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* * Processo de Enfermagem no cuidado a criança e família Entrevista e Exame físico no recém-nascido, lactente, pré-escolar, escolar e adolescente Profº Alexandro A. Ribeiro * * Resolução COFEN-159/1993 - Dispõe sobre a Consulta de Enfermagem Consulta de Enfermagem Considerando o Art. 11, inciso I, alínea “i” da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e no Decreto 94.406/87, que a regulamenta, onde legitima a Consulta de Enfermagem e determina como sendo uma atividade privativa do enfermeiro; Art. 1º – Em todos os níveis de assistência à saúde, seja em instituição pública ou privada, a consulta de Enfermagem deve ser obrigatoriamente desenvolvida na Assistência de Enfermagem * * Consulta de Enfermagem Histórico de Enfermagem- Entrevista, Exame físico, Diagnóstico de Enfermagem, Prescrição e Implementação da assistência e Evolução de enfermagem; Institucionalização da Consulta de Enfermagem- processo da prática de Enfermagem na perspectiva da concretização de um modelo assistencial adequado às condições das necessidades de saúde da população; Deve ser obrigatoriamente desenvolvida na Assistência de Enfermagem, seja em instituição pública ou privada. * * CARACTERÍSTICAS A avaliação inicial- compreende o levantamento dos dados e das necessidades básicas relacionadas ao diagnóstico, exames físico e laboratoriais; Enfoque de risco/fatores de risco: estabelece relação ou associação dos aspectos ambientais e das próprias condições de vida do usuário Responsabilidade como educador/intervenções individuais e coletiva; Planejamento dos cuidados de enfermagem para a manutenção da saúde e atenção das necessidades, enfocando aspectos éticos, políticos e culturais. * * Etapas da Consulta de Enfermagem PLANO PRÉVIO ENTREVISTA (ANAMNESE) E EXAME FÍSICO DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM PLANO DE CUIDADOS/ CONDUTA REGISTRO * * Plano Prévio Dados identificação: nome, sexo, idade e outros dados específicos na consulta; Problemas identificados: diagnósticos de todas as áreas (medicina, enfermagem, nutrição, etc.), exames laboratoriais e radiológicos entre outros específicos na área de consulta; Objetivos da consulta: priorizado a partir dos problemas identificados e/ou do plano futuro elaborado na consulta anterior nos casos de reconsulta; Plano de ação: conduta frente ao objetivo traçado na consulta diante dos problemas identificados; * * Entrevista e Exame Físico ATITUDES Escuta ativa; Aceitação do outro; Empatia; Confiança; Ausência de julgamento. * * Utilizando a técnica da observação, deve-se alertar que é preciso: VER, OUVIR, PERCEBER e INTERPRETAR (verbalmente ou por escrito); “A enfermeira alerta para a observação deverá olhar com muita atenção para perceber problemas tanto físicos, através de sinais e sintomas, como psicológicos, principalmente pela expressão facial e pela postura do paciente. Utilizando, por exemplo, o olfato, pode ter informações importantes, como a presença de infecções. Pelo tato pode notar se a pele está úmida, fria ou quente, e, pela audição, identificar uma respiração estertorosa”. (CASTILHO e CAMPEDELLI, 1989 p. 58) Entrevista e Exame Físico * * INVESTIGAR Percepções e expectativas; Condições socioeconômicas; ambientais; Composição familiar; Necessidades básicas: nutrição, hidratação, eliminações, oxigenação, sono e repouso, lazer, atividade laboral, atividade física, vida sexual e reprodutiva (adolescentes); Exame físico geral e sinais vitais; Observação: acuidade visual, auditiva, mobilidade, marcha, outros. Entrevista e Exame Físico * * Diagnóstico de Enfermagem DETERMINA: O atual ou potencial problema de saúde e suas causas; A presença de