacionado a sobrevivência e permanência do parasito no hospedeiro são: Infectividade - capacidade de instalar-se no hospedeiro Patogenicidade - capacidade de determinar o aparecimento dos sintomas da doença Virulência - medida pela intensidade da manifestação clínica da doença Resistência - capacidade do parasita em sobreviver fora do organismo do hospedeiro Persistência - capacidade do parasita de permanecer em uma população de hospedeiros Tropismo -capacidade de deslocar-se em direção ao hospedeiro Grupos de Interesse em Parasitologia 44 5 filos Protozoa - Unicelulares Platyhelminthes – vermes achatados Aschelminthes – vermes arredondados Acanthocephala - vermes arredondados com pseudo segmentação, proboscida com ganchos Arthropoda – insetos e ácaros http://www.ucmp.berkeley.edu/platyhelminthes/platyhelminthes.html http://en.wikipedia.org/wiki/Macracanthorhynchus_hirudinaceus Reino Protista Sub-reino: Protozoa Introdução à Protozoologia 45 Classificação - Taxonômica 46 Sub-reino Protozoa 7 Filos: Sarcomastigophora Apicomplexa Ciliophora Microspora Labyrinthomorpha Ascetospora Myxospora Interesse em parasitologia humana Vitor, 2002 Dependendo da sua atividade fisiológica, algumas espécies possuem fases bem definidas: 47 Trofozoíto – forma ativa na qual ele se alimenta e se reproduz por diferentes processos Cisto e oocisto – formas de resistência inativa- o protozoário secreta uma parede resistente (parede cística) que o protegerá quando estiver em meio impróprio ou em fase de latência Cistos – encontrados em tecidos e em fezes dos hospedeiros Oocistos – encontrados em fezes – provenientes de reprodução sexuada Gameta – forma sexuada – algumas spp Gameta ♂ = microgameta Gameta ♀ = macrogameta Reprodução: sexuada ou assexuada: 48 Assexuada: Divisão binária ou bipartição/cissiparidade; Brotamento ou gemulação Endogenia: formação de duas ou mais células-filhas por brotamento interno. Reprodução Assexuada 49 Esquizogonia: divisão celular seguida da divisão do citoplasma, constituindo indivíduos isolados. A membrana da célula-mãe se rompe e continuam a se desenvolver. Mais eficiente que a divisão binária, produzindo mais células- filhas. Existem três tipos de Esquizogonia: Merogonia: Produz merozoítos Gametogonia: Produz microgametas Esporogonia: produz esporozoítos. 1-zigoto, 2-esporozoítos, 3-merozoítos, 4-gametocitos. Reprodução Sexuada: 50 Conjugação – união temporária de dois indivíduos com troca mutua de materiais nucleares Singamia ou fecundação – união do micro e macrogameta formando ovo ou zigoto Zigoto – se divide e da origem aos esporozoítos Processo de formação de gametas –Gametogonia Processo de formação dos esporozoítos - Esporogonia Características gerais 51 Nutrição: Holofiticos ou autotróficos – a partir de cromatóforos sintetizam energia a partir de luz solar Holozóicos ou heterotróficos – ingerem partículas orgânicas (Fagocitose/pinocitose), digerem-nas (enzimas) e posteriormente expulsam os metabólitos Saprozóicos – absorvem substancias inorgânicas já decompostas e dissolvidas no meio liquido Mixotróficos – se alimentam por mais de um método Classificação - Reino Protista Levine, 1980 - (3/7 filos) Interesse médico Classe Filo Sub-Reino Protozoa Sarcomastigo phora Zoomastigoph orea 4 ordens Lobosea 2 ordens Apicomplexa Sporozoa 2 ordens Ciliophora Trichostomatida 1 ordem 52 Filo Sarcomastigophora 53 Possuem flagelos, pseudópodos ou ambos - organelas de locomoção São recobertos por um envelope composto por uma ou mais membranas celulares reforçadas internamente por microtúbulos Autotróficos, heterotróficos ou parasitas Filo Apicomplexa Grupo homogêneo Formas infectantes - na extremidade anterior um complexo de organelas destinadas a penetração nas células de seus hospedeiros – complexo apical ou conóide 1- anel polar, 2-complexo apical , 3-micronemas, 4-roptrias, 5-nucleo, 6-nucleolo, 7-mitocondria, 8- anel posterior, 9- membrana externa, 10- complexo de golgi, 11-citostoma 54 Filo Ciliophora Possuem: dois tipos de núcleos: Macro e micronúcleo Cílios simples ou organelas compostas presente em pelo menos alguma fase do ciclo evolutivo 1- vacúolo contráctil, 2- vacúolo digestivo, 3-macronucleo, 4-micronucleo, 5-citostoma, 6-cilios A maioria são de vida livre, muitas spp parasita de animais Sp parasita o homem: Balantidium coli, Pneumocystis carini 55 Filo Sarcomastigophora Família Ordem Classe Filo Sarcomastigophora Zoomastigophorea Kinetoplastida Trypanosomatidae Retortamonadida Diplomonadida Trichomonadida Lobosea 2 ordens Gêneros 2/9 Trypanosoma Leishmania Um flagelo livre ou membrana ondulante 56 Filo Protozoa, Sub filo Mastigohora, Ordem Kinetoplastida, Sub-ordem Trypanosomatina, Família Trypanosomatidae Morfologia Variada – usualmente alongada, delgada e arredondada Núcleo - localização variada Cinetoplasto – é uma mitocôndria