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Slide de Parasitologia sobre Protozoolgia e Leishmanioses da Universidade Estadual do Amazonas - Uea

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PROTOZOOLOGIA E 
LEISHMANIOSES 
Profa. Maria das Graças V. Barbosa Guerra 
Escola Superior de Ciências da Saúde 
Disciplina: Parasitologia 
1 
http://www.nhc.ed.ac.uk/ 
Sumário 
2 
 O Ambiente e os organismos vivos 
 Origem do parasitismo 
 Tipos de relações entre os seres vivos 
 Ciclo biológico dos parasitos 
 Ação dos parasitos sobre o hospedeiro 
 Relações entre o parasito e seus hospedeiros 
Sumário 
3 
 Reino Protozoa 
 Classificação Taxonômica 
 Classificação Reino Protozoa 
 Filo Sarcomastigophora 
 Características gerais de Trypanosomatidae 
 Gênero Leishmania e as Leishmanioses Tegumentar e 
Visceral 
 
Os Parasitos, o ambiente e o homem 4 
O que é um ser vivo? 
Quem são os seres vivos? 
O quem são parasitos? 
Pro que precisamos estudar 
parasitos? 
6 
Reinos 
Seres vivos 
www.uni-tuebingen.de/.../images/ 
www.ucl.ac.uk/Pharmacology/dc-bits/fungi-pics1-
04m.jpg 
www.brazadv.com/brasil/biodiversidade.htm 
 
Unicelulares 
Pluricelulares 
Neves, 2002 
Rey, 2002 
Dependem um do(s) outro(s) - existir 
Visam - Obtenção de alimento e/ou Proteção 
Autótrofos 
Heterótrofos 
Características gerais 
7 
Protista 
Sub-Reino Protozoa 
8 
 Unicelulares - Eucariotas 
 Varias formas: 
 Alimentação, locomoção e 
reprodução 
 Cerca de 60.000 spp 
 50% são fosseis 
 25.000 – vida livre 
 10.000 – parasitos de 
animais 
 Algumas dezenas spp 
parasitam o homem 
 
 
 
Vitor, 2002 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Protist_collage.jpg 
Parasitologia - algumas definições 
 Estudo das relações parasita-hospedeiro 
 Área multidisciplinar que contempla Bioquímica, Fisiologia, 
Biologia Celular e Molecular, Imunologia, Farmacologia, entre 
outras disciplinas 
 Tradicionalmente focada no estudo das interações com 
parasitas protozoários, artrópodes e helmintos. 
9 
Cadeia Alimentar – Pirâmide Alimentar 
10 
Parasitos 
– CPST 
Tipos de relações entre os seres vivos 
Origem do parasitismo 
11 
Desarmônicas Harmônicas 
Interespecífica Intraespecífica 
Parasitismo - surgiu – evolução das associações onde uma das espécies foi 
beneficiada (proteção/alimento) 
A adaptação tornou o invasor (parasita) dependente do outro ser vivo 
Canibalismo 
Parasitismo - uma espécie se beneficia da relação enquanto a 
outra sofre danos - Associação – unilateralidade de benefícios 
Parasita - Organismo que, com a finalidade de alimentar-se, 
reproduzir-se ou completar o seu ciclo vital, se beneficia 
(animal ou vegetal), de modo permanente ou temporário, 
produzindo efeitos deletérios ao hospedeiro. 
Parasitose - condição na qual o parasita é patogênico e 
causa danos ao hospedeiro 
Parasitíase – condição na qual o parasita é potencialmente 
patogênico, mas não causa danos aparentes ao hospedeiro 
(estado de portador). 
Fonte: Adaptado de Celso Martins Pinto - Roteiro de Estudos de Parasitologia e Doenças Parasitárias em Medicina Veterinária, 2006 
Conceitos - parasitos 
12 
Parasitos quanto ao comportamento 
13 
 Parasito - Individuo que vive a custa do outro: 
 Endo 
 Ecto 
 Hiperparasito 
Ciclo biológico dos parasitos 
14 
Cada sp de parasito tem seu próprio hospedeiro 
 A passagem do parasito de um hospedeiro a outro é 
um fenômeno complexo – transporte, momento 
adequado etc.. 
 Causa modificações e adaptações 
 
Principais modificações e adaptações 
15 
Morfológicas 
 
Degeneração - perda ou 
atrofia de órgãos 
Aumento estruturas 
alimentares 
 
 
Ex. pulgas, 
percevejos - asas 
Morfológicas 
 
Hipertrofia – órgãos de 
fixação, resistência ou 
proteção, reprodução, 
 
Helmintos – alta 
capacidade de 
reprodução 
Morfológicas 
 
Aumento estruturas 
alimentares 
 
Aparelho bucal 
de insetos 
Principais modificações e adaptações 
16 
Biológicas 
Capacidade reprodutiva - para 
suplantar as dificuldades de atingir 
novo hospedeiro e escapar da 
predação externa 
Produção de grandes 
quantidade de ovos, 
cistos ou outras formas 
infectantes 
 
Biológicas 
Tipos diversos de reprodução 
representam mecanismos que 
permitam fecundação mais fácil 
ou reprodução mais segura 
 
Hermafroditismo, 
partenogênese, 
poliembrionia, 
esquizogonia 
 
Biológicas 
Capacidade de 
Resistência à 
agressão do 
hospedeiro 
 
Capacidade de resistir a ação do 
anticorpo ou de macrófagos 
Capacidade de induzir uma 
imunossupressão etc.. 
 
Biológicas 
Tropismo – facilitam a 
propagação, reprodução ou 
sobrevivência 
 Geotropismo, 
termotropismo, 
quimiotropismo 
Classificação dos parasitos 
Quanto a especificidade e 
Ciclo biológico 
 
17 
Ciclo biológico – alternância de geração 
18 
Monogenéticos 
Parasitos não apresentam alternância de geração 
Possui um tipo de reprodução – Assexuada ou sexuada 
Ex.: Ascaris lumbricoides 
Heterogenético 
Parasitos apresentam alternância de geração 
Possui dois tipo de reprodução – Fase Assexuada e 
fase sexuada 
Ex.: Plasmodium spp 
 
 
 
Especificidade parasitária 
 Afetam somente uma 
espécie hospedeira ou um 
grupo de espécies muito 
próximas 
 
 Apresentam ampla 
variedade de hospedeiros 
 
19 
Estenoxenos 
(stenos: estreito) 
Eurixenos 
(eurys: largo, amplo) 
Ciclo biológico 
Parasitos exigem somente 
um hospedeiro, sem 
necessidade de 
hospedeiro intermediário 
 
As formas evolutivas são 
encontradas em mais de 
um hospedeiro 
hospedeiro intermediário e 
hospedeiro definitivo) 
 
20 
Ciclo biológico 
Monoxeno 
Ciclo biológico 
Heteroxeno 
Ascaris lumbricoides – só parasita humanos 
 
Classificação dos parasitos 
Especificidade: estenoxeno 
Tipo de ciclo: monoxeno 
Parasito exige apenas uma 
espécie de hospedeiro para 
completar seu ciclo biológico, 
e a espécie parasitada é 
sempre a mesma 
 
 
21 
Estenoxenos - Afetam somente uma espécie hospedeira 
Ciclo Monoxenos - Parasitos exigem somente um hospedeiro 
Não há hospedeiro intermediário 
 
Taenia solium 
HI 
HD 
Especificidade:estenoxeno 
Tipo de ciclo: Heteroxeno 
Para completar seu ciclo biológico 
obrigatoriamente necessitam passar por dois 
hospedeiros: Um é o hospedeiro definitivo o 
outro é hospedeiro intermediário 
Estenoxenos 
Afetam somente 
uma espécie 
hospedeira 
Ciclo Heteroxeno 
As formas 
evolutivas são 
encontradas em 
mais de um 
hospedeiro 
Hospedeiro 
intermediário e 
hospedeiro 
definitivo 
 
Classificação dos parasitos 
Classificação dos parasitos 
 Especificidade: eurixeno, 
Tipo de ciclo: monoxeno 
Trichuris spp. 
23 
Eurixenos – Apresentam ampla 
variedade de hospedeiros 
Ciclo Monoxenos 
Parasitos exigem somente um 
hospedeiro, sem necessidade 
de hospedeiro intermediário 
 Especificidade: eurixeno, Tipo de ciclo: heteroxeno 
Classificação dos parasitos 
www.who.int/tdr/diseases/Chagas/lifecycle.htm 
≠ spp 
24 
Eurixenos vários 
Hospedeiros 
Ciclo Heteroxeno 
HI + HD 
Fonte: Adaptado de Celso Martins Pinto - Roteiro de Estudos de Parasitologia e Doenças Parasitárias em Medicina Veterinária, 2006 
Quanto ao habitat 
25 
Normal - o parasita se encontra em determinado 
segmento, órgão ou tecido de seu hospedeiro e, 
somente assim, completa seu ciclo biológico 
 
