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UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE DIREITO
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
SÃO PAULO
2016
CAMILA JUSTINO DA COSTA- T592054
CRISNANDA DOS SANTOS TELES-C18BJE8
FELIPE CEZAR REIS K PAZZINI B03DHI7 
JOSEAN CARVALHO SILVA C022GD3
TAFNES EVELIN DO NASCIMENTO-C204GD4 
TIAGO MOREIRA FIUSA-C05CGF0
Trabalho apresentado ao Prof.º Fabiano para obtenção da Nota APS.
SÃO PAULO
2016
INTRODUÇÃO
A globalização que iniciou efetivamente seu papel no Brasil em 1990, na verdade fincou suas primeiras raízes em 1960, com o início da industrialização do Brasil. Nesta década iniciaram suas atividades no Brasil as primeiras indústrias estrangerias, montadoras que trouxeram em seu bojo direitos já estabelecidos em seus paises de origem. 
No Brasil os serviços eram oferecidos aos funcionários e não havia regulamentação pública.
A partir de 1970 surgem os seguros saúde, um novo nicho de mercado para as empresas que viram uma oportunidade de negócio, uma vez que o Sistema Único de Sáude nesta época não atendia as necessidades da população.
Diversas leis foram criadas neste período com intuito de salvaguardar o consumidor, mas acima de tudo a fim de atender a Constituição Federal que tem em seu bojo diversos princípios dentre eles o Direito Social a Saúde.
O fato em discussão, não tem elementos diferentes daqueles já pontuados nas leis existentes e muito menos em toda a jurisprudência publicada. Faz parte da vida de todo cidadão brasileiro que não obstante o recolhimento dos impostos que lhe são imputados, se submete a iniciativa privada a fim de manter seu corpo são, uma vez que diante de tantos dissabores tem tarefas hérculas de manter sua mente sã.
Nas próximas linhas descreveremos a situação apresentada a fim de contribuir com a solução desta problemática.
1.Problema Apresentado
Marcos Orlando contratou um seguro de saúde individual junto a OMP Seguros Saúde.
O contrato foi assinado em 17 de março de 2014 com vigência renovada a cada ano e com objetivo de fornecer procedimentos de saúde na rede de médicos e hospitais credenciados pela empresa. Em junho de 2015 Marcos Orlando teve conhecimento de que precisa realizar um procedimento de colocação de prótese no joelho esquerdo, cuja cartilagem foi fortemente prejudicada em um tombo que levou jogando futebol com os amigos. O médico informou que todas as despesas de cirurgia de hospitalização estão cobertas no contrato, porém a prótese não será fornecida pelo plano de saúde porque há cláusula expressa de não fornecimento.
1.1. Pesquisar se o Novo Código de Processo Civil se aplica a esse caso concreto, ocorrido antes da entrada em vigor da nova lei, porém sem demanda judicial ajuizada porque Marcos Orlando ainda não tomou a decisão. 
Conforme o artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal de 1988 “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. Portanto, fica claro que fatos ocorridos anteriores a sua vacancia serão regidos pela nova Lei. 
Cabe aqui exemplificar algumas situações similares, que sussitaram dúvidas e que foram plenamente esclarecidas pelo Ministro idealizador do projeto da nova Lei Luis Fux: 
·	A lei processual tem efeito imediato e geral, aplicando-se aos processos pendentes; respeitados os direitos subjetivo-processuais adquiridos, o ato jurídico perfeito, seus efeitos já produzidos ou a se produzir sob a égide da nova lei, bem como a coisa julgada;
·	As condições da ação regem-se pela lei vigente à data de propositura;
·	A resposta do réu, bem como seus efeitos, rege-se pela lei vigente na data do surgimento do ônus da defesa pela citação, que torna a coisa julgada.