fatores de risco; Uso dos recursos, estratégias e comportamentos saudáveis; Os estados de saúde que são satisfatórios, mas que devem ser melhorados. * * Plano de Cuidados/Conduta/ Planejamento Determinação das necessidades prioritárias: Problemas relacionados a sobrevivência e a segurança básica (problemas ameaçadores); Problemas reais (quando o usuário ou família solicita ajuda); Problemas e necessidades não reconhecidos pelo usuário ou família; Necessidades potenciais (atendimento futuro). * * REGISTRO SOAP (S) Dados SUBJETIVOS: referentes ao Histórico de Enfermagem e às queixas do usuário; (O) Dados OBJETIVOS: referentes ao exame físico e clínico; (A) AVALIAÇÃO: referente à impressão do enfermeiro sobre o usuário; (P) PLANEJAMENTO: referente à ação e intervenção de enfermagem na resolução dos problemas identificados e apresentados. * * Consulta de Enfermagem à Criança Puericultura Atua na promoção da saúde da criança, sobre o binômio mãe-filho. Tem a finalidade de assegurar o crescimento e desenvolvimento pleno nos aspectos físico, emocional e social com vistas a reuzir as altas taxas de morbimortalidade. Até 01 ano (02 anos); Continuidade, seguimento do PN BLANK, 2004 * * Atividades Desenvolvidas em Puericultura Visita Domiciliária 1ª semana pós-parto até 15 dias; DNV – avaliação dos riscos; Agendar primeira consulta ou busca ativa; Objetivos: Relação positiva entre a mãe/equipe de saúde; Avaliação das condições domiciliares e familiares; Levantamento de dúvidas e dificuldades da puerpéria para com o bebê; Estímulo ao aleitamento materno. * * Consultas de Puericultura – Realizada por enfermeiros e médicos de família e ou pediatra. Freqüência das consultas: 1ª semana 1º mês 2º mês 4º mês 6º mês 9º mês 12º mês 18º mês 24º mês A partir dos 2 anos de idade, as consultas de rotina podem ser anuais, próximas ao mês de aniversário. * * Puericultura Identificar o RN de risco ao nascer: Residente em área de risco; Baixo peso ao nascer (menor que 2.500g); Prematuro (menor que 37 semanas de IG); Asfixia grave (apgar menor que sete no quinto minuto); Crianças com intercorrência ou internadas em maternidades; RN de mãe adolescente (<18 anos); RN de mãe com menos de 8 anos de estudo; História de morte de crianças com menos de cinco anos na família. * * Consulta em Puericultura Anamnese Conversar com os pais a respeito das expectativas em relação à gestação e à chegada do bebê; História pré-natal (número de consultas, intercorrências); Dados de nascimento (tipo de parto, tempo de bolsa rota, aspecto do líquido amniótico, peso ao nascer, estatura, APGAR, intercorrências no nascimento); Alimentação (aleitamento materno, chá, água, outros alimentos); Eliminações (aspecto, quantidade, freqüência); Padrão de sono (tranquilo, agitado, longo); Comportamento e desenvolvimento; História familiar; Alterações familiares com a chegada do bebê; Imunizações * * SINAIS VITAIS MELHOR DE SER VERIFICADO ENQUANTO O BEBÊ ESTÁ NO COLO DA MÃE Temperatura axilar: 36,5 a 37 C° Respiração: 40 a 60 movimentos respiratórios por minuto Pulso: a variação normal de 100 a 180 batimentos por minuto (dormindo – chorando) * * EXAME-FÍSICO Aspecto geral do bebê: Atividade; cor da pele; anormalidades congênitas visíveis. Roteiro do Exame Físico Pulmão Coração Abdome Períneo Genitália Extremidades Coluna Vertebral Quadril Pele Cabeça (fontanelas) Pescoço Face Ouvidos Olhos Nariz Boca * * ( COR IRREGULAR) * * * * REFLEXOS PRIMITIVOS PREENSÃO PALMAR BABINSKI MARCHA MORO REPTAÇÃO (rastejo) FUGA À ASFIXIA PREENSÃO PLANTAR BUSCA OU PERIORAIS * * Orientações quanto à: ALIMENTAÇÃO DO BEBÊ - estimular o aleitamento materno exclusivo; BANHO E CUIDADOS COM ROUPA DO BEBÊ; EVACUAÇÕES - número de evacuações