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Responsabilidade Civil RESUMO

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Responsabilidade Civil: Resumo 
Doutrinário e principais apontamentos 
O titular de um direito se relacionará juridicamente com a toda a coletividade. A lei 
imporá a essa coletividade um dever jurídico de abstenção , ou seja, ninguém poderá 
praticar atos que venham a causar lesões a direitos (patrimoniais ou extra 
patrimoniais) desse titular. 
Ou seja, a ninguém é dado o direito de causar prejuízo a outrem. A Responsabilidade 
Civil possui duas grandes vertentes sobre sua origem (fonte): A Responsabilidade 
Civil Contratual, aonde é necessário a existência de um contrato entre as partes e a 
Responsabilidade Civil Extracontratual (Aquiliana) aonde o infrator infringi a lei 
vigente. Também é de importante ressalva que quando alguém não cumpre a 
"obrigação originária" gera uma "obrigação sucessiva", que é a obrigação de 
indenizar. 
Os pressupostos (elementos) da responsabilidade também possuem duas grandes 
vertentes. São elas: 
Responsabilidade Subjetiva, composta por: 
- Conduta 
- Nexo-causal 
- Dano 
- Culpa 
Responsabilidade Objetiva composta por: 
- Conduta 
- Nexo-causal 
- Dano 
- Risco 
Evolução histórica da Responsabilidade Civil 
Nos primórdios, o ofendido reagia ao dano de maneira imediata e brutal, movido por 
puro instinto (vingança privada) nesta, observamos a primeira fase da 
responsabilidade civil, aonde a Responsabilidade civil é exclusivamente objetiva; 
Quando o castigo era posterior, foi criada a Lei de Talião. Esta, por sua vez, era 
pautada no olho por olho, dente por dente, além de ser uma forma de limitar a 
vingança privada, balizada nas penas corporais, castigos físicos. A Responsabilidade 
civil é objetiva; 
Após esse período, surge a composição voluntária, o ofendido passou a ter a faculdade 
de substituir a retaliação ao agente por uma compensação de ordem econômica. Esta, 
classificada como a segunda fase da responsabilidade civil, notada a importante 
evolução; Nesta, as vítimas poderiam optar por sofrer danos físicos ou pagar para não 
sofrer as consequências. A Responsabilidade civil é objetiva; 
Com o Estado estruturado, a vingança privada foi banida e a vítima não podia fazer 
justiça com as próprias mãos. A composição passa a ser obrigatória. 
Os romanos começaram a diferenciar pena de reparação, estabelecendo os delitos 
públicos e os delitos privados Nessa fase, verifica-se o aparecimento da 
responsabilidade contratual. Observamos também a divisão entre responsabilidade 
penal e responsabilidade civil, a observância dos delitos públicos, que são os que 
repercutem de forma mais intensa na sociedade (matar, roubar e etc), que a 
responsabilidade contratual, Nesta, observa-se a que a responsabilidade civil é 
subjetiva; 
A Lei Aquília aponta princípio geral do dano, sendo desta época a ideia de culpa. 
Desta forma, é nesta fase que a responsabilidade subjetiva (culpa) começa a fazer 
parte da responsabilidade civil; 
O direito francês influenciou vários países, pois após a Revolução Francesa, na idade 
contemporânea, surge o Código de Napoleão aonde a Responsabilidade civil é 
subjetiva; 
O Código Civil de 1916 do Direito brasileiro, no artigo 159 estabeleceu que aquele 
que, por omissão ou ação voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou 
causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano. (Responsabilidade civil é 
subjetiva) 
Em linhas gerais, temos que a Responsabilidade Civil consiste no dever de 
indenizar o dano suportado por outrem. 
Código Civil de 2002 mesclou o código de 1916 com o Código de Defesa do 
Consumidor (responsabilidade objetiva), trazendo em seu bojo as duas 
possibilidades. Vejamos: 
Responsabilidade civil subjetiva (regra geral) 
Artigo 186 define o que é ato ilícito Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda 
que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Por sua vez, temos no artigo 927 CC, o requisito da culpa; Art. 927. Aquele que, por 
ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Em seu parágrafo único, observamos a responsabilidade civil objetiva (exceção) 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, 
nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo 
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
Observemos casos específicos em lei e as atividades consideradas de risco pelo poder 
judiciário. (exemplos de atividade de risco: usina nuclear, transporte de cargas 
perigosas, transporte de pessoas e etc) 
As causas de Responsabilidade Independe de culpa estão nos 
artigos 928, 932, 936, 937, 938, 944 CC e Art 37, parágrafo 6, CF 
É importante a ressalva que a responsabilidade civil subjetiva é residual, pois 
primeiro verifica se é objetiva, se não for, por exclusão é subjetiva. 