Extraviado - pode ocorrer em outro hospedeiro 
e fora do seu habitat natural.Ex.: Toxocara canis, 
parasita do intestino delgado de cães, parasita 
o homem como larva migrans visceral 
 
 Periódicos ou provisórios - são 
parasitos em uma fase do 
desenvolvimento (imaturo ou adulto) 
Ex.: Pulgas, Dermatobia (berne) 
Tempo de duração do parasitismo 
Dermatobia hominis- Berne 
 Permanentes - passam a vida, 
em todos os seus estágios, 
espoliando o hospedeiro. 
Ex.: ácaros Demodex, piolhos 
Classificação dos parasitos 
Pediculus humanus 
http://www.nhm.ac.uk/nature-online/species-of-the-day/scientific-advances/disease/pediculus-humanus/index.html 
26 
http://www.nhm.ac.uk/nature-online/species-of-the-day/scientific-advances/disease 
Classificação dos parasitos 
Segundo o tempo de duração do parasitismo 
27 
Temporários ou intermitentes 
Realizam somente parte de seu desenvolvimento 
no hospedeiro se utilizam dele periodicamente 
para alimentação ou abrigo. 
 
Ex.: insetos hematófagos (mosquitos) 
 
 
Quanto ao requerimento de uma vida parasitária 
 
28 
Obrigatórios – parasitos cujo ciclo de vida sempre requer 
um hospedeiro a ser espoliado. 
Ex.: helmintos, pulgas, carrapatos 
Facultativos – parasitas que podem alternar ciclos de 
vida livre e parasitária. 
Ex.: larvas de moscas da família Sarcophagidae, 
Strongyloides stercoralis. 
Acidental – organismo que pode ser tornar um parasita 
de um hospedeiro (não habitual) em condições especiais. 
Ex.: Dipylidium caninum parasitando crianças. 
 
Classificação Hospedeiros 
 Final ou definitivo 
hospedeiro no qual ocorre o 
desenvolvimento dos estágios 
sexuais do ciclo. 
 Intermediário 
essencial para o ciclo, não é 
requerido por todos os estágios 
do parasita. Geralmente alberga 
as fases mais jovens do parasita. 
Fonte: Neves, 2002 
Ciclo biológico da Taenia saginata 
29 
HD 
HI 
FATORES INERENTES AO 
PARASITO: 
número de formas 
infectantes, tamanho, 
localização, virulência 
cepa, 
metabolismo, 
Associação de um 
parasito com outras spp 
FATORES INERENTES 
AO HOSPEDEIRO: 
idade, nutrição, 
status imunológico, 
inter-ocorrência de 
outras doenças, 
Orgãos atingidos 
hábitos higiênicos, etc... 
Doença parasitaria 
 A doença parasitária é um acidente que ocorre em 
consequência de um desequilíbrio entre o hospedeiro e o 
parasito 
 
 
30 
Fonte: Neves, 2002 
Sobrevivência e permanência do parasita 
31 
Dependem dos seguintes fatores relacionado agente 
etiológico: 
 Infectividade - capacidade de instalar-se no hospedeiro 
 Patogenicidade - capacidade de determinar o aparecimento dos 
sintomas da doença 
 Virulência - medida pela intensidade da manifestação clínica da 
doença 
 Resistência - capacidade do parasita em sobreviver fora do 
organismo do hospedeiro 
 Persistência - capacidade do parasita de permanecer em uma 
população de hospedeiros 
 Tropismo -capacidade de deslocar-se em direção ao hospedeiro 
 
Tipos de ação do parasito sobre o hospedeiro 
32 
Ação Espoliativa 
Parasito absorve 
nutrientes ou sangue 
do hospedeiro 
Ex. Ancilostomideos 
ingerem sangue da 
mucosa intestinal 
para obtenção de 
Fe e O2 
Ação Tóxica 
Produzem enzimas 
ou metabólitos que 
podem lesar o 
hospedeiro 
Ex. reações alérgicas 
provocadas por 
metabólitos de 
Ascaris lumbricoides 
Ação 
obstrutiva 
Podem impedir o 
fluxo de 
alimento, 
absorção 
alimentar 
Enovelamento 
de Ascaris 
lumbricoides 
dentro de uma 
alça intestinal 
Tipos de ação do parasito sobre o hospedeiro 
33 
Ação 
traumática 
Migração cutânea e 
pulmonar; Ulceras intestinais 
lesões hepáticas; 
Rompimento de hemácias 
Ancilostomatidae (larvas) 
Trichura trichiura 
Fasciola hepática 
Plasmodium 
Ação Irritativa 
Produzem 
lesões 
traumáticas 
Ventosas de 
cestoides ou de 
A. lumbricoides 
Ação 
enzimática 
Ação para 
lesar o epitélio 
intestinal 
Ex E. histolytica 
Classificação das infecções 
34 
Fitonoses - transmitidas dos fungos ao homem ex.: 
Paracoccidioidomicose - Paracoccidioides brasiliensis 
 Zoonoses – doenças transmitidas entre animais vertebrados e o 
homem 
 Antropozoonoses: uma zoonose mantida na natureza em reservatórios 
animais e transmitida ao homem ex.: leishmaniose tegumentar 
 Zooantroponoses: doença primária do homem que pode ser 
transmitida aos animais ex.: cisticercoses 
 Anfixenose: circula indiferentemente entre o homem e os animais ex.: 
doença de Chagas 
 Antroponose – Doença exclusivamente humana - Transmissão se 
restringe aos humanos. Ex. filariose bancroftiana 
 
Conceitos epidemiológicos 
35 
Agente infeccioso - Parasito capaz de produzir infecção 
Fonte de infecção (FI) : Organismo vertebrado onde o 
agente pode sobreviver e multiplicar-se, tendo acesso ao 
meio exterior. Modalidades de fontes de infecção: 
doentes, portadores, reservatórios 
Suscetível - Hospedeiro passível de sofrer a infecção. 
Doença - qualquer manifestação clínica ou estado 
mórbido resultante de alterações dos mecanismos 
reguladores da homeostasia orgânica. 
 
 
 
Fonte: Neves, 2002 
Conceitos epidemiológicos 
36 
Porta de entrada (PE) : Via pela qual o parasita penetra no 
novo hospedeiro (pele, mucosas, via oral, trato gênito-
urinário). A entrada pode ser passiva ou ativa 
 Via de eliminação (VE): É o meio ou veículo pelo qual o 
parasita é eliminado da fonte de infecção (secreções, 
excreções, sangue, exsudatos/descargas purulentas, 
descamações epiteliais, leite, placenta). A saída pode ser 
passiva ou ativa 
 Via de transmissão (VT) : É o meio ou veículo pelo qual o 
parasita alcança o novo hospedeiro (água, ar, poeiras, solo, 
fômites, alimentos, hospedeiros intermediários, vetores). 
 Período pré-patente - tempo que decorre a partir da 
penetração/ingestão do estágio infectante do parasita 
no hospedeiro até o aparecimento de ovos, larvas ou 
oocistos (formas jovens iniciais) da geração seguinte. 
Conceitos epidemiológicos 
Período de incubação - tempo que transcorre desde o 
contágio até a aparição dos primeiros sintomas da 
doença. 
Fonte: Neves, 2002 
37 
 Incidência - frequência da doença num determinado 
período de tempo (casos novos). 
É calculada a partir do número de casos novos em 
relação à população não infectada. 
 Prevalência - número total de casos na população em 
dado instante. 
A prevalência reflete um retrato instantâneo da 
população. 
Conceitos epidemiológicos 
Fonte: Neves, 2002 
38 
Interações parasita-hospedeiro 
Infecção: invasão e colonização do 
organismo hospedeiro por parasitos 
internos, como helmintos e protozoários 
 
Infestação: ataque ao organismo 
hospedeiro por parasitos externos, como os 
artrópodes 
 
Fonte: Neves, 2002 
39 
Saúde 
• Hospedeiro 
responde, parasita 
é eliminado 
Respostas do hospedeiro: 
interleucinas, citocinas, respostas 
de fase aguda, resposta 
inflamatória 
Cels. efetoras imunes: céls. T 
(helper, citotóxicas e supressoras); 
céls. B, macrófagos, etc. 
Doença 
Hospedeiro 
responde, mas 
parasita persiste 
Fatores não específicos: 
idade do hospedeiro, sexo, 
genética, céls. fagocíticas, 
status nutricional, virulência 
do parasita 
Ciclo doença – relação parasita-hospedeiro 
Fonte: Adaptado de Bush et al., 2001 
40 
Revisão 
41 
Parasitismo - surgiu – evolução das associações entre espécies onde 
uma das espécies foi beneficiada. A adaptação tornou o invasor 
(parasita) dependente do outro ser vivo. Uma espécie se beneficia da 
relação enquanto a outra sofre danos - Associação – unilateralidadede benefícios 
Parasita - Organismo que, com a finalidade de alimentar-se, 
reproduzir-se ou completar o seu ciclo vital, se beneficia (animal ou 
vegetal), de modo permanente ou temporário, produzindo efeitos 
deletérios ao hospedeiro. 
Parasitose - condição na qual o parasita é patogênico e causa danos 
ao hospedeiro 
Parasitíase – condição na qual o parasita é potencialmente 
patogênico, mas não causa danos aparentes ao hospedeiro (estado de 
portador). 
 
