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Orçamento Publico aula 01

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02/12/2017 Disciplina Portal
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Orçamento Público
Aula 1 - Orçamento Público
INTRODUÇÃO
As necessidades públicas normalmente têm caráter social, devendo ser atendidas plenamente pelo Estado e de
maneira igualitária entre todos os indivíduos, independentemente da condição econômico-social.
Para atender a essa demanda social, o Estado – que precisa obter recursos – utiliza-se do orçamento público,
instrumento pelo qual são formuladas e executadas as políticas que devem visar o bem comum da população.
Atualmente o orçamento tomou outra dimensão e serve como mola propulsora para o desenvolvimento do Estado,
constituindo-se dessa maneira na expressão �nanceira dos planos de trabalho do governo. O orçamento, se elaborado
apropriadamente, pode atenuar as consequências de políticas injustas, destinando recursos às pessoas necessitadas
e aos setores de interesse da população, caracterizando-se, assim, como um verdadeiro meio de redistribuição de
renda e promotor de justiça social.
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OBJETIVOS
Reconhecer os aspectos relacionados com a atividade �nanceira do Estado e as maneiras de que o governo utiliza o
orçamento para intervir na economia;
De�nir o conceito, os princípios, as esferas, as espécies e tipos de orçamento;
Analisar resumidamente a evolução histórica do orçamento público brasileiro dentro das diversas Constituições
Federais que o país teve.
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ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
O modelo clássico de estudo das �nanças públicas contempla quatro itens:
A �m de atender às necessidades públicas, o Estado precisa obter recursos (receitas e créditos públicos). Tal fato o
leva a ter de exercer atividade �nanceira, que consiste basicamente na gestão dos recursos obtidos e em sua
destinação (despesa) pelo orçamento, de modo que sejam satisfeitas as demandas da população.
Além de administrar o processo de obtenção e destinação dos recursos, a atividade �nanceira do Estado constitui um
importante mecanismo de gestão econômica, que pode estimular o crescimento e melhorar a distribuição de renda.
Para atender às necessidades públicas, o Estado executa diversas atividades, as quais são classi�cadas em dois
grupos:
Clique nos títulos abaixo.
ATIVIDADES TÍPICAS DO ESTADO
A execução é inalienável por ser atribuição direta do Estado, seja por imposição constitucional ou legal, seja por necessitar da
aplicação do poder de polícia. Exemplos: Defesa Nacional; Justiça; Segurança Pública etc. Tipicamente, essas atividades estão
relacionadas às necessidades básicas e diretas para a própria existência do Estado.
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Podem ser exercidas indiretamente, por concessão a particulares ou a empresas criadas pelo próprio Estado para tal �m, muito
embora o Estado delas necessite para seu bom funcionamento e o bem-estar comum.
A atividade �nanceira do Estado pode ser representada como um ciclo permanentemente em funcionamento, sujeito a
diferentes tipos de controle (Tribunal de Contas da União [TCU], Controladoria-Geral da União [CGU], controle popular
etc.), e promove a intervenção na atividade econômica visando ao bem-estar comum e à justiça social, conforme
podemos observar na �gura a seguir:
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ATIVIDADE ECONÔMICA
O crescimento e a estabilidade econômica são alicerces do bem-estar comum. Para preservá-los, o Estado pode
intervir na atividade econômica, estimulando ou coibindo determinada atividade, por meio de três mecanismos
básicos:
 O estabelecimento de normas que visam à coibição do abuso do poder econômico e à proteção dos
consumidores;
 O fomento às atividades de interesse por meio de agências de �nanciamento;
 A exploração direta de atividade econômica que os particulares não podem suprir e que constituem interesse
coletivo.
O reconhecimento da necessidade de intervenção do Estado na economia tem origem na depressão econômica de
1930, nas duas grandes guerras mundiais e na instabilidade ocasionada pelo acúmulo de capital que leva à
concentração de renda e faz perder de vista a justiça social.
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Richard Musgrave, em seu relevante estudo acerca da necessidade de intervenção do Estado na economia, classi�cou
em três as funções do Estado, também conhecidas como funções �scais ou funções do orçamento. São elas:
Clique nos títulos abaixo.
FUNÇÃO ALOCATIVA
Consiste basicamente em destinar recursos para produção de bens ou serviços necessários à população e que não são supridos
pelo mercado, geralmente em decorrência de duas situações:
Desequilíbrios, na concorrência, normalmente observados em mercados monopolistas ou oligopolistas, o que pode levar à
majoração arti�cial de preços, causando efeitos malé�cos aos consumidores;
Excesso de risco, em geral, decorrente de incertezas ocasionadas pela falta de regulamentação ou consolidação dos mercados –
um fator que afugenta o capital privado, tornando necessária a intervenção do Estado para suprir a população dos bens e serviços
desejados.
FUNÇÃO DISTRIBUTIVA
O sistema capitalista tende a gerar concentração de riquezas, uma vez que o “sucesso” na aplicação do capital por uma pessoa,
um grupo ou um setor econômico atrai mais capital. Além disso, alguns fatores – como políticas econômicas setoriais, falta de
igualdade nas oportunidades e mercados com estruturas regionalizadas, entre outros – também causam acúmulo de riquezas.
