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Primeira prova comentada - Filosofia Jurídica EAD - UCS - Professor Mateus Salvadori

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Prévia do material em texto

UCS/EAD Filosofia Jurídica 1 
 
 
 
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
CURSO_______________________________________________________________ 
1ª Avaliação presencial e individual 
Disciplina: Filosofia Jurídica 
Professor: Mateus Salvadori 
____ de maio de 2017 
 
Estudante: __________________________________________________________________________ 
 
Documento de identificação (RG/CPF):_______________________Polo:_________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com suas respostas no caderno de questões, preencha, sem rasuras, a grade de correção abaixo: 
 
Questões 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
10 
11 
12 
 Nota: 
 
 Orientações Gerais 
* Este caderno contém (12) questões. Ele deverá ser entregue ao fiscal no término da realização da avaliação. 
Ao final do caderno de questões, há uma grade extra para que você possa registrar suas respostas e conferir o 
gabarito posteriormente. 
* Leia com atenção as questões. Durante a realização da prova, você poderá modificar respostas somente no 
caderno de questões. 
* Depois de responder as questões e de verificar cada uma cuidadosamente, preencha o cartão de respostas 
com caneta de tinta preta ou azul, sem rasuras. 
* Alternativas assinaladas com rasura serão desconsideradas, assim como cadernos sem o correto 
preenchimento dos dados de identificação. 
* Prova com consulta ao polígrafo de Filosofia Jurídica. 
 
Desejo a você um ótimo trabalho! 
Mateus Salvadori 
 
 
UCS/EAD Filosofia Jurídica 2 
 
 
1. Considerando os estudos da disciplina de Filosofia Jurídica acerca de suas preocupações centrais, analise as 
afirmações que seguem: 
 
I. Tanto a moral quanto o direito dizem respeito ao agir humano e, por isso, são sinônimos. Ambos não 
normatizam diretamente o agir humano, mas refletem sobre as possibilidades e implicações da ação 
humana e, assim, orientam racionalmente as tomadas de decisões. 
II. A Filosofia do Direito se estende para além da compreensão do operador do direito sobre a sua 
atividade, podendo, assim, desvendar conexões íntimas entre direito e política, direito e moral, direito e 
capitalismo. 
III. Os assuntos do direito, ao serem tratados pela teoria geral do direito, abeiram-se daquilo que possa ser 
a filosofia do direito. No entanto, enquanto aumento quantitativo e generalização do labor técnico e 
empírico do jurista, estão ainda adstritos ao campo dessa teoria geral. 
 
Das afirmações acima, estão corretas: 
 
a. I e II; 
b. I, II e III; 
c. I e III; 
d. II e III. 
 
Resposta letra D. Sobre a assertiva I, ela está incorreta, pois moral e direito NÃO são sinônimos. A moral está 
relacionada com a cultura de um povo. O direito, com as normas positivas deste povo. E a ética é que reflete 
sobre as possibilidades e implicações da ação humana e, assim, orienta racionalmente as tomadas de decisões. 
 
2. O positivismo jurídico engloba doutrinas que: 
 
a. Repelem a crença em um fundamento valorativo do direito. 
b. Igualam o direito natural ao direito positivo. 
c. Acreditam ser o direito positivo o desdobramento inevitável do direito natural. 
d. Defendem a observância ao direito positivo como um dever moral. 
 
Resposta letra A. Kelsen defende uma abordagem avalorativa do direito. O filósofo austríaco não nega a íntima 
relação de elementos políticos, sociais ou morais com o direito, mas julga necessário excluir esses elementos para 
construir uma teoria própria que descrevesse objetivamente o direito. 
 
3. Sobre a definição juspositivista do direito, é correto afirmar que: 
 
a. É um conjunto de normas válidas que regem o convívio social em um peculiar momento histórico e 
espacial. Os critérios para aferição da validade dessas normas encontram-se estabelecidos pelo 
próprio ordenamento jurídico. 
b. Desloca o foco metodológico em direção à decisão judicial que garante uma autonomia maior do que 
a velha postura formal decorrente de uma pura teoria da legislação. 
c. Tem a ideia de natureza que comandará o conceito de direito e essa natureza será a ordem 
cosmológica para os gregos; entre os medievais, essa ordem natural será retida ao modo de ser 
perfeito: Deus. 
d. Nenhuma das anteriores está correta. 
 
