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Medicamentos usados no tratamento da obesidade Obesidade • Definição – É uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo num nível que compromete a saúde do indivíduo – Já teve várias definições, como: • excesso de gordura corporal • peso corporal acima de 20% do peso ideal – Definição mais precisa e de melhor compreensão quando estabelecido o IMC (Índice de Massa Corporal) Classificação da obesidade segundo o IMC Diagnóstico de obesidade baseado apenas no IMC não é tão exato, já que com o índice não se quantifica a gordura e também não é considerada a sua localização A localização da gordura corporal • Gordura depositada na região abdominal – Mais riscos à saúde • Desenvolvimento de hipertensão arterial, hiperlipidemia e diabetes mellitus tipo II • Gordura concentrada em outras partes do corpo, como região dos quadris e coxas – Menos riscos que a abdominal • Por isso, na prática médica é comumente usada a Relação Cintura/Quadril (RCQ) – Mulheres: Risco se ≥ 0,80 – Homens: Risco se ≥ 0,90 O tratamento • Não farmacológico – Todos os pacientes com sobrepeso – Dieta – Atividade física • Farmacológico – Somente em alguns casos Condições para se realizar tratamento farmacológico da obesidade • Condição inicial: – Tratamento com dieta, exercício ou aumento da atividade física e modificações comportamentais não obtêm resultados satisfatórios e significantes • Dada a condição acima, será indicado tratamento medicamentoso nos casos abaixo: – IMC ≥ 30 kg/m2 ou – IMC ≥ 25 kg/m2 associado a doenças relacionadas ao excesso de peso • diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, certas formas de câncer, apneia do sono, osteoartrite, síndrome metabólica, entre outras) Usando medicamentos contra a obesidade de forma racional • 1) O tratamento farmacológico só se justifica em conjunção com orientação dietética e mudanças de estilo de vida. – Os agentes farmacológicos somente ajudam a aumentar a adesão dos pacientes a mudanças nutricionais e comportamentais • 2) O tratamento farmacológico da obesidade não cura a obesidade – quando descontinuado, ocorre reganho de peso. – A quantidade de gordura armazenada nos adipócitos diminui, mas a quantidade de células não reduz • Logo que o organismo voltar a receber gordura excedente, as células adiposas armazenarão novamente até onde forem capazes Usando medicamentos contra a obesidade de forma racional • 3) Medicamentos antiobesidade devem ser utilizados sob supervisão médica contínua • 4) O tratamento e a escolha medicamentosa é moldada para cada paciente – Os riscos associados ao uso de uma droga devem ser avaliados em relação aos riscos da persistência da obesidade • 5) O tratamento deve ser mantido apenas quando considerado seguro e efetivo para o paciente em questão Principais neurotransmissores na regulação do peso • Noradrenalina – Além de seus efeitos como neurotransmissor, a noradrenalina pode influenciar a taxa metabólica. – Age pela modulação da função endócrina e da secreção de insulina, causando aumento da taxa de glicogenólise e a mobilização de ácidos graxos. Estes efeitos atuam na regulação do peso Principais neurotransmissores na regulação do peso • Serotonina – Este NT possui várias funções, por atuar em diferentes receptores: 5-HT1 a 5-HT4 – No sistema nervoso central a 5-HT influencia numerosas funções cerebrais, como: • Apetite, tendo importante efeito sobre a saciedade. • Além de sono, cognição, percepção sensorial, atividade motora, regulação da temperatura, nocicepção, comportamento sexual, secreção hormonal – As alterações comportamentais induzidas por fármacos que interagem com os receptores 5-HT são extremamente diversas Fármacos para o tratamento da obesidade • Se classificam em: – Aqueles que reduzem a ingestão de alimentos (noradrenérgicos, serotoninérgicos e os noradrenérgicos/serotoninérgicos) • Sibutramina – Os que diminuem a absorção de gordura, desviando o metabolismo normal • Orlistat – Os que aumentam a termogênese • Efedrina e Cafeína Fármacos para o tratamento da obesidade • Consenso Latino-Americano de Obesidade de 1998 e a OMS determinam: – Apenas a Sibutramina e o Orlistat devem ser prescritos para tratamentos longos, por serem considerados os mais seguros Sibutramina • Mecanismo de ação: – Inibição da recaptação neuronal da serotonina (53%), noradrenalina (74%) e dopamina (16%) no hipotálamo – Não estimula diretamente os receptores serotoninérgicos (5-HT1 ou 5-HT2) e noradrenérgicos (α1, α2, β1, β2 e β3) ou da dopamina Sibutramina • Mecanismo de