·	A revelia, bem como os efeitos, regulam-se pela lei vigente na data do escoar do prazo da resposta;
·	A prova do fato ou do ato quando ad solemnitatem, rege-se pela lei vigente na época da perectibilidade deles, regulando-se a prova dos demais atos pela lei vigente na data da admissão da produção do elemento da convicção conforme o preceito mais favorável à parte beneficiada pela prova;
·	A lei processual aplica-se aos procedimentos em curso, impondo ou suprimindo atos ainda não praticados, desde que compatível com o rito seguido desde o início da relação processual e eu não sacrifique os fins de justiça do processo;
·	A lei vigente na data da sentença é a reguladora dos efeitos e dos requisitos da admissibilidade dos recursos;
·	A execução e seus pressupostos regem-se pela lei vigente na data da propositura da demanda, aplicando-se o preceito número seis aos efeitos e de procedimentos executórios em geral;
·	Os meios executivos de coerção e de sub-rogação regem-se pela lei vigente na data de incidência deles, regulando-se a penhora, quanto aos seus efeitos e objeto, pela lei em vigor no momento em que surge o direito à penhorabilidade, com o decurso do prazo para pagamento judicial; Em geral o problema da eficácia temporal da lei tem solução uniforme respeitado seu prazo de vacatio legis, terá aplicação imediata e geral, respeitados, os direitos adquiridos o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
·	Os embargos e seus requisitos de admissibilidade regem-se pela vigente na data de seu oferecimento;
·	O processo cautelar, respeitado o cânone maior da irretroatividade, rege-se pela lei mais favorável à conjuração do periculum in mora quer em defesa do interesse das partes, quer em defesa da própria jurisdição.
2. Pesquisar se os contratos de seguro saúde são regulados pelo Código Civil ou por legislação especial, no caso, a Lei 9.656, de 1998; ou, ainda, se por ambos os textos de lei. 
Em 3 de junho de 1998, foi sancionada a Lei 9.656 que dispôs sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde. Em seu parágrafo 1º estabelece que “Submetem-se às disposições desta Lei as pessoas jurídicas de direito privado que operam planos de assistência à saúde, sem prejuízo do cumprimento da legislação específica que rege a sua atividade….”. Não obstante, cabe aqui preencher um hiato no tempo, haja vista que haviam outras leis anteriores a esta para subsidiar os direitos dos consumidores. Estes sempre foram vistos na qualidade de sujeitos hipossuficientes das relações de consumo, os quais, sofrem corriqueiras espoliações dos fornecedores de produtos ou serviços. Cabem citar:
·	Constituição Federal – Art 5º XXXII – “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;” e também
·	Constituição Federal – Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição,
·	Medidas Provisórias 1.665, l.685, 1.730 e 1976 dentre outras,
·	Resoluções do CONSU (Conselho de Saúde Suplementar),
·	Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990 – Código de Defesa do Consumidor que “Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências”.
Para os contratantes que tiverem celebrado o contrato de plano de saúde após a vigência da Lei 9656/98, é possível aplicar tanto a Lei de Planos de Saúde, quando o Código de Defesa do Consumidor, ante a complementariedade existente entre os dois diplomas jurídicos, Assim explica Trettel:
A Lei dos Planos de Saúde mantém com o Código de Defesa do Consumidor uma relação de complementariedade, descendo a minúcias do setor que não precisam e não devem estar no código, que se propõe uma lei que traga "perspectiva e diretrizes". Não existe conflito de leis no tempo. Lei 9656/98 e CDC são aplicados concomitantemente aos planos de saúde. E havendo silêncio da lei específica, ou sendo esta inaplicável, aplica-se somente o Código, que trata indistintamente de todas as relações de consumo (2010, p. 70)
3. Decidir como advogados de Marcos Orlando qual a melhor solução a ser adotada e justificar.
 
Será necessário instituir Ação Ordinária com pedido liminar de Tutela Antecipada, pois, o fato de constar a cláusula de não fornecimento, inserida no contratoUnilateral classificado como de Adesão, segundo entendimento dos Tribunais de Justiças Estaduais, assim como da corte Suprema, o Superior Tribunal de Justiça vem entendendo e decidindo a luz do CDC (Lei 8.078/90), da Legislação que regula os planos de saúde (Lei 9.656/98) e com o Código Civil Brasileiro, que tal cláusula, é considerada abusiva, sendo assim, limita os direitos do usuário ao serviço disponibilizado pela operadora de plano de saúde, dessa forma descumprindo a natureza do liame entre operadora e paciente. Afinal o propósito real do serviço é garantir ao adquirente um atendimento mais amplo dentro de suas necessidades. 
