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Fidedignidade A fidedignidade é frequentemente explicada em termos do processo de mensuração na física e engenharia. Quando nós mensuramos, por exemplo, o comprimento de uma mesa, assumimos que nossas mensurações são razoavelmente fidedignas. Podemos checar isto fazendo várias mensurações do comprimento da mesa e em seguida compará-las. Mesmo que venhamos a repetir este procedimento inúmeras vezes com o propósito particular de alcançar a precisão, é improvável que obtenhamos exatamente a mesma medida do comprimento da mesa em cada tentativa de mensuração. As mensurações do comprimento da mesa certamente variarão de uma tentativa para outra e ficaríamos razoavelmente contentes se os erros fossem apenas pequenos. Nas ciências sociais e, particularmente nas ciências do comportamento, a falta de fidedignidade das medidas pode se constituir num grande problema. De fato, a falta de fidedignidade de um teste psicológico pode ter efeitos devastadores e extremamente desagradáveis, de maneira que devemos em primeiro lugar construir testes que sejam os mais fidedignos possíveis, e em segundo lugar levar em consideração a falta de uma fidedignidade perfeita na interpretação dos resultados dos testes. Todos os testes publicados são requeridos a registrarem com detalhes a fidedignidade e como ela foi calculada, e qualquer que seja a forma com que um teste foi construído e usado, informações sobre a fidedignidade devem necessariamente ser incluídas. Nenhum teste será absolutamente consistente. Não obstante, torna-se necessário fazer testes psicológicos que sejam o mais fidedigno possível. Há vários métodos para mensurar a fidedignidade de um teste. Validade A validade é considerada a característica mais importante na avaliação de um teste. O conceito refere-se à apropriação, significação e utilidade das inferências específicas feitas a partir dos escores dos testes. A validade refere-se genuinamente à característica de se ou não um teste está mensurando alguns atributos do mundo real que supostamente ele está mensurando. A validade é a verdadeira medida de quão útil é o teste. O processo de validação de um teste é realizado acumulando evidências que suportam tais inferências feitas a partir dos resultados deste teste. Validade, portanto, não é um conceito unitário e há várias formas de estimá-la. Validade aparente A validade aparente refere-se ao processo de aceitabilidade dos itens do teste, tanto por parte do construtor do teste quanto por parte do examinando, com relação à operação que está sendo desempenhada. Ela nunca deve ser tratada como trivial. Se os examinandos fracassam em se submeterem com seriedade ao teste os resultados podem ser sem significado. A avaliação da conveniência de um teste deve incluir considerações acerca do estilo e da conformidade dos itens para o propósito especificado, em adição a quaisquer outras características formais do teste. Validade de conteúdo A validade de conteúdo de um teste examina a extensão em que a especificação sobre a qual ele foi construído reflete o propósito particular para o qual o ele está sendo desenvolvido. Em geral, a validade de conteúdo demonstra o grau em que uma amostra de itens, tarefas ou questões de um teste é representativa de um universo definido ou domínio de conteúdo. Ela frequentemente baseia-se nos julgamentos de especialistas que avaliam a relação entre partes do teste e o universo definido, mas certos procedimentos lógicos e empíricos podem também ser empregados. Por exemplo, num contexto educacional, a validade de conteúdo geralmente envolverá a comparação entre a estrutura curricular e a estrutura do teste. Num contexto de trabalho envolvendo um teste de seleção de pessoal, a validade de conteúdo será a extensão em que a especificação do posto de trabalho emparelha-se à especificação do teste. A validade de conteúdo é fundamental para a psicometria e constitui a base principal pela qual qualquer programa de construção de teste é julgado. A validade de conteúdo tem de ser julgada qualitativa, mas do que quantitativamente, haja vista que a forma de qualquer desvio da validade é usualmente mais importante do que o grau deste desvio. Em outras palavras, se a especificação do teste não está refletindo a especificação da tarefa, ele deve estar refletindo outra coisa, e todas estas coisas são fontes potenciais de vieses ou de erros. Validade preditiva A validade preditiva é a maior forma de validade estatística e deve ser usada em todas as situações em que um teste for usado para fazer predições. Ela é sinônimo do valor prognóstico de um teste. Ela indica em que medida as previsões feitas a partir dos resultados de um teste são confirmadas pelos fatos constatados posteriormente. Estes fatos não são necessariamente o rendimento escolar ou profissional, mas podem ser também o sucesso numa psicoterapia, numa mudança de atitude ou o sucesso de uma campanha por meio de propaganda. A validade preditiva é representada como a correlação entre os escores do teste e os escores do grau de sucesso no campo selecionado, usualmente denominado de sucesso no critério. Um problema comum com a validade preditiva é que os indivíduos que não são selecionados, por exemplo, num teste de seleção de pessoal, não produzem escores no critério de maneira que os dados serão sempre incompletos. Nestas circunstâncias, a validade preditiva será sempre subestimada. Um coeficiente de correlação produto-momento de Pearson entre os escores obtidos num teste e num critério qualquer representa o coeficiente de validade de um teste. Validade concorrente A validade concorrente é também estatística em concepção e descreve a correlação de um novo teste com testes já existentes que supostamente medem o mesmo tipo de constructo. Assim, um novo teste de inteligência pode correlacionar-se com outros testes de inteligência existentes, mesmo comercialmente. Devemos, todavia, destacar que embora possa existir uma alta correlação entre um novo e um antigo teste de inteligência, ambos podem não necessariamente estar mensurando o constructo de inteligência se outras formas de validade não tenham sido rigorosa e previamente estabelecidas. Novamente, um coeficiente de correlação estatístico, entre um novo e um teste já existente, representa a validade concorrente.
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