por dia – 8 a 10 (o aspecto inicial é de fezes escuras (meconiais); tornam-se esverdeadas e progressivamente amareladas; ERUCTAÇÃO e REGURGITAÇÕES; SOLUÇOS; MICÇÕES- número de micções por dia – 6 a 8 * * ORIENTAÇÕES QUANTO À: CUIDADOS COM COTO UMBILICAL; OBSTRUÇÃO NASAL; CÓLICAS DO LACTENTE - a causa não está bem definida, parecendo ser multifatorial, como: GASTROINTESTINAIS - técnica incorreta de alimentação (aerofagia), imaturidade fisiológica, motilidade intestinal alterada, alergia, intolerância ao leite de vaca e refluxo gástroesofágioco; EMOCIONAIS - pode refletir um distúrbio inicial da relação mãe-bebê e da dinâmica familiar. PADRÃO DO SONO - o RN dorme e torno de 15 a 16 horas por dia; SINDROME DA MORTE SÚBITA DO LACTENTE * * * * SINAIS DE ALERTA !!!!! Mamadas inadequadas (anorexia, sucção débil ou ausente, intervalos muito longos entre as mamadas); Vômitos frequentes e volumosos; Diarréia (fezes líquidas e fétidas, com muco e/ou sangue e comprometimento do estado geral); Febre; Hipotermia, prostração, adinamia (Falta de forças físicas que acompanha certas doenças graves- A conservação das funções psíquicas distingue a adinamia da astenia.); Sonolência ou irritabilidade; Palidez e cianose; Icterícia; Alterações do coto umbilical; * * CONSULTA DE ENFERMAGEM AO PRÉ-ESCOLAR E ESCOLAR Promover um ambiente tranquilo -nessa idade a criança deve consultar-se acompanhada pelos pais ou responsáveis (participação ativa do atendimento). As informações fornecidas pela criança devem ser valorizadas. Observar a postura da criança frente ao ambiente. * * CONSULTA DE ENFERMAGEM AO PRÉ-ESCOLAR E ESCOLAR Atualização do histórico de enfermagem (dados do histórico ou anotações relevantes); Exame físico (céfalo-podal); Teste de acuidade visual; Observação de postura (criança sentada e em pé); Observação de distúrbios fonoarticulares e de aprendizado; * * CONSULTA DE ENFERMAGEM AO PRÉ-ESCOLAR E ESCOLAR Relato das atividades sócio-educativas (atividades extra-escolares; Brincadeiras, cursos, amizades e gostos); Condições de higiene bucal; Levantamento de problemas/ diagnósticos de enfermagem; Prescrição de enfermagem; Encaminhamento a outros profissionais (quando necessários por outros problemas que pertencem ao núcleo de outros profissionais); Re-agendamento para evolução de enfermagem; * * CONSULTA DE ENFERMAGEM AO ADOLESCENTE Adolescência inicial (10 a 14 anos) Adolescência média (15 a 17 anos) Adolescência final (17 a 20 anos) Estar interessado em adolescentes; Ser empático (compreender que o adolescente busca uma identidade adulta e os conflitos dela resultantes) Abordar o adolescente com visão biopsicossocial e atitudes de acolhimento e escuta Conhecer o perfil do adolescente e sua realidade, tendo sensibilidade especial para resolver problemas humanos para intervir e auxiliar Aprofundar seus conhecimentos técnicos em crescimento e desenvolvimento do adolescente (síndrome da adolescência normal, aspectos patológicos) Envolver os adolescentes nos serviços * * EXAME FÍSICO DO ADOLESCENTE Alterações na Pele Sobretudo da face e do couro cabeludo. A acne e a dermatite seborréica - comuns nessa fase - constituem-se fatores negativos na imagem corporal. Embora sejam processos comuns, devem ser adotadas à sua redução/resolução, considerando a importância que adquirem para o adolescente. Avaliação da capacidade visual e auditiva A avaliação da qualidade da audição e da visão é fundamental à detecção de alterações na acuidade auditiva e na imagem e acuidade visual normal, podendo indicar disfunções que requeiram avaliação minuciosa e o acompanhamento de profissional especializado. * * EXAME FÍSICO DO ADOLESCENTE Higiene e integridade da cavidade oral Como