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prog.bruc.tuberc.2001

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Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PNCEBT)
Porque surge o novo programa? 
A brucelose e a tuberculose são doenças dos animais transmissíveis ao homem. A presença destas enfermidades leva a quebras na produção animal e torna o produto da pecuária vulnerável a barreiras sanitárias, diminuindo sua competitividade no comércio internacional. Assim sendo, o Ministério da Agricultura e do Abastecimento (MA), entende ser necessário institucionalizar e implementar um programa que melhore a eficácia das medidas de combate à brucelose e à tuberculose, visando promover a qualidade dos produtos de origem animal oferecidos ao consumidor e contribuir para modernizar as cadeias produtivas do leite e da carne. 
Breve diagnóstico da situação atual 
A brucelose, causada por Brucella abortus, e a tuberculose, causada por Mycobacterium bovis, estão disseminadas por todo o território nacional, porém a sua prevalência e distribuição regional não estão bem caracterizadas. Sabe-se que a brucelose atinge tanto o gado de corte como o gado de leite, enquanto que a tuberculose é um problema mais sério para os produtores de leite. Ambas as enfermidades afetam a população de bubalinos. 
O último diagnóstico de situação da brucelose bovina em nível nacional foi realizado em 1975, tendo estimado a porcentagem de animais soropositivos em 4,0% na Região Sul, 7,5% na Região Sudeste, 6,8% na Região Centro-Oeste, 2,5% na Região Nordeste e 4,1% na Região Norte. Posteriormente, outros levantamentos sorológicos por amostragem, realizados em alguns estados, revelaram pequenas alterações na prevalência de brucelose: no Rio Grande do Sul a prevalência passou de 2,0%, em 1975, para 0,3% em 1986; em Santa Catarina passou de 0,2%, em 1975, para 0,6% em 1996; no Mato Grosso do Sul a prevalência estimada em 1998 foi de 6,3%, idêntica ao valor encontrado em 1975 para o território Mato-grossense; em Minas Gerais passou de 7,6%, em 1975, para 6,7%, em 1980; no Paraná, a prevalência estimada em 1975 foi de 9,6%, passando para 4,6% de bovinos soropositivos em 1989. Os dados de notificações oficiais indicam que a prevalência de animais soropositivos se manteve entre 4% e 5%, no período de 1988 a 1998. Em 1999, foram liberadas pelo MA 5,5 milhões de doses de vacina contra brucelose, dos quais 2,5 milhões foram consumidas em Minas Gerais, em virtude deste estado já ter implantado um programa de vacinação obrigatória. 
Os dados de notificações oficiais de tuberculose bovina indicam uma prevalência média nacional de 1,3% de animais infectados, no período de 1989 a 1998. Um levantamento realizado em 1999, no Triângulo Mineiro e nas regiões do centro e sul de Minas Gerais, envolvendo aproximadamente 1.600 propriedades e 23.000 animais, estimou a prevalência de animais infectados em 0,8%. No mesmo estudo foram detectadas 5% propriedades com animais reagentes, sendo importante destacar que este valor subiu a 15% no universo de propriedades produtoras de leite com algum grau de mecanização da ordenha e de tecnificação da produção. 
O controle da brucelose estava regulamentado pela portaria ministerial 23/76 mas as medidas não vinham atingindo a eficácia desejada, em razão da ausência de um programa estruturado que criasse estímulos para os pecuaristas adotarem as ações sanitárias mais adequadas. O mesmo aplica-se ao controle da tuberculose, cujas normas e procedimentos de controle só agora passam a estar regulamentados em nível nacional. 
Deve salientar-se a iniciativa da Associação Brasileira de Buiatria que em 1999 organizou grupos de discussão sobre o controle da tuberculose bovina no Brasil, culminando no encaminhamento de uma proposta de ação ao MA em dezembro do mesmo ano. 
Quanto à brucelose e tuberculose dos suínos, o controle é feito de acordo com as normas de certificação de granjas de suínos da Secretaria de Defesa Agropecuária, que estabelecem procedimentos de diagnóstico e controle na população de matrizes. 