Observamos assim a teoria do risco, que parte do pressuposto de que aquele que tira 
proveito da atividade, deve arcar com os danos advindos do exercício da atividade, 
uma vez que a sua natureza já traz implícitos esses riscos. 
O artigo 187, CC dispõe que: 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou 
pelos bons costumes. 
A doutrina espacializada separou a ilicitude do artigo 187 em duas: A 
ilicitude subjetiva (dolo ou culpa) e a ilicitude objetiva (aquela em que apenas ocorre 
o prejuízo, sem analisar a conduta, se ela foi intencional ou não) 
Responsabilidade dos pais 
É responsabilidade Civil por ato de terceiro ou responsabilidade civil indireta. Pais 
respondem pelos danos causados pelos filhos em regra geral. Os pais que têm filho 
sobre sua proteção, que causam dano a terceiros não podem alegar que criaram bem o 
filho (culpa in vigilando), tendo em vista que a responsabilidade dos pais 
é objetiva. (independe de culpa). Ocorre a teoria da Substituição: os pais substituem 
os filhos, o tutor substitui o tutelado e o curador, o curatelado. 
A responsabilidade civil encontra limite no patrimônio mínimo. É um limite 
humanitário da responsabilidade civil. Se os pais não tiverem patrimônio suficiente 
para reparar o dano, mas o incapaz tem, este responderá, civilmente, por equidade 
(art. 928 do CC). Haverá um litisconsórcio sucessivo. O Código Civil pretende reparar 
o dano causado pelo incapaz. A reparação será subsidiária e mitigada. 
Subsidiária: o incapaz só responderá se os pais não tiverem condições de pagar em 
favor da vítima. 
Mitigada: o juiz utiliza da equidade e poderá diminuir o valor a ser pago pelo menor 
(prestigiando o princípio da proporcionalidade), com fulcro nos art. 928 do CC, En. 39 
CJF. 
Segundo os art. 928 c/c 932, I, CC, se um dos genitores não tiver a guarda não terá a 
obrigação de reparar o dano. Mas, por outro lado, o poder de família é do casal, tendo 
os pais responsabilidade solidária (posição minoritária). 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não 
terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas 
condições; 
[...] 
Quando ocorrer emancipação voluntária, o emancipado não responderápor ato ilícito. 
Os pais ainda responderão pelo ato ilícito praticado pelo então emancipado, uma vez 
que este ainda é dependente econômico daqueles. Neste caso, poderá haver 
litisconsórcio passivo facultativo, 
En 41 CJF: 
41 – Art. 928: a única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do 
menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos termos do 
art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil. 
Há casos em que o incapaz responderá diretamente. Quando o menor é condenado por 
ato infracional, art. 116 do ECA, ele responderá com seu próprio patrimônio. 
En 40 CJF: 
40 – Art. 928: o incapaz responde pelos prejuízos que causar de maneira subsidiária 
ou excepcionalmente como devedor principal, na hipótese do ressarcimento devido 
pelos adolescentes que praticarem atos infracionais nos termos do 
art. 116 do Estatuto da Criança e do Adolescente, no âmbito das medidas sócio-
educativas ali previstas. 
Abuso de direito 
Para a caracterização do abuso de direito, lembra-nos Daniel Boulos, que basta a 
ilicitude objetiva, ou seja, não se exige a prova da intenção de prejudicar. O 
art. 187 do CC usou apenas um critério finalístico (fim econômico ou social, boa fé 
objetiva e bons costumes). Se ficar caracterizado que houve um desvirtuamento do 
direito, houver abuso. Como desdobramento do princípio venire contra factum 
proprium, em respeito à boa fé objetiva, o direito adquirido e exercido em virtude 
de surrectio, não pode ser atacado como abusivo pela parte que sofre a supressio. 
(Supressio - perda de um direito em face do seu não exercício. Surrectio - aquisição de 
um direito pela não reclamação da parte contrária.) 
En 37 CJF: 
37 – Art. 187: a responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de 
culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico. 
Elementos ou requisitos (pressupostos) da Responsabilidade Civil 
- Conduta 
- Nexo-causal 
- Dano 
- Risco (objetiva) ou culpa (subjetivo) 
Conduta humana 
A conduta que gera responsabilidade civil é a conduta voluntária, livre e consciente, 
bastando um grau moderado de consciência na atuação humana, podendo ser omissiva 
ou comissiva. 
Deve haver um grau de consciência no que se faz para que se enquadre como 
conduta humana. 
Estado de sonambulismo, por não ser voluntária as condutas praticadas, não gera 
resp. Civil. 
A responsabilidade civil normalmente é gerada por conduta ilícita, mas, por exceção, 
também pode decorrer de ato lícito (previsto em lei). 