Lembrando que as disposições nos contratos de adesão devem ser interpretadas sempre a favor do consumidor, como prevê o artigo 47 do CDC, vejamos:
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
Na Lei n. 8.078/90 no seu artigo 39, inciso II representa a prática abusiva exigindo vantagem excessiva do consumidor. 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
Sendo abusiva a cláusula será considerada Nula sua disposição, assim vem apontado no artigo 51, inciso IV do CDC. Diz o artigo.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
Observado o artigo, pode ser completada sua interpretação com o parágrafo § 1°, inciso II do CDC:
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
A cobertura de próteses vinculada ao ato cirúrgico e de natureza não estético devem ser sanadas pela operadora de planos de saúde, pois os contratos regulados após a Lei 9.656/98 demonstram que é de direito do consumidor, para melhor atende-lo. 
Segundo ANS os contratos redigidos após a regulamentação da lei 9.656/98 é obrigatório a cobertura de órteses e próteses e seus acessórios que necessitam de cirurgia para serem colocadas ou retiradas (materiais implantáveis), somente sendo excluída em casos de natureza estética, apontado em seu artigo 10, inciso II. Observe:
Art. 10.  É instituído o plano-referência de assistência à saúde, com cobertura assistencial médico-ambulatorial e hospitalar, compreendendo partos e tratamentos, realizados exclusivamente no Brasil, com padrão de enfermaria, centro de terapia intensiva, ou similar, quando necessária a internação hospitalar, das doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da Organização Mundial de Saúde, respeitadas as exigências mínimas estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto:  
II - procedimentos clínicos ou cirúrgicos para fins estéticos, bem como órteses e próteses para o mesmo fim;
4. Pesquisar como os Tribunais brasileiros têm decidido questões semelhantes a estas.
 
Face a esses problemas apresentados, de acordo com estudos pesquisados por profissionais da área da saúde e seguro saúde, 9,2% dos casos são apreciados por disputa judicial.
Via de regra, as empresas de planos e de seguro saúde sustentam que não tem o dever de cobrir tais materiais.
Basicamente, suas defesas são lastreadas em dois argumentos: 
·	a sua função meramente estética e, portanto, sem o dever de cobertura;
·	a exclusão contratual no fornecimento de órteses e próteses.
Quanto aos procedimentos clínicos e cirúrgicos de natureza eminentemente estética, de fato não há previsão legal que imponha o dever de cobertura pelos planos de saúde. Ao contrário, a Lei 9.656/98 (que regula os planos de saúde), dispensa expressamente em seu artigo 10, inciso II, a cobertura de "procedimentos clínicos ou cirúrgicos para fins estéticos, bem como órteses e próteses para o mesmo fim".
 Porém, há diversos julgados em que as Cortes aceitam os argumentos de observância ao princípio do "pacta sunt servanda",( os pactos assumidos devem ser respeitados) acolhendo a tese de que se há expressa exclusão contratual de cobertura, impossível ao Judiciário interferir em sentido contrário.
Diante disso, seja em observância aos princípios da boa fé objetiva ou da função social do contrato, seja diante da expressa orientação ditada pela Resolução 167 da ANS, verifica-se que não tem prevalecido as teses que buscam justificar a exclusão de cobertura de órteses e próteses diretamente relacionadas a procedimentos cirúrgicos e que integrem ou viabilizem o tratamento a que se submetem os pacientes, sendo o posicionamento atual dos tribunais reiterado nesse sentido.
4.1. Jurisprudências
TJ-SE - APELAÇÃO CÍVEL AC 2008200331 SE (TJ-SE)
Data de publicação: 11/02/2008
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CLÁUSULA CONTRATUAL C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER - PLANO DE SAÚDE -IMPLANTE DE PRÓTESE NO JOELHO - ACESSÓRIO LIGADO AO ATO CIRÚRGICO - ADAPTAÇÃO DO CONTRATO À LEI Nº 9.656 /1998 - RECURSO IMPROVIDO - DECISÃO UNÂNIME. - Os planos de saúde têm o dever de oportunizar aos seus usuários a adaptação dos contratos antigos à Lei nº 9.656 /98. - Não sendo oferecida tal migração, impõe-se a adaptação do contrato, pois do contrário haveria violação aos direitos do consumidor.
