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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADOEM HISTÓRIA III MARIVALDO DOS SANTOS ALVES Paulino Neves 2017/11 2 MARIVALDO DOS SANTOS ALVES PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM HISTÓRIA III Este trabalho é pré-requisito para aprovação na disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado III do Curso de História (modalidade EAD), ministrada pelo professor Antônio Sergio de Giocomo Macedo, da Universidade Estácio de Sá. . Paulino Neves 2017/11 3 Sumário 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................05 2. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA ESCOLA.......................................05 2.1. Aspecto físico, humano e material da escola......................................................05 2.2. Projeto Político-Pedagógico – PPP.....................................................................08 2.3. A escola como grupo social................................................................................08 2.4. Atividades docentes e discentes..........................................................................09 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................11 REFERÊNCIAS .................................................................................................12 4 Anexos IDEB da Unidade Escolar João Crisóstomo 5 INTRODUÇÃO A disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em História III é de extrema importância em minha vida acadêmica e profissional. Nela darei continuidade na observação do universo escolar e como o processo ensino/aprendizagem se desenvolve na interação entre todos os agentes que compõem esse espaço. Cada escola possui suas particularidades. É necessário que estejamos atentos às minuciosidades que envolvem a educação e, se elas contribuem para a cidadania. Nesse momento ampliarei a visão teórica que adquiri ao longo do curso de graduação em História e, como, a mesma acontece na prática além da teoria, para que, ao iniciar as atividades no campo profissional, consiga aliar o teórico e a prática no sentido de produzir resultados satisfatórios. Observando o exercício do professor e o modo como esse interage com seus alunos, percebo como essa relação é importante na aprendizagem, principalmente, quando o professor tem consciência de seu papel nesse processo. Embora atuando apenas como estagiário, verifiquei que é necessário a interferência do professor para estimular o interesse dos alunos pelos estudos, inclusive, pela História que é uma disciplina tão fascinante e indispensável na formação daqueles que buscam o conhecimento, embora, muitos já disseram erroneamente ser uma simples “matéria decorativa”. A Unidade Escolar João Crisóstomo, é uma instituição que oferece as modalidades de ensino do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental nos turnos matutinos e vespertinos e, Educação de Jovens e Adultos - EJA no noturno. Tem como diretora a Profª Josycarla Ramos de Medeiro e diretora-adjunto a Profª Sofia Rosilene Ramos. Há 580 alunos matriculados. 13 turmas do 6º ao 9º Ano e três da EJA. Os professores que atuam na área de História são três: Sandro Silva Araújo, Leonardo Araújo e Joseilton Araújo. 1. Estrutura e funcionamento da escola 1.1. Aspecto físico, humano e material da escola. O prédio da Unidade Escolar João Crisóstomo foi construído com material de alvenaria (tijolos, cimento, areia, etc.) e coberto com telhas. A escola é composta de nove (09) salas de aulas, uma (01) simples biblioteca, um (01) laboratório de informática com internet, uma (01) sala de professores, dois (02) banheiros para alunos e funcionários 6 (masculinos e femininos), uma (01) sala onde funciona a diretoria e a secretaria, uma (01) cantina, Uma (01) sala de AEE, uma (01) quadra poliesportiva com a estrutura semiacabada. O prédio da escola está relativamente bom, pois passou por reformas há seis anos. Porém, apresentam alguns problemas tipo, paredes sujas e rabiscadas pelos alunos e as condições sanitárias precisam melhorar, pois possuem mau cheiro nos banheiros masculino e feminino. Há problemas também com vários ventiladores que estão defeituosos e alguns computadores do laboratório de informática estão danificados. As salas de aula são iluminadas por lâmpadas fluorescentes, sendo