modificada Flagelo – presente ou ausente (origina no reservatório) Axonema- eixo do flagelo Citostoma – permite a ingestão de partículas Existência e extensão da membrana ondulante Posiçãodo cinetoplasto relativa ao núcleo e as porções anteriores e posteriores da célula 57 Filo Protozoa, Sub filo Mastigohora, Ordem Kinetoplastida, Sub-ordem Trypanosomatina, Trypanosomatidae - Nomenclatura formas celulares As porções anterior e posterior da célula - em função do deslocamento do espécime em meio liquido flagelo - frente (anterior) restante da célula - atrás (posterior) Fonte: www.fiocruz.br/icc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=37 58 Família Trypanosomatidae - Diferenciação celular Os tripanossomatídeos apresentam alternância de formas celulares em seus ciclos biológicos Adaptação fisiológica ao ambiente específico ou em antecipação à próxima etapa do ciclo 59 Formas celulares de Trypanosomatidae A- amastigota; B-Epimastigota; C-Tripomastigota; D-Coanomastigota; E- Promastigota; F-Paramastigota; G-Opistomastigota B-C – flagelo emerge lateralmente ao corpo Fonte: www.fiocruz.br/icc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=37 60 Gêneros dos Protozoários Tripanosomatídeos 61 Genero Formas Evolutivas Ciclo de Vida Hospedeiros Principais Crithidia coanomastigota monoxenico insetos Wallaceina endomastigota monoxenico insetos Leptomonas promastigota monoxenico insetos Herpetomonas Pro-, para- e opistomastigota monoxenico insetos Phytomonas promastigota heteroxenico insetos e plantas Leishmania Amastigota (vertebrado) e promastigota e paramastigota (inseto) heteroxenico vertebrados e insetos (sandflies: Diptera: Phebotominae) Blastocrithidia epimastigota monoxenico insetos Trypanosoma vertebrado: Amastigota -em células Tripomastigota no sangue inseto - Tripomastigota metaciclicas e Epimastigota heteroxenico vertebrados e insetos America: “barbeiro”Hemiptera- Triatominae. África: moscas tsé-tsé (Glossina sp.) Endotrypanum promastigota (inseto) e epi-/tripomastigota (vertebrado) heteroxenico Insetos e no interior de hemácias no sangue de preguiças Paleoleishmania Promastigota ?? em insetos (sandflies: Diptera: Phebotominae) fosseis em ambar Paleotrypanosoma tripomastigotas ?? Em insetos (mosquito-polvora: Diptera: Ceratopogonidae) fosseis em ambar Fonte: www.fiocruz.br/icc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=37 Leishmaniose Tegumentar Leishmania spp 62 Fonte:GLEISH/FMT Leishmania Protozoários flagelados heteroxeno e eurixeno que causam as leishmanioses caracterizados por apresentarem duas formas evolutivas durante seu ciclo vital: 63 Amastigota HV Promastigota HI Fonte:GLEISH/FMT Morfologia 64 Amastigota Ovoides ou esféricas, sem flagelo livre Tamanho varia de acordo com a sp Promastigota Alongadas, com flagelo livre na região anterior, núcleo na região central, cinetoplasto entre a extremidade da região anterior e o núcleo; Tamanho variável, mesmo dentro de uma mesma sp, seja no tubo digestivo do vetor ou na cultura – 16-40 µm C e 1,5- 3 µm L Paramastigota Ovais ou arredondadas com o cinetoplasto margeando o núcleo ou posterior a este e um flagelo livre Tamanho varia 5-10 µm x 4-6µm Fonte: GLEISH/FMT/FIOCRUZ Reprodução 65 Divisão binária Promastigotas – vetor Amastigotas – interior dos fagossomas de macrófagos Leishmaniose São doenças infecto contagiosas que podem ser classificada como zoonose, pelo fato de ser transmissível dos animais ao homem, e vice e versa, através da picada de insetos flebotomíneos 66 (WHO 2003) Histórico 67 História que remonta até o 1º. Séc. dC. Cerâmica pré-inca do Equador e Peru - lesões sugestivas leishmaniose cutânea e mucocutânea. Texto inca do século 15 e 16 /relatos de conquistadores espanhóis - presença de lesões de pele em trabalhadores rurais que voltavam dos Andes. Úlceras assemelhava lesões hanseníase e foram rotulados de "lepra branca", "doença dos Andes", ou "doença do vale. MS 2000 Histórico 68 " Na África e na Índia, relatórios em meados do século 18 descrevem a doença hoje conhecida como leishmaniose visceral, como "kal -azar "ou" febre negra. "Em 1756, Alexander Russell fez um importante avanço na descoberta de leishmaniose depois de examinar um paciente turco. cicatriz feia, que se mantém ao longo da vida Histórico - Brasil 69 1855 - Cerqueira – lesões 1909 - Lindemberg, Carini e Paranhos – parasitos pacientes de Bauru 1911 - Gaspar de Oliveira Viana - (1885-1914) Médico patologista/pesquisador brasileiro - nova espécie Leishmania braziliensis 1912 – descobriu o tratamento da doença - Tártaro emético ou antimonial - eficaz para conter a enfermidade substância também usada no granuloma venéreo e na esquistossomose http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaspar_Viana Desde 1764 - Insetos - como transmissores das leishmanioses nas Américas habitantes