Revisão 
42 
Quanto ao ciclo biológico cada sp de parasito tem seu próprio hospedeiro 
A passagem do parasito de um hospedeiro a outro é um fenômeno complexo 
– transporte, momento adequado etc.. causa modificações e adaptações 
Quanto ao Ciclo biológico os parasitos podem ser : 
Monogenéticos - não apresentam alternância de geração - possuem um tipo 
de reprodução – Assexuada ou sexuada. 
 Digenético - apresentam alternância de geração. Possuem dois tipo de 
reprodução – Fase Assexuada e fase sexuada. 
Monoxeno - Parasitos exigem somente um hospedeiro, sem necessidade de 
hospedeiro intermediário 
Heteroxeno - As formas evolutivas são encontradas em mais de um hospedeiro 
- hospedeiro intermediário e hospedeiro definitivo) 
Quanto a Especificidade parasitária podem ser : 
Estenoxenos - afetam somente uma espécie hospedeira ou um grupo de 
espécies muito próximas 
Eurixenos - Apresentam ampla variedade de hospedeiros 
 
 
Revisão 
43 
Segundo o tempo de duração do parasitismo os parasitos podem ser 
Temporários ou intermitentes - Realizam somente parte de seu desenvolvimento no 
hospedeiro se utilizam dele periodicamente para alimentação ou abrigo. 
Quanto ao requerimento de uma vida parasitária pode ser: 
Obrigatórios – parasitos cujo ciclo de vida sempre requer um hospedeiro a ser 
espoliado. 
Facultativos – parasitas que podem alternar ciclos de vida livre e parasitária. 
Acidental – organismo que pode ser tornar um parasita de um hospedeiro (não 
habitual) em condições especiais. 
Os fatores relacionado a sobrevivência e permanência do parasito no hospedeiro são: 
Infectividade - capacidade de instalar-se no hospedeiro 
Patogenicidade - capacidade de determinar o aparecimento dos sintomas da doença 
Virulência - medida pela intensidade da manifestação clínica da doença 
Resistência - capacidade do parasita em sobreviver fora do organismo do hospedeiro 
Persistência - capacidade do parasita de permanecer em uma população de 
hospedeiros 
Tropismo -capacidade de deslocar-se em direção ao hospedeiro 
 
Grupos de Interesse em Parasitologia 
44 
 5 filos 
 Protozoa - Unicelulares 
 Platyhelminthes – vermes 
achatados 
 Aschelminthes – vermes 
arredondados 
 Acanthocephala - vermes 
arredondados com pseudo 
segmentação, proboscida 
com ganchos 
 Arthropoda – insetos e 
ácaros 
http://www.ucmp.berkeley.edu/platyhelminthes/platyhelminthes.html 
http://en.wikipedia.org/wiki/Macracanthorhynchus_hirudinaceus 
Reino Protista 
Sub-reino: Protozoa 
Introdução à Protozoologia 45 
Classificação - Taxonômica 
46 
 Sub-reino Protozoa 
 7 Filos: 
 Sarcomastigophora 
 Apicomplexa 
 Ciliophora 
 Microspora 
 Labyrinthomorpha 
 Ascetospora 
 Myxospora 
 
 
Interesse em 
parasitologia 
humana 
Vitor, 2002 
Dependendo da sua atividade fisiológica, algumas 
espécies possuem fases bem definidas: 
47 
 Trofozoíto – forma ativa na qual ele se alimenta e se reproduz por diferentes 
processos 
 Cisto e oocisto – formas de resistência inativa- o protozoário secreta uma 
parede resistente (parede cística) que o protegerá quando estiver em meio 
impróprio ou em fase de latência 
 Cistos – encontrados em tecidos e em fezes dos hospedeiros 
 Oocistos – encontrados em fezes – provenientes de reprodução sexuada 
 Gameta – forma sexuada – algumas spp 
 Gameta ♂ = microgameta 
 Gameta ♀ = macrogameta 
 
 
Reprodução: sexuada ou assexuada: 
48 
 Assexuada: 
 Divisão binária ou bipartição/cissiparidade; 
 Brotamento ou gemulação 
 Endogenia: formação de duas ou mais células-filhas por brotamento interno. 
 
 
Reprodução Assexuada 
49 
 Esquizogonia: divisão celular seguida da divisão do 
citoplasma, constituindo indivíduos isolados. A membrana 
da célula-mãe se rompe e continuam a se desenvolver. Mais 
eficiente que a divisão binária, produzindo mais células-
filhas. Existem três tipos de Esquizogonia: 
 Merogonia: Produz merozoítos 
 Gametogonia: Produz microgametas 
 Esporogonia: produz esporozoítos. 
 
 
1-zigoto, 2-esporozoítos, 3-merozoítos, 
4-gametocitos. 
Reprodução Sexuada: 
50 
 Conjugação – união temporária de dois indivíduos com troca 
mutua de materiais nucleares 
 Singamia ou fecundação – união do micro e macrogameta 
formando ovo ou zigoto 
 Zigoto – se divide e da origem aos esporozoítos 
 Processo de formação de gametas –Gametogonia 
 Processo de formação dos esporozoítos - Esporogonia 
 
 
 
Características gerais 
51 
 Nutrição: 
 Holofiticos ou autotróficos – a partir de cromatóforos sintetizam 
energia a partir de luz solar 
 Holozóicos ou heterotróficos – ingerem partículas orgânicas 
(Fagocitose/pinocitose), digerem-nas (enzimas) e posteriormente 
expulsam os metabólitos 
 Saprozóicos – absorvem substancias inorgânicas já decompostas e 
dissolvidas no meio liquido 
 Mixotróficos – se alimentam por mais de um método 
 
 
Classificação - Reino Protista 
Levine, 1980 - (3/7 filos) Interesse médico 
 
Classe 
Filo 
Sub-Reino Protozoa 
Sarcomastigo
phora 
Zoomastigoph
orea 
4 ordens 
Lobosea 
2 ordens 
Apicomplexa 
Sporozoa 
2 ordens 
Ciliophora 
Trichostomatida 
1 ordem 
52 
Filo Sarcomastigophora 
53 
 Possuem flagelos, pseudópodos ou ambos - organelas de 
locomoção 
 São recobertos por um envelope composto por uma ou 
mais membranas celulares reforçadas internamente por 
microtúbulos 
 Autotróficos, heterotróficos ou parasitas 
Filo Apicomplexa 
 Grupo homogêneo 
 Formas infectantes - na extremidade anterior um complexo 
de organelas destinadas a penetração nas células de seus 
hospedeiros – complexo apical ou conóide 
1- anel polar, 2-complexo apical , 3-micronemas, 4-roptrias, 5-nucleo, 6-nucleolo, 
 7-mitocondria, 8- anel posterior, 9- membrana externa, 
10- complexo de golgi, 11-citostoma 54 
Filo Ciliophora 
 Possuem: 
 dois tipos de núcleos: Macro e micronúcleo 
 Cílios simples ou organelas compostas presente em 
pelo menos alguma fase do ciclo evolutivo 
1- vacúolo contráctil, 2- vacúolo digestivo, 
3-macronucleo, 4-micronucleo, 5-citostoma, 
6-cilios 
 
 A maioria são de vida livre, muitas spp parasita de animais 
 Sp parasita o homem: Balantidium coli, Pneumocystis carini 
55 
Filo Sarcomastigophora 
Família 
Ordem 
Classe 
Filo Sarcomastigophora 
Zoomastigophorea 
Kinetoplastida 
Trypanosomatidae 
Retortamonadida Diplomonadida Trichomonadida 
Lobosea 
2 ordens 
Gêneros 
2/9 
Trypanosoma Leishmania 
Um flagelo livre ou 
membrana ondulante 
56 
Filo Protozoa, Sub filo Mastigohora, Ordem Kinetoplastida, 
Sub-ordem Trypanosomatina, Família Trypanosomatidae 
 Morfologia 
 Variada – usualmente alongada, delgada e arredondada 
 Núcleo - localização variada 
 Cinetoplasto – é uma mitocôndria modificada 
 Flagelo – presente ou ausente (origina no reservatório) 
 Axonema- eixo do flagelo 
 Citostoma – permite a ingestão de partículas 
 Existência e extensão da membrana ondulante 
 Posiçãodo cinetoplasto relativa ao núcleo e as porções anteriores e 
posteriores da célula 
 
