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Gestão Financeira e Orçamentária UNIDADE 3 1 GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA UNIDADE III Palavras Professor Olá! como vão os estudos? Espero que esteja tudo certo! Vamos iniciar a nossa III unidade, conto com sua dedicação em nossa nova jornada de estudo. Lembre-se seu comprometimento é a chave para seu sucesso! orientações da disciPlina Nesta unidade III, estudaremos a projeção de demonstrações financeiras, apresentando os seus tipos que são: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e Fluxo de caixa. Seguire- mos nossos estudos com a análise da gestão financeira, onde abordaremos os subtemas: análise vertical, análise horizontal e os indicadores contábeis. Também veremos o processo do orçamento de capital, onde estudaremos seus princípios e a importância de cada etapa do processo. Finalizaremos o estudo desta unidade 3, abordando a estrutura do capital apropriada, onde apresentaremos formas de minimizar o risco durante o processo da tomada de decisões referentes a essa estrutura. Vamos seguir! deMonstrações financeiras e estrUtUra de caPital Projeção de demonstração financeira Antes de avançarmos nossos estudos, acerca dos tipos de projeções, é necessário, entendermos o que é uma projeção. Na verdade, a projeção é o ponto de partida para o planejamento, seja ele, planejamento da produção, dos novos investimentos, das compras. Seu grande objetivo é auxiliar o administrador/ges- tor a tomar decisões de uma forma mais rápida e eficiente, uma vez que, quase todas as decisões tomadas pelos administradores financeiros são realizadas tendo como base a projeção realizada. Dito o que é uma projeção, agora já somos capazes de conceituar uma projeção financeira, como sendo um conjunto de valores e relações financeiras úteis, abrangendo um período futuro e que suportarão uma decisão. Ou seja, trata-se de um relatório no qual todo o histórico da empresa fica gravado nessas demonstrações, onde no futuro, poderá servir de guia para se ter uma melhor noção da situação atual da empresa, e quais serão os prováveis rumos de seu negócio. 2 Podemos citar as principais demonstrações financeiras de uma empresa, como sendo: • Balanço Patrimonial (BP); • Demonstrações de Resultados do Exercício (DRE); • Demonstrações do Fluxo de Caixa (DFC); • Demonstrações de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); • Demonstrações dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA); • Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Contudo, os três mais conhecidos e que iremos nos aprofundar são o Balanço Patrimonial (BP), Demons- trações de Resultados do Exercício (DRE) e o Fluxo de Caixa (FC). Vamos agora, estudar cada uma dessas três demonstrações separadamente, vejamos: ProJeçÃo da deMonstraçÃo do resUltado do eXercÍcio (dre) A Demonstração do Resultado do Exercício é um relatório mensal que irá evidenciar o que ocorreu com as operações da empresa, ou seja, vai apresentar como a empresa funcionou e de que maneira esse funcio- namento afetou seu resultado. Diante disso, essa demonstração financeira é a primeira que se observará num relatório anual ou trimestral de uma empresa. GUarde essa idéia! De forma mais resumida, podemos dizer que, o resultado desse relatório (DRE), mostra quanto dinheiro a empresa gerou (receita), o quanto gastou (despesas) e a diferença entre os dois (lucro) ao longo de um determinado período de tempo. A DRE, na verdade, é o resumo das operações financeiras da empresa em um determi- nado período de tempo, onde apresentará os resultados da empresa de forma geren- cial, tudo em atendimento a legislação. Foi a Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações), através de seu artigo 187 que instituiu a Demonstração do Resultado Do Exercício, vamos a ela: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I. a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III. as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV. o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 3 