dos Andes Peruvianos diziam que a doença era causada pela picada de pequenos insetos chamados Uta 1ª. Descrição científica de um flebotomíneos foi feita por Philippo Bonanni em 1691 – Roma 1931 Shortt et. – Evidenciaram – experimental - envolvimento de flebotomíneos na transmissão de Leishmania Brasil – 1920 – Cerqueira, Beaurepaire e Aragão - evidencias de transmissão flebotomíneos Histórico Distribuição Geográfica Mundial Encontrada em cerca de 88 países > regiões tropicais e subtropicais - América do Sul e Central aos desertos na Ásia Ocidental. Aproximadamente 350 milhões de pessoas vivem nessas áreas Mais de 90% casos mundiais de LV - na Índia, Bangladesh, Nepal, Sudão e Brasil. Sul da Europa - Ásia (exceto Sudeste Asiático), o Oriente Médio e África Encontrada no México, América Central e América do Sul Norte da Argentina ao Texas (exceto Uruguai, Chile, ou Canadá), 71 (WHO 2003) Distribuição Geográfica Mundial 72 (WHO 2003) http://www.morooka.com/ww_america.html Distribuição - Américas Fonte: SVS e DESP/MS Américas – Sul dos Estados Unidos - Norte da Argentina Brasil – Notificada em todo país Crescimento: magnitude e expansão geográfica 1985 a 2005 Σ anual - 28.568 casos 1999 a 2005 Σ anual – 31.204 casos 2006 a 2010 Σ anual – 22.985 casos Expansão geográfica Distribuição espacial dos casos de LTA na Região Norte segundo municípios de notificação 2001 2004 2008 Sem registro de casos 1 a 20 casos 21 a 50 casos 51 a 100 casos > 100 casos Fonte: SINAN Fonte: Sinan LTA Região Norte - Distribuição dos casos - município de ocorrência - 2001 a 2008 BR 174 AM 010 Tarumanzinho Tarumã Açu Puraquequara Espacialização da Leishmaniose no Município de Manaus Guerra et al., 2006 (CSBMT 13 55 13 57 12 72 13 53 34 64 16 41 25 28 25 32 12 50 1 73 3 25 90 34 24 19 82 74 1 15 57 99 6 22 90 71 5 20 72 17 44 22 17 21 57 39 68 23 13 20 27 16 04 24 43 19 42 15 42 12 79 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 No . d e c as os Ano Outros municípios Manaus Total No. de casos de LTA/AM – 1981 a 2010 LTA do Estado do Amazonas municípios com maior número de casos Nome comum Leishmaniose Tegumentar Botão do oriente Sinonímia: Cravo ou Botão de Biskra , Botão de Touggourt, Botão de Zibans, Botão de Laghouat e Botão d'Ouargla na Argélia; Botão de Tebessa ou de Gafsa na Tunísia; Botão do Nilo no Egito; Botão d'Alep na Síria; Botão de Bagdad ou de Bouchir na Arábia; Botão de Delhi na Índia, Botão das Filipinas nesse mesmo país e Úlcera de Baurú no Brasil. Leishmaniose Visceral Calazar 79 LTA - Enfermidade polimórfica da pele e das mucosas caracterizada pela presença de: lesões ulcerosas, indolores, únicas ou múltiplas - forma cutânea simples, lesões nodulares - forma difusa ou lesões cutâneo-mucosas (forma cutâneo-mucosa) que afetam regiões nasofaríngeas concomitantemente ou após uma infecção cutânea inicial. LV - Manifestações sistêmicas caracterizadas principalmente por febre prolongada, hepatoesplenomegalia e pancitopenia periférica (forma visceral ou calazar) 80 Leishmanioses - Formas clínicas Formas Clínicas - LTA Cutânea única Disseminada Difusa Comprometimento da imunidade Mais de 20 lesões Fotos: acervo Dr. Jorge Guerra Um amplo espectro de formas pode ser visto na LTA, intimamente ligada ao estado imunológico do paciente lesões ulcerosas, indolores, únicas ou múltiplas Formas Clínicas - LTA Mucosa primária secundária concomitante Fotos: acervo Dr. Jorge Guerra afetam regiões nasofaríngeas concomitantemente ou após uma infecção cutânea inicial Distribuição espacial - Leishmania spp Spp de Leishmania (Ross, 1903) causam doença humana são classificadas de acordo com as suas principais características (complexos), distribuição geográfica, tamanho etc. 83 23 Spp Patogênicas (OMS, 1990; 2009) Classificação - Leishmania Leishmania Leishmania L. donovani L. archibaldi, L. chagasi, L. donovani, L. infantum L. tropica L. killicki, L. tropica L. major L. major L. aethiopica L. aethiopica, L. garnhami L. mexicana L. amazonensis L. mexicana, L. pifanoi, L. venezuelensis Não patogênicas ao homem Velho mundo - L. arabica, L. gerbilli Novo mundo - L. arisitidesi, L. enriettii, L. deanei, L. hertigi Viannia L. brasiiensis L. brasiliensis, L. peruviana L. guyanensis L. guyanensis, L. panamemsis L. lainsoni, L. naiffi L. shwaii, L. lindembergi Complexos Lainson & Shaw, 1987, 1997 84 S ub g ê ne ro G ê ne ro Espécies Formas clínicas Distribuição Ciclo de transmissão Velho Mundo Leishmania (Leishmania) aethiopica LC LCD África (Etiópia e Kênia) Zoonótico L. (L.) killicki LC Norte da África Zoonótico L. (L.) major LC LCM Norte e leste da África, Ásia central Zoonótico L. (L.) tropica LC LCM Norte e leste da África, Ásia central e sul Antroponótico L. (L.) donovani LDPC LV África, sudeste e centro da Ásia Antroponótico Novo Mundo L. (Viannia) braziliensis LC LCM Am. do