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DIABETES GESTACIONAL - Necessidades dos Macros e Micronutrientes - Cálculos e Cardápio

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4 
 
1. Introdução 
 Diabetes Mellitus gestacional é definido como qualquer nível de intolerância a 
carboidratos, resultando em hiperglicemia de gravidade variável, com início ou diagnóstico 
durante a gestação, é uma síndrome clínica caracterizada por hiperglicemia decorrente de uma 
deficiência na efetividade da insulina ou por uma diminuição desta, carreando distúrbios 
metabólicos de carboidratos, lipídeos, proteínas, água e eletrólitos. 
 É uma condição patológica caracterizada por uma disfunção pancreática, branda ou grave, 
em que este pode sofrer desde um simples funcionamento inadequado até a perda total de sua 
capacidade de produção de insulina. 
1 
 A instalação desse tipo de diabetes interfere muito no ambiente em que se desenvolve o 
concepto, observando um aumento de três vezes nas malformações congênitas em gestantes 
diabética e um aumento de dez vezes nos partos pré-termo. 
 A diabetes gestacional ocorre quando a mulher apresenta taxa elevada de glicose (açúcar) 
no sangue. Esse açúcar excedido na corrente sanguínea, não passa de uma forma correta para 
as células do corpo. Um exemplo disso são as células musculares que usam o açúcar como 
fonte de energia para funcionar com a ajuda do hormônio insulina, que leva esse açúcar para 
dentro das células. 
1 
 No diabetes gestacional, o organismo não responde corretamente a ação da insulina, 
devido alguns hormônios produzidos durante a gestação (por exemplo o GH – hormônio do 
crescimento) e faz com que o corpo resista a esta ação, o que causa excesso de açúcar na 
corrente sanguínea. 1 
 O hormônio do crescimento é essencial para a gestação e desenvolvimento do feto e na 
maioria das gestações, o pâncreas consegue produzir insulina suficiente para agir diante desta 
situação, porém em alguns casos isso não acontece, e então aparece a elevação da taxa de 
açúcar na corrente sanguínea causando a diabete gestacional. 
 Conforme ocorre o crescimento do feto, a taxa do hormônio de crescimento também 
aumenta, e por essa razão essa diabetes, na maioria das vezes começa no trigésimo mês da 
gestação. 
 No momento do parto, os hormônios voltam ao nível normal, assim como o pâncreas que 
volta a produzir a quantidade de insulina suficiente para que o nível de glicose no sangue seja 
o adequado. 
1 
5 
 
 Uma gravidez considerada normal tem o nível de glicose aproximado a 20%, se este nível 
estiver superior no exame, é sinal de que há diabetes gestacional 
2 
 Para mães que estão acima do peso, ou que tenham histórico de diabetes na família, 
é importante fazer o teste de tolerância à glicose na primeira consulta do pré-natal. As demais 
mulheres, que não se enquadram nestas características, podem fazer o teste entre a 24ª e a 28ª 
semana de gravidez. Uma vez detectada a diabetes gestacional alguns cuidados com a 
alimentação devem ser tomados para garantir uma gestação e um parto saudável. Esse 
controle deve ser acompanhado por um profissional, pois dietas mal planejadas podem 
interferir no desenvolvimento do feto. Em alguns casos, a dieta é tão eficaz que é suficiente 
para baixar o nível de açúcar no sangue, mantendo um nível aceitável pelos médicos. 
2
 
 
1.1 Dados Epidemiológicos 
 Ocorre em todas as raças, é mais comum em negros, hispânicos e asiáticos. 
 O Diabetes Gestacional apresenta complicações em 0,75 a 5% das gestações. É uma 
prevalência altamente variável, depende do estilo de vida, alimentação, IMC, sedentarismo. 
DMG => prevalência estimada <1% a 28%. O aumento da obesidade leva ao aumento do 
DMG. 
 A incidência de DMG é de 3% a 7%, variando de acordo com a população estudada e com 
os critérios diagnósticos utilizados. Nos Estados Unidos, são diagnosticados 135.000 novos 
casos por ano, tendo uma prevalência de 1,4% a 2,8%, nas populações de baixo risco e de 
3,3% a 6,1%, nas populações de alto risco. Em nosso país, estima-se prevalência de 2,4% a 
7,2%, dependendo do critério utilizado para o diagnóstico. 3 
 Aqui no Brasil existe apenas um estudo populacional sobre a prevalência de DMG, o 
Estudo Brasileiro de Diabetes Gestacional (EBDG). Esse estudo foi realizado em 1999 e 
avaliou a prevalência de DMG em cerca de 5.000 gestantes atendidas no sistema público de 
cinco capitais, usando o TOTG com 75g de glicose. Utilizando os valores propostos pela 
OMS naquela época (jejum ≥ 126 mg/dL e/ou 2 h ≥ 140 mg/dL), a prevalência de DMG foi 
de 7,6%, mas estima-se que essa prevalência seria aumentada para aproximadamente 18% 
com a adoção dos novos critérios para diagnósticos de DMG propostos pelo IADPSG e 
referendados pela OMS. 
6 
 
 Considerando-se as elevadas taxas de obesidade em nosso país e mesmo a alta prevalência 
de DM de intolerância à glicose, não se deve subestimar a prevalência de hiperglicemia na 
gestação. 4 
 Assim, deve-se analisar as dificuldades regionais para implantação do diagnostico 
universal, bem como as modificações que se farão necessárias na atenção pré-natal dessas 
gestantes portadoras de DMG. 
Dessa forma, vários países estão dedicados a analisar a melhor alternativa para diagnostico do 
DMG, de acordo com as características de suas populações, bem como dos recursos 
disponíveis 
5 
 A Organização Pan Americana de Saúde, em 2015, a Federação Internacional de 
Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) analisou os critérios para diagnóstico de DMG, 
considerando as dificuldades econômicas de cada pais e elaborou um documento sobre o 
tema. Alguns pontos importantes merecem destaque. Entre eles estão: 
 O apontamento de que o Brasil está entre os 8 países prioritários para definição de critérios 
para diagnóstico de DMG; o reconhecimento de que, se houver condição econômica ideal, 
deve-se utilizar os critérios do IADPSG, que foram referendados pela OMS. 
5 
 Cada pais deverá analisar e propor a melhor forma possível de diagnóstico de DMG, de 
acordo com os recursos disponíveis para tanto. Nesse mesmo ano, foi realizada em Lima, no 
Peru, a Conferencia Pan-Americana sobre Diabetes e Gravidez, onde novamente foi 
enfatizada a importância do diagnóstico de DMG, e a necessidade de que cada pais se 
organize em relação a melhor forma de realizar esse diagnóstico. 
 