57 
Filo Protozoa, Sub filo Mastigohora, Ordem Kinetoplastida, Sub-ordem Trypanosomatina, 
Trypanosomatidae - Nomenclatura formas celulares 
 As porções anterior e posterior da célula - em função 
do deslocamento do espécime em meio liquido 
 flagelo - frente (anterior) 
 restante da célula - atrás (posterior) 
Fonte: www.fiocruz.br/icc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=37 
58 
Família Trypanosomatidae - Diferenciação celular 
 Os tripanossomatídeos apresentam alternância de formas 
celulares em seus ciclos biológicos 
 Adaptação fisiológica ao ambiente específico ou em 
antecipação à próxima etapa do ciclo 
59 
Formas celulares de Trypanosomatidae 
A- amastigota; B-Epimastigota; C-Tripomastigota; D-Coanomastigota; E-
Promastigota; F-Paramastigota; G-Opistomastigota 
B-C – flagelo emerge lateralmente ao corpo 
Fonte: www.fiocruz.br/icc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=37 
60 
Gêneros dos Protozoários Tripanosomatídeos 
61 
Genero Formas Evolutivas Ciclo de Vida Hospedeiros Principais 
Crithidia coanomastigota monoxenico insetos 
Wallaceina endomastigota monoxenico insetos 
Leptomonas promastigota monoxenico insetos 
Herpetomonas Pro-, para- e opistomastigota monoxenico insetos 
Phytomonas promastigota heteroxenico insetos e plantas 
Leishmania Amastigota (vertebrado) e 
promastigota e paramastigota 
(inseto) 
heteroxenico vertebrados e insetos (sandflies: 
Diptera: Phebotominae) 
Blastocrithidia epimastigota monoxenico insetos 
Trypanosoma vertebrado: Amastigota -em células 
Tripomastigota no sangue 
inseto - Tripomastigota metaciclicas e 
Epimastigota 
heteroxenico vertebrados e insetos 
America: “barbeiro”Hemiptera-
Triatominae. 
África: moscas tsé-tsé (Glossina 
sp.) 
Endotrypanum promastigota (inseto) e epi-/tripomastigota 
(vertebrado) 
heteroxenico Insetos e no interior de hemácias no 
sangue de preguiças 
Paleoleishmania Promastigota ?? em insetos (sandflies: Diptera: Phebotominae) 
fosseis em ambar 
Paleotrypanosoma tripomastigotas ?? Em insetos (mosquito-polvora: Diptera: 
Ceratopogonidae) fosseis em ambar 
Fonte: www.fiocruz.br/icc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=37 
Leishmaniose Tegumentar 
Leishmania spp 
62 
Fonte:GLEISH/FMT 
Leishmania 
 Protozoários flagelados heteroxeno e eurixeno que causam as 
leishmanioses caracterizados por apresentarem duas formas 
evolutivas durante seu ciclo vital: 
63 
Amastigota 
HV 
Promastigota 
HI Fonte:GLEISH/FMT 
Morfologia 
64 
Amastigota 
Ovoides ou 
esféricas, sem 
flagelo livre 
Tamanho varia de 
acordo com a sp 
 
Promastigota 
Alongadas, com flagelo livre 
na região anterior, núcleo na 
região central, cinetoplasto 
entre a extremidade da região 
anterior e o núcleo; Tamanho 
variável, mesmo dentro de 
uma mesma sp, seja no tubo 
digestivo do vetor ou na cultura 
– 16-40 µm C e 1,5- 3 µm L 
Paramastigota 
Ovais ou arredondadas 
com o cinetoplasto 
margeando o núcleo ou 
posterior a este e um 
flagelo livre Tamanho 
varia 5-10 µm x 4-6µm 
Fonte: GLEISH/FMT/FIOCRUZ 
Reprodução 
65 
 Divisão binária 
 Promastigotas – vetor 
 Amastigotas – interior dos fagossomas de 
macrófagos 
Leishmaniose 
 São doenças infecto contagiosas que podem ser classificada 
como zoonose, pelo fato de ser transmissível dos animais ao 
homem, e vice e versa, através da picada de insetos 
flebotomíneos 
66 
(WHO 2003) 
Histórico 
67 
 História que remonta até o 1º. Séc. dC. 
 Cerâmica pré-inca do Equador e Peru - 
lesões sugestivas leishmaniose cutânea e 
mucocutânea. 
 Texto inca do século 15 e 16 /relatos 
de conquistadores espanhóis - presença 
de lesões de pele em trabalhadores 
rurais que voltavam dos Andes. 
 Úlceras assemelhava lesões hanseníase e 
foram rotulados de "lepra branca", 
"doença dos Andes", ou "doença do vale. 
 
MS 2000 
Histórico 
68 
 " Na África e na Índia, relatórios em meados do 
século 18 descrevem a doença hoje conhecida como 
leishmaniose visceral, como "kal -azar "ou" febre 
negra. 
 "Em 1756, Alexander Russell fez um importante 
avanço na descoberta de leishmaniose depois de 
examinar um paciente turco. 
 cicatriz feia, que se mantém ao longo da vida 
Histórico - Brasil 
69 
 1855 - Cerqueira – lesões 
 1909 - Lindemberg, Carini e Paranhos – 
parasitos pacientes de Bauru 
 1911 - Gaspar de Oliveira Viana - (1885-1914) 
 Médico patologista/pesquisador brasileiro - nova 
espécie Leishmania braziliensis 
 1912 – descobriu o tratamento da doença - 
Tártaro emético ou antimonial - eficaz para 
conter a enfermidade 
 substância também usada no granuloma venéreo e 
na esquistossomose 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaspar_Viana 
 Desde 1764 - Insetos - como transmissores das leishmanioses 
nas Américas 
 habitantes dos Andes Peruvianos diziam que a doença era 
causada pela picada de pequenos insetos chamados Uta 
 1ª. Descrição científica de um flebotomíneos foi feita por 
Philippo Bonanni em 1691 – Roma 
 1931 Shortt et. – Evidenciaram – experimental - envolvimento 
de flebotomíneos na transmissão de Leishmania 
 Brasil – 1920 – Cerqueira, Beaurepaire e Aragão - evidencias 
de transmissão flebotomíneos 
 
Histórico 
Distribuição Geográfica Mundial 
Encontrada em cerca de 88 países > regiões tropicais e 
subtropicais - América do Sul e Central aos desertos na Ásia 
Ocidental. 
Aproximadamente 350 milhões de pessoas vivem nessas 
áreas 
Mais de 90% casos mundiais de LV - na Índia, Bangladesh, Nepal, Sudão 
e Brasil. 
Sul da Europa - Ásia (exceto Sudeste Asiático), o Oriente Médio 
e África Encontrada no México, América Central e América do 
Sul 
Norte da Argentina ao Texas (exceto Uruguai, Chile, ou 
Canadá), 
 
 
71 
(WHO 2003) 
Distribuição Geográfica Mundial 
72 
(WHO 2003) 
http://www.morooka.com/ww_america.html 
Distribuição - Américas 
Fonte: SVS e DESP/MS 
Américas 
– Sul dos Estados Unidos - Norte da Argentina 
 
Brasil 
– Notificada em todo país 
 
Crescimento: magnitude e 
 expansão geográfica 
1985 a 2005 
 Σ anual - 28.568 casos 
1999 a 2005 
 Σ anual – 31.204 casos 
2006 a 2010 
 Σ anual – 22.985 casos 
 
Expansão geográfica 
 
Distribuição espacial dos casos de LTA na Região Norte segundo municípios de 
notificação 
2001 
2004 
2008 
Sem registro de casos 
1 a 20 casos 
21 a 50 casos 
51 a 100 casos 
> 100 casos 
Fonte: SINAN Fonte: Sinan 
LTA Região Norte - Distribuição dos casos - 
município de ocorrência - 2001 a 2008 
BR 174 
AM 010 
Tarumanzinho 
Tarumã Açu 
Puraquequara 
Espacialização da Leishmaniose no Município de Manaus 
Guerra et al., 2006 (CSBMT 
13
55
13
57
12
72 13
53
34
64
16
41
25
28
25
32
12
50 1
73
3
25
90
34
24
19
82
74
1
15
57
99
6
22
90
71
5
20
72
17
44
22
17 21
57
39
68
23
13
20
27
16
04
24
43
19
42
15
42
12
79
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
No
. d
e c
as
os
Ano
Outros municípios Manaus Total
No. de casos de LTA/AM – 1981 a 2010 
LTA do Estado do Amazonas municípios com 
maior número de casos 
 