Sul, partes da Am. Central e México Zoonótico L. (V.) panamensis LC LCM América do Sul, sul da América Central Zoonótico L. (V.) peruviana LC América do Sul Zoonótico L. (V.) guyanensis LC LCM América do Sul Zoonótico L. (V.) lainsoni LC América do Sul Zoonótico L. (V.) colombiensis LC Região norte da América do Sul Zoonótico L. (L.) amazonenses LC LCM LCD América do Sul Zoonótico L. (L.) mexicana LC LCD América Central, México e Estados Unidos Zoonótico L. (L.) pifanoi LC América do Sul Zoonótico L. (L.) venezuelensis LC Região norte da América do Sul Zoonótico L. (L.) garnhami LC América do Sul Zoonótico L. (V.) lindembergi LC América do Sul Zoonótico Novo e Velho Mundo L. (L.) infantum / L. chagasi LC LCM LV Europa, norte da África, Américas Central e Sul Zoonótico Distribuição das espécies de Leishmania causadoras de doença humana LC= Leishmaniose cutânea LCM= Leishmaniose cutânea mucosa LV= Leishmaniose visceral LCD= Leishmaniose cutâneo difusa LDPC= Ciclo de Transmissão (WHO 2003) Aspectos biológicos - Hospedeiros vertebrados Grande variedades de mamíferos: roedores, endentados - tatu, tamanduá, preguiça marsupiais canídeos e primatas, incluindo o homem. http://www.avph.com.br/dinocanis.htm Reservatórios Leishmania (V.) braziliensis Roedores, cães e equinos www.terrambiente.org/.../images/opossum01.jpg cienciahoje.uol.com.br/... Brasil/MS 2000 www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/animais/i... Lainson et al., 1981; Falqueto et al., 2003; Brandão-Filho et al., 2003 Leishmania (V.) guyanensis Preguiça (Choloepus didactylus) Tamanduá (Tamandua tetradactyla) Gambá (Didelphis marsupialis) Leishmania (L.) amazonensis Rato silvestre (Proechimys sp.) Aspectos biológicos – hospedeiros invertebrados Fêmeas de insetos - Diptera, Família Psychodidae subfamília Phlebotominae gênero Phlebotomus e Lutzomyia. Conhecidos como: Cangalha, Cangalhinha, mosquito-palha, catuqui, birigui, tatuíra, etc Características: são menores que os pernilongos comuns; muito pilosos e de coloração clara (cor de palha ou castanhos claros); facilmente reconhecidos pela atitude que adotam quando pousam Dois gêneros importantes na epidemiologia da Leishmaniose: 1. Lutzomya – Novo mundo 2. Phlebotomus - Velho mundo Comportamento ♀ necessitam de sangue - desenvolvimento dos ovos Aparelho bucal picador sugador - curto 91 Ciclo vida - Phlebotominae 7 a 10 dias 20 a 30 dias 10 dias Lutzomyia longipalpis ~ 30 a 40 dias Lu. umbratilis ~ 60 dias incubação larva Pupa Adulto Fotos: (ovo, larva - GENT/FMTAM) (pupa - CUNL) adulto - cienciahoje.uol.com.br/ 20 dias Leishmaniose Período Intrínseco Semana a vários meses Período Extrínseco 8 a 20 dias Parasito – Vetores / - Brasil Espécie Leishmania Espécie Phlebotominae L. (Leishmania) amazonensis Lutzomyia flaviscutellata, Lu. olmeca nociva. L. (Viannia) braziliensis Psychodopygus wellcomei, Lu. whitmani, Lu. migonei, Lu. pessoai, Lu. intermedia, Lu. carrerai L. (Viannia) guyanensis Lu. umbratilis, Lu. anduzei e Lu. whitmani L. (Viannia) lainsoni Lu. ubiquitalis L. (Viannia) naiffi Psychodopigus paraensis, Ps. ayrozai, Ps. squamiventris L. (Viannia) shawi Lu. whitmani L. (Viannia) lindembergi Lu. antunesi L. (Leishmania) chagasi Lu. longipalpis Comportamento Vivem: Copa das arvores No solo Foto gentilmente cedida pelo Dr. Jeffrey Shaw - ICB, USP Fonte: GENT/FMT Comportamento Ambientes extra domiciliares são: raízes tubulares de árvores, ocos, depressões e buracos de tronco e toca de animais: entre e sob as rochas, fendas e juntas. No ambiente domiciliar e peridomiciliar: chiqueiro de porcos, bananais Fonte:GENT/FMT A sazonalidade e a densidade - dependem de alguns fatores temperatura, umidade(chuva), velocidade dos ventos; aumentar nos meses quentes e úmidos Diminui nos meses frios coincide com época de incidência da doença Comportamento Spp - adaptam ao ambiente domiciliar humano, quando ocorre destruição do seu habitat natural. Fonte: FMTAM Gerência de leishmaniose http://janelaselvagem.wordpress.com/category/noticias/page/2/ Ciclo Biológico 96 - Formas amastigotas de Leishmania são encontradas parasitando células do Sistema Mononuclear fagocitário (SMF) do hospedeiro vertebrado - macrófagos (pele) - Nos macrófagos sobrevivem e se multiplicam Ciclo Biológico Hospedeiro Vertebrado 97 http://www.nature.com/nrmicro/journal/v5/n11/fig_tab/nrmicro1748_F3.html 1. Dentro de 4 a 8 horasas formas Promastigota são interiorizados pelos macrófagos teciduais (Vacúolos digestivos) - fagocitam os parasitos no meio intersticial – não conseguem destrui-los 2. Rapidamente se transformam em amastigotas, que são encontradas no sangue 24 horas após a fagocitose. As amastigotas resistem à ação destruidora dos macrófagos e se multiplicam intensamente, até ocupar todo o citoplasma. O macrófago se rompe, liberando as amastigotas, que vão penetrar em