V. o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI. as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) VII. o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e ren- dimentos. § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007). Palavras do Professor Agora que você já observou a exigência feita pela Lei, sobre os dados que deverão ser informados no relatório da Demonstração do Resultado do Exercício, pode perceber que ela oferece um resumo financeiro dos resultados operacionais e não operacionais de uma organização em determinado período que, normalmente, são realizados men- salmente para fins administrativos e, anualmente, para fins de divulgação de resultado exigido pela legislação. A demonstração de resultado do exercício possui como suas principais contas as receitas, o custo da mercadoria vendida e as despesas relativas a um determinado período. Mas, para uma melhor compres- são de uma demonstração de resultado do exercício, necessário conhecer cada uma dessas contas que a compõe, vamos a elas: » Receita Operacional – Representa as vendas brutas que foram realizadas pela empresa, ou seja, trata-se da quantidade de produto ou serviços vendidos pela empresa durante determi- nado período. » Deduções – Representadas pelos impostos incidentes sobre as vendas, como por exemplo, o IPI, ICMS ou ISS, por exemplo. O imposto de renda não entra nessa conta, pois ele será com- putado somente mais para o final do DRE. » Vendas canceladas – Representadas pelos produtos que foram devolvidos pelos clientes, em função de não atenderem às suas expectativas, apresentarem defeitos ou qualquer outro moti- vo do qual o produto tenha voltado para a empresa, onde ela não obteve lucro. » Abatimento sobre as vendas – Representado pelos descontos fornecidos aos clientes em de- corrência de algum defeito apresentado na mercadoria. 4 » Receita operacional liquida – Representada pela receita operacional menos as vendas cance- ladas, os abatimentos e os impostos incidentes sobre a venda. » Custos das mercadorias/produtos vendidos – Representado pelo somatório de todos os gastos realizados para fabricação do produto, custos indiretos com a produção, bem como, todo gasto que se fizer necessário para se obter o produto. » Lucro bruto – Representado pela diferença entre a receita operacional líquida e o custo das mercadorias/serviços vendidos. O resultado dessa operação será a quantidade de dinheiro que a empresa ganhou com sua receita total, isso, após diminuir os custos de matéria prima e mão de obra utilizada para produzir os produtos/mercadorias. » Despesas operacionais – Representadas por todas as despesas que se fizerem necessárias para o funcionamento das atividades comerciais da empresas. » Receita /despesas de financeiras – Representadas pelos gastos relacionados às atividades de financiamentos da empresa. » Outras receitas e despesas operacionais – Representadas pelas despesas não operacionais da empresa. Após conhecer um pouco mais sobre as contas que compõe uma DRE, você deverá estar se perguntando:Como é a estrutura da DRE? É bem simples! Conforme acabamos de estudar, a DRE é composta por um resumo financeiro dos resul- tados operacionais e não operacionais da empresa, dentro de um período estabelecido. Seu resultado servirá de base para as análises dos gestores e investidores. Dito isto, temos que, sua estrutura forma uma análise lógica do resultado bruto, do resultado operacional do resultado não operacional e do resultado líquido. Abaixo, segue uma estrutura básica de uma DRE, observe: Receita de Vendas ( – ) Custos ( = ) Lucro Bruto ( – ) Despesas Operacionais ( = ) Lucro Operacional ( +-) Resultado não Operacional ( = ) Lucro Antes de Impostos sobre a Renda ( – ) Impostos ( = ) Resultado Líquido ou Lucro ou Prejuízo Líquido 5 Fonte: http://fmn.