A brucelose ovina e caprina de importância epidemiológica, causada por Brucella melitensis, não foi até hoje diagnosticada no Brasil. A epididimite ovina, causada por Brucella ovis, não é considerada nas medidas propostas neste programa, em virtude de esta ser uma doença de características distintas. Não existem dados sobre tuberculose ovina e caprina no Brasil que justifiquem a implantação de medidas específicas visando o controle sistemático da doença em pequenos ruminantes. 
Objetivos específicos do programa 
Baixar a prevalência e a incidência de novos casos de brucelose e de tuberculose; 
Criar um número significativo de propriedades certificadas que oferecem ao consumidor produtos de baixo risco sanitário. 
Estratégia 
A estratégia de ação deste programa é clara: a certificação de propriedades livres e de propriedades monitoradas, de adesão voluntária, será um instrumento que os produtores e o setor agro-industrial poderão utilizar para agregar valor aos seus produtos, o que poderá vir a ser viabilizado através da criação de um selo de qualidade sanitária ou de outros incentivos criados pela própria indústria. Assim sendo, este não é um programa apenas do governo federal e dos governos estaduais mas sim um projeto que vai envolver o setor produtivo e suas comunidades, o setor industrial e os consumidores, não esquecendo os médicos veterinários que atuam no setor privado. Em outras palavras, o setor público vai atuar como agente certificador dentro de um processo que envolve diretamente toda a cadeia produtiva. 
Serão também aplicadas medidas sanitárias compulsórias de eficácia comprovada, como a vacinação de bezerras contra a brucelose e o controle do trânsito de animais destinados à reprodução, objetivando baixar a prevalência e incidência de casos destas doenças até níveis compatíveis com ações sanitárias mais drásticas, que caracterizam um programa de erradicação. Prevê-se que no espaço de uma década seja possível reduzir a prevalência de propriedades afetadas para valores próximos a 1%, nos estados que implantarem o programa dentro do cronograma previsto. 
Para garantir a qualidade técnica das ações do programa, estão sendo propostas uma série de medidas que visam: (a) capacitar médicos veterinários e laboratórios, tanto oficiais como privados; (b) padronizar e modernizar os métodos de diagnóstico utilizados; (c) permitir as ações de fiscalização e monitoramento que cabem ao serviço oficial de defesa sanitária animal; e (d) melhorar a integração deste com o serviço oficial de inspeção de produtos de origem animal. 
Propostas técnicas: 
Vacinação contra a brucelose 
Certificação de propriedades livres de brucelose e tuberculose 
Certificação de propriedades monitoradas para brucelose e tuberculose 
Controle do trânsito de reprodutores e normas sanitárias para participação em exposições, feiras, leilões e outras aglomerações de animais 
Credenciamento e capacitação de médicos veterinários 
Diagnóstico e apoio laboratorial 
Participação do serviço oficial 
Educação sanitária
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Vacinação contra a brucelose 
Com esta ação objetiva-se baixar consideravelmente a prevalência da brucelose bovina e bubalina. Passa a ser obrigatório vacinar todas as fêmeas daquelas espécies, entre 3 e 8 meses de idade, com amostra B19. Em propriedades certificadas recomenda-se que as bezerras sejam vacinadas até 6 meses de idade, de forma a minimizar a possibilidade de reações vacinais nos testes de diagnóstico. Este programa implica em aumento significativo da produção de vacina B19 e, consequentemente, será necessário estabelecer rotina de estimativa de demanda anual e de organização da distribuição do produto, à semelhança do que hoje é feito para a vacinação contra febre aftosa. A vacinação de fêmeas adultas, que seria útil em regiões e propriedades com alta prevalência de infecção, só será permitida com imunógenos que não interferem nos testes de diagnóstico, após aprovação e nas condições definidas peloMA. 