quatro em cada sala de aula. As carteiras estão razoavelmente em bom estado de conservação e fazem parte do kit distribuído pelo MEC, mas já existem algumas quebradas. A escola possui um pequeno jardim no centro de sua estrutura e varandas onde os alunos passeiam nos intervalos. A água da instituição é oriunda de poço artesiano e que por sua vez, fica armazenada numa grande caixa d’água. Há uma equipe com diretora, vice-diretora, três (03) coordenadores (as) pedagógicos distribuídos nos três turnos, trinta e dois (32) professores (as), três (03) secretárias, oito (06) auxiliares de serviços gerais, duas (02) merendeiras, quatro (04) vigias, um (01) professor na sala de AEE, um (01) professor de informática. A diretora Josycarla Ramos de Medeiro mora em outra cidade e exerce a função apenas por questões políticas. Quem de fato assume a direção na prática, é a vice- diretora Sofia Rosilene Ramos que se esforça com sua equipe para desenvolver uma gestão com a participação da comunidade local que demonstra certo interesse pelas atividades da escola. A gestão valoriza a liberdade de expressão e observação crítica no ambiente de trabalho. Há o conselho da unidade executora (caixa escolar), o conselho escolar e o conselho de classe que sempre estão atuando no sentido de manter a escola organizada. A gestão tenta manter o melhor relacionamento possível com a família dos educando. Sempre que necessário, faz-se assembleias para discutirem os problemas que envolvem 7 a escola no sentido de alcançar uma solução. O bom relacionamento da equipe (direção, coordenadores, educadores e demais funcionários) contribui para bons resultados nas atividades inerentes à escola, embora os problemas sendo frequentes e próprios das relações humanas. O Grêmio Estudantil ainda não está em funcionamento, mas há previsão para seu funcionamento no próximo ano. A merenda escolar é fornecida pelo programa do governo federal que, normalmente, dura apenas quinze (15) dias do mês letivo. Seria de extrema importância se a Secretaria de Educação local entrasse com uma contraparte para ver se duraria o mês todo. Afinal, pessoas com fome dificilmente atingem um bom desempenho nos estudos. A escola foi beneficiada com um ginásio poliesportivo. O mesmo possui uma estrutura padronizada. Sua construção foi concluída há dois (02) anos, embora tendo uma placa avisando que deveria ser em 2012. Mesmo assim, ainda há partes inacabadas. É o único espaço construído pelo município adequado para práticas esportivas e culturais. Recebe os alunos de todas as escolas e da comunidade de um modo geral. Percebi que são poucas as ações relativas à questão do esporte, lazer e cultura. Segundoinformações, a secretaria de educação não disponibiliza nenhum recurso para as escolas desenvolverem essas atividades que são indispensáveis na formação da cidadania. As aulas de Arte e Educação Física, existem, apenas para cumprir exigências curriculares. Também não há professores habilitados e nem concursados nessas áreas. A secretaria contrata pessoas que possuem apenas o Ensino Médio e, dessa forma, quem perde, são os alunos. As datas comemorativas da escola são várias, tais como: o Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia da Árvore, Dia Nacional de luta contra o Racismo, Semana Antidrogas, Independência do Brasil, Dia das crianças, Proclamação da República, Dia Nacional da Consciência Negra, etc. 8 O dia das mães, por exemplo, a escola comemora de forma muito criativa. Há apresentações dos alunos, café da manhã ou jantar para as mães. A escola promove um grande evento que mobiliza a todos e conta com a participação de muitas pessoas da comunidade. Está sendo desenvolvido um projeto no sentido de trabalhar os alunos dos 4º e 5º anos na questão disciplinar, “Criança Cidadã”, que envolve aulas de reforço, educação ambiental e temas relacionados às drogas. No Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB, a instituição vem melhorando a cada avaliação, contudo, ainda está abaixo do índice esperado. Nos anexos mostraremos os resultados. A instituição é mantida, apenas com o PDDE, programa de dinheiro direto na escola do governo federal. Esse recurso não é suficiente para as necessidades da escola, por isso é comum faltar material de suporte pedagógico para os professores.. 