Exemplos de ato licito que geram resp. Civil: 
Desapropriação (poder público tem o direito de requerer o seu imóvel para instalar 
uma atividade que ele queria) 
Passagem forçada (um imóvel fica "encravado" para a saída para as ruas e avenidas) 
Nexo de Causalidade 
Trata-se do liame que une o AGENTE ao RESULTADO 
Para Gonçalves: a relação de causa e efeito entre a ação ou omissão do agente e o 
dano verificado 
Venosa: O conceito de nexo causal ou relação de causalidade deriva de leis naturais 
Existem 3 teorias que explicam o nexo causal: 
A) teoria da equivalência de condições Conditio sine qua non 
para esta teoria todo e qualquer antecedente fático que concorra para o resultado é 
causa. 
A crítica dessa teoria é que haveria uma série de pessoas que seriam responsabilizadas 
por uma ação de um único agente, levando até conclusões absurdas, haja vista que 
todas as condições são necessárias ao resultado, assim sendo, chegaríamos a 
resultados completamente desarrazoados, ao ponto de Santos Dumont ter culpa em um 
acidente aéreo que ocorresse hoje, por exemplo. 
B) teoria da causalidade adequada 
Causa é apenas o antecedente fático abstratamente adequado à consumação do 
resultado. 
Essa teoria parte de um juízo de probabilidade porque, para ela, causa é apenas o 
antecedente apropriado, em tese, abstratamente apto a produzir aquele resultado. 
Esta teoria demonstrou que para se aferir a responsabilidade civil pelo dano, o juiz 
deveria retroceder até o momento da ação ou omissão, com o intuito de estabelecer se 
esta era ou não idônea para produzir o resultado. Portanto, o questionamento que se 
deve fazer é, se a ação ou omissão do presumivelmente responsável era, por si só, 
capaz de produzir o dano? 
Na prática, a teoria foi usada no seguinte julgado: 
Julgado - apelação cível - 0162535-07.2016.8.12.7000 - José Carlos Lopes X Bando 
Santander, Banco Atlântico - cessionário do crédito de José Carlos Lopes; 
C) teoria da causalidade direito e imediata 
Causa é apenas o antecedente que determina o resultado como consequência sua, 
direta e imediata. 
Para essa teoria é preciso que exista um vínculo entre aquele antecedente que se 
considera causa e o resultado. 
A teoria foi usada no seguinte julgado: 
Apelação cível Acidente de Trabalho - Ação de Reparação de danos materiais e 
morais. Servidor vitimado por infortúnio laboral. 
O Código Civil adota, em seu artigo 
403 - ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só 
incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, 
sem prejuízo do disposto na lei processual. 
Ou seja, é adotado pelo CC a teoria da causalidade direta e imediata 
Dano 
O dano ou prejuízo traduz a lesão a interesse jurídico tutelado, material ou moral, ou 
estético. 
Para ser indenizável o dano precisa de três requisitos: 
1. Violação de um interesse jurídico material ou moral 
2. A subsistência do dano 
3. A certeza do dano (não se indeniza dano hipotético!) 
O Dano, nada mais é que o prejuízo experimento pela vítima e tutelado pelo direito. 
São Espécies de dano: 
A) Dano patrimonial (lucros cessantes + Dano Emergente) 
São bens economicamente apreciáveis que sofrem perda substancial no seu valor 
original. 
Podem ser divididos em: 
Lucros cessantes - é aquilo que a parte efetivamente deixa de lucrar, não entra na sua 
esfera patrimonial o montante pecuniário ou o bem pretendido. Para que exista o lucro 
cessante, deve existir um contrato pré-existente no qual o prejudicado iria receber 
determinado valor por um serviço prestado. Este é o lucro cessante; 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas 
ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente 
deixou de lucrar. 
Danos emergentes - é a diminuição do valor patrimonial que precisa ser reposto pelo 
agente causador do dano para que se volte ao "Status quo ante" 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas 
ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente 
deixou de lucrar. 
Não pode pedir lucros cessantes de atividade ilícita, como a atividade de camelô. Mas 
caso a barraca em que o ambulante trabalhava tenha sido destruída, ele poderá pedir 
dano emergente. 
B) Dano extrapatrimonial (dano moral) 
Funções do dano moral (2): 
1. Punitiva: ofensor deve sofrer uma repressão para que se abstenha de 
praticar novamente a conduta física; 
2. Compensatória: a vítima deve ter uma sensação de alívio no seu 
sofrimento, obtendo uma indenização que possa lhe ofertar lazer para 
esquecer do dano sofrido, com realizar um sonho. 
O dano moral apresenta 2 teorias: 
Negativista (não indenizável) - não reconhece a reparação do dano extrapatrimonial. 