Resposta letra A. A primeira assertiva está correta. A segunda assertiva diz respeito a definição pós-positivista. A 
terceira assertiva diz respeito a definição jusnaturalista. 
 
4. Na elaboração do pensamento político-jurídico ocidental, Hobbes, Kant, Kelsen e Dworkin se destacam como 
principais representantes das tradições que se formaram ao longo do tempo e que ainda hoje mantêm em aberto o 
diálogo sobre questões políticas, éticas e jurídicas que continuam a nos desafiar. Conhecê-los é indispensável 
para quem pretende se aprofundar no debate político da atualidade sobre mútuas relações entre justiça, direito e 
democracia. A partir desses filósofos, é incorreto afirmar que: 
 
UCS/EAD Filosofia Jurídica 3 
 
a. O direito e o Estado são representados por Hobbes a partir da espada, e ambos representam ordem. A 
sua legitimidade ocorre pela preservação dos direitos naturais. Se o direito e o Estado não respeitar os 
direitos naturais, eles perdem a sua legitimidade. 
b. O direito conduz, para Kant, a coexistência entre os sujeitos, tendo a lei da liberdade como reguladora dos 
arbítrios. Isso impede a ditadura do arbítrio de um sujeito na liberdade de outro, garantindo-se a paz que o 
direito persegue. 
c. Dworkin não distingue regras e princípios. Para ele, regras e princípios possuem a mesma natureza e, 
portanto, ambos são aplicáveis em um modo de tudo ou nada. 
d. Kelsen postula um princípio metodológico de pureza, pelo qual a teoria do direito, com caráter científico, 
deve estar depurada de elementos valorativos e de considerações sociais e políticas. O filósofo austríaco 
não nega a íntima relação de elementos políticos, sociais ou morais com o direito, mas julga necessário 
excluir esses elementos para construir uma teoria própria que descrevesse objetivamente o direito. 
 
 
Esta questão envolve várias aulas. As alternativas “a”, “b” e “d” estão corretas. A única alternativa incorreta é a 
letra “c”, pois Dworkin distingue sim regras e princípios (ver vídeo da aula). Para ele, regras e princípios não 
possuem a mesma natureza e, portanto, somente as regras são aplicáveis em um modo de tudo-ou-nada. Os 
princípios são aplicados pelo sopesamento (peso ou importância). 
 
5. (OAB – 2016) De acordo com o contratualismo proposto por Thomas Hobbes em sua obra Leviatã, o contrato 
social só é possível em função de uma lei da natureza que expresse, segundo o autor, a própria ideia de justiça. 
Assinale a opção que, segundo o autor, na obra em referência, apresenta esta lei da natureza: 
 
a. Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. 
b. Dar a cada um o que é seu. 
c. Que os homens cumpram os pactos que celebrem. 
d. Fazer o bem e evitar o mal. 
 
A alternativa correta é a letra C. 
Hobbes é um autor de grande impacto no Direito Moderno, já que foi um dos pensadoresresponsáveis, no século 
XVII, a operar a “dessacralização do direito e do poder político”. O contrato social é a maior inovação conferida à 
formulação do Estado Social e tudo o que ele comporta para o exercício da sociabilidade, a saber, as instituições 
jurídicas, o poder político e os valores éticos. É destacado que o direito, a política e a ética compõem a estrutura 
da razão prática (aspecto da atividade filosófica dedicada à reflexão da ação humana em suas respectivas 
perspectivas: valorativa (Ética); coletiva (Política) e normativa (Direito). A partir de Hobbes e autores correlatos, 
como Hugo Grócio e Pufendorf, a razão prática passa a ser regida sob a égide do contratualismo, o que acarreta 
implicações significativas, sobretudo à forma de se conceber o Direito a partir da Modernidade. O contrato “resulta 
de uma artificialidade criada pela própria razão e tem como objetivo assegurar a soberania e a lei como condição 
de realização da justiça. Evidencia, pois, que para Hobbes a lei é a condição da justiça e não o contrário”. Em 
suma, é a lei criada pelos homens (positivismo) que dará suporte para a realização da justiça (direitos naturais). 
Hobbes considera a aptidão inata que há no homem de conservar a sua vida como um direito natural 
inquestionável. Para a conservação deste direito surge “a necessidade de um pacto que permita estabelecer as 
condições para a preservação social da vida individual. É da lei natural – desejo de autoconservação – que se 
origina o fundamento da lei positiva, assegurado pelo pacto social”. Assim, desrespeitar o pacto (norma positiva) é, 
em síntese, desrespeitar a própria lei natural, portadora de justiça. O pacto carrega em si a realização da justiça. 
 
