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DIREITO PROCESSUAL PENAL – Direito Processual Penal – AULA 23 Prof. <<Wisley>> www.aprovaconcursos.com.br/examedeordem Página 1 de 7 PRISÕES 1. INTRODUÇÃO Prisão é a privação TEMPORÁRIA da liberdade de locomoção em virtude do recolhimento da pessoa ao cárcere por força de flagrante delito, ordem judicial ou transgressão militar/crime propriamente militar. � Art. 5º, LXI, CF - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; � Estamos falando de prisão penal; e não de PRISÃO CIVIL, como no caso do devedor de alimentos. � Não se admite mais a prisão civil do depositário infiel � Súmula Vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. 2. PRISÃO PENA E PRISÃO PROCESSUAL PRISÃO PENA: é aquela que resulta de uma sentença penal condenatória com trânsito em julgado. É a própria pena. Fins de Retribuição, Prevenção Geral e Especial (art. 59, CP) PRISÃO PROCESSUAL: Também chamada de Prisão Cautelar ou Prisão Provisória É a prisão decretada antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, motivo pelo qual tem natureza excepcional. Seu objetivo é assegurar a eficácia das investigações ou do processo criminal. Prof. <<Wisley>> www.examedeordem.com.br/examedeordem Página 2 de 7 Seu traço é a CAUTELARIDADE: fim processual (assegurar o resultado final do processo) - Deverá ser PROPORCIONAL, isto é, não pode trazer para o acusado consequências mais graves que o provimento final buscado na ação penal – Princípio da Homogeneidade (Ex. Prisão Processual no caso de Delito Culposo) - O preso provisório deverá ficar separado do preso definitivo - O tempo da prisão cautelar será descontado da prisão penal (detração penal) � Art. 300 CPP. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal. Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. � Art. 42 CP - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. 3. DETRAÇÃO PARA FINS DE FIXAÇÃO DE REGIME Hoje, o juiz, na Fixação do Regime de Cumprimento da Pena (art. 59, III, CP), deve levar em consideração o tempo da PRISÃO PROVISÓRIA/Administrativa/Internação, para fins de fixação de regime inicial (art. 387, §2º, CPP) � Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: § 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade. 4. PRESSUPOSTOS DA PRISÃO CAUTELAR a) Fumus Comissi Delicti: fumaça da prática do crime - Prova da Materialidade (Existência do crime) - Indícios de Autoria Prof. <<Wisley>> www.examedeordem.com.br/examedeordem Página 3 de 7 b) Periculum Libertatis: é o perigo que a permanência do acusado em liberdade representa para as investigações ou para o processo penal. 5. ESPÉCIES � Prisão PREVENTIVA � Prisão TEMPORÁRIA A PRISÃO EM FLAGRANTE tem Natureza Pré-Cautelar Hoje a Prisão Decorrente da Pronúncia e a Prisão decorrente de Sentença Condenatória recorrível foram extintas. � Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. § 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade. § 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. 6. DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE O juiz, quando prolatar sentença, deverá decidir sobre: � Manutenção/Imposição da Prisão Preventiva Ou Outra Medida Cautelar [fins de cautelaridade] Art. 387, §1º, CPP � Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: § 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta. � Art. 413 § 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado Prof. <<Wisley>> www.examedeordem.com.br/examedeordem Página 4 de 7 solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. 7. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA Toda prisão antes do trânsito em julgado de eventual sentença penal condenatória tem natureza cautelar. � Art. 5º, LVII, CF: Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. � Art. 283 CPP: Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença penal condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. O Supremo Tribunal Federal, por meio de seu plenário, ao julgar o HC 126.292/SP na data de 17 de fevereiro de 2016 mudou sua jurisprudência e passou a permitir, que, depois de decisões de segundo grau que confirmem condenações criminais, a pena de prisão seja executada. A decisão se deu por maioria de sete votos a quatro. O Pleno seguiu o voto do ministro Teori Zavascki, para quem, depois da confirmação de uma condenação por um tribunal de segunda instância, a pena já pode ser executada, já que a fase de análise de provas e de materialidade se esgota. Ao Superior Tribunal de Justiça e ao STF, anotou Teori, cabe apenas as discussões de direito. Por isso, disse o ministro, o princípio da presunção de inocência permite que o recurso seja imposto já durante o cumprimento da pena. 8. MANDADO DE PRISÃO Prisão em Flagrante Delito: dispensa o mandado de prisão Prisão Temporária ou Preventiva: É necessário o Mandado de Prisão [Decisão do juiz] MANDADO DE PRISÃO: É o título que permite a realização da prisão. REQUISITOS DO MANDADO DE PRISÃO: Prof. <<Wisley>> www.examedeordem.com.br/examedeordem Página 5 de 7 � Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado. Parágrafo único. O mandado de prisão: a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade; b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais característicos; c) mencionará a infração penal que motivar a prisão; d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração; e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução. � O mandado será passado em duas vias,sendo uma entregue ao preso (informando o dia, hora e o local da prisão), ficando a outra com a autoridade. � Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas. � Considera-se realizado a prisão por mandado quando o executor, identificando- se, apresenta o mandado e intima a pessoa a acompanhá-lo. � Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o executor, fazendo- se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo. 9. MOMENTO DA PRISÃO A prisão pode ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitas as restrições a inviolabilidade do domicílio. � Rua/Lugares Públicos: Qualquer Hora � Casa/Residência: � Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; Casa Inviolável: - Entrada somente com o Consentimento do Morador: durante o dia/noite Prof. <<Wisley>> www.examedeordem.com.br/examedeordem Página 6 de 7 Entrar sem o consentimento: - Flagrante Delito: para Nucci somente o Flagrante Próprio autoriza - Ordem Judicial (prisão temporária/preventiva/pena/mandado de busca e apreensão) e Durante o Dia Dia: período compreendido entre às 06 e 18 horas Aurora (nascer do sol) e o crepúsculo (por do sol) � Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão. � Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito. 10. EMPREGO DE FORÇA, INCLUSIVE DE ALGEMAS - O uso da força somente em caso de RESISTÊNCIA, TENTATIVA DE FUGA do preso ou PERIGO A INTEGRIDADE FÍSICA própria ou alheia. � Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso. � STF Súmula Vinculante nº 11 Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 11. DEVERES CONSTITUCIONAIS � O preso tem direito a ser informado de seus direitos constitucionais, dentre os quais o de permanecer calado; Prof. <<Wisley>> www.examedeordem.com.br/examedeordem Página 7 de 7 � A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão imediatamente comunicados ao Juiz, MP e a família do preso ou a pessoa por ele indicada; caso não indique advogado, comunica-se também a Defensoria Pública; � O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão � Art.5º, CF � LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; � LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; � LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
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