TJ-BA - 4258422006 BA (TJ-BA)
Data de publicação: 11/01/2008
Ementa: RECURSO. PLANO DE SAÚDE. CIRURGIA PARA IMPLANTE DE PRÓTESE NO JOELHO. NEGATIVA DE COBERTURA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. CLÁUSULA LIMITATIVA. NULIDADE POR SE CONFIGURAR COMO ABUSIVA. INTELIGÊNCIA DOS ART. 47 E INCISO IV, ‘CAPUT’ C/C INCISOS I A III DO § 1º DO ART 51, TODOS DO CDC. 
1. É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL DE PLANO DE SAÚDE QUE EXCLUI A COBERTURA DE PRÓTESE, INDISPENSÁVEL AO RESTABELECIMENTO DA SAÚDE DO CONSUMIDOR, PARTE MAIS FRÁGIL DA RELAÇÃO DE CONSUMO. ASSIM, VERIFICADA A ABUSIVIDADE, DEVE A CLÁUSULA SER DECLARADA NULA DE PLENO DIREITO, CONFORME DISPÕE O CDC.
 2. INEXISTINDO CLÁUSULA CONTRATUAL QUE ESTABELEÇA, NOS MOLDES DO CDC E DA LEI 9656/98, A EXCLUSÃO DA PATOLOGIA APRESENTADA PELA PARTE RECORRIDA, NÃO PODE O PLANO DE SAÚDE DETERMINAR QUAL O TRATAMENTO A SER ADOTADO PARA A RESPECTIVA CURA. NÃO SE SUBSUME, PORTANTO, O PACIENTE AO MERO ALVEDRIO DO PLANO DE SAÚDE; DEVE, ASSIM, RECEBER O TRATAMENTO RECOMENDADO PELO MÉDICO QUE LHE ASSISTE, UMA VEZ QUE TAL CONDUTA RESTRINGE DIREITOS INERENTES À NATUREZA DO CONTRATO, IMPEDINDO O CUMPRIMENTO DE SEU OBJETO.
 3. SENTENÇA CONFIRMADA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
TJ-PE - Agravo AGV 3483238 PE (TJ-PE)
Data de publicação: 27/03/2015
Ementa: AGRAVO LEGAL EM APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. ARTROPLASTIA COM COLOCAÇÃO DE PRÓTESE DE JOELHO. EXCLUSÃO DA COBERTURA O CUSTEIO DE IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESE IMPORTADA IMPRESCINDÍVEL PARA O ÊXITO DA INTERVENÇÃO CIRÚRGICA COBERTA PELO PLANO. INADMISSILIDADE. ABUSIVIDADE MANIFESTA DA CLÁUSULA RESTRITIVA DE DIREITOS. APLICAÇÃO DA SÚMULA 469 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E DO ESTATUTO DO IDOSO. DANOS MORAIS DEVIDOS ANTE A NEGATIVA DE FORNECIMENTO DO MATERIAL CIRÚRGICO REQUISITADO
POR MÉDICO ASSISTENTE DA AUTORA. SENTENÇA MANTIDA. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 
1. Mostra-se abusiva a cláusula restritiva de direito que prevê o não custeio de prótese, imprescindível para o êxito do procedimento cirúrgico coberto pelo plano, sendo indiferente, para tanto, se referido material é ou não importado. 
2. Aplicação do CDC por se tratar de típica relação de consumo e por expressa determinação da Lei dos Planos de Saúde. Súmula 469 do STJ.
 3. Estatuto do Idoso. Autora com mais de 82 anos de idade. Incidência das regras protetivas na hipótese dos autos.
 4. Demora em autorizar a realização da cirurgia quando a recorridaestava em situação crítica, e negativa de concessão dos materiais requisitados pelo médico assistente da paciente, colocando em risco o sucesso do procedimento cirúrgico. Manutenção da condenação em danos morais arbitrada pelo juízo a quo no valor de R$6.000,00 (seis mil reais), dentro dos parâmetros da proporcionalidade de da razoabilidade.