outros macrófagos, iniciando a reação inflamatória. Ciclo Biológico Hospedeiro Invertebrado 98 http://www.nature.com/nrmicro/journal/v5/n11/fig_tab/nrmicro1748_F3.html Hospedeiro Invertebrado 1. Ao picar o individuo infectado o flebotomíneos ingere formas amastigotas – no tubo digestivo evoluem para a forma Promastigota, estas por divisão binária longitudinal – promastigotas metaciclicas Entre 3 e 4 dias após a digestão do sangue, a membrana peritrófica se rompe - Promastigotas livres Nesta etapa - Promastigota permanecem reproduzindo-se por divisão binária Podem seguir dois caminhos dependendo da espécie do parasito. Complexo braziliensis 99 Intestino posterior - colonizam as regiões do piloro e íleo (seção peripilária) Após a migração, os parasitas voltam às formas paramastigotas aderentes diferenciando-se pequenas promastigotas infectantes, altamente móveis, se deslocam para o aparelho bucal do inseto. Promastigotas - paramastigotas - flagelo adere ao epitélio intestinal através de hemidesmossomas Se dividem novamente dando origem a promastigotas - migram através do estômago em direção a faringe do inseto. L. brasiliensis, L. peruviana Ciclo Biológico - Complexo mexicana promastigotas multiplicam- se livremente ou aderem paredes do estômago - desenvolvimento restrito ao intestino anterior e médio (abdominal e torácico) Promastigota migram para a região anterior do estômago, onde transformam-se em Paramastigota, colonizam o esôfago e a faringe - neste local, diferenciam-se em promastigotas infectantes, semelhante ao desenvolvimento anterior O tempo necessário para que o ciclo se complete varia entre 3 a 5 dias para diferentes espécies L. amazonensis L. mexicana, L. pifanoi, L. venezuelensis seção suprapilaria Ciclo Biológico e Formas evolutivas 101 Fonte: http://www.fcfrp.usp.br Hospedeiro Invertebrado Em grande quantidade invadem as porções anteriores do estomago do flebotomíneos – grande multiplicação dificulta a ingestão de sangue – assim e levado as spp a picar e sugar muitas vezes Diagnóstico – LTA 102 Clínico • Procedência de áreas de transmissão • LM - História de LTA anterior Diagnóstico – LTA 103 Laboratorial •Pesquisa do parasito • Exame direto • Aspirado • Biópsia – Histopatologia - borda da lesão , fixar em formol a 10% incluir em parafina • Cultura • Pesquisa do DNA do parasito Métodos Imunológicos Teste de Montenegro - IDRM ELISA/RIFI Diagnóstico – LTA 104 Laboratorial •Pesquisa do parasito • Biópsia – Histopatologia - borda da lesão , fixar em formol a 10% incluir em parafina Diagnóstico – LTA 105 Laboratorial •Pesquisa do parasito • Aspirado Laboratorial • Pesquisa do parasito • Cultura • Pesquisa do DNA do parasito Diagnóstico – LTA 106 Diagnóstico – LTA – Métodos Imunológicos 107 Foto: Roosevelt Oliveira IDRM – Teste de escolha LC/LM/LCM – evidencias epidemiológicas - Avalia a reação de hipersensibilidade retardada do paciente – injeta-se 0,1ml do antígeno de promastigota de cultura Leishmania Positivo – 48-72h - diâmetro de enduraçao ≥ 5mm ELISA/RIFI As formas amastigotas rapidamente se transformam em formas promastigotas (formas flageladas) no intestino dos vetores. Essas formas dividem-se ativamente e, no novo repasto, são injetadas na pele do hospedeiro. Ao picar os reservatórios infectados, as fêmeas dos flebotomíneos adquirem as formas amastigotas Imunopatogenese As leishmânias são parasitos dimórficos. Flebotomíneos representam o elo entre os reservatórios e o homem Homem - hospedeiro acidental de Leishmania Imunopatogenese 109 Devido ao seu curto aparelho bucal os flebotomíneos são incapazes de canular pequenos vasos da derme provocando lesões – laceram o vaso http://www.cdc.gov/healthypets/diseases/leishmania.htm imunopatogenese 110 As formas promastigotas metaciclicas encontrarão: Hospedeiro vertebrado - proteínas do soro – proteínas do complemento, anticorpos IgG e a fibronectina Anticorpos da classe IgG e as fibronectinas participam do processo de adesão das promastigotas infectantes ao macrofago por meio de receptores para a porção Fc das IgG. Hospedeiro vertebrado (Inseto): saliva e fluidos digestivos do inseto – a saliva contribui na infecciosidade das formas promastigotas por meio de substancia vasodilatadora (maxidilan) – essa substancia imunossupressora parece inibir a apresentação de antígenos de Leishmania pelos macrófagos. Determinantes da variação na resposta inume a Leishmaniose Diferentes espécies? Resposta individual? ??? Adaptação? Genética? Vetor? Aspectos Imunológicos Aspectos da Resposta imune na Leishmaniose Uma resposta celular e humoral contra o parasito é desenvolvida pelo sistema imune do homem. Apesar dos estudos imunológicos realizados nos últimos anos os mecanismos envolvidos na resposta imune (RI) de portadores de LTA não estão claramente elucidados. A maioria dos estudos de mecanismo de