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576053323/pages/41 Portanto, importância de se elaborar de forma adequada uma DRE, se dá pelo fato de que, através dela, se poderá demonstrar e visualizar, de forma simples, a parte financeira de uma empresa, o resultado de seus investimentos, bem como, suas estratégias adotadas em um determinado período. ProJeçÃo do Balanço PatriMonial Conforme estudamos na unidade I, o balanço patrimonial fornece a realidade as situação financeira da empresa dentro de um determinado período. Ou seja, o balanço patrimonial é, na verdade, a representa- ção gráfica do patrimônio da empresa, onde constarão os valores do ativo, do passivo, e do patrimônio líquido em determinado momento. Dito isto, vamos recordar o que são cada um desses itens: ativo: Compreende os bens e direitos, bem como, todo e qualquer recurso movimentado pela empresa. Acrescentem-se os títulos públicos ou privados que a empresa tem por receber. Eles podem ser: ativos http://fmn.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576053323/pages/41 6 circulantes e ativos não circulantes. Passivo: São as obrigações, os deveres que a empresa tem que cumprir como estado, seus funcionários e com outras empresas. Eles podem ser: passivo circulante e passivo não circulante. Patrimônio líquido: É a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos. É constituído por Capital So- cial, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. dica Caro (a) aluno (a), caso tenha alguma dúvida você poderá revisar o assunto, consultan- do o guia da unidade I, onde apresenta de forma bem detalhada, um estudo sobre o balanço patrimonial. Ressalte-se que o balanço patrimonial projetado será formado com o orçamento de caixa (fluxo de caixa) e o demonstrativo de resultado projetado. Vejamos agora, uma tabela onde apresenta um balanço patrimonial: Fonte: http://fmn.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576053323/pages/45 Portanto, a projeção do balanço patrimonial projetado irá permitir identificar os indicadores financeiros. Seu objetivo é fornecer informações acerca das dívidas e disponibilidades financeiras decorrentes de ativos de longo prazo, ou seja, ela fornece os meios necessários para se conhecer a realidade patrimonial da empresa. http://fmn.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576053323/pages/45 7 Projeção do fluxo de caixa A Demonstração dos Fluxos de Caixa é um instrumento que demonstra as transações ocorridas e que causaram modificações no saldo da conta caixa, em um determinado período. Quando analisada em conjunto com as demais demonstrações, fornecerá informações que possibilitarão os gestores e investidores, avaliarem a liquidez, solvência e a capacidade de adaptação que a organiza- ção possui para enfrentar novas circunstâncias e aproveitar as melhores oportunidades de investimentos, ou seja, irão auxiliar os seus usuários a ter uma noção mais precisa da situação financeira da empresa. você saBia? Curiosidade! Apesar da demonstração do fluxo de caixa ser uma das informações finan- ceiras mais úteis, ela não é divulgada pela empresa, pois não é considerada informação obrigatória pela legislação brasileira. De uma forma resumida, podemos dizer que a demonstração do fluxo de caixa é importante para o gestor no momento da tomada de decisão. anÁlise da GestÃo financeira A análise econômica financeira de uma empresa é, basicamente, uma forma de análise que pode ser utilizada para se entender a estrutura econômica e financeira de uma empresa a partir da análise do demonstrativo de resultado do exercício (DRE) e do balanço patrimonial (BP) projetados. A partir dela, é possível compreender os índices e indicadores que possibilitam uma avaliação dos custos e benefícios de um determinado investimento. Podemos afirmar que, a avaliação econômica financeira bem elaborada, é possível retratar a real situa- ção do capital da empresa dentro do período analisado, bem como, o seu comportamento para períodos futuros. A análise das demonstrações financeiras (contábeis) são divididas em dois tipos, quais sejam: • Análise Econômica - se baseia no lucro da empresa, com objetivo de qualificar o lucro da em- presa em determinado período. • Análise Financeira – refere-se ao estudo da viabilidade da empresa, ou seja, interpreta a situa- ção financeira da empresa, a sua liquidez, bem como, sua capacidade de solvência. Importante registrar, que através da análise da situação econômica e financeira, os administradores, e seus demais usuários, avaliem a gestão econômico-financeira da empresa, sua necessidade de correção nessa gestão, o retorno e segurança dos investimentos, a garantia dos capitais emprestados e o retorno nos prazos estabelecidos. ??? 