 5. Sentença mantida. Agravo Legal a que se nega provimento. Decisão unânime.
5. Pesquisar de que forma as demandas judiciais tem sido propostas em casos semelhantes e se o novo CPC mantém os mesmos dispositivos.
No dia 16 de março deste ano, foi sancionada pela Presidente da República, Dilma Roussef, o novo Código de Processo Civil (CPC). O novo texto procurou manter o que seria aproveitável do Código vigente e, com base no que a doutrina e jurisprudência já aplicava, buscou o legislador incorporar novas técnicas para dar uma resposta mais atual aos problemas que afligem os operadores do direito.
Dentre as inovações do novo CPC, foram valorizados “os precedentes judiciais” ou “direito jurisprudencial”, para que casos parecidos não tenham decisões distintas, tudo em nome da segurança jurídica. De acordo com o novo Código, havendo muitos casos sobre a mesma questão, o Tribunal poderá por meio de uma nova técnica chamada “Incidente de Resolução de Demanda Repetitiva”, escolher uma delas para analisar e apresentar uma decisão, aplicando a mesma solução a todos os demais casos. Para os planos de saúde, essa técnica poderá ser empregada na solução de controvérsias relativas a coberturas que são negadas pelas operadoras. Assim, fixada a tese jurídica, ou seja, decidido um caso referente à obrigatoriedade do custeio de determinada cobertura pelo plano de saúde, independentemente do procedimento estar ou não previsto no rol de cobertura dos contratos ou daqueles previstos pela Agência Nacional de Saúde (ANS), a mesma decisão será aplicada em todos os casos semelhantes daquele tribunal.
Além disso, eventuais liminares proferidas contra as operadoras de planos de saúde que não forem impugnadas logo no início do processo judicial, não poderão mais ser questionadas no decorrer do processo, o que equivale a dizer que foi estabilizada. Para reverter a situação depois que a liminar se estabilizou a operadora terá que dar andamento ao processo para que o pedido principal tenha seu mérito analisado pelo juiz. Outro ponto que merece destaque é a possibilidade de que advogados dos consumidores e das operadoras possam estabelecer um calendário para duração do processo judicial que os envolve, bem como adotar procedimento distinto daquele previsto no código.
O novo Código de Processo Civil inovou, ainda, ao adotar, como uma de suas premissas fundamentais, os meios integrados de solução de disputas, relegando a último plano a opção pela solução do problema pela via judicial. Os tribunais passarão ter centros de conciliação e mediação e também será permitido que os acordos sejam realizados nos próprios escritórios de advocacia.
“O lado positivo para os consumidores é que poderão obter a cobertura que lhe foi negada e, para as operadoras, é que evitarão o surgimento de novos precedentes contrários aos seus interesses, além de eventuais multas por descumprimento de ordem judicial. Outra característica dos meios integrados de solução de disputas (as ADRs) reside no fato de que as discussões travadas nas reuniões entre as partes são acobertadas pela confidencialidade, caso as tratativas de acordo não lograrem êxito. As ADRs ou sistema multiportas já vem sendo adotado, com sucesso, em alguns países europeus, bem como nos Estados Unidos”, explica Sérgio Almeida, sócio do escritório de advocacia Almeida & Jouvin, especializados em direito de saúde.
Por fim, o novo CPC desestimula a utilização de inúmeros recursos para protelação da eficácia da decisão judicial, por restringir o campo de incidência de alguns deles, como por exemplo o recurso de agravo de instrumento, que terá cabimento em algumas situações específicas. Além disso, a parte vencida no recurso terá que pagar os honorários advocatícios do vencedor, sem prejuízo daqueles fixados na primeira instância. E, em relação as multas aplicadas pelos tribunais por não cumprimento das ordens judiciais, depois que não houver mais recursos contra as mesmas, elas não poderão ser reduzidas pelos magistrados.
5.1. O novo CPC e a Tutela Provisória de Urgência para tratar demandas judiciais relacionadas à saúde
Antes do advento do Novo CPC, as demandas ao judiciário relacionados à saúde eram postuladas seguindo o processo de conhecimento, quando o juiz deferia a petição com a medida de urgência, o processo seguia em sua totalidade abarrotando os cartórios. No novo CPC, o legislador trouxe a Tutela Provisória de Urgência, proporcionando agilidade e economia processual.