Nome comum 
 Leishmaniose Tegumentar 
 Botão do oriente 
 Sinonímia: 
 Cravo ou Botão de Biskra , 
 Botão de Touggourt, 
 Botão de Zibans, 
 Botão de Laghouat e Botão d'Ouargla na 
Argélia; Botão de Tebessa ou de Gafsa na Tunísia; 
 Botão do Nilo no Egito; 
 Botão d'Alep na Síria; 
 Botão de Bagdad ou de Bouchir na Arábia; 
 Botão de Delhi na Índia, 
 Botão das Filipinas nesse mesmo país e 
 Úlcera de Baurú no Brasil. 
 Leishmaniose 
Visceral 
 Calazar 
79 
 LTA - Enfermidade polimórfica da pele e das mucosas 
caracterizada pela presença de: 
 lesões ulcerosas, indolores, únicas ou múltiplas - forma 
cutânea simples, 
 lesões nodulares - forma difusa ou 
 lesões cutâneo-mucosas (forma cutâneo-mucosa) que 
afetam regiões nasofaríngeas concomitantemente ou após 
uma infecção cutânea inicial. 
 LV - Manifestações sistêmicas caracterizadas principalmente 
por febre prolongada, hepatoesplenomegalia e pancitopenia 
periférica (forma visceral ou calazar) 
80 
Leishmanioses - Formas clínicas 
Formas Clínicas - LTA 
Cutânea única Disseminada 
Difusa 
 
Comprometimento 
da imunidade Mais de 20 lesões Fotos: acervo Dr. Jorge Guerra 
Um amplo espectro de formas pode ser visto na LTA, intimamente 
ligada ao estado imunológico do paciente 
lesões ulcerosas, 
indolores, únicas 
ou múltiplas 
Formas Clínicas - LTA 
Mucosa primária 
secundária 
 
concomitante 
Fotos: acervo Dr. Jorge Guerra 
afetam regiões nasofaríngeas 
concomitantemente ou após uma 
infecção cutânea inicial 
Distribuição espacial - Leishmania spp 
 Spp de Leishmania (Ross, 1903) causam doença humana são 
classificadas de acordo com as suas principais características 
(complexos), distribuição geográfica, tamanho etc. 
83 
23 Spp 
Patogênicas 
(OMS, 1990; 2009) 
Classificação - Leishmania 
Leishmania 
Leishmania 
L. donovani L. archibaldi, L. chagasi, L. donovani, L. infantum 
L. tropica L. killicki, L. tropica 
L. major L. major 
L. aethiopica L. aethiopica, L. garnhami 
L. mexicana L. amazonensis L. mexicana, L. pifanoi, L. venezuelensis 
Não patogênicas ao 
homem 
Velho mundo - L. arabica, L. gerbilli 
Novo mundo - L. arisitidesi, L. enriettii, L. deanei, L. hertigi 
Viannia 
L. brasiiensis L. brasiliensis, L. peruviana 
L. guyanensis L. guyanensis, 
L. panamemsis 
L. lainsoni, L. naiffi 
L. shwaii, L. lindembergi 
Complexos 
Lainson & Shaw, 1987, 1997 
84 
S
ub
g
ê
ne
ro
 
G
ê
ne
ro
 
Espécies Formas clínicas Distribuição Ciclo de 
transmissão 
Velho Mundo 
Leishmania (Leishmania) 
aethiopica 
LC LCD África (Etiópia e Kênia) Zoonótico 
L. (L.) killicki LC Norte da África Zoonótico 
L. (L.) major LC LCM Norte e leste da África, Ásia central Zoonótico 
L. (L.) tropica LC LCM Norte e leste da África, Ásia central e sul Antroponótico 
L. (L.) donovani LDPC LV África, sudeste e centro da Ásia Antroponótico 
Novo Mundo 
L. (Viannia) braziliensis LC LCM Am. do Sul, partes da Am. Central e México Zoonótico 
L. (V.) panamensis LC LCM América do Sul, sul da América Central Zoonótico 
L. (V.) peruviana LC América do Sul Zoonótico 
L. (V.) guyanensis LC LCM América do Sul Zoonótico 
L. (V.) lainsoni LC América do Sul Zoonótico 
L. (V.) colombiensis LC Região norte da América do Sul Zoonótico 
L. (L.) amazonenses LC LCM LCD América do Sul Zoonótico 
L. (L.) mexicana LC LCD América Central, México e Estados Unidos Zoonótico 
L. (L.) pifanoi LC América do Sul Zoonótico 
L. (L.) venezuelensis LC Região norte da América do Sul Zoonótico 
L. (L.) garnhami LC América do Sul Zoonótico 
L. (V.) lindembergi LC América do Sul Zoonótico 
Novo e Velho Mundo 
L. (L.) infantum / L. chagasi LC LCM LV Europa, norte da África, Américas Central e 
Sul 
Zoonótico 
Distribuição das espécies de Leishmania causadoras de doença humana 
LC= Leishmaniose cutânea LCM= Leishmaniose cutânea mucosa LV= Leishmaniose visceral 
LCD= Leishmaniose cutâneo difusa LDPC= 
Ciclo de Transmissão 
(WHO 2003) 
Aspectos biológicos - Hospedeiros vertebrados 
Grande variedades de mamíferos: 
 roedores, 
 endentados - tatu, tamanduá, preguiça 
 marsupiais 
 canídeos e 
 primatas, incluindo o homem. 
http://www.avph.com.br/dinocanis.htm 
Reservatórios 
 Leishmania (V.) braziliensis 
Roedores, cães e equinos 
 
 
www.terrambiente.org/.../images/opossum01.jpg cienciahoje.uol.com.br/... Brasil/MS 2000 www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/animais/i... 
Lainson et al., 1981; Falqueto et al., 2003; Brandão-Filho et al., 2003 
Leishmania (V.) guyanensis 
Preguiça (Choloepus didactylus) 
Tamanduá (Tamandua tetradactyla) 
Gambá (Didelphis marsupialis) 
 
 Leishmania (L.) amazonensis 
Rato silvestre (Proechimys sp.) 
Aspectos biológicos – hospedeiros invertebrados 
 Fêmeas de insetos - Diptera, 
 Família Psychodidae 
 subfamília Phlebotominae 
 gênero Phlebotomus e Lutzomyia. 
 Conhecidos como: Cangalha, Cangalhinha, mosquito-palha, 
catuqui, birigui, tatuíra, etc 
 Características: 
são menores que os pernilongos comuns; 
 muito pilosos e de coloração clara (cor de palha ou 
castanhos claros); 
 facilmente reconhecidos pela atitude que adotam 
quando pousam 
Dois gêneros importantes na epidemiologia da Leishmaniose: 
1. Lutzomya – Novo mundo 
2. Phlebotomus - Velho mundo 
Comportamento 
 ♀ necessitam de sangue - desenvolvimento dos ovos 
 Aparelho bucal picador sugador - curto 
91 
Ciclo vida - Phlebotominae 
7 a 10 dias 20 a 30 dias 10 dias 
Lutzomyia longipalpis 
~ 30 a 40 dias 
Lu. umbratilis 
~ 60 dias 
incubação larva Pupa Adulto 
Fotos: (ovo, larva - GENT/FMTAM) (pupa - CUNL) adulto - cienciahoje.uol.com.br/ 
20 dias 
Leishmaniose 
Período Intrínseco 
Semana a vários meses 
Período Extrínseco 
8 a 20 dias 
Parasito – Vetores / - Brasil 
Espécie Leishmania Espécie Phlebotominae 
L. (Leishmania) amazonensis Lutzomyia flaviscutellata, Lu. olmeca nociva. 
L. (Viannia) braziliensis 
 