RI tem sido realizadas em modelos murinos – sendo caracterizados dois padrões de resposta Th1 e Th2 Ezra N, Ochoa MT, Craft N. Human immunodeficiency virus and leishmaniasis. J Global Infect Dis 2010;2:248-57 Aspectos da Resposta imune na Leishmaniose Na Modulação da RI o Macrófago apresenta os antígenos aos linfócitos TCD4 – podem ser divididos em 2 subpopulações : A resistência do Hospedeiro está associada a ativação seletiva e diferenciação de cels. efetoras Th1- secretam um padrão de citocinas especificas - citocinas pré-inflamatórias A suscetibilidade à infecção está relacionada à resposta de cels CD4 (Th2) que secretam citocinas especificas Tratamento – LT/LV 114 Drogas recomendadas pelo MS 2000 Antimoniais (Glucantime) – 20 dias de tratamento Pentamidina – 3 doses com dois ou sete dias de intervalo Anfotericina B Outras drogas com potencial: Miltefosina – oral Operacionalização Drogas de uso parenteral Interrupção dos cursos Desenvolvimento de resistência Pacientes imunodeprimidos Seguimento dos casos (70 % não retorna) Aspectos terapêuticos problemáticos: Tratamento Medidas de prevenção: Zoonose primitiva das florestas LTA resiste a qualquer medida preventiva aplicável as doenças transmitidas por vetores. Na maior parte das áreas endêmicas , onde se observa o padrão clássico de transmissão, quase nada pode ser feito em relação a profilaxia da doença, dada a impossibilidade de se atuar sobre a fonte de infecção silvestre. Medidas devem ser adotadas: medidas clínicas, diagnóstico precoce e tratamento. Toda a pessoa que apresentar ferida de difícil cicatrização deverá procurar a Unidade Básica de Saúde, para a realização do exame específico e tratamento. medidas de proteçãoindividual - meios mecânicos: Uso de mosquiteiros simples, Telas finas em portas e janelas , Evitar a frequência na mata, principalmente no horário noturno, a partir das 20:00 horas (crepúsculo) sem o uso de roupas adequadas, boné, camisas de manga comprida, calças compridas e botas além do uso de repelentes. Medidas educativas Atividades de educação em saúde - inseridas em todos os serviços que desenvolvem as ações de controle de LTA, Envolvimento efetivo das equipes multiprofissionais e multiinstitucionais Trabalho articulado nas diferentes unidades de prestação de serviço Medidas de prevenção: Capacitação das equipes, englobando conhecimento técnico, os aspectos psicológicos e a prática profissional em relação à doença e ao doente; Medidas de prevenção: Medidas de controle Notificação do caso suspeito de autoctonia - Complementação da ficha de investigação epidemiológica; Delimitação da área de foco definido como espaço de transmissão Poderá ser a residência, local de trabalho ou área para onde o paciente tenha se deslocado; aonde existam fatores de risco necessários para a transmissão Onde ocorre relacionamento da população humana local com flebotomíneos transmissores áreas onde houve modificação do ambiente natural Onde tenha sido detectado um ou mais casos autóctones; Busca ativa; Atividades de educação/divulgação. Controle Químico Condição - transmissão domiciliar - ocorrência de 2 ou mais casos na área de foco, período de 6 meses. Método - inseticidas de ação residual: Piretróides Deltametrina SC ou CE 2,5% (200 ml produto para 8 litros de solvente). Deltametrina SC 5,0% (100 ml produto para 8 litros de solvente). - 1ciclo de borrifação, em todas as unidades domiciliares da área delimitada, teto ao chão e beirais. - repetição de novo ciclo a cada 6 meses(até completar 6 meses), na condição de ocorrência de novos casos Não ocorre na Amazônia – realidade diferenciada BR 174 AM 010 Tarumanzinho Tarumã Açu Puraquequara Espacialização da LTA Manaus Guerra et al., 2006 (CSBMT) LEISHMANIOSE VISCERAL 1885 - descrita 1ª. vez Cunnigham - uma afecção parasitária. 1901 - A doença tornou-se conhecida como leishmaniose - William Leishman, um médico escocês - Exército britânico na Índia – 1ªs. manchas de Leishmania - em Dum Dum, uma cidade perto de Calcutá Descobriu corpos ovóides no baço de um soldado britânico que estava passando por crises de febre, anemia, atrofia muscular e inchaço do baço. Descreveu a doença como "febre do dum dum" e publicou suas descobertas em 1903. Histórico Charles Donovan também reconheceu esses sintomas em outros pacientes kal-azar e publicou sua descoberta poucas semanas depois de Leishman. Leishman e Donovan descobriram - o gênero Leishmania Histórico http://commons.wikimedia.org/wiki/File:William_Boog_Leishman.jpg Usando a coloração de Leishman, as amastigotas eram conhecidas como corpos Leishman-Donovan Oficialmente - espécie se tornou conhecido como L. donovani . Histórico 1934 - Penna - relatou os primeiros casos de leishmaniose visceral no Brasil 1956 - Deane e Alencar publicaram um estudo clássico sobre a epidemiologia da doença no estado do