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Fasciola hepatica e Fasciolose • Filo Platyhelminthes • Classe Trematoda • Sub-classe ou Grupo Digenea • Família Fasciolidae • Gênero Fasciola • Espécie Fasciola hepatica Classificação • Espécies de importância médica e veterinária • São achatados dorsoventralmente • Possuem sistema digestivo, nervoso e excretor • Apresentam ventosas (oral e ventral) para fixação • Existem espécies hermafroditas e sexos separados • Possuem ciclo de vida heteroxênico • Parasitam geralmente os dutos biliares, o trato digestivo e o sistema vascular • São ovíparos. Os ovos saem pelas fezes ou urina Trematódeos Digenéicos (agente etiológico da Fasciolose) Fasciola hepatica Verme adulto Ovo Miracídio Rédia Cercárias Metacercácia Fases do desenvolvimento Morfologia - Biologia Verme adulto • são encontrados na vesícula e ductos biliares do hospedeiro • aspecto foliáceo • comprimento: 2 a 3 cm, largura: 1 a 2 cm • presença de ventosas oral e ventral (acetábulo), poro genital • hermafrodita • tegumento recoberto por espinhos 1 2 3 1. Ventosa oral 2. Ventosa ventral 3. Poro Genital Morfologia Verme adulto Morfologia - Biologia Ovos • são são depositados nos dusctos biliares, chegam ao intestino e posteriormente eliminados juntamente com as fezes • tamanho: 140 µm x 60 a 100 µm • ovais com presença de opérculo • são ovipostos imaturos, se desenvolvem no meio externo Ovo imaturo OVO MADURO Morfologia - Biologia Miracídios • se desenvolvem dentro do ovo (± 15 dias) • possui corpo ciliado (nadam ativamente) • papilas cônicas na extremidade anterior • forma infectante para o hospedeiro intemediário ( molusco - Lymnaea) • elevado grau de especificidade em relação os hospedeiro • miracídio esporocisto 5-8 rédias Miracídio Morfologia - Biologia Rédias • se desenvolvem a partir das células germinativas do esporocisto • possui abertura oral e órgãos digestivos • encontradas nas glândulas digestivas no molusco • darão origem às cercárias Morfologia Rédias Morfologia - Biologia Cercárias • possui cabeça e uma longa cauda não bifurcada • possui orgãos do sistema digestivo e excretor semelhantes aos do adulto • presença de glândulas secretoras especiais (cistogênicas) • comportamento influenciado por temperatura e luminosidade • tamanho: 900 µm Morfologia - Biologia Metacercárias • cercária sem cauda + parede cística (cercária encistada) • encontrada aderida à vegetação ou na superfície da água • resiste a ação do suco gástrico • parede cística digerida no intestino delgado • permanece viável a baixas temperaturas • forma infectante para os hospedeiros vertebrados Vermes adultos nos ductos biliares Metacercárias desencistam no duodeno. Vermes imaturos migram para o fígado Ovos imaturos saem nas fezes Ovos com miracídios na água Miracídio eclode e penetra no caramujo Caramujo No tecido do caramujo Esporocisto Rédia Cercária Cercárias encistam em plantas e água Metacercárias em plantas e água ingeridas por animais e homem Estágio infectante Estágio de diagnóstico Traduzido • Hospedeiros Intermediários da F. hepatica Lymanaea columella Say, 1817 Lymanaea viatrix (D’Orbigny, 1835) Lymnaea viatrix Filo: Mollusca Classe: Gastropoda Sub-classe: Pulmonata Ordem: Basommatophora Família: Lymnaeidae Gênero: Lymnaea Lymnaea columella • Espécies Transmissoras no Brasil • Hospedeiros Intermediários da F. hepatica • Vivem em água doce • Alimentam-se de microalgas • Hermafroditas • Elevado potencial biótico • Resistem ao período de seca (estivação) Lymnaea columella: encontrada em coleções hídricas de águas límpidas e correnteza fraca (naturais: córregos, riachos, lagoas e pântanos; artificiais: valas de irrigação e pequenos açudes). Lymnaea viatrix: encontrada em solo argiloso ou barro-argiloso, em canais de irrigação superficiais com pouca água e em lodo. Fasciolose (baratinha-do fígado) • Transmissão Ingestão de água e verduras/ alimentos contendo metacercárias Período pré-patente: 8-12 semanas Ciclo completo: 17-18 semanas • Distribuição e Prevalência - Zoonose - Considerada apenas de importância veterinária até 80’s - Encontrada em mais de 70 países em todo o mundo - 2.4 milhões de pessoas infectadas - 180 milhões expostas ao risco - Europa, Américas, Oceania, África e Ásia - Considerada Doença Tropical Negligenciada pela WHO - Brasil: região sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais Fasciolose (baratinha-do fígado) Fasciolose (baratinha-do fígado) • Patogenia - tipo de hospedeiro definitivo (homem, bovinos ou ovinos) - carga parasitária No homem Lesões provocadas pela migração de formas imaturas no parênquima hepático: liquefação do tecido hepático pela ação da enzima migração e alimentação do verme fibrose e necrose dos lobos hepáticos Lesões provocadas pelo verme adulto nas vias biliares: presença e movimentação do verme ulcerações e irritações do endotélio dos ductos hiperplasia, enrijecimento das paredes, diminuição do fluxo biliar, cirrose e insuficiência hepática Fasciolose (baratinha-do fígado) • Patogenia Fase Aguda: presença da formas imaturas - difícil diagnóstico - surtos epidêmicos - aumento doloroso do fígado (hepatomegalia) - febre alta e acentuada eosinofilia (60 a 80% de eosinófilo no sangue) - dores abdominais, diarréia e anemia Fase crônica: presença dos vermes adultos - dores abdominais - anorexia e constipação intestinal - febre pouco elevada e icterícia - emagrecimento e náuseas - localizações ectópicas do verme adulto - árvore respiratória e vias digestivas pelo consumo de fígado cru de carneiro ou cabra parasitados Fasciolose (baratinha-do fígado) • Diagnóstico - Homem Clínico - Sintomas clínicos - Anamnese (hábitos e histórico) Parasitológico - Encontro de ovos nas fezes (método de Kato-Katz, sedimentação e flutuação) Imunológico -ELISA: antígeno em amostra de fezes (FES-Ag) anticorpo IgG em amostras de soro (Fas2-ELISA e CL1-ELISA) Perspectivas: ELISA de captura utilzando anticorpo monoclonal Detecção de DNA de Fasciola em amostras de fezes Fasciolose (baratinha-do fígado) • Patogenia Nos Ovinos - Sinais e sintomas mais visíveis Lesões provocadas pela migração de formas imaturas: há hemorragia resultante da ruptura de vasos sanguíneos, lesão hepática (migração dos parasitas). Pode ocorrer morte súbita, ovinos fracos, mucosas pálidas, fígado dilatado, dor abdominal. Ausência de resposta imune eficiente. Lesões provocadas pelo verme adulto nos ductos biliares: há fibrose hepática e colangite hiperplásica. Há perda progressiva de peso, anemia, hipoalbuminemia, emagrecimento, palidez das mucosas, edema submandibular e ascite. Redução na produção de lã. Fasciolose (baratinha-do fígado) • Patologia Nos Ovinos en.wikipedia.org http://www.drapc.minagricultura.pt/base/projectos/AGRO/projecto_agro_6.htm Fasciolose (baratinha-do fígado) • Patogenia Nos Bovinos Lesões provocadas pela migração de formas imaturas: há hemorragia resultante da ruptura de vasos sanguíneos, lesão hepática (migração dos parasitas). Pouca incidência de morte súbita. Infecções recorrentes=imunidade concomitante. Lesões provocadas pelo verme adulto nos ductos biliares: há fibrose hepática, calcificação dos dutos biliares e dilatação da vesícula biliar. Há perda de peso, diminuição da produção e qualidade de leite e carne. Fasciolose (baratinha-do fígado) • Patologia Nos Bovinos http://www.flickr.com/photos/13635451@N07/page43/ Fasciolose (baratinha-do fígado) • Diagnóstico – Ovinos e Bovinos Clínico - Sintomas clínicos clássico: fraqueza, perda de peso, redução da produção e qualidade de leite, redução da produção de lã. Parasitológico - Necropsia pós-morte: encontro de Fasciola e presença de lesões clássica no