1.2 Fisiopatologia 
Geralmente quando a gestante começa a desenvolver diabetes gestacional os sinais aparecem 
leves e não apresenta risco, os sintomas mais comuns são boca seca, aumento da sede, 
constante vontade de urinar, visão borrada, fadiga, perca ou aumento de peso apesar do 
aumento do apetite. Somente exames laboratoriais vão diagnosticar o diabetes gestacional. 
6 
 A insulinoterapia é o tratamento padrão do diabetes gestacional devido as comprovadas 
eficácias e segurança. O tratamento com insulina é iniciado nas gestantes que não atingem as 
metas de controle glicêmico com dietas ou apresentam falha no tratamento com medicação 
oral, a dose e o tipo de insulina utilizada dependem do padrão de hiperglicemia o predomínio 
7 
 
da hiperglicemia de jejum, ou pré-prandial, indica insulina de longa ação como a NPH, o 
predomínio da hiperglicemia pós-prandial indica insulina de ação rápida. 
6 
 As diretrizes, tanto nacionais quanto internacionais, divergem sobre o tratamento 
medicamentoso do diabetes gestacional. A SBD sugere o uso de insulina como tratamento 
padrão, enquanto o National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE), recomenda 
o uso de metformina e a International Diabetes Federation (IDF) aponta a metformina e a 
glibenclamida, como opções de tratamento, principalmente em situações em que o uso de 
insulina é difícil. 6 
 Na rotina de tratamento do DMG indica-se a metformina comoo medicamento 
preferencial, na ausência de contraindicações; a insulina é a segunda opção terapêutica e tem 
sido, empregada em casos de falha de tratamento, contraindicações à metformina ou de 
preferência pela paciente. 6 
 As insulinas humanas (NPH e regular) são as preferidas por serem menos imunogênicas, 
além de terem eficácia e segurança comprovadas. 
 Entre as insulinas rápidas, a lispro e a asparte foram semelhantes à insulina regular, tanto 
no controle glicêmico quanto na formação de anticorpos. 
6
 
 Meta-analise recente mostrou que os análogos de rápida e longa ação não foram superiores 
às insulinas convencionais no controle glicêmico e na taxa de hipoglicemia em gestantes com 
diabetes melitos. 
7 
 
2. Avaliação Nutricional 
 Para avaliação Nutricional de uma gestante diabética é necessário aplicar a anamnese 
como modo de auxilio no diagnóstico nutricional da gestante, que inclui a avaliação 
antropométrica alimentar bioquímica e clínica, dessa forma o diagnóstico nutricional abrange 
a análise conjunta de todos esses aspectos. A avaliação antropométrica é a forma mais 
acessível, rápida não invasiva a recomendada para se avaliar o estado nutricional durante a 
gestação. 
 As medidas mais utilizadas são: peso, estatura, circunferência de braço e dobra cutânea 
tricipital e também envolve a utilização de curvas que consideram a idade gestacional o peso e 
altura da avaliada. 8 
 
8 
 
2.1 Metodologia para Avaliar o Diagnóstico Nutricional de Gestantes. 
 Primeiramente calcula-se o IMC (Índice de Massa Corporal) que é um padrão 
internacional de cálculo da obesidade de um indivíduo adotado pela OMS (Organização 
Mundial de Saúde). A altura (calculada em metros quadrado) e o peso calculado em 
quilogramas). Para calculamos o índice basta dividirmos o peso de uma pessoa pela sua altura 
ao quadrado. Depois deve-se calcular a semana gestacional, em seguida solicitar exames 
laboratoriais para diagnosticar os casos de diabetes. 
2.1.1 Estudo de caso Clínico: Gestante Diabética 
 Gestante com 23 anos 30ª semana gestacional, peso pré-gestacional atual de 57kg, 
estatura de 1,51m, peso atual: 77,5kg. Está em acompanhamento dietoterápico em um 
ambulatório de um hospital especializado, sendo atendido por uma equipe multidisciplinar. 
Em seu último exame bioquímico o valor de glicemia foi 180mg/dL. Seu diagnóstico é de 
diabetes gestacional com uso de insulina. 
 2.1.2 Comparação de Diagnóstico de Obesidade e Diabetes Gestacional com 
o Caso Clínico apresentado 
 IMC: Igual ou acima de 30kg/m², é classificada como obesidade. 
 Na classificação obesidade, a gestante tem como recomendação o ganho de peso 
semanal, 2º e 3º trimestre 220g (170 a 270g), com variações. 
 Ganho de Peso Total (kg): 5kg a 9kg. 
 
Tabela 1. – Diagnóstico de Diabetes Gestacional: Pontos de corte glicose em jejum. 
 
Mulher Normal Tolerância a glicose 
diminuída 
Diabetes Mellitus 
Glicose de jejum < 100mg/dl >100 e < 126mg/dl > ou= 126mg/dl 
 
Gestante Normal Diabética Pré 
gestacional 
Diabética 
Gestacional 
Glicose de jejum < 92mg/dl > ou= 92mg/dl e 
< 126mg/dl 
> ou = 126mg/dl 
 
 
 
9 
 
2.1.3 Avaliação do Estudo de Caso apresentado 
 Peso Pré-gestacional atual: 57kg (IMC 25kg/m²) classificação sobrepeso. 
 Peso Atual: 77,5kg. Altura: 1,51m. IMC: 34kg/m2, Classificação IMC: Obesidade 
 Ganho de peso na 30ª semana: 20,1kg. (ultrapassou limite peso) 
 Exame bioquímico glicemia: 180mg/dL. 
Gráfico 1. – Acompanhamento Nutricional e Gestante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: INSTITUTE OF MEDICINE. Nutrition during pregnancy. Washigton DC. National Academy Press, 1990. 
10 
 
Tabela 2. – Avaliação Nutricional de Gestante pelo IMC
 
 
Fonte: Atalah et al, 1997 
 
 
 
 
11 
 
3. Planejamento Dietoterápico 
Nessas situações fisiológicas relativas ao quadro de Diabetes Gestacional, ocorrem 
mudanças no hábito alimentar, nos padrões de atividade física, na sensibilidade à insulina e na 
secreção de hormônios. As necessidades de ingestão dos nutrientes são similares para 
gestantes diabéticas e não diabéticas. 10 
 O objetivo da dietoterapia durante a gravidez é promover, a ingestão energética 
necessária para garantir um ganho de peso adequado, não sendo recomendada a perda de peso 
nesse período. É fundamental o trabalho do profissional nutricionista, para individualização 
do plano alimentar². Mulheres com sobrepeso ou obesidade com diabetes gestacional devem 
ter uma modesta restrição de energia e carboidratos. Além disso, a terapia nutricional deve 
focar na escolha de alimentos para ganho de peso adequado de acordo com o estado 
nutricional para manutenção das concentrações de glicose dentro do recomendado e deve ser 
útil para evitar a cetose e a cetonemia proveniente da cetoacidose. 10 
Nessa fase, são frequentes a alteração da secreção de insulina e a redução em sua ação, 
principalmente pela supressão da liberação de glicose hepática pela resistência à insulina¹. 
O ganho de peso adequado de acordo com o estado nutricional da gestante, é avaliado 
pelo índice de massa corporal (peso/altura²) pré-gravídico.
10
 
 
Tabela 2 – Referências do ganho de peso recomendado de acordo com índice de massa 
corporal pré-gravídico 
 
Estado Nutricional Inicial 
(IMC) 
Recomendação de ganho de peso 
(Kg) total no 1º trimestre 
Recomendação de ganho de peso 
(Kg) semanal médio no 2º e 3º 
trimestres 
Recomendação de ganho de 
peso (Kg) total na gestação 
Baixo Peso (BP) 2,3 0,5 12,5 - 18,0 
Adequado (A) 1,6 0,4 11,5 - 16,0 
Sobrepeso (S) 0,9 0,3 7,0 -11,5 
Obesidade (O) - 0,3 7,0 
 
 
 