1.2. Projeto Político-Pedagógico O Projeto Político Pedagógico - PPP ainda está em andamento, segundo direção, deve está pronto no final deste ano, sendo que jamais estará totalmente concluído, devido a sua flexibilidade. Há reunião para tratar sobre o PPP uma vez por mês com a participação da direção e de toda equipe pedagógica. O atraso na conclusão ocorre em função da dificuldade para reunir a equipe num horário extraclasse. Não nos foi permitido uma cópia pelo fato de não está completo. 1.3. A escola como grupo social. Há uma gestão democrática e participativa. Existe um bom entendimento em relação à convivência dos funcionários. A equipe pedagógica, administrativa e discente esforça-se no sentido de promover um ambiente de trabalho saudável, embora haja os que ficam reclamando de tudo, coisas comuns em ambiente de trabalho. A gestão sempre está promovendo reuniões com os conselhos e com a comunidade estudantil para traçarem metas a serem atingidas. Participei de algumas reuniões desse tipo para debater sobre situações, como: indisciplina, alunos com problemas de notas baixas, alunos que faltam 9 muito, funcionários que chegam atrasados, que faltam e, outros assuntos pertinentes à realidade da escola. No mês de Setembro, algo que foi muito debatido na escola foi o fato da Secretaria de Educação não ter apoiado os desfiles de sete de setembro desse ano. Foi a primeira vez que isso não aconteceu na história do município. Contudo, os professores e professoras fizeram uma grande gincana cultural. 1.4. Atividades docentes e discentes. Nesta parte do relatório daremos ênfase à relação entre docentes e discentes. Como essa relação contribui para o aprendizado e desenvolvimento do senso crítico e da liberdade intelectual dos educando. Na U. E. João Crisóstomo, os professores, principalmente os das áreas humanas, tentam trabalhar de forma a auxiliar na construção do conhecimento usando métodos bastante variados. As aulas acontecem com o uso de diversos recursos, entre eles, filmes e seminários. Isso tem ajudado muito a diversificar e enriquecer os conteúdos. Isso passou a acontecer, segundo os próprios alunos, depois que o professor Leonardo e Sandro Silva começaram a lecionar de uma forma mais dinâmica e criativa. Pois os mesmos inovaram o que antes eram apenas aulas para se decorar conteúdos. No período das avaliações, os professores trocam de disciplinas. Segundo a coordenação, a equipe acredita que fará os alunos e pensar e responder as avaliações de forma mais autêntica e independente. Na verdade, isso ocorre, em quase todas as escolas da sede do município. Os alunos fazem muito trabalho em equipe para melhorar seus rendimentos. Há uma ausência constante de alunos nas aulas, pois a comunidade sendo carente não oferece muitas oportunidades de emprego para os pais, por isso, eles ajudam a sustentar a família com atividades de pesca e agrícola (roça). Concluir os estudos no município de Paulino Neves não é nada fácil. Na EJA, onde fiz o estágio, essa situação piora, pois de cada 10 alunos, 04 desiste para trabalhar. Por falar em EJA, há uma peculiaridade no município, essa modalidade de ensino que serve para recuperar alunos atrasados nos estudos, acabou se transformando numa alternativa para agregar alunos indisciplinados que causam problemas nas séries regulares. Dialogando com alguns professores, identifiquei um problema muito sério para a educação local. Disseram que só fizeram licenciatura e estão dando aulas porque não há outras opções na região e, é a única forma que existe para trabalhar e sustentar a família. Teve até quem dissesse que detesta o que faz! Nesse caso, como podemos obter bons 10 resultados quando somos infelizes nas atividades que desenvolvemos? Fica aí essa reflexão! Na turma de 9º Ano, há um trabalho voltado para melhorar o desempenho dos alunos e alunas no sentido de minimizar o impacto da transição do Ensino Fundamental para o ingresso no Ensino Médio. A indisciplina é muito comum e normal na adolescência. A escola precisa trabalhar sabiamente essa situação, pois, na mentalidade de muitos jovens, acerca da liberdade, atualmente, acreditam que podem e devem fazer tudo que querem! É aí que entra o diferencial de uma escola, quando encontra solução para minimizar essa situação. A escola João Crisóstomo se esforça nesse sentido. Fiz o estágio acompanhando as atividades docentes e discentes nas turmas