Segundo Saviagny os bens como vida, honra, liberdade são insuscetíveis de 
restauração pela via indenizatórios, portanto não estariam proteção jurídica da 
Ordem Privada. Outro argumento - perigo de arbítrio judicial. A honra não se vende 
e a dor não tem preço. (não utilizada pelo nosso ordenamento jurídico) 
Positivista - a reparabilidade do danomoral recebeu status constitucional, através da 
dignidade da pessoa humana. O mero inadimplemento contratual mora prejuízo 
econômico não configuram, de per si, dano extrapatrimonial, pois não agridem a 
dignidade humana. Pautada nos art 1o, III, CF/88 art 5o, V e X, CF/88 
Os danos morais ocorrem pela violação de direitos da personalidade, agredindo todos 
as ofensas à pessoa. 
Enunciado 444 da V Jornada de Direito Civil - o dano moral indenizável não 
pressupõe necessariamente a verificação de sentimentos humanos desagradáveis 
como dor ou sofrimento. 
O dano moral existe "in re ipsa" (da própria coisa), deriva do próprio fato ofensivo, de 
tal modo que provada a ofensa, está demonstrado o dano moral. 
Exemplo: cadastro indevido no SERASA 
A pessoa jurídica pode sofrer dano moral segundo a sumula 227 do STJ. 
Súmulas do STJ. SÚMULA 227. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
Em regra o dano moral deverá ser pago em parcela única, mas há exceções, que serão 
pagas mensalmente: 
A) lesão que impossibilite total ou parcialmente o trabalho da vítima; 
B) homicídio, culposo ou doloso - a indenização deverá abranger as despesas 
ordinárias de funeral, tratamento, remédios, despesas hospitalares e também alimentos 
civis para as pessoas que dependiam da vítima, até que se complete a idade média 
aproximada da vítima (idade média que a pessoa morreria, expectativa de vida) 
É possível cumular dano moral com dano patrimonial por um só fato (súmula 37 STJ). 
Segundo o art. 186 CC, é possível pedir, exclusivamente, dano moral. É denominado 
dano moral puro ou autônomo. Excepcionalmente, poderá ser cumulado dano moral, 
patrimonial com o dano estético (a regra é a não cumulação do dano estético com o 
moral). 
Critérios para a fixação do dano moral 
1. compensação pela dor sofrida 
2. condição financeira do ofensor 
3. condição financeira da vítima 
4. comportamento do ofensor após a prática do ilícito (Prestou socorro, 
arcou com as custas de hospital...) 
Sujeitos do dano moral 
Qualquer pessoa física, O nascituro poder ser vítima do dano moral, nos casos 
compatíveis com a sua natureza, as pessoas falecidas, e as pessoas jurídicas; 
Dano Estético 
Surgiu do desdobramento do dano puramente psicológico, neste dano ocorrem 
deformidades físicas que provocam aleijão e repugnância, abarcando os casos de 
marcas e outros defeitos físicos que causem à vítima desgosto ou complexo de 
inferioridade (tanto externo, quanto interno, quando função morfológica dos órgãos) 
STJ - Súmula 387 - É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano 
moral. 
Dano indireto e dano reflexo ou em ricochete 
No dano indireto, uma a mesma vitima sofre um dano direto e esse dano se alastra 
causando consequências nos demais fatos jurídicos. 
Compra um cavalo doente (dano direto) 
Todos os animais do haras ficam doentes (dano indireto) 
Por sua vez, o dano reflexo é aquele que atinge, além da vítima direta, uma vítima 
indireta. Há pluralidade de vítimas. 
Morte do pai, único trabalhador da família (dano direto) 
Filhos sem alimentos (dano indireto) 
Perda de uma chance 
Caracteriza-se a responsabilidade pela perda de uma chance quando o agressor faz 
desaparecer a probabilidade de a vítima auferir algum benefício. 
Deve haver uma chance séria e real, precisa-se verificar se é razoável ou não esperar o 
benefício. 
A perda de uma chance permite a indenização não pelo resultado não obtido, mas por 
ter perdido a chance de obtê-la, de modo que, quanto maior provável a chance, mais 
deve ser o valor indenizatório arbitrado pelo juiz. (pode ser cumulado com dano 
moral, estético e patrimonial) 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas 
ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente 
deixou de lucrar. 
Quando o profissional da saúde faz um tratamento errado, é possível a aplicação da 
teoria da perda de uma chance. No entanto, deve-se ter em mente se a chance perdida 
era razoavelmente considerada. 
Excludentes de Nexo de Causalidade 
A conduta do agente até pode causar um dano, mas o nexo de causalidade dessa 
conduta com o resultado será afastado diante da ocorrência de uma excludente. 
1 - Caso fortuito e força maior 
São situações inevitáveis, o acaso é responsável pelo evento danoso. 
Para Agostinho Alvim - força maior é o fato da natureza, já o caso fortuito constitui 
uma situação relacionada à atuação humana. 
Álvaro Villaça entende exatamente o oposto. 
Sérgio Cavalieri afirma que a força maior é um evento previsível e inevitável, já o 
caso fortuito é imprevisível. 