parte da avaliação física, deve-se verificar possíveis alterações de gengivas, cáries e distúrbios de articulação têmporo-mandibular, conversando com o adolescente sobre possíveis necessidades, problemas e encaminhamentos específicos. Alterações posturais Com o estirão da adolescência, podem se evidenciar alterações importantes na postura física, que requerem além de orientações básicas, atividades específicas de correção postural e de avaliação de alterações mais graves. * * EXAME FÍSICO DO ADOLESCENTE Alterações genitais As mamas dos adolescentes homens devem ser investigadas; é comum a ginecomastia, que frequentemente provoca mal estar e requer informações apropriadas; Inspecionar a vulva e orientar o auto-exame. Investigar distúrbios menstruais, alterações genitais e características de perdas vaginais, distinguindo problemas e perdas fisiológicas. Nas adolescentes deve ser realizado o exame das mamas, aproveitando-se a ocasião para ensinar o auto-exame. Nos rapazes, investigar varicocele, hidrocele, fimose e lesões características das doenças sexualmente transmissíveis, ensinando o auto-exame genital. * * EXAME FÍSICO DO ADOLESCENTE CONDIÇÕES PSICO-EMOCIONAIS Observar dificuldades relacionais; processos de dependência-independência e auto-afirmação; comportamentos de agressividade, nervosismo, depressão, ansiedade, hiperatividade, apatia; manifestações de possíveis abusos físicos, sexuais, psicológicos ou comportamentos de negligência dos responsáveis. DESENVOLVIMENTO FÍSICO-PUBERTÁRIO Estar atento a alterações como: desnutrição, anemias e obesidade. Avaliar os níveis pressóricos e possíveis anormalidades. Acompanhar a qualidade do crescimento e do ganho de peso, usando como referência os gráficos de crescimento pubertário feminino e masculino. * * Processos sociais vividos e possíveis riscos; Comportamentos e valores nas esferas da sexualidade e reprodução; Auto-imagem e aceitação corporal; Processos psico-emocionais; Capacidade de negociação do adolescente; Anticoncepção; Padrão alimentar; História familiar de doenças; Atividade física e habilidades; Alterações sistêmicas; Acuidade visual e auditiva; Calendário vacinal; CONSULTA DE ENFERMAGEM AO ADOLESCENTE * * CONSULTA DE ENFERMAGEM AO ADOLESCENTE Atualização ou realização do histórico de enfermagem; Exame físico (céfalo-podal): deve ter uma preparação na qual se respeite a privacidade dos jovens; O que para uns pode ser habitual, para outros é momento de grande angústia. Ex: não tem o costume de se despir na frente de outras pessoas; Qualquer instrumental a ser usado no exame deverá ser apresentado e explicado ao adolescente. Nem sempre é possível realizar o exame físico completo na primeira consulta (considerar a demanda trazida pelo adolescente e do vínculo com o profissional); * * CONSULTA DE ENFERMAGEM AO ADOLESCENTE Avaliação do desenvolvimento puberal (critério de Tanner); Levantamento de problemas/ diagnósticos de enfermagem; Prescrição de enfermagem; Encaminhamentos e/ou agendamentos para grupos e equipamentos da comunidade; Agendar retornos periódicos para manutenção do vínculo e detecção de novas queixas, assim como para orientar hábitos saudáveis de vida. Evolução de enfermagem. * * REFERÊNCIAS TAMEZ, R.N.; SILVA, M. J. P. Enfermagem na UTI Neonatal: assistência ao recém nascido de alto risco. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 261p. il. HOCKENBERRY, M. J.; WILSON, D. Wong: fundamentos de enfermagem pediátrica. 8.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 1280p. il. BORGES, A. L. V.; FUJIMORI, E. (orgs.). Enfermagem e a saúde do adolescente na atenção básica. Barueri: Manole, 2009. 586p. il.
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