 
Psychodopygus wellcomei, Lu. whitmani, 
Lu. migonei, Lu. pessoai, 
Lu. intermedia, Lu. carrerai 
L. (Viannia) guyanensis Lu. umbratilis, Lu. anduzei e Lu. whitmani 
L. (Viannia) lainsoni Lu. ubiquitalis 
L. (Viannia) naiffi 
Psychodopigus paraensis, 
Ps. ayrozai, Ps. squamiventris 
L. (Viannia) shawi Lu. whitmani 
L. (Viannia) lindembergi Lu. antunesi 
L. (Leishmania) chagasi Lu. longipalpis 
Comportamento 
 Vivem: 
 Copa das arvores 
 No solo 
Foto gentilmente cedida pelo Dr. Jeffrey Shaw - ICB, 
USP 
Fonte: GENT/FMT 
Comportamento 
 Ambientes extra domiciliares são: 
raízes tubulares de árvores, ocos, 
depressões e buracos de tronco e toca 
de animais: entre e sob as rochas, 
fendas e juntas. 
 No ambiente domiciliar e 
peridomiciliar: chiqueiro de porcos, 
bananais 
Fonte:GENT/FMT 
 A sazonalidade e a densidade - dependem de alguns fatores 
 temperatura, umidade(chuva), velocidade dos ventos; 
 aumentar nos meses quentes e úmidos 
 Diminui nos meses frios 
 coincide com época de incidência da doença 
Comportamento 
Spp - adaptam ao ambiente domiciliar humano, quando ocorre 
destruição do seu habitat natural. 
Fonte: FMTAM Gerência de leishmaniose 
http://janelaselvagem.wordpress.com/category/noticias/page/2/ 
Ciclo Biológico 
96 
- Formas amastigotas de 
Leishmania são encontradas 
parasitando células do Sistema 
Mononuclear fagocitário (SMF) do 
hospedeiro vertebrado - 
macrófagos (pele) 
- Nos macrófagos sobrevivem e 
se multiplicam 
Ciclo Biológico Hospedeiro Vertebrado 
97 
http://www.nature.com/nrmicro/journal/v5/n11/fig_tab/nrmicro1748_F3.html 
1. Dentro de 4 a 8 horasas formas 
Promastigota são interiorizados 
pelos macrófagos teciduais 
(Vacúolos digestivos) - fagocitam os 
parasitos no meio intersticial – não 
conseguem destrui-los 
2. Rapidamente se transformam em 
amastigotas, que são encontradas 
no sangue 24 horas após a 
fagocitose. 
 
As amastigotas resistem à ação destruidora dos macrófagos e se 
multiplicam intensamente, até ocupar todo o citoplasma. 
O macrófago se rompe, liberando as amastigotas, que vão penetrar em 
outros macrófagos, iniciando a reação inflamatória. 
Ciclo Biológico Hospedeiro Invertebrado 
98 
http://www.nature.com/nrmicro/journal/v5/n11/fig_tab/nrmicro1748_F3.html 
Hospedeiro Invertebrado 
1. Ao picar o individuo infectado o flebotomíneos ingere formas 
amastigotas – no tubo digestivo evoluem para a forma Promastigota, 
estas por divisão binária longitudinal – promastigotas metaciclicas 
Entre 3 e 4 dias após a 
digestão do sangue, a 
membrana peritrófica se 
rompe - Promastigotas livres 
 
Nesta etapa - Promastigota 
permanecem reproduzindo-se 
por divisão binária 
Podem seguir dois caminhos 
dependendo da espécie do 
parasito. 
 
Complexo braziliensis 
99 
Intestino posterior - colonizam as regiões 
do piloro e íleo (seção peripilária) 
Após a migração, os parasitas voltam às 
formas paramastigotas aderentes 
 diferenciando-se pequenas promastigotas 
infectantes, altamente móveis, se deslocam 
para o aparelho bucal do inseto. 
Promastigotas - paramastigotas - 
flagelo adere ao epitélio intestinal 
através de hemidesmossomas 
Se dividem novamente dando 
origem a promastigotas - migram 
através do estômago em direção a 
faringe do inseto. 
L. brasiliensis, L. peruviana 
Ciclo Biológico - Complexo mexicana 
 promastigotas multiplicam-
se livremente ou aderem 
paredes do estômago - 
desenvolvimento restrito ao 
intestino anterior e médio 
(abdominal e torácico) 
Promastigota migram para a 
região anterior do estômago, 
onde transformam-se em 
Paramastigota, colonizam o 
esôfago e a faringe - neste local, 
diferenciam-se em promastigotas 
infectantes, semelhante ao 
desenvolvimento anterior 
O tempo necessário para que o ciclo se 
complete varia entre 3 a 5 dias para 
diferentes espécies 
L. amazonensis L. mexicana, L. pifanoi, L. venezuelensis 
seção suprapilaria 
Ciclo Biológico e Formas evolutivas 
101 
Fonte: http://www.fcfrp.usp.br 
Hospedeiro Invertebrado 
 
Em grande quantidade invadem 
as porções anteriores do 
estomago do flebotomíneos – 
grande multiplicação dificulta a 
ingestão de sangue – assim e 
levado as spp a picar e sugar 
muitas vezes 
Diagnóstico – LTA 
102 
Clínico 
• Procedência de áreas 
de transmissão 
• LM - História de LTA 
anterior 
Diagnóstico – LTA 
103 
Laboratorial 
•Pesquisa do parasito 
• Exame direto 
• Aspirado 
• Biópsia – Histopatologia - 
borda da lesão , fixar em 
formol a 10% incluir em 
parafina 
• Cultura 
• Pesquisa do DNA do parasito 
Métodos Imunológicos 
 Teste de Montenegro - IDRM 
 ELISA/RIFI 
Diagnóstico – LTA 
104 
Laboratorial 
•Pesquisa do parasito 
• Biópsia – Histopatologia - 
borda da lesão , fixar em 
formol a 10% incluir em 
parafina 
Diagnóstico – LTA 
105 
Laboratorial 
•Pesquisa do parasito 
• Aspirado 
Laboratorial 
• Pesquisa do parasito 
• Cultura 
• Pesquisa do DNA do 
parasito 
Diagnóstico – LTA 
106 
Diagnóstico – LTA – 
Métodos Imunológicos 
107 
Foto: Roosevelt Oliveira 
IDRM – Teste de escolha LC/LM/LCM – evidencias 
epidemiológicas - Avalia a reação de hipersensibilidade 
retardada do paciente – injeta-se 0,1ml do antígeno de 
promastigota de cultura Leishmania 
Positivo – 48-72h - diâmetro de enduraçao ≥ 5mm 
ELISA/RIFI 
As formas amastigotas rapidamente se 
transformam em formas promastigotas 
(formas flageladas) no intestino dos 
vetores. 
Essas formas dividem-se ativamente e, no 
novo repasto, são injetadas na pele do 
hospedeiro. 
 Ao picar os reservatórios 
infectados, as fêmeas dos 
flebotomíneos adquirem as 
formas amastigotas 
Imunopatogenese 
As leishmânias são parasitos dimórficos. 
 
 Flebotomíneos representam o elo entre os 
reservatórios e o homem 
 Homem - hospedeiro acidental de Leishmania 
Imunopatogenese 
109 
 Devido ao seu curto aparelho bucal os flebotomíneos 
são incapazes de canular pequenos vasos da derme 
provocando lesões – laceram o vaso 
http://www.cdc.gov/healthypets/diseases/leishmania.htm 
imunopatogenese 
110 
 As formas promastigotas metaciclicas encontrarão: 
 Hospedeiro vertebrado - proteínas do soro – proteínas do 
complemento, anticorpos IgG e a fibronectina 
 Anticorpos da classe IgG e as fibronectinas participam do 
processo de adesão das promastigotas infectantes ao macrofago 
por meio de receptores para a porção Fc das IgG. 
 
 Hospedeiro vertebrado (Inseto): saliva e fluidos 
digestivos do inseto – a saliva contribui na infecciosidade 
das formas promastigotas por meio de substancia 
vasodilatadora (maxidilan) – essa substancia 
imunossupressora parece inibir a apresentação de antígenos 
de Leishmania pelos macrófagos. 
Determinantes 
da variação na 
resposta inume 
a Leishmaniose 
Diferentes espécies? 
Resposta 
individual? 
??? 
Adaptação? 
Genética? 
Vetor? 
Aspectos Imunológicos 
Aspectos da Resposta imune na 
Leishmaniose 
 Uma resposta celular e humoral contra o parasito é 
desenvolvida pelo sistema imune do homem. 
 
 Apesar dos estudos imunológicos realizados nos últimos 
anos os mecanismos envolvidos na resposta imune (RI) 
de portadores de LTA não estão claramente 
elucidados. 
 
