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Disciplina: Sistema Estomatognático Prof.ª: Darlene Gerzson Acadêmicos: Daiane, Danielle, Cristiane, Gilberto, Simone, Thallita. FISSURA LÁBIOPALATINA TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO O trabalho fonoaudiológico voltado para as fissuras labiopalatinas, envolve várias etapas, desde o recém-nato até a idade adulta, entre eles encontra-se primeiramente a avaliação. O principal do tratamento das fissuras palatinas é facilitar a recuperação da fala normal deste paciente. Fatores que influenciam no tratamento terapêutico: • Presença de outros comprometimentos associados a fissura; • Idade do paciente ao iniciar o tratamento fonoaudiológico; • Déficit auditivo que altera o desenvolvimento da linguagem; • Nível (grau) de inteligência do paciente; • Características do meio em que vive; • Desenvolvimento afetivo; • Resultado anatomofuncional da cirurgia, principalmente no que diz respeito a mobilidade dos lábios e do palato mole, além do desenvolvimento e da mobilidade dos músculos da faringe; •Grau de desenvolvimento neuromuscular e a capacidade do paciente em inibir os padrões incorretos e adquirir uma articulação correta (normal) durante o ato de falar; Objetivos do tratamento • Adequar a comunicação oral, da qual depende a socialização do indivíduo, já que é na e pela linguagem que o homem se constitui como sujeito; • Proporcionar um eficiente desenvolvimento do sistema estomatognático; • Possibilitar uma satisfatória integração biopsicossocial do indivíduo portador de anomalia craniofacial, entre as quais estão incluídas as fissuras lábiopalatinas. TRATAMENTO DA ARTICULAÇÃO Os indivíduos portadores de fissura labiopalatina podem apresentar classes de alterações que abrangem: Mobilidade de órgãos fonoarticulatórios; Audição; Linguagem; Fala; Voz; Leitura/escrita; Funcionalidade dos órgãos articulatórios; (mastigação inadequada, sucção prejudicada, deglutição atípica, produção oral prejudicada). Forma; Posição; Tamanho; ... AINDA ALTERAÇÕES QUE ABRANGEM... Na avaliação funcional, a ação dos órgãos fonoarticulatórios são essenciais pra obter dados sobre: Postura, sensibilidade, tônus, movimentação e habilidade motora. É necessário que se faça treino através de exercícios orofaciais específicos para: sucção, mastigação, deglutição, tonicidade, flexibilidade, mobilidade e capacidade de controle. As alterações apresentadas pelos fissurados labiopalatinos são típicas de sua patologia, os distúrbios articulatórios frequentes sao: golpe de glote; é o toque brusco das pregas vocais em substituição à emissão de algum fonema. fricativa faríngica; é conseqüência da constrição da faringe quase sempre em substituição à emissão de fonemas fricativos, com tensão de base de língua e direcionamento inadequado do fluxo aéreo. ronco nasal; resultante do atrito de ar entre o palato mole e as paredes da faringe devido a um não fechamento velofaríngeo, deixando um espaço pequeno para o ar passar para a rinofaringe. sigmatismo nasal; caracteriza-se por uma elevação de língua e direcionamento de todo o fluxo aéreo pelo nariz durante a tentativa de emissão dos fonemas fricativos. compensação mandibular; é o movimento brusco de abertura e fechamento mandibular efetuado sobretudo em substituição aos fonemas línguo-alveolares (/l/ e /r/). e compensação dorso-médio-palatina; Acontece como movimentos compensatórios na tentativa de impedir que passagem de ar seja direcionada para o nariz. A terapia articulatória é direcionada à eliminação dos movimentos compensatórios característicos da fala dos fissurados labiopalatinos. É o fator principal para se alcançar um melhor fechamento do esfíncter velofaríngeo. Vários autores observaram sua importância e estabeleceram linhas de trabalho como a “Terapia Articulatória de Kawano, ou Terapia Sussurada, onde a voz sussurrada é utilizada apenas como estratégia inicial e a Terapia “Articulatória de Fluxo aéreo Bucal”, idealizada pela Fonoaudióloga Elisa Altmann, onde tem como objetivo a eliminação das tensões provocadas no trato vocal pelos movimentos compensatórios