Ceará. Desde então a leishmaniose vem sendo amplamente estudada nos órgãos nacionais de pesquisa. Leishmaniose Visceral (LV) ou Calazar Doença de manifestação generalizada, Frequentemente apresenta: o Febre irregular de longa duração o Hepatoesplenomegalia o Emagrecimento o Linfadenopatia - o Pancitopenia periférica - Agentes Etiológicos Os agentes etiológicos da leishmaniose visceral americana estão agrupados no complexo donovani, onde são reconhecidas atualmente três espécies como agentes etiológicos da doença: Leishmania (Leishmania) donovani Leishmania (Leishmania) infantum Leishmania (Leishmania) chagasi (Novo Mundo) LV - Presença de Leishmânias em macrofágo de material retirado por punção esplênica Fonte:GLEISH/FMT Espécie Características - Foco de maior incidência L. (L.) donovani Antroponose, provoca a forma visceral e a leishmaniose dérmica pós-calazar em adultos. Índia L. (L.) chagasi Zoonose (cão e raposa), provoca a forma visceral em crianças. América Latina http://www.nanotech.dtu.dk/Research-mega/Projekter/Externally_Funded_Projects/Phototoxic_effect Espécie Características Foco de maior incidência L. (L.) infantum Zoonose (cão, chacal e roedores), provoca forma visceral em crianças. Mediterrâneo, Europa, África e China •Indiano (homem, adultos jovens) •Sudanês (zoonose, adultos jovens, epidemias) •Africano (zoonose, crianças, endêmico-epidêmico) •Asiático (Epidêmicos e endêmicos) •Mediterrâneo (Zoonose de cães, crianças, urbano-endêmico) •Americano (semelhante ao do Mediterrâneo) TIPOS EPIDEMIOLÓGICOS DO CALAZAR Fonte: MS/BR 1999 Distribuição Geográfica http://www.ufpe.br/biolmol/Leishmanioses-Apostila_on_line/infogerais.htm Leishmaniose visceral no mundo Distribuição Geográfica Nas Américas: Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia, Venezuela, Colômbia, Peru, Guatemala e México. Brasil - 90% dos casos verificados na América. Doença de área silvestre ou rural, com a ocorrência associada a estes ambientes e a crianças. vem sofrendo um processo de urbanização As alterações ambientais forçam a adaptação do vetor ao ambiente urbano o ciclo da pobreza no meio rural e nas pequenas cidades expulsam um vasto de contingente populacional do campo para as cidades deslocamento da faixa etária com um número cada vez maior de pessoas com mais de 15 anos sendo afetadas. Casos de LV – Brasil - 2002 134 Fonte: SINAN/SVS/MS Distribuição Geográfica Por condições socioeconômicas estas populações migram para o meio-urbano e continuam a manter vínculo com o seu passado rural e mantendo seus cães e pequenos animais de produção. Atualmente todas as regiões do Brasil tem registro de casos autóctones Não há registros de ocorrência de casos autóctones do estado do Amazonas (Área Yanomami?) Vetorial Lainson e Shaw, 1988 - duas linhagens de Leishmania se desenvolvem no flebotomíneos. Uma - promastigotas infectantes Outra promastigotas não infectante. O motivo e significado desta linhagem não infectante permanece desconhecido. Outras formas - menos comuns Congênita - leucócitos parasitados Transfusões sanguíneas Acidentes laboratoriais Formas de transmissão Ciclo de transmissão http://en.wikipedia.org/wiki/Leishmania Ciclo Biológico - vetor Fêmea - repasto sanguíneo ingere formas amastigotas. Os amastigotas liberados no lúmen intestinal do mosquito multiplicam-se, gerando promastigotas (15h após o repasto). Os promastigotas - divisão binária - colonizam esôfago e faringe do flebotomíneo - paramastigotas que retornam à forma promastigotas . O flebotomíneo inocula as formas promastigotas no hospedeiro vertebrado durante o repasto sangüíneo as promastigotas são fagocitados, transformam-se em amastigotas. Três ciclos epidemiológico na transmissão Silvestre: raposas de hábito migratório disseminando a doença e escondendo-se em tocas e buracos repletos de mosquitos. O homem e o cão são infectados quando vão caçar ou acampar. Doméstico: o cão é o reservatório da doença Peridoméstico: raposasinfectadas por flebotomíneos próximas às fazendas, rondando galinheiros e permitindo que os mosquitos do local adquiram o parasita ao picar as raposas . Ciclo enzoótico silvestre - raposas e outros animais e Lutzomyia longipalpis; Invasão vetor das moradias localizadas na proximidade da floresta infecção cão e homem (Lainson e Rangel, 2005) Eco-epidemiologia da leishmaniose visceral americana Ciclo de transmissão- Reservatórios Parasitismo cutâneo intenso comum o isolamento do parasito no sangue periférico. Cães e raposas - fontes de infecção para os flebotomíneos mantêm os ciclos tanto em ambiente domiciliar como silvestre respectivamente. Os cães constituem o principal elo de transmissão. As raposas fazem o papel de reservatórios silvestres Ciclo de transmissão - Reservatórios (Brasil) Ciclo silvestre as raposas Cerdocyon thous - R. Norte e Nordeste Ciclo Doméstico