Todavia, O Código Civil, não faz distinção entre caso fortuito e força maior. 
Art. 393. (...) 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, 
cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. 
É o fato externo à conduta do agente de natureza inevitável, ou seja, independe da 
previsibilidade. 
Fortuito interno - é o fato imprevisível e inevitável, mas que está inserido nos riscos 
de uma atividade empresarial exercida pelo agente, ou seja, um risco a ela inerente. 
O caso fortuito interno não exclui o nexo de causalidade. 
Súmula 479 do STJ - As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos 
gerados por fortuito interno a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de 
operações bancárias. 
2 - Culpa Exclusiva da Vítima 
Fala-se em culpa exclusiva da vítima quando a sua conduta se erige em causa direito e 
determinante do evento, de modo a não ser possível apontar qualquer defeito no 
produto ou no serviço como fato ensejador da sua ocorrência. 
Pessoa que é atropelada fora do local adequado para travessia, sendo que o 
motorista dirigia obedecendo todas as regras de trânsito e com atenção necessária: A 
conduta que gerou o dano decorre da própria vítima, leia-se, Culpa Exclusiva da 
Vítima! 
Culpa concorrente 
Ocorre quando o infrator causa o evento danoso, mas as consequências do evento são 
agravadas pela conduta da vítima. Não exclui a responsabilidade civil. Se a vítima 
tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada 
tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. 
3 - Fato de terceiro 
É parecido com o fortuito externo. Fato de terceiro se refere a um comportamento 
voluntário de um terceiro, que rompendo o nexo de causalidade, exclui a 
responsabilidade do infrator. 
Súmula 187, STF - veda a aplicação do fato de terceiro em favor de transportador, 
em caso de acidente com passageiro. (é a exceção) 
Teoria do corpo neutro 
Trata-se de uma aplicação do fato de terceiro na hipótese em que o agente físico do 
dano, atingido, é involuntariamente lançado contra a vítima. (comumente aplicada em 
engarrafamentos em geral) 
4 - Cláusula de não indenizar (contratos) 
É aquela pela qual uma das partes contratantes declara que não será responsável por 
danos emergentes do contrato, em inadimplemento total ou parcial. Trata-se de 
exoneração convencional do dever de reparar o dano. Requisitos específicos: 
A) Consentimento deve ser bilatereal; 
b) Não colidir com preceito cogente de lei, com a ordem pública e com os bons 
costumes; 
C) Não deve eximir o dolo ou a falta grave do estipulante; 
Excludentes de ilicitude 
Estado de necessidade - esse instituto exclui a ilicitude do ato, como regra. 
Entretanto, o estado de necessidade gera a obrigação de indenizar, quando o bem 
jurídico é de terceiro. Nesse caso, o agressor paga o prejuízo experimentado pela 
vítima, mas tem ação regressiva contra o dono do bem salvaguardado. 
Exemplo: Criança corre para pegar bola na rua, o motoristadesvia da criança, 
jogando seu carro em cima de um carro estacionado regularmente; o motorista deve 
pagar o conserto do carro que estava estacionado, e depois entra com ação 
regressiva contra os pais da criança para ser ressarcido o valor gasto com o terceiro 
e o reparo do seu próprio carro; 
Se o motorista do carro, bate no carro do pai da criança, não há responsabilidade 
civil, cabendo ainda receber dos pais a reparação do seu próprio carro; 
No caso exposto, não cabe chamamento ao processo por não haver solidariedade 
entre as partes; 
Legítima defesa 
Agir contra agressão injusta, atual ou iminente, que excluída a ilicitude não há, em 
tese, o dever de indenizar. 
Entretanto, caso seja atingido direito de terceiro inocente, este poderá demandar o 
agente que terá uma ação regressiva contra o verdadeiro culpado. 
Estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito 
O estrito cumprimento do dever legal, civilmente, está implícito no exercício regular 
de um direito. Desde que não haja excesso, não há responsabilidade civil. 
É exercício regular de direito o mero ajuizamento de ação. 
dever legal = lei exige a conduta do agente 
regular de direito = lei permite que qualquer cidadão, estando na situação jurídica 
protegida, pode agir para manter o seu direito; 
Responsabilidade Civil Contratual 
O dever violado te berço na prévia manifestação de vontade que cria um liame 
específico e particular entre as partes. 
As partes, por força do regramento por ela estabelecido, cria uma série de expectativas 
de condutas recíprocas, traduzidas no dever de adimplir. (o mero inadimplemento 
contratual, não gera dano moral automaticamente) 
São pressupostos de resp. Civil contratual: 
a) o contrato válido; 
b) a inexecução do contrato; (ou parte dele) 
c) o dano; 
d) o nexo causal; 
O dano moral não ocorre porque pode haver consequência para a mora ou o 
inadimplemento, por meio de penalidades. 