 
12 
 
3.1 Recomendação de Energia 
 A determinação energética para gestantes com diabetes gestacional pode ser feita pelo 
cálculo de energia por quilograma de peso, podendo ser usados valores entre 30 e 35kcal/kg 
de peso ideal para a idade gestacional. Há indicações para o uso de 24kcal por quilograma de 
peso ideal se a gestante apresentar excesso de peso. A distribuição dos macronutrientes 
depende dos fatores de controle metabólico (glicemia, glicosúria, cetonúria) e dos riscos de 
patologia decorrentes do DM. A distribuição da energia total foi distribuída para 6 refeições, 
sendo: 10% para café da manhã, 30% para almoço e 30% jantar, 10% para cada lanche 
intermediário (lanche matinal, lanche da tarde e ceia). 
8 
 
3.2 Recomendações Nutricionais de Macronutrientes para Gestantes 
Diabéticas 
 A composição calórica diária inclui 40–45% de carboidratos complexos ricos em 
fibras, 15-20% de proteínas e 30–40% de lipídios. 
 Carboidratos de absorção rápida, como o açúcar comum, quando permitidos moderadamente 
a gestantes com bom controle metabólico, devem entrar no cálculo do valor calórico total da 
dieta. A quantidade de açúcar simples (como glicose, frutose e sacarose) não deve ultrapassar 
10% a 15% da quantidade total de carboidratos, sendo que o restante vai ser composto por 
carboidratos complexos. 8 
 
3.2.1 Carboidratos 
 Os carboidratos são um grupo diverso de substâncias com propriedades fisiológicas, físicas 
e químicas características. Como são primordialmente substratos para o metabolismo 
energético, podem afetar a saciedade, a glicemia, a insulinemia e o metabolismo lipídico. Por 
meio da fermentação, exercem influência sobre o funcionamento intestinal (frequência e 
trânsito), o balanço da microbiota residente e o crescimento celular dos colonócitos. Podem 
também ter ação imunorregulatória e influenciar a absorção de cálcio no intestino.Com todas 
essas propriedades têm implicações sobre a saúde em geral e contribuem particularmente para 
o controle de peso corporal, do envelhecimento, do diabetes, das doenças cardiovasculares, da 
constipação e da resistência a infecções intestinais. 10 
13 
 
 A ingestão de carboidratos precisa ser monitorada, uma vez que esse macronutriente é o 
maior determinante das concentrações pós-prandiais de glicose. Sabe-se que 100% do 
carboidrato ingerido é transformado em glicose⁶ . 
 Algumas ferramentas são utilizadas para monitorar a quantidade de carboidratos ingeridos, 
como a contagem de carboidratos e a lista de substituições. 
 A contagem de carboidratos é baseada na proposta de uma alimentação saudável, na qual 
deve ser incluídos todos os grupos de alimentos. O segredo está na relação entre a quantidade 
adequada do alimento e sua associação com o tratamento medicamentoso. 
11
 
 É essencial a individualização do plano alimentar, de acordo com as necessidades 
nutricionais do indivíduo. 
11
 
 Para gestante diabética a recomendação de carboidratos mínimo é de 40-45% do VET. 
3.2.2 Proteínas 
 Proteínas são macromoléculas constituídas por uma cadeia de aminoácidos, e são muito 
importantes em nossas células. Elas estão envolvidas em praticamente todas as funções 
celulares. Cada proteína dentro do corpo tem uma função específica, como no apoio 
estrutural, contração muscular, função hormonal, catalisadores de reações químicas ou na 
defesa do organismo. 
12 
 É muito importante a inclusão de fontes de proteínas de alto valor biológico (maioria das 
proteínas de origem animal), pois mesmo em pequenas quantidades, pode aumentar a 
utilização das proteínas dietéticas totais e, portanto, melhorar significativamente o estado 
nutricional materno. A recomendação da proteína é 61g por dia com acréscimo de 10g por 
dia. 
12
 
 
3.2.3 Lipídios 
Os lipídeos são substâncias insolúveis em água e são formadas predominantemente 
por produtos da condensação entre o glicerol e os ácidos graxos, chamados triacilgliceróis. 13 
 Os ácidos graxos mobilizados a partir dos triacilgliceróis são oxidados para suprir as 
necessidades de energia de uma célula ou de todo um organismo. 
 A gordura da alimentação é armazenada nas células adiposas localizadas na estrutura 
do corpo humano, também é essencial para digestão, a absorção e o transporte de vitaminas 
14 
 
lipossolúveis, além de inibir as secreções gástricas, tornar mais lento o esvaziamento gástrico 
e estimular o fluxo biliar e pancreático, assim, facilita o processo digestivo. 13 
 Na gestação, os lipídeos são nutrientes envolvidos no crescimento intrauterino do feto, 
contribuem para o desenvolvimento normal da gestação, na estruturação de um fluxo útero-
placentário adequado, na formação de membranas celulares e no desenvolvimento do sistema 
nervoso central, além de serem veículos, por excelência, das vitaminas lipossolúveis e dos 
hormônios na circulação sanguínea e no leite materno. 
13
. 
3.3 Recomendações Nutricionais de Micronutrientes para Gestantes 
Diabéticas 
 A deficiência em micronutrientes é bastante prevalente em pacientes com diabetes. 
Uma das relações propostas para esse fato é o aumento do estresse oxidativo nessa situação. A 
hiperglicemia crônica pode causar alterações significativas no estado nutricional dos 
indivíduos em relação aos micronutrientes e, assim, afetar diretamente a homeostase da 
glicose. 
10
 
 Alguns minerais são conhecidos por sua ação insulino-mimética, ou seja, possuem 
características comparáveis à insulina, ou, pelo menos, tem a propriedade de regular a entrada 
da glicose nas células. Entre esses minerais, está o zinco. 
 Em síntese, os micronutrientes antioxidantes podem fazer parte da terapia adjunta 
nesses pacientes, uma vez que alguns minerais e vitaminas participam indiretamente na 
redução do estresse oxidativo em virtude do melhor controle glicêmico e/ ou por sua ação 
antioxidante. A suplementação com micronutrientes, ainda que seja mais recomendada nos 
casos de deficiências, pode complementar as terapias clássicas no tratamento das 
complicações diabéticas. 
10
 
 Na gestação a deficiência de micronutrientes pode aumentar a frequência de anemias e 
hipertensão, assim como o comprometimento das funções fetais, o desenvolvimento e o 
crescimento. 
14 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 3.3.1 Cálcio 
 A função primordial do cálcio, assim como a do fósforo, é a da formação dos ossos e 
dos dentes. A necessidade de adequação da ingestão do cálcio tem despertado a atenção de 
inúmeras pesquisas, sendo um nutriente essencial necessário em funções biológicas como a 
contração muscular, é também necessário para, mitose, coagulação sanguínea, transmissão do 
impulso nervoso ou sináptico e o suporte estrutural do esqueleto. Muitos estudos têm 
demonstrado que o, consumo de cálcio previne doenças como a osteoporose, hipertensão 
arterial, obesidade e câncer de cólon. 
15 
 Na gestação as modificações hormonais presentes promovem ajustes no metabolismo 
de cálcio, incluindo aumento na taxa de utilização pelos ossos, e aumento na absorção 
intestinal. Durante as 40 semanas de gestação, o feto acumula 30g de cálcio, sendo a maior 
parte obtida no último trimestre. 
As recomendações de cálcio sofreram alterações, em comparação com os valores das RDA 
publicadas em 1989 e das DRI (IOM, 1997). Sabe-se que, apesar dos requerimentos de cálcio 
estarem aumentados na gestação, as recomendações dietéticas entre mulheres adultas, e/ou 
adolescentes e gestantes, são iguais: 1.000mg/dia dos 19 aos 50 anos e 1.300g/dia dos 14 aos 
18 anos. (IOM, 97). Esses valores podem ser obtidos pela ingestão de 2 copos de leite, 30g de 
queijo e 150g de iogurte; os vegetais e os feijões são considerados alimentos fontes de cálcio, 
mas é necessário lembrar que a biodisponibilidade é menor e é necessário que as porções 
consumidas diariamente sejam relevantes para contribuírem com um percentual razoável em 
relação à recomendação. 
8
 