de 7º e 8º anos da EJA. É uma turma que apresenta muitas dificuldades. Conforme citado anteriormente, a população local, na sua grande maioria, depende da pesca e da agricultura. Isso, afeta muito sua permanência na escola, uma vez que precisam trabalhar para ajudar no sustento de sua família. Às vezes, é necessário que representantes da instituição, se dirijam até as residências dos alunos para convencê-los a continuar seus estudos. Nas salas, há alunos com idade entre quinze e quarenta anos. Os mais velhos são aqueles que por motivo de falta de oportunidades, não concluíram seus estudos na idade apropriada. Contudo, tem aqueles que poderiam ainda está em turmas de séries regulares, mas por terem causados problemas de indisciplinas e terem ficado reprovados, foram “jogados” nas turmas de EJA. A realidade da Unidade Escolar João Crisóstomo, não é deferente das demais escolas públicas brasileiras. Contudo, lutam para superar e vencer os desafios próprios dessa realidade de nosso imenso país. 11 2. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante todo o estágio na Unidade Escolar João Crisóstomo, pude perceber que a educação só vai melhorar quando esta for prioridade e compromisso de todos nós. É claro que houve certa valorização no salário dos professores e, muitos são os programas e projetos oferecidos no sentido de melhorá-la. Contudo, percebo que nas escolas públicas ainda há muitas carências e mazelas que obstruem o desenvolvimento de uma educação eficaz. É improvável o crescimento e desenvolvimentode uma nação, caso a formação intelectual e profissional de seu povo não seja uma necessidade irremediável. A política de favores e a mediocridade da politicagem ainda são muito fortes e, seus tentáculos estão presentes por toda parte. Na escola, onde deveria ser um espaço livre paras as discussões e debates no sentido de construir uma sociedade mais consciente e responsável, infelizmente também é usada para fins político eleitoreiro. A maior parte dos funcionários é contratada através de políticos cuja mente é cauterizada no que se refere ao bem estar social. Assim, a instituição fica privada de exercer plenamente seu papel e, a equipe pedagógica, fica a mercê do que é determinado arbitrariamente por aqueles que estão no poder. Isso em nada contribui para uma educação de qualidade. Quanto aos professores, é necessário que os mesmo, tenham convicção de seu papel e, que não venha exercer essa função apenas por falta de alternativas, mas que sejam conscientes de sua participação para a evolução do entendimento humano. Já os estudantes, por sua vez, devem buscar sempre o conhecimento, na expectativa de crescer enquanto um ser cidadão apto às oportunidades, que nas diversas dimensões, a todos os momentos vão surgindo. No mais, espero que continuemos a andar pra frente e superar os desafios que constantemente vão surgindo e, sonhar com um país menos injusto, com mais oportunidades para todos, mas, principalmente, contribuir intensamente para que essa realidade aconteça. Talvez um dia a escola não seja mais conhecida como pública ou privada; de ricos ou de pobres, mas um espaço único para a promoção do pensamento, das idéias, da equidade. Aqui chego ao final do estágio acreditando que cumprir e alcancei minhas metas. 12 4. REFERÊNCIA ALEXANDRE, Agripa Faria. Metodologia Científica e Educação. Florianópolis: Editora da UFSC, 2009. CANDAU, Vera Maria. Reinventar a Escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Os estágios nos cursos de licenciatura. São Paulo: Cengage Learning, 2012. FAZENDA, Ivani. Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 2004. 13 ANEXOS Frente da Unidade Escolar João Crisóstomo Pátio da escola 14 Oportunidade para falar em um dos momentos do Projeto “Criança Cidadã” da U.E. João Crisóstomo. Participando com professores da U.E. João Crisóstomo da semana pedagógica local 15 Participando do momento de planejamento com professores da U.E. João Crisóstomo Participando do momento de planejamento com professores da U.E. João Crisóstomo 16 Comemorando aniversário de aluno da EJA Alunos da EJA 17 Momento cultural da U.E. João Crisóstomo Momento da feira cultural da U.E. João Crisóstomo 18 . Momento da feira cultural da U.E João Crisóstomo s Momento da feira cultural da U.E. João Crisóstomo
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