Só ocorre dano moral reparável quando ficar provado o caráter excessivo, além do 
razoável, acima do que se podia esperar como efeito natural e previsível da quebra do 
dever jurídico preestabelecido entre as partes. 
Responsabilidade Civil Direta 
É aquela atribuída à pessoa que pratica dano a outrem por ato próprio. Só existe um 
infrator, pode ter uma vítima ou mais. A Responsabilidade Indireta é quanto um 
terceiro cobre o prejuízo de quem causou o dano. 
Ex: pai arca com despesa do filho 
Responsabilidade Civil por fato de terceiro 
Por exemplo, está disposta nos Art 932 e 933, CC A responsabilidade dos donos de 
hotéis, estabelecimentos de ensino e similares por danos causados por hóspedes ou 
educandos (internato), onde há o pagamento. 
Aquele que exerce atividade com a finalidade econômica, visando obter vantagem, no 
momento em que as pessoas estão sob a autoridade dos danos dos estabelecimentos há 
a obrigação de vigilância e guarda. 
Há a responsabilidade objetiva dos donos dos hotéis, estabelecimentos que albergue 
por dinheiro no risco-proveito. 
- Responsabilidade civil dos que tinham participado gratuitamente do produto do 
crime: 
Não se confunde com a coautoria - art 942, CC - Se a ofensa tiver mais de um autor 
todos responderão solidariamente pela reparação. 
A participação não se refere ao cometimento do fato, mas apenas no resultado. 
Ação de regresso 
Nos casos de responsabilidade civil indireta, em que a lei imputa a alguém diverso do 
causador do dano o dever de indenizar, admite-se a ação de regresso contra o agente 
que tinha causado o dano, salvo se o causador for descendente seu, menor de idade. 
Responsabilidade civil pelo fato da coisa 
Coisa pode ser um bem móvel ou imóvel ou ainda semovente (animal) 
O guardião somente se eximirá se provar quebra do nexo causal em decorrência da 
culpa exclusiva da vítima ou evento de força maior, não importando a investigação de 
culpa. (teoria do risco) 
O fato da coisa decorre da violação de um dever de guarda da coisa, que se imputa a 
quem tenha relação de fato e poder sobre ela. 
O reconhecimento do dever de guarda é de quem tem a coisa consigo, pode ser o 
possuidor ou o proprietário. 
Guardião é, atualmente, tratar-se de imputar à pessoa qualificada como tal uma esfera 
de risco pelo qual terão que responder. 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não 
provar culpa da vítima ou força maior. 
Se o cão ataca pessoa haverá responsabilidade civil, que será elidida se for provada 
culpa da vítima, força maior ou fato de terceiro (causas de exclusão do nexo causal) 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de 
sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. 
Refere-se à ruína de prédio. Haverá responsabilidade objetiva do proprietário. A 
construtora responderá solidariamente. 
Como excludentes da obrigação de indenizar admiti-se, o caso fortuito ou força maior 
e a culpa exclusiva da vítima. Assim, por exemplo, age com culpa a vítima que 
transitar por local onde podem cair materiais de construção, onde há avisos e 
proteções materiais suficientes para dar ciência do perigo a se correr ao passar naquele 
local. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente 
das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
Responsabilidade pela queda de coisas. Se o imóvel for alugado quem responde é o 
inquilino, já que o referido artigo fala em “quem habitar”. Na ação ajuizada contra o 
condomínio, não se discute culpa, só depois, os condôminos entre si, discutirão culpa. 
As normas de responsabilidade civil pelo fato da coisa apresentam como objetivo 
principal não apenas a reparação a quem de alguma maneira foi prejudicado, mas 
também o de reprimir comportamentos que prejudique terceiro 
Responsabilidade Civil do Estado 
A responsabilidade civil do Estado tem princípios próprios e compatíveis com a sua 
posição jurídica, por isso é mais extensa que a aplicável às pessoas privadas. 
Em regra, aplicamos a teoria do risco administrativo nas relações estatais. 
Como fundamento para a responsabilidade objetiva surgiu a teoria do risco 
administrativo, a qual informa que deve ser atribuída ao Estado a responsabilidade 
pelo risco criado por sua (é possível que o Estado afaste sua responsabilidade em 
casos de exclusão do nexo causal) atividade administrativa. 
E, se essa atividade é exercida em favor de todos, o ônus deve ser assim suportado. 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: (...) 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de 
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos 
casos de dolo ou culpa. 
Deve ser comprovadoo nexo causal entre o dano e a conduta do agente público. 
 
Responsabilidade Civil nas relações de consumo 
O CDC só é aplicável nas relações de consumo. 
Para caracterizar a relação de consumo é necessário a presença, impreterivelmente: 
Do Fornecedor, 
Do Consumidor, 
Do Produto ou do Serviço. 