 
3.3.2 Ferro 
 A deficiência de ferro é a deficiência nutricional mais comum, assim como a causa 
mais comum de anemia entre crianças e mulheres durante os anos de fertilidade nas 
populações. Os grupos considerados de maior risco são bebês com menos de 2 anos de idade, 
garotas adolescentes, mulheres grávidas e idosas. O estágio final da deficiência de ferro se 
manifesta por anemia hipocrômica microcítica que é corrigida pelo fornecimento de 
suplementos de ferro ou através da dieta propriamente rica em ferro. 15 
 Na gestante ocorre no último trimestre da gestação o maior requerimento de ferro, 
devido ao aumento da massa eritrociária para suprir as necessidades do feto. Nesse período o 
feto adquire a maior parte das suas reservas que atingem o valor aproximado de 340mg ao 
16 
 
nascimento. A quantidade de ferro recomendada para gestante é de 27mg/dia no 2º e 3º 
trimestre, o que requer suplementação medicamentosa, pois considera-se que a dieta habitual 
fornece de 6 a 7mg de ferro por 1.000kcal, seria necessário consumir em torno de 5.000kcal 
para atingir o valor recomendado. A OMS recomenda que todas as gestantes recebam 
suplementos no último trimestre como medida profilática. Quanto a orientação alimentar deve 
priorizar a ingestão de ferro heme (carnes e vísceras) e melhorar a biodisponibilidade de ferro 
não-heme (legumes, verduras verdes escuras, ovo), com ingestão de alimentos ricos em 
vitamina C junto com as refeições. 8 
 
3.3.3 Zinco 
 O zinco é componente de aproximadamente 300 enzimas envolvidas no metabolismo de 
proteínas, carboidratose lipídeos, e na replicação dos ácidos nucleicos (DNA e RNA), na 
função antioxidante, na divisão e na diferenciação celulares, tornando-se essencial na 
embriogênese. É distribuído por todo o reino vegetal e animal em abundância em segundo 
lugar em relação ao ferro. De 2 a 3 gramas são encontrados no organismo de um adulto, com 
maiores concentrações no fígado, pâncreas, rim, ossos e músculos voluntários. 
15
 
 Na gestação, esse nutriente é fundamental para o crescimento e desenvolvimento 
embrionário e fetal, assegurando a evolução cerebral do feto, e contribui para o trabalho de 
parto. 
10
 
 A deficiência desse mineral na gestação foi associada a má-formação congênita. Apesar 
das limitações de se estudar o efeito clínico do zinco para o feto, um estudo mostrou que a 
suplementação diária de gestantes com baixos níveis séricos foi associada ao maior peso ao 
nascer dos recém-nascidos. Considerando que a absorção de ferro pode interferir na absorção 
de zinco, recomenda-se que, em situações de anemia, doses maiores que 60mg de ferro diária 
sejam acompanhadas de suplementação de zinco. 
8 
 
3.3.4 Vitamina A (Retinol) 
 A Vitamina A, foi chamada de retinol em referência a sua função específica na retina dos 
olhos, encontra os alimentos de origem animal: fígado, gema de ovo, leite integral e 
derivados. Já os carotenoides (provitamina), considerados como pigmentos amarelo-
alaranjado-vermelhos, os quais o organismo converte em vitamina A, com graus variáveis de 
17 
 
eficiência, são descritos em termos de betacaroteno, o mais ativo, encontrados nos vegetais, 
como por exemplo: cenoura, mamão, espinafre, abóbora, manga, almeirão. 
16
 
 Entre suas principais funções estão: essencial para a visão, manutenção do tecido epitelial, 
promoção do crescimento ósseo (crescimento), reprodução. 
15 
A vitamina A é essencial para gestação, pois atua reduzindo a chance de cegueira 
noturna, anemia e mortalidade materna. 
14
 
 A deficiência dessa vitamina está associada à ruptura prematura de membranas e à 
eclampsia, à xeroftalmia e à anemia por deficiência de vitamina A. 
 A recomendação de vitamina A para gestantes (770µg/dia) é muito próxima dos 
valores indicados para mulheres adultas não grávidas. Apesar de sua importância na gestação, 
essa vitamina pode ser tóxica quando ingeridas em grandes quantidades e parecer ser 
teratogênica quando quantidades excessivas são utilizadas nos primeiros meses gestacionais, 
principalmente se a dose ultrapassar 25.000UI (7000µg/dia). 
 A função antioxidante da vitamina A é de grande importância ao nascimento, período 
do qual o recém-nascido produz grande quantidade de radicais livres em resposta à exposição 
a elevadas concentrações de oxigênio. O estado nutricional materno é um dos mais 
importantes fatores que determinam o estado nutricional das crianças, especialmente em 
relação a vitamina A. 
8
 
 Para controlar a deficiência de vitamina A, a suplementação tem sido recomendada. A 
ingestão de suplementos de suplementos em quantidades próximas à recomendada durante a 
gestação reduz a mortalidade materna em 40%, sendo esse percentual aumentado 49% quando 
se utiliza o betacaroteno. A relação da suplementação de vitamina A com a redução no risco 
da mortalidade foi atribuída à menor suscetibilidade às infecções 
10
 
3.3.5 Vitamina D 
 A vitamina D (colecalciferol) é formada na pele pela ação dos raios ultravioletas (UV) 
da luz solar. Presume-se que o adulto normal obtenha vitamina D suficiente pela exposição á 
luz solar e pela ingestão acidental de pequenas quantidades nos alimentos. As necessidades 
aumentadas de Vitamina D na gravidez e na lactação refletem a necessidade do crescimento 
fetal e o conteúdo de cálcio no leite materno. A recomendação nutricional para vitamina D 
pela RDA para gestante é 10 µg. 
15 
18 
 
Sendo a vitamina D essencial para a saúde da gestante e da criança, a deficiência ou 
insuficiência durante a gestação influencia no ganho de peso insuficiente; além disso, 
evidências bioquímicas mostram distúrbio da homeostase óssea da criança, e em situações 
extremas tal deficiência reduz a mineração óssea e aumenta o risco de fraturas. Ela pode ser 
encontrada em alimentos como salmão, atum, sardinha, gema de ovo. 
8 
3.3.6 Ácido Fólico 
 O folato é uma vitamina hidrossolúvel também conhecida pelo nome de folacina. No 
organismo atua na formação de produtos intermediários do metabolismo, que por sua vez 
estão envolvidos na formação celular. A principal consequência metabólica da deficiência de 
folato é a alteração do metabolismo do DNA, que resulta em alterações na morfologia nuclear 
das células.
16 
 As necessidades de ácido fólico aumentam durante os períodos de crescimento rápido, a exemplo 
da gestação, na qual se observa elevação na massa eritrocitária, alargamento do útero e 
crescimento da placenta e do feto. Na gestação, a necessidade dessa vitamina é elevada em 
50% em relação a referência para mulheres adultas, passando de 400 para 600 µg. 
 Em geral, a suplementação com ácido fólico deve ser recomendada antes da concepção até o 
final do primeiro trimestre da gestação. Na gestação a deficiência dessa vitamina está 
fortemente associada a risco aumentado de defeitos no tubo neural, de abortos espontâneos 
recorrentes, de deslocamento prematuro da placenta, de pré-eclâmpsia, de anemia, de parto 
prematuro.10 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Tabela 3Valores diários de recomendação/limite superior tolerável de ingestão para Minerais/Vit.para Gestantes. 
 