 A maioria dos estudos de mecanismo de RI tem sido 
realizadas em modelos murinos – sendo 
caracterizados dois padrões de resposta Th1 e Th2 
 
Ezra N, Ochoa MT, Craft N. Human immunodeficiency virus and 
leishmaniasis. J Global Infect Dis 2010;2:248-57 
Aspectos da Resposta imune na Leishmaniose 
Na Modulação da RI o 
Macrófago apresenta os 
antígenos aos linfócitos TCD4 – 
podem ser divididos em 2 
subpopulações : 
A resistência do Hospedeiro está associada a ativação seletiva e diferenciação de cels. efetoras Th1- secretam um 
padrão de citocinas especificas - citocinas pré-inflamatórias 
A suscetibilidade à infecção está relacionada à resposta de 
cels CD4 (Th2) que secretam citocinas especificas 
Tratamento – LT/LV 
114 
 Drogas recomendadas pelo MS 2000 
 
 Antimoniais (Glucantime) – 20 dias de tratamento 
 Pentamidina – 3 doses com dois ou sete dias de intervalo 
 Anfotericina B 
 
 Outras drogas com potencial: 
 Miltefosina – oral 
 
Operacionalização 
Drogas de uso parenteral 
Interrupção dos cursos 
Desenvolvimento de resistência 
Pacientes imunodeprimidos 
Seguimento dos casos (70 % não retorna) 
Aspectos terapêuticos problemáticos: 
Tratamento 
Medidas de prevenção: 
 Zoonose primitiva das florestas 
 LTA resiste a qualquer medida preventiva aplicável as 
doenças transmitidas por vetores. 
 Na maior parte das áreas endêmicas , onde se observa o 
padrão clássico de transmissão, quase nada pode ser feito 
em relação a profilaxia da doença, dada a impossibilidade 
de se atuar sobre a fonte de infecção silvestre. 
 Medidas devem ser adotadas: medidas clínicas, diagnóstico 
precoce e tratamento. 
 Toda a pessoa que apresentar ferida de difícil cicatrização 
deverá procurar a Unidade Básica de Saúde, para a 
realização do exame específico e tratamento. 
 
 medidas de proteçãoindividual - meios mecânicos: 
 Uso de mosquiteiros simples, 
 Telas finas em portas e janelas , 
 Evitar a frequência na mata, principalmente no horário noturno, a partir 
das 20:00 horas (crepúsculo) sem o uso de roupas adequadas, boné, 
camisas de manga comprida, calças compridas e botas além do uso de 
repelentes. 
 Medidas educativas 
 Atividades de educação em saúde - inseridas em todos os serviços 
que desenvolvem as ações de controle de LTA, 
 Envolvimento efetivo das equipes multiprofissionais e 
multiinstitucionais 
 Trabalho articulado nas diferentes unidades de prestação de serviço 
Medidas de prevenção: 
 Capacitação das equipes, englobando 
 conhecimento técnico, 
 os aspectos psicológicos 
 e a prática profissional em relação à doença e ao doente; 
 
Medidas de prevenção: 
Medidas de controle 
 Notificação do caso suspeito de autoctonia 
- Complementação da ficha de investigação epidemiológica; 
 Delimitação da área de foco definido como espaço de 
transmissão 
 Poderá ser a residência, local de trabalho ou área para onde o 
paciente tenha se deslocado; 
 aonde existam fatores de risco necessários para a transmissão 
 Onde ocorre relacionamento da população humana local com 
flebotomíneos transmissores 
 áreas onde houve modificação do ambiente natural 
 Onde tenha sido detectado um ou mais casos autóctones; 
 Busca ativa; 
 Atividades de educação/divulgação. 
Controle Químico 
 Condição 
- transmissão domiciliar 
- ocorrência de 2 ou mais casos na área de foco, período de 6 meses. 
 Método 
- inseticidas de ação residual: 
 Piretróides 
 Deltametrina SC ou CE 2,5% (200 ml produto para 8 litros de solvente). 
 Deltametrina SC 5,0% (100 ml produto para 8 litros de solvente). 
- 1ciclo de borrifação, em todas as unidades domiciliares da área delimitada, 
teto ao chão e beirais. 
- repetição de novo ciclo a cada 6 meses(até completar 6 meses), na condição de 
ocorrência de novos casos 
 Não ocorre na Amazônia – realidade diferenciada 
BR 174 
AM 010 
Tarumanzinho 
Tarumã Açu 
Puraquequara 
Espacialização da LTA Manaus 
Guerra et al., 2006 (CSBMT) 
LEISHMANIOSE VISCERAL 
 1885 - descrita 1ª. vez Cunnigham - uma 
afecção parasitária. 
 
 1901 - A doença tornou-se conhecida 
como leishmaniose - William Leishman, 
um médico escocês - Exército britânico na 
Índia – 1ªs. manchas de Leishmania - em 
Dum Dum, uma cidade perto de Calcutá 
 Descobriu corpos ovóides no baço de um 
soldado britânico que estava passando 
por crises de febre, anemia, atrofia 
muscular e inchaço do baço. 
 Descreveu a doença como "febre do 
dum dum" e publicou suas descobertas 
em 1903. 
 
Histórico 
Charles Donovan também 
reconheceu esses sintomas em outros 
pacientes kal-azar e publicou sua 
descoberta poucas semanas depois 
de Leishman. 
 
Leishman e Donovan descobriram - o gênero Leishmania 
Histórico 
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:William_Boog_Leishman.jpg 
Usando a coloração de Leishman, as amastigotas eram 
conhecidas como corpos Leishman-Donovan 
 
Oficialmente - espécie se tornou conhecido como L. donovani . 
Histórico 
1934 - Penna - relatou os primeiros casos de 
leishmaniose visceral no Brasil 
 
1956 - Deane e Alencar publicaram um estudo clássico 
sobre a epidemiologia da doença no estado do Ceará. 
 
Desde então a leishmaniose vem sendo amplamente 
estudada nos órgãos nacionais de pesquisa. 
Leishmaniose Visceral (LV) ou Calazar 
 Doença de manifestação generalizada, 
 Frequentemente apresenta: 
o Febre irregular de longa duração 
o Hepatoesplenomegalia 
o Emagrecimento 
o Linfadenopatia - 
o Pancitopenia periférica - 
Agentes Etiológicos 
 Os agentes etiológicos da 
leishmaniose visceral americana 
estão agrupados no complexo 
donovani, onde são reconhecidas 
atualmente três espécies como 
agentes etiológicos da doença: 
 Leishmania (Leishmania) donovani 
 Leishmania (Leishmania) infantum 
 Leishmania (Leishmania) chagasi 
(Novo Mundo) 
LV - Presença de Leishmânias em 
macrofágo de material retirado por 
punção esplênica 
Fonte:GLEISH/FMT 
Espécie Características - Foco de maior incidência 
 L. (L.) donovani Antroponose, provoca a forma visceral e a 
leishmaniose dérmica pós-calazar em adultos. Índia 
 L. (L.) chagasi Zoonose (cão e raposa), provoca a forma 
visceral em crianças. América Latina 
http://www.nanotech.dtu.dk/Research-mega/Projekter/Externally_Funded_Projects/Phototoxic_effect 
Espécie Características Foco de maior incidência 
 L. (L.) infantum Zoonose (cão, chacal e roedores), provoca 
forma visceral em crianças. 
 Mediterrâneo, Europa, África e China 
•Indiano (homem, adultos jovens) 
•Sudanês (zoonose, adultos jovens, epidemias) 
•Africano (zoonose, crianças, endêmico-epidêmico) 
•Asiático (Epidêmicos e endêmicos) 
•Mediterrâneo (Zoonose de cães, crianças, urbano-endêmico) 
•Americano (semelhante ao do Mediterrâneo) 
TIPOS EPIDEMIOLÓGICOS DO CALAZAR 
Fonte: MS/BR 1999 
Distribuição Geográfica 
http://www.ufpe.br/biolmol/Leishmanioses-Apostila_on_line/infogerais.htm 
Leishmaniose visceral no mundo 
Distribuição Geográfica 
 Nas Américas: Brasil, Paraguai, Argentina, 
Bolívia, Venezuela, Colômbia, Peru, 
Guatemala e México. 
 Brasil - 90% dos casos verificados na América. 
 Doença de área silvestre ou rural, com a 
ocorrência associada a estes ambientes e a 
crianças. 
 vem sofrendo um processo de urbanização 
 As alterações ambientais forçam a adaptação do 
vetor ao ambiente urbano 
 o ciclo da pobreza no meio rural e nas pequenas 
cidades expulsam um vasto de contingente 
populacional do campo para as cidades 
 deslocamento da faixa etária com um número cada 
vez maior de pessoas com mais de 15 anos sendo 
afetadas. 
Casos de LV – Brasil - 2002 
134 
Fonte: SINAN/SVS/MS 
Distribuição Geográfica 
 Por condições socioeconômicas estas populações migram 
para o meio-urbano e continuam a manter vínculo com o 
seu passado rural e mantendo seus cães e pequenos 
animais de produção. 
 Atualmente todas as regiões do Brasil tem registro de casos 
autóctones 
 Não há registros de ocorrência de casos autóctones do 
estado do Amazonas (Área Yanomami?) 
 Vetorial 
 Lainson e Shaw, 1988 - duas linhagens de Leishmania se 
desenvolvem no flebotomíneos. 
 Uma - promastigotas infectantes 
 Outra promastigotas não infectante. 
 O motivo e significado desta linhagem não infectante permanece 
desconhecido. 
 Outras formas - menos comuns 
 Congênita - leucócitos parasitados 
 Transfusões sanguíneas 
 Acidentes laboratoriais 
Formas de transmissão 
Ciclo de transmissão 
http://en.wikipedia.org/wiki/Leishmania 
Ciclo Biológico - vetor 
Fêmea - repasto sanguíneo ingere formas 
amastigotas. 
Os amastigotas liberados no lúmen intestinal 
do mosquito multiplicam-se, gerando 
promastigotas (15h após o repasto). 
Os promastigotas - divisão binária - 
colonizam esôfago e faringe do 
flebotomíneo - paramastigotas que 
retornam à forma promastigotas . 
O flebotomíneo inocula as formas 
promastigotas no hospedeiro vertebrado 
durante o repasto sangüíneo as 
promastigotas são fagocitados, 
transformam-se em amastigotas. 
Três ciclos epidemiológico na transmissão 
 Silvestre: raposas de hábito migratório disseminando a 
doença e escondendo-se em tocas e buracos repletos de 
mosquitos. 
 O homem e o cão são infectados quando vão caçar ou 
acampar. 
 Doméstico: o cão é o reservatório da doença 
 Peridoméstico: raposasinfectadas por flebotomíneos 
próximas às fazendas, rondando galinheiros e permitindo 
que os mosquitos do local adquiram o parasita ao picar as 
raposas . 
Ciclo enzoótico silvestre - raposas e outros animais e Lutzomyia longipalpis; 
Invasão vetor das moradias localizadas na proximidade da floresta infecção cão e homem 
 (Lainson e Rangel, 2005) 
Eco-epidemiologia da leishmaniose visceral americana 
Ciclo de transmissão- Reservatórios 
 Parasitismo cutâneo intenso 
 comum o isolamento do parasito no sangue periférico. 
 Cães e raposas - fontes de infecção para os flebotomíneos 
 mantêm os ciclos tanto em ambiente domiciliar como silvestre 
respectivamente. 
 Os cães constituem o principal elo de transmissão. 
 As raposas fazem o papel de reservatórios silvestres 
Ciclo de transmissão - Reservatórios (Brasil) 
 