8 Vejamos agora, os principais instrumentos da análise financeira, são elas: • Análise Vertical (ou de Estrutura); • Análise Horizontal (ou de evolução); • nálise por Índices Financeiros (indicadores contábeis). Passemos agora, a observa, através do gráfico abaixo, como as demonstrações financeiras (contábeis) se dividem: Seguiremos nossos estudos, individualizando cada um dos instrumentos dos demonstrativos contábeis, quais sejam: análise vertical (ou de estrutura) – Conhecida também como análise de estrutura, serve para de- monstrar a participação relativa de cada item de uma demonstração financeira em relação ao valor global do demonstrativo, ou mesmo, de cada item em relação ao total do seu respectivo grupo. Ela viabiliza o estudo, quantitativo e qualitativo, da estrutura patrimonial da empresa. A Análise Vertical pode ser feita em qualquer demonstração financeira, porém, possui maior plenitude quando efetuada na Demonstração do Resultado do Exercício. Vejamos agora um exemplo de uma análise vertical realizada num ativo circulante de uma determinada empresa, vamos lá: eXeMPlo 9 Para realizarmos uma análise vertical, vamos dividir o valor de cada item que compõe o ativo circulante pelo total do ativo circulante e em seguida multiplicaremos o resultado obtido por 100 para transformar em taxa percentual, com isso, poderemos determinar a participação de cada item na composição do ativo circulante. Vejamos: No ano de 2013: Disponível/Total = (1330/5730) x 100 = 23,21% Duplicatas a receber/Total = (1900/5730) x 100 = 33,16% Estoques/Total = (2500/5730) x 100 = 43,63% Observe que, no ano de 2013, o disponível corresponde a 23,21% do total do ativo circulante, as duplica- tas a receber correspondem a 33,16% e os estoques correspondem a 43,63% do total do ativo circulante. No ano de 2014: Disponível/Total = (1500/7000) x 100 = 21,43% Duplicatas a receber/Total = (2400/7000) x 100 = 34,29% Estoques/Total = (3100/7000) x 100 = 44,29% Observe que, no ano de 2014, o disponível corresponde a 21,43% do total do ativo circulante, as duplica- tas a receber correspondem a 34,29% e os estoques correspondem a 44,29% do total do ativo circulante. Preenchendo a tabela temos: No exemplo acima, observamos com clareza a relação de cada item do ativo circulante com o seu total, bem como, sua evolução no ano posterior. Por exemplo, o valor dodisponível teve uma queda de 1,78% em relação ao ativo circulante, mesmo apresentando aumento em termos de valores absolutos de R$ 1.330 para R$ 1.500. Também podemos observar uma evolução de 1,13% no valor das duplicatas a rece- ber em relação ao total do ativo circulante e uma evolução de 0,66% no valor dos estoques em relação ao total do ativo circulante da empresa. Portanto, podemos dizer que, a análise vertical serve para mensurar a importância de cada conta dentro do total do grupo patrimonial. 10 análise Horizontal (ou de evolução) – Serve para demonstrar, o valor de determinado item ou determi- nado grupo de item, quando comparado a anos anteriores. Para se alcançar a análise horizontal, divide-se os elementos do ativo pelo valor total desse mesmo ativo, bem como, todos os valores do passivo pelo total desse passivo. Vejamos agora um exemplo de uma análise vertical, realizada num ativo circulante de uma determinada empresa, vamos lá: eXeMPlo: A análise horizontal é uma avaliação de variação. Determinamos com sendo 100% as contas de certo período (no caso do exemplo acima, o período é 2013) e fazemos uma comparação percentual sobre os dados desse período. O número encontrado mostra quanto o período consecutivo é menor ou maior em relação ao período anterior. Para realizarmos uma análise horizontal, vamos dividir o valor de cada item que compõe o ativo