Gestantes MINERAIS RDA (mg/dia) 
 
19 a 50 anos CÁLCIO 1.000 
 
 FERRO 27 
 
 ZINCO 11 
 
Gestantes VITAMINAS RDA (µg/dia) 
19 a 50 anos VITAMINA A 770 
 
 FOLATO 600 
 
 VITAMINA D 10 
RDA: ingestão dietética recomendada; 
Fonte: Institute of Medicine. 
 
 
 
3.4 Pirâmide dos Alimentos 
 A pirâmide alimentar da gestante eutrófica é dividida em quatro níveis os alimentos 
estão organizados em oito grupos alimentares e porcionados de acordo com as necessidades 
energéticas determinadas para o primeiro, segundo e terceiro trimestres gestacionais. Ainda 
não foi proposta uma pirâmide alimentar com enfoque em gestantes diabéticas, porém, as 
necessidades nutricionais durante o período gestacional e de lactação são similares nos 2 
exemplos de gestações. Por esse motivo, a terapia nutricional para DM na gestação deve estar 
direcionada na qualidade das escolhas alimentares que garantam um apropriado aporte 
energético para o ganho de peso adequado, o controle glicêmico e controle metabólico na 
produção de cetonas..
18 
3.4.1 Grupos Alimentares 
A quantidade de nutrientes varia de acordo com a idade, o sexo, a atividade física e a 
condição de saúde de cada pessoa. 
 
20 
 
 
 
 
 
4. Metodologia de cálculos utilizados para gestantes diabéticas: 
 O ganho de peso total até o final da gestação deve ser entre mínimo de 5 kg e máximo de 
9kg; com relação ao ganho de peso semanal deve ficar em torno de 220g (170 e 270). O 
consumo de Kcal para Diabéticas gestantes (DG) em excesso de peso é de 24kcal/kg de 
peso/dia. Portanto para calcular a Necessidade Energética Total (NET) de uma DG deve usar 
a seguinte fórmula: pesar o seu peso atual gestacional, multiplicado por 24kcal/kg peso/dia. 
Com isso aparecerá o resultado do NET em kcal/dia que ela deverá consumir diariamente. A 
partir do NET calcula-se o valor energético total (VET) da refeição que será consumida 
durante o dia pela DG. 
 O cálculo do VET da refeição é distribuído entre os seguintes macro nutrientes: 
Carboidratos (CHO); que correspondede 45% a 65% do VET da refeição; Proteínas (PTN); 
que corresponde de 10% a 65% do VET da refeição e Lipídeos (LIP), que corresponde de 
20% a 35%. A refeição deverá ser fracionada em 6 refeições diárias, as quais corresponde a: 
desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. 
21 
 
 O VET deverá ser distribuído ao longo de todo o cardápio nas seguintes proporções: 
desjejum entre 10% 20%; colação 10%; almoço entre 20% a 30%; lanche da tarde 10%; jantar 
entre 20%a 30% e ceia 10%. 
Para a população diabética em geral é interessante que se faça um cálculo de contagem 
específica para CHO que deverá ser ingerido ao longo de todo o VET da refeição. Através da 
Necessidade calórica de cada indivíduo, utiliza-se a kcal/kg de peso/dia multiplicado pelo 
peso atual, como resultado aparecera o VET da refeição, através desse VET que representa 
100% da refeição, é tirado 55% que representa os CHO total da refeição. Então pega-se essa 
quantidade CHO total e multiplica-se pela proporção de porcentagem correspondente a cada 
refeição, citado anteriormente, distribuindo através das 6 refeições, divide-se cada resultado 
por 4 kcal e com isso, se obtém a quantidade de gramas de CHO de cada refeição. Com isso o 
indivíduo terá certeza da quantidade real de CHO que ele deverá consumir durante todo o dia 
para o controle da sua glicemia. 
O quadro a seguir mostra um exemplo da distribuição energética dos macronutriente, as 
características da dieta e a distribuição da contagem de kcal do CHO, usando como exemplo 
um VET de 1860 kcal, chegou-se a esse VET, através de 24kcal/kg peso/dia vezes o peso de 
77,5kg, tendo como resultado o total de 837 kcal de CHO. 
 
 
Tabela 4 – Distribuição dos Macronutrientes e Kcal dos CHO. 
DISTRIBUIÇÃO 
ENERGÉTICA 
CARACTERISTICAS DA DIETA 
(6 REFEIÇÕES) 
DISTRIBUIÇÃO DAS KCAL 
DO CHO (TOTAL 837) 
CHO – 45% VET CAFÉ MANHA 20% 837 x 20% = 167,4 kcal / 4 = 42g 
 VET COLAÇÃO 5% 837 x 5 % = 41,8 kcal / 4 = 10g 
PTN 20% VET ALMOÇO 30% 837 x 30% = 251,1 kcal / 4 = 63g 
 VET LANCHE DA TARDE 10% 837 x 10% = 83,7 kcal / 4 = 21g 
LIP 35% VET JANTAR 30% 837 x 25% = 209,2 kcal / 4 = 52g 
 VET CEIA 10% 837 x 10% = 83,7 kcal / 4 = 21g 
 
 
4.1 Dados obtidos através do caso clínico para elaboração de cardápio 
específico. 
 
 Paciente na 30º semana gestacional, com peso atual de 77,5kg, altura 1,51m com 
IMC: 33,98 kg/m². Através do resultado do IMC, sua classificação nutricional é obesidade. 
Diante das seguintes informações o cardápio individual deverá ser de 1.860kcal por dia. 
22 
 
5. CARDÁPIO PARA O PLANO ALIMENTAR DE GESTANTE DIABÉTICA 
 
REFEIÇÃO 
 
PREPARAÇÃO/ALIMENTO 
 
 
QUANTIDADE 
UTENSÍLIO/MEDIDA 
 
Quantidade 
(g/ml) 
 
Substituição 
 
Desjejum 
 Leite de Vaca Desnatado 1 copo 200 Grupo 2 
 Café 1 colher de chá 1 
Adoçante Sucralose 3 gotas 0,2mL 
 Pão de forma integral 1 unidades 25 Grupo 7 
 Queijo tipo minas 1 ½ fatia 50 Grupo 2 
 Melão 1 fatia grossa 100 Grupo 5 
 
Lanche da manha 
 Iogurte Natural Desnatado ½ copo 80 Grupo 2 
 Aveia em flocos finos 1 colher de sopa 15 Grupo 7 
 