Sob a vigência do Código de Processo Civil de 1973, todas as ações judiciais que versem sobre saúde da pessoa humana desafiam as tradicionais ações de obrigação de fazer. E ínsito ao ajuizamento dessas ações de conhecimento é o pedido liminar de antecipação dos efeitos da tutela, para se evitar o perecimento do direito (à vida e/ou saúde do indivíduo enfermo).
Na prática, uma vez deferida a liminar antecipatória, logo no início do processo entregue a prestação jurisdicional principal, conformada a parte demandada com o seu conteúdo ou mantida essa decisão pelo Tribunal em 2º grau, o processo acaba virando uma verdadeira demanda zumbi, desinteressante para autor e réu, abarrotando os escaninhos da Justiça.
Sob essa sistemática até hoje vigente, anos após o deferimento da tutela antecipatória, finalmente a sentença é prolatada confirmando-se integralmente a liminar, sem nenhuma surpresa para as partes. Para o autor, já reabilitado em sua saúde, o serôdio veredicto final já lhe parece desimportante.
Seja como for, à luz do velho CPC vigente, o cumprimento da liminar antecipatória pelo réu não importa em perda superveniente do objeto da ação. Mesmo que nada mais interesse ao autor após o cumprimento dessa decisão interlocutória. O juiz ainda será refém da necessidade de exaurir o processo de conhecimento prolatando sentença de mérito.
Promovendo verdadeira revolução nas demandas de saúde, o novo CPC de 2015, colocará um fim a todo esse desperdício de tempo. A partir da vigência do novo CPC vem aí a chamada Tutela Provisória. Nos casos das demandas de saúde, mais especificamente, a Tutela Provisória de Urgência Antecedente.
O novo CPC possibilitará que o outrora pedido liminar que verse sobre a antecipação dos efeitos da tutela no bojo da ação de obrigação de fazer seja uma demanda própria e única. Sem a necessidade da veiculação de um processo de conhecimento propriamente dito.
A petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada. Uma vez deferida, tornar-se-á estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso, extinguindo-se o processo.
A decisão que conceder a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, no prazo fatal de dois anos contados da ciência da decisão que extinguiu o processo.
Em verdade, a Tutela Provisória de Urgência Antecedente remonta ao instituto de direito processual francês da référé provision, o qual permite que o processo se limite à tutela provisória. Evitando-se, assim, a indesejada eternidade dos processos judiciais.
Sabe-se que a maioria esmagadora das demandas de saúde no país, principalmente aquelas propostas pelo Ministério Público e Defensoria Pública, em trâmite nas Varas da Fazenda Pública, representam grave e aflitiva violação do postulado da dignidade da pessoa humana, a sonegação do mínimo existencial pelo Estado. É verdadeiramente preocupante a negativa de acesso aos cidadãos mais carentes a um sistema público de saúde eficiente. Praticamente, Ministério Público e Defensoria Pública vêm se tornando a porta de entrada obrigatória do brasileiro parase reclamar do direito à saúde pública, universal e gratuita.
A judicialização do direito à saúde virou regra. A arguição, como matéria de defesa, dos princípios da separação dos Poderes e da Reserva do Possível pelo Poder Público não subsistem mais na jurisprudência pátria moderna. Assim, nada mais justo a introdução da Tutela Provisória de Urgência Antecedente em nosso ordenamento processual civil, pondo logo termo ao que seria um longo processo mesmo ciente o réu de que não teria argumentos.
5.2. Tutela Provisória. Das Tutelas de Urgência
As tutelas provisórias só podem ter dois fundamentos: a urgência e a evidência. O requisito para que haja o deferimento da tutela de urgência é o requerimento da parte. O CPC não previu a possibilidade de que a medida seja deferida de ofício. “Somente diante do pedido expresso do autor é que pode o juiz conceder a medida”, esse entendimento foi o que obteve adesão majoritária da doutrina e da jurisprudência. Ainda, na defesa dos interesses em razão dos quais intervém, o Ministério Público poderá postular a medida.