Os programas de vacinação contra brucelose terão inicio em 2001. Estabeleceu-se um prazo, até dezembro de 2003, para cada estado implantar em todo o seu território a obrigatoriedade de vacinação de bezerras contra a brucelose. A vacinação contra brucelose só poderá ser realizada sob responsabilidade de médicos veterinários, que deverão estar cadastrados no serviço oficial de defesa sanitária animal de seu estado de atuação. Espera-se que até dezembro de 2010 ao menos 75% da população de fêmeas adultas tenha sido vacinada, entre 3 e 8 meses de idade. Quando esta meta for atingida, a prevalência de brucelose deverá situar-se em níveis que permitam passar à fase de erradicação. ��
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Certificação de propriedades livres de brucelose e tuberculose 
A certificação de propriedades livres de brucelose e de tuberculose tem como objetivo padronizar o controle destas enfermidades, dentro dos princípios técnicos sugeridos pelo Código Zoosanitário Internacional e aceitos internacionalmente. A adesão será voluntária, uma vez que as normas sanitárias exigidas só serão efetivamente cumpridas quando os pecuaristas beneficiarem da condição sanitária adquirida. A experiência no país demonstra que se o combate a doenças endêmicas como a brucelose e a tuberculose, cujo controle é baseado em teste e sacrifício de animais, consistir apenas em exigências sanitárias, sem que sejam criados incentivos e mecanismos de compensação, a probabilidade de sucesso é reduzida. Tais incentivos deverão ser desenvolvidos em colaboração com a indústria, com destaque para a criação de um selo de qualidade sanitária. As propriedades produtoras de leite A e B, que já são obrigadas a manter controle sistemático de brucelose e tuberculose, terão que adaptar-se às novas regras do programa nacional até julho de 2002. Nessa data, estas propriedades terão que já estar certificadas ou ter iniciado o processo de certificação. 
O saneamento das propriedades que entram em processo de certificação será feito testando todos os animais e sacrificando os reagentes positivos. Os testes em todo o rebanho serão repetidos até obter três testes sem um único animal reagente positivo, ao longo de um período mínimo de nove meses. Uma vez terminado o saneamento, a propriedade obtém o certificado de livre, cuja manutenção depende do cumprimento de todas as regras e normas sanitárias estabelecidas. As propriedades certificadas ficam obrigadas a repetir os testes anualmente, em todos os animais. Deve destacar-se a exigência de dois testes negativos para o ingresso de animais na propriedade, se os animais não forem provenientes de outra propriedade livre. Os testes de diagnóstico para brucelose são realizados exclusivamente em fêmeas de idade igual ou superior a 24 meses, desde que vacinadas entre 3 e 8 meses, e em machos e fêmeas não vacinadas, a partir de 8 meses de idade. Serão submetidos a testes de diagnóstico para tuberculose todos os animais com idade igual ou superior a seis semanas. 
O início das atividades de saneamento para certificação de propriedades livres de brucelose e tuberculose depende do credenciamento de médicos veterinários que atuam no setor privado, através de cursos específicos de atualização e padronização de conhecimentos. Assim sendo, a certificação de propriedades livres será precedida pelo credenciamento de médicos veterinários, o que, por sua vez, depende da realização de cursos reconhecidos pelo MA e ministrados por universidades ou instituições de pesquisa em medicina veterinária, segundo normas estabelecidas pelo MA. Haverá, portanto, um período de transição até que propriedades entrem em fase de saneamento, o qual será essencial para garantir a qualidade das ações sanitárias preconizadas. Está previsto que o saneamento de propriedades candidatas a certificação seja iniciado em 2002. O reconhecimento de cursos que permitirão o credenciamento de médicos veterinários é uma das prioridades para o ano 2001. ��
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Certificação de propriedades monitoradas para brucelose e tuberculose 
Em virtude da dificuldade de aplicação das normas técnicas estabelecidas para propriedades livres a uma parte importante da pecuária de corte, criou-se a certificação de propriedade monitorada para brucelose e tuberculose, também de adesão voluntária. Nestas, os testes de diagnóstico serão realizados por amostragem, com periodicidade anual para brucelose e a cada dois anos para tuberculose. Quando forem encontrados animais reagentes positivos, todos os animais serão submetidos a testes de diagnóstico. Em propriedades monitoradas, os testes são realizados apenas em fêmeas com mais de 24 meses e em machos reprodutores. Só poderão ingressar na propriedade animais com dois testes negativos ou provenientes de propriedades de condição sanitária igual ou superior. À semelhança das propriedades livres, as propriedades monitoradas são obrigadas a ter supervisão técnica de médico veterinário credenciado. 