 Ciclo silvestre 
 as raposas Cerdocyon thous - R. Norte e Nordeste 
 
 Ciclo Doméstico e peri-doméstico: 
 cão doméstico (Canis canis), 
 Marsupiais (Didelphis albiventris e D. marsupialis) 
 Homem 
 Aves domésticas e até porcos, fonte de alimento para o 
inseto transmissor 
 Os ciclos podem ocorrer concomitantemente 
Áreas de ocorrência 
Leishmaniose Visceral - Estado de Roraima 
Fonte:GLEISH/FMT 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702000000200009 
Inaparentes - Caracterizam-se pela ausência de 
sinais, clínicos, geralmente, encontrados em 
inquéritos sorológicos em áreas endêmicas, IDRM 
positivo ou encontro de parasitas em tecidos 
Oligossintomáticas - febre baixa ou ausente, 
hepatomegalia e discreta esplenomegalia, 
adinamia, ausência de hemorragias ou caquexia. 
Podem facilmente ser confundidas com outros 
processos infecciosos de caráter benigno 
Agudas - Quadros febris de mais de duas 
semanas, história de tosse e diarréia associados a 
visceromegalia moderada 
LV - Formas Clínicas 
Incubação: 30 a 90 dias (10 a 180) Fonte:GLEISH/FMT 
Quadro de desnutrição importante 
Febre irregular, anemia, leucopenia, e 
volumosa hepatoesplenomegalia, 
Evolução arrastada, mais de três 
meses 
Caquexia, palidez acentuada, 
manifestações hemorrágicas (epistaxe 
e gengivorragia) 
Infecções bacterianas associadas - 
respiratórias e de pele 
LV - Formas Clínicas Clássicas 
Fonte:GLEISH/FMT 
http://vl-ethiopia.huji.ac.il/ 
Forma evolutiva do Calazar clássico 
Respondeu parcialmente ou não, ao tto com 
as drogas de escolha 
Tendem a ser clinicamente mais graves 
História clinica prolongada 
 Ttos anteriores muitas vezes inadequados 
Importantes alterações hematológicas, 
alterações hepáticas evidentes. 
Requerem manuseio com drogas alternativas 
em hospitais de referência terciária 
LV - Formas Clínicas refratárias 
Fonte:MS/BR 
Fonte:GLEISH/FMT 
Leishmaniose Visceral - Diagnóstico 
LABORATORIAL: 
Punção de medula óssea - esterno, tíbia, crista ilíaca 
Punção esplênica (risco de ruptura da cápsula esplênica) 
•Exame direto (Giemsa, panótico) 
•Cultura 
•Imunológico: ELISA, RIFI - Títulos acima de 1:200 
•IDRM - É negativa durante a doença ativa e passa a positivo após 
tratamento (virada do Montenegro) 
Punção de medula óssea - Procedimento 
Leishmaniose Visceral - Diagnóstico 
Fotos: Jorge Guerra 
Leishmaniose Visceral - Diagnóstico 
Fotos: Jorge Guerra 
Imunidade 
 Atualmente sabe-se que a leishmaniose visceral induz uma 
imunidade caracterizada por uma elevação nos níveis de 
imunoglobulinas séricas, principalmente IgG, e uma fraca 
resposta imune celular. 
 Esta exacerbação dos níveis de IgG acarreta um 
hipergamaglobulinemia que aumenta gradativamente no 
decorrer da doença. 
 Além disso, a imunidade é duradoura e efetiva após o 
tratamento, visto que não há relatos de casos de recidiva 
Patogenia 
 As alterações patológicas podem iniciar na pele, com a 
formação de um nódulo (leishmanioma) no local em que o 
flebotomíneo inoculou a forma promastigota da Leishmania 
(Leishmania) chagasi. 
 Após este episódio, ocorre uma visceralização em que os 
amastigotas são encontrados em células do Sistema Monocítico 
Fagocitário (SMF) em órgãos como o baço, linfonodos, medula 
óssea e fígado. 
 Nestes órgãos haverá grande parte das mais graves lesões 
encontradas na doença. 
 O sangue periférico dos seres humanos dificilmente apresenta 
parasitas, mas os cães e raposas freqüentemente revelam uma 
grande carga parasitárias na corrente sangüínea, justificando 
o motivo de estes animais serem incriminados como os 
principais reservatórios da doença. 
TRATAMENTO 
Tratamento específico: 
Antimoniais 
N-metil glucamina (Glucantime) 
20 mg/kr/dia durante trinta dias 
Anfotericina B (Fungizon, Ambisome) 
Pentamidina (Pentacarinat) 
Miltefosina (Impavido ) 
 
CONTROLE 
Controle de vetor 
 
Controle de reservatórios 
 
Tratamento dos casos ativos 
 
Vacinação ??? 
AÇÕES PRINCIPAIS 
  Diagnóstico precoce e tratamento adequado 
 Redução do contato homem - vetor: inseticida 
 proteção individual 
 controle de reservatórios 
 Medidas Educativas 
AÇÕES PRINCIPAIS 
 Medidas Administrativas, com programação para: 
 fornecimento de insumos p/ diagnóstico 
complementar; 
 investigação de focos; 
 recebimento de notificação; 
 orientação terapêutica padronizada; 
 fornecimento de medicação e apoio de 
aplicação; 
 investigação epidemiológica 
Bibliografia consultada 
162 
 Altamiro-Enciso, AJ. Sobre a origem e dispersão das leishmanioses cutânea 
e mucosa com base em fontes históricas e pré –colombianas. Historia, 
Ciências e Saúde. 2003; 10(3)853-82. 
 Lainson R. Espécies neotropicais de Leishmania: uma breve revisão histórica 
sobre sua descoberta, ecologia e taxonomia. Rev Pan-Amaz Saude 2010; 
1(2):13-32 
 Marcondes CB. Entomologia Médica e Veterinária. 2ª. Ed. Atheneu. 2011. 
 Marcondes CB. Doenças transmitidas e causadas por artrópodes. São 
Paulo:Ed. Atheneu. 2009. 
 Neves DP. Parasitologia Humana. 10ª. Ed. Atheneu. 2002. 
 Rey L. Bases da parasitologia Médica. Editora Guanabara e Koogan. 
2002.

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