Consumidor 
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço 
como destinatário final. 
Consumidor é a parte vulnerável da relação de consumo e deve por este motivo ser 
protegido quando contratar. 
Além dessa definição o parágrafo único do art. 2o trata da equiparação para a 
coletividade de pessoas.Art 17 do CDC - pessoas são equiparadas ao consumidor no caso de acidente de 
consumo. Art 29 do CDC - tutela os direitos das pessoas que por meio de oferta, 
publicidade, práticas abusivas, cobrança de dívidas, cláusulas abusivas e contrato de 
adesão sofrerem qualquer tipo de violação ou abuso de direito. 
Fornecedor 
É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira bem como 
os entes despersonalizados que desenvolvem atividades de produção montagem, 
criação transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de 
produtos ou prestação de serviços. 
Exercem a atividade de forma habitual, visando lucro, com caráter de 
profissionalidade. 
CDC Art. 3º 
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como osentes despersonalizados, que desenvolvem atividade de 
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, 
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
Produto 
É qualquer bem, móvel ou imóvel, de valor econômico que desperte interesse no 
homem. (amostra grátis é produto!) 
CDC Art. 3º (...) § 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 
Serviço 
É qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, 
inclusive as de natureza bancária, financeira e securitária, salvo as decorrentes das 
relações de caráter trabalhista. 
Art. 3º (...) 
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, 
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
 
Responsabilidade pelo Fato do Produto 
Fato = defeito (quando coloca em risco a saúde e a segurança do consumidor) 
O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro e o importador 
respondem, independentemente de culpa pelos danos causados aos consumidores por 
defeitos no produto. 
O produto é defeituoso quando não oferece segurança que dele se espera (funcionar 
conforme o esperado), levando-se em conta: 
a) sua apresentação; 
b) o uso e os riscos que razoavelmente que dele se esperam; (uma faca, por exemplo, 
é esperado que ela corte) 
C) a época em que foi colocado em circulação; (um celular não é defeituoso por não 
conseguir instalar determinado aplicativo por estar com o sistema ultrapassado, por 
exemplo) 
O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter 
sido colocado no mercado. 
O defeito vai além do produto ou do serviço para atingir o consumidor em seu 
patrimônio jurídico, seja moral e/ou material. Por isso, somente se fala propriamente 
em acidente, e, no caso, acidente de consumo, na hipótese de defeito, pois é aí que o 
consumidor é atingido. 
Exclusão de responsabilidade 
O fabricante, construtor, produtor ou importador excluem sua responsabilidade se 
provar: 
(inversão do ônus da prova, quem tem que provar é o fabricante, construtor, 
produtor ou importador que o defeito inexiste. Isso ocorre porque para o legislador, 
eles têm condições de enfrentar uma demanda, questionando a existência ou não do 
defeito nos produtos) 
A) não colocou o produto no mercado (não cabe ajuizar uma ação contra a Nokia por 
um problema com um celular da Motorola) 
b) o defeito inexiste; (o consumidor usou errado) 
c) culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro; 
(prazo prescricional de 5 anos para reclamar) 
O comerciante só é igualmente responsável, quando: 
a) o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser 
identificados; 
b) o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, 
construtor ou importador; 
c) não conservar adequadamente os produtos perecíveis. 
O comerciante poderá entrar com ação de regresso. 
Responsabilidade pelo vício do produto 
Vicio = inadequação do produto (não funciona conforme esperado) 
O vício do produto o torna impróprio ao consumo, produz a desvalia, a diminuição do 
valor e frustra aexpectativa do consumidor, mas sem coloca-lo em risco. 
Os vícios normalmente são os de qualidade ou quantidade que tornam os produtos ou 
serviços impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam 
o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, como as indicações 
constantes do recipiente, da embalagem ou mensagem publicitária. 
Também independem de culpa, como na responsabilidade pelo defeito; 
qualidade = algum recurso ou característica que não funciona; 
quantidade = quando o peso está errado ou veio faltando; 
publicidade enganosa = não cumpre o que promete; 
publicidade abusiva = discriminatória contra criança e idosos, aproveitando-se da 
ingenuidade do consumidor; 
Os vícios podem ser aparentes ou ocultos. 
O prazo para reclamação do vício (decadencial) 
GARANTIA LEGAL: 
Produtos não duráveis = 30 dias para reclamar 
Produtos ou serviços não duráveis são aqueles que se esgotam ao primeiro uso ou em 
pouco tempo após a aquisição, ou seja, aqueles são naturalmente destruídos na sua 
utilização. 
Produtos duráveis = 90 dias 
Os produtos ou serviços duráveis não são necessariamente destruídos pelo consumo. 
O que pode ocorrer é o desgaste natural com a sua utilização, portanto, caracterizam-
se por ter vida útil não passageira. 