O CPC atual exige elementos de convicção que evidenciem a probabilidade dos direito. As evidências não são da existência ou da realidade do direito postulado, mas da sua probabilidade. O que é fundamental para o juiz conceder a medida, seja satisfativa ou cautelar, é que se convença de que as alegações são plausíveis, verossímeis, prováveis.
É preciso que o requerente aparente ser o tirular do direito que está sob ameaça, e que esse direito aparente merecer proteção. O juiz deve valer-se do princípio da proporcionalidade, sopesando as consequências que advirão do deferimento ou do indeferimento da medida.
O perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora) é o requisito que caracteriza as tutelas de urgência.
Um outro requisito para a concessão da tutela de urgência antecipada é que os seus efeitos não sejam irreversíveis (art. 300, parágrafo 3o). A irreversibilidade não é do provimento, já que este, em princípio, sempre poderá ser revertido, mas dos efeitos que ele produz. Em princípio seria reversível aquele que em caso de posterior revogação ou cessação de eficácia, não impeça as partes de serem repostas aos status quo ante.
Com relação à tutela de urgência e a proporcionalidade, deve o juiz comprar os danos que poderão ocorrer caso ele conceda a tutela e caso não a faça. Essa comparação deve ajudá-lo na hora de decidir, embora não seja o único critério.
Existe outra possibilidade que é do juiz condicionar o deferimento da tutela de urgência à prestação de caução idônea, prevista no artigo 300, parágrafo 1o, do CPC. A caução é contracautela, cuja finalidade é: caso a medida venha a ser revogada ou perca a eficácia, servirá para garantir o ressarcimento de eventuais danos. O juiz poderá fixar em qualquer caso de deferimento de tutela de urgência e em qualquer fase do processo em que a medida seja concedida.
Ainda, o legislador se preocupou com os danos que o réu pode sofrer como consequencia do cumprimento das tutelas de urgência. O dispositivo que trata o assunto é o artigo 302 do CPC, que atribui responsabilidade objetiva ao autor pelos danos que ocasionar. Sempre que a tutela de urgência não prevalecer, os danos serão liquidados nos próprios autos (salvo eventual impossibilidade), e por eles a parte responderá objetivamente.
Conclusão
Neste trabalho apresentado, podemos identificar que ainda há muita dificuldade em nossa sociedade para sanar problemas relativos aos Direitos Sociais.
Podemos entender que existe resistência das operadoras de saúde, face aos serviços oferecidos, mas essas empresas entendem que muitos tipos de situação relativa á saúde devem ser acrescida de atualização financeira por despender de muitos recursos e para tal entendimento é apenas estético, ou seja, o consumidor até pode passar sem esse atendimento.
Para tantos os nossos tribunais também têm atendido as lides, mas cada caso é especial, por se tratar de cada situação diferente e que esses casos precisam mesmo serem resolvidos com a empresa oferecedora do serviço de saúde, pois se há um contrato assinado, há de ser cumprido esse princípio da função social do contrato não pode deixar de esclarecer o direito do brasileiro em razão da evolução. O contrato passa a ter uma função de ser cumprindo todas as suas cláusulas entre o contratante e os beneficiários do contrato.
A conclusão é que Marcos Orlando, entre com um processo e que peça uma Tutela Provisória para que seja atendido o seu pedido, uma vez que ele está cumprindo sua parte no contrato.
Referências bibliográficas
http://www.tudosobreseguros.org.br/ jus.com.br/artigos/48516 
http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=COLOCA%C3%87%C3%83O+PR%C3%93TESE+DO+JOELHO
http://www.ans.gov.br/planos-de-saude-e-operadoras/espaco-do-consumidor/o-que-o-seu-plano-de-saude-deve-cobrir
http://conteudojuridico.com.br/artigo,praticas-abusivas-nos-contratos-de-plano-de-saude-e-atuacao-do-ministerio-publico,29238.html
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8096/Do-direito-a-cobertura-de-proteses-e-outros-materiais-nos-contratos-de-planos-e-seguros-de-saude
Fonte: http://www.conjur.com.br/2016-jan-27/carlos-amaral-cpc-traz-mudancas-demandas-saude
Fonte: Direito processual civil esquematizado / Marcus Vinicius Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. - 7. ed. - São Paulo: Saraiva, 2016. - (Coleção esquematizado)

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