circulante em 2014 pelo valor de cada item que compõe o ativo circulante em 2013 e em seguida multiplicaremos o resultado obtido por 100 para transformar em taxa percentual, com isso, poderemos determinar se houve evolução ou não de cada item na composição do ativo circulante. Vejamos: Veja que no ano de 2013 é o nosso parâmetro (base de comparação), portanto todos os itens estão asso- ciados a 100%: Disponível = 100% Duplicatas a receber = 100% Estoques = 100% No ano de 2014: Disponível 2014/ Disponível 2013 = (1500/1330) x 100 = 112,78% Duplicatas a receber 2014/ Duplicatas a receber 2013 = (2400/1900) x 100 = 126,32% Estoques 2014/ Estoques 2013 = (3100/2500) x 100 = 124% Total ativo circulante 2014/ Total ativo circulante 2013 = (5730/7000) x 100 = 122,16% 11 Preenchendo a tabela temos: Observe no exemplo acima que, no ano de 2014, o disponível evoluiu 12,78% com relação ao disponível de 2013, as duplicatas a receber evoluíram 26,32% e os estoques evoluíram 24% e o total do ativo circu- lante em 2014 teve uma evolução de 22,16% em relação ao total do ativo circulante em 2013. Considerando que a análise horizontal não é muito conclusiva, uma vez que a mesma não considera a situação relativa da verba dentro do seu grupo ou dentro do ativo, na prática, ela serve apenas para informar, de forma isolada, a modificação percentual de cada verba em relação ao período anterior, não considerando se houve aumento ou diminuição em relação às demais verbas. Desta forma, podemos concluir que, a análise horizontal possibilitará o gestor financeiro ter uma ideia mais precisa da evolução de cada item dos demonstrativos financeiros no decorrer do tempo. análise por Índices financeiros (indicadores contábeis) – Conhecida também por análise de quo- cientes, tem como finalidade analisar a situação econômico financeira da empresa, através da relação entre os itens das demonstrações financeiras e das informações da empresa. Os indicadores contábeis poder ser divididos em quatros grandes grupos, vamos a eles: indicadores de liquidez – Esse indicador envolve o relacionamento entre contas do balanço patrimonial, servindo parra demonstrar a capacidade de a empresa honrar com seus compromissos, principalmente, de curto prazo. Portanto, este índice está, diretamente, relacionado com a capacidade de solvência da empresa. indicadores de atividades – Esse indicador revela a velocidade com que determinados itens do ativo giram durante o exercício. Estão relacionados com os itens do demonstrativo de resultado do exercício e do balanço patrimonial. indicadores de endividamento – Esse indicador demonstra a relação entre a posição do capital próprio (patrimônio líquido) e em relação ao capital de terceiros (empréstimos). 12 Indicadores de rentabilidade – Esse indicador demonstra o retorno conseguido pela empresa através da utilização de seus ativos durante um determinado período de tempo. Portanto, este indicador visa estimar o retorno do capital investido pela empresa. acesse sUa BiBlioteca virtUal Para um maior aprofundamento acerca dos indicadores contábeis, consulte o livro “Princípios de Administração Financeira”, do autor Lawrence J. Gitman, capítulo 2, em sua biblioteca virtual, onde você encontrará exemplos práticos de como se calcula e interpreta esses indicadores contábeis. Processo do orçaMento de caPital O orçamento de capital é o processo que diz respeito aos investimentos que envolvem os ativos perma- nentes. Seu processo consiste em realizar uma avalição, analisar e, após, selecionar os melhores inves- timentos de longo prazo, e que estejam mais relacionados com a finalidade da empresa de maximizar a riqueza de seus proprietários. Contudo, o processo do orçamento de capital não engloba, apenas, as avaliações e seleções das propos- tas. Ele deve, inicialmente, realizar um estudo sobre as motivações para se realizar o dispêndio do capital, seguindo para as etapas processuais de geração de proposta até sua implementação e controle. Continuaremos nossos estudos, analisando cada uma dessas etapas do processo. etapas do processo de orçamento