GARANTIA CONTRATUAL: 
O fabricante divulga o prazo garantia maior que a legal. Quando o prazo contratual 
acabar, então começará a garantia legal; 
CDC Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida 
mediante termo escrito. 
Por exemplo, a Motorola anuncia que seu celular MOTO G3 (bem durável) tem uma 
garantia de dois anos. 
Na realidade, a garantia é de: 2 anos (contratual) + 90 dias (legal) 
O prazo para solucionar o vício: 
Prazo do fornecedor sanar o vicio é de 30 dias; 
Art. 18. (...) 
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor 
exigir, alternativamente e à sua escolha: 
Opções do consumidor após o prazo de 30 dias, com o vicio não corrigido: 
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de 
uso; 
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo 
de eventuais perdas e danos; (pegar o dinheiro de volta) 
III - o abatimento proporcional do preço. (ficar com o mesmo produto sem concertar 
com o desconto decorrente do problema) 
 
EXEMPLOS DA DISTINÇÃO ENTRE VÍCIO E DEFEITO: 
Ventilador novo que não liga: VÍCIO DE PRODUTO 
Ventilador novo que tem a pá solta, atingindo o consumidor: DEFEITO 
DEPRODUTO 
Pedreiro que faz uma calçada ondulada: VÍCIO DE SERVIÇO 
Pedreiro que faz uma parede torta, e essa, por este motivo cai: DEFEITO DE 
SERVIÇO 
Nota-se, a disparidade entre a gravidade dos casos! 
Responsabilidade Civil dos Profissionais Liberais 
O profissional deve atuar com lealdade em relação ao seu cliente, isto implica numa 
série de deveres, desde a própria execução do contrato até os deveres de informação e 
aconselhamento. 
Responsabilidade Civil do Médico 
Em regra, a obrigação médica constitui-se de obrigação de meio, não havendo 
comprometimento do médico com a obtenção do interesse específico do paciente. O 
objetivo da relação obrigacional médico-paciente se caracteriza como uma obrigação 
de fazer visando à preservação da vida, a cura ou prevenção da doença ou moléstia, 
assim como a melhora das suas condições pessoais, vinculando-se diretamente à vida 
e à integridade física ou moral da pessoa. 
A obrigação médica gera a responsabilidade civil subjetiva, sendo necessário a 
demonstração de uma falta do profissional emrelação aos deveres decorrentes da 
obrigação da prestação de serviços médicos. 
O fundamento jurídica é o art. 186/CC e o art 927, caput, do CC/2002. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
Quando houver relação de consumo, pois existe a remuneração do serviço prestado 
diretamente ao paciente, qualificando-o como consumidor, a responsabilidade pessoal 
do médico será apurada mediante a verificação de culpa, com fundamento no 
Art. 14, § 4 do Código de Defesa do Consumidor - Lei 8078/90 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de 
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à 
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas 
sobre sua fruição e riscos. 
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a 
verificação de culpa. 
Deveres do médico 
O profissional está em situação superior ao seu paciente. 
Dessa forma, deve ele, médico, informar de forma clara e suficientemente o 
leigo/consumidor, pessoalmente sobre os riscos típicos e aspectos principais do 
servico médico naquele caso específico. 
O conteúdo do dever de informar do médido deve ser suficiente para o paciente tomar 
sua decisão de submeter-se ao procedimento, assim como sobre seus riscos e as 
respectivas consequências do tratamento ou procedimento a ser realizado. 
Privilégio terapêutico - previsto no art. 34 do Código de ética médica, que, ao 
estabelecer a vedação de deixar de informar, estabelece também que a comunicação 
deve feita ao representante legal, quando possa lhe provocar dano se feita a 
comunicação direta ao paciente. 
Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os 
objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar 
dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal. 
 
Ação Civil Ex Delicto 
Possui a finalidade de buscar uma indenização pelo dano sofrido, cuja causa de pedir é 
o ilícito criminal. 
Após o trânsito em julgado da questão penal, com a sentença condenatória, esta faz 
coisa julgada no direito civil. 
Quando for intentada uma ação civil e outra penal simultaneamente, a ação civil 
poderá ficar suspensa até o resultado da ação penal. 
O delito traz uma pretensão de natureza indenizatória, confrome o disposto no 
art 186 do CC. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser 
proposta. 
a) quando não tiver sido reconhecida a inexistência material do fato 
b) quando houver o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de 
informação 
c) em face de decisão que julgar extinta a punibilidade 
d) quando a setença absolutória decidir que o fato imputado não constitui crime 
Execução da sentença condenatória penal na esfera cível. 
A sentença condenatória transitou em julgado constitui título executivo judicial. 
Quando o condenado é absolvido na revisão criminal, ficam prejudicados os efeitos na 
sentença condenatória, em função da desconstituição do título.

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