6. (OAB – 2016) Segundo o filósofo Immanuel Kant, em sua obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes, a 
ideia de dignidade humana é entendida: 
 
a. como qualidade própria de todo ser vivo que é capaz de sentir dor e prazer, isto é, característica 
de todo ser senciente. 
b. quando membros de uma mesma espécie podem ser considerados como equivalentes e, 
portanto, iguais e plenamente cooperantes – se eles possuírem dignidade. 
c. como valor jurídico que se atribui às pessoas com característica de sua condição de sujeitos de 
direitos. 
d. como algo que está acima de todo o preço, pois quando uma coisa tem um preço, pode-se pôr, 
em vez dela, qualquer outra como equivalente; mas quando uma coisa está acima de todo o 
preço, e, portanto, não permite equivalência, então ela tem dignidade. 
 
UCS/EAD Filosofia Jurídica 4 
 
Resposta letra D. 
Kant tem cinco versões do imperativo categórico. Nós estudamos apenas três. Ei-las: 
i) Lei Universal: “devo proceder sempre de maneira que eu possa querer também que a minha máxima se 
torne uma lei universal”; 
ii) Dignidade da Pessoa Humana: “age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na 
pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio”. O imperativo 
não diz o que deve ser feito, mas como deve ser feito, ou seja, o imperativo é apenas formal e não conteudístico. 
Um princípio objetivo incondicionado é aquele, segundo o qual todo agente racional, independentemente de seus 
desejos pessoais por fins particulares, deve necessariamente obedecer, se a razão tiver completo controle sobre 
suas paixões. O imperativo categórico formula a obrigação ou mandamento (ordenamento) para obedecer a esse 
princípio incondicionado; e um princípio excluindo referência a fins particulares pode ser somente a forma de um 
princípio, ou um princípio formal, ou lei universal como tal. Em suma, toda vez que formos agir devemos pensar 
em universalizar a nossa máxima e se todas as pessoas pudessem fazer isso sem problemas para a humanidade, 
o ato é ético. Por exemplo, mentir não é um ato ético porque não pode ser universalizado. Mas ajudar ao próximo 
é um ato ético, pois pode ser universalizada. E mentir para salvar a vida de um inocente? Para Kant, mentir jamais 
será um ato ético (sem exceções), mesmo se for para salvar a vida de um inocente; 
iii) O imperativo categórico do direito diz o seguinte: “age externamente de modo que o livre uso de teu 
arbítrio possa coexistir com a liberdade de todos de acordo com uma lei universal”. 
 
A questão está cobrando a ideia de dignidade humana a partir de Kant e a explicação disso está na segunda 
versão do imperativo (citado acima). A primeira versão é da ética e a terceira, do direito. A segunda versão pode 
ser explicada da seguinte forma: “como algo que está acima de todo o preço, pois quando uma coisa tem um 
preço, pode-se pôr em vez dela qualquer outra como equivalente; mas quando uma coisa está acima de todo o 
preço, e, portanto, não permite equivalência, então ela tem dignidade” (alternativa “d”). 
 