de caixa O processo de orçamento é constituído em seis etapas diferentes, porém, que se relacionam entre si, vejamos cada uma delas separadamente: • Geração de Proposta de Investimento: É a etapa que dá início ao processo de orçamento de caixa. São aquelas propostas realizadas por pessoas (administradores/gestores) em todos os níveis da empresa. • Revisão e Análise: Esta etapa ocorre logo após a geração da proposta e consiste, basicamente, em realizar uma revisão e análise formal para avaliar a adequação de propostas, aos objetivos da empresa e, determinar sua viabilidade econômica. Concluída a análise, um relatório é ela- borado e apresentado aos tomadores de decisões. • Tomada de Decisão: É a etapa da aprovação dos projetos. Normalmente, as empresas delegam a tomada de decisão de gasto de capital com base em limites de valor monetários, bem assim, considerando o retorno esperado pela negociação. • Implementação – É a etapa posterior a aprovação do projeto, onde ocorre o investimento e os projetos são implementados. 13 • Acompanhamento – É a etapa em que os resultados são monitorados, e os custos e os bene- fícios efetivos são comparados com os valores que foram estimados. No caso, do acompanha- mento apresentar resultados diversos daqueles que haviam sido projetados, poderá ocorrer uma intervenção, ou seja, caso os valores reais ficarem a menor dos valores que foram estima- dos, a intervenção ocorrerá com o fim de aprimorar o gerenciamento do projeto. GUarde essa idéia! Todas as etapas do processo são importantes. Contudo, as etapas de revisão e análise e a etapa de tomada de decisão, exigem um maior cuidado. Porém, já a etapa de acom- panhamento ela é, praticamente, ignorada, muito embora seja ela muito importante para a organização, pois, ela tem a finalidade de fazer com que a empresa aumente, constantemente, a precisão de suas estimativas de fluxo de caixa. Conforme Gitman (2010) para uma boa compreensão e aproveitamento das práticas e técnicas relacio- nadas ao processo de orçamento de capital é necessário compreender algumas terminologias básicas: Quanto aos Projetos: • Projetos Independentes: Projetos cujos fluxos de caixa não são relacionados ou dependentes um do outro; a aceitação de um dos projetos não exclui os outros de considerações adicionais. • Projetos Mutuamente Excludentes: Projetos que competem uns com os outros, de tal modo que a aceitação de um dos projetos descarta a consideração detodos os outros que possuem a mesma finalidade. Quanto aos fundos: • Fundos ilimitados: Situação financeira na qual uma empresa pode aceitar todos os projetos independentes que prometem um retorno aceitável. • Racionamento de capital: Situação financeira na qual uma empresa possui uma quantidade fixa de dinheiro disponível para dispêndios de capital e diversos projetos competem por este valor. Quanto ao enfoque da decisão: • Enfoque da Aceitação-rejeição: Avaliação de proposta de dispêndio de capital para determinar se atendem ao critério mínimo de aceitação da empresa. • Enfoque da Classificação: Ordenamento de projetos de investimento com base em uma medida pré-determinada, tal como a taxa de retorno. Quanto ao fluxo de caixa associado a projetos de investimento: • Fluxo de caixa convencional: Uma saída inicial seguida somente por uma série de entradas de caixa. 14 exemplo: ______↑_____↑_____↑_____↑_____↑ ↓ - Fluxo de caixa não convencional: Uma saída inicial, seguida de uma série de entradas e saídas. exemplo: ______↑_____↑_____↑_____↑_____↑ Quanto aos custos: • Custos irrecuperáveis: Desembolsos que já ocorreram, e, por tanto não tem nenhum efeito sobre os fluxos de caixa relevantes para uma decisão corrente. • Custos de Oportunidade: Fluxos de caixa que poderiam ser obtidos com a melhor utilização alternativa de um ativo possuído pela empresa. Quanto ao fluxo de caixa: • Fluxo de caixa relevante: Um fluxo de caixa relevante em um projeto é aquele que provoca uma mudança no fluxo geral de caixa da empresa que está vinculado à questão de se aceitar ou não este projeto • Fluxo de caixa incremental: a diferença