O certificado de propriedade monitorada para brucelose e tuberculose será atribuído exclusivamente a fazendas de gado de corte. O MA entende que esta pode ser uma forma eficaz de diminuir a prevalência destas enfermidades em propriedades com grande número de animais e de criação extensiva, enquanto garante o reconhecimento oficial de um trabalho sistemático de vigilância e saneamento. Para as indústrias exportadoras de carne, é muito importante poder dar garantias aos mercados consumidores de que o seu produto provém de propriedades onde o controle destas doenças é feito de forma sistemática, aplicando o conceito de gestão de risco. ��
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Controle do trânsito de reprodutores e normas sanitárias para participação em exposições, feiras, leilões e outras aglomerações de animais 
Já existe legislação específica que determina a exigência, para animais destinados à reprodução, de atestado negativo para brucelose e tuberculose. Estas normas serão adaptadas ao regulamento do programa nacional, em particular quanto aos métodos de diagnóstico utilizados. Está prevista, em prazo a ser determinado pelo MA, a exigência de origem em propriedade com certificado de livre ou de monitorada, para todos os machos e fêmeas reprodutores que transitem entre estados ou que participem em exposições. ��
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Credenciamento e capacitação de médicos veterinários 
O Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose envolve um grande número de ações sanitárias profiláticas e de diagnóstico a campo, sendo assim necessário credenciar médicos veterinários do setor privado, que vão atuar por delegação de competência do MA e das Secretarias de Agricultura dos estados. A vacinação contra brucelose deverá ser realizada sob responsabilidade de médicos veterinários. A compra de vacina só poderá ser efetuada apresentando receita emitida por médico veterinário, em razão de tratar-se de uma vacina viva atenuada. Estes profissionais ficarão obrigatoriamente cadastrados no serviço veterinário oficial de seu estado de atuação. 
Para a execução das atividades de diagnóstico a campo e participação no programa de certificação de propriedades livres ou monitoradas, o MA só vai credenciar médicos veterinários que tenham sido aprovados em curso de treinamento em métodos de diagnóstico e controle de brucelose e tuberculose, previamente reconhecido pelo MA. O Ministério vai estabelecer no ano de 2001 um esquema de reconhecimento de cursos, os quais serão ministrados em instituições de ensino ou pesquisa de todo o país com o objetivo de atualizar os conhecimentos dos profissionais que vão atuar neste programa e, sobretudo, de padronizar as ações sanitárias. Os Instrumentos dos cursos de credenciamento serão habilitados participando em seminários de referência do Programa Nacional, organizados pelo MA. Esses seminários terão início no segundo semestre de 2001. 
A capacitação dos profissionais do setor privado e sua participação no programa nacional representa um desafio e uma oportunidade para a classe médico-veterinária demonstrar sua capacidade para resolverum sério problema de saúde pública e de saúde animal, através da integração do serviço veterinário oficial com o setor privado e da constante melhoria do padrão de serviços oferecidos aos pecuaristas. ��
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Diagnóstico e apoio laboratorial 
A eficácia de um programa nacional de combate a qualquer doença depende em parte da qualidade e padronização dos meios de diagnósticos utilizados. No contexto deste programa, passam a estar determinados quais os testes de diagnóstico indireto aprovados e seus critérios de utilização e interpretação. Estes serão: 
Brucelose - (1) a prova do antígeno acidificado tamponado, que é muito sensível e de fácil execução, será o único teste de triagem, realizado por médicos veterinários credenciados; (2) os animais que reagirem àquele teste serão submetidos a um teste confirmatório, o 2-Mercaptoetanol, que é mais específico, sendo esta prova executada em laboratórios credenciados ou em laboratórios oficiais credenciados; (3) a prova de fixação de complemento, ou outra que a substitua, será utilizada por laboratórios oficiais credenciados para efeitos de trânsito internacional e para diagnóstico de casos inconclusivos ao teste do 2-Mercaptoetanol; (4) o teste do anel em leite (Ring Test) será utilizado para monitoramento da condição sanitária de propriedades certificadas; (5) a prova de soroaglutinação rápida em placa poderá ser utilizada até junho de 2002, nas condições definidas pelo MA. 
