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Reatores Químicos II Prof. Dr. Eliezer Ladeia Gomes Universidade Federal de São Paulo 1º semestre de 2013 7º termo AULA 1 Conteúdo Programático: Capítulos 10 ao 14 do Fogler: 1- Catalisadores e suas propriedades. 2- Etapas de uma reação catalítica heterogênea. 3- Síntese da lei da taxa em reações catalíticas, mecanismo e etapa limitante. 4- Desativação de catalisadores. 5- Difusão e reação em sistemas heterogêneos: revisão dos conceitos fundamentais de transferência de massa e difusão binária, efeitos da difusão externa sobre reações heterogêneas, difusão e reação em catalisadores porosos. 6- Modelagem e análise de reatores não ideais: distribuição de tempo de residência para reatores químicos e modelagem para reatores não ideais. Bibliografia Básica: - FOGLER, H.S. Elementos de Engenharia das Reações Químicas. 4ª Edição, Editora LTC, 2009. ISBN: 9788521617167. - LEVENSPIEL, O. Engenharia das Reações Químicas. 3a Edição, Editora Edgard Blucher, 2000. ISBN: 852120275X. - ROBERTS, G.W. Reações Químicas e Reatores Químicos. Editora LTC, 2010. ISBN: 9788521617334. Complementar: - FELDER, R.M.; ROUSSEAU, R.W. Princípios Elementares dos Processos Químicos. Editora: LTC, 3a Edição, 2005, ISBN: 9788521614296. - FROMENT, G.F.; BISCHOFF, K.B. Chemical Reactor Analysis and Design, 3ª. Edição, Editora John Wiley & Sons 2010. ISBN-10: 0470565411, ISBN-13: 9780470565414. - HILL, C.G. An Introduction to Chemical Engineering Kinetics & Reactor Design. HOBOKEN: John Wiley & Sons, 1977. 594p. ISBN: 0471396095. - NAUMAN, E.B. Chemical Reactor Design, Optimization and Scaleup. Editora McGraw-Hill, 2002. ISBN: 007139558X. - COKER, A.K. Modeling of Chemical Kinetics and Reactor Design. Editora Gulf Professional Publishing, 2001. ISBN: 0884154815. Avaliação 3 provas ◦ P1 = 14/06/2013 ◦ P2 = 26/07/2013 ◦ P3 = 23/08/2013 ◦ Exame = 30/08/2013 ◦ Fechamento da pasta verde: 06/09/2013 Critérios 2 NN N 21 Se ≥ 7 → Aprovado < 7 → Exame 2 ExameN M Se ≥ 5 → Aprovado < 5 → Reprovado Cronograma aula data atividade 03/mai recepção calouros 1 10/mai aula 2 17/mai aula 3 24/mai aula 31/mai Feriado 4 07/jun aula 14/jun P1 5 21/jun aula 6 28/jun aula 7 29/jun reposição 8 05/jul aula 9 12/jul aula 10 13/jul reposição 11 19/jul aula 26/jul P2 12 02/ago aula 13 09/ago aula 14 16/ago aula 23/ago P3 30/ago Exame 06/set pasta verde Capítulo 10 Catálise e Reatores Catalíticos Objetivos ◦ Desenvolver compreensão sobre catalisadores, mecanismos de reação e projeto de reator catalítico. Deve-se compreender ◦ Definir um catalisador e suas propriedades; ◦ Descrever etapas da reação catalítica; ◦ Aplicar o conceito de etapa limitante de velocidade; ◦ Obter lei de velocidade para sistema gás-sólido; ◦ Descrever os tipos de desativação catalítica; ◦ Atividade catalítica (dados concentração-tempo); ◦ Definir rotas para manter velocidade de reação constante; ◦ Calcular conversão ou massa de catalisador para leitos fixos, móveis, CSTR e reatores de transporte ascendente (STTR), com catalisadores sem e com desativação. 