e o direcionamento do fluxo aéreo para a cavidade oral. Após a adequação da articulação passa-se ao tratamento da voz. Para reeducação de alguns casos há técnicas passivas através de instrumental simples e específico, exemplos: *Alteres labial e lingual: Servem para dar tônus ao lábio e língua. *Canudos: Utilizados para realizar o treino da sucção, esses movimentos pré- fonatórios devem ser trabalhados para que o paciente tenha um bom controle da musculatura orofacial, assim como as mastigação e deglutição. *Seringas e conta-gotas: Utilizados para facilitar o treino da deglutição. *Espelho metálico: Utilizado para controlar e observar o escape de ar nasal. *Guias de língua: Auxiliam para estimular as sensibilidades exteroceptivas e proprioceptivas. *Abaixador lingual: Utilizado para fazer baixar a língua a base lingual, mantendo-a nesta posição. *Ligas Ortodônticas: Servem para trabalhar a potura lingual. *Alimentos em pó, gelatinosos, pastosos, sólidos e líquidos: servem para trabalhar pontos articulatórios, mobilidade de órgãos deglutição. * Escova dental: Utilizada para massagem nos alvéolos, palato e bochechas. *Rolhas: Utilizadas para trabalhar a musculatura labial. *Material de sopro: Utilizado para trabalhar a respiração. A terapia miofuncional nos casos de Fissura Labiopalatina não difere, do ponto de vista metodológico, daquela aplicada em pacientes exclusivamente miofuncionais. Porém em alguns casos, onde as alterações anatômicas são mais graves, deve-se contar com auxílio de cirurgia plástica, prótese ou ortodontia. O tratamento fonoaudiológico visa a adequação da comunicação oral tendo como objetivo estabelecer um bom convívio social ao paciente. TRATAMENTO DO BEBÊ Esta etapa do tratamento baseia-se na estimulação dos órgãos fonoarticulatórios , com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento das estruturas faciais, a propriocepção , mobilidade e tonicidade. Isto pode ser obtido através de massagens realizadas com os dedos ou com a parte de trás da escova de dentes ou , ainda, com a dedeira Dedemass. Além dessa massagem pode-se fazer massagem facial. A massagem do lábio superior deve ser feita em direção centro-lateral ;de dentro para fora; de cima para baixo ; tracionando para baixo e para os lados, e em pequenos círculos. A sucção deve ser estimulada através da sucção voluntária do dedo indicador do terapeuta , seio materno, bico ortodôntico, sendo que o bebe deve estar utilizando a placa obturadora para tornar possível a pressão da área intra-oral suficiente para a realização da sucção. A deglutição destes bebês deve ser feita na posição verticalizada, com o objetivo de ser facilitada. Pode-se massagear o véu palatino para dar mobilidade e tônus, auxiliando assim a deglutição. A audição deve ser estimulada e explorada ao máximo pelos pais destes bebês com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento auditivo mínimo e com isso facilitar o posterior desenvolvimento da linguagem. Isto pode ser feito com a utilizaçãode brinquedos sonoros e cantigas de ninar. A estimulação do balbucio pode ser feita através da motivação dada pelos pais objetivando , o posterior desenvolvimento da linguagem. TRATAMENTO DA CRIANÇA O tratamento multidisciplinar é base para o processo terapêutico, a fonoaudiologia trabalha desde o nascimento com crianças fissuradas, uma vez que não há estrutura adequada para a amamentação. Antes de iniciarmos nossa atuação, precisamos de um diagnostico concreto, para entendermos a dimensão da patologia, essa avaliação não e feita apenas pelo fonoaudiólogo. Tendo encontrado o problema inicia-se os trabalhos, lembrando que deve ser um processo rápido, pois se trata do bem estar da criança e família. A orientação dada as mães da forma como lidar com seus bebês marca o inicio do processo terapêutico, sempre deixando bem claro os problemas encontrados e mostrando as possibilidades de tratamento. Alterações no sistema estomatognático, implicam dificuldades em deglutição e sucção, podendo também afetar a respiração (dependendo do caso). A criança não tem a orientação de base, pois a língua não tem