ação: – O hipotálamo ventromedial é a região hipotalâmica relacionada com a saciedade da fome e da sede e a tranquilidade – A presença de serotonina no hipotálamo ventromedial causa: • Controle da saciedade • Afagia • Inibição do hipotálamo lateral, responsável pela fome, hiperfagia Sibutramina • Mecanismo de ação – Além da interferência hipotalâmica a Sibutramina também estimula a lipólise através da produção de calor Sibutramina • Ações terapêuticas – Redução da ingestão de alimentos – Perda de peso dose-dependente – Redução da circunferência da cintura, ou seja, redução de gordura visceral. – Diminuição dos níveis plasmáticos de triglicerídeos e lipoproteínas de densidade muito baixa – Elevação das lipoproteínas de densidade elevada Sibutramina • O tratamento poderá durar, com segurança, até o máximo de um ano de uso contínuo • No entanto, deve ser suspenso em doentes que: – Não respondam adequadamente • não atinjam 5% de redução de peso ao fim de 3 meses • redução ponderal tenha estabilizado em menos de 5% do peso inicial – Tenham readquirido 3 kg ou mais após terem registrado uma redução ponderal prévia Sibutramina • Contra-indicações – Evitada ou necessita acompanhamento rigoroso em pacientes com • Distúrbios alimentares como anorexia ou bulimia nervosa • Hipertensão não controlada – Usado com cautela em pacientes com histórico ou com hipertensão bem controlada • Histórico de doença cerebrovascular ou distúrbios cardiovasculares, assim como arritmias cardíacas, falência cardíaca congestiva e doença vascular periférica • Síndrome de Tourette, hipertireoidismo, feocromocitoma, hiperplasia prostática benigna • História de uso de drogas ou abuso de álcool Sibutramina • Contra-indicações – Evitada ou necessita acompanhamento rigoroso em pacientes com • Usado com cuidado em todos os pacientes com glaucoma • História de depressão, epilepsia, cálculo biliar • Até 18 anos e também paras idosos (mais de 65 anos) devido à falta de evidências clínicas nesses grupos etários Todos os cuidados devem ser tomados na administração do saciogênico, pois não se sabe os limites de seus efeitos sobre a atividade central e periférica. Sibutramina • Reações adversas – As inúmeras contra-indicações não vêm sendo levadas a sério pelos profissionais prescritores e isto tem acarretado inúmeros relatos de reações adversas severas • Entre as diversas reações adversas ao uso da sibutramina, destacam-se: – Aumento da PA e frequência cardíaca – Midríase – Palpitações – Ansiedade – Nervosismo Sibutramina • Causa dependência? – Não • Os efeitos estimulantes da dopamina sobre o SNC são responsáveis pela dependência das anfetaminas e substâncias semelhantes • A Sibutramina não estimula a liberação de dopamina nas terminações nervosas e tem efeito muito discreto na inibição da recaptação deste neurotransmissor, mesmo com o emprego de doses elevadas Orlistat(Xenical) • Mecanismo de ação – Age localmente no TGI, sem ser absorvida – Inibição parcial da atividade das lípases gástricas, pancreáticas e carboxil-éster no trato gastrointestinal – Inibe a hidrólise de triglicerídeos ingeridos • Reduz absorção de monoglicerídeos e ácidos graxos livres – Impede a absorção de aproximadamente 30% da gordura ingerida na dieta Orlistat • Ações terapêuticas – Diminuição do colesterol total e LDL – Causa perda de peso proporcional à dose – Redução da ingestão de lipídeos para aproximadamente 30% do total de consumo energético – Doses elevadas não aumentam substancialmente o efeito terapêutico Orlistat • Contra-indicações – < 12 anos – Síndrome de má absorção • Interações com nutrientes – Devido à absorção inadequada de lipídeos, pode causar diminuição na absorção das vitaminas K, E, D, A, e principalmente de beta-caroteno – Reposição com alimentos ricos nestes nutrientes pode suprir esta deficiência Quitosana • Mecanismo de ação – Ao se complexar com os lipídeos no TGI, inibem a digestão dos lipídeos, aumentando sua eliminação • O gel formado pela quitosana + lipídeos é altamente resistente à ação das enzimas digestivas pancreática e intestinal e aumenta o volume das fibras de quitosana, causando sensação de saciedade Quitosana • Ações terapêuticas – Redução do colesterol total e triglicerídeos – Aumento do colesterol HDL – Aumento da eliminação fecal de gorduras, sem provocar diarreia – Perda de peso (até 7kg em quatro semanas) Quitosana • Contra-indicações – Gravidez, lactação, crianças • Interações com nutrientes – Pode causar diminuição na absorção de vitaminas lipossolúveis
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