10.1 Catalisadores Inicialmente ◦ Produção de vinho, queijo e pão; ◦ Adicionava-se pequena quantidade da batelada anterior para fazer nova batelada; ◦ Berzelius (1835) Pequenas quantidades de uma origem externa poderiam afetar o curso de reações químicas. “Força misteriosa” = “Força catalítica” ◦ Ostwald (1894) Afirmou que catalisadores eram substâncias que aceleravam a velocidade de reações químicas sem serem consumidas. Catalisadores: papel importante no mercado mundial. EUA: em 1996 as vendas de catalisadores de processo chegaram a US$ 1 bilhão ◦ Refino do petróleo e fabricação de produtos químicos 10.1 Catalisadores 10.1.1 Definições Catalisador: é uma substância que afeta a velocidade da reação química, mas emerge do processo inalterada. Uma catalisador muda a velocidade da reação, promovendo um caminho molecular diferente (“mecanismo”) para a reação (Figura 10.1). 10.1 Catalisadores 10.1.1 Definições Catálise: é a ocorrência, estudo e uso de catalisadores e processos catalíticos. Os catalisadores são extremamente importantes: 1/3 de todo o material do produto nacional bruto (EUA) envolve um processo catalítico em alguma etapa entre a matéria-prima e os produtos acabados. Por que desenvolver catalisadores? ◦ Busca por novas formas de aumentar o rendimento e seletividade de produtos a partir das reações químicas. O catalisador altera o caminho da reação, baixando a energia de ativação e promovendo maior rendimento e seletividade com maior economia de energia. 10.1 Catalisadores 10.1.1 Definições IMPORTANTE: um catalisador muda apenas a velocidade de reação; ele não afeta o equilíbrio termodinâmico. ◦ Assim, reações termodinamicamente impossíveis (G>0) não serão possíveis com o uso de um catalisador !! ◦ Se o catalisador não altera o equilíbrio da reação, portanto não obteremos conversão a produtos maior do que o que foi previsto pela termodinâmica !! ◦ O catalisador acelera a reação direta e a reação inversa ! 10.1 Catalisadores 10.1.1 Definições Catálise Homogênea: catalisador e reagentes na mesma fase. ◦ Exemplo: processo industrial OXO para a fabricação de butiraldeído e isobutiraldeído: 10.1 Catalisadores 10.1.1 Definições Catálise Heterogênea: um processo catalítico heterogêneo envolve mais de uma fase (geralmente catalisador sólido e reagentes e produtos na forma líquid a ou gasosa). É o tipo de catálise mais comum. ◦ Exemplo: Fabricação do benzeno a partir de cicloexano (obtido da destilação do petróleo bruto) usando Pt/Al2O3 como catalisador: 10.1 Catalisadores 10.1.1 Definições Catálise heterogênea: ◦ Vantagens: Separação simples e completa dos produtos do catalisador sólido, sendo economicamente mais atrativo; Recuperação de catalisadores caros; Reações Catalíticas ◦ Ocorrem na interface fluido-sólido; ◦ Princípios podem ser ampliados para reações de superfície não-catalíticas; ◦ Sistemas envolvidos: gás-líquido e gás-líquido- sólido; ◦ Reações entre gases e líquidos são limitadas por TM. 10.1 Catalisadores 10.1.2 Propriedades do catalisador Reação Catalítica ◦ Fenômeno de interface: altas áreas superficiais são vantajosas para melhorar a velocidade de reação; ◦ Aumento da área: sólido poroso; ◦ Sólidos porosos: Sílica alumina (craqueamento do petróleo): 0,6 cm3/g e área de 300 m2/g Zeólitas industriais (ReY e ZSM-5, etc) ◦ Catalisador com alta área de poros: catalisador poroso ◦ Exemplos: Catalisador níquel Raney, usado para hidrogenação de óleos vegetais (margarinas). Pt/Al2O3: reforma de naftas de petróleo para se obter altas octanagens. Catalisador de Fe promovido: síntese de amônia. 10.1 Catalisadores 10.1.2 Propriedades do catalisador Peneiras moleculares Naturais (zeólitas e argilas) ou sintéticas (aluminossilicatos); Poros da ordem do tamanho das moléculas: peneiramento com base na dimensão molecular; Poros controlam o tempo de residência permitindo que somengte as moléculas de interesse reajam. Interior da zeólita, difusão configuracional; Seletividade ao reagente, ao produto e ao estado de transição. ◦ Exemplos: Oxidação do metano Isomerização de hidrocarbonetos (aumento octanagem) Produção de etanoa partir de metano. 