o apoio do palato, assim impossibilita a alimentação adequada; algumas alternativas são aplicadas, como uso de placas para servir de apoio funcional, essa é uma alternativa temporária, não podendo ser definitiva. Além do cuidado do meio alternativo, há o cuidado da higiene bucal desta criança, na maioria das vezes feita com cotonetes, lenços ou faldas umedecidas. Em casos onde não é possível alimentação natural, apropria-se de opções artificiais, com a utilização de bicos apropriados, e técnicas para que não tenha a ingestão de ar enquanto deglute. Os pais e cuidadores devem ser orientados quanto a aquisição e desenvolvimento de linguagem, incluindo nestas orientações a relação com a fissura apresentada pela criança e como os pais podem auxiliar para que seu filho supere suas dificuldades, bem como compreendam suas limitações.. Precisam também ter conhecimento da possibilidade de distúrbios articulatórios compensatórios, decorrentes da busca de outros pontos articulatórios que tentam compensar a diminuição da pressão intra- oral. A avaliação da linguagem oral é, geralmente, realizada por meio de conversa espontânea; por observação (em situação lúdica) da interação da criança com seu familiar, verificando-se os meio e função comunicativa utilizados para tal intento, por provas como imitação e evocação (com uso de figuras para nomeação). O ideal é de que estas provas sejam filmadas, para posterior análise e para comparação entre o processo de avaliação e o terapêutico. Na evidência de atraso na aquisição e no desenvolvimento da linguagem, distúrbio de leitura e escrita, alteração no processamento auditivo, alterações psicomotoras e disfonias , que podem estar presentes em sujeitos com fissuras labiopalatinas, devem ser preconizadas estratégias adequadas a cada situação, a fim de propiciar uma melhor comunicação do sujeito com sua família e com a sociedade. TRATAMENTO DO ADULTO Os indivíduos portadores de fissuras labiopalatinas (FLP) podem apresentar classes de alterações que abrangem : audição, linguagem, fala, voz, órgãos fonoarticulatórios (OFA) ,leitura , escrita entre outros. A terapia fonoaudiológica pode ser direcionada para todos os aspectos acima citados de forma concomitante. Entretanto muitas das pessoas estabelecem-se prioridades sociais e uma hierarquia dos problemas a serem tratados. No tratamento dos pacientes portadores de FLP todas as etapas são importantes e cabe ao terapeuta valer-se da sensibilidade para discernir o que é prioritário para o paciente naquele momento, para modificar e adaptar os exercícios conforme cada caso. O tratamento fonoaudiológico deve ser iniciado o mais precocemente possível, a fim de evitar o desenvolvimento de movimentos de articulação compensatória e consequentemente o prejuízo dos movimentos. No caso dos adultos, o tratamento também é efetivo, porém se dá ao nível de reabilitação e não da prevenção, levando mais tempo para a automatização dos padrões corretos na fala espontânea. Não existe nenhuma linha de tratamento que seja rígida e estanque, existe sim, princípios básicos que derivam do conhecimento da anatomofisiologia e que servem como guias na reabilitação fonoaudiológica do indivíduo portador de FLP. As inovações devem sempre ocorrer, pois tornam qualquer tratamento mais eclético, mais rico, porém sempre sob o respaldo dos princípios básicos vendo o que é prioridade ao paciente. É importante destacar que o tratamento fonoaudiológico não é só fala, mas também possibilitar ao paciente que atinja um desenvolvimento psicossocial integral, para isso ocorrer de forma positiva o portador de FLP será assistido por uma equipe multidisciplinar. O contato permanente com os integrantes da equipe irá proporcionar o adequado aproveitamento de todas as potencialidades do indivíduo, possibilitando, desta maneira o alcance do desejado sucesso terapêutico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Fissuras Lábio Palatinas; Elisa B.C Altmann • Fissura Lábio Palatina Avaliação, Diagnóstico e Tratamento Fonoaudiológico; Jacqueline Lanza Lofiego
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