Tuberculose - (1) a tuberculinização cervical simples será a prova de triagem devido a sua boa sensibilidade; (2) a tuberculinização na prega ano-caudal também será utilizada como prova de triagem, porém exclusivamente em gado de corte; (3) a tuberculinização cervical comparativa será a única prova confirmatória, podendo ainda ser usada como prova de triagem em rebanhos com histórico de reações inespecíficas.
Os testes acima mencionados colocam o diagnóstico de brucelose e de tuberculose no Brasil em sintonia com os padrões internacionais e, em particular, com as recomendações do Código Zoosanitário Internacional. Entretanto, o MA pretende atualizar e melhorar o padrão de diagnóstico, à medida que novos e melhores testes forem surgindo no mercado. ��
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Participação do serviço oficial 
A credibilidade das atividades propostas neste programa, principalmente a certificação de propriedades, está diretamente associada às ações de monitoramento e fiscalização do serviço veterinário oficial. Uma vez que este não vai executar as ações sanitárias, o seu papel de órgão certificador de qualidade será garantido atuando em pontos críticos do processo. Por exemplo, o serviço oficial poderá, em qualquer momento, realizar diagnósticos por amostragem em propriedades certificadas e fará um acompanhamento direto dos testes finais que conferem o certificado de propriedade livre. Um ponto fundamental é a integração do serviço de inspeção de produtos de origem animal neste programa, em virtude do seu papel tanto na proteção do consumidor como na vigilância epidemiológica. Com este objetivo, será estabelecido um fluxo sistemático de informações nosológicas entre o serviço de inspeção e o serviço de defesa sanitária. ��
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Educação sanitária 
Todas as atividades propostas precisam de ser claramente entendidas pelos pecuaristas e consumidores. Só isso vai caracterizar o programa como um projeto da sociedade brasileira e permitir que as ações sanitárias sejam efetivamente cumpridas. Neste sentido, é muito importante que qualquer das medidas propostas seja precedida e acompanhada por um trabalho de educação sanitária. Deve salientar-se o papel importante que as autoridades regionais de saúde pública e veterinária devem ter neste processo. 
Método de elaboração da proposta de programa 
A proposta de Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose foi elaborada por um grupo de trabalho instituído pelo MA no dia 1 de junho de 2000. Neste grupo participaram especialistas e pesquisadores em epidemiologia, em medicina veterinária preventiva, e em serviços de inspeção e defesa sanitária animal. Durante os trabalhos do grupo foram ouvidos representantes de entidades de classe, laboratórios produtores de vacina e de antígenos, entidades e empresas ligadas às cadeias produtivas do leite e da carne, pesquisadores e especialistas de universidades e institutos de pesquisa e representantes dos serviços de defesa sanitária de todos os estados brasileiros. As propostas de programa encaminhadas ao MA foram consideradas por este grupo de trabalho. Desta forma, a proposta de ação que agora será implantada no país, resulta de um amplo debate sobre o problema e incorpora a opinião de técnicos e entidades envolvidas. 
O SECRETÁRIO DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO, no uso da atribuição que lhe conferem o art. 83, inciso IV, do Regimento Interno da Secretaria, aprovado pela Portaria Ministerial no 574, de 8 de dezembro de 1998, o art. 2º da Instrução Normativa Ministerial nº 2, de 10 de janeiro de 2001, e tendo em vista o disposto no Regulamento de Defesa Sanitária Animal, aprovado pelo Decreto nº 24.548, de 3 de julho de 1934, 
Considerando a necessidade de padronizar e garantir a qualidade dos instrumentos e das ações profiláticas, de diagnóstico, de saneamento de rebanhos e de vigilância sanitária ativa, relacionadas com o combate à brucelose e à tuberculose animal, 
Considerando a necessidade de definir o papel dos órgãos públicos de defesa e inspeção sanitária animal no combate a essas enfermidades e sua integração com os pecuaristas, com instituições de ensino ou pesquisa, com médicos veterinários que atuam no setor privado e com laboratórios não pertencentes à rede do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, e o que consta do Processo 21000.007160/2000-68, resolve: 
Art. 1o Aprovar o Regulamento Técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal. 
Art. 2o Delegar competência ao Diretor do Departamento de Defesa Animal para baixar instruções de serviços complementares a este Regulamento. 
Art. 3o Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação

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