7. (Enade Direito – 2009) 
 
Texto 1 
 
“Diadorim vinha constante comigo. Que viesse sentido, soturno? Não era, não, isso eu é que estava crendo, e 
quase dois dias enganoso cri. Depois, somente, entendi que o emburro era mesmo meu. Saudade de amizade. 
Diadorim caminhava correto, com aquele passo curto, que o dele era, e que a brio pelejava por espertar. Assumi 
que ele estava cansado, sofrido também. Aí mesmo assim, escasso no sorrir, ele não me negava estima, nem o 
valor de seus olhos. Por um sentir: às vezes eu tinha a cisma de que, só de calcar o pé em terra, alguma coisa 
nele doesse. Mas, essa idéia, que me dava, era do carinho meu. Tanto que me vinha a vontade, se pudesse, 
nessa caminhada, eu carregava Diadorim, livre de tudo, nas minhas costas.” (ROSA, Guimarães. Grande Sertão: 
Veredas. São Paulo: Nova Fronteira, 1985). 
 
Texto 2 
 
“É neste sentido que se afirma que a moralidade que o Direito visa garantir e promover no Estado Democrático de 
Direito não é a moralidade positiva – que toma os valores majoritariamente vigentes como um dado inalterável, por 
mais opressivos que sejam – mas a moralidade crítica. É a moral que não se contenta em chancelar e perpetuar 
todas as concepções e tradições prevalecentes numa determinada sociedade, mas propõe-se à tarefa de refletir 
criticamente sobre elas, a partir de uma perspectiva que se baseia no reconhecimento da igual dignidade de todas 
as pessoas.” (Petição inicial da ADPF 178) 
 
Os textos acima, de diferente natureza (literário, o de Guimarães Rosa; técnico-jurídico, o da petição na Arguição 
de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 178), tratam das possibilidades de relação amorosa entre os 
seres humanos, da ordenação dessas relações pelo Direito, que em 2009 referenda as relações heterossexuais e 
nega reconhecimento às homossexuais, e do impacto desse reconhecimento, ou desse não reconhecimento, na 
UCS/EAD Filosofia Jurídica 5 
 
autoestima das pessoas. Quais dos argumentos manejados na ADPF atuam para superar a rigidez da 
fórmula jurídica que só reconhece a união estável entre “homem e mulher” (CRFB, art. 226, §3º)? 
Responda [à questão acima] a partir da aula sobre o pensamento jusfilosófico de KANT, [assinalando a alternativa 
correta:] 
 
a. O argumento da dignidade humana, que impõe reconhecimento da igual dignidade de todas as 
pessoas. 
b. O argumento majoritário, que impõe ao Direito acompanhar o comportamento da maioria das 
pessoas. 
c. O argumento do positivismo jurídico, que considera a lei como moral positiva. 
d. O argumento da moral, que deve chancelar as tradições prevalecentes na sociedade. 
 
Resposta letra A. 
Esta questãotrata da problemática da dignidade da pessoa humana, desenvolvida por Kant, em seu imperativo 
categórico. Ei-lo: Dignidade da Pessoa Humana: “age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa 
como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio”. 
A questão, com textos de natureza diversa, apresenta situações afetivas entre pessoas do mesmo sexo – embora 
a personagem de Graciliano Ramos fosse uma mulher travestida de homem, fato só descoberto com sua morte – 
e o tratamento dispensado pelo direito positivo a tais relações. Na sequência, a citação de um trecho da Arguição 
de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 178, que postulava o reconhecimento do direito dos 
homossexuais de constituírem uma entidade familiar a partir da denominada união homoafetiva. Justifica-se o 
gabarito, pelas razões a seguir apresentadas. Decerto que o argumento nuclear presente na referida ADPF 
repousa na dignidade humana. Absolutamente conexo à dignidade humana se encontra o reconhecimento da 
liberdade e da igualdade entre as pessoas. 
 
8. Em sua Teoria Pura do Direito, Hans Kelsen concebe o direito como uma “técnica social específica”. Segundo o 
filósofo, “esta técnica é caracterizada pelo fato de que a ordem social designada como ‘Direito’ tenta ocasionar 
certa conduta dos homens, considerada pelo legislador como desejável, provendo atos coercitivos como sanções 
no caso da conduta oposta”. Tal concepção corresponde à definição kelseniana do Direito como: 
 
a. Uma ordem estatal facultativa. 
b. Uma ordem axiológica que vincula a interioridade. 
c. Um veículo de transformação social. 
d. Uma ordem coercitiva. 
 