 
Almoço 
Prato Principal Frango Assado coxa 1 unidade 100 Grupo 6 
Guarnição Espinafre refogado 2 ½ colheres de sopa 67 Grupo 1A 
Prato base Arroz Integral 3 ½ colheres de sopa 100 Grupo 7 
 Feijão com caldo 1 concha média 86 Grupo 3 
Salada Agrião 5 ramos 30 Grupo 1B 
 Tomate 4 fatias 80 Grupo 1B 
 Cenoura 1 colher servir 40 Grupo 1A 
Temperos Alho 1 dente 5 
 Óleo 1 colher de (sopa) 8 Grupo 4 
 Azeite ½ colher sopa 4 Grupo 4 
Sobremesa Mamão Papaia 1 fatia 100 Grupo 5 
Suco Laranja Pêra 1 copo 250 Grupo 5 
Adoçante Sucralose 3 gotas 0,2mL 
 
Lanche da Tarde 
 Bolo Salgado Atum 1 fatia 80 Grupo 7 
 Chá Erva Doce Infusão 5% 1 copo 200 
 
Jantar 
Prato Principal Picadinho, coxão mole 1 concha média 60 Grupo 6 
Guarnição Purê de Abóbora 2 colheres sopa 70 Grupo 1A 
Prato base Arroz Integral 2 ½ colheres de sopa 100 Grupo 7 
 Lentilha 1 colher de sopa 24 Grupo 3 
Salada Pepino 6 fatias 60 Grupo 1B 
Temperos Alho 1 dente 5 
 Óleo 1 colher de (sopa) 8 Grupo 4 
 Cebola 1 fatia 5 
 Azeite ½ colher sopa 4 Grupo 4 
Sobremesa Pudim Morango Diet 1 potinho 100 Grupo 8 
Suco Maracujá polpa 50g + 200ml água 250 Grupo 5 
Adoçante Sucralose 3 gotas 0,2mL 
 
Ceia Leite Desnatado ½ copo 100 Grupo 2 
 Bolinho morango zero açúcar ½ unidade 22 Grupo 7 
 
 
23 
 
Desjejum Medida 
caseira 
Quantidade 
 
(g/ml) 
Carboidrato 
 
(g) 
Proteína 
 
(g) 
Lipídio 
 
(g) 
Cálcio 
 
Alimento (g) 
Leite de Vaca Desnatado 1 copo 200 10 6,4 0,8 334 
Café 1 colher de chá 1 0,7 Na Na Na 
 Sucralose 3 gotas 0,2mL Na Na Na Na 
Pão de forma integral 1 unidade 25 14,65 2,0 0,78 4 
Queijo tipo minas 1 ½ fatia 50 1,6 8,7 10,1 289,5 
Melão 1 fatia 100 7,5 0,7 Na 3 
Sub- macro nutrientes 34,4 (x4) 17,8 (x4) 11.68 (x9) 630,5 
Sub- macro nutrientes 137,6 71,2 105,12 
Sub- total (g) 376,2 
Sub- total (Kcal) 313,92 
% calórico (refeição) 99,99% 43,83 % 22,68% 33,48% 
 
Lanche da Manhã 
Iogurte Nat. Desnatado ½ copo 80 4,64 3,04 0,24 114,4 
Aveia em flocos finos 1 colher de sopa 15 9,99 2,09 0,0 7,2 
 121,6 
Sub- macro nutrientes 14,63 (4x) 5,13 (4x) 0,24 (9x) 
Sub- macro nutrientes 58,52 20,52 2,16 
Sub- total (g) 95 
Sub- total (Kcal) 81,2 
% calórico (refeição) 99,60% 71,67 % 25,27 % 2,66,2 % 
 
Almoço 
Prato Principal Frango Assado coxa 100 0,1 28,5 10,4 8 
Espinafre refogado 2 ½ colheres de sopa 67 2,8 1,8 3,6 75,04 
Arroz Integral 2 ½ colheres de sopa 120 30,96 3,12 1,2 6 
Feijão com caldo 1 concha média 86 11,70 4,12 0,42 23,22 
Agrião 5 ramos 30 0,69 0,81 0,06 39,9 
Tomate 4 fatias 80 2,48 0,88 0,16 5,6 
Cenoura 1 colher servir 40 3,08 0,52 0,08 9,2 
Alho 2 dentes 10 2,38 0,70 0,02 0,14 
Óleo 1 colher de (sopa) 8 NA Tr 8,0 Tr 
Azeite ½ colher sopa 4 NA NA 4,0 Na 
Mamão Papaia 1 fatia 150 15,6 0,75 0,15 33 
Suco Laranja Pêra Polpa 50g + 200ml água 250 15,2 0,14 0,2 14 
Adoçante Sucralose 3 gotas 0,2mL Na Na Na Na 
Sub- macro nutrientes 84,99 (4x) 41,34 (4x) 28,29 (9) 214,1 
Sub- macro nutrientes 339,66 165,36 254,61 
Sub- total (g) 757,68 
Sub- total (Kcal) 759,63 
% calórico (refeição) 99,98% 44,71% 21,76% 33,51% 
 
Lanche da tarde 
Bolo Salgado Atum 1 fatia 80 17 9,4 5,6 Na 
Chá Erva Doce Infusão 5% 1 copo 200 0,8 0,0 0,0 4 
Sub- macro nutrientes 17,08 (x4) 9,4 (x4) 5,6 (x9) 
Sub- macro nutrientes 68,32 37,6 50,4 
Sub- total (g) 280 
Sub- total (Kcal) 156,32 
% calórico (refeição) 100,03% 43,70% 24,03% 32,30% 
 
 
24 
 
Jantar 
Picadinho, Coxão Mole 1 concha média, 
cheia 
60 Na 19,44 5,34 
Purê de Abóbora 2 colheres sopa 70 7,56 0,7 0,49 5,6 
Arroz Integral 2 ½ colheres de sopa 100 25,8 2,6 1,0 5 
Lentilha 1 colher de sopa 24 3,912 1,656 0,12 3,84 
Pepino 6 fatias 60 1,2 0,54 Tr 6 
Alho 1 dente 5 1,19 0,35 0,01 0,7 
Óleo 1 colher de (sopa) 8 NA Tr 8,0 Na 
Cebola 1 fatia 5 0,44 0,08 Tr 1,12 
Azeite ½ colher sopa 4 NA NA 4,0 Na 
Pudim Morango Diet 1 potinho 100 11,4 2,6 1,0 Na 
Suco maracujá polpa 50g + 200ml água 250 4,8 0,4 0,1 5 
Adoçante Sucralose 3 gotas 0,2mL Na Na Na Na 
Sub- macro nutrientes 56,30 (x4) 28,36 (x4) 20,06 (x9) 27,26 
Sub- macro nutrientes 225,2 113,44 180,54 
Sub- total (g) 686,2Sub- total (Kcal) 519,18 
% calórico (refeição) 99,98% 43,37% 21,84% 34,77% 
 
Ceia 
Leite Desnatado ½ copo 100 4,65 3,0 0,0 167 
Bolinho zero açúcar ½ unidade 22 11 1,05 1,7 Na 
Sub- macro nutrientes 15,65 (x4) 4,05(x4) 1,7 (x9) 
Sub- macro nutrientes 62,6 16,2 15,3 
Sub- total (g) 122 
Sub- total (Kcal) 94,1 1164,46 
% calórico (refeição) 99,98% 66,52% 17,21% 16,25% 
 