A função distributiva tem por objetivo ajustar a distribuição das riquezas em níveis que possibilitem levar o bem-estar social à
população.
Para adequar os níveis de distribuição das riquezas, o Estado utiliza o sistema de tributação, diferenciando as cobranças segundo
os níveis de renda e acúmulo patrimonial. Além disso, podem ser criados mecanismos de subsídios, isenções tarifárias, renúncia
�scal e políticas de remuneração mínima.
FUNÇÃO ESTABILIZADORA
Tem por objetivo evitar a perda das conquistas decorrentes da aplicação das outras duas funções, assegurando a manutenção de
níveis adequados de empregos, de estabilidade de preços e dos fatores produtivos.
Essa função está fortemente ligada à gestão de variáveis macroeconômicas, buscando os níveis ótimos, que são o pleno
emprego, a ausência de in�ação e um �uxo adequado e permanente de entradas e saídas de recursos na economia.
ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITO, PRINCÍPIOS, ESFERAS, TIPOS E
ESPÉCIES
CONCEITO ORÇAMENTÁRIO
Fonte da Imagem: HstrongART / Shutterstock
São muitas as maneiras de conceituar orçamento público.
Segundo Augustinho Paludo, “orçamento público é um instrumento de viabilização do planejamento governamental e
de realização das políticas públicas organizadas em programas, mediante a quanti�cação das metas e a alocação de
recursos para as ações orçamentárias (projetos, atividades e operações especiais)”. Ainda de acordo com o autor,
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“orçamento público é uma lei que, entre outros aspectos, exprime, em termos �nanceiros, a alocação dos recursos
públicos; é um documento legal que contém a previsão de receitas e a �xação de despesas a serem realizadas por um
governo, em determinado exercício �nanceiro”.
Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público é “o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao PoderExecutivo,
por certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros �ns
adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei”.
Podemos estrati�car o conceito de orçamento sob quatro aspectos:
Clique nos títulos abaixo.
CONCEITO TÉCNICO
Orçamento é um instrumento dinâmico que �xa a despesa e estima a receita para um exercício �nanceiro.
CONCEITO LEGAL
Orçamento é uma lei que estima a receita e �xa a despesa.
CONCEITO CONTÁBIL
Orçamento é um instrumento que visa facilitar o controle dos �uxos de receitas e despesas.
CONCEITO POLÍTICO
Orçamento é um instrumento que possibilita conduzir o processo de formulação e a posterior execução das políticas públicas.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Fonte da Imagem:
Na 6ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) consta que os princípios orçamentários
visam estabelecer regras norteadoras básicas, a �m de conferir racionalidade, e�ciência e transparência aos processos
de elaboração, execução e controle do orçamento público.
Válidos para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos – União, estados, Distrito
Federal e municípios –, são estabelecidos e disciplinados por normas constitucionais, infraconstitucionais e pela
doutrina.
INDICAÇÃO DE LINK
Clique aqui (glossário) e veja o conceito de cada um desses princípios.
ESFERAS ORÇAMENTÁRIAS
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No orçamento, a esfera tem por �nalidade identi�car se a receita ou a despesa pertence ao orçamento �scal (F), à
Seguridade Social (S) ou ao Investimento das Empresas Estatais (I), conforme disposto no § 5º do art. 165 da CF.
TIPOS ORÇAMENTÁRIOS
Fonte da Imagem:
O tipo de orçamento adotado por um país está vinculado ao regime político e à forma de governo. No Brasil, já foram
adotados os três tipos de orçamento.
Legislativo
Adotado em países parlamentaristas. A elaboração, votação e aprovação são de competência do Poder Legislativo; a
execução é de competência do Poder Executivo. (No Brasil, Constituição Federal de 1891);
Executivo
Utilizado em países onde impera o poder absoluto. A elaboração, aprovação, execução e controle são de competência
do Poder Executivo. (No Brasil, Constituição Federal de 1937);
Misto
Empregado em países com funções legislativas exercidas pelo Congresso ou Parlamento, que, por meio de votação,
aprova o orçamento e exerce o controle sobre sua execução. A sanção, elaboração e execução são de competência do
Poder Executivo. Esse é o tipo utilizado atualmente no país. (No Brasil, Constituição Federal de 1988).
ESPÉCIES ORÇAMENTÁRIAS
O orçamento público classi�ca-se em cinco espécies, a saber:
Clique nos títulos abaixo.
ORÇAMENTO CLÁSSICO OU TRADICIONAL
Sua principal característica é a falta de planejamento, o que evidencia um descompromisso dos gestores para com as
necessidades da população. É uma peça meramente contábil e �nanceira, na qual a previsão de receita e a autorização de
despesas são baseadas no orçamento do exercício anterior.