Resposta letra D. Em Kelsen pode-se encontrar mais claramente a proposta metodológica própria do positivismo, 
a chamada abordagem avalorativa. Kelsen postula um princípio metodológico de pureza, pelo qual a teoria do 
direito, com caráter cientifico, deve estar depurada de elementos valorativos e de considerações sociais e 
políticas. Para ele, direito equivale a coerção. 
 
9. Para o juiz, os princípios servem como instrumento de auxílio à decisão judicial e, para o Direito, como dados 
fundamentais para a construção de validade do sistema, pois fornecem coerência ao todo. 
As ponderações acima dizem respeito a: 
 
a. São Tomás de Aquino, onde os mencionados princípios são aqueles celebrados pelo cristianismo, 
podendo o Direito adquirir validade somente diante do poder de Deus. 
b. Ronald Dworkin, pois, ao divagar sobre a atividade interpretativa das normas e leis por um julgador, 
tenta atribuir uma lógica ao ordenamento jurídico, de forma que os princípios serão vinculativos à 
atividade do juiz. 
c. Hobbes, dado que, através da espada da justiça, entendia que os princípios eram aquilo que 
geravam ordem na sociedade, tirando os homens de seu estado selvagem e anárquico e os 
conduzindo à vida em sociedade. 
d. Kelsen, porque o pensador repudiava o positivismo jurídico, ao passo que a justiça residia não na 
norma escrita, mas nos princípios, que conferiam harmonia e razão à atividade jurídica. 
 
UCS/EAD Filosofia Jurídica 6 
 
Resposta letra B. “Todo caso possui uma resposta correta (right answer), o que garante a integridade ao sistema 
jurídico”. A resposta correta também existe mesmo nos hard cases, ou seja, deverá haver resposta correta nos 
casos nos quais as regras não determinem uma única resposta. Assim a única resposta seria determinada pela 
coerência do sistema jurídico. A única resposta correta seria aquela que melhor se justificar em termos de uma 
teoria substantiva, que tenha como elementos os princípios e as ponderações de princípios que melhor 
correspondam à Constituição, às regras do Direito e aos precedentes. Assim, para Dworkin, ao divagar sobre a 
atividade interpretativa das normas e leis por um julgador, tenta atribuir uma lógica ao ordenamento jurídico, de 
forma que os princípios serão vinculativos à atividade do juiz. 
 
10. (OAB-2014) Em seu livro Levando os Direitos a Sério, Ronald Dworkin cita o caso Riggs contra Palmer, em 
que um jovem matou o próprio avô para ficar com a herança. O Tribunal de Nova Iorque (em 1889) julga o caso 
considerando que a legislação do local e da época não previa o homicídio como causa de exclusão da sucessão. 
Para solucionar o caso, o Tribunal aplica o princípio, não legislado, do direito que diz que ninguém pode se 
beneficiar de sua própria iniquidade ou ilicitude. Assim, o assassino não recebeu sua herança. Com este exemplo, 
podemos concluir que a jusfilosofia de Ronald Dworkin, dentre outras coisas, pretende: 
 
a. Revelar que a responsabilidade sobre o maior ou menor grau de justiça de um ordenamento jurídico 
é responsabilidade exclusiva do legislador, que deve se esforçar por produzir leis justas. 
b. Argumentar que regras e princípios são normas com características distintas e, em certos casos, os 
princípios poderão justificar de forma mais razoável a decisão judicial, pois a tornam também 
moralmente aceitável. 
c. Mostrar como as cortes podem ser ativistas quando decidem com base em princípios e não com 
base na lei; e que decidir, desta forma, fere o estado de direito. 
d. Defender que regras e princípios são normas jurídicas que possuem as mesmas características e, 
por isso, ambos podem ser aplicados livremente pelos tribunais. 
 