entre os fluxos de caixa futuros da empresa que podem ser obtidos com o novo projeto e aqueles que seriam possíveis sem o projeto, recebe o nome de fluxos de caixa incrementais. Vejamos agora quais são os principais componentes do fluxo de caixa, são eles: • Investimento Inicial – Refere-se a saída de caixa relevante e necessária para compra dos ati- vos no início do projeto. Na verdade, o investimento inicial representa o montante de capital necessário para criação do projeto, ou seja, para que a empresa seja criada e tenha condições para iniciar seu funcionamento. Ressalte-se que esses investimentos iniciais podem ser físicos e financeiros. • Entrada de Caixa Operacional – Refere-se às receitas que se esperam receber como resultado de um investimento no decorrer de sua vida útil. • Fluxo de Caixa Residual – Refere-se ao fluxo de caixa não-operacional, após o imposto de ren- da, que ocorre no final do projeto, em geral decorrente da liquidação do projeto. 15 estrUtUra de caPital aProPriada Conforme já estudado, o objetivo principal de qualquer empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte é a maximização do seu valor de mercado, isto é, maximizar a riqueza dos proprietários. Porém, para se alcançar esse objetivo, a empresa deverá adotar uma estrutura de capital adequada, ou seja, uma estrutura de capital de acordo com o princípio financeiro, onde os recursos permanentes (longo prazo) financiam as despesas permanentes, bem assim, os recursos de curto prazo financiam as despesas de curto prazo. As estruturas de capitais das empresas são formadas por: • Capitais próprios – São aqueles apresentados nas demonstrações financeiras como sendo o patrimônio líquido. • Capitais de terceiros – São representados pelo somatório das dívidas financeiras de curto e de longo prazo e outras, as quais são chamadas de passivo circulante. A estrutura de capital é importante indicador da situação econômico-financeira da empresa, uma vez que é composta por capital próprio e capital de terceiros viabilizam a atividade operacional da empresa geradora do resultado. Contudo, toda decisão cerca da destinação das verbas, terá o fator risco presente, porém, uma alocação eficiente por parte da organização é fundamental para garantir o retorno. Portanto, torna-se necessária a avaliação do risco de crédito do tomador para tentar eliminá-los ou minimizá-los. Existem algumas formas para se tentar minimizar os riscos da empresa, vejamos: • Estabilidade da receita; • Fluxo de caixa; • Obrigações contratuais; • Preferências gerenciais; • Controle; • Ativação do externo; • Timing. acesse sUa BiBlioteca virtUal Importante! No livro texto da disciplina, pag. 55/56, você poderá aprofundar um porco mais seus estudos acerca dos fatores que viabilizam a minimização dos riscos. 16 Palavras do Professor Chegamos ao final da nossa terceira unidade, onde estudamos a projeção de demons- trações financeiras apresentando os seus tipos que são: Balanço Patrimonial (BP), De- monstração de Resultado do Exercício (DRE) e Fluxo de caixa. Seguimos nossos estudos com a análise da gestão financeira onde abordamos os subtemas: análise vertical, aná- lise horizontal e os indicadores contábeis. Também vimos o processo do orçamento de capital, onde estudamos seus princípios e a importância de cada etapa do processo. Fi- nalizamos o estudo desta unidade 3 abordando a estrutura do capital apropriada, onde apresentamos formas de minimizar o risco durante o processo da tomada de decisões referentes a essa estrutura. acesse o aMBiente virtUal Importante ler o seu livro texto. Este nosso guia é apenas um complemento dele! Para ter o conteúdo completo, é necessário ter lido e, sobretudo compreendido, os dois materiais, ok? Lembro a importância da realização dos exercícios propostos no seu ambiente de estudo, para um maior aprendizado e fixação dos assuntos abordados, que são a atividade avaliativa e o fórum. Na nossa próxima unidade, vamos estudar custo de capital, risco e retorno e a política de dividendos. Até mais!
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