fígado - Presença de ovos nas fezes Laboratorial - Avaliação dos níveis plasmáticos de enzimas hepáticas (bovinos) Fasciolose (baratinha-do fígado) • Epidemiologia - Distribuição da fasciolose humana acompanha a da fasciolose animal - Criação extensiva de ovinos e bovinos - Migração dos animais para outras áreas de pastagem ou a venda de animais para outras regiões - Plantio e ingestão de hortaliças (agrião) cruas mantidas em áreas alagadas - Hábito de beber água de mina ou açudes - Sazonalidade: influencia da temperatura e umidade aparecimento da doença Fasciolose (baratinha-do fígado) • Epidemiologia Fasciolose (baratinha-do fígado) • Tratamento Não há um tratamento satisfatório específico para a doença - Triclabendazol • Vacina - Sm14r - Fosfoglicerato kinase ?? - Catepsina 1 Fasciolose (baratinha-do fígado) • Profilaxia e Controle - Tratamento em massa dos animais infectados - Fiscalização e manejo de fazendas criadoras de animais - Isolamento de áreas de pastagem com cercas - Evitar áreas de pastagem pantanosas ou alagadiças - Eliminação dos moluscos - Evitar beber água de córregos ou minas - Evitar plantio de hortaliças (agrião) próximas à áreas alagadas e de pastagem • Referências Bibliográficas Guimarães MP. Fasciola hepática. In: Neves DP, Melo AL, Linardi PM, Vitor LWA. Parasitologia Humana. 11ºed. São Paulo: Atheneu; 2005. p. 223-226. Bowman DD. Helmintos. In: Bowman DD. Parasitologia Veterinária de Georgis. 8ªed. São Paulo: Manole; 2006. p. 115-122. Carvalho OS, Jannotti-Passos LK, Mendonça CLGF, Cardoso PCM, Caldeira RL. Moluscos Brasileiros de importância médica. Série Esquistossomose 10. Belo Horizonte: FIOCRUZ; 2008. p. 27-34. WHO- Report of the WHO Expert Consultation on Foodborne Trematode Infections and Taeniasis/Cysticercosis. Vietnã; 2009. 59p. http://www.who.int/neglected_diseases/preventive_chemotherapy/WHO_HTM_NTD_PCT_2011.3.pdf WHO- Report of the WHO Informal Meeting on use of triclabendazole in fascioliasis control. Geneva; 2006. 33p. http://www.who.int/neglected_diseases/preventive_chemotherapy/WHO_CDS_NTD_PCT_2007.1.pdf Acta Trop. 2011 Oct-Nov;120(1-2):119-29. 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Espino Veterinary Parasitology 178 (2011) 251–263 Veterinary Parasitology Fasciola hepatica: Comparative effects of host resistance and parasite intra-specific interactions on size and reproductive histology in flukes from rats infected with isolates differing in triclabendazole sensitivity R.E.B. Hannaa,∗, A.W. Gordonb, D. Moffetta, H.W.J. Edgara, L.F. Olivera, S. McConnella, L. Shawc, G.P. Brennanc, I. Fairweatherc Vaccine. 2010 Aug 2;28(34):5551-7. Protection of cattle against a natural infection of Fasciola hepatica by vaccination with recombinant cathepsin L1 (rFhCL1). Golden O, Flynn RJ, Read C, Sekiya M, Donnelly SM, Stack C, Dalton JP, Mulcahy G. Evaluation of local immune response to Fasciola hepatica experimental infection in the liver and hepatic lymph nodes of goats immunized with Sm14 vaccine antigen. Mendes RE, Zafra R, Pérez-Ecija RA, Buffoni L, Martínez-Moreno A, Tendler M, Pérez J. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2010 Aug;105(5):698-705. Blocking Fasciola hepatica's energy metabolism - a pilot study of vaccine potential of a novel gene - phosphoglycerate kinase. Jaros S, Jaros D, Wesolowska A, Zygner W, Wedrychowicz H. Vet Parasitol. 2010 Sep 20;172(3-4):229-37. Epub 2010 May 16. Parasit Vectors. 2011 Sep 15;4:176. Diagnostic efficacy of monoclonal antibody based sandwich enzyme linked immunosorbent assay (ELISA) for detection of Fasciola gigantica excretory/secretory antigens in both serum and stool. Demerdash ZA, Diab TM, Aly IR, Mohamed SH, Mahmoud FS, Zoheiry MK, Mansour WA, Attia ME, El-Bassiouny AE. • Referências Bibliográficas
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