10.1 Catalisadores 10.1.2 Propriedades do catalisador Peneiras moleculares a c e b d f 10.1 Catalisadores 10.1.2 Propriedades do catalisador Catalisadores ◦ Nem todos os catalisadores precisam de grande área superficial (estrutura porosa). ◦ Atividade alta dos sítios ativos compensa a área superficial. ◦ Temos assim o catalisador monolítico. Processos onde a perda de pressão e remoção de calor são preocupações importantes. Exemplos: Reator de tela de platina (oxidação de NH3 para produção de HNO3) Conversor catalítico de automóveis para oxidar poluentes no escapamento de automóveis. Podem ser em colmeia ou não porosos (fios) (Ex. : Pt) 10.1 Catalisadores 10.1.2 Propriedades do catalisador Catalisadores monolíticos. Reator de tela de platina (oxidação de NH3 para produção de HNO3) Conversor catalítico de automóveis para oxidar poluentes no escapamento de automóveis. 10.1 Catalisadores 10.1.2 Propriedades do catalisador Catalisadores Suportados ◦ Partículas micrométricas de um material ativo (geralmente metais) dispersas sobre uma substância menos ativa (suporte). ◦ Adição de promotores, em pequena proporção, que são substâncias que aumentam a atividade. ◦ Exemplos de catalisadores suportados: catalisadores automotivos, Pt/Al2O3, V2O5/SiO2 (fabricação de ác. sulfúrico). ◦ Exemplos de catalisadores não-suportados: tela de Pt, ferro promovido, sílica-alumina. 10.1 Catalisadores 10.1.2 Propriedades do catalisador Desativação de catalisadores ◦ Declínio da atividade do catalisador com o tempo. Causas: ◦ Envelhecimento: mudança gradual da estrutura cristalina da superfície; ◦ Depósito de material estranho sobre os sítios ativos da superfície do catalisador (entupimento ou fouling); ◦ Envenenamento: depósito de material sobre o catalisador por reação com o sítio ativo; ◦ Formação de coque: reações de craqueamento do petróleo, por exemplo, que gera produtos arbonáceos polimerizados (coque), bloqueando o acesso ao sítio de reação. 10.1 Catalisadores 10.1.2 Propriedades do catalisador Reações em fase gasosa catalisadas por superfícies sólidas ◦ Aderência à superfície ADSORÇÃO ◦ Adsorção física ou fisissorção: Similar à condensação; Processo exotérmico e entalpia de adsorção pequena (1 a 15 kcal/mol); Forças de atração gás-sólido são fracas (similar à forças de van der Waals); gás é dessorvido facilmente com o aumento da temperatura. ◦ Adsorção química ou quimissorção: Afeta a reação química Moléculas são presas por forças de valência (similar a uma ligação química) Processo exotérmico e entalpia de adsorção alta (10 a 100 kcal/mol) 10.1 Catalisadores 10.1.2 Propriedades do catalisador Adsorção química ou quimissorção: Se uma reação catalítica envolve quimissorção, ela deve ser conduzida no intervalo de temperaturas onde a quimissorção é apreciável. 10.1 Catalisadores 10.1.2 Propriedades do catalisador Taylor (1928) ◦ Reação é catalisada apenas sobre os sítios ativos ou centros. ◦ Sítios seriam átomos insaturados nos sólidos que resultam de irregularidades da superfície, deslocamentos, quinas dos cristais e falhas ao longo dos contornos de grão. ◦ Há outras propriedades importantes que ainda são discutidas por pesquisadores: ◦ Nossa definição: “um sítio ativo é um ponto na superfície do catalisador que pode formar ligações químicas fortes com um átomo ou molécula adsorvidos”. 