TOTAL 
 MACRONUTRIENTES 
 891,9 424,32 608,13 
TOTAL (g/ml) 2.321,08 
 TOTAL (Kcal) 1.924,35 
% CALÓRICA (REFEIÇÃO) 46,34% 22,05% 31,60% 
RECOMENDAÇÃO 
% ADEQUAÇÃO 
 
NET = 1.860,00 Kcal/ dia VET da refeição 1.924,35 Kcal 
(Cardápio elaborado) 
Passou 64,35 kcal 
(dentro do permitido 3,34%) 
 
 
Desjejum 
1.924,35---100% 
313,92 --------x 
16,31% 
Lanche manhã 
1.924,35---100% 
81,2--------x 
4,21% 
Almoço 
1.924,35---100% 
759,63--------x 
39,47% 
Lanche Tarde 
1.924,35---100% 
156,32--------x 
8,12% 
Jantar 
1.924,35---100% 
519,18--------x 
26,97% 
Ceia 
1.924,35---100% 
94,1--------x 
4,88% 
 
 
25 
 
5.1 Lista de substituições: 
Os alimentos estão reunidos em grupos, de acordo com as suas características nutricionais. 
Você pode variar sua alimentação obedecendo aos grupos, para que haja um equilíbrio na sua 
alimentação. 
 
 GRUPO 1A: Vegetais Cozidos  GRUPO 1B: Vegetais crus – à vontade 
Abóbora 1 ½ colher de sopa Acelga Nabo 
Abobrinha 1 ½ colher de sopa Agrião Pepino 
Acelga 2 ½ colheres de sopa Alface Pimentão 
Beterraba 3 fatias Almeirão Rabanete 
Berinjela 2 colheres de sopa Aspargo Repolho 
Brócolis Refogado 4 ½ colheres de sopa Broto de feijão Rúcula 
Chuchu cozido 2 ½ colheres de sopa Cebola Salsão 
Cenoura 1 unidade média Cebolinha Salsinha 
Couve–flor 3 ramos Couve Tomate Caqui 
Couve Manteiga 1 colher de sopa Escarola Tomate Cereja 
Espinafre 3 colheres de sopa Mostarda Tomate Italiano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 GRUPO 2: Produtos Lácteos Leite, Queijos e Derivados 
Cream cheese 2 colheres de sopa 
Iogurte Polpa Frutas Diet 1 pote 200ml Leite em Pó Integral 1 ½ colher de sopa 
Leite em Pó Desnatado 2 colheres de sopa Queijo Mussarela 1 fatia 
Queijo Minas Frescal 1 fatia Grande Queijo Parmesão 2 colheres de sobremesa 
Leite Desnatado 1 copo de 200ml Queijo tipo Cottage 2 colheres de sopa 
Leite semi-desnatado 1 copo de 200ml Queijo Prato 1 fatia 
Leite Integral 1 copo (150ml) Requeijão light 1 colher de sopa 
Leite em Pó Desnatado 2 ½ colher de sopa Ricota 2 fatias média 
 GRUPO 3: Leguminosas  GRUPO 4: Óleos e Gorduras 
Ervilha Seca Cozida 2 ½ colheres de sopa Azeite de Oliva 1 colher de sopa 
Ervilha em Lata 4 colheres de sopa Manteiga ½ colher de sopa 
Feijão Carioca Cozido 1 concha média Margarina ½ colher de sopa 
Feijão Branco Cozido 1 ½ colher de sopa Margarina Light 2 colheres de sobremesa 
Feijão Preto Cozido 1 concha média Óleo Vegetal (todos liq.) 1 colher de sopa 
Grão de Bico Cozido 4 ½ colheres de sopa Maionese Light 1 colher de sopa 
 Maionese Tradicional ½ colher de sopa 
26 
 
 
GRUPO 5: Frutas → Limite 300g por dia Ou 2 porções por dia. 
Abacate 1colher de sopa Melancia 1 fatia (150g) 
Abacaxi 1fatia média Melão 1 fatia ( 100g) 
Ameixa Vermelha 1 unidade Morango 5 unidades 
Banana Prata 1 unidade pequena Pera 1 unidade 
Goiaba ½ unidade Pêssego 1 unidade 
Jabuticaba 10 unidades Tangerina/Mexerica 1 unidade 
Kiwi 1 unidade Uva 10 unidades 
Laranja (espremida) 1 unidade Vitamina de Mamão ½ copo (requeijão) 
Limão 1 unidade Salada de Fruta ½ xícara de chá 
Maça 1 unidade Suco de Abacaxi 1 copo (requeijão) 
Mamão Formosa 1 fatia média Suco de Laranja Puro ½ copo (requeijão) 
Mamão Papaya ½ unidade Suco de Melão Puro 1copo (requeijão) 
Manga polpa batida 5 colheres de sopa Suco de Melancia Puro 1copo (200ml) 
GRUPO 6: Carnes em Geral → Bovina, Suína, Peixe, Frango e Ovos 
Atum Enlatado 2colheres de sopa Coração de Frango 3unidades 
Bacalhoada 2colheres de sopa Espetinho de carne 1unidade 
Bife Enrolado 1 Porção (100g) Frango Assado 1porção (100g) 
Bife Grelhado 1Porção (100g) Filé de frango grelhado 1porção (100g) 
Camarão cozido 12 unidades Merluza cozida 1porção (120g) 
Camarão Frito 4 unidades Salmão Grelhado 1filé (100g) 
Carne Assada 1fatia (80g) Sardinha 1unidade 
Carne Suína 1porção (90g) Nugetts 2unidades 
Linguiça de Porco assada ½ unidade Omelete (1 ovo) 1unidade 
Carne moída refogada 4colheres de sopa Ovo Cozido 1unidade 
Carne Seca 1porção (60g) Ovo Mexido 3colheres de sopa 
27 
 
 
 
5.2 Orientação Nutricional 
 Consumir durante o dia inteiro 2 porções de frutas, média de 300g. 
 Acrescentar no almoço e jantar algumas verduras e legumes cozidos, além das saladas, 
seguir (lista de substituições). 
 Fazer as 6 refeições diária, não esquecendo de pular nenhuma delas (Desjejum, café da 
manhã, almoço, lanche da tarde e jantar). 
 Sempre fazer um pequeno lanche noturno antes de dormir 
 Ingerir água, máximo 1,5 L. 
 Não esquecer de acrescentar fibras na alimentação. (presente nas frutas, verduras e 
legumes) 
 Sempre tomar as exigências diária de insulina exigida pelo seu médico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRUPO 7: Cereais, Raízes e tubérculos GRUPO 8: Doces Dietéticos 
Arroz Integral Cozido 4colheres de sopa Achocolatado Diet 1colher de (sopa) 
Arroz Branco Cozido 2colheres de sopa Cacau em pó 1colher de sopa 
Aveia em Flocos Finos 2colheres de sopa Chocolate Diet 1 unidade (25g) 
Barra de Cereais Diet 1 unidade Geleia Diet 1colher sopa rasa (15g) 
Biscoito Cream Cracker 4 unidades Pudim Diet 1pote 100ml 
Biscoito Integral 2 unidades 
Bolo de chocolate Diet 1 fatia (25g) 
Bolo simples Diet 1 fatia (40g) 
Suflês 1 porção (80g) 
Torrada Integral 2 unidades 
28 
 