ORÇAMENTO DE DESEMPENHO OU POR REALIZAÇÕES
Caracteriza-se pela preocupação do resultado produzido pelo gasto dos recursos públicos, executado dentro de um programa de
trabalho. Apesar de representar uma evolução no processo de elaboração orçamentária, essa espécie de orçamento não está
vinculada a um instrumento central de planejamento.
ORÇAMENTO DE BASE ZERO OU POR ESTRATÉGIA
Consiste basicamente em uma dinâmica na qual o órgão prepara a sua proposta orçamentária incluindo a totalidade das suas
necessidades, sem compromisso com qualquer montante preestabelecido de dotação e sem utilizar o ano anterior como
referência de valor inicial mínimo. Em seguida é estabelecido um limite de gastos e é feita uma análise crítica das necessidades a
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�m de se de�nirem as prioridades que serão atendidas.
ORÇAMENTO-PROGRAMA
Introduzido no Brasil com a Lei nº 4.320/1964 e o Decreto-Lei nº 200/1967, essa espécie de orçamento age como um instrumento
de planejamento da ação do governo, quanti�cando e quali�cando receitas e despesas nos programas de trabalho, através da
alocação de recursos em projetos, atividades e operações especiais, vinculados a objetivos e metas. Ao atrelar o orçamento ao
planejamento expresso no Plano Plurianual (PPA), a Constituição Federal de 1988 consolidou a adoção do orçamento-programa
no Brasil.
ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
Com base nos princípios democráticos e no exercício da cidadania, essa espécie de orçamento consiste basicamente em
franquear a participação direta das comunidades envolvidas por meio de conselhos e associações na de�nição de objetivos e
metas que integrarão os programas de trabalho do governo e, portanto, serão objeto de alocação de recursos orçamentários. Essa
espécie de orçamento se alinha com o parágrafo único do art. 48 da Lei Complementar nº 101/2000, segundo a qual “a
transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os
processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos”.
ORÇAMENTO E CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Como podemos observar no Quadro 1.1. o legislador, ao longo do tempo, procurou regulamentar o orçamento público
nas constituições federais, tratando de aspectos que vão desde os responsáveis pela sua elaboração, passando pelo
processo de aprovação, chegando até as sistemáticas de acompanhamento e �scalização, além da sua vinculação
com o planejamento.
Constituição de 1824
Ainda no império, foi a primeira a exigir formalismo na elaboração do orçamento. A competência de elaboração da
proposta de orçamento era do Poder Executivo, e a aprovação, do Poder Legislativo.
Constituição de 1891
Primeira Constituição Republicana, estabelecia a elaboração do orçamento como competência exclusiva do Congresso
Nacional.
Constituição de 1934
O orçamento é tratado em um capítulo próprio, ganhando destaque. A competência de elaboração da proposta de
orçamento era do Presidente da República, e a votação, do Poder Legislativo.
Constituição de 1937
Instaurado o Estado Novo (glossário), o orçamento passou a ser elaborado por um departamento administrativo, ligado
à Presidência da República, e a votação passou a ser uma atribuição da Câmara dos Deputados e do Conselho Federal,
que contava com membros nomeados pelo Presidente da República.
Constituição de 1946
Com a retomada do regime democrático, voltam a sistemática de elaboração da proposta de orçamento pelo Poder
Executivo e a votação pelo Poder Legislativo, com possibilidade de emendas.
Constituição de 1967
Estando em vigência o Regime Militar, a competência de elaboração da proposta de orçamento continua sendo do
Poder Executivo, e a votação, do Poder Legislativo, entretanto, com exíguas possibilidades de emendas.
Constituição de 1988
Conhecida como Constituição Cidadã, com a retomada do regime democrático, a competência de elaboração da
proposta de orçamento continuou sendo do Poder Executivo, e a votação do Poder Legislativo, com possibilidades de
emendas. Foram instituídos dois instrumentos de planejamento e programação orçamentária: o Plano Plurianual (PPA)
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e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
ATIVIDADE PROPOSTA
Diante do que estudamos até aqui, vamos fazer uma atividade para testar nosso conhecimento?
Leia as características apresentadas e respondaa qual espécie de orçamento cada uma diz respeito:
a) Sua principal característica é a falta de planejamento.
Resposta Correta
b) Caracteriza-se pela preocupação do resultado produzido pelo gasto dos recursos públicos, executado dentro de um
programa de trabalho.
Resposta Correta
c) Consiste basicamente em uma dinâmica na qual o órgão prepara a sua proposta orçamentária contemplando a
totalidade das suas necessidades, sem compromisso com qualquer montante preestabelecido de dotação.
Resposta Correta
d) Funciona como um instrumento de planejamento da ação do governo, quanti�cando e quali�cando receitas e
despesas nos programas de trabalho.
Resposta Correta
e) Com base nos princípios democráticos e no exercício da cidadania, essa espécie de orçamento consiste
basicamente em franquear a participação direta das comunidades envolvidas.
Resposta Correta
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Glossário
ESTADO NOVO
Nome dado ao período de 1937 a 1945, quando Getúlio Vargas governou o Brasil de forma ditatorial.

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