e peri-doméstico: cão doméstico (Canis canis), Marsupiais (Didelphis albiventris e D. marsupialis) Homem Aves domésticas e até porcos, fonte de alimento para o inseto transmissor Os ciclos podem ocorrer concomitantemente Áreas de ocorrência Leishmaniose Visceral - Estado de Roraima Fonte:GLEISH/FMT http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702000000200009 Inaparentes - Caracterizam-se pela ausência de sinais, clínicos, geralmente, encontrados em inquéritos sorológicos em áreas endêmicas, IDRM positivo ou encontro de parasitas em tecidos Oligossintomáticas - febre baixa ou ausente, hepatomegalia e discreta esplenomegalia, adinamia, ausência de hemorragias ou caquexia. Podem facilmente ser confundidas com outros processos infecciosos de caráter benigno Agudas - Quadros febris de mais de duas semanas, história de tosse e diarréia associados a visceromegalia moderada LV - Formas Clínicas Incubação: 30 a 90 dias (10 a 180) Fonte:GLEISH/FMT Quadro de desnutrição importante Febre irregular, anemia, leucopenia, e volumosa hepatoesplenomegalia, Evolução arrastada, mais de três meses Caquexia, palidez acentuada, manifestações hemorrágicas (epistaxe e gengivorragia) Infecções bacterianas associadas - respiratórias e de pele LV - Formas Clínicas Clássicas Fonte:GLEISH/FMT http://vl-ethiopia.huji.ac.il/ Forma evolutiva do Calazar clássico Respondeu parcialmente ou não, ao tto com as drogas de escolha Tendem a ser clinicamente mais graves História clinica prolongada Ttos anteriores muitas vezes inadequados Importantes alterações hematológicas, alterações hepáticas evidentes. Requerem manuseio com drogas alternativas em hospitais de referência terciária LV - Formas Clínicas refratárias Fonte:MS/BR Fonte:GLEISH/FMT Leishmaniose Visceral - Diagnóstico LABORATORIAL: Punção de medula óssea - esterno, tíbia, crista ilíaca Punção esplênica (risco de ruptura da cápsula esplênica) •Exame direto (Giemsa, panótico) •Cultura •Imunológico: ELISA, RIFI - Títulos acima de 1:200 •IDRM - É negativa durante a doença ativa e passa a positivo após tratamento (virada do Montenegro) Punção de medula óssea - Procedimento Leishmaniose Visceral - Diagnóstico Fotos: Jorge Guerra Leishmaniose Visceral - Diagnóstico Fotos: Jorge Guerra Imunidade Atualmente sabe-se que a leishmaniose visceral induz uma imunidade caracterizada por uma elevação nos níveis de imunoglobulinas séricas, principalmente IgG, e uma fraca resposta imune celular. Esta exacerbação dos níveis de IgG acarreta um hipergamaglobulinemia que aumenta gradativamente no decorrer da doença. Além disso, a imunidade é duradoura e efetiva após o tratamento, visto que não há relatos de casos de recidiva Patogenia As alterações patológicas podem iniciar na pele, com a formação de um nódulo (leishmanioma) no local em que o flebotomíneo inoculou a forma promastigota da Leishmania (Leishmania) chagasi. Após este episódio, ocorre uma visceralização em que os amastigotas são encontrados em células do Sistema Monocítico Fagocitário (SMF) em órgãos como o baço, linfonodos, medula óssea e fígado. Nestes órgãos haverá grande parte das mais graves lesões encontradas na doença. O sangue periférico dos seres humanos dificilmente apresenta parasitas, mas os cães e raposas freqüentemente revelam uma grande carga parasitárias na corrente sangüínea, justificando o motivo de estes animais serem incriminados como os principais reservatórios da doença. TRATAMENTO Tratamento específico: Antimoniais N-metil glucamina (Glucantime) 20 mg/kr/dia durante trinta dias Anfotericina B (Fungizon, Ambisome) Pentamidina (Pentacarinat) Miltefosina (Impavido ) CONTROLE Controle de vetor Controle de reservatórios Tratamento dos casos ativos Vacinação ??? AÇÕES PRINCIPAIS Diagnóstico precoce e tratamento adequado Redução do contato homem - vetor: inseticida proteção individual controle de reservatórios Medidas Educativas AÇÕES PRINCIPAIS Medidas Administrativas, com programação para: fornecimento de insumos p/ diagnóstico complementar; investigação de focos; recebimento de notificação; orientação terapêutica padronizada; fornecimento de medicação e apoio de aplicação; investigação epidemiológica Bibliografia consultada 162 Altamiro-Enciso, AJ. Sobre a origem e dispersão das leishmanioses cutânea e mucosa com base em fontes históricas e pré –colombianas. Historia, Ciências e Saúde. 2003; 10(3)853-82. Lainson R. Espécies neotropicais de Leishmania: uma breve revisão histórica sobre sua descoberta, ecologia e taxonomia. Rev Pan-Amaz Saude 2010; 1(2):13-32 Marcondes CB. Entomologia Médica e Veterinária. 2ª. Ed. Atheneu. 2011. Marcondes CB. Doenças transmitidas e causadas por artrópodes. São Paulo:Ed. Atheneu. 2009. Neves DP. Parasitologia Humana. 10ª. Ed. Atheneu. 2002. Rey L. Bases da parasitologia Médica. Editora Guanabara e Koogan. 2002.
Compartilhar