6. Analise da Interação Droga Nutriente 
 O diabetes gestacional pode ser controlado com alimentação balanceada e acompanhada 
por nutricionista e também pela prática de atividades físicas, mas em alguns casos é indicado 
o uso de fármaco. 
 Há sérias complicações trazidas pelo diabetes gestacional, desde o início (durante a 
fertilização e implantação), que podem resultar em retardo de crescimento fetal, defeitos 
congênitos e até aborto quando tratado de maneira incorreta.
 20 
 As gestantes devem ter acompanhamento nutricional e individual nesse período, com uma 
dieta com todos os nutrientes necessários para que ocorra o desenvolvimento do embrião. 
 A dieta deve ter um planejamento, sendo necessário que se evite longos períodos de jejum 
para que haja prevenção de episódios hiperglicêmicos, hipoglicêmicos ou cetose. 
 É necessário que haja um equilíbrio na relação dos nutrientes de cada refeição e na 
administração das doses de insulina, sendo necessário que existam três grandes e três 
pequenas refeições. É indispensável á existência da ceia para mulheres que utilizam insulina à 
noite, para que não ocorra episódio de hipoglicemia na madrugada, devendo conter 
carboidratos complexos, proteínas ou lipídios na refeição. 
20 
 O ganho de peso deve ser de 7kg a 16kg durante a gestação, porém esse número varia de 
acordo com o peso anterior à gravidez. 
 No segundo ou terceiro trimestre, o aumento de calorias na dieta é de 100 a 150kcal por 
dia. O uso de adoçantes não calóricos (aspartame, sacarine, acesulfame-k e neotame) é 
permitido com prudência. 
 A prática de exercícios físicos é recomendada desde que acompanhada por um profissional 
para que não ocorram quedas ou traumas abdominais e desde que essas práticas causemsensação de bem estar, diminuição do ganho de peso, redução da adiposidade fetal, redução 
de riscos cardiovasculares e também melhora do controle glicêmico da gestante. É indicado 
ao menos 30 minutos de atividade física ao dia e estes exercícios devem ser feitos 
preferencialmente após as refeições principais (desjejum, almoço e jantar), podendo ser 
aeróbicos ou de resistência. A execução de atividade física não é indicada quando há trabalho 
de parto pré-termo, sangramento uterino, ruptura prematura de membranas, doença 
hipertensiva induzida pela gravidez sem controle adequado, restrição do crescimento 
intrauterino, síndrome nefrótica e disautonomia. 
 
 
29 
 
 Quando há monitoramento de dieta e prática de exercícios físicos e mesmo assim a 
diabetes gestacional não é controlada, o medicamento comumente utilizado é a insulina 
exógena, sendo necessário o conhecimento do nível de controle glicêmico para que ocorra 
redução de riscos e/ou complicações fetais e neonatais ocasionadas pelo diabetes gestacional. 
 A insulinoterapia é um método indicado, porém o tempo para início do tratamento ainda é 
controverso, pois as portadoras de DMG precisam receber orientação nutricional no mínimo 
duas semanas antes da prescrição da insulina, mas na presença de glicemia materna de jejum 
superior a 95mg/dL a terapia insulínica pode ser iniciada uma semana antes da dieta. 
 A administração de doses da insulina no DMG é variável pois depende do aumento da 
resistência à insulina durante a gestação e por isso deve sempre ser ajustada. É necessário a 
avaliação do perfil glicêmico da gestante, pois algumas precisam de insulina na prevenção de 
hiperglicemia de jejum e outras precisam no período pós-prandial. A dose diária de insulina é 
dividida em 2/3 de insulina NPH e um 1/3 de insulina regular, variando com o peso da 
gestante. 
21 
 O uso de análogos à insulina humana de ação mais rápida (lispro e aspartat) também tem 
sido investigados na gestação, resultando efetividade clínica, nenhuma evidência de 
teratogenicidade e transferência transplacentária mínima. Os análogos de ação prolongadada 
(glargina e detemir) na gravidez são limitados. 
 O tratamento de hipoglicemia oral é uma alternativa à insulinoterapia para portadores de 
DMG, pois diferentemente dela não há necessidade de administração parenteral e de 
necessidade de maior manuseio e também de refrigeração. Os hipoglicemiantes mais 
conhecidos e eficazes durante a gestação são o sulfonilureia gliburida (glibenclamida – classe 
C, do FDA) e a biguanida metforminas (classe B, do FDA). 
 Apenas a gliburida não é associada a excessos hipoglicemia neonatal em estudos clínicos e 
tem transferência mínima através da placenta humana (cerca de 4%). Sulfonilureiais de 
primeira geração estão associados ao aumento de hipoglicemia neonatal e tem cruzamento 
substancial com a placenta. 
20 
 Com o crescente número de estudos sobre hipoglicemiantes orais, a ADA (2011) considera 
os dados existentes insuficientes para que haja um estabelecimento sobre a segurança do uso 
destes durante à gestação. 
 
 
 
30 
 
Tabela 5 – Antidiabéticos Disponíveis no Brasil 
 
Medicamentos Posologia (mg) Posologia (mg) Nº de Tomadas/dia 
 Mínima Maxima 
 Biguanidas 
Metformina 1.000 2.550 2 
 Inibidores da Alfaglicosidase 
 Arcabose 150 300 3 
 Tiazolidinedionas 
Rosiglitazona 2 8 1 
Pioglitazona 15 45 1 
 
Tabela 6 – Antidiabéticos orais: prós e contras 
 Ações Favoráveis Ações Desfavoráveis 
Sulfoniuréias Longa experiência 
Maior poder hipoglicemiante 
Comodidade posológica 
Maior risco de hipoglicemia 
Facilita o ganho de peso 
Ação sobre receptores 
cardiovasculares 
Glinidas Perfil mais fisiológico 
Menor risco de hipoglicemias no jejum 
Melhor adequação na hipoglicemia 
prandial 
Maior dependência posológica 
Pouca ação no jejum noturno 
Ação sobre receptores 
cardiovasculares 
Metiformina Baixo risco de hipoglicemia 
Não promove o aumento de peso 
Discreta ação anoréxica 
Longa experiência Clínica 
Efeitos Gastrointestinais 
Acidose Lática 
Glitazonas Baixo risco de hipoglicemia 
Maior potência como sensibilizador 
Fácil Posologia 
Ação na Dislipidemia 
Promove o ganho de peso 
Edemas 
Maior custo financeiro 
Menor experiência clínica 
Acarbose Menor risco de hipoglicemia 
Proteção cardiovascular 
Medicação não absorvida 
Sintomas gastrointestinais 
Menor Potência 
Esquema Posológico multiplo 
31 
 
7. Conclusão 
 O presente Trabalho nos mostra que a Diabetes gestacional é um problema que surge 
durante a gravidez em determinadas mulheres, chegando a atingir 5% das gestações. No 
estudo de caso apresentado, a grávida além de ter diabetes também está obesa o que requer 
uma atenção ainda maior com mãe e bebê, pois o excesso de açúcar no sangue chega até a 
placenta alcançado o bebê, fazendo com que ele cresça demais gerando o que se chama de 
macrossomia. É fundamental que a grávida faça acompanhamento nutricional. Por isso 
elaborou-se uma dieta específica para o caso apresentado, com um cardápio nutricional 
equilibrado em macro e micronutrientes, atingido todas as suas necessidades nutricionais que 
ela necessita, com a finalidade de reverter o quadro de diabetes gestacional desta paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
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