Resposta letra B. Segundo Dworkin, regras e princípios são normas com características distintas e em certos 
casos os princípios poderão justificar de forma mais razoável a decisão judicial, pois a tornam também moralmente 
aceitável. Mas os princípios não querem dizer livre opção de julgar pelo juiz, o que faria de cada sentenciador, nos 
casos concretos, alguém livre para iniciar uma nova proposta normativa, em atitude semelhante à liberdade 
criador do legislador. O juiz continua tendo o dever, mesmo nos casos difíceis, de descobrir quais são os direitos 
das partes, e não de inventar novos direitos retroativamente. Ora, em Dworkin isto é claro: a equidade do juiz nada 
tem a ver com a auctoritas do legislador, pois a atividade do juiz assemelha à atividade do legislador. Este age por 
políticas, ou segue diretrizes, que são decisões fundamentais atinentes a demandas da coletividade, seguindo 
imperativos sociais, econômicos e políticos de decisão e escolha. A distinção não pode ser mais clara quando 
Dworkin afirma: “Os argumentos de princípios são argumento destinador a estabelecer um objetivo coletivo. Os 
princípios são proposições que descrevem direitos; as políticas são proposições que descrevem objetivos”. O juiz, 
por sua vez, age (e deve agir), não por escolhas políticas (ou por preferências político-pessoais) e sim de acordo 
com princípios, ou seja, “imperativos de justiça ou equidade”, que possuem valor por si só determinados. 
 
11. (Enade Direito – 2006) A justiça é uma espécie de meio-termo, porém não no mesmo sentido que as outras 
virtudes, e sim porque se relaciona com uma quantia ou quantidade intermediária, enquanto a injustiça se 
relaciona com os extremos. E justiça é aquilo em virtude do qual se diz que o homem justo pratica, por escolha 
própria, o que é justo (...). 
Este trecho, extraído de uma obra clássica da filosofia ocidental, trata de uma discussão da justiça considerada 
como: 
 
a. Simetria – dentro da filosofia kantiana. 
b. Valor – no contratualismo de Hobbes. 
c. Virtude – dentro do pensamento ético de Aristóteles. 
d. Medida – dentro da concepção rigorista e positivista de Hans Kelsen. 
 
Resposta letra C. O texto é extraído da obra Ética a Nicômaco de Aristóteles, para quem a justiça, antes de tudo, é 
uma virtudee, como virtude, é um hábito que leva ao bem. Segundo o filósofo, virtude é um estado médio entre 
UCS/EAD Filosofia Jurídica 7 
 
vícios, um de excesso e outro de escassez. Aristóteles afirma que a virtude é um estado médio no sentido de que 
almeja atingir o meio, o excesso e a deficiência são marca do vício, e a observância do meio é uma marca de 
virtude. O excesso e a deficiência impedem a perfeição. Para ele, o moralista encontrará a virtude do modo que 
um geômetra encontra o ponto equidistante: “É uma tarefa dura ser bom, pois é difícil descobrir o ponto médio de 
qualquer coisa; por exemplo, nem todos conseguem encontrar o centro de um círculo, só quem conhece 
geometria”. O vício, portanto, se dá por omissão ou excesso. Assim, por exemplo, nos dois extremos da coragem 
temos a covardia (que é insuficiência de coragem) ou audácia (que é coragem em demasia). Ainda, nos extremos 
da virtude de bem dispor dos bens (generosidade), está a avareza ou a prodigalidade e assim por diante. 
 
12. A consequência óbvia da disputa infindável dos homens entre si teria gerado um permanente estado de guerra 
e de matanças em comunidades primitivas. Só havia uma solução para dar fim à brutalidade: a criação artificial da 
sociedade política, administrada pelo Estado. O principal objetivo do contrato é acabar com o estado de guerra e a 
conservação da vida. 
Assinale a alternativa que apresenta de quem é o pensamento expresso no texto acima: 
 
a. de Aristóteles; 
b. de Hobbes; 
c. de Kelsen; 
d. de Dworkin. 
 
 
Resposta letra B. O texto inicial da questão remete ao pensamento contratualista de Hobbes (ver aula de Hobbes). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: Esta folha deve ser destacada para posterior conferência do aluno. 
 
Questões 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
UCS/EAD Filosofia Jurídica 8 
 
7 
8 
9 
10 
11 
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