10.1 Catalisadores 10.1.2 Propriedades do catalisador Parâmetros IMPORTANTES: ◦ Frequencia de reação (“turnover frequency”), N É o número de moléculas reagindo por sítio por segundo nas condições do experimento. ◦ Dispersão D Fração de átomos do metal depositado que está na superfície, ao qual as moléculas ou átomos têm acesso. FAZER EXEMPLO 10-1 EM CASA 10.1 Catalisadores 10.1.3 Classificação dos Catalisadores Classes de Reações e os catalisadores para cada classe Reações de Alquilação e de Desalquilação ◦ Adição de grupo alquila a um composto orgânico ◦ Usam-se catalisadores Friedel-Crafts (AlCl3)+ traços de HCl. ◦ Ex.: a) alquilação do isobutano com n-butano: ◦ b) alquilação do benzeno com etileno: 10.1 Catalisadores 10.1.3 Classificação dos Catalisadores ◦ Craqueamento do petróleo (desalquilação) Catalisadores: sílica-alumina, sílica-magnésia e argila (montmorilonita) 10.1 Catalisadores 10.1.3 Classificação dos Catalisadores Reações de Isomerização ◦ Transformação de hidrocarbonetos de cadeias normais em ramificadas (petróleo) => octanagem maior das ramificadas; ◦ Catalisadores: Al2O3 promovida por ácido; Pt/Al2O3 10.1 Catalisadores 10.1.3 Classificação dos Catalisadores Reações de Hidrogenação e de Desidrogenação ◦ REAÇÕES DE HIDROGENAÇÃO ◦ Interação hidrogênio – superfície metálica deve possuir a força certa para promover a reação e a liberação dos produtos. ◦ Máximo de atividade: quando há um orbital d vazio por átomo de metal do catalisador. ◦ Metais mais ativos para reação envolvendo hidrogênio: Co, Ni, Rh, Ru, Os, Pd, Ir e Pt. ◦ Metais com grande número de orbitais d vaziossão relativamente inativos, pois há uma forte adsorção para os reagentes e produtos, ou para ambos: V, Cr, Nb, Mo, Ta e W. Óxidos de Mo (MoO2) e Cr (Cr2O3) são bastante ativos para a maioria das reações envolvendo hidrogênio. 10.1 Catalisadores 10.1.3 Classificação dos Catalisadores Reações de Hidrogenação e de Desidrogenação ◦ REAÇÕES DE DESIDROGENAÇÃO ◦ Favorecidas a altas temperaturas (> 600 oC) ◦ Exemplo: produção de butadieno (uso em borrachas sintéticas): ◦ Os mesmos catalisadores podem ser empregados para a desidrogenação do etilbenzeno para produzir estireno: 10.1 Catalisadores 10.1.3 Classificação dos Catalisadores Reações de Oxidação ◦ Elementos do Grupo VIII (B) e subgrupo I são empregados extensivamente nestas reações. ◦ Ag, Cu, Pt, Fe, Ni e seus óxidos ◦ V2O5 e MnO2 ◦ Exemplos de reações: Pt e Ni podem ser usados em reações de oxidação e hidrogenação. 10.1 Catalisadores 10.1.3 Classificação dos Catalisadores Reações de Hidratação e Desidratação ◦ Possuem grande afinidade por água; ◦ Catalisadores mais importantes: Al2O3: desidratação de álcoois para formar olefinas Reação de hidratação-desidratação: Géis de sílica-alumina Argilas Ácido fosfórico sobre suportes inertes Exemplo: Síntese de etanol a partir de etileno 10.1 Catalisadores 10.1.3 Classificação dos Catalisadores Reações de Halogenação e Desalogenação ◦ Geralmente ocorrem sem adição de catalisadores ◦ Catalisadores: usados para se obter seletividade ao produto desejado e baixar a temperatura de reação. ◦ Catalisadores: haletos de Cu e Ag são usados para a halogenação de hidrocarbonetos. 10.1 Catalisadores 10.1.3 Classificação dos Catalisadores Resumo Se desejarmos produzir estireno a partir de etileno e benzeno: 1. Alquilação do benzeno formando etilbenzeno 2. Desidrogenação do etilbenzeno para formar estireno
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